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Ética
Um Alicerce Fundamental
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José Campello de Oliveira Junior


Advogado e Professor Universitário
Membro Efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros — IAB
Membro das Comissões de Direitos Humanos e
Prerrogativas da OAB/RJ

Ética
Um Alicerce Fundamental
Lecturis salutem
Copyright © 2002 by José Campello de Oliveira Junior
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Projeto gráfico: Freitas Bastos Editora
Gerente de produção: Amélia Brandão
Revisão de texto: Hélio José da Silva
Editoração eletrônica: Abreu’s System

Catalogação-na-fonte do
Departamento Nacional do Livro

046e
Oliveira Junior, José Campello de.
Ética: um alicerce fundamental / José Campello de
Oliveira Junior. – Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2002.

156p.; 14x21cm. ISBN: 85-353-0232-8

1. Ética. I. Título.
CDD: 170

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“Não é o engrandecimento patrimonial, que não alcancei nem
desejei, nem a notoriedade, que fazem o verdadeiro advogado
sentir-se plenamente realizado, mas sua reputação de profis-
sional consciencioso, ético, coerente, responsável, com indepen-
dência para recusar causas indefensáveis, não transigir com
os poderosos.”
BENEDITO CALHEIROS BOMFIM

“Sempre limitei os meus projetos e sonhos, na carreira profis-


sional que elegi desde a primeira mocidade, a granjear, pelo
trabalho honesto, crédito de exercer o meu ofício, com seriedade,
competência e zelo.”
RUI BARBOSA
ÍNDICE

I
Dedicatória .................................................... 9
II
Prefácio ......................................................... 11
III
Apresentação ................................................ 13
IV Palavras do Autor ........................................... 15
VIntrodução ..................................................... 19
VI Advocacia e a Constituição ............................. 22
VIIDa Constituição para a Ética ........................... 24
VIIICarta de Brasília ............................................ 26
IXRegra Deontológica Fundamental .................... 28
XAdvogado e Cliente ........................................ 36
XIÉtica e Honorários ......................................... 38
XIIProcuração e Cliente ...................................... 43
XIIIÉtica nas Palavras ......................................... 45
XIV Ética e o Cidadão-Advogado ............................ 48
XV Ética e a Sociedade de Advogados .................. 50
XVI Ética e Internet .............................................. 52
XVII Ética e seu Processo ...................................... 55
XVIIIQuestões de Exames de Ordem ...................... 59
XIX Jurisprudências de Tribunais de Ética
e Disciplina ................................................... 124
XX Código de Ética e Disciplina da OAB ................ 139
Das Regras Deontológicas Fundamentais ... 139
Das Relações com o Cliente ...................... 141
Do Sigilo Profissional ................................ 143
Da Publicidade ......................................... 144

7
8 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Dos Honorários Profissionais ..................... 146


Do Dever de Urbanidade ........................... 149
Das Disposições Gerais ............................ 149
Da Competência do Tribunal de Ética
e Disciplina ........................................... 150
Dos Procedimentos ................................... 151
Das Disposições Gerais e Transitórias ....... 154
XXI Gabarito das Questões ................................... 155
XXII Bibliografia .................................................... 156
DEDICATÓRIA 9

I
DEDICATÓRIA
“ESTUDA: o direito está em constante transformação.
Se não lhe segues os passos,
será cada dia um pouco menos advogado.”
Eduardo J. Couture

Dedico esta obra à minha família, razão única do meu


amor e da minha vida:
LETÍCIA — minha outra metade, em todo o universo.
ROBERTA — primeiro anjo a mostrar-me o significado da
palavra pai.
PAULA — a união de um amor que jamais se distanciou.
VICTOR — meu pequeno mestre.
VINÍCIUS — uma união de almas.
Igualmente à memória de meus pais: José Campello
de Oliveira e Maria da Glória Monteiro de Oliveira.
PREFÁCIO

II
PREFÁCIO
“As palavras de um amigo sempre serão escutadas,
mesmo as recriminadoras.”

Tive o privilégio de conviver com o Dr. JOSÉ CAMPELLO


DE OLIVEIRA Jr. no exercício do magistério junto à “VEIGA
DE ALMEIDA”.
Nesse convívio pude aquilatar e agora compreendo
as razões de escolher a matéria por aqui desenvolvida para
enriquecer a literatura brasileira — A ÉTICA.
Isto porque o tema proposto traduz notável coerência
entre aquilo que escreve e prega, com o seu viver diário,
quer no exercício do magistério, quer no exercício de uma
próspera advocacia!
A obra chega ao leitor em muito boa hora, num mo-
mento em que se levantam nos mais diferentes rincões da
Pátria clamores por uma postura ética quer por parte da
classe política, quer pelos integrantes dos Poderes consti-
tuídos e, por extensão, por todos os segmentos da socie-
dade, quando os valores morais e éticos ficam relegados a
segundo plano!
Daí resulta a conclusão de que o brilhante trabalho
não atinge apenas nós que diariamente lidamos com o Di-
reito que se revela inócuo se divorciado da Ética, mas de
tantos quantos estão preocupados com a reconstrução
moral de nossa sociedade.
Seja este relicário, que nos convida a uma profunda refle-
xão e a um exame introspectivo de nossas ações no contexto
social em que vivemos, o soar da trombeta a proclamar na radio-
sa manhã de nossas esperanças, um novo tempo em que a
ética estará ditando nossos comportamentos!
Parabéns, Professor CAMPELLO DE OLIVEIRA, pela sua
inestimável contribuição na reconstrução ética e moral de

11
12 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

nossa sociedade! Parabéns, público leitor, que tem a sua


disposição ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL.
Que seja ela o nosso apanágio no viver diário!

DESEMBARGADOR ADEMIR PAULO PIMENTEL


Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
Membro efetivo da 13ª Câmara Cível
APRESENTAÇÃO

III
APRESENTAÇÃO
“A sabedoria cresce com a idade.”

É TICA sempre foi assunto nas sociedades.


Faça-se um balanço nas relações humanas, o mais re-
moto, como o presente, constatar-se-á a força dessa pala-
vra entre os homens.
As coisas mudam a cada instante, numa velocidade
da luz. Hábitos, costumes, sistemas, vidas, mas está sem-
pre com todo seu vigor preservado, ressaltado, validado, a
ÉTICA.
A OAB Federal como as suas Seções Estaduais — vêm,
por motivos óbvios, a cada instante, a cada ocasião, a cada
momento ressaltando a ÉTICA no exercício profissional dos
seus inscritos, advogados e estagiários.
Agora, um de seus inscritos, membro efetivo do IAB,
membro das Comissões de Direitos Humanos e Prerrogati-
vas da OAB/RJ, professor universitário José Campello de
Oliveira Junior, advogado militante, apresenta um livro bem
intitulado ÉTICA — UM ALICERCE FUNDAMENTAL.
Por sua bondade, pediu-me que apresentasse, faço
com muito prazer, emoção e humildade. Muitos fariam
melhor, e muito melhor, mas acredito, ninguém com tanta
satisfação, por saber quanto útil para todos nós a obra ora
entregue ao público e em especial aos PROFISSIONAIS DO
DIREITO.
Nós vos agradecemos.

DR. CELSO FONTENELLE


Advogado e ex-presidente da OAB/RJ
Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/RJ

13
PALAVRAS DO AUTOR

IV
PALAVRAS DO AUTOR
“PENSA: estudando se aprende o Direito,
Mas é pensando que se o exerce.”
Eduardo J. Couture

N ão poderia olvidar meu muito obrigado a todos meus


ex-alunos e alunos que com seus questionamentos
sobre ÉTICA jurídica me levaram a escrever esta obra. Os
temas, em sua maioria, aqui colocados, foram conversas
nos corredores da faculdade e do fórum.
Meu agradecimento particular aos, a seguir indica-
dos, que, acreditando nesse trabalho, me enviaram ques-
tões de Deontologia para enriquecê-lo.
Dr. Humberto Eustáquio Soares Martins — Presiden-
te da OAB/AL
Dr. Oldeney Sá Valente — Presidente da OAB/AM
Dr. Thomas Bacellar da Silva — Presidente da OAB/BA
Dr. J. J. Safe Carneiro — Presidente da OAB/DF
Dr. Marcelo Leonardo — Presidente da OAB/MG
Dr. Vladimir Rossi Lourenço — Presidente da OAB/MS
Dr. Ophir Filgueiras Cavalcante Junior — Presidente
da OAB/PA
Dr. Adriano Zanotto — Presidente da OAB/SC
Dr. Luciano Aires da Silva — Presidente da OAB/TO
Dr. Rutílio Torres Augusto — Presidente da Comissão
de Estágio e Exame de Ordem da OAB/DF
Dr. Walter Pitombo Laranjeiras Filho — Presidente da
Comissão de Estágio e Exame da OAB/AL
Dr. Irineu Ramos Filho — Presidente da Comissão de
Estágio e Exame da OAB/SC
Dr. José Manoel Mendes Pedro — Advogado na cida-
de de Belém (PA)

15
16 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Sra. Francinete Segadilha França — Secretária-Geral


da OAB/AM
Sra. Joselita Cardoso Leão — Secretária-Geral da
OAB/BA
Ao “Canela”, figura impar de nossa seccional e pro-
fessor de Deontologia Jurídica da ESA/OAB-RJ

Tenham sempre em mente que o advogar não é um


mero entregar de papel para fazer caminhar o processo, é
muito mais do que isto; um arrazoado, por mais singelo
que possa ser, leva em seu bojo anos de estudos, conheci-
mento científico, labuta na pesquisa, responsabilidade,
acuidade, ponderação e comportamento ÉTICO.
O profissional da advocacia é, antes de tudo, indepen-
dente; seus atos não podem ser, de forma alguma, rotulados
por meio de parâmetros fixos, ou previamente estabeleci-
dos. Esta independência gera liberdade e esta, por sua vez,
coloca o enorme manto da responsabilidade sobre o advoga-
do que assimilando-a, sem a menor dúvida, porá a ÉTICA
dentre suas atuações tanto profissional quanto pessoal.
Meu obrigado especial ao ilustre Desembargador
Ademir Pimentel, que honra o autor prefaciando este livro;
dando-lhe, assim, a real importância que o tema merece,
bem como ao apresentador deste trabalho, advogado labo-
rioso em seu ofício, sendo um exemplo de vitalidade física
e profissional aos mais jovens tanto quanto para este au-
tor, Dr. Celso Augusto Fontenelle.
Dou a este trabalho, uma forma ÉTICA e poética, apre-
sentando alguns trechos da “ORAÇÃO DO ADVOGADO”, ela-
borada pelo ilustre jurista Eliézer Rosa, a quem tive a honra
de conhecer em seu apartamento no Rio de Janeiro, no
bairro de Laranjeiras, numa primaveril tarde de domingo,
para uma conversa. O Dr. Eliézer quando convidou-me foi
claro ao dizer que “nossa prosa levaria, no máximo, quinze
minutos”, mas com o prazer do assunto — Direito é lógico
— ficamos por quase duas horas. O que, para mim, foi uma
aula de Direito e amor à profissão.
PALAVRAS DO AUTOR 17

ORAÇÃO DO ADVOGADO
Senhor,
que eu Te encontre no escritório,
ao sair de casa;
que eu Te encontre no Foro,
ao sair do escritório;
que eu Te encontre em casa;
quando regressar.
Está no meu caminho.
Vigia-me.
Dá-me clientes e compreensão para seus problemas;
palavras para conciliar e confortar.
•
Ensina-me a ler na alma do cliente,
para distinguir o mau do bom.
•
Que eu nunca insulte,
nem lisonjeie os julgadores das causas que patrocinar.
Ensina-me a arte amável de saber perder.
•
Faze-me respeitado pela minha vida
em público e em particular.
Dá-me a riqueza do espírito.
Esta me bastará.
Que o pão de meus filhos
venha de meus honorários.
Que meus honorários nunca venham
do pão dos filhos de meu cliente.
•
Ajuda-me a ser advogado,
só advogado,
sempre advogado.
Senhor.

Podemos dizer que a ÉTICA não é algo palpável, não


se trata de uma matéria que se ensine, é algo que nasce
com o homem. É este unindo matéria e espírito. A ÉTICA é
18 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

como o caráter; ou se tem ou não se tem. A ÉTICA é muito


mais do que o meio social no qual vive o homem, ela exa-
cerba da alma, anda de braços dados com o caráter e la-
deia o amor. A ÉTICA, é a essência pessoal e profissional
do ser humano no seu mais absoluto entendimento.
Em cada capítulo, poderá observar meu querido lei-
tor, há um pensamento ou um dos 10 Mandamentos do
Advogado, elaborados pelo renomado catedrático de direi-
to processual civil da Universidade de Montevidéu, prof.
EDUARDO J. COUTURE. Creio que não haja recanto qual-
quer no mundo, onde exista um advogado, que a esse não
se tenha enquadrado em um dos decálogos.
Levarei neste trabalho sempre meu orgulho de ser
advogado. Espero que críticas venham para que possa me-
lhorar este livro com a ajuda daqueles que o lerem.
Boa leitura!
V
INTRODUÇÃO
“Se ouço, esqueço; se vejo, lembro; se faço, sei”
Provérbio chinês

“Prometo exercer a advocacia com dignidade e in-


dependência, observar a ética, os deveres e prerrogativas
profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica
do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça
social, a boa aplicação das leis, a rápida administração
da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das institui-
ções jurídicas.”

A o fim desta leitura, quando da entrega formal da cartei-


ra profissional, advogados e estagiários se manifestam
dizendo a uma só voz: “PROMETO”.
Essa promessa é muito mais que um mero momento
inesquecível, é um COMPROMISSO assumido; algo que se
registra no interior de cada um, bem como no éter; é uma
chancela impressa no ar, é a palavra dada pelo profissional
ou pelo estagiário a si e para a instituição que passa a inte-
grar.
É freqüente a dificuldade que se encontra para deli-
mitar a ação e a forma de responsabilizar qualquer profis-
sional (leigo, promotor, juiz, médico, político, advogado, etc.)
quando da prática de um ato Não-ÉTICO. Com muito mais
facilidade se delimita a responsabilidade civil e penal de
um ato qualquer.
A maioria dos profissionais, por desconhecer a im-
portância de ter sempre em mente a ÉTICA, tem incorrido
em transgressões involuntárias. Sendo certo que esta
involuntariedade poderemos entendê-la como causada por
situações muitas das vezes criadas, também, pelos clien-
tes. Asseverando que tal fato só ocorrerá por desatenção
do próprio profissional.

19
20 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

A ÉTICA, muito embora nos últimos tempos tenha to-


mado dimensões elevadas, sempre esteve presente na Hu-
manidade, muito particularmente através de escritos religio-
sos: tomemos como exemplo OS DEZ MANDAMENTOS, que
são um Verdadeiro e Universal Código de ÉTICA.
Faço aqui breve esclarecimento no sentido de que
não há neste trabalho qualquer discussão religiosa, dei-
xando registrados meus respeitos a toda e qualquer reli-
gião, pois, seja ela qual for, terá seu Código de ÉTICA, que
deverá ser seguido e respeitado.
Nas sendas da História, veio a lume o Código de ÉTICA
e Disciplina da OAB; aprovado pelo Conselho Federal da en-
tidade, aos 4 de julho de 1994, com fundamento na Lei n.
8.906 da mesma data, sendo ele publicado, pela primeira
vez, no Diário da Justiça, a 1º de março de 1995.
Nada mais pretende este código, senão reavivar nos
advogados brasileiros a consciência de seus compromis-
sos com os ditames ÉTICOS, pelos quais devem pautar sua
conduta, como cidadãos e como profissionais engajados
na defesa do Direito e da Justiça, bem como a boa adminis-
tração dessa.
O Código de ÉTICA é, sempre foi e será, de uma impor-
tância ímpar; podemos detectar essa importância nas pala-
vras do ilustre Presidente do Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil — Dr. Reginaldo de Castro —, quan-
do da apresentação do Código de ÉTICA e Disciplina da OAB:

“Tal intento revela-se tanto mais oportuno, quanto


mais se avulta, na sociedade contemporânea, a
permissividade dos costumes e a busca desenfreada
de bens e prazeres materiais, assim como de mando
e poder político, não raro, em detrimento dos preceitos
ÉTICOS e das normas legais”. (sic)

Vemos com a mais absoluta clareza, que, em nossos


conturbados tempos, ÉTICA tornou-se fator relevante na
escolha do profissional, seja ele de que área for, não sen-
INTRODUÇÃO 21

do diferente no universo jurídico. A escolha hoje, por parte


do constituinte de seu constituído, passa pela técnica e
pela ÉTICA; sendo essa, talvez, a de maior relevância para
aquele primeiro.
VI
ADVOCACIA E A CONSTITUIÇÃO
“TRABALHA: a advocacia é uma árdua tarefa
posta a serviço da Justiça.”
Eduardo J. Couture

A Justiça, em sociedade, é o dom ofertado pelo homem


ao próprio homem. Jamais poder-se-ia conviver de manei-
ra harmoniosa se não houvesse Justiça. Sem a Justiça jamais
teremos uma Democracia, pois esta, além de ser o mais rele-
vante dos direitos humanos, é uma exigência ÉTICA universal.
Partindo desta visão, veremos que a Constituição da
República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outu-
bro de 1988, elenca, em seus mais de duzentos artigos,
inúmeros ordenamentos jurídicos. Aquela, ao determinar a
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (Título IV, arts. 44 a 135),
fala dos três existentes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
Este mesmo título está subdividido em capítulos, e no
capítulo IV, que distingue as FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTI-
ÇA, encontraremos o Ministério Público, a Advocacia Pública,
a ADVOCACIA e a Defensoria Pública.
Nessa leitura constitucional supramencionada, bem
como em toda Constituição Brasileira, podemos ter absolu-
ta certeza de que a advocacia é a única profissão que está
naquela apresentada formalmente. Não que esse desta-
que desmereça as demais profissões, não; até mesmo,
porque cada uma, em sua singular particularidade, tem sua
relevância e importância. Não defendemos ser a advocacia
mais ou menos importante que qualquer outra profissão; a
importância, realmente, é da JUSTIÇA, e essa, sem o advo-
gado, carece de seu fim.
Esta visão, talvez, poucos advogados tenham. De-
monstra-se, assim, a preeminência da advocacia, em sua
constante busca à Justiça e à Democracia. Desta forma,

22
ADVOCACIA E A CONSTITUIÇÃO 23

podemos dizer que o advogado, através de suas atitudes


profissional e particular, deverá, sempre, colocar ÉTICA
naquilo que faz.
A importância de se ter a advocacia no texto constitu-
cional deve ser tomada em sua plenitude literal e de res-
ponsabilidade inigualável.
Não há em nosso país Lei maior que a Constituição,
sua importância é tamanha que temos corte própria a
defendê-la: Supremo Tribunal Federal.
Toda e qualquer Lei hoje existente ou que venha a
ser criada subordinar-se-á sempre à Lei Maior brasileira.
Com esta visão tão importante de nossa Carta Mag-
na, podemos findar este capítulo com singular “voz” consti-
tucional, dando ao advogado sua real indispensabilidade.

“Art. 133 (CRFB/88). O advogado é indispensável à


administração da justiça, sendo inviolável por seus
atos e manifestações no exercício da profissão, nos
limites da lei.”
VII
DA CONSTITUIÇÃO PARA A ÉTICA
“Tudo que é nobre é difícil de ser alcançado.”
Spinoza — filósofo holandês — 1632/1677

P osicionada a advocacia no mapa constitucional, nota-


se ser a profissão de advogado a única mencionada
naquela, como já ressaltamos anteriormente. Sua função
não é só técnica, é, também, de relevância à Justiça, na
mais elevada acepção da palavra; até por ter sido alçada
ao texto máximo da nação brasileira.
Ao transpassarmos do universo constitucional para o
mundo da ÉTICA, há de se ter um grande cuidado, pois
naquele vemos a lei máxima de uma nação no concreto.
São entendimentos legais que, através de uma Assembléia
Constituinte, formulou-se para todo um povo. Já a ÉTICA é
algo intangível, que envolve, até mesmo, a própria Consti-
tuição. Não há como pegá-la; mas podemos “vê-la”. “Vê-la”
sim, nas atitudes dos homens e mulheres. Quantas não
foram as vezes que ouvimos alguma pessoa dizer: “isto
pode possuir legalidade, mas não é ÉTICO”.
Todo advogado deve se posicionar no maior espírito
profissional e ÉTICO possível, pois ele não é só mais um
advogado, é um profissional que se encontra inserido no art.
133 da Constituição de seu país. Esta posição constitucio-
nal não permite que seja o advogado apenas mais um profis-
sional, como tantos. Em verdade agiganta-se, pois sobre si
deitar-se-á o olhar da sociedade brasileira, e este olhar bus-
cará sempre ÉTICA e postura irrepreensíveis do profissional.
Trarei sempre inserido nas páginas deste trabalho, o
orgulho de ser advogado;
Observe que a máquina judiciária, salvo pequenas
particularidades (juizados especiais até o valor de vinte
salários mínimos, habeas corpus, etc), não se movimenta

24
DA CONSTITUIÇÃO PARA A ÉTICA 25

sem um advogado. Veremos, com o avançar deste traba-


lho, que ao advogado dar-se-á sua real dimensão no mundo
jurídico, esperando que essa se materialize em atitudes
ÉTICAS cristalinas.
Não se cria uma Constituição sem constituintes e es-
ses, invariavelmente, serão sempre assessorados por advo-
gados objetivando orientação na elaboração ou retirada de
artigos constitucionais. Através desta união, tão importante
quanto necessária, encontramos o momento primeiro no qual
o advogado, com sua técnica e sua ÉTICA, analisa e dá seu
parecer à possibilidade de um artigo constitucional vir a ser
inserido ou não em nosso texto maior. Podemos, então, as-
severar que a ÉTICA jurídica, através dos pareceres de
jurisconsultos, está na alma constitucional brasileira.
Desta forma, a ÉTICA advocatícia unida à ÉTICA pes-
soal do advogado estão contidas na ÉTICA constitucional,
iniciando-se, assim, face ao respeito das lei menores à Cons-
tituição, o alicerce fundamental para o advogado: ÉTICA PRO-
FISSIONAL.
VIII
CARTA DE BRASÍLIA
“ÉTICA, razão primeira da cidadania...”

T oda seccional da OAB tem seu departamento de ÉTICA


E DISCIPLINA, que atua na moralidade da classe.
Dentre as colocações que até então foram aqui
elencadas e as que serão feitas no avançar deste trabalho,
não poderia deixar de mencionar, neste momento, o PRI-
MEIRO ENCONTRO NACIONAL DOS TRIBUNAIS DE ÉTICA E
DISCIPLINA. Fato que merece ser registrado, até mesmo
pelo seu momento histórico, ocorrido na capital desta repú-
blica, culminando com a CARTA DE BRASÍLIA, sendo, a se-
guir, transcrita, na íntegra.
CARTA DE BRASÍLIA
O advogado é o primeiro julgador de sua conduta, o que
determina seja extremamente escrupuloso. A atividade profis-
sional do advogado exige que, além de ser honesto, observe
com rigor a todos os valores éticos.
O exercício da advocacia, em sua plenitude, corresponde
a um dom que exige um conjunto de virtudes que materializam
o comportamento ético.
Mais do que nunca, os advogados reunidos neste conclave
reconhecem a necessidade de a profissão ser exercida com es-
trita obediência aos princípios éticos, já definidos em nossa
legislação. A despeito das diversidades decorrentes da exten-
são territorial brasileira e dos diferentes hábitos e tradições,
também encontram os advogados uma unidade de sentimentos
e de interpretação quanto a esses mesmos princípios éticos,
cuja aplicação pela classe deve ser uniformizada através da
sistematização dos procedimentos.
A mesma sociedade que nos torna indispensáveis à ad-
ministração da justiça exige-nos o fiel cumprimento dos deve-

26
CARTA DE BRASÍLIA 27

res éticos, fundamentos essenciais de nossa independência e


autoridade.
A manutenção da dignidade da profissão depende de nós
e é a resposta à confiança dos brasileiros quanto à indispensa-
bilidade de nossa participação na realização da Justiça.
O resultado alcançado neste conclave é a luz que propi-
ciará a uniformização dos Tribunais, encarregados de orientar,
normatizar, disciplinar e até mesmo punir os comportamen-
tos, em face da ética profissional, principalmente diante da
realidade que emerge da globalização e velocidade dos meios
de comunicação.
Os advogados que integram os Tribunais de Ética e Dis-
ciplina do País, reunidos em seu I Encontro Nacional, no Con-
selho Federal da OAB, exortam a todos os advogados brasilei-
ros a elegerem a Ética como razão primeira da cidadania, es-
timulando o conhecimento em profundidade, dos princípios e
regras existentes e as conseqüências advindas do seu não cum-
primento.
Brasília, 7 e 8 de novembro de 1998

Comissão redatora
Alberto de Paula Machado (Conselheiro Federal-PR)
Carlos Fernando Corrêa de Castro (TED-PR)
Maurício de Albuquerquer (TED-PR)
Robison Baroni (TED-SP)
IX
REGRA DEONTOLÓGICA
FUNDAMENTAL
“SÊ LEAL: leal para com teu cliente, a quem não
deves abandonar senão quando te convenceres
de que é indigno de ti. Leal para com teu adversário,
ainda quando ele seja desleal para contigo. Leal para
com o juiz, que desconhece os fatos e que deve confiar
no que lhe dizes, e que mesmo quanto ao direito,
às vezes tem de aceitar aquele que invocas.”
Eduardo J. Couture

N ão há como seguir sem pequena elucidação sobre a


palavra deontologia.
Colocada pelo prisma jurídico, como diferente não
seria, a deontologia é o estudo acerca dos fundamentos do
Direito sob o ponto de vista ÉTICO. Termo inglês (deontology)
proposto por Jeremy Bentham nos idos do ano de 1834.
Veja, a seguir, dois verbetes, de diferentes dicioná-
rios, sobre a palavra deontologia:

1. Deontologia. [Do gr. Déontos, ‘necessidade’, + log


(o) + ia] s.f. 1. O estudo dos princípios, fundamentos e
sistemas de moral. Sua origem etimológica vem do
grego “déontos” que tem o significado de necessidade,
acompanhado do sufixo “logia” que significa “estudo”.
Assim, além de enquadrarmos a palavra “deontologia”
como um substantivo feminino; podemos afirmar, de
modo geral, que “deontologia” é o estudo dos
princípios, fundamentos e sistemas de moral.

2. Deontologia, s.f. ciência dos deveres; moral (na escola


dos filósofos utilitários): uma deontologia em ação, no
desenrolar do drama moral e mental do neófito (Ricardo

28
REGRA DEONTOLÓGICA FUNDAMENTAL 29

Jorge, Sermões de um leigo, p. 77). Em sentido restrito,


a parte prática do profissional, que trata das relações
deste com seus pares e sua clientela.

Das regras deontológicas fundamentais (Código de ÉTI-


CA e Disciplina da OAB) podemos sintetizá-las em seu artigo
segundo, na plenitude da sua totalidade, como o espelho pelo
qual o advogado deverá ver refletida sua imagem profissional,
por todo o tempo em que honrar vestir o manto sublime da
advocacia. Diz, então, o referido artigo:

“Art. 2º. O advogado, indispensável à administração da


justiça, é detentor do Estado Democrático de direito, da
cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz
social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado
à elevada função pública que exerce”.

Se só aí ficasse, este artigo daria a visão macro da ÉTICA


pela qual deve pautar a senda do advogado; mas não, ele vai
além, e pega aquele espelho acima mencionado e o amplia a
uma dimensão tal que o advogado não somente lhe vê refleti-
da a imagem, mas enxerga sua alma jurídica.
No bojo do artigo segundo temos a seguinte continu-
ação:

Parágrafo Único. São deveres do advogado:

Aqui veremos que a regra deontológica dá os parâmetros


pelos quais, nós advogados, devemo-nos conduzir.

