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DEFINIÇÃO PROPÓSITO

Conceitos e definições sobre impacto Reconhecer que os avanços da


e risco ambiental e sua relação com as Engenharia podem levar a benefícios,
atividades antropogênicas. mas também a problemas nos três
Importância da elaboração de um pilares da sustentabilidade (economia,
planejamento ambiental e seus sociedade e ambiente). Identificar o
benefícios e análise de indicadores e desenvolvimento sustentável como a
ferramentas de sustentabilidade. forma mais adequada para minimizar
os impactos ambientais e maximizar
os benefícios para esses três pilares.

OBJETIVOS

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APRESENTAÇÃO
O consumo dos setores público e doméstico é uma condição determinante do
desenvolvimento sustentável e de seus componentes econômicos, ambientais e sociais.
Ele tem repercussões importantes no nível, no modo de produção e sobre a demanda de
recursos naturais utilizados. Embora o crescimento do consumo tenha incidências
positivas sobre o meio ambiente, ele também provoca o aumento do uso dos transportes
individuais, das atividades de lazer e de turismo, do consumo energético, do aumento da
utilização de embalagens e da produção de resíduos.

As ações da Agenda 21* abordam a


necessidade de modificar as práticas de
consumo e de produção para garantir um
desenvolvimento mais sustentável. Tais
transformações podem ser encorajadas
com a maior sensibilização dos
consumidores sobre o respeito ao meio
ambiente e o desenvolvimento de ações,
como a análise do ciclo de vida dos
produtos e a responsabilidade ampliada
dos produtores. Os governos podem
repensar o planejamento e criar uma via
para alinhar o consumo e a produção ao
desenvolvimento sustentável.

Fonte: Shutterstock

*Agenda 21: Principal documento elaborado com a contribuição de governos e sociedade


civil de 179 países durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992.

Em primeiro lugar, serão abordados os conceitos e as definições sobre impacto e risco


ambientais para compreender como as atividades antropogênicas podem impactar o
meio ambiente. Na sequência, você verá como deve ser elaborado um planejamento
ambiental e seus benefícios para enfrentar os desafios da sustentabilidade. Por fim, serão
apresentados indicadores e ferramentas de sustentabilidade.

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IMPACTOS AMBIENTAIS

Impacto significa mudança, seja ela positiva ou negativa. Existe um impacto


ambiental quando uma ação ou atividade produz alterações no meio ambiente ou
em algum de seus componentes.

Fonte: Shutterstock

O ambiente consiste em tudo ao nosso redor, ou, como afirmou o físico Albert Einstein:
(MILLER; SPOOLMAN, 2015) “Ambiente é tudo aquilo que não sou”. Logo, trata-se das
coisas vivas e inanimadas (ar, água e energia) com as quais interagimos em uma rede
complexa de relações que nos conectam uns aos outros e com o mundo em que vivemos.
Segundo a resolução 001/1986 do CONAMA, impacto ambiental pode ser definido como
“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas”
que afetam:

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A questão das atividades humanas é o elemento central do impacto ambiental, pois, para
que ocorra o impacto ambiental, deve haver alteração das propriedades físicas, químicas
e biológicas do meio em razão de atividades humanas. Essas alterações ocasionarão
impactos na saúde da população, em atividades sociais e econômicas, na biota etc.

Agora, pense nas suas atividades diárias.

Quais estariam causando impacto ambiental?

Fonte: Shutterstock

Se você acorda e escova os dentes, está adicionando compostos contidos na composição


da sua pasta de dente ao esgoto doméstico, não é?
Caso o esgoto da sua residência não seja tratado em uma Estação de Tratamento de
Esgoto, chegará às águas de um rio e causará impacto ambiental.

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Fonte: Shutterstock

Os problemas de qualidade do ar nas cidades também são exemplos de impacto.

Fonte: Shutterstock

Outro exemplo de atividade humana com grandes impactos ambientais é o uso de meios
de transportes movidos a combustíveis fósseis, que pioram a qualidade do ar e,
consequentemente, causam doenças respiratórias e ataques cardíacos.

Atenção
Embora as mudanças possam ocorrer em virtude de causas
naturais, apenas aquelas decorrentes da ação antrópica* são
tratadas nesse contexto. Desta forma, o termo impacto diz
respeito às alterações no meio ambiente físico, biótico e social
em razão de atividades humanas em andamento ou em fase de
proposta.

*Ação antrópica: Ação realizada pelo homem.

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A partir da definição apresentada, o impacto pode ser real* ou potencial*.
*Real: Quando a atividade já estiver em execução.
*Potencial: Resulta de uma atividade que ainda será praticada, que está na fase de
proposta.

De acordo com a definição de impacto ambiental, devemos considerar dois


aspectos importantes: o ecológico, orientado para os estudos de impactos
biológicos e geofísicos, e o humano, que contempla os aspectos sociais, políticos,
econômicos e culturais.

Analisar os impactos ambientais é qualificar e quantificar essas alterações. As análises


avaliam a qualidade ambiental com e sem determinada ação ou empreendimento. É
necessário realizar as avaliações antes da realização de um projeto para efetuar o
planejamento e a formulação de propostas do ponto de vista ambiental, ou seja,
considerar todos os fatores ambientais. Isso deve acontecer por parte do empreendedor
da atividade ou ação e por parte das autoridades públicas, quando aprovam ou rejeitam
uma proposta ou determinada alternativa.
Obrigatoriamente, os seguintes agentes modificadores do meio devem ser considerados
durante a avaliação de um possível impacto ambiental:

• Poluição atmosférica e da água;


• Uso e degradação dos solos;
• Substâncias radioativas;
• Ruído;
• Alterações na biocenose (fauna e flora);
• Uso do território e dos recursos naturais;
• Mudanças no uso do território;
• Expropriação do terreno e especulações
imobiliárias;
• Doenças;
• Variação da população;
• Taxa de emprego;
• Incrementos econômicos (comércio, serviços
Fonte: Shutterstock etc.);
• Locais histórico-culturais que possam ser
afetados;
• Moradia, infraestrutura viária e sanitária;
• Serviços comunitários;
• Equipamentos urbanos.

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Atenção
Os estudos de impacto ambiental devem avaliar as
consequências de determinada ação para prevenir alterações na
qualidade do ambiente após a execução de uma ação ou um
projeto.

RISCOS AMBIENTAIS

A análise de riscos ambientais é uma atividade correlata à


análise de impactos. As duas análises podem, inclusive, ocorrer
em conjunto. A análise de riscos envolve a identificação,
avaliação, o gerenciamento e a contenção de riscos ao ambiente
e à saúde pública. Os estudos de riscos ambientais antecipam
eventos ambientalmente maléficos, planejando ações de
controle e de emergência.

Um dos principais objetivos da produção e utilização comercial


de produtos e de várias áreas de atividade humana é a redução
do risco.

Fonte: Shutterstock

Observe que dois elementos determinam a extensão do risco ambiental:

O perigo propriamente dito e a exposição ao perigo.

É a fonte dos danos ou a externalidade Refere-se à trajetória entre a fonte dos


negativa, como emissões venenosas de danos e a população ou o recurso
fábricas ou produtos químicos tóxicos natural afetado.
derramados em um rio.

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Atenção
Embora o perigo e a exposição definam igualmente o risco
ambiental, cada um deles pode afetar o resultado
independentemente do outro. Isto é, alguns perigos são de menor
impacto relativo, mas afetam grande parte da população. Outros,
como alguns produtos químicos, são perigosos, mas a exposição
a eles é limitada.

