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1. TESE
Uma tese é uma resposta a um problema que está em aberto.
Por seu turno, um problema está em aberto quando, devido à sua
dificuldade, não dispõe de soluções consensuais, impedindo que o debate
se encerre.
Estas frases são todas diferentes mas dizem a mesma coisa, têm o mesmo
significado, isto é, exprimem a mesma proposição exprimindo, neste caso,
uma proposição verdadeira.
Ora, as discussões filosóficas nunca são acerca das frases, mas das ideias
verdadeiras ou falsas que elas veiculam.
2. VERDADE
O que se espera de uma tese é que seja verdadeira.
Vejamos:
A proposição de que há extraterrestres só é verdadeira se realmente eles
existirem, independentemente de nós o sabermos ou não.
Ex: P1 - Todo A é B;
P2 - Todo B é C;
P3 - Todo C é D;
Conclusão - Todo A é D
Exemplo B
Importante:
Uma vez identificados os argumentos a favor de uma
dada tese ou contra teses rivais, é ainda preciso
averiguar se tais argumentos são aceitáveis ou não.
Como?
Averiguando dois aspetos:
1. A relação entre as premissas e a conclusão;
2. A credibilidade das premissas.
4. VALIDADE
Um argumento é válido quando ele não passa de premissas verdadeiras para
uma conclusão falsa.
Vejamos:
P2 – Sócrates é homem
C – Sócrates é mortal
Como vimos, num argumento válido, a verdade
das premissas garante a verdade da conclusão.
Vejamos:
P1 - Todo o homem é imortal (Falsa)
P2 - Sócrates é homem (Verdadeira)
C - Logo, Sócrates é imortal (Falsa - Inválida)
Neste caso, raciocinamos corretamente mas a nossa conclusão é falsa, logo, INVÁLIDA.
Ora e porquê?
Precisamente porque alguma das premissas de que partimos é falsa.
Vejamos:
Assistimos hoje em dia a inúmeras discussões sobre a moralidade das touradas.
Ocorre ocasionalmente os seguintes argumentos, pró e contra:
P1- Os animais não humanos não têm quaisquer direitos morais, pois também não têm deveres.
P2- E só tem direitos quem tem deveres.
Conclusão - Como os animais não têm deveres, logo, não têm direitos
Podemos recorrer a um argumento válido, sólido e cogente para refutar este argumento:
P1 - Se só possuísse direitos morais quem tem deveres morais, então os bebés não teriam direitos, pois não têm
quaisquer deveres.
P2 - Ora, os bebés possuem direitos, mas não têm deveres morais.
Conclusão - Logo, é falso que só possui direitos quem tem deveres.
O processo argumentativo aqui esboçado nem sempre é
transparente, pois as teorias filosóficas incluem
frequentemente muitos outros aspetos - de carácter
histórico, de contextualização filosófica, de explicitação
de conceitos, de referência a perspetivas rivais e outros.
Mas não chega dizer que não se concorda. É preciso saber discordar, isto é, saber
como se nega uma dada proposição e o que se segue dessa posição.
Por vezes, temos dificuldade em saber o que se segue da negação de uma dada
tese ou proposição e não é raro pensarmos que discordamos sem, afinal,
discordarmos realmente.
1. O Sérgio defende que alguns doces não fazem bem à saúde e a Sofia discorda.
2. Para mostrar que a afirmação do Sérgio é falsa, a Sofia alega que alguns doces
fazem bem à saúde e até consegue dar vários exemplos.
A resposta é que aquilo que a Sofia diz, não nega o que o Sérgio afirma, pois
pode perfeitamente ser verdadeiro o que ambos defendem.
Ora precisemos:
2. Se duas afirmações forem a negação uma da outra, então não podem ter
ambas o mesmo valor de verdade: a verdade de uma implica a
falsidade da outra e vice-versa.
Assim, a negação de que “alguns doces não fazem bem à saúde” não é
“alguns doces fazem bem à saúde”.
Vejamos:
Quando falamos de portugueses, tanto podemos estar a referir a totalidade dos
portugueses ou apenas uma parte deles. Tudo depende dos quantificadores
usados.
Mas se, em vez disso, usarmos “alguns”, “há”, “certos”, “muitos”, estamos a referir
apenas uma parte do universo dos portugueses – Quantificadores PARTICULARES.
Mas as proposições costumam também ser distinguidas pela sua QUALIDADE, ou
seja, por afirmarem ou negarem uma dada qualidade ou predicado a um certo
sujeito.