I — preservar, em sua conduta a honra, a nobreza e a


dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de
essencialidade e indispensabilidade;
A importância de se ser advogado é tamanha que,
sendo a presença deste essencial e indispensável para a
manutenção do Estado Democrático de Direito, a honra, a
30 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

nobreza e a dignidade profissional são colocadas de forma


impar neste código, em especial neste inciso.

II — atuar com destemor, independência, honestidade,


decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé;

Atuar com todas essas qualidades, no transcurso de


sua vida profissional, outorga ao advogado zeloso, o direito de
vestir, com a mais elevada honraria, a maravilhosa beca ne-
gra com sua não menos imponente faixa vermelha na cintura.

III — velar por sua reputação pessoal e profissional.

É milenar a afirmação de que para se construir demo-


ra-se longo tempo, mas para destruir é necessário, somen-
te, um segundo. Uma reputação, por vezes, leva-se uma
vida construindo, sendo, inclusive, transmitida a seus des-
cendentes, que poderão mantê-la para si ou não.
Querer ver a ÉTICA tão-somente por uma face do
poliedro dos modos e atitudes de um profissional, é o mes-
mo que querer reduzir uma paisagem a apenas um porme-
nor dela, dificilmente, então, se encontraria um transunto
dos seus elementos integrantes.
O homem, acima de tudo, é uma totalidade irredutível
a qualquer dos seus componentes; destarte, tornou-se
inviável a tarefa de interpretá-lo pela só compreensão de
uma de suas características. Entendemos, no entanto, sem
lhe perturbar o conjunto, compreendê-lo, quase que em sua
totalidade, ao estudar-lhe sua fase ÉTICA; pois uma atitude
ÉTICA poderá dar àquele que lhe vê, face à necessidade de
total transparência, a beleza da paisagem por inteiro.

IV — empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoa-


mento pessoal e profissional;

A advocacia é uma das raras profissões que permite


atuação plena enquanto a saúde e o raciocínio estiverem har-
REGRA DEONTOLÓGICA FUNDAMENTAL 31

mônicos com o corpo. Quanto mais o tempo chega para o


advogado, mais experiência de vida e profissional terá acumu-
lado. No entanto, há de se ressaltar que a experiência profis-
sional deverá ser cultivada com estudos constantes, sem os
quais em nada adiantará o acúmulo da experiência de vida.

V — contribuir para o aprimoramento das instituições, do


Direito e das leis;

As instituições democráticas foram, são e serão sem-


pre defendidas pelos advogados. Quantos não são esses, em
nossa história jurídica, que, ao longo dos acontecimentos na-
cionais, defenderam instituições democráticas de Direito, com
a privação da liberdade pessoal ou com a própria vida.
Ao se mencionar que determinada situação jurídica não
tem, naquele momento, amparo legal, mas ostenta farta ju-
risprudência, com freqüência se entende de forma errada. É
evidente que a jurisprudência se forma com o conjunto de
sentenças, acórdãos e/ou súmulas emanadas de diversos
julgadores. Entretanto, muito raramente se observa que a
decisão proferida por qualquer magistrado, se deu pela porta
aberta das petições extremamente bem elaboradas, de ma-
neira técnica, e, principalmente, ÉTICA do advogado que
atuando na iniciativa processual (autor) ou no pólo passivo
do processo (réu), mostra ao juiz onde encontrar o direito de
seu cliente; S. Exª, então, equilibra as forças e chancela, de
acordo com a legislação existente,* o que foi apresentado
pelos ilustres causídicos, formalmente como decisão judicial.

VI — estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo,


sempre que possível, a instauração de litígios;
A conciliação, anterior à propositura de uma ação ju-
dicial, tem sido difundida nos últimos tempos em nosso
país; até mesmo com a criação de lei específica (LEI DA

*Analogia, costumes e princípios gerais de direito.


32 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

ARBITRAGEM — n. 9.037/96). Conciliar requer, antes de


tudo, habilidade, técnica e ÉTICA.
Quando o advogado vislumbrar direito lesado de seu
cliente deve, a meu ver, tentar uma composição amigável,
sempre que possível, com a parte contrária; observando
sempre os caminhos ÉTICOS. Observe, também, se a parte
adversa tem advogado, se tiver, faça o entendimento com
esse. Esta atitude sempre levará a chancela da ÉTICA.
É de todos conhecidos o velho ditado: “antes um ra-
zoável acordo, a uma boa demanda”.

VII — aconselhar o cliente a não ingressar em aventura


judicial;
Este deve ser o momento mais ÉTICO do advogado. É
ele quem, primeiramente, avaliará a condição real e jurídica
do cliente que o procura, sentirá, com a sua experiência, se
há verdade emana das palavras de seu futuro representado.
Não defendemos aqui que o advogado deva recusar clien-
te com casos perdedores, mas sim a verdade entre cliente e
advogado, e que esse, de forma ÉTICA, defenda aquele da
melhor maneira possível, pois qualquer cidadão tem direito
à defesa. Até mesmo porque advogado não é juiz.
Por vezes, não só a advogado deixa seu cliente entrar
em aventura jurídica como com freqüência, alguns profis-
sionais não muito ÉTICOS se utilizarem da lei que estabele-
ce normas para a concessão de assistência judiciária aos
necessitados (Lei 1.060/50) e produzem verdadeiras lote-
rias jurídicas, contando muito mais com a perda de prazo
de uma contestação, do que com sentença favorável. Esta
prática deve ser repudiada veementemente por todos os
envolvidos no processo. Requerendo-se, sempre que pos-
sível, a litigância de má-fé.

VIII — abster-se de:


Agora, é sugerido ao advogado que siga cinco regras
básicas, que, a primeira lida, parecem singelas, mas em
REGRA DEONTOLÓGICA FUNDAMENTAL 33

seu conteúdo interpertativo se transformam em um univer-


so ÉTICO inigualável, quais sejam:

a) utilizar de influência indevida em seu benefício ou do


cliente;
O interesse de um constituinte, por vezes diversas,
sai das páginas do processo e se senta à mesa para almo-
ço ou em sala para um cafezinho. Não, há nesse particular,
nenhum problema, desde que a ÉTICA acompanhe os
interlocutores; abstendo-se, então, de se denegar o direito
a um e dá-lo ao outro.

b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estra-


nhas à advocacia, em que também atue;
Ser ÉTICO é fácil? Talvez. Quiçá uma das coisas mais
difíceis. Seja ela na advocacia ou em outra profissão. Qual-
quer deslocamento lateral da linha da ÉTICA, um centíme-
tro que seja, pronto, você já está fora dos parâmetros ÉTI-
COS. Portanto, o dizer na letra acima nos conduzirá sempre
a uma auto-responsabilidade.
Há de se ter a visão, primeiramente, ao se ler o item
acima, quais são as atividades privativas do advogado; es-
sas serão encontradas no artigo 1º da Lei 8.906/94, e
seus incisos I, II e III.
Posto o parágrafo anterior, fica claro que o advogado
deve ter seu escritório, até mesmo a sala de espera, distin-
ta de qualquer outra atividade, mesmo que essa seja pro-
fissão regulamentada; não pode aquele, por exemplo, em
seu escritório, mesclar a advocacia com a corretagem de
imóveis, ou de seguros, ou contador, despachante, ou qual-
quer outra. A justificativa é simples, há de se preservar a
inviolabilidade do escritório e dos arquivos confidenciais do
advogado. Direito este protegido por lei.

c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho ma-


nifestamente duvidoso;
Ter um nome probo no universo profissional é ter tri-
lhado boa parte desse de forma ÉTICA. Seu nome é, sem
34 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

dúvida, seu melhor cartão de visitas; o patrimônio maior de


qualquer profissional. Assim, deve o advogado resguardar
seu nome da melhor maneira possível.

d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a


moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana;
Não é raro haver clientes que queiram utilizar-se da
habilitação do profissional de direito para denegrir, de to-
das as maneiras, seu desafeto ou atentar contra a ÉTICA, a
moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana. O
advogado a isto não se presta; deverá, então, atuando de
forma ÉTICA, analisar os fatos apresentados e, preliminar-
mente, julgar se houve dano ao direito daquele que o pro-
cura, orientando-o, em caso afirmativo, qual o melhor remé-
dio jurídico a ser ministrado.

e) entender-se diretamente com a parte adversa que te-


nha patrono constituído, sem o assentimento deste.
O cuidado que se deve observar ao se dirigir à parte
contrária, deve ser o mesmo que se gostaria que fosse
observado caso o patrono dessa se dirigisse ao nosso clien-
te. Por razões diversas a pessoa ao contratar os serviços
de um advogado quer que este lhe represente naquele fato
litigado, tanto à mesa de audiência quanto fora dela. No
afã de resolver logo algum caso que seja de sua responsa-
bilidade, já me deparei com jovens advogados que fazem
acordos entre os litigantes sem a presença do advogado
da parte contrária; e o que é pior, assinam aqueles e peti-
cionam ao juízo requerendo o término do processo com baixa
na distribuição. Depois, esses jovens advogados, não sa-
bem por que foram levados, pelo advogado ausente, ao
Conselho de ÉTICA e DISCIPLINA de sua seccional a fim de
responderem em uma representação.

IX — pugnar pela solução dos problemas da cidadania e


pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e
difusos, no âmbito da comunidade.
REGRA DEONTOLÓGICA FUNDAMENTAL 35

A voz de um advogado, quando este honra seu minis-


tério, levantar-se-á à vista do menor direito aviltado. Voz
essa quando emanada de forma coerente e ÉTICA, far-se-á
ouvir em qualquer localidade. Até mesmo porque sua voz
não será isolada, terá, com a mais absoluta certeza, o res-
paldo de sua entidade, quando não somente de sua
seccional, dependendo do tema, inclusive do Conselho Fe-
deral.
Deve, qualquer advogado, pugnar, a cada momento
de sua existência, pelo cumprimento das leis e enfrentar
todo aquele que luta contra a cidadania. Pode, à primeira
vista, parecer uma luta contra moinhos de vento, mas uma
única vitória, por mais singela que possa ser, será sempre
uma vitória da cidadania e da comunidade como um todo.
X
ADVOGADO E CLIENTE
“Um amigo sensato é um bem precioso.”
Homero — poeta grego — séc. IX a.C.

N o item imediatamente anterior vimos, em síntese, as


regras deontológicas fundamentais para o exercício da
advocacia. Neste veremos a relação direta cliente-advogado.
No artigo oitavo do Código de ÉTICA temos, em sua
redação, o momento mais importante da relação ora trata-
da neste capítulo, senão vejamos:

“Art. 8º. O advogado deve informar o cliente, de forma


clara e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua
pretensão, e das conseqüências que poderão advir
da demanda”.

No dizer deste artigo vislumbro, na prática, a raridade


com que os advogados mostram aos clientes as conse-
qüências de uma sentença contrária. Não é raro haver de-
sentendimento entre cliente e advogado quando ao fim do
processo, com seu trânsito em julgado, ser o vencido sur-
preendido com ação executória de honorários sucumben-
ciais. Deve, por razões ÉTICAS, ser o cliente informado,
antes do início da demanda, dos efeitos e conseqüências
de uma derrota jurídica.
O cliente, para nós advogados, será sempre nosso
mais valioso bem. Quando atendido satisfatoriamente (so-
matório de profissionalismo e ÉTICA) retornará por tantas
as vezes que necessitar, e não só isto ocorrerá, ele divulga-
rá seu trabalho e atitude, entenda aqui a sua ÉTICA, a ou-
tras pessoas que venham a precisar de um profissional
competente.

36
ADVOGADO E CLIENTE 37

Seu representado tem que ter a certeza absoluta que


o caso dele, dentre todos os outros pelos quais você res-
ponde, é o mais importante. Quando ele sentir isto é a
prova de que você está no caminho certo, ou seja, você
está dando importância a todos os casos, inclusive ao dele.
Tente ter em mente, ao patrocinar um processo, de
não o patrocinar como um simples caso. Cubra todos os
ângulos. Considere todas as possibilidades. Perceba to-
das as armadilhas. Jamais relaxe. Tenha sempre informa-
ção atualizada sobre o andamento do feito. Não se permita
ter o cliente “empurrando” o processo; não é correto, nem,
muito menos, ÉTICO. Lembre-se: o processo não “anda”
sozinho.
XI
ÉTICA E HONORÁRIOS
“LUTA: teu dever é lutar pelo direito;
mas se acaso um dia encontrares o direito em conflito com a justiça,
luta pela justiça.”
Eduardo J. Couture

E m capítulo adiante teremos a oportunidade de visualizar


alguns julgados emanados dos Tribunais de ÉTICA e
Disciplina (TED) dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Naquele haverá, de forma simples, através das ementas
publicadas, algumas questões levadas aos TED em face do
profissional do direito.
Como diferente não seria, um tema que não se dis-
tancia nunca daqueles tribunais é quanto à discordância,
entre cliente e advogado, no que tange ao pagamento dos
honorários ao advogado que labutou em determinado pro-
cesso do seu início ao fim, ou em momento anterior a esse,
por qualquer razão que seja.
O termo honorário está diretamente ligado à palavra
honraria, haja vista que, bem antes da advocacia tornar-se
uma profissão, em priscas eras, ainda no primeiro cami-
nhar da profissão, via-se como uma honraria determinado
cidadão ser agraciado com a honrosa situação de a outrem
defender, momento então que esse chamaria para perto
de si aquele que por ele falaria. A própria palavra advogado
(ad + vogado) indica este chamamento.
Não é de agora a preocupação dos advogados com a
ÉTICA. O primeiro código de ÉTICA foi criado na década de
trinta (1934), vindo a ser substituído por um outro, somen-
te, em 1995, ou seja, sessenta e um anos depois. Em
ambos há constante preocupação quanto a honorários.
No segundo código, houve, em meu entendimento, acom-
panhando o dizer de nosso estatuto (Lei 8.906/94), uma de-

38
ÉTICA E HONORÁRIOS 39

finição quanto ao recebimento dos honorários sucumbenciais


(honorários determinados por sentença a serem pagos ao pro-
fissional vencedor da demanda). Esses são do advogado. In-
dependentemente dos honorários contratados com o cliente.
Neste particular, inclusive, recomendo, aos novos e antigos
advogados, que, na época de sua contratação, deixem claro
ao cliente o que são os honorários sucumbenciais e honorá-
rios contratados. Não raras são as vezes que, após a deman-
da concluída, o cliente descobre que além dos honorários que
esse pagou a seu advogado, esse recebeu, também, da parte
vencida, valor outro, de inferior ou igual montante, criando um
problema, face a desinformação do cliente, que poderá bater
às portas de algum TED. Quiçá do Judiciário.
Como, então, fixar honorários?
A própria advocacia, para essa fixação, possui crité-
rios objetivos e subjetivos. As Seccionais da OAB possuem
e editam, para seus profissionais, uma Tabela de Honorá-
rios Mínimos (THM) que dá ao advogado um parâmetro de
cobrança inicial.
Há, também, no dizer de Maurice Garçon, três elemen-
tos subjetivos, que, utilizando-se de sua média, por vezes difi-
cílima de se obter, levam a fixação da verba honorária, quais
sejam: a) as posses do cliente; b) a importância e a dificul-
dade do trabalho a prestar, e c) a categoria do advogado.
Veja que os três itens colocados pelo renomado ad-
vogado francês foram, através do art. 36 e seus incisos,
incorporados ao nosso Código de ÉTICA e Disciplina — CED.
Por tudo acima dito, posso sugerir, sem o menor receio
de ser rebatido na argumentação, que o profissional, quando
procurado pelo cliente, tem o dever ÉTICO de fazer, por escri-
to, a contratação de seus serviços e como será feito o paga-
mento, pois aquilo que é previamente estabelecido não será
futuramente questionado.
Já assevera Ruy Sodré:

“Por se ter despojado da prerrogativa de fixar, previa-


mente e por escrito, os honorários a que teria direito,
40 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

fica o advogado sujeito aos azares do arbitramento


judicial, em que raramente são levados em considera-
ção circunstâncias que apreciarão, o ardor, as aflições,
as vigílias, para serem considerados os elementos de
aspectos mais objetivos, dentre os quais o trabalho
constante dos autos e o resultado material obtido”.

Um ponto, também, de importância ÉTICA é quando


determinado cliente procura o advogado e quer ser atendi-
do através da justiça gratuita (Lei nº 1.060/50 e legisla-
ções posteriores).
Há de se observar, primeiramente, o direito do clien-
te em escolher o profissional que deverá representá-lo. É,
não importa, uma escolha solitária ou sob a orientação de
amigos conhecedores do serviço prestado por determinado
profissional.
Feita a escolha, essa recaiu sobre você. Podemos
então, sem ferir a ÉTICA, firmar com este cliente contrato
de honorários? Mesmo pleiteando a justiça gratuita (JG)?
Entendo que sim, muito embora haja discordância de
alguns magistrados singulares em conceder a JG. Entretan-
to, os honorários só poderão ser recebidos no caso da de-
manda judicial ter sido vencida pelo cliente beneficiado com
a justiça gratuita.
Nosso entendimento não é isolado, nem muito me-
nos, fere qualquer preceito ÉTICO. Em julgado publicado no
Diário Jurídico da União (DJU), aos 21.06.1999 (RMS nº
6.988) o Min. Ari Pargendller determina:

“Nada impede que o advogado, patrocinando, embora


no regime da assistência judiciária, a causa de um
necessitado, contrate honorários prevendo a hipótese
de que o sucesso da ação altere a situação econômica
do mandante”.

Outro momento de crucial importância é aquele no


qual o advogado e o cliente resolvem estabelecer honorá-
ÉTICA E HONORÁRIOS 41

rios de 50%. Sei que inúmeras críticas me serão impu-


tadas, mas não há como neste trabalho não tocar neste
ponto. Não raras são as vezes que o advogado acerta com
o cliente o percentual acima mencionado. Entretanto, só
no famoso “contrato de boca”. Me escuse o termo, querido
leitor.
Sou integralmente a favor que advogado e cliente for-
malizem honorários de 50%, pois entendo que se as partes
(cliente e advogado) são sujeitos capazes de chancelarem
um contrato lícito, quem poderá impedi-los? Entretanto, há
de serem respeitadas algumas regras fundamentais.
Em primeiro lugar este contrato deve, obrigatoriamen-
te, ser por escrito, no qual conste que somente em caso de
sucesso na demanda o advogado terá direito a 50% sobre
o valor condenatório.
Não pode, e apresento aqui outra regra, o profissio-
nal contratado, de forma alguma, deixar de somar a este
valor condenatório os honorários sucumbenciais, pois caso
contrário, aí sim, a ÉTICA estaria sendo aviltada, haja vista
que somando-se a sucumbência aos 50% o advogado esta-
ria recebendo mais do que o cliente.
Em seguida, sugiro que este contrato ao ser assina-
do pelo cliente tenha as firmas reconhecidas não por se-
melhança, mas sim por autenticidade, pois, desta forma, o
cliente terá tempo para ler e refletir sobre o contrato. Até
mesmo a possibilidade de se aconselhar com outras pes-
soas; caso deseje.
Entendo, em verdade, que o advogado não possa re-
ceber mais do que o cliente.
Vozes contrárias (Serão muitas? Talvez!?) a essa mi-
nha posição dirão: pode ser legal, mas não é ÉTICO.
Analisemos, então, a posição do cliente que recebe a
proposta dos 50%. Não pode ele recusar-se e, simplesmen-
te, ir embora?
E a posição de determinado advogado que recebe tal
proposta do cliente. Não pode ele recusar-se, da mesma
forma, e dispensar o cliente?
42 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Mas se ambos, como já dissemos, têm o mesmo


desejo (50%) e são capazes para contratar. Onde se feriu a
ÉTICA?
É lógico que mesmo seguindo as regras acima colo-
cadas, há situações que irão ser analisadas, quando pro-
postas, pelos TED, onde cada caso deverá ser avaliado na
sua particularidade.
Não estou aqui, de forma alguma, empunhando
flamula na qual os honorários do advogado, de hoje em
diante, sejam de 50%. Não, não estou. Defendo, sim, o
direito da liberdade das partes, quando capazes, de contra-
tarem entre si.
XII
PROCURAÇÃO E CLIENTE
“TOLERA: tolera a verdade alheia assim como
queres que a tua seja tolerada.”
Eduardo J. Couture

N ão vou adentrar, neste momento, na análise de todos


os poderes que tem o advogado, com ou sem procura-
ção, para exercer seu mister. Tratarei, somente, a relação
íntima e profissional entre o cliente que assina uma procu-
ração e o advogado que a recebe.
Sou contrário, e por isto recebo e receberei inúmeras
críticas, a que em uma única procuração conste nomes de
diversos advogados, pode, à primeira vista, parecer coisa
sem importância, o motivo é lógico: o cliente, ao procurar
um profissional, ou vai por indicação de um amigo, ou co-
nhece pessoalmente o advogado, ou, simplesmente, já ouviu
ótimas referências de determinado profissional.
Desta maneira, a relação entre cliente e advogado é
de uma pessoalidade única, na maioria das vezes a conver-
sa é, dentro do problema apresentado pelo cliente, de um
intimismo profissional singular.
Sabemos que uma procuração não pode ser outorga-
da a uma sociedade de advogados, mas sim ao advogado,
devendo, no entanto, nesta constar o nome da sociedade
de advogados. Desta forma, sou defensor de que o vínculo
profissional, bem como a responsabilidade, mantenha-se
entre o cliente e o advogado, e, automaticamente, a ÉTICA
ficar restrita a esses personagens. Deve o segundo rece-
ber a procuração do primeiro, e este, posteriormente,
substabelecê-la para aqueles outros profissionais que irão
auxiliá-lo, ou que componham o quadro profissional do es-
critório. Sei que haverá críticas face ao posicionamento
apresentado, mas no mundo da ÉTICA, que estamos ora

43
44 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

analisando, é muito mais lógico termos um universo com-


posto com dois elementos — cliente e advogado — que
outro composto por cliente e dezenas de advogados.
Quando contrata-se escritório jurídico com dezenas
de advogados fica quase que impossível outorgar poderes
a um único advogado, mas acreditamos ser possível a outor-
ga dos poderes a um único patrono ou, simplesmente, aos
sócios, e esse(s), como já anteriormente disse, substabe-
lecerá(ão) aos demais. É difícil, mas não impossível.
ÉTICA NAS PALAVRAS

XIII
ÉTICA NAS PALAVRAS
“Uma vez pronunciada, a palavra é irreparável.”
Provérbio latino

N ão devemos ver a ÉTICA meramente pela postura e nas


atitudes do advogado, ela deve ser observada, e até
com mais cuidado, em seus escritos. Falo, constantemen-
te, em sala de aula, que o advogado tem inúmeras “ar-
mas”, quais sejam: o Código Civil, o Código de Processo
Civil, o Código Penal, o de Processo Penal, como outros
mais. Entretanto, toda arma, sem munição, será igualada a
uma simples pedra.
É evidente que os códigos sozinhos nada represen-
tam. Há de os ler o advogado e transformar esta leitura em
palavras. É nessa transposição do que foi lido para o papel
que o causídico irá municiar as “armas” com seus projéteis
fundamentais: as palavras. Teremos, então, quando nas
mãos de um especialista, verdadeira demonstração de pre-
cisão.
Homem da estirpe de CARVALHO NETO, já nos acon-
selhava:

“Falando ou escrevendo, o advogado não deve es-


quecer as virtudes principais de estilo: 1 — a clareza
e 2 — a pureza”.

Caminhando no mesmo sentir do citado acima, nos


adverte REINACH:

“A desordem da palavra, a improbidade dos termos,


a deselegância das frases, a hesitação custosa dos
desenvolvimentos, são sempre marcas de incerteza
e dos desfalecimentos do pensamento”.

45
46 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

É mais do que certo afirmar que o advogado luta, em


seu dia-a-dia forense, se utilizando de uma única forma: a
palavra (escrita e/ou falada). Assim, muito embora o pro-
fissional domine o direito que ampara sua pretensão, não
sabendo se utilizar das palavras, dará de si sinal de fra-
queza.
Os advogados que contra a parte contrária, ou mes-
mo até contra o juiz, se utilizam de impropérios, além de
incorrerem em falta de ÉTICA, dão uma demonstração ine-
quívoca de pobreza de argumentos em prol de seu cliente.
Quem tem razão não precisa demonstrá-la do modo
grosseiro, basta demonstrá-la simples e claramente.
Atenção às palavras em sua peça jurídica, sempre as
colocando de forma ÉTICA e elegante, pois darão a seu
leitor o perfil do profissional. Ao contrário, a violência da
linguagem, a descortesia do trato para com as palavras,
irão denunciar a penúria de razões para o debate forense.
O estilo desabrido, a fúria de adjetivos, o desforço verbal
representam ausência de justiça, de verdade e de ÉTICA.
A linguagem do advogado, quer na exposição doutri-
nária, quer na análise dos fatos, tem que ser, fundamental-
mente, persuasiva. Assevera EDMUNDO D. NASCIMENTO,
em seu livro Linguagem Forense, editora Saraiva — 1972:

“O direito é a profissão da palavra, e o advogado


precisa, mais do que qualquer outro profissional, saber
investir esse capital com conhecimento, tática e
habilidade”.

Há entendimento popular de que as mulheres e os


advogados têm o hábito de falar e, por vezes, demasiada-
mente. A despeito das primeiras já ouvi uma singela mas
contundente explicação: o falar demais das mulheres é de-
corrência do escutar de menos dos homens; quanto aos
advogados as palavras escrita e falada são seus instrumen-
tos de trabalho. No entanto, em sua atividade profissional o
advogado se utiliza muito mais da escrita do que da oral.
ÉTICA NAS PALAVRAS 47

Ouso afirmar que a palavra só será apresentada de


forma correta profissionalmente pelo advogado, e, princi-
palmente, tendo em si ÉTICA, quando esse primar pela lei-
tura constante das obras clássicas da literatura nacional.
Leia MACHADO para dar riqueza ao vocabulário, JOSUÉ
MONTELO para cultuar as raízes, DRUMMOND para
embelezar a alma, e tantos outros, pois infindáveis seriam
as linhas aqui necessárias a enumerar nossos grandes
escritores. Não nos esquecendo, evidentemente, das leitu-
ras jurídicas através de seus brilhantes autores, como RUI
BARBOSA, na saudade de seus textos, JOSÉ CARLOS BAR-
BOSA MOREIRA, na modernidade do velho mestre, ALEXAN-
DRE FREITAS CÂMARA, na categoria do jovem professor,
bem como outros inúmeros juristas.
XIV
ÉTICA E O CIDADÃO-ADVOGADO
“TEM PACIÊNCIA: o tempo vinga-se das coisas
feitas sem a sua colaboração.”
Eduardo J. Couture

A probidade deve ser sempre o norte para a conduta pri-


vada e profissional do advogado, aquela não deve afas-
tar-se nunca deste. Ficando certo que a probidade e a ÉTI-
CA caminham em união constante.
Avaliemos, então, nesse momento, uma situação que
possa ser vivida por um advogado; não na labuta do seu
mister, mas em sua vida privada. Suponhamos que deter-
minado advogado, como mero cidadão, pratique falta ofen-
siva à ÉTICA, deixando-se de lado que esta atitude venha a
ser capitulado como crime. Estaria ou não ele sujeito a
uma ação disciplinadora por parte da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil — OAB?
Uma corrente, minoritária, de estudiosos argumenta que
não, pois uma sanção administrativa só se daria caso a infra-
ção viesse a ser praticada no exercício da advocacia, compre-
endida esta, restritivamente, como ato de postular em juízo.
Ocorre que esta interpretação extremamente restritiva
há de ser avaliada com mais vagar. Observem que, para se
ingressar na Ordem, faz-se necessário que o candidato não
somente tenha se graduado em um curso jurídico, há, sim,
de gozar de boa reputação em sua conduta pública. Veja
que, em capítulo anterior, apresentamos o inciso III (pág.
30), no qual é certo, como um dos deveres do advogado,
“velar por sua reputação pessoal e profissional”.
Desta forma, podemos asseverar, sem qualquer dúvi-
da, que o advogado está sujeito ao Tribunal de ÉTICA nas
24 h de seu viver. Esta é uma verdade tão cristalina como

48
ÉTICA E O CIDADÃO-ADVOGADO 49

da mesma forma o advogado está protegido pelas suas


prerrogativas no mesmo período de tempo.
Talvez ache excesso de interferência da OAB em sua
vida particular; mas é exatamente o contrário. Ao se esten-
der no CED atenção à reputação pessoal do advogado, nada
mais se faz a não ser proteger a reputação de todos os
demais profissionais.
Ser ÉTICO quanto cidadão-advogado é um dever moral,
muito além de qualquer determinação legal.
XV
ÉTICA E A SOCIEDADE DE
ADVOGADOS
“Não se tem valor nenhum se não se é útil a alguém”.
(Descartes — matemático e filósofo
francês — 1596/1650)

N o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do


Brasil — OAB, regido pela Lei 8.906, de 4 de julho de
1994, encontramos em seu capítulo IV, do artigo 15 ao 17,
disciplinado como se deve tratar uma Sociedade de Advo-
gados.
Analisemos, primeiramente, o artigo 16º, que diz:

Art. 16. Não são admitidas a registro, nem podem


funcionar, as sociedades de advogados que
apresentem forma ou características mercantis, que
adotem denominação de fantasia, que realizem
atividades estranhas à advocacia, que incluam sócio
não inscrito como advogado ou totalmente proibido
de advogar”.