Os riscos ambientais resultam de exposição a um perigo ambiental potencial. Os perigos


ambientais podem ser compostos químicos específicos ou misturas químicas, como
fumaça de cigarros, mesmo em fumantes passivos, e a fumaça proveniente do
escapamento de carros.
Eles também podem ser patogênicos (organismos vivos como bactérias e vírus, que
podem causar doenças em outro organismo), ou resultado da destruição da camada de
ozônio, das mudanças climáticas e da escassez de água.

Os riscos de um composto químico podem


envolver seus efeitos tóxicos ou o perigo
que ele representa para os trabalhadores e
para uma comunidade, por exemplo, por
causar uma explosão.
Os riscos têm sido historicamente
gerenciados de acordo com a questão da
exposição.
Por exemplo, a exposição pode ser
limitada quando os trabalhadores usam
roupas protetoras e equipamentos de
proteção individual (EPIs) ou quando se
utilizam sinais de notificação para
Fonte: Shutterstock caminhões que transportam produtos
químicos perigosos ou cargas infectantes.

Podemos representar o risco como uma equação matemática da seguinte forma:

Risco = f (perigo, exposição)

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Os riscos são produto de uma função de perigo e exposição. Se o perigo se
aproxima do infinitamente grande, os riscos só podem ser reduzidos a quase zero
se a exposição for reduzida a quase zero. No entanto, quando o perigo tende a
zero, a exposição pode se aproximar do infinito sem afetar significativamente o
risco.

Atenção
A redução do perigo é um modo muito mais garantido de diminuir
riscos do que a diminuição da exposição. Os fatores humanos
que desempenham um papel fundamental no sucesso da
limitação da exposição e que exigem um esforço consciente e
constante são muito menos cruciais em cenários de redução do
perigo.

Compare, por exemplo, a utilização de um solvente orgânico volátil, inflamável e um pouco


tóxico na limpeza e para desengraxar peças de metal usinado com o uso de uma solução
aquosa de um agente limpante atóxico.

Fonte: Shutterstock Fonte: Shutterstock

Para operar com o solvente de forma segura, Contudo, a solução de limpeza aquosa não
é necessária vigilância constante para evitar apresenta qualquer desses perigos, e
o perigo (formação de misturas explosivas alguma falha nas medidas de proteção não
com o ar ou a exposição excessiva dos causariam problemas.
trabalhadores à inalação do solvente).
Falhas nas medidas de proteção podem
causar um acidente grave ou lesões sérias.

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Atenção
As relações entre riscos, perigo e exposição são extremamente
importantes porque os métodos atuais para proteção da saúde
humana e do ambiente estão muito ligados ao paradigma de
riscos e dependem quase exclusivamente do controle da
exposição.

Os consequentes esforços da Engenharia para diminuir a probabilidade de exposição a


uma ampla variedade de perigos, incluindo intoxicantes, substâncias reativas, inflamáveis
e explosivos, têm sido significativos. Entretanto, essa estratégia é bastante cara. O pior de
tudo é que essa estratégia pode, como uma função da probabilidade, falhar no final.
Quando o controle à exposição falha, o risco é igual a uma função do perigo. Essa relação
implica a necessidade de projetar moléculas, produtos, processos, comportamentos
sociais e sistemas para que a saúde e a segurança não dependam de controles ou
sistemas que possam falhar ou ser sabotados (intencionalmente ou acidentalmente), mas
que dependam do uso de compostos químicos e materiais benignos (minimamente
perigosos).

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS E DAS ATIVIDADES


DE ENGENHARIA

O homem começou a interagir de maneira diferente com os ecossistemas


a partir do momento em que desenvolveu a agricultura e outras formas de
alterar a dinâmica do meio ambiente a seu favor. As alterações geradas
pelo ser humano tomaram proporções bem maiores nas últimas décadas,
com o desenvolvimento da sociedade e a busca dos países por
crescimento econômico.

A busca pela prosperidade econômica, além da própria existência das


sociedades como conhecemos, preveem a degradação ambiental e a
utilização de seus recursos. Algumas evidências disso seriam o aumento
de contaminantes provenientes de atividade industrial e mineração, o uso
insustentável de recursos naturais e a disposição inadequada de
resíduos.

Fonte: Shutterstock

A visão teológica e filosófica do homem como guardião da Terra vigora outra vez, agora
sob a ótica científica, muito mais por necessidade do que por benevolência para com a

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natureza. Assim, é de incumbência da humanidade examinar suas ações e harmonizá-las
para que possam assegurar a viabilidade de o planeta continuar habitável.
Os estudos de impactos e riscos ambientais são o primeiro passo racional nesse
processo, pois representam a oportunidade de o homem considerar, na sua tomada de
decisão, os efeitos de suas ações, o que normalmente não ocorre no mercado de troca de
bens e serviços. Esses efeitos precisam ser discutidos contra as vantagens econômicas
derivadas de determinada ação.
Qualquer projeto de Engenharia, grande ou pequeno, inclui uma série de decisões
tomadas pelos engenheiros em sua implantação. Às vezes, tais decisões revelam-se
equivocadas. Muitas delas, no entanto, tomadas diariamente centenas de vezes por
milhares de engenheiros, estão corretas e, assim, aprimoram o conjunto da civilização
humana, protegem o meio ambiente e reforçam a integridade dessa profissão.
Como raramente a tomada de decisões em Engenharia se mostra equivocada, esse
processo é pouco conhecido e discutido. No entanto, quando uma decisão se revela
equivocada, os resultados geralmente são catastróficos – um exemplo atual é a ciclovia
Tim Maia. Um trecho dessa ciclovia, na Avenida Niemeyer, que liga três bairros da Zona
Sul da cidade do Rio de Janeiro, caiu durante um temporal.

Fonte: Shutterstock

Como afirma Gray (VESILIND; MORGAN, 2015), médicos só podem ferir uma
pessoa por vez, ao passo que engenheiros têm potencial para ferir milhares,
devido a sistemas projetados incorretamente.

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Por exemplo, nos estágios preliminares do projeto de um
processo de manufatura, há bastante flexibilidade no
desenvolvimento de soluções que impeçam ou minimizem os
riscos por meio de decisões que eliminem o uso e a produção de
compostos químicos perigosos. Um engenheiro não projetaria
intencionalmente um processo de manufatura se o resultado
direto propiciasse que os trabalhadores da indústria e os
membros da comunidade contraíssem câncer ou que os peixes
de um rio local morressem após a exposição à descarga de água
residuária.

Infelizmente, contudo, os impactos adversos nos homens e nos ecossistemas são o


resultado de muitas de nossas práticas atuais de projeto de Engenharia. Os profissionais
estão agora adotando a “química verde” e a “engenharia verde” como meios para
desenvolver compostos químicos, materiais, processos e serviços que reduzam ou
eliminem o uso e a geração de substâncias perigosas, com riscos reduzidos à saúde
humana e ao ambiente. Tome como exemplo os edifícios.

Reflita, por alguns minutos, sobre a variedade de materiais


usados na construção de prédios, sobre a lista de materiais e
revestimentos usados para decorar e mobiliar uma construção e
sobre o número de compostos químicos usados durante a
operação e manutenção do edifício.

Quantos desses materiais estruturais, adesivos, selantes,


coberturas para o chão e paredes, componentes de mobiliário e
agentes de limpeza são selecionados com base em critérios para
maximizar a saúde e a produtividade dos habitantes do edifício,
com a minimização do impacto adverso potencial (os riscos) a
humanos e ao ambiente?