Exemplo:
1. Dizer que os filósofos são inteligentes é atribuir aos filósofos o predicado de ser
inteligente;
2. Por seu turno, dizer que os minhotos não são espanhóis é negar o predicado de
ser espanhol aos minhotos.
1. As setas que se cruzam indicam uma relação de contraditoriedade entre proposições com diferentes quantidades e
qualidades.
2. Por sua vez, a seta que se observa no topo do quadrado indica uma relação de contrariedade, que se verifica apenas
entre proposições universais.
3. Por último, a seta que se observa na base do quadrado indica uma relação de subcontrariedade, que se verifica
apenas entre as proposições particulares.
Mas o que são
exatamente proposições
contraditórias, contrárias
e subcontrárias?
Vejamos a seguinte tabela:
Duas proposições contrárias não Podem ser ambas falsas e, por isso, não são
Contrária podem ser ambas verdadeiras ao a negação uma da outra.
mesmo tempo. Todo rico é feliz
Nenhum rico é feliz
Duas proposições subcontrárias não Podem ser ambas verdadeiras, logo, não
Subcontrária podem ser ambas falsas ao mesmo são a negação uma da outra nem há entre
tempo. elas uma relação de oposição.
Algum rico é feliz
Algum rico não é feliz
Relações entre as proposições
Através das proposições e das setas do quadrado, podemos ver as varias relações que se podem
estabelecer entre A,E,I,O.
Vejamos:
Em síntese:
A negação de uma proposição
quantificada é um proposição com os
mesmos termos mas com diferente
quantidade e qualidade.
Vejamos:
A ponte da Arrábida fica em Lisboa ou no Porto - é verdadeira.
Mas, A ponte da Arrábida fica em Lisboa e no Porto - é falsa.
A chamada lógica proposicional é a teoria lógica que trata dos
argumentos que resultam do uso das conectivas.
Se Sócrates era filósofo, então era grego. P: Sócrates era filósofo. P→Q
Q: Sócrates era grego.
Se Sócrates era filósofo, era grego.
Dicionário:
• p = “Florbela gosta de Raimundo”.
• q = “Florbela é estudiosa”.
Formalização:
• ¬p ∧ ¬q
“Não é verdade que Raimundo seja trabalhador
e divertido”.
Dicionário:
• p = “Raimundo é trabalhador”.
• q = “Raimundo é divertido”.
Formalização:
• ¬(p ∧ q)
“Raimundo não é trabalhador mas é divertido”.
Dicionário:
• p = “Raimundo é trabalhador”.
• q = “Raimundo é divertido”.
Formalização:
• ¬p ∧ q
“Raimundo não é honesto ou ele gosta tanto de
Flor como de Beatriz”.
Dicionário:
• p = “Raimundo é honesto”.
• q = “Raimundo gosta de Flor”.
• r = “Raimundo gosta de Beatriz”.
Formalização:
• ¬p ∨ (q ∧ r)
“Raimundo gosta de Florbela ou de Beatriz, mas
não de ambas em simultâneo”.
Dicionário:
• p = “Raimundo gosta de Florbela”.
• q = “Raimundo gosta de Beatriz”.
Formalização:
• (p ∨ q) ∧ ¬(p ∧ q)
“Raimundo vai convidar Florbela, a não ser que
tenha de trabalhar”.
Dicionário:
• p = “Raimundo vai convidar Florbela”.
• q = “Raimundo tem de trabalhar”.
Formalização:
• ¬q → p
“Se Florbela admira Platão ou Aristóteles, então
não admira Descartes”.
Dicionário:
• p = “Florbela admira Platão”.
• q = “Florbela admira Aristóteles”.
• r = “Florbela admira Descartes”.
• Formalização:
• (p ∨ q) → ¬r
“Raimundo admira Platão se, e apenas se, não
admira Aristóteles nem Hume”.
Dicionário:
• p = “Raimundo admira Platão”.
• q = “Raimundo admira Aristóteles”.
• r = “Raimundo admira Hume”.
Formalização:
• p ↔ (¬q ∧ ¬r)
“Platão e Aristóteles são ambos filósofos, mas
Aristófanes não é”
Dicionário:
• p = “Platão é filósofo”.
• q = “Aristóteles é filósofo”.
• r = “Aristófanes é filósofo”.
Formalização:
• (p ∧ q) ∧ ¬r
“A inflação vai subir, a menos que o desemprego
se mantenha acima dos 10%”
Dicionário:
• p = “A inflação vai subir”.
• q = “O desemprego mantem-se acima dos 10%”.