Como se vê, não há como se ter em uma sociedade


de advogados alguém não inscrito na OAB. Podemos, en-
tão, asseverar que a sociedade de advogados está ligada
diretamente aos profissionais que dela fazem parte.
Não há possibilidade alguma, também, de uma so-
ciedade de advogados possuir nome fantasia, exemplos:
Escritório de Advocacia HABEAS CORPUS, ou MANDADO DE
SEGURANÇA Advogados Associados Ltda.
É obrigatório que a razão social tenha, pelo menos, o
nome de um dos advogados responsáveis por aquela. Ob-
serve o parágrafo que se segue:

50
ÉTICA E A SOCIEDADE DE ADVOGADOS 51

Art. 16...
§ 1º. A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome
de, pelo menos, um advogado responsável pela
sociedade,...”

Analisado com vagar o artigo 16, através dos itens


acima, vamos ao artigo 15 em seu parágrafo 2º,

Art. 15....
§ 2º. Aplica-se à sociedade de advogados o Código
de ÉTICA e Disciplina, no que couber”.

Como só integram a sociedade de advogados aque-


les legalmente habilitados para o exercício da advocacia,
ao ser responsabilizada a sociedade advocatícia tendo in-
fringido o Código de ÉTICA por intermédio de um de seus
sócios, em assim sendo, podemos concluir que a socieda-
de de advogados são os sócios e estes são aquela. Desta
maneira a sociedade só será julgada ETICAMENTE se um
de seus advogados atuar de forma não-ÉTICA. Isto mostra
que o advogado é muito mais a sociedade na qual ele par-
ticipa do que esta é aquele.
Neste sentir, podemos afirmar que: se os advogados,
que representam determinada sociedade de advogados, ti-
verem atitudes ÉTICAS a essa jamais se aplicará o Código
de ÉTICA e Disciplina.
XVI
ÉTICA E INTERNET
“O mundo,
por menor que se torne com o avanço das comunicações,
jamais deixará de existir o contato pessoal...”
(Campello de Oliveira — trecho de
palestra proferida em 1999)

A internet é, sem a menor dúvida, um tema por demais


atual e interessante, um instrumento de propriedade
singular, inigualável.
Até o início deste novo milênio a Humanidade jamais
viveu qualquer situação tão transformadora e significante
nas diversas relações interpessoais, no cotidiano de nosso
planeta, de importância tamanha quanto o surgimento da
internet.
Há de se observar que a internet é um meio virtual da
interação instantânea e global e, por esta razão, interpessoal.
Todavia, a grande celeuma que se agiganta em torno da
internet reside no fato desta ser um veículo no qual atos e
fatos são intangíveis. Esta intangibilidade de seus atos e
fatos dificulta sua absorção no mundo jurídico, no qual po-
demos englobar as relações pessoais e comerciais, e, con-
seqüentemente, teremos dificuldade, por demais conheci-
da, da eficácia probatória.
Há ações, no mundo da internet, que deverão ser
normatizadas, tais como: violação de correios eletrônicos,
invasão de whinchester alheio com alteração de dados,
adulteração e utilização fraudulenta de cartões de crédito,
furto de centavos em contas bancárias, etc..
Antes de seguir em minha colocação, há de buscar o
entendimento quanto à Natureza Jurídica da internet, haja
vista esse trabalho estar situado nos limites do mundo ÉTI-
CO-jurídico. Desta maneira, me posiciono no mesmo norte

52
ÉTICA E INTERNET 53

doutrinário de Edmund Picard e Eduardo Pimenta, para os


quais a internet é o resultado de um mosaico de caracterís-
ticas de direito pessoal, obrigacional, real e intelectual,
dentro de um padrão perceptível, porém, intangíveis, uni-
dos por veículos totalmente abstratos e intelectuais, por-
tanto, um regime único, que, PICARD denominou de Direi-
tos Universais.
Vejam, então, face à cena que construímos acima, o
impressionante mundo virtual e sem fronteiras existente,
no qual estamos totalmente inseridos, até mesmo, sem
percebermos.
Se nas relações no mundo jurídico formal (advogado/
cliente, advogado/advogado, etc.) já temos a nítida visão
da necessidade de sermos ÉTICOS, imaginem, então, as
mesmas relações no cenário virtual da internet, com suas
relações intangíveis.
Observem a concreta possibilidade existente de qual-
quer pessoa no Brasil, ou no exterior, acessar, via internet,
determinado advogado brasileiro (corretamente inscrito na
OAB) e contratá-lo para emitir parecer sobre assunto de
qualificação específica deste profissional. Essa possibili-
dade, nos dias de hoje, é viável, e está, efetivamente, acon-
tecendo.
Se o contato, ou contrato, foi realizado entre cliente/
advogado através de correio eletrônico, cujo endereço foi
fornecido ao primeiro por um amigo ou pelo próprio advoga-
do, tudo, a princípio, encontra-se dentro de parâmetros
ÉTICOS definidos. Entretanto, se a chegada do cliente ao
advogado deu-se através de propaganda feita via internet
adentraremos, então, na análise de sensível importância
nesta relação internáutica; a PUBLICIDADE.
O CED, no capítulo da publicidade, orienta ao advoga-
do em anunciar os seus serviços profissionais, individual
ou coletivamente, com discrição e moderação. No mesmo
caminho o CED nos indica que as correspondências, comu-
nicados e publicações, versando sobre constituição, cola-
boração, composição e qualificação de componentes de
54 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

escritório e especificação de especialidades profissionais,


bem como boletins informativos e comentários sobre legis-
lação, somente podem ser fornecidos a colegas, clientes
ou pessoas que os solicitem ou autorizem previamente.
Não há silêncio pelo CED no que tange ao anúncio
profissional do advogado; naquele considera imoderado
quando este faz remessa de correspondência a uma coleti-
vidade, salvo para comunicar a clientes e colegas a instala-
ção ou mudança de endereço.
O que vem a ser, então, uma “página”colocada no
ciberespaço por um advogado, ou escritório? Correspon-
dência ou anúncio?
Se correspondência fosse, o profissional estaria in-
fringindo, frontalmente, o parágrafo segundo do artigo trigé-
simo primeiro do CED. Logo, em meu entendimento, trata-
se de anúncio. Se este estiver nos parâmetros dos artigos
que formam o capítulo quarto do CED nada há que temer o
profissional.
Neste mundo virtual, todo cuidado é pouco. Imagi-
nem se existe na internet uma “página” de um estagiário, e
que este não se identificou como tal; ou pior, se a “página”
pertença a um rábula, e, por um deles, seja emitido um
parecer técnico. Imaginaram o problema?
Haverá situações, sem a menor dúvida, no ciberespaço,
ainda hoje inimagináveis, com as quais teremos de conviver.
Então, como profissionais do Direito, será necessária uma
postura ÉTICA tanto no campo real quanto no campo virtual.
ÉTICA E SEU PROCESSO

XVII
ÉTICA E SEU PROCESSO
“TEM FÉ: crê no direito como o melhor instrumento
para o humano convívio;
crê na justiça como o objetivo moral do direito;
crê na paz como o substitutivo piedoso da justiça;
acima de tudo, crê na liberdade,
sem a qual não há direito, nem justiça, nem paz.”
Eduardo J. Couture

A nalisemos, primeiramente, os pontos nodais de um pro-


cesso disciplinar, que, como já disse, estão do art.70
ao 77 no Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94).
De chofre, podemos observar, no dizer do art.70, que
o poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB com-
pete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base
territorial tenha ocorrido a infração. O que isso quer dizer?
Exemplifiquemos, então, com um fato que, sem a menor
dúvida, poderá acontecer com qualquer advogado.
Imagine determinado profissional atuando, evidente-
mente como advogado, em processo no aprazível Estado
do Mato Grosso do Sul; todavia, sua inscrição principal é
do, não menos atraente, Estado de Alagoas. Este profissio-
nal comete uma infração, que fere o código de ÉTICA em
Campo Grande (MS) e, em seguida, viaja para Maceió. É
evidente, que este advogado infrator responderá, face à
determinação do art.70, processo disciplinar junto à
Seccional de Mato Grosso do Sul e nunca perante a outra
seccional, até mesmo a de Alagoas.
Esta obrigatoriedade imposta pelo setuagésimo arti-
go só se excetua quando a falta for cometida perante o
Conselho Federal.
Um processo disciplinar pode ser instaurado de ofício
ou mediante representação de qualquer autoridade ou pes-

55
56 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

soa interessada (art. 72 EOAB), sendo certo que seu trâmite


dar-se-á de forma sigilosa, até o seu término, somente tendo
acesso às suas informações as partes, seus defensores e
autoridade judicial competente (art. 72, § 2º, — EOAB).
A representação, face a qualquer advogado, deverá ser
endereçada ao Presidente da Seccional da Ordem dos Advo-
gados do Brasil, ou, em caso específico, ao Presidente da
OAB Federal, que, em ato contínuo, deve designar relator
(art. 73 EOAB), a quem compete a instrução do processo e o
oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao TED.
De modo algum retirar-se-á do representado o seu di-
reito à ampla defesa (art. 73, § 1º, do EOAB), podendo acom-
panhar o processo em todos os seus termos, pessoalmente
ou por intermédio de procurador que, obrigatoriamente, não
há necessidade de ser advogado, oferecendo, logo após sua
notificação, defesa prévia, cujo prazo poderá ser prorrogado
por motivo relevante, a juízo do relator bem como razões
finais em seguida a instrução e defesa oral perante o Tribu-
nal de Ética e Disciplina, por ocasião do julgamento.
O relator, logo após a apresentação da defesa prévia,
poderá manifestar-se, de forma liminar, pelo indeferimento
da representação, esse, no entanto, só poderá ser decidido
pelo Presidente do Conselho Seccional, que determinará ou
não o arquivamento representação (art. 73, § 2º — EOAB).
Há de se visualizar a hipótese do representado não
ser encontrado ou ser revel. Nesses casos o Presidente do
Conselho ou da subseção deve designar-lhe defensor dativo.
Como o amplo direito à defesa deve ser resguardado
em sua maior dimensão, caberá recurso ao Conselho
Seccional, quando não tenham sido unânimes os votos dos
integrantes do TED. Recurso caberá, da mesma forma, quan-
do contrariar a Lei 8.906/94, assim como uma decisão do
Conselho Federal, ou haja decisão conflitante de outro Con-
selho Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o Código
de ÉTICA e Disciplina e os Provimentos.
É evidente que da decisão proferida por TED de uma
Seccional, qualquer recurso, antes de ser encaminhado ao
ÉTICA E SEU PROCESSO 57

Conselho Federal, deverá ser endereçado a uma das câmaras


da Seccional, havendo, posteriormente, possibilidade de re-
curso ao Presidente da Seccional cujo TED está subordinado.
Após todo processo disciplinar, não havendo nenhu-
ma outra possibilidade de recurso, e tendo sido concluído
pela condenação do representado, o Conselho Seccional,
onde tem o advogado sua inscrição principal, deverá ser
comunicado para fazer constar esta condenação nos as-
sentamentos do advogado (art. 70, § 2º — EOAB).
Duas coisas importantes devem ser lembradas nes-
se momento:
1ª) permitir-se-á a revisão do processo disciplinar, por
erro de julgamento ou por condenação baseada em falsa
prova (art. 73, § 5º — EOAB);
2ª) a jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quan-
do o fato constituir crime ou contravenção, deve ser comu-
nicado às autoridades competentes (art. 71 — EOAB).
Todo o modo de movimentarmos o processo adminis-
trativo (seus prazos, recursos, a quem se dirigir, etc.) está
disposto em nosso Código de Ética e Disciplina (CED) no
capítulo que trata dos procedimentos, que vai do artigo
qüinquagésimo primeiro usque ao sexagésimo primeiro.
Havendo representação de advogado em face de advo-
gado, o relator indicado deverá marcar audiência conciliatória,
antecedendo aos demais procedimentos. Inclusive, o não com-
parecimento daquele que moveu a representação sem mani-
festação prévia da inviabilidade de conciliação por escrito,
poderá acarretar o arquivamento daquela a critério do relator
(este dispositivo está regulado pelo Provimento nº 83/96).
Se observarmos alguns prazos, veremos que o repre-
sentado, para apresentar sua defesa prévia, terá 15 dias
(art. 52 — CED). Não pode olvidar o representado que ao
apresentar sua defesa prévia deve fazê-la acompanhar de
todo e qualquer documento que se faça necessário para
sua obstrução à representação; sendo este momento tam-
bém o correto para que seja apresentado o rol de testemu-
nhas, no máximo de cinco (art. 52; § 2º — CED/OAB).
58 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Concluída a instrução, será aberto prazo sucessivo


de quinze dias para a apresentação de razões finais pelo
representante e pelo representado, após a juntada da últi-
ma intimação. Findo o prazo das razões finais, o relator
profere parecer preliminar, a ser submetido ao TED (art.
52; §§ 4º e 5º). Na sessão de julgamento perante ao TED,
após o voto do relator, o representado ou seu procurador
terá um tempo de quinze minutos para apresentar sua de-
fesa oral (art. 53; 3º — CED/OAB).
Deve o advogado ou estagiário saber que o TED pode
também ser inquirido por um desses para se pronunciar
sobre alguma dúvida que se tenha no que tange a ÉTICA
(art. 55 — CED). Esta possibilidade de consulta é primoro-
sa, pois possibilita ao inscrito na OAB levantar qualquer
dúvida no tocante à ÉTICA, sem que tenha de feri-la.
Os procedimentos colocados neste capítulo são, a
meu entendimento, os mais prementes para aquele que se
encontrar representado em um processo disciplinar; vale,
entretanto, asseverar que em um caso concreto deve-se
estudar com mais atenção os artigos retromencionados,
assim como os não aqui colocados.
Uma questão que nos foi colocada certa feita: punido
o advogado pelo TED, já sem possibilidade alguma de re-
curso, daria a quem representou possibilidade de mover
ação cível, utilizando-se da decisão emanada pelo TED como
prova pericial? Acredito que sim. Entretanto, cabe alertar
ao autor do processo cível que requeira seja esse protegi-
do por segredo de justiça, para que este não colida com o
determinado pelo § 2º do artigo 72 da Lei 8.906/94.
Se observarmos o mesmo raciocínio anterior ao con-
trário, ou seja: representação proposta contra advogado é
arquivada. Poderá, então, esse mover ação indenizatória,
por dano moral, contra aquele que lhe representou? De-
pendendo do caso, acredito que sim. Em recente acórdão
emanado do TJ-SP (Apelação Cível nº 118.710-4/0), cujo
relator foi o Dsembargador J. Roberto Bedran, determinado
advogado foi beneficiado, com 70 salários mínimos, por
danos morais após ter uma representação arquivada.
XVIII
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM
“ESQUECE: a advocacia é uma luta de paixões.
Se cada batalha deixar em tua alma um rancor,
logo chegará o dia em que a vida se terá tornado impossível para ti.
Findo o combate, esquece a tua vitória tão depressa quanto a tua
derrota.”
Eduardo J. Couture

A s questões, bem como o gabarito, aqui apresentadas


são rigorosamente idênticas às colocadas nos exames
de ordem; exceto a seqüência numérica.
Não faremos nenhum comentário sobre uma ou outra
questão, principalmente sobre as respostas oficiais, pois,
além de não ser este o objetivo deste livro, qualquer prazo
para recurso já passou há muito, caso esse fosse, à épo-
ca, necessário.
Consolidando as questões em um único trabalho,
podemos constatar que algumas se repetem de teste em
teste como de Estado para Estado. Não vejo tal fato com
uma visão negativa, até mesmo porque, chegar-se-á a al-
gum exame de ordem, em tempo vindouro, que as ques-
tões terão que se repetir obrigatoriamente. Assim, ter-se-á
que se buscar uma nova metodologia para se avaliar o futu-
ro advogado, no particular a ÉTICA. Quiça poderemos trans-
ferir esta avaliação para o orientador, ou orientadores, do
estágio oficial do candidato, ou, quem sabe, mudando a
legislação, o futuro advogado fique atuando como profissio-
nal por um período não inferior a dois anos para, posterior-
mente, obter uma inscrição definitiva.
Sei que esta minha posição sofrerá contundentes
críticas, mas é a minha opinião; que poderá ser refor-
mulada mediante o surgimento de idéias diferentes, mas
lógicas.

59
60 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

1 — OAB/RJ — agosto. 99

Como fica a situação de um advogado, regularmente


inscrito na OAB-RJ, que foi empossado no cargo de Oficial
do Cartório do 9º Ofício do RGI do Rio de Janeiro?
a. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo livremente a
advocacia.
b. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia,
ficando impedido de advogar apenas contra a fazenda
que o remunera.
c. Terá sua inscrição na OAB/RJ cancelada e, por conse-
qüência, não poderá exercer a advocacia.
d. Será licenciado da advocacia, não podendo advogar ape-
nas durante o tempo em que estiver exercendo a função
de Oficial do RGI.

2 — OAB/RJ — agosto. 99

O advogado JOSÉ DA SILVA, que já havia sido proces-


sado uma vez pela OAB/RJ, teve o seu mandato revogado
por um cliente e recusa-se a prestar contas ao mesmo.
Pergunta-se: qual a punição disciplinar que a OAB po-
derá aplicar a JOSÉ DA SILVA?
a. Censura, que poderá ser cumulada com multa.
b. Suspensão, pelo prazo de 30 dias a doze meses.
c. Suspensão, pelo prazo de 30 dias e perdurando até que
preste as contas devidas.
d. Exclusão do quadro de advogados da OAB/RJ.

3 — OAB/RJ — agosto. 99

O advogado MARCO ANTÔNIO, amigo de RICARDO,


foi por esse constituído e patrocinou, até o final, uma cau-
sa cível de RICARDO, com quem ajustou, verbalmente, ho-
norários advocatícios de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Con-
cluída a causa, RICARDO vem se recusando a pagar os
honorários ajustados.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 61

Pergunta-se: qual a medida judicial adequada para


MARCO ANTÔNIO pleitear os honorários de R$ 6.000,00
(seis mil reais), que lhe são devidos?
a. A Execução por Quantia Certa.
b. A Ação de Cobrança, pelo procedimento sumário.
c. A Ação de Cobrança, pelo procedimento ordinário.
d. Através do Juizado Especial Cível.

4 — OAB/RJ — agosto. 99

O que pode acontecer a um advogado que retira os


autos de um processo de cartório, ultrapassa do prazo de-
vido e, mesmo intimado a fazê-lo, não devolve os autos ao
cartório respectivo?
a. Apenas ser punido disciplinarmente pela OAB.
b. Sofrer a busca e apreensão dos autos, ser punido pela
OAB e pelo juiz do processo.
c. Sofrer a busca e apreensão dos autos, não poder mais
retirar aqueles autos do cartório e ser punido pela OAB e
pelo juiz do processo.
d. Sofrer a busca e apreensão dos autos; não poder mais
retirar aqueles autos do cartório; pagar multa de meio
salário mínimo; ser punido disciplinarmente (pela OAB)
e ser punido criminalmente.

5 — OAB/RJ — agosto. 99

O advogado PAULO RICARDO — que tem seu domicí-


lio profissional na Cidade do Rio de Janeiro e está inscrito
na OAB/RJ — foi constituído por um cliente para patrocinar
uma causa cível em Juiz de Fora — MG.
Pergunta-se: PAULO RICARDO poderá patrocinar tal
causa no Estado de Minas Gerais?
a. Pode, porque sua inscrição na OAB/RJ permite que ele
advogue eventualmente em outro Estado, sem necessi-
dade de outra inscrição.
62 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

b. Só poderá fazê-lo mediante uma inscrição suplementar


na OAB/MG.
c. Só poderá fazê-lo se transferir sua inscrição para a OAB/MG.
d. Não pode, porque sua inscrição na OAB/RJ só permite
que ele advogue dentro do Estado do Rio de Janeiro.

6 — OAB/RJ — agosto. 99

O que é necessário para que uma sociedade de advo-


gados adquira sua personalidade jurídica?
a. Apenas o registro de seu contrato social no Registro Ci-
vil de Pessoas Jurídicas.
b. Apenas o registro de seu contrato social na OAB.
c. Registro de seu contrato social no Registro Civil de Pes-
soas Jurídicas e também na OAB.
d. Registro de seu contrato social na OAB e também no
Ministério da Fazenda (CNPJ, antigo CGC).

7 — OAB/RJ — dezembro. 99
JOSÉ DA SILVA, Advogado militante, inscrito na OAB/
RJ, escolhido em lista tríplice (quinto constitucional), foi
nomeado e empossado como Desembargador do Tribunal
de Justiça deste Estado.
Pergunta-se: como fica a situação de José da Silva na
OAB/RJ?
a. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia,
ficando, porém, impedido de advogar contra a fazenda
que o remunera e perante o TJ/RJ.
b. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo livremente a
advocacia.
c. Ficará licenciado da advocacia.
d. Terá cancelada sua inscrição na OAB/RJ.

8 — OAB/RJ — dezembro. 99
O advogado ANTÔNIO BRITO — que já havia sofrido
uma punição aplicada pela OAB/RJ — por desinteresse e
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 63

sem conhecimento do cliente, abandonou a causa para a


qual fora este constituído.
Pergunta-se: qual a punição disciplinar a OAB poderá
aplicar a ANTONIO BRITO?
a. Advertência.
b. Censura, simples ou com multa.
c. Suspensão, simples ou com multa.
d. Exclusão do quadro da OAB/RJ.

9 — OAB/RJ — dezembro. 99
O Advogado RICARDO ROCHA, constituído por Pedro
dos Anjos e em nome deste, ingressou em juízo com ação
de Despejo por falta de pagamento em face de Marcelo
Barros (locatário do imóvel de Pedro dos Anjos), sabendo
que esse encontrava-se em dia com todas as suas obriga-
ções contratuais.
Pergunta-se: o procedimento do advogado Ricardo
Rocha constitui:
a. Tergiversação.
b. Lide temerária.
c. Patrocínio infiel.
d. Exercício ilegal da advocacia.

10 — OAB/RJ — dezembro. 99
Ao constituir um advogado para defender seus inte-
resses em juízo, o cliente confidenciou ao mesmo um se-
gredo. Dois anos após o encerramento da causa e do res-
pectivo mandato, aquele advogado revelou, propositadamen-
te, e sem justa causa, o referido segredo.
Pergunta-se: o que pode ocorrer àquele advogado.
a. Apenas ser punido disciplinarmente pela OAB.
b. Ser punido disciplinarmente pela OAB e também ser res-
ponsabilizado civilmente por perdas e danos.
c. Ser punido criminalmente e ser punido disciplinarmente
(pela OAB) e, ainda, ser responsabilizado por perdas e da-
nos.
64 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

d. Não sofrer qualquer punição, porque não era mais advo-


gado daquele cliente.

11 — OAB/RJ — dezembro. 99

Quando fazia a sustentação oral numa audiência da


36ª Vara Cível do Rio de Janeiro, o Advogado do autor inju-
riou e caluniou o réu do processo em julgamento.
Pergunta-se: por tal comportamento, o que pode ocor-
rer ao referido Advogado?
a. Ser advertido pelo Juiz que preside a audiência
b. Ser preso por desacato, pelo juiz que preside a audiên-
cia.
c. Ser processado pelo Juiz que preside a audiência, pela
injúria e calúnia.
d. Nada ocorrer, porque o advogado tem imunidade profis-
sional.

12 — OAB/RJ — dezembro. 99

Para uma sociedade de advogados adquirir personali-


dade jurídica é necessário:
a. O registro de seu Contrato Social no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas e também na OAB e no Ministério da
Fazenda (CNPJ, antigo CGC).
b. O registro de seu Contrato Social na Junta Comercial e
na OAB.
c. Apenas o registro de seu Contrato Social no Registro
Civil das Pessoas Jurídicas.
d. Apenas o registro de seu Contrato Social na OAB.

13 — OAB/RJ — março. 2000

Um advogado, inscrito na OAB/RJ e exercendo regu-


larmente a advocacia, foi eleito Vereador do Município de
Niterói e tomou posse.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 65

Pergunta-se: como fica a situação daquele advoga-


do/vereador junto à OAB/RJ e quanto ao exercício da advo-
cacia?
a. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia,
ficando apenas impedido de advogar contra as pessoas
de direito público em geral (inclusive empresas públi-
cas, sociedades de economia mista, fundações públi-
cas, etc.).
b. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo livremente a
advocacia.
c. Ficará licenciado da advocacia e, portanto, totalmente
proibido de exercer a advocacia durante todo o tempo
em que estiver exercendo o mandato de vereador.
d. Terá cancelada sua inscrição na OAB/RJ.

14 — OAB/RJ — março. 2000

No curso de um processo cível em que funcionava, o


Advogado do Réu pediu a este a importância de R$
10.000,00 (dez mil reais) para dar ao serventuário do car-
tório da vara respectiva, para que o mesmo “desse um su-
miço” naquele processo.
Pergunta-se: por tal comportamento e sendo primá-
rio, o que pode fazer a OAB àquele advogado?
a. Processá-lo e aplicar-lhe a pena de censura, simples ou
com multa.
b. Processá-lo e aplicar a pena de suspensão, simples ou
com multa.
c. Processá-lo e aplicar-lhe a pena de exclusão, da OAB.
d. Nada fazer, por não caber, no caso, qualquer punição
disciplinar da OAB.

15 — OAB/RJ — março. 2000

O advogado MÁRIO AUGUSTO, que tem inscrição ape-


nas na OAB/RJ, quer ingressar com uma ação na comarca
de Juiz de Fora — MG.
66 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Pergunta-se: como deve proceder o advogado Mário


Augusto para ingressar com aquela ação?
a. Deve fazer uma inscrição suplementar na OAB/MG.
b. Deve transferir sua inscrição principal da OAB/RJ para a
OAB/MG.
c. Deve apenas pedir autorização à OAB/MG (ou à subseção
de Juiz de Fora) para poder funcionar naquela ação.
d. Pode propor a referida ação, sem qualquer inscrição,
autorização ou comunicação à OAB/MG.