Infelizmente, a resposta a essa pergunta é a seguinte: muito


poucos. O projeto verde de edifícios leva em consideração a
saúde dos ocupantes e o impacto no ambiente associados a
escolhas de materiais. Ambientes internos mal projetados e
gerenciados têm um grande impacto econômico adverso na
sociedade, além do aumento dos custos da saúde e a menor
produtividade no trabalho.

Fonte: Shutterstock

Nos anos 1970, os cientistas Paul Ehrlich e John Holdren desenvolveram um modelo
simples que mostrava como o tamanho populacional (P), a afluência ou o consumo de
recursos por pessoa (A) e os efeitos ambientais benéficos e prejudiciais das tecnologias

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(T) ajudam a determinar o impacto ambiental (I) das atividades humanas (uma estimativa
aproximada do quanto a humanidade está degradando o capital natural de que depende).
Podemos resumir esse modelo de forma simples:

Impacto (I) = População (P) x Afluência (A) x Tecnologia (T)

Algumas formas de tecnologia – fábricas poluentes, usinas de energia e carvão e veículos


movidos a combustíveis fósseis – elevam o impacto ambiental e aumentam o fator T na
equação. Outras tecnologias, ao reduzirem o impacto ambiental, diminuem o fator T. Os
exemplos são:

Controle da poluição e tecnologias de Turbinas eólicas e células solares, que


prevenção. geram eletricidade sem poluir e carros
com combustível eficiente.

Em outras palavras, algumas formas de tecnologia são ambientalmente perigosas e


outras, benéficas.
Na maioria dos países menos desenvolvidos, os fatores principais do impacto ambiental
total são o tamanho da população e a degradação dos recursos renováveis, como o
número crescente de pessoas pobres. Nos países desenvolvidos, as altas taxas de uso de
recurso per capita e o consequente alto nível de poluição e degradação ambiental são, em
geral, os fatores utilizados para determinar o impacto ambiental total.

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VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. O consumo mundial de água aumentou mais de seis vezes em menos de um século,


mais que o dobro das taxas de crescimento da população. Em nível global, os recursos
hídricos tendem a se tornar mais escassos, devido aos processos de uso e de poluição
crescentes, caso não haja ações enérgicas para a melhoria da gestão da oferta e da
demanda da água. No contexto da influência das atividades antrópicas para a qualidade
das águas, qual das opções a seguir não possui relação com a poluição das águas.

a) Produção de alimentos com utilização de agrotóxicos.


b) Produção de alimentos com utilização de fertilizantes.

c) Operação de uma empresa, com LO, na produção de solventes.

d) Cemitérios.

Comentário
Parabéns! A alternativa C está correta.
A produção de alimentos com agrotóxicos e fertilizantes apresenta a possibilidade de
contaminação da água, visto que, por exemplo, com a chuva, ocorre a lixiviação dos
agrotóxicos e dos fertilizantes que podem se infiltrar e contaminar as águas subterrâneas
ou um rio. Os agrotóxicos são compostos difíceis de serem degradados e, portanto,
permanecerão no ambiente durante longos períodos. Já os fertilizantes contribuem para a
eutrofização (crescimento excessivo das plantas) nos corpos hídricos, pois o objetivo da
aplicação desses componentes é fornecer nutrientes para a plantação; porém, em
excesso nas águas, causam desequilíbrio. Para cemitérios e lixões, há atividades que
podem gerar o necrochorume e o chorume, líquido proveniente da decomposição da
matéria orgânica. Assim, em um terreno sem preparação adequada, esses líquidos se
infiltrarão no solo e contaminarão a água subterrânea. Em relação à operação de uma
empresa de produção de solventes, como qualquer outra empresa que contenha licença
ambiental, ainda sendo especificada a licença de operação (LO), já é previsto o tratamento
dos efluentes gerados por essa empresa. Dessa forma, a empresa não poderá contaminar
um rio, por exemplo.

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2. A respeito das questões ambientais e do desenvolvimento sustentável que permeiam
as discussões da sociedade atual, assinale a opção correta:

a) O conceito de desenvolvimento sustentável começou a ser elaborado no início do


século XVI, antes mesmo da Primeira Revolução Industrial.

b) Em 1972, em Estocolmo, na Suécia, representantes de 113 países reuniram-se para


debater questões relativas ao meio ambiente. Esse encontro é considerado como a
primeira mobilização em torno desse tema.

c) Em 1992, o Rio de Janeiro abrigou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente
e o Desenvolvimento (Rio-92). Nesse encontro, foi assinado o Protocolo de Quioto por
todos os países que participaram do evento.
d) Em 2002, o Egito abrigou a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável.
Nesse encontro foram discutidas somente questões relacionadas ao meio ambiente. Esse
encontro recebeu a denominação de Rio + 10, pois aconteceu dez anos após a
conferência do Rio-92.

Comentário
Parabéns! A alternativa B está correta.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecida
como Conferência de Estocolmo, em 1972, foi a primeira grande reunião de chefes de
estado organizada pelas Nações Unidas (ONU) para tratar das questões relacionadas à
degradação do meio ambiente. As conferências internacionais posteriores, como a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no
Rio de Janeiro, em 1992, conhecida como ECO-92, e o Protocolo de Quioto, em 1997,
contribuíram para que a questão ambiental ganhasse, cada vez mais, importância nas
questões políticas nos domínios de gestão nos níveis regional, nacional e internacional.
Dez anos após e Eco-92, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre
Ambiente e Desenvolvimento sustentável em Joanesburgo (África do Sul). Nos debates,
os países revisaram as metas da Agenda 21, um dos principais resultados da Eco-92.

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PLANEJAMENTO AMBIENTAL

Por definição, planejar significa elaborar, em


etapas e com bases técnicas, planos e
programas com objetivos definidos. Todas as
atividades humanas requerem planejamento.
Necessitamos de organização, de controle, do
estabelecimento de metas.

Fonte: Shutterstock

Você já realizou seu planejamento para esta semana? Quais são seus objetivos
para o dia de hoje? De que maneira você alcançará esses objetivos?

Respondendo a essas questões, você realiza etapas de um planejamento.

O planejamento deve ser encarado como a execução de um plano norteador para o futuro,
estabelecendo os objetivos e, na sequência, propondo os mecanismos para que eles
sejam alcançados. Porém, é preciso ter em mente que um planejamento não segue uma
única fórmula, pois algumas habilidades são necessárias para realizar um planejamento,
como, por exemplo, a capacidade de inovar e perceber necessidades de mudanças.

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ALGUNS ELEMENTOS SÃO
FUNDAMENTAIS EM UM
PLANEJAMENTO, TAIS COMO:
• Postura proativa, com a orientação do
plano de ação para o futuro;
• Orientação em curto, médio e longo
prazos;
• Apresentação de vulnerabilidade,
riscos e potencialidades;
• Oferecimento de diferentes
possibilidades de ação, conforme
circunstâncias variáveis no tempo;
Fonte: Shutterstock • Listagem de recursos tecnológicos e
financeiro necessários.

O planejamento ambiental* exige uma abordagem interdisciplinar e integrada por causa


do caráter complexo das questões ambientais. Profissionais de várias formações
acadêmicas estão envolvidos com questões de planejamento ambiental, como
engenheiros, químicos, geógrafos, biólogos, economistas, sociólogos e profissionais de
nível técnico.
*Planejamento ambiental: Ordenamento e sistematização de ações e exercícios para
conservação e proteção ambiental, bem como um estudo que propõe resoluções para
problemas futuros na esfera ambiental.

