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RECURSOS 2a. parte: Súplica de Vasco da Gama (est. 80-83)
EXPRESSIVOS
Vasco da Gama, temendo um fim trágico para a sua viagem, dirige uma prece a Deus
Figuras («Divina guarda» – est. 81). Este seu discurso apresenta vários argumentos, que são or-
• Enumeração: «Noto, Austro, ganizados com o intuito de sensibilizar Deus para a causa portuguesa, levando-O a in-
Bóreas, Áquilo» (est. 76) – terceder junto dos marinheiros em dificuldades:
permite engrandecer a no-
• 1o. argumento: evoca o grande poder de Deus, que já libertara homens de grandes
ção de fúria violenta da
dificuldades e perigos em momentos passados;
tempestade, que reúne to-
dos os grandes ventos. • 2o. argumento: refere que Deus abandonou os marinheiros, que iam em missão reli-
• Antítese: «A noite negra e giosa («Mas antes teu serviço só pretende?» – est. 82);
feia se alumia / Cos raios, • 3o. argumento: louva aqueles que tiveram a sorte de morrer lutando pela fé cristã
em que o Pólo todo ardia!» («Oh ditosos aqueles que puderam / Entre as agudas lanças Africanas / Morrer, en-
(est. 76) – destaca a oposi-
quanto fortes sustiveram / A santa Fé nas terras Mauritanas» – est. 83).
ção entre o negrume da
noite e o brilho intenso dos
raios que rasgavam o céu e 3a. parte: Descrição da tempestade (est. 84)
que tinham a capacidade Apesar da súplica de Gama, a tempestade aumenta a sua violência: os ventos gritavam
de iluminar o escuro.
como “touros indómitos” (est. 84) e os «Relâmpados medonhos» (est. 84) não paravam.
• Hipérbole: «Nunca tão vivos
raios fabricou / Contra a fera
soberba dos Gigantes / O 4a. parte: Intervenção de Vénus (est. 85-91)
grão ferreiro sórdido» (est.
Neste momento, surge o plano mitológico em paralelo com o plano da viagem, Vénus
78).
aparece e afirma que Baco é responsável pela tempestade, mas que não o deixará levar
• Apóstrofe: «Divina Guarda,
angélica, celeste» (est. 81) – avante os seus intentos. Para tal, reúne as «Ninfas amorosas» (est. 86), que se embele-
destaca o destinatário do zam com o intuito de dominarem os ventos. A ninfa Oritia dirige-se ao vento Bóreas e
discurso de Gama. diz-lhe que não poderá voltar a amá-lo se este mantiver a ferocidade, pois o amor não
• Comparação: «os ventos, é compatível com o medo. Galateia utiliza os mesmos argumentos junto do vento Noto.
que lutavam / Como touros
Os ventos amansam, submissos às belas ninfas, e a tormenta acalma. Por isso, Vénus,
indómitos» (est. 84) – com-
para a força dos ventos à feliz, afirma que os protegerá.
de touros indomados.
• Hipérbole: «Feros trovões,
que vêm representando / A chegada à Índia (est. 92-94)
Cair o Céu dos eixos sobre a
Terra, / Consigo os Elemen- Na manhã seguinte, já num ambiente calmo, os marinheiros avistam Calecut. Gama
tos terem guerra» (est. 84) – agradece a Deus por ter livrado os portugueses dos perigos da tempestade.
ventos.
• Antítese: est. 89 – o dis-
curso da ninfa assenta em
oposições entre a bran-
dura e a fúria e entre o
amor e o medo, de modo a
mostrar a Bóreas que a
violência é incompatível
com o amor e a levá-lo a
optar pela acalmia.
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