16 — OAB/RJ — março. 2000

Um advogado retira de cartório, mediante carga, os


autos de um processo em andamento. Decorrido o prazo da
vista e não devolvendo os autos, o mesmo advogado é inti-
mado a devolver aqueles autos em 24 horas e também não
o faz, realizando-se então a busca e apreensão dos autos.
Pergunta-se: ao todo, o que pode ocorrer àquele ad-
vogado?
a. Ser punido apenas pela OAB.
b. Ser punido pela OAB e também ser responsabilizado por
perdas e danos.
c. Ser punido pela OAB, perder o direito de vista daqueles
autos fora de cartório; pagar multa de meio salário mí-
nimo, podendo ser responsabilizado por perdas e da-
nos.
d. Ser punido pela OAB; ser punido criminalmente pela re-
tenção dos autos; perder o direito de vista daqueles fora
de cartório e pagar multa de meio salário mínimo, po-
dendo até ser responsabilizado por perdas e danos.

17 — OAB/RJ — março. 2000

Qual das hipóteses abaixo que, praticadas por um


advogado, configurará uma lide temerária?
a. Propor, por equívoco, uma ação de manutenção de pos-
se, quando a ação correta é de reintegração de posse.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 67

b. Ingressar em juízo com processo de execução de hono-


rários advocatícios ajustados verbalmente com o clien-
te, quando o procedimento correto é o sumário.
c. Propor uma ação cobrando uma dívida já quitada, por-
que sabe que o “devedor” não possui o comprovante
(recibo) de pagamento daquela dívida.
d. Ingressar com uma ação em juízo quando está suspenso
do exercício da advocacia pela OAB (pena de suspensão
aplicada pela OAB).

18 — OAB/RJ — março. 2000

Das recomendações abaixo, qual está prevista expres-


samente no Código de Ética e Disciplina da OAB?
a. Não manter sociedade profissional fora dos preceitos
da lei.
b. Não entender-se diretamente com a parte contrária que
tenha patrono constituído, sem o consentimento deste.
c. Recusar-se a defender, em processo criminal, o acusa-
do de crime hediondo.
d. Não locupletar-se, por qualquer forma, à custa do clien-
te ou da parte contrária.

19 — OAB/RJ — março. 2000

Um advogado inscrito na OAB/RJ e exercendo regular-


mente a advocacia, foi aprovado em concurso e empossado
no cargo de fiscal de tributos do Estado do Rio de Janeiro.
Pergunta-se: como fica o situação daquele advogado
junto à OAB/RJ e quanto ao exercício da advocacia?
a. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia,
ficando apenas impedido de advogar contra as pessoas
de direito público em geral (União, Estados, Municípios,
inclusive empresas públicas, sociedades de economia
mista, fundações públicas, etc....).
b. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia,
ficando apenas impedido de advogar contra a Fazenda
68 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Pública que o remunera ou contra o Estado do Rio de


Janeiro.
c. Terá cancelada sua inscrição na OAB/RJ, perdendo a
condição de advogado e, conseqüentemente, não pode-
rá mais advogar.
d. Ficará licenciado da advocacia e, portanto, totalmente
proibido de exercer a advocacia durante o tempo em que
estiver no cargo de fiscal de tributos.

20 — OAB/RJ — março. 2000

Constituído para entrar em juízo com uma ação de


ressarcimento de danos, o advogado JOSÉ DA SILVA ajus-
tou verbalmente com o cliente (o autor da ação) honorários
advocatícios no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Ter-
minando o processo, satisfatoriamente, José da Silva co-
brou do referido cliente os honorários que haviam ajustado.
Este, porém, vem se recusando a pagar.
Pergunta-se: qual a medida judicial adequada, no caso
citado, para José da Silva receber aqueles honorários
advocatícios?
a. Propor uma Ação de Cobrança, pelo Procedimento Ordi-
nário.
b. Propor uma Ação de Cobrança, pelo Procedimento Su-
mário.
c. Propor uma Execução por Quantia Certa (nos próprios
autos da ação de ressarcimento de danos em que funcio-
nou ou em processo autônomo).
d. Requerer do juiz da referida ação de ressarcimento de
danos que deduza o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais)
da quantia a ser recebida por seu cliente, para ser pago
diretamente a ele, José da Silva.

21 — OAB/RJ — março. 2000

Dos procedimentos abaixo, assinale aquele que é ex-


pressamente vedado pelo Código de Ética e Disciplina da OAB.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 69

a. Reter, abusivamente, os autos de um processo que reti-


rou de Cartório mediante “carga”.
b. Valer-se de agenciamento de causas, mediante partici-
pação em honorários a receber.
c. Solicitar ou receber dinheiro do cliente para a aplicação
ilícita ou desonesta.
d. Funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como
patrono e preposto do empregador ou cliente.

22 — OAB/RJ — março 2000

O que é necessário para que uma sociedade de Advo-


gados adquira personalidade jurídica?
a. Apenas o registro de seu Contrato ou Estatuto Social na
Junta Comercial.
b. Apenas o registro de seu Contrato ou Estatuto Social no
Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
c. Apenas o registro de seu Contrato Social ou Estatuto
Social na OAB.
d. O registro de seu Contrato ou Estatuto Social no Regis-
tro Civil das Pessoas Jurídicas, na OAB e no seu CNPJ
(Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério
da Fazenda — antigo CGC).

23 — OAB/RJ — março. 2000

O advogado PEDRO PEDREIRA cometeu reiterados er-


ros no exercício da advocacia que, em processo disciplinar
na OAB-RJ, conclui-se pela inépcia profissional do mesmo.
Pergunta-se: qual pena disciplinar será aplicada, no
caso, ao referido advogado?
a. Pena de Exclusão do Quadro de advogados da OAB/RJ.
b. Pena de Suspensão do exercício da advocacia, até que
preste novas provas de habilitação.
c. Pena de suspensão do exercício da advocacia, pelo pra-
zo de trinta dias a doze meses.
d. Pena de Censura, que poderá ser cumulada com pena
de multa.
70 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

24 — OAB/RJ — março. 2000

O advogado MARCELO DOS ANJOS, sabendo que José


da Silva foi demitido da empresa em que trabalhava e da
qual recebeu todas as verbas resilitórias que eram devidas
pela dispensa, aceitou procuração de José da Silva e in-
gressou com Reclamação Trabalhista, pleiteando o paga-
mento das mesmas verbas resilitórias, alegando que não
foram pagas.
Pergunta-se: como se denomina tal procedimento do
advogado MARCELO DOS ANJOS?
a. Lide Temerária.
b. Patrocínio Infiel.
c. Exercício Ilegal da Advocacia.
d. Tergiversação.

25 — OAB/RJ — março. 2000

Das afirmativas abaixo, qual está em perfeito acordo


com o previsto pelo Código de Ética e Disciplina da OAB?
a. O advogado pode recusar a defesa criminal se, em sua
opinião, considerar o acusado culpado pelo delito.
b. O advogado pode debater, em qualquer veículo de divul-
gação, causa sob seu patrocínio, desde que não se tra-
te de causa sob segredo de justiça.
c. O advogado pode funcionar no mesmo processo, simul-
taneamente, como patrono e preposto do empregado ou
cliente.
d. O advogado pode, ao contratar seus honorários, adotar
a cláusula quota litis, sendo tais honorários necessaria-
mente representados por pecúnia (dinheiro, moeda).

26 — OAB/RJ — março. 2000

O advogado JOSÉ DA SILVA, retirou de Cartório os


autos de um processo civil em andamento, pelo prazo de
10 (dez) dias. Decorridos 22 (vinte e dois) dias sem devol-
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 71

ver os referidos autos, José da Silva foi intimado, por Ofi-


cial de Justiça, a devolver aqueles autos no prazo de 24
(vinte e quatro) horas. Também não o fez e nada justificou.
Pergunta-se: ao todo, o que pode ocorrer a José da
Silva?
a. Ser punido disciplinarmente pela OAB; ser punido crimi-
nalmente pela retenção dos autos; perder o direito de
vista daqueles autos fora de cartório e pagar multa de
meio salários mínimo, podendo até responder por per-
das e danos, além de sujeitar-se à busca e apreensão
dos autos.
b. Ser punido disciplinarmente pela OAB; perder o direito
de vista daqueles autos fora de cartório e pagar multa
de meio salário mínimo, podendo até responder por per-
das e danos, além de sujeitar-se à busca e apreensão
dos autos.
c. Ser punido disciplinarmente pela OAB e responder por
perdas e danos, além de sujeitar-se à busca e apreen-
são dos autos.
d. Ser punido disciplinarmente pela OAB e sujeitar-se à
busca e apreensão dos autos.

27 — OAB/RJ — março. 2000

Um advogado, inscrito na OAB-RJ e exercendo regular-


mente a advocacia, foi nomeado e empossado no cargo de
Presidente da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro.
Pergunta-se: como fica a situação daquele advogado
junto à OAB/RJ e quanto ao exercício da advocacia?
a. Terá cancelada sua inscrição na OAB/RJ, perdendo a
condição de advogado e, conseqüentemente, não pode-
rá mais advogar.
b. Ficará licenciado da advocacia e, portanto, totalmente
proibido da exercer a advocacia durante o tempo em que
estiver no cargo de Presidente da JUCERJ.
c. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia
livremente.
72 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

d. Continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia,


ficando apenas impedido de advogar contra a Fazenda Públi-
ca que o remunera, ou contra o Estado do Rio de Janeiro.

28 — OAB/RJ — março. 2000

Os advogados JOSÉ DA SILVA e PEDRO RODRIGUES,


que exercem a advocacia sem qualquer restrição, e mais três
colegas (advogados: Carlos Xavier, Salvador Ribeiro e Roberto
Nunes Pereira) constituem uma Sociedade de Advogados e
pedem o registro do respectivo Contrato Social na OAB/RJ.
Pergunta-se: qual a razão social adotada será aceita
pela OAB/RJ?
a. SILVA & RODRIGUES, Advogados Associados Ltda.
b. Escritório de Advocacia RUI BARBOSA, Advogados Asso-
ciados S.C.
c. SILVA & RODRIGUES, Advogados Associados S.C.
d. Sociedade de Advogados TERCEIRO MILÊNIO S.C. Ltda.

29 — OAB/RJ — março. 2000

O advogado PEDRO PEDREIRA — que já havia sido


punido uma vez pela OAB/RJ — por desinteresse e sem
conhecimento do cliente, abandonou a causa para a qual
fora por este constituído e nesta funcionando.
Pergunta-se: qual pena disciplinar será aplicada, no
caso, ao advogado Pedro Pedreira?
a. Pena de Exclusão do Quadro de advogados da OAB/RJ.
b. Pena de Suspensão do exercício da advocacia (com ou
sem multa).
c. Pena de Censura (com ou sem multa).
d. Pena de Multa.

30 — OAB/RJ — março. 2000


O advogado SALVADOR DE SÁ foi convidado pelo au-
tor de uma ação cível em andamento para substituir o res-
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 73

pectivo advogado que o estava representando no processo


pertinente. Desejando aceitar o convite do mencionado au-
tor, qual a medida correta e adequada deva tomar Salvador
de Sá?
a. Receber uma nova procuração do Autor, revogando a
anterior, e juntá-la aos autos do processo respectivo.
b. Pedir ao advogado do processo que lhe outorgue uma
procuração, para substituí-lo.
c. Consultar os autos do processo e depois receber a pro-
curação do autor, revogando a anterior, e juntá-la aos
autos respectivos.
d. Consultar os autos do processo e depois procurar o ad-
vogado que está nos autos, pedindo a sua renúncia ou
substabelecimento.

31 — OAB/PA — dezembro. 2000

A conseqüência que a lei atribui a prática ilegal dos


atos privativos dos advogados, especialmente por pessoa
não inscrita na OAB, é a nulidade.
Assinale a resposta certa:
a. O advogado suspenso, quando pratica algum ato de ad-
vogado durante a suspensão, o ato é anulável, sem pre-
juízo das responsabilidades de estilo.
b. O advogado, temporariamente afastado para exercer
cargo ou função incompatível com a advocacia, está
proibido de advogar, no entanto, na eventual prática
de atos de advogado, estes serão anuláveis, depen-
dendo o seu desfazimento de provocação da parte in-
teressada.
c. A nulidade por ser de pleno direito, não se ratifica pela
parte interessada e não convalesce com a tempo.
d. Os atos praticados por advogados impedidos ou
incompatibilizados serão anuláveis (grau menor de
invalidade), mas os atos de advogados praticados por
pessoas não inscritas na OAB serão nulos, pois nesse
caso a nulidade é absoluta.
74 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

32 — OAB/PA — dezembro. 2000

Quanto à organização estrutural da OAB, é certo di-


zer:
a. Os Conselhos Seccionais são órgãos plenos de compe-
tência, o que os dispõem independentes do Conselho
Federal.
b. O Conselho Federal, autarquia corporativa, com perso-
nalidade jurídica de direito público, é instância recursal
superior.
c. O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica
própria, com sede em Brasília, é órgão supremo da
OAB.
d. As subseções são partes dependentes dos Conselhos
Seccionais e perante a eles responsáveis.

33 — OAB/PA — dezembro. 2000

Os presidentes da OAB (do Conselho Federal, dos


Conselhos Seccionais e Subseções) têm legitimidade para
agir em defesa dos princípios estabelecidos no Estatuto,
da advocacia em geral e dos advogados individualmente,
quando violados seus direitos e prerrogativas profissionais,
por qualquer pessoa ou autoridade. Ante a tal verdade fun-
damental, é certo dizer:
a. Na defesa dos interesses da advocacia, o presidente da
OAB só pode ingressar com algumas poucas ações pre-
vistas em lei.
b. Na hipótese de impetração de mandado de segurança
coletivo, o presidente da OAB não precisa da autoriza-
ção dos advogados inscritos.
c. O presidente da OAB não pode intervir em inquérito poli-
cial já instaurado, que se destine a apurar responsabili-
dade de advogado, e razão do exercício da advocacia,
salvo para lhe fiscalizar as formalidades.
d. O presidente não possui legitimidade extrajudicial, vez
que não é investido de função judicante.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 75

34 — OAB/PA — dezembro. 2000

Quanto a sanções disciplinares aplicadas aos


causídicos, é correto dizer:
a. A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercí-
cio profissional, em todo o território nacional, pelo prazo
de dois anos.
b. Para aplicação da sanção disciplinar de exclusão é ne-
cessária a manifestação favorável de dois terços dos
membros do Conselho Seccional competente.
c. A censura nunca poderá ser convertida em advertência,
pois sua natureza jurídica é específica.
d. O advogado excluído do quadro de advogado da OAB
nunca poderá a ele retornar.

35 — OAB/AM — março. 99

O advogado, indispensável à administração da Justi-


ça, deve exercer suas atividades tomando como postula-
dos fundamentais, exceto:
a. A defesa do Estado Democrático de Direito e dos direi-
tos de cidadania;
b. A defesa dos direitos dos direitos públicos, da Justiça e
da paz social;
c. A defesa dos interesses vinculados ao exercício profis-
sional da parte adversa;
d. A defesa dos direitos individuais, coletivos e difusos como
especial forma de garantir a igualdade de direitos.

36 — OAB/AM — março. 99

A advocacia é incompatível, mesmo em causa pró-


pria, exceto com:
a. O exercício das atividades de ministério público, magis-
tério e magistratura;
b. O exercício da chefia do Poder Executivo e de direção
das mesas do Poder Legislativo;
76 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

c. O exercício das funções de juiz de paz, juiz especial de


causas cíveis e criminais e juiz classista;
d. O exercício de cargos ou funções policiais de qualquer
natureza.

37 — OAB/AM — março. 99

Compete ao Conselho Federal da Ordem dos Advoga-


dos, exceto:
a. Representar em juízo, ou fora dele, os interesses coleti-
vos ou individuais dos advogados;
b. Velar pela dignidade, independência, prerrogativas e va-
lorização da advocacia;
c. Editar e alterar, o regulamento geral, o Código de Ética e
o currículo dos Cursos Jurídicos;
d. Ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade de normas
legais e atos normativos.

38 — OAB/AM — março. 99
No exercício da advocacia a regra é o sigilo profissio-
nal, exceto quando ocorrer:
a. Grave ameaça ao direito a vida do advogado;
b. Grave ameaça à honra de advogado;
c. Grave ameaça à segurança nacional;
d. Grave afronta pelo próprio cliente.

39 — OAB/AM — março. 99
Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem
do Advogados do Brasil, exceto:
a. Orientar, aconselhar, responder consultas e julgar os
processos disciplinares sobre ética profissional;
b. Instaurar de ofício ou mediante representação expressa
dos interessados no processo disciplinar;
c. Apresentar defesa prévia, como pré-requisito de instala-
ção do processo, esta regulada em disposição estatutária
específica;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 77

d. Determinar a notificação dos interessados para esclare-


cimentos, através do relator do processo disciplinar.

40 — OAB/AM — março. 99

São requisitos para inscrição como advogado:


a. Indicação por um advogado militante há mais de dez anos;
b. Prestar compromisso perante o Tribunal de Ética;
c. Prestar compromisso perante a Comissão de Estágio e
Exame de Ordem;
d. Prestar compromisso perante o Conselho Seccional.

41 — OAB/AM — março. 99

A sociedade de advogados, para que tenha existên-


cia, deverá ser registrada:
a. Na Junta Comercial;
b. Na Junta Comercial e na Seccional da OAB;
c. No Cartório do Registro Civil e na Seccional da OAB;
d. Na Seccional da OAB, sendo vedado o registro em outro
órgão.

42 — OAB/AM — março. 99

São órgãos da OAB:


a. O Conselho Federal, os Seccionais e os tribunais de Ética;
b. Os tribunais de ética, as Subseções e o Conselho Fede-
ral;
c. Os Conselhos Seccionais, o Federal e as Subseções;
d. Os Tribunais de Ética, o Conselho Federal e as Caixas
de Assistência dos Advogados.

43 — OAB/AM — março. 99
A advocacia é incompatível, em qualquer caso, no
exercício:
a. De mandato parlamentar, quando licenciado;
78 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

b. Função de direção e gerência de instituições financei-


ras, inclusive privadas;
c. Funcionários públicos estatutários;
d. Docentes de cursos jurídicos.

44 — OAB/AM — março. 99

O advogado que renunciar ao mandato deverá pros-


seguir no patrocínio da causa por:
a. Dez dias após o despacho de juntada do juiz;
b. Dez dias após a ciência do mandante;
c. Cinco dias após o despacho de juntada do juiz;
d. Cinco dias após a ciência do mandante.

45 — OAB/MG — março. 2000

Marque a alternativa incorreta:


a. Exercer com liberdade a profissão em todo o território
nacional;
b. Usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribu-
nal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equí-
voco ou dúvida surgida em relação aos fatos, documen-
tos ou afirmações que influam no julgamento, bem como
para replicar acusações que lhe forem feitas;
c. Ingressar livremente, em qualquer assembléia ou reu-
nião de que participe ou possa participar o seu cliente,
ou perante a qual este deve comparecer;
d. Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabi-
netes de trabalho, independentemente de horário pre-
viamente marcado ou outra condição, observando-se a
ordem de chegada.

46 — OAB/MG — março. 2000

Marque a alternativa incorreta:


a. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Con-
selho Seccional em cujo território pretende o mesmo
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 79

estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do


regulamento Geral da OAB;
b. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscri-
ção em todos os documentos assinados pelo advogado,
no exercício de sua atividade;
c. O advogado obriga-se cumprir rigorosamente os deveres
consignados no Código de Ética e Disciplina da OAB;
d. Em caso de lide temerária, o advogado será solidaria-
mente responsável com o seu cliente.

47 — OAB/MG — março. 2000

Assinale a alternativa correta:


a. Não é permitido ao advogado que tenha sofrido qual-
quer sanção disciplinar requerer a sua reabilitação;
b. Fica impedido de exercer o mandato profissional o advo-
gado que for punido com as sanções disciplinares de
Censura, Suspensão e Exclusão;
c. O advogado é obrigado a aceitar a imposição do cliente
que pretenda ver com ele atuando outros advogados e
aceitar a indicação de outro profissional para ele traba-
lhar no processo;
d. Os advogados integrantes da mesma sociedade profis-
sional ou reunidos em caráter permanente, para coope-
ração recíproca, não podem representar em juízo clien-
tes com interesses opostos.

48 — OAB/MG — março. 2000

Assinale a alternativa incorreta:


a. O advogado deve informar ao cliente, de forma clara e
inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua preten-
são, e das conseqüências que poderão advir da de-
manda;
b. É dever do advogado estimular a conciliação entre os
litigantes prevenindo, sempre que possível, a instaura-
ção de litígios;
80 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

c. Concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se


o cumprimento e a cessação do mandato;
d. O exercício da advocacia é compatível com qualquer pro-
cedimento de mercantilização.

49 — OAB/MG — março. 2000


Assinale a alternativa correta:
a. Os honorários de sucumbência incluem os de contratos
com o cliente;
b. É de competência do Tribunal de Ética e Disciplinar, além
de outros estabelecidos no Código de Ética, mediar e
conciliar quaisquer dúvidas entre indivíduos;
c. Na sessão de julgamento do Tribunal, a defesa oral é
produzida após o voto do relator, no prazo de 15(quinze)
minutos, pelo representado ou por seu advogado;
d. Concluída a instrução, será aberto o prazo sucessivo de
15(quinze) minutos para a apresentação de razões fi-
nais pelo interessado e pelo representado.

50 — OAB/MG — março. 2000


Assinale a opção que não contém requisito exigível
para inscrição como advogado:
a. Idoneidade moral e conclusão do estágio profissional de
advocacia;
b. A aprovação em exame de Ordem e capacidade civil;
c. Não exercer atividade incompatível com a advocacia e
prestar compromisso perante o Conselho;
d. Título de eleitor, quitação do serviço militar e diploma ou
certidão de graduação em direito, obtido em curso auto-
rizado ou reconhecido.

51 — OAB/MG — agosto. 2000


Assinale a alternativa incorreta:
a. A penalidade para o advogado que recusar a prestar con-
tas ao cliente de quantias recebidas dele ou de tercei-
ros por conta dele é a suspensão;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 81

b. Os honorários de sucumbência não excluem os contra-


tos;
c. O sigilo profissional não é absoluto;
d. Os advogados sócios de uma mesma sociedade profis-
sional poderão representar em juízo clientes de interes-
ses opostos, desde que o profissional não tenha assi-
nado nenhuma peça jurídica da parte contrária.

52 — OAB/MG — agosto. 2000

Marque a alternativa incorreta:


Para cumprimento das regras deontológicas Funda-
mentais da Ética, exige-se do advogado.
a. Conduta compatível com os preceitos do Código de Éti-
ca, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimen-
tos e com os demais princípios da moral individual, so-
cial e profissional;
b. Conduta compatível com preceitos do Código de Ética,
do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e
Enunciados Jurisdicionais e demais princípios da moral
individual e coletiva, social e profissional;
c. O advogado é indispensável à administração da justiça,
da paz social, subordinado a atividade do seu ministério
privado à elevada função pública que exerce;
d. Preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a digni-
dade da profissão zelando pelo seu caráter de essencia-
lidade e indispensabilidade.

53 — OAB/MG — agosto. 2000

Marque a opção correta:


a. Os honorários advocatícios de sucumbência precisam
ser previstos em contrato escrito assinado pelo advoga-
do e cliente;
b. Somente cessa o mandato quando o cliente assina reci-
bo de cumprimento da obrigação profissional;
82 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

c. Somente o Tribunal de Ética é competente para aplicar a


pena de exclusão dos quadros da Ordem dos Advogados
por infração ética-disciplinar;
d. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desam-
paro os feitos sem motivo justo e ou comprovado ciente
do constituinte.

54 — OAB/MG — agosto. 2000

Marque a alternativa correta:


São impedidos de exercer a advocacia.
a. Os servidores da administração direta, indireta ou
fundacional contra a Fazenda Pública que os remunera
ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;
b. O Chefe do poder Executivo e membros da Mesa do Po-
der Legislativo e seus substitutos legais;
c. Ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos
da Administração Pública direta ou indireta, em sua fun-
dação e em suas empresas contratadas ou concessio-
nárias do serviço público;
d. Ocupantes de cargos ou funções vinculadas direta ou
indiretamente a qualquer órgão do Poder judiciário e os
que exercer serviços notariais e de registros.

55 — OAB/MG — agosto. 2000

Marque a opção incorreta:


a. O estagiário não pode assinar petição inicial;
b. Deixar de pagar anuidade à OAB pode caracterizar infra-
ção disciplinar;
c. O advogado que assinar peça jurídica destinada a pro-
cesso judicial, sem que a tenha feito nem elaborado,
constitui infração disciplinar;
d. O advogado pode aceitar procuração de quem já tenha
patrono constituído.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 83

56 — OAB/MG — agosto. 2000

Assinale a alternativa INCORRETA nas proposições


abaixo:
a. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deve-
res consignados no Código de Ética e Disciplina;
b. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do ad-
vogado para com a comunidade, o cliente, o outro profis-
sional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o
dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanida-
de e os respectivos procedimentos disciplinares;
c. O advogado que mantiver sociedade profissional fora das
normas e preceitos estabelecidos na Lei 8.906/94 in-
corre infração disciplinar;
d. Pode o advogado, na defesa de seu cliente, estabelecer
entendimento com a parte adversa, sem dar ciência ao
advogado contrário.

57 — OAB/MG — dezembro. 2000

As seguintes preposições estão corretas, EXCETO:


a. O advogado que renunciar o mandato continuará, duran-
te os 30 dias seguintes, a representar o mandante, sal-
vo se for substituído antes do término desse prazo.
b. Não há hierarquia nem subordinação entre advogados,
magistrados e nem membros do Ministério Público, de-
vendo todos tratar-se com consideração e respeito recí-
procos.
c. O advogado tem direito de comunicar-se com seus clien-
tes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procura-
ção, quando estes estiverem presos, detidos ou recolhi-
dos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis.
d. O advogado pode ingressar, livremente, nas salas e ses-
sões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que se-
param a parte reservada aos magistrados.
84 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

58 — OAB/MG — dezembro. 99

As seguintes preposições estão corretas, Exceto:


a. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conse-
lho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu
domicílio profissional, na forma do regulamento geral.
b. O advogado inscrito na Seccional de Minas Gerais pode-
rá exercer livremente a sua advocacia em todo o territó-
rio nacional sem limite de ações.
c. Cancela-se a inscrição do advogado que passar a exer-
cer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a
advocacia.
d. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscri-
ção em todos os documentos assinalados pelo advoga-
do, no exercício de sua atividade.

59 — OAB/MG — dezembro. 2000


É INCORRETO afirmar que:
a. Os advogados de uma mesma sociedade profissional não
podem representar em juízo clientes de interesses opostos.
b. É proibido o registro nos cartórios de registro civil, de
pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de socieda-
de que tenha por objeto a atividade de advocacia.
c. O advogado, sócio em sociedade de advocacia, responde
pelos danos causados a esta, não podendo ser respon-
sabilizado civil e criminalmente por qualquer dano causa-
do a clientes cuja responsabilidade é de pessoa jurídica.
d. O advogado empregado não está obrigado a prestação
de serviços profissionais de interesse pessoal dos em-
pregadores, fora da relação de emprego.

60 — OAB/MG — dezembro. 2000


Nas preposições abaixo é INCORRETO afirmar que:
a. O órgão competente no Conselho Federal para decidir re-
curso sobre atividade de advocacia, direitos e prerrogati-
vas de advogados e estagiários é a Primeira Câmara.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 85

b. A competência no Conselho Federal para decidir recur-


sos de decisão dos Conselhos Estaduais, sobre ética,
deveres do advogado, infrações e sanções disciplinares
é da Terceira Câmara.
c. As representações de advogado contra advogados, en-
volvendo questões de ética profissional, devem ser en-
caminhadas ao Tribunal de Ética e Disciplina.
d. O dever de urbanidade previsto no Código de Ética e
Disciplina impõe ao advogado lhaneza, emprego de lin-
guagem escorreita e polida, esmero e disciplina na exe-
cução de serviços.