Saiba mais
Geralmente, esses profissionais estão concentrados em órgãos
públicos municipais, estaduais ou federais. Porém, o setor
privado, por pressões sociais, políticas e econômicas, tem
percebido a importância dos aspectos ambientais e vem
desenvolvendo mais trabalhos com profissionais permanentes
em seu quadro ou com consultores ambientais temporários.

Vamos conhecer agora um exemplo na prática?

Analisaremos uma bacia hidrográfica, onde se pretende melhorar a qualidade da água


fluvial.

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Fonte: Shutterstock

Após esse ciclo ser avaliado e o


objetivo considerado alcançado, o
No primeiro ciclo de planejamento próximo ciclo poderia ter o objetivo
ambiental, o objetivo principal seria de diminuir a Demanda Bioquímica
a diminuição da turbidez, com a de Oxigênio (DBO), com a eliminação
contenção de processos erosivos do lançamento de efluentes não
pontuais e dispersos e replantio de tratados no curso fluvial, a detecção
mata ciliar. das fontes lançadoras e seu
redirecionamento para uma Estação
de Tratamento de Esgoto.

O principal objetivo de um planejamento ambiental é atingir o desenvolvimento


sustentável, minimizando os impactos, preservando e conservando os recursos naturais.
Há muitas maneiras de alcançar os objetivos de um planejamento ambiental.

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Atenção
Como já mencionado anteriormente, não existe uma fórmula
única. Os mecanismos, isto é, as formas de implementação do
planejamento, dependerão do contexto político, econômico,
institucional e cultural em que o planejamento ocorre.

DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE

Um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade


vem da demanda por materiais de que o homem
necessita, ou ao menos quer para satisfazer seus
desejos por padrões de vida mais elevados. Os materiais
necessários às sociedades contemporâneas podem ser
fornecidos por fontes extrativistas (não renováveis) ou
renováveis.

A utilização de recursos minerais tem fortes laços com a


tecnologia, a energia e o ambiente. As perturbações em
um desses elementos, normalmente, causam
perturbações nas outras. Pense no seguinte exemplo:

Fonte: Shutterstock

As reduções nos níveis de poluentes presentes nos gases de


escape de automóveis, para diminuir a poluição do ar, exigem o
uso de dispositivos catalisadores, que contêm metais do grupo
platina, um recurso mineral valioso e insubstituível. Assim,
podemos perceber que precisamos extrair um recurso não
renovável, a platina, para diminuir a poluição do ar.

Apesar dos nossos muitos avanços científicos e tecnológicos, somos totalmente


dependentes do ambiente para ter ar e água limpos, além de comida, abrigo, energia e
tudo mais de que precisamos para nos mantermos vivos e saudáveis. Como resultado,
somos parte e não estamos à parte do restante da natureza.
Há amplas evidências e concordâncias de que estamos degradando o nosso próprio
sistema de suporte à vida e que, neste século, tal comportamento ameaçará a civilização
humana e a existência de até metade das espécies do mundo. Parte do problema decorre
da ignorância sobre como a Terra funciona, sobre como nossas ações afetam seus

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sistemas de sustentação da vida e como podemos mudar nosso comportamento em
relação ao planeta e, portanto, em relação a nós mesmos. A correção dessa ignorância
começa pela compreensão de três ideias importantes, que formam a base da
conscientização ambiental:

1. O capital natural 2. Nossas pegadas 3. Os pontos ecológicos de


(recursos e serviços ecológicas* são imensas e ruptura e alterações
naturais que mantêm o estão se propagando com climáticas são irreversíveis, o
homem e outras espécies rapidez. Na verdade, já que significa que nunca
vivos e sustentam nossas excederam a capacidade devem ser ultrapassados.
economias, como o Sol) é ecológica da Terra. Uma vez ultrapassados, nem o
importante porque sustenta dinheiro nem a tecnologia nos
a vida na Terra. salvarão das consequências
prejudiciais, que poderão
durar milhares de anos.

*Pegada ecológica: Metodologia que contabiliza e avalia a pressão do consumo das


populações humanas sobre os recursos naturais.

O desejo de aprimorar a qualidade de vida mediante a melhoria da qualidade ambiental e


a maior consciência da limitação dos recursos naturais é fundamental para o
entendimento da divergência entre a proteção do meio ambiente e o crescimento
econômico.

Atenção
Fica evidente a necessidade de obter um completo
conhecimento, dispondo de uma série de informações sobre
implantação de realizações industriais, urbanas, turísticas,
energéticas e de obras públicas, para que a opinião pública possa
se pronunciar, julgar e avaliar realmente se os efeitos dessas
realizações são ou não importantes.

Em Engenharia, raramente há “o melhor jeito” de projetar alguma coisa. Caso houvesse, a


Engenharia se estagnaria, a inovação cessaria, e a paralisia técnica iria se estabelecer.
Assim como temos de reconhecer que não há uma única obra de arte perfeita, como, por
exemplo, uma pintura, também não existe uma instalação perfeita de tratamento de água.
Se houvesse uma pintura ou uma instalação perfeita, todas as instalações de tratamento
do futuro se pareceriam com ela, assim como todas as pinturas seriam iguais.

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O estudante de Engenharia costuma aprender, durante os primeiros anos do curso, que
todas as lições de casa e questões de prova possuem uma única resposta “certa”, sendo
todas as outras “erradas”. Porém, na prática da profissão, muitas decisões técnicas
podem estar certas, o que faz com que um problema possa apresentar várias soluções
técnicas igualmente corretas.

Quando pensamos nos desafios da sustentabilidade, precisamos lembrar que, na


crosta terrestre, existem recursos renováveis e não renováveis.

A energia solar é chamada de recurso


renovável* porque seu fornecimento é
contínuo, com a expectativa de que ele dure,
no mínimo, seis bilhões de anos, até o
momento em que o Sol complete o seu ciclo
de vida. A natureza leva períodos que vão de
vários dias a centenas de anos para se
reconstituir. Os recursos renováveis existem
por meio de processos naturais, o que
significa que não podemos usá-los mais
rápido do que a natureza pode renová-los.
A taxa mais elevada na qual um recurso
renovável pode ser usado indefinidamente
sem reduzir seu suprimento disponível é
chamada rendimento sustentável. Outros
recursos, como ouro e ferro, por exemplo,
existem em quantidade ou estoque fixos. Em
Fonte: Shutterstock uma escala de tempo muito mais curta dos
seres humanos, de centenas a milhares de
anos, esses recursos podem ser esgotados
muito mais rápido do que são formados.

Os estoques esgotáveis incluem recursos de:

Fonte: Shutterstock Fonte: Shutterstock Fonte: Shutterstock

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Alguns analistas acreditam que a engenhosidade do homem encontrará substitutos
quando os suprimentos de minerais fundamentais se tornarem muito caros ou escassos.
Podemos tentar encontrar substitutos para os recursos escassos, reduzir o desperdício
de recursos e reciclar e reutilizar minerais.

