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MELANIE KLEIN

Segundo Melanie Klein, o bebê começa a perceber o mundo a sua volta criando objetos internos que
representam o mundo externo. Estes objetos internos são criados através do que o bebê capta do
mundo externo através dos cinco sentidos: visão, olfato, paladar, tato e audição.
O primeiro objeto interno que o bebê cria é a “minha mãe”. Através do toque, do gosto, do cheiro e do
que o bebê vê, uma imago de sua mãe é criada.
Começa um processo no qual o bebê rotula os objetos como bons ou maus, conforme as experiências
vividas com esses objetos. Esse julgamento entre o que é bom e mau está relacionado com o fato de o
bebê já nascer com o conflito entre a pulsão de vida e a pulsão de morte, e a necessidade de aliviar a
ansiedade gerada por esse conflito. Klein afirma também que o bebê já nasce com conteúdos psíquicos
primitivos, herdados de gerações passadas através do inconsciente. Isso faz com que o bebê tenha um
conteúdo mental cheio de fantasias logo após o seu nascimento.
O objeto bom é o que está ajustado ao seu conforto e que satisfaz o seu desejo. Outros objetos que
tenham essas características também serão rotulados como bons. Já os objetos maus trazem
desconforto e privam o bebê de realizar o seu desejo.
Como nessa fase o bebê percebe os objetos apenas parcialmente, o primeiro objeto percebido por ele
é apenas uma parte da “minha mãe”, é o seio da mãe. Criam-se assim os objetos internos "seio bom" e
"seio mau", que representam a experiência de prazer e desprazer no psiquismo do bebê. O seio que
alimenta e traz prazer é bom, o seio que falta e não o alimenta, fazendo-o sentir desconforto e fome, é
mau.
Conforme o bebê se desenvolve ele cria interesse por outros objetos, como o rosto da mãe, mãos e
brinquedos. Todos esses objetos são introduzidos em sua estrutura psíquica e ele acredita que eles
fazem parte dele mesmo.
A partir do momento em que a criança percebe que a mãe não é parte dela e sim um outro objeto, a
sua falta começa a gerar a angústia da perda. Esse desejo pelo objeto que falta é a primeira experiência
edípica.
Através da aceitação da perda o bebê pode trabalhar de forma saudável a construção de seu
psiquismo.

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