61 — OAB/MG — dezembro. 2000


Advogado inscrito na Ordem de São Paulo, onde ele
tem domicílio. Comete infração disciplinar em Uberlândia,
neste Estado, onde, eventualmente, advogava. Instaura-se
o competente processo disciplinar.
Na situação descrita, este advogado deverá ser julgado.
a. Pelo Tribunal de Ética de Disciplina da Ordem dos Advo-
gados de São Paulo.
b. Pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advoga-
dos de Minas Gerais.
c. Pela Comissão de Ética e Disciplina do Conselho
Seccional do Estado de São Paulo.
d. Pela Comissão de Ética e Disciplina do Conselho
Seccional do Estado de Minas Gerais.

62 — OAB/MG — dezembro. 2000


Advogado suspenso por três vezes está sujeito ao
processo de exclusão do quadro da Ordem. Para aplicação
da sanção disciplinar de exclusão é necessária a manifes-
tação favorável.
a. De dois terços (2/3) dos membros do Tribunal de Ética
competente.
b. Da maioria dos membros do Conselho Seccional compe-
tente.
86 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

c. De dois terços (2/3) do Conselho Seccional competente.


d. Da maioria dos membros do Tribunal de Ética competente.

63 — OAB/AL — agosto. 2000

Conforme o Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906,


de 4 de julho de 1994), assinale a alternativa correta:
a. A impetração de mandado de segurança e de habeas
corpus não se incluem entre as atividades privativas da
advocacia;
b. O advogado que renunciar ao mandato continuará, du-
rante os quinze dias seguintes à notificação da renún-
cia, a representar o mandante, salvo se for substituído
antes do término desse prazo;
c. O advogado pode ingressar livremente nas salas de ses-
sões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que se-
param a parte reservada aos magistrados;
d. É direito do advogado comunicar-se com seus clientes,
pessoal e reservadamente, ainda que sem procuração,
salvo se considerados incomunicáveis, quando estes se
encontrarem presos, detidos ou recolhidos em estabele-
cimentos civis ou militares.

64 — OAB/AL — agosto. 2000

Ainda de acordo com o Estatuto da Advocacia e da


OAB, assinale a alternativa correta.
a. É necessário, para inscrição como advogado, o não exer-
cício de atividade compatível com a advocacia;
b. A inidoneidade moral do postulante à inscrição como
advogado junto à OAB pode ser suscitada por qualquer
pessoa, mas deve ser declarada mediante decisão do
conselho competente;
c. O cancelamento da inscrição profissional do advogado
opera-se exclusivamente mediante o seu requerimento;
d. É direito do advogado examinar em qualquer repartição
policial os autos de flagrante e de inquérito, findos ou
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 87

em andamento, ainda que conclusos à autoridade, po-


dendo copiar peças e tomar apontamentos, desde que
munido de procuração.

65 — OAB/AL — agosto. 2000

É FALSO, em se tratando do Estatuto da Advocacia e


da OAB, afirmar que:
a. O advogado que for membro de sociedade civil de presta-
ção de serviço de advocacia responde, subsidiária e ilimi-
tadamente, pelos danos causados aos clientes, por ação
ou omissão, no exercício da advocacia, sem prejuízo da
responsabilidade disciplinar em que possa incorrer;
b. É vedado a acordo ou a convenção coletiva estipular jor-
nada de trabalho de advogado empregado superior às
quatro horas contínuas diárias e ao limite de vinte horas
semanais;
c. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa
por este representada, os honorários de sucumbência
são devidos aos advogados empregados;
d. Não são admitidas a registro, nem podem funcionar, as
sociedades de advogados que apresentem forma ou
características mercantis.

66 — OAB/AL — agosto. 2000

É correto afirmar, de acordo com o Estatuto da Advo-


cacia e da OAB, que:
a. O prazo prescricional da ação de cobrança de honorá-
rios de advogado é contado do vencimento do contrato,
se houver, da data da decisão que os fixar, da ultimação
do serviço extrajudicial; da desistência ou transação; da
renúncia ou revogação do contrato;
b. Salvo em causa própria, a advocacia é incompatível com
a atividade de militar de qualquer natureza, na ativa;
c. Os servidores da administração direta, indireta ou fun-
dacional estão impedidos de advogar contra a Fazenda
88 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a enti-


dade empregadora, salvo no caso de professores dos
Cursos de Direito;
d. A incompatibilidade determina a proibição parcial do exer-
cício da advocacia, enquanto o impedimento determina
a proibição total do exercício da advocacia.

67 — OAB/AL — agosto. 2000


Pelo estatuto da Advocacia e da OAB, está INCORRE-
TA a opção:
a. Em caso de lide temerária, o advogado será solidaria-
mente responsável com seu cliente, desde que coligado
com este para lesar a parte contrária, o que será apura-
do na própria ação;
b. A violação do sigilo profissional por parte do advogado,
desde que com justa causa, não constitui infração disci-
plinar;
c. Em caso de impossibilidade da assistência jurídica ser
prestada pela Defensoria Pública, o advogado nomeado
para exercê-la pode recusar-se a tal, desde que justifica-
damente;
d. O advogado que, em nome de seu constituinte, imputa a
terceiro fato definido como crime, pratica infração disci-
plinar, ainda que verbalmente autorizado para tanto.

68 — OAB/AL — agosto. 2000


Em relação à Lei 8.906, de 4 de julho de 1994 (Esta-
tuto da Advocacia e da OAB), pode-se afirmar que:
a. As sanções disciplinares aos advogados consistem em
advertência; censura; multa; suspensão e cassação;
b. Salvo a censura, as demais sanções disciplinares even-
tualmente sofridas pelo advogado não podem ser objeto
de publicidade;
c. Fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscri-
ção na OAB constitui infração disciplinar punida com a
suspensão;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 89

d. A exclusão é aplicável nos casos de reincidência em in-


fração disciplinar.

69 — OAB/AL — agosto. 2000

Conforme o Código de Ética e Disciplina da OAB, as-


sinale a alternativa correta.
a. A confiança recíproca entre outorgante e outorgado na
relação mandatária judicial ou extrajudicial preserva a
mesma de sua extinção pelo decurso do tempo;
b. E inclusão da cláusula quota litis nos contratos de hono-
rários advocatícios desobriga que estes sejam percebi-
dos em pecúnia;
c. É vedado ao advogado anunciar seu serviços profissionais
no rádio e na televisão, mas lhe é facultado participar de
forma habitual de consulta sobre matéria jurídica nos meios
de comunicação social a título de promoção profissional;
d. O Tribunal de Ética e Disciplina somente se manifesta
sobre as questões de ética profissional que tenham como
fundamento dispositivo expresso do Código de Ética e
Disciplina da OAB.

70 — OAB/AL — agosto. 2000

De acordo com Estatuto da Advocacia e da OAB, está


INCORRETA a opção:
a. O exercício da atividade de advocacia no território brasi-
leiro e a denominação de advogado são privativos dos
inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil — OAB;
b. Salvo as exceções expressas em lei, o advogado postu-
la, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato;
c. Não há hierarquia entre advogado, membro do Ministé-
rio Público e Magistrado, somente subordinação dos dois
primeiros em relação ao último;
d. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o
contrato escrito que o estipular são títulos executivos e
constituem crédito privilegiado na falência, concordata,
90 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

concurso de credores, insolvência civil e liquidação


extrajudicial.

71 — OAB/AL — janeiro. 2001


O Estatuto da Advocacia e da Ordem dos advogados
do Brasil (Lei nº 8.906/94), no seu art. 8º, estabelece que,
para a inscrição na OAB, como advogado, é necessário: ca-
pacidade civil, diploma ou certidão de graduação em Direito,
título de eleitor, quitação do serviço militar, aprovação em
Exame de Ordem, não exercício de atividade incompatível
com a advocacia, idoneidade moral e compromisso perante
o Conselho. A inidoneidade moral pode ser suscitada.
a. Por qualquer pessoa, mesmo que não seja advogado.
b. Apenas pela diretoria da subsecção à qual o interessa-
do ficará vinculado.
c. Apenas pelos membros integrantes da Comissão de Ins-
crição e Seleção.
d. Somente pelos membros integrantes do Tribunal de Ética
e Disciplina.

72 — OAB/AL — janeiro. 2001


Advogado foi contratado por sindicato e por ele é re-
munerado mensalmente para a prestação de serviços tra-
balhistas aos associados. Diversas demandas propostas
em nome desses associados, julgadas procedentes, têm
resultado econômico-financeiro bastante significativo, tra-
zendo ao mesmo expressivo proveito resultante do serviço
profissional. O regramento ético e entendimento jurispru-
dencial estabelecem que:
a. O advogado não pode receber novos honorários dos sin-
dicalizados.
b. Em fase do resultado econômico-financeiro da demanda,
o advogado pode cobrar novos honorários do associado.
c. Desde que tenha sido estabelecido em contrato escrito
entre o sindicato e o advogado, este pode cobrar novos
honorários dos sindicalizados.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 91

d. O advogado só pode receber novos honorários se tiver


estabelecido com os sindicalizados, por escrito, a inci-
dência do novo percentual.

73 — OAB/AL — janeiro. 2001

Carlos foi contratado por um cliente para prestar as-


sistência jurídica durante a assinatura de diversas escritu-
ras de doações de imóveis, de pais para filhos e netos,
algumas com cláusulas de futura colação, outras com cláu-
sulas de fideicomisso e o restante sem obrigações vincula-
das. Algum tempo depois um dos doadores faleceu, dei-
xando outros bens para serem inventariados. Para a aber-
tura e acompanhamento do inventário, foi contratado um
outro advogado. Os herdeiros se desentenderam e houve
necessidade de postulação pela vias ordinárias, estando a
ação competente na fase probatória. Carlos foi arrolado
pela doadora como sua testemunha e intimado pelo juízo
para comparecer à audiência de instrução e prestar escla-
recimentos. Segundo o regramento vingente,
a. Por Ter sido arrolado como testemunha pela ex-cliente,
Carlos deverá comparecer em audiência e prestar escla-
recimentos.
b. Por ter havido determinação judicial, Carlos deverá com-
parecer a esclarecer o que for de interesse de sua ex-
cliente.
c. Carlos não deve comparecer à audiência, não havendo
necessidade de qualquer justificativa, por estar impedi-
do de depor como testemunha.
d. Ainda que tenha sido arrolado como testemunha pela
ex-cliente, Carlos deverá comparecer em audiência e re-
cusar-se a depor.

74 — OAB/AL — janeiro. 2001

São deveres do advogado, segundo o Código de Éti-


ca, EXCETO:
92 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

a. Empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento


pessoal e profissional.
b. Estimular a conciliação entre os litigantes.
c. Prevenir, sempre que possível, a instauração de litígios.
d. Arquivar em seu escritório, após a conclusão da causa,
todos os documentos recebidos no exercício do
mandato.

75 — OAB/AL — janeiro. 2001

Advogado empregado de sociedade de advogados


devidamente regularizada e por ela atuando com exclusivi-
dade, no exercício da sua atividade profissional veio a cau-
sar danos a diversos clientes do escritório. Em consonân-
cia com os preceitos estabelecidos pelo Estatuto da Advo-
cacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, os clientes pre-
judicados poderão chamar à responsabilidade civil e disci-
plinar, para reparação desses danos,
a. O advogado empregado que atuou na prestação de ser-
viços.
b. A sociedade de advogados e todos os seus sócios.
c. O advogado empregado e a sociedade de advogados.
d. O advogado empregado e todos os sócios da sociedade
de advogados.

76 — OAB/AL — janeiro. 2001

Das atividades abaixo relacionadas, qual a que irá


gerar proibição parcial do exercício da advocacia (impedi-
mento)?
a. as de servidores da administração direta, que não exer-
çam cargo ou função de direção no Órgão onde trabalhem.
b. As de militares de qualquer natureza, na ativa.
c. As de ocupantes de funções de direção e gerência em
instituições financeiras, inclusive privadas.
d. As de Chefe do Poder Executivo.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 93

77 — OAB/AL — janeiro. 2001

Somente um das afirmativas abaixo está correta. As-


sinale-a;
a. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante
representação dos interessados, que pode ser anônima.
b. a representação contra membros do Conselho Federal e
Presidentes dos Conselhos Seccionais é processada e
julgada pelo Conselho Federal.
c. Compete ao relator do processo disciplinar determinar a
notificação dos interessados para esclarecimentos, ou
do representado para a defesa prévia, em qualquer caso
no prazo de 10(dez) dias.
d. Os honorários advocatícios devidos ou fixados em tabe-
las no regime da assistência judiciária podem ser altera-
dos no quantum estabelecido; mas a verba honorária
decorrente da sucumbência pertence ao advogado.

78 — OAB/AL — janeiro. 2001

Na hipótese de adoção da denominada cláusula quo-


ta litis, os honorários advocatícios devem ser, necessaria-
mente, representados por pecúnia, ficando o profissional
obrigado a
a. Não reivindicar o valor dos honorários de sucumbência.
b. Cobrar o valor dos honorários em parcelas mensais.
c. Cobrar 1/3 do valor dos honorários por ocasião da ini-
cial, 1/3 após a sentença de primeiro grau e 1/3 por
ocasião do término da causa.
d. Suportar todas as despesas da demanda.

79 — OAB/TO — março. 2000

O estado de sítio e o estado de defesa têm em co-


mum:
a. Decreto de ambos deverá determinar o tempo de sua
duração;
94 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

b. Não podem ser decretados por prazo superior a 30 dias;


c. A necessidade de um interventor para garantir os atos
constitucionais;
d. A incomunicabilidade dos presos;

80 — OAB/TO — março. 2000

Ao Ministério Público, nos termos da Constituição


Federal, aplicam-se os preceitos que se seguem, exceto:
a. Incumbência de defender a ordem jurídica, o regime de-
mocrático e os interesses sociais e individuais indispo-
níveis;
b. A função de defender judicialmente os direitos indíge-
nas;
c. Elaborar sua proposta orçamentária dentro dos limites
estabelecidos em lei;
d. Autonomia administrativa, financeira e funcional.

81 — OAB/TO — março. 2000

No âmbito da Administração Pública, a lei regula de-


terminadas situações de forma tal que não resta para o
administrador qualquer margem de liberdade na escolha
do conteúdo do ato administrativo a ser praticado. Ao con-
trário, em outras situações, o administrador goza de certa
liberdade na escolha do conteúdo da conveniência e da
oportunidade do ato que poderá ser praticado. Acerca desse
importante tema para o Direito Administrativo — discriciona-
riedade ou vinculação administrativa e possibilidade de
invalidação ou revogação do ato administrativo —, julgue os
seguintes itens:
a. o ato discricionário não escapa do controle efetuado pelo
Poder Judiciário;
b. a discricionariedade administrativa decorre da ausência
de legislação que discipline o ato. Assim, não existindo
proibição legal, poderá o administrador praticar o ato
discricionário;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 95

c. ao Poder Judiciário somente é dado revogar o ato vincu-


lado;
d. o ato revogatório desconstitui o ato revogado com eficá-
cia ex nunc.
Marque a alternativa correta:
a) ( ) V; V; V e F;
b) ( ) V; F; F; e V;
c) ( ) F; F; V e F;
d) ( ) F; V; F e V.

82 — OAB/TO — março. 2000

Julgue os itens que se seguem, acerca de atos admi-


nistrativos:
a. atos de gestão são praticados pela Administração Públi-
ca, sem a utilização do atributo de império de Poder Pú-
blico;
b. atos administrativos complexos são aqueles cuja práti-
ca depende do concurso da vontade de, pelo menos,
dois agentes públicos;
c. por serem exteriorizações do Poder Público, ao qual cabe
cuidar dos interesses coletivos, todos os atos adminis-
trativos possuem as características da imperatividade;
d. entende-se por procedimento administrativo uma seqüên-
cia de atos administrativos ligados entre si pelo objetivo
da produção de um ato final da Administração;
Marque a alternativa correta:
a) ( ) V; V; F e V;
b) ( ) F; F; F e V;
c) ( ) V; V; V e F;
d) ( ) F; V; V e V.

83 — OAB/TO — março. 2000

Os atos administrativos no Direito brasileiro:


a. Possuem auto-executoriedade, que pode ser permitida
por necessidade inarredável de desempenho da tutela
96 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

do valor jurídico, de interesse público albergado na nor-


ma, se necessário for, no momento em que haja neces-
sidade e na justa medida (proporcionalidade) desta ne-
cessidade;
b. Podem ser extintos por caducidade;
c. Podem ser invalidados ou revogados pelo controle
jurisdicional;
d. Só podem ser examinados pelo Poder Judiciário em sede
de mandado de segurança e de ação popular;
Marque a alternativa correta:
a) ( ) V; V; F e F;
b) ( ) V; F; F e V;
c) ( ) F; V; F e F;
d) ( ) F; F; V e V.

84 — OAB/TO — abril. 2001

A competência para suspender preventivamente o


advogado, acusado de infração ético-disciplinar, em caso
de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, é do:
a. Conselho Federal da OAB;
b. Conselho Seccional da OAB, onde o acusado tenha ins-
crição principal;
c. Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho onde o acusa-
do tenha inscrição principal;
d. Juiz de Direito onde tenha sido proposta a ação compe-
tente contra o advogado.

85 — OAB/TO — abril. 2001

O advogado é indispensável à administração da justi-


ça, e no seu ministério privado, presta serviço público e
exerce função social (art. 2º e seu § 1º da Lei nº 8.906/
94). Para o exercício de seu ministério privado, o advogado
possui prerrogativas, quase todas inseridas nos arts. 6º e
seguintes do seu estatuto. Em Ação Direta de Inconstitu-
cionalidade nº 1.127-8-DF, o STF, por maioria de votos, con-
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 97

cedeu medida liminar suspendendo a imunidade profissio-


nal do advogado que, no efetivo exercício profissional, pra-
tique o crime de:
a. ( ) Desacato.
b. ( ) Difamação.
c. ( ) Injúria.
d. ( ) Tergiversação.

86 — OAB/TO — abril. 2001

Július é titular de um grande escritório de advocacia


que atua em diversas comarcas do Estado. Em obediência
ao EAOAB e Código de Ética e Disciplina, recebe mandato
procuratório em conjunto com seus outros nove sócios e
estagiários que atuam em sua banca. Recentemente acei-
tou exercer, em comissão, e pelo prazo de doze meses, o
cargo de advogado-chefe em determinado órgão público. Tra-
tando-se de situação que faz surgir a incompatibilidade para
o exercício da advocacia em geral, afastou-se do escritório e
comunicou à OAB, porém, por ser transitória e ser o interes-
sado partícipe de uma sociedade de advogados, poderá:
a. ( ) Manter o seu nome nas placas indicativas do escri-
tório.
b. ( ) Ter seu nome incluído nas procurações que o escri-
tório vier a receber e mantê-lo nas já recebidas com
outros advogados.
c. ( ) Exercer a advocacia apenas para o órgão público
onde se encontra comissionado.
d. ( ) Substabelecer com reserva de poderes os manda-
tos recebidos, ainda que dos mesmos já constem
os nomes dos demais integrantes do escritório.

87 — OAB/TO — abril. 2001

Para inscrição na OAB, como advogado, é necessário:


capacidade civil, diploma ou certidão de graduação em Di-
reito, título de eleitor, quitação do serviço militar, aprova-
98 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

ção em Exame de Ordem, não exercício de atividade incom-


patível com a advocacia, idoneidade moral e compromisso
perante o Conselho (art. 8º do EAOAB). Como ocorre a de-
cretação de idoneidade moral do interessado que inviabiliza
a sua inscrição a OAB?
a. ( ) A idoneidade moral só pode ser suscitada pela dire-
toria da Subseção à qual o interessado ficará vincu-
lado e declarada pela diretoria da seccional.
b. ( ) A idoneidade moral pode ser suscitada por qualquer
pessoa e declarada mediante decisão de dois terços
dos votos de todos os membros do Conselho
Seccional.
c. ( ) A idoneidade moral só pode ser suscitada pelos in-
tegrantes da Comissão de Inscrição e Seleção da
Seccional, e declarada mediante decisão de dois
terços dos votos do Conselho Seccional.
d. ( ) A idoneidade moral só pode ser suscitada pelo Tri-
bunal de Ética e Disciplina, e declarada mediante
decisão da metade mais um, dos membros que o
compõem.

88 — OAB/TO — abril. 2001

Turíbio, advogado que durante muitos anos defendeu


diversos clientes nos denominados “crimes do colarinho bran-
co”, desligou-se de todas as causas que lhe forem confia-
das, renunciando formalmente os mandatos. Não conseguiu,
no entanto, fazer os acertos dos seus honorários advocatícios,
em face da negativa e afronta dos antigos clientes. Pretende
agora promover a execução de alguns contratos de honorá-
rios escritos e discutir outros, objeto de acertamento verbal
não cumprido. Como deverá comportar-se diante da regra do
sigilo profissional?
a. ( ) A regra do sigilo profissional é princípio de ordem
pública, porém, não absoluto e, excepcionalmente,
poderá haver revelações nos limites necessários à
própria defesa, sendo autorizada toda postulação
judicial para a cobrança de honorários.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 99

b. ( ) A regra do sigilo profissional é de ordem pública e


absoluta, e assim, só poderá executar os honorá-
rios apenas com relação ao contrato escrito.
c. ( ) O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB é o órgão
competente para analisar a situação e autorizar a
quebra da regra do sigilo profissional.
d. ( ) Por ser princípio de ordem pública, em qualquer caso,
não existe possibilidade de quebra da regra do sigi-
lo profissional.

89 — OAB/TO — agosto. 2000

O advogado MILAGRES DA SILVA, que já havia sido


processado uma vez pela OAB/TO, teve o seu mandato re-
vogado por um cliente e recusa-se a prestar contas ao mes-
mo. Pergunta-se: Qual a punição disciplinar a OAB poderá
aplicar a MILAGRES DA SILVA?
a. ( ) censura, que poderá ser cumulada com multa.
b. ( ) Suspensão, pelo prazo de 30 dias a doze meses.
c. ( ) Suspensão, pelo prazo de 30 dias e perdurando até
que preste as contas devidas.
d. ( ) Exclusão do quadro de advogados da OAB/TO.

90 — OAB/TO — agosto. 2000

O advogado CARLOS CARÍSSIMO, amigo de RICARDO,


foi por este constituído e patrocinou, até o final, uma causa
cível de RICARDO, com quem ajustou, verbalmente, hono-
rários advocatícios de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Concluí-
da a causa, RICARDO vem se recusando a pagar os honorá-
rios ajustados. Pergunta-se: Qual a medida judicial adequa-
da para CARLOS CARÍSSIMO pleitear os honorários de R$
6.000,00 (seis mil reais), que lhe são devidos?
a. ( ) A execução por quantia certa.
b. ( ) A Ação de Cobrança, pelo procedimento sumário.
c. ( ) A Ação de Cobrança, pelo procedimento ordinário.
d. ( ) Através do juizado Especial Cível.
100 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

91 — OAB/TO — agosto. 2000

O que pode acontecer a um advogado que retira os


autos de um processo de Cartório, ultrapassa o prazo devi-
do e, mesmo intimado a fazê-lo, não devolve os autos ao
Cartório respectivo?
a. ( ) Apenas ser punido disciplinarmente pela OAB.
b. ( ) Sofrer a busca e apreensão dos autos, ser punido
pela OAB e pelo Juiz do Processo.
c. ( ) Sofrer a busca e apreensão dos autos, não poder
mais retirar aqueles autos do Cartório e ser punido
pela OAB e pelo Juiz do Processo.
d. ( ) Sofrer a busca e apreensão dos autos, não poder
mais retirar aqueles autos do Cartório, pagar multa
de meio salário mínimo; ser punido disciplinarmente
(pela OAB) e ser punido criminalmente.

92 — OAB/TO — agosto. 2000


O Advogado PEDRO GRAN — que tem domicílio pro-
fissional na Cidade de Palmas e está inscrito apenas na
OAB/TO — foi constituído por um cliente para patrocinar
uma causa cível em Belém/PA — Pergunta-se: PEDRO GRAN
poderá patrocinar tal causa no Estado do Pará?
a. ( ) pode, porque sua inscrição na OAB/TO permite que
ele advogue eventualmente em outro Estado, sem
necessidade de outra inscrição.
b. ( ) Só poderá fazê-lo mediante uma inscrição suplemen-
tar na OAB/PA.
c. ( ) Só poderá fazê-lo se transferir sua inscrição para
OAB/PA.
d. ( ) Não pode, porque sua inscrição na OAB/TO só per-
mite que ele advogue dentro do Estado do Tocantins.

93 — OAB/TO — agosto. 2000

Assinale a alternativa INCORRETA.


Segundo o Estatuto da OAB:
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 101

a. ( ) Compete à Subseção, no âmbito de seu território,


entre outras atribuições, instaurar e instruir proces-
sos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de
Ética e Disciplina.
b. ( ) O Conselho Seccional, mediante o voto de dois ter-
ços de seus membros, pode intervir nas Subseções,
onde constatar grave violação da Lei nº 8.906/94 ou
do Regimento Interno daquele.
c. ( ) A área territorial da subseção pode abranger ape-
nas parte de município somente quando tratar-se da
capital do Estado, desde que, neste caso, conte com
um mínimo de quinze advogados, nela profissional-
mente domiciliados.
d. ( ) O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços
de seus membros, pode intervir na Caixa de Assis-
tência dos Advogados, no caso de descumprimento
de suas finalidades, designando diretoria provisó-
ria, enquanto durar a intervenção.

94 — OAB/TO — agosto. 2000

Assinale a alternativa FALSA.


Segundo o Estatuto da OAB e seu Código de Ética:
a. ( ) A atividade de advocacia não pode constituir finali-
dade de pessoa jurídica que tenha também outras
finalidades.
b. ( ) O advogado que renunciar ao mandato continuará,
durante os dez dias seguintes à notificação da re-
núncia, a representar o mandante, mesmo se for
substituído antes do término desse prazo.
c. ( ) O advogado, objetivando efetuar cobrança em nome
de cliente, não pode enviar correspondência ao de-
vedor em termos intimidativos e ameaçadores.
d. ( ) O advogado deve abster-se de debate, em qualquer
veículo de divulgação, de causa sob seu patrocínio
ou patrocínio do colega.
102 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

95 — OAB/TO — agosto. 2000

Assinale a alternativa INCORRETA.


Segundo o Estatuto da OAB:
a. ( ) Cabe à Caixa de Assistência dos Advogados a terça
parte da receita das anuidades recebidas pelo Con-
selho Seccional, considerando o valor resultante após
as deduções regularmente obrigatórias.
b. ( ) Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas ses-
sões do Conselho Federal, têm lugar reservado jun-
to à delegação respectiva e direito somente à voz.
c. ( ) São membros honorários vitalícios do Conselho
Seccional os seus ex-presidentes, somente com di-
reito à voz em suas sessões.
d. ( ) Compete privativamente ao Conselho Seccional,
entre outras atribuições, fixar a tabela de honorá-
rios, válida para todo o território estadual, modificar
seu orçamento anual, e realizar o Exame de Ordem.