A forma mais sustentável de usar os


recursos minerais não renováveis
(especialmente metais escassos, como o
ouro, ferro, cobre, alumínio e platina) é
reciclá-los ou reutilizá-los. A reciclagem
tem impacto ambiental muito menor do
que a mineração e o processamento de
metais a partir de minérios.
A reciclagem de latas de bebidas e sucata
de alumínio produz 95% menos poluição
do ar, 97% menos poluição da água e usa
95% menos energia do que a mineração e
o processamento de minério de alumínio.
Como no processo de limpeza e
reutilização os itens não são fundidos nem
Fonte: Shutterstock reprocessados, o impacto ambiental é
muito menor.

Saiba mais
O Japão tem investido fortemente na extração e reciclagem de
ouro, platina e vários metais de terras-raras encontrados no lixo
eletrônico, que são vistos como minas urbanas. Se pensarmos
somente nos celulares como exemplo de lixo eletrônico, vemos
que eles possuem 35,10% de metais, como alumínio, ferro, cobre,
cobalto, zinco, níquel, estanho, ouro, prata, entre outros.
Estudos indicam que, em abril de 2019, havia 230 milhões de
celulares ativos no Brasil. Faça as contas! Se supormos que cada
celular tem uma massa de 100 gramas, teremos
aproximadamente 8.050 toneladas de metais.

Por falar em metais de terras-raras, você sabe quais são eles e qual
a sua importância?

Os 17 elementos ou metais de terras-raras, que incluem escândio e ítrio e 15 lantanídeos,


encontram-se perto da parte inferior da tabela periódica. Por causa da força magnética e
de outras propriedades únicas, esses elementos e os seus minerais (sobretudo os óxidos
que podem ser convertidos em metais de terras-raras) são muito importantes para as
tecnologias modernas amplamente utilizadas.

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Esses metais são utilizados, por exemplo, em telas de cristal líquido para computadores,
telas de TV e outros dispositivos eletrônicos, energia fluorescente, lâmpadas LED, células
solares, chips de computadores, baterias recarregáveis, cabos de fibra óptica, telefones
celulares, baterias e motores para carros elétricos. Metais de terras-raras também são
vitais para as aplicações militares, tais como sistemas de orientação de mísseis, bombas
inteligentes, lasers, radares, eletrônica de aeronaves e satélites. Também existe a
possibilidade de encontrar substitutos para os minerais escassos por meio da
nanotecnologia.

Já ouviu falar em nanotecnologia?

A nanotecnologia usa a ciência e a Engenharia para manipular e criar


materiais a partir de átomos e moléculas em escala ultrapequena, com
menos de 100 nanômetros. O ponto final desta frase tem cerca de um
milhão de nanômetros de diâmetro.

Fonte: Shutterstock

Na escala nanométrica, os materiais convencionais têm propriedades não convencionais


e inesperadas. Os cientistas planejam usar substâncias abundantes, como carbono,
silício, titânio e boro, para criar medicamentos, células solares e até carrocerias de
automóveis.
Os nanomateriais já foram usados em mais de 1.100 produtos de consumo, e esse
número está crescendo rapidamente. Alguns desses produtos são: revestimentos
resistentes a manchas e livres de rugas em roupa, meias que se alimentam de odores,
revestimentos autolimpantes em óculos de sol e para-brisas, protetores solares, produtos
de cuidados da pele que penetram profundamente e embalagens de alimentos que
liberam partículas de prata para matar bactérias, leveduras e fungos.

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Então, qual é a dificuldade?

Idealmente, esse processo de fabricação de baixo para cima ocorreria com pouco dano
ambiental, sem esgotamento de recursos não renováveis e com muitos potenciais
benefícios ambientais. Porém, há preocupações relacionadas a alguns possíveis efeitos
indesejados e prejudiciais para a saúde dos seres humanos.
À medida que as partículas ficam menores, tornam-se mais reativas e potencialmente
tóxicas para os seres humanos e outros animais. Estudos de laboratório mostram que as
nanopartículas podem passar da placenta da mãe para o feto e se mover da passagem
nasal para o cérebro.

Saiba mais
De acordo com muitos analistas, são necessárias duas etapas
antes de a nanotecnologia ser expandida mais amplamente. Em
primeiro lugar, é preciso investigar cuidadosamente os seus
riscos potenciais. Em segundo, o desenvolvimento de diretrizes e
regulamentos para controlar suas crescentes aplicações até que
saibamos mais sobre os efeitos potencialmente nocivos dessa
nova tecnologia devem ser priorizados.

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VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. Quanto ao planejamento ambiental, assinale a alternativa correta.

a) A proteção do meio ambiente e a sustentabilidade econômica e de recursos naturais


são possíveis sem que sejam necessárias transformações nos ambientes urbanos.
b) Qualidade de vida não está relacionada à proteção do meio ambiente.
c) O diagnóstico é uma das etapas mais simples do planejamento ambiental.

d) A identificação dos objetivos é uma das etapas mais importantes do planejamento


ambiental.

Comentário
Parabéns! A alternativa D está correta.
A identificação dos objetivos é uma das etapas mais importantes do planejamento
ambiental, pois afeta as etapas seguintes do planejamento. O objetivo, ou os objetivos,
deve indicar o ponto a que se quer chegar. Após destacar os objetivos, é preciso passar
para a etapa de diagnóstico, em que são levantadas as informações. A informação é,
portanto, a base para o planejamento ambiental. Na sequência, tem-se o prognóstico, o
momento de olhar para as possíveis tendências, os cenários e as alternativas futuras. O
planejamento levanta as informações ambientais, sociais, econômicas, políticas etc.,
sobre o passado e o presente, sempre olhando para o futuro e tentando identificar as
tendências e cenários futuros na região estudada.

2. Você estudou que uma das fases de um planejamento ambiental é a fase de


prognóstico. Esta fase representa o momento de olhar para as possíveis tendências,
cenários e alternativas futuras.
Suponha que você trabalha em uma empresa que produz alumínio metálico, em uma
equipe que está elaborando um planejamento ambiental. Como o alumínio não é
encontrado diretamente em estado metálico na crosta terrestre, sua obtenção parte da
mineração da bauxita e segue para as etapas posteriores de refinaria e redução. Grande
quantidade de energia é gasta na obtenção do alumínio metálico, principalmente no
processo de redução.
Devido ao grande consumo de energia, a empresa tem sua própria usina termoelétrica,
que utiliza como combustível carvão mineral (recurso não renovável) para gerar parte da
energia que é consumida. O objetivo do planejamento ambiental que está sendo
elaborado é controlar as emissões atmosféricas liberadas nos processos industriais da
empresa.

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Indique qual opção se enquadra na fase de prognóstico do planejamento ambiental
realizado pela sua equipe, visando o desenvolvimento sustentável.

a) Substituição do carvão mineral pelo carvão vegetal.


b) Utilização de gás natural.
c) Construção de uma usina hidrelétrica.

d) Instalação de placas solares.

Comentário
Parabéns! A alternativa D está correta.
A melhor alternativa é utilizar recursos renováveis como o Sol e a água, porém, para a
geração de energia a partir da construção de uma usina hidrelétrica, muito impacto será
causado na fase inicial da construção. Desta forma, a melhor alternativa seria a geração
de energia a partir de placas solares.

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MÉTRICAS E INDICADORES
DE SUSTENTABILIDADE
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) adotou a
Agenda 21* para transformar o desenvolvimento
sustentável em uma meta global aceitável. Para
colocar os princípios da sustentabilidade em prática
e adotar as orientações da Agenda 21, essa
conferência criou a Comissão de Desenvolvimento
Sustentável, cuja principal responsabilidade é
Fonte: Rio-92 monitorar os progressos alcançados, utilizando, por
exemplo, indicadores* de desenvolvimento
sustentável.