Formalização:
•p∨q
TABELAS DE VERDADE
Vejamos a tabela: P ¬P
Portugal é uma monarquia Portugal não é uma monarquia
V F
F V
A tabela apresenta todas as circunstâncias possíveis na coluna da esquerda:
Neste caso, são apenas duas: P é verdadeira ou P é falsa.
Assim:
Quando P é verdadeira, a sua negação (¬P), é falsa;
Quando P é falsa, a sua negação (¬P), é verdadeira, como se verifica na coluna da direita.
A tabela mostra-nos, então, que a negação de uma proposição altera o valor de verdade da proposição da qual partimos:
Se esta é verdadeira, a sua negação é falsa e se for falsa, a sua negação é verdadeira.
Neste caso, encontramos duas proposições simples, que podem ser representadas pelas variáveis P e Q, respetivamente, as
quais estão ligadas por uma conectiva de conjunção.
Neste caso, encontramos também duas proposições simples, que podem ser representadas pelas variáveis P ou Q,
respetivamente, as quais estão ligadas por uma conectiva de disjunção.
PQ P∨Q
P: Mónaco é um estado Mónaco é um estado ou uma cidade
Q: Mónaco é uma cidade
VV V
VF V
FV V
FF F
Resumindo:
- A disjunção é verdadeira desde que uma das proposições que a compõem seja também verdadeira;
- Será falsa quando duas proposições componentes forem falsas.
No entanto, nas ditas disjunções exclusivas, o cenário pode ser ligeiramente diferente.
Vejamos:
Nesta proposição exclui-se a possibilidade de ele ter nascido em ambos os meses pelo que, sendo a conectiva
diferente, apresenta as seguintes condições de verdade:
PQ P⩒Q
Resumindo:
P: O Ricardo nasceu em junho O Ricardo nasceu em junho ou A tabela mostra
Q: O Ricardo nasceu em julho em julho que uma
VV F disjunção
exclusiva só é
VF V verdadeira
quando uma
das duas
FV V
proposições
componentes
FF F for verdadeira.
Consideremos agora uma CONDICIONAL / IMPLICAÇÃO:
Numa condicional chama-se antecedente à proposição que está associada ao “SE” e consequente à proposição
associada ao “ENTÃO”, mesmo que este esteja subentendido e independentemente de qual surge em primeiro
lugar.
PQ P→Q
VV V
VF F
FV V
FF V
NOTA: O facto de a antecedente ser falsa, NÃO implica que a condicional seja falsa também.
Atendendo ao exemplo, a Ana pode ter tirado uma nota diferente de 11 e ter passado na mesma.
Resumindo: uma condicional só é falsa quando a antecedente (a que vem antes de →) é verdadeira e a
consequente (a que vem depois de →) é falsa.
Finalmente, vejamos a tabela da BICONDICIONAL / CO-IMPLICAÇÃO.
A Ana passa de ano se e só se tiver pelo menos onze valores no exame de Filosofia
PQ P↔Q
VV V
VF F
FV F
FF V
Negação Conjunção
P Q P ^ Q
P ¬ P V V V
V F V F F
F V F
F V F F F
Disjunção Inclusiva Disjunção Exclusiva
P Q P V Q P Q P V Q
V V V V V F
V F V V F V
F V V F V V
F F F F F F
RECORDANDO:
P Q P ↔ Q
P Q P → Q
V V V
V V V
V F F V F F
F V V F V F
F F V F F v
Parece, portanto, relativamente simples determinar em que condições uma dada
proposição é verdadeira (ou falsa), mesmo sem fazermos qualquer tabela de verdade.
Formalização:
P ↔ (Q ∧¬R)
Uma tabela de verdade dá-nos a solução, não só nesse caso mas em todos os casos
possíveis.
Vejamos a tabela, que tem agora três variáveis (P, Q, R) e as combinações possíveis que aumentam para oito, em
vez de quatro:
Formalização: Metodologia:
P ↔ (Q ∧¬R)
1. Copiar da coluna Esquerda os valores
P Q R P ↔ (Q ∧ ¬ R) da variável P;
Exemplos:
Se tal acontecer, uma vez que seja, ficamos a saber que o argumento é
inválido.
inteligente.
P1 P ∨ Q
P2 ¬P
C ∴Q
O que fazemos agora é uma sequência de tabelas de verdade, uma para cada
PVejamos:
Q P∨Q ¬P ∴Q
1P 2P C
VV V F V
VF V F F
FV V V V
FF F V F
Cada linha da tabela corresponde a uma circunstância
possível.
Examinemos este Inspetor para ver se há alguma
circunstância em que as duas premissas sejam verdadeiras
e a conclusão falsa.