96 — OAB/BA — março. 2000


Conforme a Lei 8.906, de 4.7.1994, no caso de socie-
dade de advogados, assinale a afirmativa correta:
a. ( ) as procurações devem ser outorgadas em nome da
pessoa jurídica que agrupar os advogados;
b. ( ) as procurações devem ser outorgadas individualmen-
te aos advogados sem indicar a sociedade de que
façam parte;
c. ( ) as procurações devem ser outorgadas individualmen-
te aos advogados e indicar a sociedade de que fa-
çam parte;
d. ( ) a exclusão da sociedade feita pelos sócios majoritá-
rios quanto ao advogado sócio minoritário importa
na revogação dos mandatos conferidos;

97 — OAB/BA — março. 2000


Marque a alternativa INCORRETA: Prescreve o Estatu-
to da Advocacia que:
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 103

a. ( ) para proferir sustentação oral em qualquer recurso,


nas sanções de julgamentos em tribunais, deve o
Advogado requerer e obter prévio deferimento do
Presidente da Sessão;
b. ( ) o Advogado pode comunicar-se com seus clientes,
pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração,
quando estes se encontrarem presos, detidos ou
recolhidos em estabelecimentos militares, ainda que
considerados incomunicáveis;
c. ( ) o Advogado não poderá ser preso em flagrante. Por
motivo do exercício da profissão, em caso de crime
inafiançável, exceto no crime de desacato à autori-
dade judiciária, sendo nulo o flagrante sem a pre-
sença de representante da OAB;
d. ( ) o Advogado pode ingressar livremente nas salas de
sessões dos Tribunais, cartórios e secretarias;

98 — OAB/BA — março. 2000


Marque somente a alternativa CORRETA de acordo
com o Regulamento Geral da Advocacia e da OAB;
a. ( ) o voto dos Advogados inscritos nas eleições da OAB
é facultativo;
b. ( ) o voto nas eleições da OAB para preenchimento de
vagas nos Conselhos Seccionais é indireto e dado
individualmente a cada candidato;
c. ( ) os recursos interpostos contra decisões dos Conse-
lhos Seccionais têm efeito meramente devolutivo;
d. ( ) o prazo para interposição de qualquer recurso é de
15 (quinze) dias, contados do primeiro dia útil se-
guinte ao da publicação da decisão ou da data do
recebimento pessoal da notificação;

99 — OAB/BA — março. 2000


Assinale a alternativa CORRETA. O processo ético dis-
ciplinar no âmbito da OAB:
104 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

a. ( ) instaura-se após denúncia formulada pelo Represen-


tante do Ministério Público;
b. ( ) depende, sempre, de representação dos interessados;
c. ( ) depende, sempre, de representação dos interessa-
dos, admitindo-se o anonimato do representante;
d. ( ) instaura-se de ofício ou mediante representação dos
interessados, sendo vedada a apresentação de re-
presentação anônima;

100 — OAB/BA — março. 2000

Marque a alternativa CORRETA: As sanções discipli-


nares decorrentes de violação das normas que presidem a
atividade da advocacia competem:
a. ( ) ao Tribunal de Ética e Disciplina como órgão de úni-
ca e última instância;
b. ( ) ao Tribunal de Ética e Disciplina cabendo recurso de
suas decisões diretamente para o Conselho Fede-
ral;
c. ( ) ao Tribunal de Ética e Disciplina cabendo recurso de
suas decisões diretamente para o pleno do Conse-
lho Seccional;
d. ( ) ao Tribunal de Ética e Disciplina cabendo recurso de
suas decisões diretamente para as Câmaras do
Conselho Seccional;

101 — OAB/BA — março. 2000

Conforme o Código de Ética e Disciplina da OAB o


cumprimento e a cessação do mandato:
a. ( ) ocorre com o julgamento da ação em primeira ins-
tância;
b. ( ) ocorre com o trânsito em julgado da demanda cível,
ainda que seja ilíquida a sentença proferida;
c. ( ) ocorre com o encerramento da causa ou arquivamen-
to do processo em decisão irrecorrível;
d. ( ) n.d.a.;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 105

102 — OAB/BA — março. 2000

Conforme o Código de Ética e Disciplina e o Estatuto da


OAB advogado que assume o cargo de Governador do Estado:
a. ( ) sua inscrição é cancelada;
b. ( ) sua inscrição é anulada;
c. ( ) licencia-se do exercício de advocacia;
d. ( ) deve submeter-se a Exame de Ordem para obter nova
inscrição, após encerrado o mandato;

103 — OAB/BA — março. 2000

Conforme o Código de Ética e Disciplina e o Estatuto


da OAB:
a. ( ) advogado que não contrata honorários pode reter
20% do montante do proveito obtido na demanda
em favor do cliente;
b. ( ) advogado que não contrata honorários pode reter 20%
do montante do proveito obtido na demanda em favor
do cliente, desde que em seguida preste contas;
c. ( ) advogado que não contrata honorários pode promo-
ver a cobrança judicial dos honorários em regular
processo de arbitramento;
d. ( ) deve requerer à OAB providências para cobrar os
honorários que se julgar credor;

104 — OAB/BA — agosto. 2000


Advogado que renuncia ao mandato profissional,
substabelecendo-o, sem reservas, a terceiro, ao argumen-
to de ser necessário depor como testemunha por ter pre-
senciado o fato, que justificaria o direito do seu cliente à
indenização pleiteada:
a. ( ) age corretamente, por dever moral;
b. ( ) sua atitude agasalha-se nas exceções dos artigos
25, 26 e 27 do CED;
c. ( ) pratica infração ética;
106 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

d. ( ) somente comete infração ética se não tiver presen-


ciado o fato;

105 — OAB/BA — agosto. 2000

As comunicações entre advogado e cliente:


a. ( ) podem ser reveladas à autoridade competente, se
constituir crime;
b. ( ) não podem ser reveladas a terceiros;
c. ( ) podem ser reveladas a terceiros, com autorização
do cliente;
d. ( ) presumem-se confidenciais, pelo que não podem ser
reveladas a terceiros;

106 — OAB/BA — agosto. 2000

O Advogado pode anunciar os seus serviços profis-


sionais, individual ou coletivamente, com discrição e mode-
ração, para finalidade exclusivamente informativa:
a. ( ) com atividades afins;
b. ( ) com contadores e economistas;
c. ( ) com empresa de cobrança;
d. ( ) veda-se divulgação em conjunto com outra atividade;

107 — OAB/BA — agosto. 2000

O anúncio do advogado sob forma de placas, na sede


profissional ou residência:
a. ( ) deve observar discrição;
b. ( ) pode ser feita por out door;
c. ( ) pode ser usado letreiro luminoso;
d. ( ) admite-se que contenha fotografia;

108 — OAB/BA — agosto. 2000

Entre motivos abaixo implica na perda da inscrição


de advogado:
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 107

a. ( ) a eleição e a investidura no mandato de Deputado


Federal;
b. ( ) ter domicílio eleitoral em outro Estado, onde não ins-
crito na OAB;
c. ( ) ter sido denunciado por crime infamante;
d. ( ) tornar-se moralmente inidôneo;

109 — OAB/BA — agosto. 2000


O Defensor Público:
a. ( ) defende os necessitados em todos os graus de ju-
risdição, desde a investidura no cargo sem necessi-
dade de inscrição na OAB;
b. ( ) defende os necessitados em todos os graus de ju-
risdição, desde a investidura no cargo com prévia
inscrição na OAB, podendo exercer a advocacia fora
das atribuições institucionais;
c. ( ) defende os necessitados em todos os graus de ju-
risdição, desde a investidura no cargo com prévia
inscrição na OAB, vedado o exercício advocacia fora
das atribuições institucionais;
d. ( ) exerce a advocacia fora das atribuições institucionais,
desde que inscrito na OAB, vedado o exercício da
advocacia apenas perante ou contra a entidade que
o remunera;

110 — OAB/BA — agosto. 2000


Dentre os abaixo relacionados é válido:
a. ( ) o ato privativo de advogado praticado, por motivo de
força maior, por pessoa não inscrita na OAB;
b. ( ) o ato praticado em juízo por advogado, sem procura-
ção, em razão de urgência;
c. ( ) o ato praticado por advogado que passa a exercer
atividade incompatível com a advocacia;
d. ( ) o ato praticado pelo advogado dentro do decêndio
seguinte à ciência da revogação do mandato;
108 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

111 — OAB/BA — agosto. 2000


Salvo disposição em contrário aplicam-se subsidia-
riamente ao processo disciplinar:
a. ( ) as regras do processo civil;
b. ( ) as regras do procedimento sumário;
c. ( ) as regras de legislação processual comum;
d. ( ) as regras do processo administrativo;

112 — OAB/BA — agosto. 2000


Os honorários de sucumbência dos advogados em-
pregados:
a. ( ) pertencem aos advogados que atuarem na respecti-
va causa;
b. ( ) pertencem ao empregador;
c. ( ) constituem fundo comum, cuja destinação é decidi-
da pelos profissionais integrantes do serviço jurídi-
co da empresa ou por seus representantes;
d. ( ) metade pertence aos empregados e metade consti-
tui fundo comum, a ser partilhado, eqüitativamente,
entre todos;

113 — OAB/BA — agosto. 2000


Dentre as sanções abaixo, não pode ser aplicada ao
advogado por infração disciplinar:
a. ( ) advertência pública;
b. ( ) suspensão;
c. ( ) exclusão;
d. ( ) multa;

114 — OAB/BA — dezembro. 2000


A eleição das listas, constitucionalmente previstas,
para o preenchimento, por advogados, dos cargos nos tri-
bunais judiciários cabe:
a. ( ) Às Subseções e ao Conselho Federal se a vaga a
ser preenchida for em Tribunal federal;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 109

b. ( ) Às Subseções e ao Conselho Seccional se a vaga a


ser preenchida for em Tribunal estadual;
c. ( ) Ao Conselho Seccional se a vaga a ser preenchida
for em Tribunal estadual;
d. ( ) Somente ao Conselho Seccional se a vaga a ser pre-
enchida for em Tribunal federal no âmbito do territó-
rio do respectivo Conselho Seccional;

115 — OAB/BA — dezembro. 2000

O mandato judicial:
a. ( ) Extingue-se pelo decurso do tempo, ainda que perma-
neça a confiança recíproca entre o outorgante e o
seu patrono;
b. ( ) Será outorgado em nome da sociedade constituída
pelos advogados contratados pelo outorgante;
c. ( ) advogados integrantes da mesma sociedade podem
representar em juízo quaisquer clientes, mesmo
aqueles com interesses opostos;
d. ( ) Sobrevindo conflitos de interesses entre constituin-
tes, com a devida prudência e discernimento, opta-
rá o advogado por um dos mandatos, renunciando
aos demais, resguardado o sigilo profissional;

116 — OAB/BA — dezembro. 2000

Os honorários advocatícios:
a. ( ) Incluídos na condenação, por arbitramento ou
sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este
direito autônomo para executar a sentença nesta
parte, ainda que, no mesmo processo a parte con-
tratante esteja promovendo execução da sentença;
b. ( ) Na falta de estipulação ou de acordo serão fixados
pela OAB;
c. ( ) renome do profissional é irrelevante para fixação do
seu valor;
110 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

d. ( ) Não havendo estipulação em contrário dois terços


dos honorários são devidos no início e um terço até
a decisão de primeira;

117 — OAB/BA — dezembro. 2000

A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB:


a. ( ) É realizada de forma indireta;
b. ( ) É de comparecimento facultativo dos advogados;
c. ( ) O mandato extingue-se automaticamente, antes do seu
término, quando o titular sofrer condenação disciplinar;
d. ( ) O mandato em todos os órgãos da OAB inicia-se em
primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição;

118 — OAB/BA — dezembro. 2000

Sobre o exercício da advocacia:


a. ( ) O impedimento determina a proibição total para o
exercício da advocacia;
b. ( ) A incompatibilidade determina a proibição parcial
para o exercício da advocacia;
c. ( ) Oficial do Exército, na ativa, está impedido de advo-
gar contra a união;
d. ( ) Ocupantes de funções de direção e gerência em ins-
tituições financeiras, inclusive privadas, estão proi-
bidos de advogar;

119 — OAB/BA — dezembro. 2000


Não constitui infração disciplinar:
a. ( ) Violar, sem justa causa, sigilo profissional;
b. ( ) Advogar contra literal disposição de lei, quando fun-
damentado na inconstitucionalidade, na injustiça da
lei, ou em pronunciamento judicial anterior;
c. ( ) Fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitual-
mente, alegações forenses ou relativas a causas
pendentes;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 111

d. ( ) Deixar o advogado de pagar as contribuições, mul-


tas e preços de serviços devidos à OAB, depois de
regularmente notificado;

120 — OAB/BA — dezembro. 2000


São direitos do advogado:
a. ( ) Ter a presença de representante da OAB, quando
por qualquer motivo for preso em flagrante;
b. ( ) Munido de procuração com poderes especiais, pode
ingressar livremente em qualquer reunião de que
participe o seu cliente;
c. ( ) Mesmo sem procuração pode examinar, em qual-
quer órgão do Poder Judiciário, autos de processo
findos sujeitos a sigilo;
d. ( ) Sustentar oralmente as razões de qualquer recurso
ou processo, antes do voto do relator;

121 — OAB/BA — dezembro. 2000


Cancela-se a inscrição do advogado que:
a. ( ) Licenciar-se, assim que o requerer, por motivo justi-
ficado;
b. ( ) Passar a exercer, temporariamente, atividade incom-
patível com a advocacia;
c. ( ) Sofrer qualquer penalidade disciplinar;
d. ( ) Tiver sido condenado por crime infamante;

122 — OAB/BA — dezembro. 2000


A Ordem dos Advogados do Brasil-OAB:
a. ( ) Exerce, com exclusividade, o poder disciplinar em
relação aos advogados, em toda a República Fede-
rativa do Brasil;
b. ( ) Não goza de imunidade tributária em relação ao seus
bens;
c. ( ) Integra o serviço público, mas não é dotada de per-
sonalidade jurídica;
112 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

d. ( ) Mantém vínculo funcional com órgãos da Adminis-


tração Pública;

123 — OAB/BA — dezembro. 2000

O processo disciplinar:
a. ( ) Somente pode ser instaurado pelo Tribunal de Ética
mediante representação dos interessados;
b. ( ) Pode ser instaurado de ofício ou anonimamente;
c. ( ) Admite revisão na forma prescrita no Estatuto dos
Advogados;
d. ( ) Não é passível de revisão;

124 — OAB/BA — março. 2000

O advogado não deve aceitar procuração de quem já


tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste,
salvo:
a. ( ) para interpor recurso;
b. ( ) para argüir exceção de suspeição do juiz da causa;
c. ( ) se entender que a causa não está sendo bem
conduzida;
d. ( ) por motivo justo ou para adoção de medidas judi-
ciais urgentes e inadiáveis;

125 — OAB/BA — março. 2001

Indique o ato válido entre os seguintes:


a. ( ) o ato privativo de advogado praticado, por motivo de
força maior, por pessoa não inscrita na OAB;
b. ( ) o ato praticado em juízo por advogado, sem procura-
ção, em razão de urgência;
c. ( ) o ato praticado por advogado que passa a exercer
atividade incompatível com a advocacia;
d. ( ) o ato praticado pelo advogado, dentro do decêndio
seguinte à notificação da renúncia;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 113

126 — OAB/BA — março. 2000

Identifique entre as sanções seguintes, a que não


pode ser aplicada ao advogado por infração disciplinar:
a. ( ) censura pública;
b. ( ) suspensão;
c. ( ) exclusão;
d. ( ) multa;

127 — OAB/DF — março. 1997

Se afirmamos que, dentre os direitos do advogado,


temos os de
— ingressar, livremente, nas salas de sessões dos tribu-
nais, mesmo além dos cancelos que separam a parte
reservada aos magistrados;
— examinar, em qualquer repartição policial, mesmo sem
procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou
em andamento, ainda que conclusos à autoridade, po-
dendo copiar peças e tomar apontamentos;
— ser publicamente desagravado, quando ofendido no exer-
cício da profissão ou em razão dela;
— retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pre-
gão para ato judicial, após trinta minutos do horário de-
signado e ao qual ainda não tenha comparecido a auto-
ridade que deva presidir a ele, mediante comunicação
protocolizada em juízo;
podemos dizer que:
a. ( ) todas as quatro afirmativas estão corretas;
b. ( ) somente as três primeiras afirmativas estão corre-
tas;
c. ( ) somente as três últimas afirmativas estão corre-
tas;
d. ( ) somente a primeira e a última afirmativa estão erra-
das;
114 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

128 — OAB/DF — março. 1997


Em qual das situações abaixo transcritas, um advo-
gado, devidamente inscrito na OAB, não terá sua inscrição
obrigatoriamente cancelada?
a. ( ) quando perder qualquer um dos requisitos necessá-
rios para a inscrição;
b. ( ) quando passar a exercer, em caráter temporário, ati-
vidade incompatível com o exercício da advocacia;
c. ( ) quando sofrer penalidade de exclusão;
d. ( ) quando passar a exercer, em caráter definitivo, ativi-
dade incompatível com a advocacia;

129 — OAB/DF — março. 1997


Se dissermos que
— a incompatibilidade determina a proibição total, e o impe-
dimento, a proibição parcial do exercício da advocacia;
— a inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional
em cujo território se localize seu curso jurídico.
a. ( ) somente a primeira afirmativa estará correta;
b. ( ) somente a segunda afirmativa estará correta;
c. ( ) as duas afirmativas estarão corretas;
d. ( ) as duas afirmativas estarão erradas.

130 — OAB/DF — março. 1997


O Advogado “y” possui inscrição principal na OAB/SP
e inscrições suplementares nas Seccionais da OAB do Rio
de Janeiro e do Espírito Santo. Atuando como patrono de
um cliente seu, na cidade de Belo Horizonte, Capital do
estado de Minas Gerais, dentro do critério permitido pela
legislação que norteia a advocacia (até cinco causas, por
ano, nos territórios de todas as Seccionais), vem a cometer
uma infração disciplinar, perante uma Vara Cível local.
Diante do exposto, qual das Seções da OAB, à luz da
Lei 8.906/94, terá o poder de punir disciplinarmente o Advo-
gado “y”?
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 115

a. ( ) OAB — Seccional de São Paulo;


b. ( ) OAB — Seccional do Rio de Janeiro;
c. ( ) OAB — Seccional de Minas Gerais;
d. ( ) OAB — Seccional do Espírito Santo;

131 — OAB/DF — março. 1997


Determina a Lei 8.906/94 que, nos processos em
geral da OAB, todos os prazos necessários à manifestação
de advogados, estagiários e terceiros, inclusive para inter-
posição de recursos, são de
a. ( ) trinta dias;
b. ( ) quinze dias;
c. ( ) dez dias;
d. ( ) cinco dias;

132 — OAB/MS — agosto. 1997


Está afeita à atividade privativa da advocacia:
a. ( ) somente a postulação a órgão do Poder Judiciário;
b. ( ) a postulação a qualquer órgão do Judiciário e aos
juizados especiais, exceto as atividades de consul-
toria, assessoria e direção jurídica;
c. ( ) a postulação a qualquer órgão do Judiciário e aos
juizados especiais, bem como as atividades de
consultoria, assessoria e direção jurídica;
d. ( ) a impetração de hábeas corpus;

133 — OAB/MS — agosto. 1997


O advogado:
a. ( ) exerce apenas um ministério privado;
b. ( ) não goza de inviolabilidade quanto à manifestação
de seus atos e manifestações;
c. ( ) contribui, na postulação de decisão favorável ao seu
constituinte, embora seus atos não constituam um
munus público;
d. ( ) contribui para o convencimento do julgador;
116 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

134 — OAB/MS — agosto. 1997

É correto afirmar:
a. ( ) são anuláveis os atos privativos de advogado prati-
cados por causídicos não inscritos na OAB;
b. ( ) é dever do advogado exercer, com liberdade, a pro-
fissão em todo o território nacional;
c. ( ) é válido o advogado fazer um carimbo, apenas com
o seu nome e número do CPF, para apor nos docu-
mentos que assina no exercício de sua atividade;
d. ( ) é vedado anunciar ou divulgar qualquer atividade
relacionada com a advocacia ou uso da expressão
única “escritório de advocacia”;

135 — OAB/MS — agosto. 1997

É correto asseverar:
a. ( ) a sociedade de advogados tem personalidade mer-
cantil;
b. ( ) nenhum advogado pode integrar mais de uma socie-
dade de advogados, com sede ou filial na mesma
área territorial do respectivo Conselho Seccional;
c. ( ) a procuração, em sociedade de advogados, pode ser
outorgada a esta última;
d. ( ) o Código de Ética é aplicável, na sociedade de advoga-
dos, apenas quanto ao diretor presidente da mesma.

136 — OAB/MS — 56º Exame de Ordem

Assinale a assertiva correta:


Cliente procura o advogado, confessando-lhe que,
realmente, deve uma quantia, mas, precisa ganhar tempo
para pagá-la. O causídico deverá:
a. ( ) ingressar, se ainda houver prazo, com embargos à
execução, já que o título a tanto permite;
b. ( ) aconselhar o cliente a não se imiscuir em aventura
judicial;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 117

c. ( ) emprestar seu concurso para defender o cliente, já que


desempenha um ministério exclusivamente privado;
d. ( ) n.d.a.

137 — OAB/MS — 56º Exame de Ordem

Existe o Código do Consumidor, que, como se sabe,


versa sobre interesses os mais díspares possível. O advoga-
do, diante de tal diploma legal, no âmbito de sua comunidade:
a. ( ) deverá pugnar pelo seu conhecimento, para que, com
isso, haja completo respeito aos direitos individuais,
coletivos e difusos;
b. ( ) haverá de abster-se de divulgá-lo, já que a efetividade
de tal lei é atividade estranha à advocacia;
c. ( ) deverá veicular todo o esclarecimento possível so-
bre tal lei, ressalvando, porém, o preço de seus ho-
norários para fazê-lo;
d. ( ) n.d.a.

138 — OAB/MS — 56º Exame de Ordem

É dever de consciência do advogado:


a. ( ) saber que o Direito é uma ciência;
b. ( ) ter noção clara que o exercício da advocacia é incom-
patível com qualquer procedimento de mercantilização;
c. ( ) lembrar-se que o Direito é um meio de mitigar as
desigualdades para o encontro de soluções justas;
d. ( ) n.d.a.

139 — OAB/MS — 56º Exame de Ordem

É ético dizer:
a. ( ) ao cliente sobre os riscos de sua pretensão e das
conseqüências que poderão advir da demanda;
b. ( ) sobre os pontos fracos de seu colega, patrocinador
da parte adversa;
118 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

c. ( ) sobre o andamento da causa que encontra sendo


curada por outro causídico, que costumeiramente
deixa prescrever as pretensões a ele confiadas;
d. ( ) n.d.a.

140 — OAB/MS — 56º Exame de Ordem


Cliente rico procura um advogado para patrocinar de-
terminada causa justa, contudo, diz que ele deverá atuar
com outros dois colegas. Este causídico:
a. ( ) deverá aceder ao convite, já que não seria ético re-
cusar exercer seu mister profissional ao lado de
outros advogados;
b. ( ) deverá aceitar ao chamado, ainda que isto lhe cons-
tranja interiormente;
c. ( ) deverá acompanhar tal demanda, limitando o seu
papel à prática de determinados atos processuais
apenas;
d. ( ) n.d.a.

141 — OAB/MS — 56º Exame de Ordem


Sobre sigilo profissional:
a. ( ) o advogado deverá depor sobre fatos que lhe foram
revelados confidencialmente, desde que autorizado
pelo confidente;
b. ( ) o causídico haverá de recusar-se a depor como teste-
munha sobre fatos que lhe foram confidenciados, ain-
da que para tanto seja autorizado pelo declarante;
c. ( ) o sigilo profissional não é inerente à sua profissão,
o sendo apenas para os médicos, eclesiásticos e
psicólogos;
d. ( ) n.d.a.

142 — OAB/SC — 2001 (prova 1)


Assinale a alternativa INCORRETA.
a. ( ) Os honorários incluídos na condenação, por
arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advoga-
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 119

do, tendo este direito autônomo para executar a sen-


tença nesta parte, podendo requerer que o precatório,
quando necessário, seja expedido em seu favor.
b. ( ) o advogado substabelecido com reserva de poderes
não pode cobrar honorários sem a intervenção da-
quele que lhe conferiu o substabelecimento;
c. ( ) Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários
advocatícios serão fixados por arbitramento, em re-
muneração compatível com o trabalho e o valor eco-
nômico da questão, independentemente da tabela
organizada pelo Conselho Seccional da OAB;
d. ( ) A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o
contrato escrito que os estipular são títulos executi-
vos e constituem crédito privilegiado na falência,
concordata, concurso de credores, insolvência civil
e liquidação extrajudicial.

143 — OAB/SC — 2001 (prova 1)

Assinale a alternativa CORRETA.


a. ( ) Na defesa criminal, o advogado deve considerar sua
própria opinião sobre a culpa do acusado;
b. ( ) A revogação do mandato judicial por vontade do cli-
ente não o desobriga do pagamento das verbas ho-
norárias contratadas, mas retira o direito do advoga-
do de receber o quanto lhe seja devido em eventual
verba honorária de sucumbência, calculada propor-
cionalmente, em face do serviço efetivamente pres-
tado;
c. ( ) Os advogados integrantes da mesma sociedade pro-
fissional, ou reunidos em caráter permanente para
cooperação recíproca, podem representar em juízo
clientes com interesses opostos;
d. ( ) O advogado não é obrigado a aceitar a imposição de
seu cliente que pretenda ver com ele atuando ou-
tros advogados, nem aceitar a indicação de outro
profissional para com ele trabalhar no processo.
120 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

144 — OAB/SC — 2001 (prova 2)

O Código de Ética e Disciplina da OAB, ao dispor so-


bre as relações do advogado com o cliente, define que:
a. ( ) o advogado deve informar o cliente, de forma clara e
inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua pretensão,
e das conseqüências que poderão advir da demanda;
b. ( ) o advogado deve, sempre que entender oportuno,
informar seu cliente quanto às conseqüências da
sua pretensão e os custos que a demanda poderá
representar se perder a ação;
c. ( ) o advogado deve sempre considerar o cliente em primei-
ro lugar, não poupando esforços para dirimir os riscos
da demanda e as eventuais custas processuais;
d. ( ) o advogado deve prevenir o cliente dos riscos da
sucumbência, advertindo-o de que mais vale um mau
acordo que uma boa demanda.

145 — OAB/SC — 2001 (prova 2)


Segundo as regras deontológicas fundamentais,
estabelecidas no Código de Ética e Disciplina da OAB, é
CORRETO afirmar que:
a. ( ) se for para preservar os interesses do seu cliente e
as relações profissionais entre ambos, o advogado
pode falsear deliberadamente a verdade dos fatos,
desde que o faça perante o magistrado e o repre-
sentante do Ministério Público;
b. ( ) sendo indispensável à administração da justiça, o ad-
vogado deve exigir, salvo motivo de força maior devida-
mente comprovado, que as ações processuais das
quais participa, transcorram com respeito ao estado
de direito, à cidadania e à moralidade pública;
c. ( ) o exercício da advocacia exige conduta compatível
com os preceitos do Código de Ética, do Estatuto,
do Regulamento Geral, dos provimentos e com os
demais princípios da moral individual, social e pro-
fissional;
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 121

d. ( ) o oferecimento de serviços profissionais de advoca-


cia pode ser feito a qualquer tempo, desde que atra-
vés dos meios de comunicação social legalmente
estabelecidos, não sendo vedada a inculcação ou
captação de clientela.

146 — OAB/SC — 2001 (prova 2)


Assinale a alternativa CORRETA.
Segundo o Código de Ética e Disciplina da OAB:
a. ( ) o advogado pode funcionar no mesmo processo si-
multaneamente como patrono e preposto do empre-
gador somente para fins de acordo;
b. ( ) é permitido ao advogado figurar como sócio de mais
de uma sociedade de advogados com sede ou filial
na mesma área territorial do respectivo Conselho
Seccional;
c. ( ) as sociedades de advogados não podem incluir só-
cios não inscritos como advogados, mesmo que es-
tes efetuem apenas atividades administrativas;
d. ( ) o advogado pode oferecer serviços gratuitos de
orientação jurídica a vítimas de violência em dele-
gacias.

147 — OAB/SC — 2001 (prova 3)


Assinale a alternativa CORRETA.
Segundo o Estatuto da OAB:
a. ( ) o advogado tem direito de ter presença de represen-
tante da OAB, quando preso em flagrante, por qual-
quer motivo, para lavratura do auto respectivo, sob
pena de nulidade;
b. ( ) o advogado tem direito de retirar-se do recinto onde
se encontra aguardando pregão para ato judicial,
após trinta minutos do horário designado e ao qual
ainda não tenha comparecido a autoridade que deva
presidir a ele, mediante comunicação protocolizada
em juízo;
122 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

c. ( ) o advogado tem direito de dirigir-se diretamente aos


magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, res-
peitando os horários determinados, observando-se
a ordem de chegada;
d. ( ) o advogado tem direito de examinar, em qualquer re-
partição policial, mesmo sem procuração, autos de fla-
grante e de inquérito, findos ou em andamento, exceto
aqueles que estiverem conclusos à autoridade.

