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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL

CENTRO DE TECNOLOGIA - CTEC


FACULDADE DE ARQUITETURA, URBANISMO E DESIGN - FAUD

ARTHUR MORAIS CELESTINO AMARAL


MICAELLE DA SILVA PEREIRA

MEMORIAL DESCRITIVO – PROJETO DE INSTALAÇÃO DE ESGOTO SANITÁRIO

Maceió-AL
2020
ARTHUR MORAIS CELESTINO AMARAL
MICAELLE DA SILVA PEREIRA

MEMORIAL DESCRITIVO - PROJETO DE INSTALAÇÃO DE ESGOTO SANITÁRIO

Memorial descritivo apresentado


à disciplina de Instalações Hidráulicas
e Sanitárias sob supervisão da prof.(a)
Daysy Lira Oliveira como nota
componente da segunda unidade

Maceió - AL
2020
PROJETO HIDROSSANITÁRIO: ESGOTO

1 - Objetivo

Esse memorial tem como objetivo descrever o projeto de instalações de esgoto de


uma residência unifamiliar no bairro do Santos Dumont em Maceió/AL.

2 - Normas Técnicas

Para fazer o dimensionamento das tubulações de esgoto, foi necessário a utilização


da NBR 8160 - Instalações prediais de esgoto sanitário (ABNT, 1999), a NBR 7229 -
Projeto, construção e operação de tanques sépticos (ABNT, 1997) e a NBR 13969 -
Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes
líquidos - Projeto, construção e operação (ABNT, 1997).

3 - Descrição do Sistema

Para a definição do projeto, foi traçado um esboço da localização dos canos e


conexões que seriam responsáveis por conduzir o esgoto produzido pela casa para o
destino final. Para esse projeto, foi considerado uma residência unifamiliar com consumo
diário de aproximadamente 1770 litros de água.
A casa possui 2 quartos, 1 BWC social, 1 cozinha/área de serviço e 1 sala de estar. A
partir do traçado foi determinado os equipamentos dos ambientes das áreas molhadas,
sendo eles:

● Banheiro social: 1 lavatório, 1 ralo sifonado, 1 caixa sifonada e 1 bacia sanitária.


● Cozinha/Área de serviço: 1 pia, 1 caixa sifonada, 1 tanque e 1 máquina de lavar.

Foram identificados os diâmetros e UHC de cada equipamento conforme a norma


indicada na tabela 3 para o dimensionamento do ramal de descarga.
Tabela 1: Unidades de Hunter de contribuição dos aparelhos sanitários e diâmetro nominal
mínimo dos ramais de descarga (NBR 8160).

Baseado no critério da NBR 8160-99, foram determinados os diâmetros e


contribuições de cada equipamento hidráulico que produz esgoto na residência, exceto a
caixa sifonada e ralo sifonado na Unidade Hunter de Contribuição. A ordem para
dimensionamento foi a seguinte:
QUANTIDADE APARELHO UHC DIÂMETRO

1 Chuveiro 2 ø 40

1 Bacia sanitária 6 ø 100

1 Lavatório 1 ø 40

1 Pia 3 ø 50

1 Tanque de roupa 3 ø 40

1 Máquina de roupa 3 ø 50

4 - Tubos

Os tubos para condução dos efluentes dos aparelhos sanitários, inclusive das bacias
sanitárias e mictórios, em instalações prediais de esgoto e ventilação são de PVC rígido.

5 - Ramal de Descarga

O somatório do Ramal de descarga do banheiro que é composto pelos


equipamentos: Lavatório, Ralo sifonado e Chuveiro, a sua saída vai ter um diâmetro de
50mm. Já o da área de serviço, que é composto pela Máquina de Lavar Roupa e o Tanque,
têm como tubulação de saída de 100mm.

Para a determinação do diâmetro dos ramais, foi considerado cada ambiente


individualmente. Soma-se o UHC total dos equipamentos que serão conduzidos a
determinado ramal, conforme a tabela 4 e 5 da NBR 8160.

Tabela 2: Unidades de Hunter de contribuição para aparelhos não relacionados na


tabela acima (NBR 8160)
6 - Ramal de Esgoto

Os ramais de esgotos têm inclinação de 2% igual ou inferior ao ø de 75mm,


enquanto os ramais de descarga com 1% iguais ou superiores ao ø de 100mm. O
dimensionamento levou em consideração a norma NBR:8160.

Tabela 3: Dimensionamento de ramais de esgoto (NBR 8160).

7 - Ramal de Ventilação

Para o dimensionamento do ramal de ventilação, foi levado em consideração as


unidades de Hunter de contribuição. O ramal de ventilação foi alocado no banheiro social,
sendo somado os valores do ramal de esgoto correspondente a caixa sifonada e o ramal de
descarga da bacia sanitária, com um valor de 8 UHC, com uso de tubulação de 50mm. Os
demais ambientes não necessitam de coluna de ventilação por estarem dispostos próximos
a caixa de inspeção.

Tabela 4: Dimensionamento de ramais de ventilação (NBR 8160).

8 - Coluna de Ventilação
Sobre dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação, de acordo com a
tabela 2 da NBR 8160, foi adotado para o projeto uma coluna de ventilação em decorrência
da distribuição do cômodo do banheiro social, não possibilitando a conexão mais próxima a
caixa de inspeção. A coluna terá uma ligação do ramal de esgoto previamente
dimensionado a partir da tabela 8 (NBR 8160), com diâmetro de 50 mm, por ter ligação com
a bacia sanitária. O estipulado como pela tabela 8 é a tubulação de 40 mm, mas para entrar
em conformidade ao diâmetro do ramal de ventilação, a coluna terá ø 50 mm.