*Sobre a Agenda 21 e a Rio-92: A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento é mais conhecida como Rio-92. A Agenda 21 foi assinada por 179
países, criando um programa de ação baseado em um documento de 40 capítulos.
*Indicadores: Um indicador, em geral, é algo que aponta para uma questão ou para uma
condição. Seu propósito é mostrar se um sistema está funcionando bem. Se houver um
problema, um indicador pode ajudar a determinar qual direção tomar para resolver a
questão.

Os indicadores devem ser observados a partir de suas funções (BELLEN, 2004),


que são:

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Um exemplo de indicador é o medidor de gasolina de um carro,
que mostra o quanto de combustível ainda há no veículo. Se o
medidor indicar que o tanque está quase vazio, você sabe que é
hora de abastecer.
Outro exemplo de indicador é um boletim de meio período
escolar, que mostra se o aluno está se saindo suficientemente
bem para cursar a próxima etapa ou se é necessária ajuda extra.
Os dois indicadores fornecem informações para ajudar a prevenir
ou a resolver problemas antes que eles se tornem graves demais.

Um indicador de sustentabilidade mede o Quando se trata de indicadores


progresso no sentido de um objetivo de ambientais, algumas aproximações são
sustentabilidade ser alcançado. O conceito feitas utilizando o sistema de média (água,
de desenvolvimento sustentável abrange ar, solo, recursos), ou o sistema de metas,
muitas questões e dimensões. Isso se com os parâmetros legais como objetivos
reflete nos sistemas de indicadores mais dos indicadores.
conhecidos que atuam em diferentes
Para a questão da água, por exemplo,
dimensões, procurando mensurar a
existe o Índice de Qualidade de Água (IQA),
sustentabilidade do desenvolvimento. desenvolvido para avaliar a qualidade da
Desta forma, indicadores de água para o abastecimento público. O IQA
sustentabilidade devem representar a é calculado com base em alguns
natureza multidimensional da parâmetros, como temperatura da água,
sustentabilidade, considerando as facetas pH e oxigênio dissolvido. As variáveis de
ambiental, social e econômica. qualidade, que fazem parte do cálculo do
IQA, refletem, principalmente, a
contaminação dos corpos hídricos

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ocasionada pelo lançamento de esgotos
domésticos. Um valor baixo de IQA indica
a má qualidade da água para
abastecimento.

Atualmente, a maior fonte de indicadores ambientais é a publicação regular


da Organization for Economic Cooperation and Development* (OECD), que fornece um
primeiro mecanismo para monitoramento do progresso ambiental para os países que
fazem parte da instituição.
*Organization for Economic Cooperation and Development: A Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico é um fórum com 36 países, fundado em
1961, para estimular o progresso econômico e o comércio mundial.

Os indicadores ambientais da OECD são


regularmente utilizados nos exames dos
desempenhos ambientais. Trata-se de
uma valiosa ferramenta para o
acompanhamento da integração das
decisões econômicas e ambientais, para a
análise das políticas de meio ambiente e
avaliação dos resultados. O sistema utiliza
o modelo PSR (Pressure, State,
Response*), um dos sistemas que vem
Fonte: OECD
adquirindo cada vez mais importância
internacionalmente.
*Pressure, State, Response: Pressão, estado, resposta.

Entenda:

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Conheça, a seguir, outros exemplos de indicadores:

Outra abordagem da O fluxo de materiais e Quanto à dimensão


dimensão ecológica faz energia é importante, mas econômica, sistemas de
referência a indicadores não é o único aspecto indicadores relacionados
relacionados a Transporte e relevante no que diz ao desenvolvimento
Fluxo de Material, Consumo respeito à sustentabilidade. sustentável têm surgido
Total de Material (TMC – Um dos aspectos mais com mais força nos últimos
Total Material importantes para manter o tempos. Um sistema
Consumption) e a recursos capital natural é a interessante de indicadores
e energia, como o Indicador manutenção da diversidade econômicos é o Monitoring
de Entrada Total de biológica. Nesse campo, Environmental Progress
Material (TMI – Total outro indicador (MEP)*, desenvolvido pelo
Material Input). Embora o parcialmente conhecido é o Banco Mundial, que se
propósito do indicador seja biodiversity indicators for fundamenta na ideia de que
ambiental, a metodologia policy-makers, do World a sustentabilidade é
utilizada para o cálculo é Resources Institute (WRI)*. medida por uma riqueza per
econômica. capita não decrescente.

O Instituto de Recursos
Mundiais foi criado em
1982, em resposta às
preocupações ambientais
das décadas de 1960 e
1970.

*biodiversity indicators for policy- makers, do World Resources Institute (WRI):


13 World Resources Institute
O Instituto de Recursos Mundiais foi criado em 1982 em resposta às preocupações
ambientais das décadas de 1960 e 1970.
*Monitoring Environmental Progress (MEP):
Monitoramento do Progresso Ambiental.
Os primeiros relatórios de riqueza foram produzidos em 1995.

Existem também numerosos exemplos de indicadores relacionados à dimensão social da


sustentabilidade. Veja abaixo alguns deles:

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Um dos que tem merecido maior destaque Existem várias tentativas para avaliar a
ultimamente é o Índice de sustentabilidade. A partir de sistemas
Desenvolvimento Humano (IDH). Ele foi mais específicos, foram elaboradas
desenvolvido pelo Programa das Nações formas para integrar as diversas
Unidas para o Desenvolvimento, que, em dimensões da sustentabilidade. O Driving
seu relatório, sugere que a medida do force, State, Response (DSR)* é um dos
desenvolvimento humano deve focar três métodos mais conhecidos para integrar as
elementos: longevidade, conhecimento e diversas dimensões do desenvolvimento
padrão de vida descente. sustentável. Esse método foi adotado pela
Comissão de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas, em 1995,
Para o item longevidade, o padrão como uma ferramenta capaz de organizar
considerado é a expectativa de vida ao informações sobre o desenvolvimento.
nascimento, que é associada à nutrição
adequada e a um bom sistema de saúde,
por exemplo. O conhecimento se refere à O sistema DSR foi desenvolvido a partir do
capacidade de leitura ou ao grau de sistema PSR utilizado pela OECD. No
alfabetização, algo necessário para a vida sistema DSR, o item pressure (P) foi
produtiva dentro da sociedade moderna. substituído por Driving force (D), para que
Para verificar o padrão de vida, o indicador fosse possível incorporar os aspectos
mais confiável e com maior facilidade de sociais, econômicos e institucionais do
obtenção é a receita per capita. desenvolvimento sustentável.

*Response: Indicadores do item Response mostram as opções políticas e outras


respostas às mudanças no estado do desenvolvimento sustentável. Um exemplo desse
tipo de indicador inclui o tratamento de água poluída e gastos na diminuição da poluição.

Atenção
Apesar da existência de diversos sistemas relacionados à
medida da sustentabilidade, há elementos que ainda não foram
devidamente estudados e desenvolvidos. Podemos recordar
rapidamente alguns desses aspectos, como a
multidimensionalidade do conceito de desenvolvimento
sustentável, a complexidade que decorre da agregação de
variáveis não relacionadas diretamente, a questão da
transparência e sistemas de avaliação, a existência dos
julgamentos de valor e sua ponderação nos diversos sistemas, o
tipo de processo decisório envolvido, assim como o tipo de
variável envolvida (qualitativa, quantitativa ou ambas).