148 — OAB/SC — 2001 (prova 4)


Assinale a alternativa CORRETA.
Segundo o Estatuto da OAB e seu Código de Ética:
a. ( ) ao aceitar substabelecimento de mandato deve o
advogado ajustar previamente seus honorários so-
mente com o cliente;
b. ( ) na defesa criminal, o advogado deve considerar sua
própria opinião sobre a culpa do acusado;
c. ( ) o advogado substabelecido, com reserva de pode-
res, pode cobrar honorários sem a intervenção da-
quele que lhe conferiu o substabelecimento;
d. ( ) a advocacia é incompatível, mesmo em causa pró-
pria, com ocupantes de cargos ou funções vincula-
das direta ou indiretamente à atividade policial de
qualquer natureza, assim como militares de qual-
quer natureza, na ativa.

149 — OAB/SC — 2001 (prova 4)


Assinale a alternativa CORRETA, segundo o Estatuto
da OAB e seu Código de Ética.
Um estagiário de advocacia de um escritório, regular-
mente inscrito na OAB, postulou em juízo, individualmente,
ante a ausência do advogado titular daquele escritório,
medida de urgência.
a. ( ) A postulação é válida se o advogado titular do escri-
tório ratificar o ato no prazo previsto no Código de
Processo Civil.
QUESTÕES DE EXAMES DE ORDEM 123

b. ( ) A postulação é um ato anulável;


c. ( ) O estagiário estará sujeito a sanções civis, penais e
administrativas e a postulação é um ato nulo;
d. ( ) A postulação é válida somente se comprovada a ur-
gência da medida.

150 — OAB/SC — 2001 (prova 4)


Assinale a alternativa CORRETA à luz do Código de
Ética e Disciplina da OAB.
a. ( ) A defesa prévia deve estar acompanhada de todos
os documentos pertinentes à defesa, bem como o
rol de testemunhas, até o máximo de oito;
b. ( ) O processo disciplinar instaura-se somente median-
te representação dos interessados, que não pode
ser anônima.
c. ( ) Compete ao relator do processo disciplinar determi-
nar a notificação dos interessados para esclareci-
mentos, ou do representado para a defesa prévia,
em qualquer caso, no prazo de 10 (dez) dias;
d. ( ) O Tribunal de Ética e Disciplina também é competen-
te para orientar e aconselhar sobre ética profissional,
respondendo às consultas em tese.
XIX
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS
DE ÉTICA E DISCIPLINA

“AMA TUA PROFISSÃO: procura estimar a advocacia de tal maneira,


que no dia em que teu filho te pedir conselho sobre o seu destino,
consideres uma honra para ti aconselhá-lo a que se faça advogado.”
Eduardo J. Couture

N este capítulo apresentamos algumas jurisprudências


dos Tribunais de ÉTICA e Disciplina do Rio de Janeiro e
São Paulo. Para mim, bem como para o leitor, creio será,
por demais, interessante.
Bastaria, somente, sua leitura, e os jovens advoga-
dos, bem como os antigos e desatentos, teriam uma visão,
relativamente boa, das atitudes que podem ou não ser to-
madas no que tange à ÉTICA, assim como o relacionamen-
to profissional com o cliente.
A leitura, também, feita por leigos à advocacia dar-
lhes-á uma idéia do que pode ou não pode ser feito ou
cobrado pelo advogado que estão contratando.
Segue, abaixo, uma série de julgados, através de suas
ementas. Não vejo necessidade de colocar o teor completo
de cada voto, pois o objetivo se resume a elucidar relação
cliente/advogado.

OAB/RJ

TED/RJ
Órgão Julgador: 2ª Turma
Honorários.
Ementa: Processo administrativo — Honorários de 50% de
proventos previdenciários vencidos — Violação ao Código
de ÉTICA — Procedência na Representação — Pena de

124
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA 125

Censura. Decisão por Maioria. Voto Divergente: Maria Lú-


cia Teixeira da Silva.
(Processo nº 202.386/96, Rel. Gustavo Cortes Barroso, J.
10.8.98)

TED/RJ
Órgão Julgador: 1ª Turma.
Honorários. Locupletamento.
Ementa: Não caracterizado infração ÉTICO disciplinar. Repre-
sentado e seu constituído celebram contrato de honorários
no percentual de 30%, comprovada a vontade sem vícios
dos contratantes. A expedição de ofício para possível puni-
ção não vislumbrada a hipótese em tese de locupletamento.
Pelo Arquivamento. Decisão unanime.
(Processo nº 195.732/96, Rel. Tânia Rodrigues de Araújo,
J. 18.5.98)

TED/RJ
Órgão Julgador: 2ª Turma.
Recusa de Prestação de Contas. Honorários.
Ementa: Advogado que presta contas ao seu cliente, entre-
gando-lhe quantia ao percentual aproximado de 70%, do res-
pectivo valor recebido e se credita do percentual de 30%, a
pretexto de retenção de honorários, em ação trabalhista, não
comete infração disciplinar punível, devendo o constituinte
socorrer-se da justiça comum, para dirimir eventual discrepân-
cia. Decisão por maioria. Voto divergente: Dayse Martins Couto.
(Processo nº 120.545/95, Relª Dayse Martins Couto, J.
15.9.98)

TED/RJ
Órgão Julgador: 2ª Turma.
Honorários.
Ementa: A cobrança de percentual de 50% a título de hono-
rários profissionais em ação trabalhista configura infração
ao inciso XX do art. 34 da Lei 8.906/94, devendo ser apli-
cada a pena de censura. Decisão unânime.
126 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

(Processo nº 114.434/94, Relª Maria Lúcia Teixeira da Sil-


va, J. 17.5.97)

TED/RJ
Órgão Julgador: 2ª Turma.
Honorários.
Ementa: Não constitui cobrança abusiva os honorários na
base de 30% dos ganhos dos clientes nas ações traba-
lhistas. A aceitação das contas prestadas pelo advogado
a cliente comprovada por recibo, demonstra o cumprimen-
to da obrigação, impondo-se o arquivamento. Decisão unâ-
nime.
(Processo nº 112.526/93, Relª Maria Lúcia Teixeira da Sil-
va, J. 17.3.97)

TED/RJ
Órgão Julgador: 3ª Turma.
Honorários. Improcedência da Representação.
Ementa: Procedimento ÉTICO instaurado a partir de Repre-
sentação de cliente contra advogado, com alegação de co-
brança excessiva de honorários. Divergência sobre o
percentual honorário verbalmente contratado, afirma o Re-
presentante ter sido 15%, enquanto o Representado sus-
tenta 20%. Ausência de provas quanto à alegação de ambas
as partes. Improcedência da Representação. Decisão unâ-
nime.
(Processo nº 109.233/93, Rel. Paulo Roberto Alves Rama-
lho, J. 27.8.97)

TED/RJ
Órgão Julgador: 3ª Turma.
Honorários. Imputação de Crime.
Ementa: Contratação abusiva de honorários em percentual
de 50%, sobre o valor venal do imóvel, objeto de ação, cujo
patrocínio foi confiado ao Representado. Incidência do art.
34, XV, do EOAB. Aplicação da pena de censura prevista no
art. 36, I, do aludido diploma legal. Decisão unânime.
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA 127

(Processo nº 108.097/92, Rel. Augusto Alves Moreira, J.


1.12.97)

OAB/SP

TED/SP
Atividades Simultâneas.
Ementa: Exercício de outras atividades profissionais simul-
taneamente com a advocacia — Corretor de imóveis, des-
pachante policial e corretor de seguros — Proibição total
quanto ao exercício conjunto com a atividade de despachan-
te policial (art. 28 da Lei 8.906/94 e art. 1º do Provimento
nº 62/88). Inexistência de impedimento ou incompatibili-
dade com relação às atividades de corretagem, embora não
recomendável. Necessidade imperiosa de preservação dos
preceitos ÉTICOS e de ordem pública, não podendo, por
conseqüência, serem as atividades conjuntas exercidas no
mesmo espaço físico nem angariar causas ou clientes e
comprometer o direito/dever de sigilo profissional e
inviolabilidade do escritório de advocacia, além da estrita
obediência ao § 3º do art. 1º da EAOAB, que veda a divulga-
ção de advocacia em conjunto com outras atividades, me-
lhor entendimento pela leitura do art. 31 do Código de ÉTI-
CA e Disciplina.
(Processo nº E-1.389 — Rel. Benedito Édison Trama)

TED/SP
Atividade Simultânea.
Ementa: Local de atividade — Separação de salas — Não
constitui falta disciplinar o advogado exercer atividades em
prédio onde se acham instalados terceiros com outras ati-
vidades profissionais, principalmente se as salas são se-
paradas e independentes. O entendimento pacífico deste
Tribunal é no sentido de que não seja utilizado o mesmo
espaço físico para o exercício da advocacia com outra pro-
fissão.
(Processo nº E- 1.398, Rel. José Carlos Magalhães Teixeira)
128 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

TED/SP
Exercício concomitante com outra atividade
regulamentada.
Ementa: Escritório de Advocacia — Exercício concomitante
no mesmo local com outra atividade regulamentada — Ne-
cessidade de distribuição inclusive da sala de espera — O
exercício da advocacia não pode se desenvolver no mesmo
local e em conjunto com qualquer outra profissão, ainda que
regulamentada. A participação em outra atividade deve con-
servar nítida e absoluta separação de sala do escritório de
advocacia, inclusive sala de espera de clientes, o que tam-
bém se reflete na publicidade que se pretenda fazer, inclusi-
ve na afixação de placas de anúncios. A confusão que possa
existir entre o exercício das atividades concomitantes fere a
prerrogativa da inviolabilidade profissional do advogado e de
seus arquivos, com ofensa ao princípio fundamental do sigi-
lo profissional no tratamento com os clientes. Inteligência
dos arts. 2º, parágrafo único, inciso VIII, “b”, 28 e 31, § 2º,
do CED e Resolução n. 13/97 do TED-I
(Processo n. E-1.836/99, Rel. Licínio dos Santos Silva Filho)

TED/SP
Exercício da advocacia e corretor de imóveis.
Ementa: Exercício concomitante por advogado da atividade
de corretor de imóveis — CRECI — Invasão por advogados
do campo profissional dos corretores de imóveis — O Tribu-
nal de ÉTICA e Disciplina I — Seção Deontológica, por dis-
posição regimental, não pode conhecer e responder con-
sultas formuladas por não advogados inscritos nos qua-
dros da OAB ou consultas versando sobre fatos de tercei-
ros. Caso de não conhecimento e arquivamento da consul-
ta, máxima porque o órgão consulente indaga sobre maté-
rias concernentes ao exercício profissional não apreciáveis
por este colegiado de ÉTICA. Em razão do interesse geral
de que sejam divulgadas decisões sobre o comportamento
ÉTICO do advogado que acumula a atividade de corretor, foi
decidido encaminhar ao CRECI cópias de decisões em ca-
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA 129

sos análogos, onde se recomenda redobrado cuidado ao


profissional de Direito na separação das duas atividades pro-
fissionais para não infringir a ÉTICA do advogado — Inteli-
gência dos arts. 2º, parágrafo único, incisos I, VIII, “b”, 25
e 28 do CED.
(Processo n. E-1.468, Rel. Antônio Lopes Muniz)

TED/SP
Advocacia e Administração de Bens.
Ementa: Exercício da advocacia — Administração de Bens
— Inscrição em outro órgão — Desnecessidade — Inexiste
obrigatoriedade de inscrição de advogado no Conselho Re-
gional de Corretores de Imóveis, para o exercício de admi-
nistração de bens, pois esta última atividade se compreen-
de no procuratório extrajudicial. Precedente nº E-966/93.
(Processo n. E-1.671/98, Rel. Geraldo de Camargo Vidigal)

TED/SP
Advocacia e Contador.
Ementa: Advogado e contador — Exercício de ambas as
atividades no mesmo local — O exercício da advocacia não
pode se desenvolver no mesmo local e em conjunto com
qualquer outra profissão diversa. A participação do advoga-
do em outra atividade não advocatícia deve conservar níti-
da e absoluta separação em relação ao exercício da advo-
cacia. A confusão de atividades ofende o princípio funda-
mental do sigilo profissional, imposto pela inviolabilidade
da pessoa, do domicílio do advogado e de seus arquivos —
arts. 2º, parágrafo único, inciso VIII, “b”, 28, 31, § 2º do
CED; Resolução n. 13/97 do TED-I.
(Processo E-1.595/97, Relª Maria Cristina Zucchi)

TED/SP
Sociedade de advogados
Ementa: Sociedade de advogados — Situação de fato —
Possibilidade — Impossibilidade, contudo, de divulgação
com nome fantasia — Não existindo formalmente a socie-
130 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

dade de advogados, não podem seus componentes utilizar


nem sugerir sua existência através de expressões, tais como
“sociedades de advogados” ou “advogados associados”.
Mesmo às sociedades registradas na OAB é vedado o uso
de logotipos e o símbolo “&”, identificativo de uso comer-
cial. Recomenda-se aos consulentes o registro da socieda-
de na OAB. Inteligência dos artigos 14, parágrafo único, II,
15 e 34, II, do EOAB.
(Processo n. E-1.573/97 — Rel. Benedito Édison Trama)

TED/SP
Sociedade de advogados
Ementa: Sociedade de advogados — Denominação de fan-
tasia — Nome de genitora — Impossibilidade — Não são
admitidas denominações de fantasia às sociedades de
advocacia, ainda que a pretensão envolva o nome da
genitora dos advogados associados (art. 16 do EOAB). Tema
estranho à Seção Deontológica. Não conhecimento.
(Processo n. E-1.829/99 — Rel. Biasi Antônio Ruggiero)

TED/SP
Associação de escritório estrangeiro com escritório
brasileiro.
Ementa: Associação de escritório estrangeiro com escritó-
rio brasileiro para a prestação de serviços de advocacia no
Brasil e no exterior — Formalização de associação a ser
submetida ao exame e aprovação da OAB como condição
de sua atuação — Inarredável a regra estatutária nacional
estipulando que o exercício da advocacia no Brasil é priva-
tivo dos inscritos na OAB. Mesmo a reserva da postulação
em juízo, mantida nos restritos países de origem aos seus
nacionais, a atividade preventiva e orientadora não podem
acobertar o exercício desautorizado da advocacia, impon-
do-se para tanto a delimitação de tal atuação, com a elabo-
ração de regras que viabilizem o regular desempenho de
advogados estrangeiros no País, quer isolada ou associa-
damente com escritórios brasileiros. Uma vez disciplinado
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA 131

o assunto pela OAB, suas implicações deverão ajustar-se,


mormente no que diga respeito à publicidade e honorários
advocatícios envolvidos. O princípio da responsabilidade
profissional deverá nortear todo o projeto de regulamenta-
ção pretendido, sob pena de criar, em detrimento à classe
advocatícia brasileira, o comprometimento da eqüidade e
da isonomia no desempenho das funções do advogado no
Brasil. Às leis estrangeiras, ausente a reciprocidade expres-
sa no EAOAB, caberá determinar as regras condicionado-
ras do desempenho dos advogados brasileiros no exterior.
(Processo n. E-1.733/98 — Relª. Maria Cristina Zucchi)

TED/SP
Escritório de advocacia — Anúncios
Ementa: Escritório de advocacia — Advogados associados
— Sociedade de fato — Anúncios — Vedação estatutária.
Sociedades de advogados com contrato aprovado pela OAB
são regularmente registradas na seção competente, para
que haja transparência e segurança quanto à responsabili-
dade de seus integrantes, transmitindo credibilidade à clien-
tela. Sociedades de fatos são irregulares porque incompa-
tíveis com a imagem pública de idoneidade que o advogado
deve inspirar, por transparecer propósitos enganosos à boa-
fé de terceiros, levando-os a contratar advogados que su-
põem estar organizados solidariamente para a defesa de
seus interesses. Inteligência do art. 14, parágrafo único,
EAOAB. Precedente E-1.228, julgados, vol. IV, p. 122.
(Processo n. E-1.735/98 — Rel. Carlos Aurélio Mota de
Souza)

TED/SP
Prestação de serviços jurídicos mediante consultoria —
Cuidados.
Ementa: Sociedade de advogados e ou empresas — Presta-
ção de serviços jurídicos mediante consultoria — Cuidados.
Empresas ou associações que prestem serviços de consul-
toria jurídica devem ter seus atos constitutivos registrados
132 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

na OAB e estão sujeitas à suas disposições ÉTICO-discipli-


nares. O profissional que preste consultoria jurídica às so-
ciedades que tenham por finalidade o exercício de ativida-
des privativas de advogado, sem que estejam devidamente
inscritas na OAB, comete infração disciplinar. O patrocínio
de causa, contra ex-empregador, deve respeitar um
interstício de dois anos a contar do rompimento do vínculo.
Os óbices ÉTICOS inexistirão após esse prazo, desde que o
profissional não se utilize de informações confidenciais da
empresa, obtidas na condição de empregado. A captação
de clientela configura infração ÉTICA, prejudicando o clien-
te, a classe e o sagrado princípio da mútua confiança entre
o advogado e o cliente.
(Processo n. E-1.638/98 — Rel. Francisco Marcelo Ortiz
Filho)

TED/SP
Honorários.
Ementa: Tabela de Honorários e Assistência Judiciária —
Remuneração condizente à dignidade da profissão. A Tabe-
la de Honorários, adotada pela Ordem dos Advogados, es-
tabelece parâmetros para a fixação objetiva da remunera-
ção dos serviços advocatícios, indicando o mínimo que pode
ser cobrado, devendo o advogado estipulá-los com modera-
ção, tendo em vista os critérios estabelecidos pelo Código
de ÉTICA e Disciplina (art. 36). O advogado integrante da
Assistência Jurídica, nos patrocínios por essa abrangidos,
está ETICAMENTE impedido de alterar o quantum estabele-
cido nas Tabelas de Assistência Judiciária que aceitou,
podendo receber, todavia, a verba honorária de sucumbência
que lhe pertence (art. 40 do Código de ÉTICA). Não deve o
advogado, quando empregado, submeter-se ao recebimen-
to de salários aviltantes, devendo defender a dignidade da
profissão, que também se expressa por remuneração con-
dizente com seu status social, enquanto representante de
uma classe profissional.
(Processo n. E-1.387 — Rel. Carlos Aurélio Mota de Souza)
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA 133

TED/SP
Honorários inferiores ao mínimo.
Ementa: Honorários — Valores mínimos de remuneração
na hipótese de licitação. Comete infração ÉTICA e legal o
advogado que aceitar honorários, salário, remuneração ou
retribuição de seus trabalhos inferiores aos mínimos esta-
belecidos na Tabela de Honorários ou em sentença
normativa (arts. 19 do EAOAB e 41 do CED). O mesmo en-
tendimento deve ser dado à contratação de remuneração
de advogado, mediante processo de licitação, não poden-
do ser confundida a moderação com modicidade.
(Processo n. E-1.822/99 — Rel. Clodoaldo Ribeiro Machado)

TED/SP
Honorários estabelecidos em 50%.
Ementa: Honorários — Estabelecimento de 50% sobre atra-
sados e prestações vincendas, além da sucumbência e
custeio da causa. Locupletamento — Para a livre contratação
de honorários, além dos critérios de moderação recomenda-
dos pelo art. 36 do Código de ÉTICA e Disciplina da OAB,
deve-se sempre atender às condições pessoais do cliente,
de modo a estabelecer honorários dignos, compatíveis e
eqüitativos. Remuneração ultrapassando os limites da mo-
deração, com percentuais de 50% sobre o resultado, além
da sucumbência legal, não se abriga nos preceitos da ÉTICA
profissional, podendo-se vislumbrar hipótese de locupleta-
mento. Reajuste do contrato é recomendável, sobretudo se
as vantagens auferidas pelo advogado, ao término da de-
manda, são superiores às do cliente. Entendimento dos arts.
35 e § 1º, 36, 37 e 38 do CED da OAB.
(Processo n. E-1.454 — Rel. Carlos Aurélio Mota se Souza)

TED/SP
Honorários — Óbito do cliente.
Ementa: Honorários advocatícios — Contrato escrito — Óbito
do cliente.
134 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

O advogado, com contrato instrumentalizado, se vem a fa-


lecer o seu constituinte no transcorrer da lide, deve valer-
se das prerrogativas do art. 22 caput e § 4º, e art. 23 da
Lei 8.906/94 para assegurar o direito ao recebimento de
seus honorários, mormente se o processo judicial está em
fase de execução e os sucessores do falecido venham a
constituir outro patrono.
(Processo n. E-1.527 — Rel. Benedito Édison Trama)

TED/SP
Honorários — Pacto Quotas Litis
Ementa: Honorários — Pacto Quotas Litis
Em contrato com pacto quotas litis, ou ad exitum, com des-
pesas processuais suportadas pelo próprio advogado, 30%
não representam imoderação, dada a dificuldade dos servi-
ços prestados, a duração da lide em cerca de três anos,
mais as despesas processuais suportadas pelo próprio pro-
fissional. Quanto à sucunbência, pertencente ao advogado,
é ela matéria legal e não ÉTICA, por força da Lei 8.096/94,
art. 24, § 3º.
(Processo n. E-1.577 — Rel. Geraldo José Guimarães da
Silva)

TED/SP
Honorários — Cobrança extrajudicial para condomínio.
Ementa: Honorários — Cobrança do devedor em procedi-
mento extrajudicial — Imoderação.
Advogado contratado por condomínio, para atuação na es-
fera extrajudicial, não deve cobrar verba honorária de 20%
dos condôminos inadimplentes, por ferir o princípio da mo-
deração, estabelecido no artigo 36 do CED. A praxe indica
que a verba honorária deve ser paga pelo condomínio con-
tratante, conforme art. 35 do CED, que, para tanto, já rece-
be as multas estabelecidas na convenção. A conduta tipifica
as infrações disciplinares estabelecidas nos incisos IV e
XX, do art. 34 do EAOAB.
(Processo E-1.760/98 — Rel Bruno Sammarco)
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA 135

TED/SP
Honorários — Justiça gratuita.
Ementa: Honorários — Contrato formalmente estabelecido
com o constituinte beneficiário da justiça gratuita —
Substabelecimento sem reservas — Possibilidade de co-
brança pelo anterior advogado.
Assistência judiciária, desde que não originada em convê-
nio da OAB, não inibe procedimentos usuais para a cobran-
ça de honorários contratados formalmente e que prevê sua
exigibilidade imediata, conforme assegura o art. 22 do
EAOAB. Validade da opção entre cobrança direta ou pela
via indicada no § 4º do referido diploma.
(Processo n. E-1.712/98 — Rel. Biasi Antônio Ruggiero)

TED/SP
Publicidade.
Ementa: Publicidade — Correspondência ou mala-direta
A remessa pelo advogado de comunicado, em forma de
correspondência impessoal, não configura infringência ÉTI-
CA, se enviada exclusivamente aos clientes do escritório
ou integrantes do seu relacionamento profissional, com in-
formes que não caracterizem mercantilização de serviços
advocatícios, concorrência desleal, nem captação de cau-
sas e clientes.
(Processo n. E-1.591/97 — Rel. Elias Farah)

OAB/SP
Publicidade.
Ementa: Internet — Participação de advogados em site pu-
blicitário — Consultoria jurídica — Moderação e discrição
— Vedação à utilização de nome de fantasia.
Em princípio não existe proibição para que os advogados
mantenham as denominadas home page na internet. En-
tretanto, recomendação que o façam com discrição e mo-
deração, valendo em tudo, as regras para publicações
em jornais e revistas. É vedada a utilização de comunica-
ção de fantasia em qualquer tipo de anúncio, tanto às
136 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

sociedades de advogados, como aos advogados, bem


como as informações de serviços suscetíveis de impli-
car, direta ou indiretamente, captação de causas ou de
clintes. Tratando-se de fato concreto, as providências
necessárias são da competência das Turmas Disciplina-
res, para onde os autos devem ser remetidos. Inteligên-
cia dos arts. 16 do EAOAB e 29 do CED e Resolução n.
02/92 do TED-I.
(Processo n. E-1.847/99 — Rel. Luiz Carlos Branco)

TED/SP
Publicidade.
Ementa: Publicidade — Anúncio através de inserção em
BIP — Configurativo da infração ÉTICA — Imoderação.
O Código de ÉTICA e Disciplina permite o anúncio de advo-
gado, desde que moderado e para simples informação.
Veda, porém, sua veiculação pelo rádio e televisão, ou seja,
através de ondas sonoras ou transformadas em imagens,
por processos analógico ou digital, caso dos denominados
BIP’s. Assim, infringe o Código de ÉTICA e Disciplina a pu-
blicidade feita por BIP, porque, além de agressiva e incisi-
va, não encontra qualquer tipo de amparo na discrição de
que cuida o Código de ÉTICA e Disciplina e Resolução nº
02/92 desse Tribunal.
(Processo n. E-1.608/97 — Rel. José Roberto Bottino)

TED/SP
Publicidade.
Ementa: Publicidade — Mala-direta
Correspondência a uma coletividade indiscriminada comu-
nicando a instalação de escritório de advocacia. Na forma
do disposto no § 2º do art. 31 do Código de ÉTICA e Disci-
plina, considera-se imoderado esse tipo de anúncio profis-
sional, porque não é dirigido a colegas ou clientes do advo-
gado.
(Processo n. E-1.600/97 — Rel. Júlio Cardella)
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA 137

TED/SP
Publicidade.
Ementa: Formulários impressos — Papéis profissionais
Discrição, moderação e bom-senso estético devem orientar
o advogado na elaboração da forma, dimensão e contextura
dos papéis de seu uso profissional, com especial atenção
para os de petição, em face da relevância que podem ou
precisam assumir na sua circulação ou utilidade judicial e
extrajudicial. Tais papéis estão submetidos à recomenda-
ção ÉTICA de que não insinuem qualquer aspecto
mercantilista e não contenham figuras, sob qualquer for-
ma, coloração ou disposição. O Provimento nº 75 do Con-
selho Federal da OAB, de 1º.12.1992, adverte que a utiliza-
ção, na publicidade advocatícia, de figuras, desenhos ou
expressões suscetíveis de gerarem confusão constituirá
transgressão ÉTICA, configurando, em conseqüência, infra-
ção disciplinar.
(Processo n. E-1.429 — Rel. Elias Farah)

TED/SP
Anúncio.
Ementa: Anúncio — Captação de colegas para audiência
trabalhistas — Remuneração em desacordo com a tabela
de honorários da OAB — Aviltamento — Inadmissibilidade.
Caracteriza postura ANTIÉTICA a angariação de colegas
de trabalho visando ao mero comparecimento dos mes-
mos a audiências trabalhistas, com remuneração aviltante
por ato praticado. Flagrante mercantilização do trabalho
do colega em desrespeito ao princípio da confraternidade
que rege a relação entre colegas advogdos. Omisso o nome
do profissional responsável pelo anúncio, identificado ape-
nas indiretamente por seu endereço e telefone. Vislum-
brado o desrespeito às normas e princípios ÉTICOS vigen-
tes, impõe-se o encaminhamento do processo para sua
identificação e posterior apreciação pelas Turmas Disci-
plinares.
(Processo n. E-1.838/99)
138 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

TED/SP
Internet
Ementa: Publicidade de advogado — Internet — Existência
de regras.
A publicidade do advogado através de home page, na Internet,
fica, evidentemente, sujeita às regras do Estatuto da Advo-
cacia, do Código de ÉTICA e Disciplina e Resolução nº 02/
92 desse Tribunal, tal como se exige para todos os outros
meios de comunicação. O prestígio profissional do advogado
não se constrói pela autopromoção, mas há de decorrer de
sua competência e da capacidade de pôr a serviço dos clien-
tes seus conhecimentos jurídicos e a técnica de melhor aplicá-
los, para fazer triunfar os interesses dos patrocinados. Dis-
crição e moderação sempre se compatibilizam com essa ati-
tude e afastam condenável e vulgar insinuação para a capta-
ção de clientela. Precedentes.
(Processo n. E-1.640/98 — Rel. José Eduardo Dias Collaço)

TED/SP
Periódico.
Ementa: Publicidade — Distribuição de periódico por escri-
tório da advocacia — Notícias e temas da área jurídica —
Inculta a captação de clientela.
A veiculação de informações noticiando decisões jurispru-
denciais existentes, bem como de artigos escritos sobre
temas de interesse geral, em folheto do próprio escritório,
com indicação dos nomes dos advogados associados e da
sede e escritórios colaboradores, ricamente elaborado, em-
bora contendo ressalva de distribuição limitada, caracteri-
za imoderação e falta de discrição, deixando transparecer
evidente intuito mercantilista, ensejando inculca e capta-
ção de clientela, com infringência aos arts. 28, 29 e 31, §
1º, do Código de ÉTICA e Disciplina da OAB. Ante as faltas
ÉTICAS, caracterizadas em tese, a competência passa a
ser das Seções Disciplinares, nos termos do art. 48 do
Código de ÉTICA e Disciplina e do art. 137 do Regimento
Interno da OAB-SP.
(Processo n. E-1.641/98 — Relª. Maria Cristina Zucchi)
XX
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA
DA OAB

“Conversa com aqueles que possam fazer-te


melhor do que tu és.”
(Sêneca — filósofo latino)

Título I
Da Ética do Advogado

Capítulo I
Das Regras Deontológicas Fundamentais

Art. 1º. O exercício da advocacia exige conduta compatível


com os princípios deste Código, do Estatuto, do Regula-
mento Geral, dos Provimentos e com os demais princípios
da moral individual, social e profissional.
Art. 2º. O advogado, indispensável à administração da Jus-
tiça, é defensor do estado domocrático de direito, da cida-
dania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social,
subordinando a atividade do seu Ministério Privado à eleva-
da função pública que exerce.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I — preservar, em sua conduta a honra, a nobreza e a dig-
nidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencia-
lidade e indispensabilidade;
II — atuar com destemor, independência, honestidade,
decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé;
III — velar por sua reputação pessoal e profissional;

139
140 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

IV — empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoa-


mento pessoal e profissional;
V — contribuir para o aprimoramento das instituições, do
Direito e das leis;
VI — estimular a conciliação entre os litigantes, prevenin-
do, sempre que possível, a instauração de litígios;
VII — aconselhar o cliente a não ingressar em aventura
judicial;
VIII — abster-se de:
a. utilizar a influência indevida em seu benefício ou do cli-
ente;
b. patrocinar interesses ligados a outras atividades estra-
nhas à advocacia, em que também atue;
c. vincular seu nome a empreendimentos de cunho mani-
festamente duvidoso;
d. emprestar concurso aos que atentem contra a ÉTICA, a
moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana;
e. entender-se diretamente com a parte adversa que tenha
patrono constituído, sem o assentimento deste.
IX — pugnar pela solução dos problemas da cidadania e
pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e
difusos, no âmbito da comunidade.
Art. 3º. O advogado deve ter consciência de que o Direito é
um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de
soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir
a igualdade de todos.
Art. 4º. O advogado vinculado ao cliente ou constituinte,
mediante relação empregatícia ou por contrato de presta-
ção permanente de serviços, integrante de departamento
jurídico, ou órgão de assessoria jurídica, público ou priva-
do, deve zelar pela sua liberdade ou independência.
Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do
patrocínio de pretensão concernente a lei ou direito que
também lhe seja aplicável, ou contrarie expressa orienta-
ção sua, manifesta anteriormente.
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB 141

Art. 5º. O exercício da advocacia é incompatível com qual-


quer procedimento de mercantilização.
Art. 6º. É defeso ao advogado expor os fatos em juízo falsean-
do deliberadamente a verdade ou estribando-se na má-fé.
Art. 7º. É vedado o oferecimento de serviços profissionais
que impliquem, direita ou indiretamente, inculcação ou cap-
tação de clientela.