Ora, só na terceira circunstância as duas premissas são
verdadeiras.
Mas nessa mesma circunstância a conclusão também é
verdadeira. Logo, a forma argumentativa é válida.
Vejamos agora outro argumento:
Usando o dicionário:
P: Deus existe
Q: A vida faz sentido
Formalização:
P→Q
¬P
∴ ¬Q
Vejamos agora a tabela:
1P 2P C
PQ P→Q ¬P ∴ ¬Q
Circ. 1 VV V F F
Circ. 2 VF F F V
Circ. 3
FV V V F
Circ. 4
FF V V V
Como se vê, agora temos duas circunstâncias em que as duas premissas são verdadeiras.
Para sabermos se um argumento é válido nada mais temos de fazer senão atender à
forma como está estruturado.
É por isso que um argumento pode ser válido mesmo que nele se afirmem as
coisas mais inverosímeis do mundo.
Vejamos:
1P 2P C
PQ P → ¬Q Q ∴ ¬P
Circ. 1 VV F F V F
Circ. 2 VF V V F F
Circ. 3 FV V F V V
Circ. 4 FF V V F V
Forma argumentativa VÁLIDA porque não há a possibilidade
das premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa
d)
Se os cavalos têm asas, o ouro é azul;
P→Q
Acontece que os cavalos têm asas.
P
Logo, o ouro é azul.
∴Q 1P 2P C
PQ P→Q P ∴Q
Circ. 1 VV V V V
Circ. 2 VF F V F
Circ. 3 FV V F V
Circ. 4 FF V F F
Forma argumentativa VÁLIDA porque não há a possibilidade
das premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa
Regras de Inferência
Há muitos casos em que podemos dispensar o teste de validade
das tabelas de verdade, pois há formas de inferência válida
muito comuns e que são facilmente reconhecíveis.
Exemplo:
P A riqueza vem do trabalho
∴ ¬ ¬P Logo, não é verdade que a riqueza não vem do trabalho.
Modus Ponens & Modus Tollens
Duas inferências válidas muito usadas na argumentação são o
MODUS PONENS (modo de afirmação) e o MODUS TOLLENS
(modo de negação).
Modus Ponens
Se amo, então sou feliz P→Q
Afirmo o antecedente… (amo) P
∴ Afirmo o consequente (então sou feliz) ∴Q
Modus Tollens
Se amo, então sou feliz P→Q
Nego o Consequente… (Não sou feliz) ¬Q
∴ Nego o antecedente… (então, não amo) ∴ ¬P
Vejamos o seguinte:
Exemplo de Modus Ponens
Exemplo:
Outro Exemplo:
Vejamos:
P V Q – Paulo compra um carro ou guarda o dinheiro
¬P ------ Paulo não compra um carro
∴ Q ----- Então, Paulo guarda o dinheiro
Silogismo Disjuntivo
Outro Exemplo:
Vejamos:
P→Q Se amo então sou feliz
∴¬P→¬Q Não amo, então não sou feliz
seu conteúdo, violando, alguma regra formal das diversas que são tratadas no campo da lógica.
Messi é craque;
Este exemplo é um tipo do que chamamos de inferência lógica e pode ser logicamente apresentado
da seguinte maneira:
A=B
C=B
C=A
Falácias formais são, portanto, aquelas que podem
ser identificadas através da análise da forma lógica
de um argumento.
Vejamos:
Se P, então Q.
Q é verdadeiro.
Então P é verdadeiro.
O que torna esse argumento convincente muitas vezes é sua
semelhança com uma forma dedutivamente válida chamada de
Modus Ponens.
• Por sua vez, a segunda é parecida ao modus tollens. Mas, ao passo que o
modus tollens consiste na negação da consequente, a falácia consiste na
negação da antecedente, o que também não impede que as premissas sejam
verdadeiras e a conclusão falsa, ao mesmo tempo.
Vejamos:
Falácia da afirmação da
consequente
Modus Ponens Formalização Formalização
Se Deus existir, a vida
Se Deus existir, a vida P→Q tem sentido. Dado que
tem sentido. Deus P a vida tem sentido, P→Q
existe, segue-se que a ∴Q segue-se que Deus Q
vida tem sentido. existe. ∴P
Falácia da negação da
antecedente
Modus Tollens Formalização Formalização
Q = Hitler morreu.
Se P, então Q.
Ora, Q.
Logo, P.
• Exemplos:
1.
Se jogamos bem, ganhamos.
Ora, ganhámos.
Logo, jogámos bem.