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FERRAMENTAS DE SUSTENTABILIDADE

O amplo objetivo do desenvolvimento sustentável exige mudanças


fundamentais no modo como a sociedade toma as decisões. O desafio
é obter prosperidade econômica, alterando a atividade do mercado, de
modo que os recursos naturais e o meio ambiente sejam protegidos.

Efetuar mudanças dessa magnitude exige um conceito diferente de


política do que aquele que se apoia em regras e limites, isto é,
instrumentos de controle que frequentemente se opõem ao incentivo
de mercado do poluidor. Se a sociedade deve manter um
compromisso de longo prazo para preservar a Terra, é preciso que haja
uma motivação para fazê-lo, além da fuga das penalidades por não
cumprir as leis.

A motivação deve ser compatível com os incentivos econômicos. A


premissa é que o crescimento econômico e a qualidade ambiental
possam ser objetivos reforçadores, e não concorrentes. As percepções
precisam ser mudadas para reconhecer que a preservação dos
recursos e a redução da poluição podem intensificar os interesses
privados, bem como os sociais.

Fonte: Shutterstock

Atenção
Concomitantemente ao incremento do planejamento ambiental e
a gestão para um desenvolvimento sustentável, foram criados
preceitos sobre a maneira como esses processos devem ocorrer,
com leis especificas, normas técnicas e diretrizes de conduta.
Esses preceitos formam um arcabouço de conhecimento e
permitem que o processo de planejamento e gestão para o
desenvolvimento sustentável se torne cada vez mais eficiente.

Nesse processo, dois grupos podem ser apresentados:

Conheça mais sobre esses grupos a seguir.

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INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL TERRITORIAL
Dos instrumentos relacionados à Gestão Ambiental Territorial, um dos mais conhecidos e
utilizados é o zoneamento.

O zoneamento é usado para o


planejamento ambiental e do uso do solo.
Vale destacar que zoneamento significa
definir ou criar zonas com funções
específicas. Em um ambiente urbano,
podem ser criadas zonas residenciais, de
circulação e de produção. Outros
exemplos são as zonas de conservação
ou preservação ambientais, que estão
inseridas em um zoneamento ambiental
ou ecológico econômico (ZEE).

Fonte: Shutterstock

O ZEE é um instrumento de ordenação territorial que deve ser obrigatoriamente


considerado durante a implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas. Ele
tem a função de definir medidas e padrões de proteção ambiental para a manutenção da
qualidade do ambiente, dos recursos hídricos e do solo, como também da conservação da
biodiversidade, colocando em prática os preceitos do desenvolvimento sustentável.

Resumindo, o zoneamento normatiza as atividades que podem ser desenvolvidas


em cada zona e indica de que maneira ela pode ser utilizada. Cada tipo de zona
apresenta normas específicas quanto ao funcionamento e desenvolvimento das
atividades que podem ser desenvolvidas.

Na elaboração do ZEE, devem ser consideradas a importância ecológica, as limitações e


as fragilidades dos ecossistemas para o estabelecimento da distribuição espacial das
atividades econômicas, assim como a finalidade de promoção da sustentabilidade
ecológica, econômica e social. Dessa forma, é possível combinar o crescimento
econômico e a proteção dos recursos naturais para as presentes e futuras gerações em
decorrência do reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e a seus
componentes.

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Atenção
A competência para a elaboração dos ZEEs nacional e regional,
relativos aos biomas brasileiros ou territórios considerados como
prioritários, é do Poder Público Federal, podendo ser articulada
em cooperação com os estados.

Outro ambiente territorial que engloba os instrumentos de gestão é a zona costeira.


A Constituição Federal, no artigo 225, estabelece que a zona costeira é:

“Um patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma de lei, dentro de


condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
uso dos recursos naturais”.

O principal instrumento de gerenciamento


ambiental costeiro é o Zoneamento
Ambiental, em que as áreas costeiras são
divididas em grandes compartimentos,
conforme suas potencialidades naturais e
perspectivas de uso, tanto das porções
continentais como das marítimas.
Ainda relacionado aos instrumentos de
gestão ambiental territorial, consta a
gestão ambiental dos recursos hídricos e
das bacias hidrográficas.
A gestão ambiental dos recursos hídricos
no Brasil tem, em sua cronologia, um
marco importante dado pela Instituição da
Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei
Federal nº. 9.433, de 8 de janeiro de 1997,
Fonte: Shutterstock que criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos.

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O Sistema Nacional de Recursos Hídricos é integrado pelos seguintes órgãos:

Dentro do processo de gestão dos recursos hídricos, o planejamento é representado pelo


Plano Nacional de Recursos Hídricos, com a participação direta de diversos segmentos da
sociedade civil, de institutos de ensino e pesquisa, do governo e de setores usuários da
água.
O Plano Nacional de Recursos Hídricos tem como objetivo:
Estabelecer um pacto nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas
para a melhoria da oferta de água, em quantidade e qualidade, gerenciando as demandas
e considerando ser a água um elemento estruturante para a implementação das políticas
setoriais, sob a ótica do desenvolvimento sustentável e da inclusão social.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL DE


EMPREENDIMENTOS
Esses instrumentos têm chamado a atenção do sistema produtivo e de serviços, pois
podem propiciar ganhos financeiros e aumento da competitividade.
Veja, a seguir, exemplos de instrumentos de Gestão Ambiental de Empreendimentos:

Instrumentos de comando e controle


Os instrumentos de comando e controle são fundamentados na criação de políticas
públicas e as respectivas regulamentações legais, nos mais diversos níveis de
administração pública, como a municipal, a estadual e a federal. Essas regulamentações
legais são do tipo repressivo e incluem leis, decretos, portarias, resoluções e normas
técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e definem penalizações,
como multas, paralisação e/ou interdição, ou termos de ajustamento de conduta junto ao
Ministério Público.

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Por exemplo, no Brasil, um dos principais marcos legais da história ambiental foi a Política
Nacional do Meio Ambiente, criada por meio da Lei Federal nº 6.939/1981, que define
como seus instrumentos o zoneamento ambiental.

Instrumentos de autocontrole e autorregulação


Podem ser incluídos nesta categoria os instrumentos de gestão focados por excelência
na esfera privada e de natureza voluntária, como a certificação ISO 14001. Trata-se de um
mecanismo indireto de comando e controle, pois organizações certificadas com a ISO
14001 são verificadas quanto ao cumprimento da legislação ambiental pertinente à
atividade e ao local onde estão inseridas.
A certificação ambiental surgiu da necessidade de diferenciar os produtos e serviços que
apresentavam um desempenho ambiental adequado e sustentável. Há vários tipos de
certificações ambientais. Alguns exemplos são:

Leadership in Energy and Environmental Design (LEED)

Selo de certificação e orientação ambiental de edifícios desenvolvido pela Green


Building Council. É o selo ecológico com maior reconhecimento internacional, sendo
adotado nos cinco continentes.
Procel Edifica (Eficiência energética em edificações)
Selo desenvolvido pela Eletrobras/PROCEL, dirigido a edifícios comerciais de serviços
públicos, além do setor da construção civil. Tem como objetivo de promover a eficiência
energética, com incentivos a projetos que estimulem e aproveitem a iluminação e
ventilação natural dos edifícios.