Capítulo II
Das Relações com o Cliente

Art. 8º. O advogado deve informar o cliente, de forma clara


e inequívoca, quanto a eventuais riscos da sua pretensão,
e das conseqüências que poderão advir da demanda.
Art. 9º. A conclusão ou desistência da causa, com ou sem
a extinção do mandato, obriga o advogado à devolução de
bens, valores e documentos recebidos no exercício do man-
dato, e à pormenorizada prestação de contas, não excluin-
do outras prestações solicitadas, pelo cliente, a qualquer
momento.
Art. 10. Concluída a causa ou arquivado o processo, presu-
mem-se o cumprimento e a cessação do mandato.
Art. 11. O advogado não deve aceitar procuração de quem
já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento des-
te, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judi-
ciais urgentes e inadiáveis.
Art. 12. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao
descaso os feitos, sem motivo justo e comprovada ciência
do constituinte.
Art. 13. A renúncia ao patrocínio implica omissão do moti-
vo e a continuidade da responsabilidade profissional do
advogado ou escritório de advocacia, durante o prazo esta-
belecido em lei; não exclui, todavia, a responsabilidade pelos
142 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

danos causados dolosa ou culposamente aos clientes ou a


terceiros.
Art. 14. A revogação do mandato judicial por vontade do
cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorá-
rias contratadas, bem como não retira o direito do advoga-
do de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba
honorária de sucumbência, calculada, proporcionalmente,
em face do serviço efetivamente prestado.
Art. 15. O mandato judicial ou extrajudicial deve ser outor-
gado individualmente aos advogados que integrem socie-
dade de que façam parte, e será exercido no interesse do
cliente, respeitada a liberdade de defesa.
Art. 16. O mandato judicial ou extrajudicial não extingue
pelo decurso de tempo, desde que permaneça a confiança
recíproca entre outorgado e o seu patrono no interesse da
causa.
Art. 17. Os advogados integrantes da mesma sociedade
profissional, ou reunidos em caráter permanente para co-
operação recíproca, não podem representar em juízo clien-
tes com interesses opostos.
Art. 18. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus cons-
tituintes, e não estando acordes os interessados, com a
devida prudência e discernimento, optará o advogado por
um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado
o sigilo profissional.
Art. 19. O advogado, ao postular em nome de terceiros,
contra ex-cliente ou ex-empregador, judicial ou extrajudicial-
mente, deve resguardar o segredo profissional e as infor-
mações reservadas ou privilegiadas que lhe tenham sido
confiadas.
Art. 20. O advogado deve abster-se de patrocinar causa
contrária à ÉTICA, à moral ou à validade de ato jurídico em
que tenha colaborado, orientado ou conhecido em consul-
ta; da mesma forma, deve declinar seu impedimento ÉTICO
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB 143

quando tenha sido convidado pela outra parte, se esta lhe


houver revelado segredos ou obtido seu parecer.
Art. 21. É direito e dever do advogado assumir a defesa
criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa
do acusado.
Art. 22. O advogado não é obrigado a aceitar a imposição
de seu cliente que pretenda ver com ele atuando outros
advogados, nem aceitar a indicação de outro profissional
para com ele trabalhar no processo.
Art. 23. É defeso ao advogado funcionar no mesmo proces-
so, simultaneamente, como patrono e preposto do empre-
gador ou cliente.
Art. 24. O substabelecimento do mandato, com reservas
de poderes, é ato pessoal do advogado da causa.
§ 1º. O substabelecimento do mandato sem reservas de
poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente.
§ 2º. O substabelecimento com reserva de poderes deve ajus-
tar antecipadamente seus honorários com o substabelecido.

Capítulo III
Do Sigilo Profissional

Art. 25. O sigilo profissional é inerente à profissão, impon-


do-se o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito à vida,
à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo pró-
prio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar segre-
do, porém sempre restrito ao interesse da causa.
Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em depoi-
mento judicial, sobre o que saiba em razão de seu ofício,
cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha em pro-
cesso no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato
relacionado com a pessoa de quem seja ou tenha sido advo-
gado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo constituinte.
144 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Art. 27. As confidências feitas ao advogado pelo cliente


podem ser utilizadas nos limites da necessidade da defesa
desde que autorizado aquele pelo constituinte.
Parágrafo único. Presumem-se confidenciais as comunica-
ções epistolares entre advogado e cliente, as quais não
podem ser reveladas a terceiros.

Capítulo IV
Da Publicidade

Art. 28. O advogado pode anunciar os seus serviços profis-


sionais, individual ou coletivamente, com discrição e mode-
ração, para finalidade exclusivamente informativa, vedada
a divulgação em conjunto com outra atividade.
Art. 29. O anúncio deve mencionar o nome completo do
advogado e o número de inscrição da OAB, podendo fazer
referência a títulos ou qualificações profissionais, especia-
lização técnico-científica e associações culturais e científi-
cas, endereços, horários do expediente e meios de comuni-
cação, vedada a sua veiculação pelo rádio e televisão e a
denominação da fantasia.
§ 1º. Títulos ou qualificações profissionais são os relativos
à profissão de advogado, conferidos por universidades ou
instituições de ensino superior, reconhecidas.
§ 2º. Especialidades são os ramos do Direito, assim enten-
didos pelos doutrinadores ou legalmente reconhecidos.
§ 3º. Correspondências, comunicados e publicações, ver-
sando sobre constituição, colaboração, composição e qua-
lificação de componentes de escritório e especificação de
especialidades profissionais, bem como boletins informati-
vos e comentários sobre legislação, somente podem ser
fornecidos a colegas, clientes ou pessoas que os solicitem
ou os autorizem previamente.
§ 4º. O anúncio de advogado não deve mencionar, direta ou
indiretamente, qualquer cargo, função pública ou relação
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB 145

de emprego e patrocínio que tenha exercido, passível de


captar clientela.
§ 5º. O uso das expressões “escritório de advocacia” ou
“sociedade de advogados” deve estar acompanhado da
indicação de número de registro na OAB ou do nome e do
número da inscrição dos advogados que o integrem.
§ 6º. O anúncio, no Brasil, deve adotar o idioma português,
e, quando em idioma estrangeiro, deve estar acompanha-
do da respectiva tradução.
Art. 30. O anúncio sob a forma de placas, na sede profis-
sional ou na residência do advogado, deve observar discri-
ção quanto ao conteúdo, forma e dimensões, sem qual-
quer aspecto mecantilista, vedada a utilização de outdoor
ou equivalente.
Art. 31. O anúncio não deve conter fotografias, ilustrações,
cores, figuras, desenhos, logotipos, marcas ou símbolos
incompatíveis com a sobriedade da advocacia, sendo proibi-
do o uso de símbolos oficiais e dos que sejam utilizados
pela Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 1º. São vedadas referências a valores dos serviços, tabe-
las, gratuidade ou forma de pagamento, termos ou expres-
sões que possam iludir ou confundir o público, informações
de serviços jurídicos suscetíveis de implicar, direta ou indire-
tamente, captação de causa ou clientes, bem como menção
ao tamanho, qualidade e estrutura da sede profissional.
§ 2º. Considera-se imoderado o anúncio profissional do
advogado mediante remessa de correspondência a uma
coletividade, salvo para comunicar a clientes e colegas a
instalação ou mudança de endereço, a indicação expressa
do seu nome e escritório em partes externas de veículo, ou
a inserção de seu nome em anúncio relativo a outras ativi-
dades não advocatícias, faça dela parte ou não.
Art. 32. O advogado que eventualmente participar de progra-
ma de televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de
146 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

reportagem televisionada ou de qualquer outro meio, para


manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusiva-
mente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propó-
sitos de promoção pessoal ou profissional, vedados pro-
nunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus
colegas de profissão.
Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pú-
blica, por qualquer modo ou forma, visando ao esclareci-
mento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado
evitar insinuações a promoção pessoal ou profissional, bem
como o debate de caráter sensacionalista.
Art. 33. O advogado deve abster-se de:
I — responder com habitualidade consulta sobre matérias
jurídicas, nos meios de comunicação social, com intuito de
promover-se profissionalmente;
II — debater, em qualquer veículo de divulgação, causa
sob seu patrocínio ou patrocínio de colegas;
III — abordar tema de modo a comprometer a dignidade da
profissão e da instituição que o congrega;
IV — divulgar ou deixar divulgar a lista de clientes e deman-
das;
V — insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
Art. 34. A divulgação pública, pelo advogado, de assuntos
técnicos ou jurídicos de que tenha ciência em razão do exer-
cício profissional como advogado constituído, assessor ju-
rídico ou parecerista, deve limitar-se a aspectos que não
quebrem ou violem o segredo ou sigilo profissional.

Capítulo V
Dos Honorários Profissionais

Art. 35. Os honorários advocatícios e sua eventual corre-


ção, bem como sua majoração decorrente do aumento dos
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB 147

atos judiciais que advierem como necessários, devem ser


previstos em contrato escrito, qualquer que seja o objeto e
meio da prestação do serviço profissional, contendo todas
as especificações e forma de pagamento, inclusive no caso
de acordo.
§ 1º. Os honorários da sucumbência não excluem os con-
tratados, porém devem ser levados em conta no acerto fi-
nal com o cliente ou constituinte, tendo sempre presente o
que foi ajustado na aceitação da causa.
§ 2º. A compensação ou o desconto dos honorários contra-
tados e de valores que devam ser entregues ao constituin-
te ou cliente só podem ocorrer se houver prévia autorização
ou previsão contratual.
§ 3º. A forma e as condições de resgates dos encargos
gerais, judiciais ou extrajudiciais, inclusive eventual remu-
neração de outro profissional, advogado ou não, para de-
sempenho de serviço auxiliar ou complementar técnico e
especializado, ou com incumbência pertinente fora da
Comarca, devem integrar as condições gerais do contrato.
Art. 36. Ao honorários profissionais devem ser fixados com
moderação, atendidos os elementos seguintes:
I — a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade
das questões versadas;
II — o trabalho e o tempo necessários;
III — a possibilidade de ficar o advogado impedido de inter-
vir em outros casos, ou de se desavir com outros cliente ou
terceiros;
IV — o valor da causa, a condição econômica do cliente e o
proveito para ele resultante do serviço profissional;
V — o caráter de intervenção, conforme se trate de serviço
a cliente avulso, habitual ou permanente;
VI — o lugar da prestação dos serviços, fora ou não do
domicílio do advogado;
148 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

VII — a competência e o renome do profissional;


VIII — a praxe do foro sobre trabalhos análogos.
Art. 37. Em face da imprevisibilidade do prazo de tramitação
da demanda, devem ser delimitados os serviços profissio-
nais a se prestarem nos procedimentos preliminares, judi-
ciais ou conciliatórios, a fim de que outras medidas, solici-
tadas ou necessárias, incidentais ou não, diretas ou indire-
tas, decorrentes da causa, possam ter novos honorários
estimados, e da mesma forma receber do constituinte ou
cliente a concordância hábil.
Art. 38. Na hipótese de adoção de cláusula quota litis, os
honorários devem ser necessariamente representados por
pecúnia e, quando acrescidos dos de honorários da
sucumbência, não podem ser superiores às vantagens
advindas em favor do constituinte ou do cliente.
Parágrafo único. A participação do advogado em bens par-
ticulares do cliente, comprovadamente sem condições
pecuniárias, só é tolerada em caráter excepcional, e desde
que contratada por escrito.
Art. 39. A celebração de convênios para prestação de ser-
viços jurídicos com redução dos valores estabelecidos na
Tabela de Honorários implica na captação de clientes ou
causa, salvo se as condições peculiares da necessidade e
dos carentes puderem ser demonstradas com a devida
antecedência ao respectivo Tribunal de ÉTICA e Disciplina,
que deve analisar a sua oportunidade.
Art. 40. Os honorários advocatícios devidos ou fixados em
tabelas no regime da assistência judiciária não podem ser
alterados no quantum estabelecido; mas a verba honorária
decorrente da sucumbência pertence ao advogado.
Art. 41. O advogado deve evitar o aviltamento de valores
dos serviços profissionais, não os fixando de forma irrisó-
ria ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários,
salvo motivo plenamente justificável.
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB 149

Art. 42. O crédito por honorários advocatícios, seja do


advogado autônomo, seja de sociedade de advogados, não
autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro título de
crédito de natureza mercantil, exceto a emissão de fatura,
desde que constitua exigência do constituinte ou assisti-
do, decorrente de contrato escrito, vedada a tiragem de
protesto.
Art. 43. Havendo necessidade de arbitramento e cobrança
judicial dos honorários advocatícios, deve o advogado re-
nunciar ao patrocínio da causa, fazendo-se representar por
um colega.

Capítulo VI
Do Dever de Urbanidade

Art. 44. Deve o advogado tratar o público, os colegas, as


autoridades e os funcionários do juízo com respeito, discri-
ção e independência, exigindo igual tratamento e zelando
pelas prerrogativas a que tem direito.
Art. 45. Impõe-se ao advogado lhaneza, emprego de lingua-
gem escorreita e polida, esmero e disciplina na execução
dos serviços.
Art. 46. O advogado, na condição de defensor nomeado,
conveniado ou dativo, deve comportar-se com zelo, empe-
nhando-se para que o cliente se sinta amparado e tenha a
expectativa de regular desenvolvimento da demanda.

Capítulo VII
Das Disposições Gerais

Art. 47. A falta ou inexistência, neste código, de definição


ou orientação sobre questão de ética profissional, que seja
relevante para o exercício da advocacia ou dele advenha,
enseja consulta e manifestação do Tribunal de Ética e Dis-
ciplina ou do Conselho Federal.
150 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Art. 48. Sempre que tenha conhecimento de transgressão


das normas deste Código, do Estatuto, do Regulamento
Geral e dos Provimentos, o Presidente do Conselho
Seccional, da Subseção, ou do Tribunal de Ética e Discipli-
na deve chamar a atenção do responsável para o dispositi-
vo violado, sem prejuízo da instauração do competente pro-
cedimento para apuração das infrações e aplicações das
penalidades cominadas.

Título II
Do Processo Disciplinar
Capítulo I
Da Competência do Tribunal
De Ética e Disciplina
Art. 49. O Tribunal de Ética e Disciplina é competente para
orientar e aconselhar sobre ética profissional, respondendo
às consultas em tese, se julgar os processos disciplinares.
Parágrafo único. O Tribunal reunir-se-á mensalmente ou em
menor período, se necessário, e todas as sessões serão
plenárias.
Art. 50. Compete também ao Tribunal de Ética e Disciplina:
I — instaurar, de ofício, processo competente sobre ato ou
matéria que considere passível de configurar, em tese, in-
fração a princípio ou norma de ética profissional;
II — organizar, promover e desenvolver cursos, palestras,
seminários e discussões a respeito de ética profissional,
inclusive junto aos Cursos Jurídicos, visando à formação da
consciência dos futuros profissionais para os problemas
fundamentais da Ética;
III — expedir provisões ou resoluções sobre o modo de
proceder em casos previstos nos regulamentos e costu-
mes do foro.
IV — mediar e conciliar nas questões que envolvam:
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB 151

a) dúvidas e pendências entre advogados;


b) partilha de honorários contratados em conjunto ou
mediante substabelecimento, ou decorrente de su-
cumbência;
c) controvérsias surgidas quando da dissolução de so-
ciedade de advogado.

Capítulo II
Dos Procedimentos
Art. 51. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou me-
diante representação dos interessados, que não pode ser
anônima.
§ 1º. Recebida a representação, o Presidente do Conselho
Seccional ou da Subseção, quando esta dispuser de con-
selho, designa relator um de seus integrantes, para presi-
dir a instrução processual.
§ 2º. O relator pode propor ao Presidente do Conselho
Seccional ou da Subseção o arquivamento da representa-
ção, quando estiver desconstituída dos pressupostos de
admissibilidade.
§ 3º. A representação contra membros do Conselho Fede-
ral e Presidentes dos Conselhos Seccionais é processada
e julgada pelo Conselho Federal.
Art. 52. Compete ao relator do processo disciplinar deter-
minar a notificação dos interessados para esclarecimento,
ou do representado para a defesa prévia, em qualquer caso
no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1º. Se o representado não for encontrado ou for revel, o
Presidente do Conselho ou da Subseção deve designar-lhe
defensor dativo.
§ 2º. Oferecidos a defesa prévia, que deve estar acompa-
nhada de todos os documentos, e rol de testemunhas, até
o máximo de cinco, é proferido o despacho saneador e,
ressalvada a hipótese do § 2º do art. 73 do Estatuto, desig-
152 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

nada a audiência para a oitiva do interessado e do repre-


sentado ou seu defensor incumbir-se do comparecimento
de suas testemunhas, na data e hora marcadas.
§ 3º. O relator pode determinar a realização de diligências
que julgar convenientes.
§ 4º. Concluída a instrução, será aberto o prazo sucessivo
de 15 (quinze) dias para a apresentação de razões finais
pelo interessado e pelo representado, após a juntada da
última intimação.
§ 5º. Extinto o prazo das razões finais, o relator profere
parecer preliminar, a ser submetido ao Tribunal.
Art. 53. O presidente do Tribunal, após o recebimento do
processo devidamente instruído, designa relator para pro-
ferir o voto.
§ 1º. O processo é inserido automaticamente na pauta da
primeira sessão de julgamento, após o prazo de 20 (vinte)
dias de seu recebimento pelo Tribunal, salvo se o relator
determinar diligências.
§ 2º. O representado é intimado pela Secretaria do Tribunal
para a defesa oral na sessão, com 15 (quinze) minutos,
pelo representado ou por seu advogado.
Art. 54. Ocorrendo a hipótese do art. 70, § 3º, do Estatuto,
na sessão especial designada pelo Presidente do Tribunal,
são facilitadas ao representado ou ao seu defensor a apre-
sentação de defesa, a produção de prova e a sustentação
oral, restritas, entretanto, à questão do cabimento, ou não,
da suspensão preventiva.
Art. 55. O expediente submetido à apreciação do tribunal é
autuado pela Secretaria, registrado em livro próprio e distri-
buído às seções ou turmas julgadoras, quando houver.
Art. 56. As consultas formuladas recebem autuação em
apartado, e a esse processo são designados relator e revi-
sor, pelo Presidente.
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB 153

§ 1º. O relator e o revisor têm prazo de dez (10) dias, cada


um, para elaboração de seus pareceres, apresentando-os
na primeira sessão seguinte, para julgamento.
§ 2º. Qualquer dos membros pode pedir vista do processo
pelo prazo de uma sessão e desde que a matéria não seja
urgente, caso em que o exame deve ser procedido durante
a mesma sessão. Sendo vários os pedidos, a Secretaria
providencia a distribuição do prazo, proporcionalmente, entre
os interessados.
§ 3º. Durante o julgamento e para dirimir dúvidas, o relator e
o revisor, nessa ordem, têm preferência na manifestação.
§ 4º. O relator permitirá aos interessados produzir provas,
alegações e arrazoados, respeitado o rito sumário atribuí-
do por este Código.
§ 5º. Após o julgamento, os autos vão ao relator designado ou
ao membro que tiver parecer vencedor para lavratura de
acórdão, contendo ementa a ser publicada no órgão oficial do
Conselho Seccional.
Art. 57. Aplica-se ao funcionamento das sessões do Tribu-
nal o procedimento adotado no Regimento Interno do Con-
selho Seccional.
Art. 58. Comprovado que os interessados no processo nele
tenham intervindo de modo temerário, com sentido de emu-
lação ou procrastinação, tal fato caracteriza falta de ética
passível de punição.
Art. 59. Considerada a natureza da infração ética cometida,
o Tribunal pode suspender temporariamente a aplicação das
penas de advertência e censura impostas, desde que o in-
frator primário, dentro do prazo de 120 dias, passe a fre-
qüentar e conclua, comprovadamente, curso, simpósio, se-
minário ou atividade equivalente, sobre Ética Profissional do
Advogado, realizado por entidade de notória idoneidade.
154 ÉTICA. UM ALICERCE FUNDAMENTAL

Art. 60. Os recursos contra decisões do Tribunal de Ética e


Disciplina, ao Conselho Seccional, regem-se pelas disposi-
ções do Estatuto, do Regulamento Geral e do Regimento
Interno do Conselho Seccional.
Parágrafo único. O Tribunal dará conhecimento de todas
as suas decisões ao Conselho Seccional, para que deter-
mine periodicamente a publicação de seus julgados.
Art. 61. Cabe revisão do processo disciplinar, na forma
prescrita no art. 73, § 5º, do estatuto.

Capítulo III
Das Disposições Gerais e Transitórias
Art. 62. O Conselho Seccional deve oferecer os meios e
suporte imprescindíveis para o desenvolvimento das ativi-
dades do Tribunal.
Art. 63. O Tribunal de Ética e Disciplina deve organizar seu
Regimento Interno, a ser submetido ao Conselho Seccional
e, após, ao Conselho Federal.
Art. 64. A pauta de julgamentos do Tribunal é publicada em
órgão oficial e no quadro de avisos gerais, na sede do Con-
selho Seccional, com antecedência de 07 (sete) dias, de-
vendo ser dada prioridade nos julgamentos para os interes-
sados que estiverem presentes.
Art. 65. As regras deste Código obrigam igualmente as so-
ciedades de advogados e os estagiários, no que lhes forem
aplicáveis.
Art. 66. Este Código entra em vigor, em todo o território na-
cional, na data de sua publicação, cabendo aos Conselhos
Federal e Seccionais e às Subseções da OAB promover a sua
ampla divulgação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília-DF, 13 de fevereiro de 1995
XXI
GABARITO DAS QUESTÕES
“Quem reestuda o que já havia aprendido
e adquire sempre novos conhecimentos,
esse merece ser professor.”
Confúcio

O gabarito abaixo corresponde exatamente às respostas


que me foram entregues pelas seccionais indicadas
nas questões.

1-C; 23-B; 45-C; 67-A; 89-C; 111-C; 133-A;


2-C; 24-A; 46-D; 68-B; 90-B; 112-C; 134-D;
3-B; 25-D; 47-D; 69-A; 91-D; 113-A; 135-B;
4-D; 26-A; 48-D; 70-C; 92-A; 114-C; 136-B;
5-A; 27-B; 49-C; 71-A; 93-C; 115-D; 137-A;
6-B; 28-C; 50-A; 72-A; 94-B; 116-A; 138-C;
7-D; 29-B; 51-D; 73-D; 95-A; 117-C; 139-A;
8-C; 30-D; 52-B; 74-D; 96-C; 118-D; 140-D;
9-B; 31-C; 53-D; 75-B; 97-A; 119-B; 141-B;
10-C; 32-A; 54-A; 76-A; 98-D; 120-B; 142-C;
11-A; 33-B; 55-D; 77-B; 99-D; 121-D; 143-D;
12-D; 34-A; 56-D; 78-D; 100-D; 122-A; 144-A;
13-A; 35-C; 57-A; 79-A; 101-C; 123-C; 145-C;
14-B; 36-C; 58-B; 80-A; 102-C; 124-D; 146-C;
15-D; 37-C; 59-C; 81-A; 103-C; 125-D; 147-B;
16-D; 38-C; 60-B; 82-C; 104-C; 126-A; 148-D;
17-C; 39-D; 61-B; 83-A; 105-D; 127-A; 149-C;
18-B; 40-D; 62-C; 84-C; 106-D; 128-B; 150-D;
19-C; 41-D; 63-C; 85-A; 107-A; 129-C;
20-B; 42-C; 64-B; 86-C; 108-D; 130-C;
21-D; 43-B; 65-B; 87-B; 109-C; 131-B;
22-C; 44-B; 66-C; 88-A; 110-B; 132-D;

155
XXII
BIBLIOGRAFIA

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SODRÉ, Ruy de Azevedo. A Ética Profissional e o Estatuto do
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