Tabela 5: Dimensionamento de colunas e barriletes de ventilação (NBR 8160).

9 - Caixa de Gordura

Para o dimensionamento do dispositivo complementar – Caixa de Gordura, a


escolha para o projeto teve encaixe ao sistema CGP, por servir apenas a uma cozinha.

Figura 1: Dispositivos Complementares – Caixa de Gordura (NBR 8160).


10 - Caixa de Inspeção

No dimensionamento do subcoletor da caixa de inspeção 1, foi levado em


consideração as unidades Hunter de contribuição correspondente a cada componente que
faz ligação de esgoto nesta caixa: tanque e máquina de lavar da área de serviço; e pia de
cozinha, encontrou-se o valor de 9 unidades Hunter de contribuição (UHC) que determinou
o uso de um subcoletor de 75mm. No subcoletor da caixa de inspeção 2, a consideração
adotada em UHC, tendo recebimento da caixa de inspeção 1, também é atribuído os
equipamentos: bacia sanitária, lavatório e chuveiro do banheiro social; e bacia sanitária,
lavatórios e chuveiro do banheiro suíte, foi somado o valor de 28 UHC, determinando a
utilização de um subcoletor de 100mm.

Figura 2: Dispositivos Complementares – Caixa de Inspeção (NBR 8160).

11 - Fossa Séptica

Para o dimensionamento do volume da fossa séptica, foi utilizado o cálculo sugerido


pela norma NBR 7229, utilizando a seguinte fórmula abaixo a fim de dimensionar o volume
em litros, considerando os parâmetros encontrados nas tabelas 1, 2, 3 e 4, sendo adotado
as especificações para uma moradia de padrão médio, com 4 moradores, temperatura de
27º, com limpeza de 3 anos:
V = 1000 + N(CxT+KxLf)

Onde:
V = Volume útil, em litros.
N = Número de pessoas/unidades de contribuição;
C = Contribuição de despejos(litros/pessoa x dia);
T = Período de detenção, em dias;
K = Taxa de acumulação de lodo, em dias;
Lf = Contribuição de lodo fresco, em litros por pessoa por dia.

V = 1000 + 4(130x1+137x1) = ​2068L

No dimensionamento da fossa séptica, foi convertido em litros/m³, considerado a


área de volume do retângulo para a forma que será atribuída ao recipiente. A profundidade
adotada é dada na tabela 4 da norma, sendo usada no projeto 120 cm, como valor mínimo
para profundidade de até 6000l. O comprimento adotado será de 1 metro.

V = 1000l = 1m³
V = 2068l = 2,068m³
V=axbxc
2,068 = a x 120 x 1
a = ​2,068
1,20
a (largura)= 2,00 metros

Tabela 6: Contribuição diária de esgoto (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prédio e de
ocupante (NBR 7229)
Tabela 7: Período de detenção dos despejos, por faixa de contribuição diária (NBR 7229).

Tabela 8: Taxa de acumulação total de lodo (K), em dias, por intervalo entre limpezas e
temperatura do mês mais frio (NBR 7229).
Tabela 9: Profundidade útil mínima e máxima, por faixa de volume útil (NBR 7229).

12 - Sumidouro

Para o dimensionamento do sumidouro, utilizou-se o cálculo sugerido pela norma


NBR:13969, considerando que o solo é da faixa 2, tipo argiloso; a moradia para 4 pessoas;
com contribuição de 40l/m2xdia, segue abaixo os cálculos e os resultados.

A = (NxC)/Cl
Onde:
A = Área das laterais e fundo do poço sumidouro (m2);
N = Número de pessoas/unidades de contribuição (un);
C = Contribuição de despejos (litros/pessoas x dia);
Cl = Coeficiente de infiltração (l/m2 x dia).

A = (4x130)/40 = 13,00 m²
Tabela 10: Determinação da capacidade de absorção do solo (NBR 13969).

Para o dimensionamento do sumidouro em altura e volume, foi atribuída a forma


cilíndrica ao recipiente, sendo consideradas as fórmulas de volume em m³ e para a área
superficial do cilindro. O diâmetro interno considerado para o sumidouro é 160 cm.

V = π x R² x h
V = 4,38 m³

As = 2π x R x h + π x R²
13 = 2π x 0,8 x h + π x 0,8
13 = 5,03 x h + 2,01
h = ​10,99
5,03
h = ​2,18 m

A indicação da fossa séptica e do sumidouro alocada na área descoberta da casa foi


uma sugestão. Por apresentar uma área permanentemente livre para iluminação e
ventilação, esse espaço serviria para o caminhão limpa-fossa fazer manutenção de acordo
com o tempo estipulado para limpeza, sem que houvesse transtornos comparado a demais
disposições distintas no terreno que dificultasse o acesso.

13 - Considerações finais

A análise realizada neste trabalho nos permite concluir que as instalações de esgoto
da residência são suficientes e atende bem a necessidade da família que a habita. A
proposição de um projeto de esgoto com base somente no que é visto a olho nu, estimulou
o pensamento e a argumentação sobre o que não pode ser observado dentro das paredes.
Assim, o presente estudo de caso aproximou os alunos envolvidos da realidade projetual,
contribuindo para o desenvolvimento técnico e teórico dos envolvidos.

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