Com uma frase condicional (Se P, então Q) dizemos que se P for verdadeira,
Q também é;
Mas não dizemos que a recíproca é verdadeira.
Se P, então Q.
Não-P.
Logo, não-Q.
• Exemplos:
1.
Se fores atingido por um carro quando tiveres 6 anos, morres
jovem.
Mas não foste atingido por um carro aos 6 anos.
Portanto, não vais morrer jovem.
Lógica informal
Falsa analogia
Apelo ilegítimo à autoridade
Apelo à ignorância
Falso dilema
Falácias informais Falsa relação causal
Boneco de palha
Derrapagem
Petição de princípio
Ad hominem
Ad populum
Quando um argumento é dedutivamente
válido, é impossível que tenha
conjuntamente premissas verdadeiras e
conclusão falsa.
A ideia de que a crise terminou proferida por Marcelo R. Sousa Falácia do apelo ilegítimo
O que é afirmado deve ser
pode ser consensual entre os políticos portugueses; mas a EU à autoridade
largamente consensual entre as
3 poderá estar longe da perspetiva portuguesa. (ausência de consenso)
autoridades da área.
A autoridade invocada não deve Se é invocada a opinião do Presidente sobre o termo da crise
ter fortes interesses pessoais ou económica, ele não deve ter interesses económicos objetivos Falácia do apelo ilegítimo
de classe no assunto. no estímulo ao consumo de um eventual produto produzido por à autoridade
4 (falta de imparcialidade)
alguma empresa em que ele possa ter participação.
FALÁCIAS INFORMAIS
Como vimos, uma falácia formal é uma dedução inválida que parece válida. Mas
há também as informais.
Temos, por isso, de olhar para outros aspetos como o próprio conteúdo do
que se afirma.
Algumas falácias informais já foram apresentadas, em
especial, as que constituem violações diretas dos critérios
de avaliação dos diferentes tipos de argumentos não
dedutivos:
1. Apelo à ignorância
Também conhecida pelo seu nome latino post hoc ergo propter hoc - depois disso;
logo, causado por isso - é um erro indutivo que consiste em concluir que há
uma relação de causa-efeito entre dois acontecimentos que ocorrem sempre em
simultâneo ou um imediatamente após o outro.
Esta inferência é falaciosa porque não se pode excluir, por exemplo, que ambos os eventos sejam
causados por um terceiro.
Neste caso, tanto o relâmpago como o trovão resultam de uma descarga elétrica.
Do mesmo modo, o carteiro toca à campainha da porta da Sara sempre que ela tem correio,
mas não é por causa do carteiro tocar à campainha que ela tem correio, mas sim porque
alguém decidiu escrever-lhe.
Noutras situações, o facto de dois acontecimentos ocorrerem sempre juntos pode ser meramente
acidental, sem que um seja causado pelo outro.
Por exemplo:
Sempre que viaja de avião o Carlos reza e este não cai.
Ora, não estamos autorizados a concluir que o avião não cai por causa da reza do Carlos.
3. Petição de princípio
Vejamos um exemplo:
Logo, é um reino.
5. Derrapagem
A falácia da derrapagem (ou bola de neve) baseia-se numa forma lógica válida:
Se P, então Q.
Se Q, então R.
Se R, então S.
Se S, então T
Logo, se P, então T.
Vejamos:
Se as Condicionais forem realmente falsas (apesar de parecerem verdadeiras), acabamos com uma
falácia:
Vejamos:
Esta falácia do boneco de palha atribui uma intenção que não existe e, ainda
que, por hipótese, existisse, isso não se poderia generalizar.
Para que a falácia do boneco de palha seja eficaz, é preciso que as pessoas
com quem estamos a discutir tenham um conhecimento muito superficial do
tema em causa.
A pessoa a afirmou P.
Logo, P é falso.
Vejamos um exemplo:
O Carlos é um jovem mimado, pelo que a sua opinião sobre qual o melhor dia para realizar a
festa de finalistas é errada.
Este argumento é falacioso porque não há relação entre o facto do Carlos ser ou não mimado e a
verdade ou falsidade acerca do melhor dia para realizar a festa de finalistas.
8. Ad populum
Esta falácia consiste em apelar à opinião da maioria (ou ao povo, do nome latino) para defender que uma
dada afirmação é verdadeira.
Logo, P.
Vejamos o exemplo:
A maioria das pessoas pensa que comer carne é bom para a saúde.
Logo, comer carne é bom para a saúde.
Nota:
A verdade ou falsidade desta afirmação depende da opinião das pessoas.
Porém, mesmo que assim seja, é injustificado considerar que a opinião dos que assim não pensa
é falsa.