WEEL

Foi criado pelo International Well Building Istitute, em 2015, e é o primeiro selo que se
foca na saúde e no bem-estar dos usuários, sendo um complemento e uma alternativa
às outras certificações. Parte da premissa de que o maior custo de uma edificação
comercial é das pessoas que as habitam. Existem diferentes níveis de certificação,
entre a prata, o ouro e a platina. A classificação final foi calculada a partir de 102
características descritivas, divididas em sete áreas de avaliação, como o ar, água,
alimentação, iluminação, saúde física, conforto e mente.
Em resumo, as certificações ambientais são formas de verificar o quanto um edifício,
por exemplo, possui de características sustentáveis.

Instrumentos de autocontrole e autorregulação


Licenciamento ambiental
Instrumento de política pública para regular as atividades com potencial de degradação
ambiental, de acordo com a lei federal nº 6.938/1981. O licenciamento ambiental,
segundo a Resolução CONAMA 237/1997, é definido como um procedimento
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administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação,
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, além das estabelecidas no Anexo
1 da referida resolução.
No Rio de Janeiro, o licenciamento ambiental é realizado pelo Instituto Estadual do
Ambiente (INEA), que estabelece as seguintes categorias de licença:

Licença Prévia (LP)

Fase preliminar de planejamento da atividade, contendo requisitos básicos a serem


atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos
municipais, estaduais ou federais de uso do solo. É nessa fase que deve ser solicitado,
quando for o caso, o EIA (Estudo de Impacto Ambiental.)/RIMA (Relatório de Impacto
Ambiental.).

Licença de Instalação (LI)

Autoriza o início da implantação, de acordo com as especificações constantes do


projeto aprovado.

Licença de Operação (LO)

Autoriza, após as verificações necessárias, o início da operação da atividade licenciada


e o funcionamento e seus equipamentos de acordo com o estabelecido na LP e LI.
Existem muitos outros instrumentos disseminados nos meios produtivos e de serviços,
que consideram aspectos relacionados ao aumento da eficiência do uso de insumos,
energia, recursos naturais e resíduos, o que leva à redução dos impactos ambientais
dos empreendimentos e melhora o seu desempenho ambiental e econômico.
Com uma legislação cada vez mais restritiva à degradação da Terra, vem aumentando a
preocupação com o que acontece após o consumo dos produtos, isto é, quando eles
não têm mais vida útil ou se tornam obsoletos.
Esses novos conceitos levam o setor produtivo a oferecer produtos cada vez mais
sustentáveis. Deve-se levar em consideração o ciclo completo, desde a origem dos
materiais, como eles são processados, quais resíduos são gerados durante a cadeia
produtiva, quais produtos são feitos a partir dos materiais, e o que acontece com esses
produtos durante o seu uso e o fim de sua vida comercial. Esta concepção vai de
encontro à Avaliação do Ciclo de Vida do produto (ACV), que também pode ser
referenciada pela expressão do berço ao túmulo. A ACV é um instrumento de gestão
ambiental que considera todos os estágios de produção.

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VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. O zoneamento ambiental ou ecológico econômico (ZEE) é um importante instrumento


de ordenação territorial, devendo ser obrigatoriamente considerado durante a implantação
de planos, obras e atividades públicas e privadas.
A respeito do ZEE, assinale a alternativa falsa.

a) Tem a função de definir medidas e padrões de proteção ambiental para a manutenção


da qualidade do ambiente, dos recursos hídricos e do solo, assim como a conservação da
biodiversidade.
b) Normatiza as atividades que podem ser desenvolvidas em cada zona e indica de que
maneira a zona pode ser utilizada.
c) A competência para a elaboração dos ZEEs nacional e regional, relativo aos biomas
brasileiros ou aos territórios considerados como prioritários, é do poder público federal,
podendo ser articulada com os estados.

d) Na elaboração do ZEE, não devem ser consideradas a importância ecológica, as


limitações e as fragilidades dos ecossistemas.

Comentário
Parabéns! A alternativa D está correta.
Na elaboração do ZEE, devem ser consideradas a importância ecológica, as limitações e
as fragilidades dos ecossistemas para o estabelecimento da distribuição espacial das
atividades econômicas, como finalidade de promover a sustentabilidade ecológica,
econômica e social. O ZEE deve possibilitar o crescimento econômico e a proteção dos
recursos naturais em favor da presente e das futuras gerações em decorrência do
reconhecimento de valor intrínseco à biodiversidade e a seus componentes.

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2. Existem numerosos exemplos de indicadores relacionados à dimensão social da
sustentabilidade. Um dos que tem merecido maior destaque ultimamente é o IDH. Ele foi
desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que, em seu
relatório, sugere que a medida do desenvolvimento humano deve focar em três
elementos. Quais são eles?

a) Longevidade, conhecimento e riqueza per capita.


b) Conhecimento, padrão de vida decente e riqueza per capita.
c) Transporte e fluxo de material, longevidade e padrão de vida decente.

d) Longevidade, conhecimento e padrão de vida decente.

Comentário
Parabéns! A alternativa D está correta.
O Índice de Desenvolvimento Humano parte do pressuposto de que, para aferir o avanço
de uma população, não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também
outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida
humana. O índice sugere que a medida do desenvolvimento humano deve focar em
longevidade, conhecimento e padrão de vida decente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com todos os instrumentos de sustentabilidade exemplificados, temos uma ideia de
como a humanidade vem evoluindo e se dando conta, a passos lentos, de que é
necessário que todos façam a sua parte para preservar a Terra. Se quisermos preservar
nossa existência, devemos rever nossos conceitos sobre o que é importante e, acima de
tudo, sobre o que é necessário para que tenhamos uma vida com desenvolvimento social,
econômico e ambiental.

O amplo objetivo do desenvolvimento sustentável exige mudanças fundamentais no


modo como a sociedade toma as decisões. Os métodos de tomada de decisões
disponíveis aos engenheiros estendem-se dos mais objetivos (técnicos) aos mais
subjetivos (éticos). Conforme as decisões de Engenharia passam de técnicas para éticas,
elas se tornam cada vez menos quantitativas e cada vez mais sujeitas aos gostos
pessoais, prejulgamentos e às preocupações do responsável pelas decisões.

O desafio é obter prosperidade econômica, alterando a atividade do mercado, de modo


que os recursos naturais e o meio ambiente sejam protegidos. Efetuar mudanças dessa
magnitude exige um conceito diferente de política do que aquele que se apoia em regras e
limites: instrumentos de controle que frequentemente se opõem ao incentivo de mercado
do poluidor. Caso a sociedade deseje manter um compromisso de longo prazo para
preservar a Terra, é preciso haver uma motivação para fazê-lo, além da fuga das
penalidades por não cumprir as leis.

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REFERÊNCIAS
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de avaliação. In: Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p 1-14, março, 2004.
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Janeiro: FGV, 2006.
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Trabalho de conclusão de curso – Engenharia Ambiental e Sanitária, Universidade Estácio
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THOMAS, J. M.; CALLAN, S. J. Economia ambiental: fundamentos, políticas e aplicações.
São Paulo: Cengage Learning, 2015.
VESILIND, P. A.; MORGAN, S. M. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Cengage
Learning, 2015.

EXPLORE+
Pesquise no site da Agência Nacional de Águas sobre os indicadores de qualidade;
Pesquise no site da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos sobre os
indicadores da OECD;
Faça uma pesquisa sobre zoneamento nos sites das seguintes instituições: Ministério do
Meio Ambiente e Instituto Estadual do Ambiente;
Para saber mais sobre certificações ambientais, pesquise no site do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

CONTEUDISTA
Rafaela Cristina Landeiro da Silva Rodrigues

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