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O presente relatório tem por objetivo principal sintetizar o atual estágio em que se encontra o
setor elétrico nacional no que tange aos critérios atrelados com a regulamentação das
exigências das distribuidoras quando da conexão de acessantes potencialmente
perturbadores ou sensíveis a distúrbios na rede, e ainda, estabelecer as premissas para
aprimoramentos da regulamentação da matéria no contexto do PRODIST. São analisados os
atuais procedimentos utilizados pelas distribuidoras, bem como normas nacionais e
documentos internacionais que indicam as análises a serem realizadas quando da conexão
de cargas ou de geração distribuída no sistema elétrico, com destaque aos indicadores de
qualidade de energia e, por fim, apresentada sugestões para a elaboração do documento
final.
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SUMÁRIO
1) Considerações Iniciais........................................................................................................................................ 6
1.1) Objetivos específicos do Relatório 6/8 .......................................................................................................... 7
2) Procedimentos atualmente utilizados pelas distribuidoras para conexão de acessantes potencialmente
perturbadores............................................................................................................................................................ 8
2.1) Procedimentos adotados pelas distribuidoras .............................................................................................. 8
2.1.1) AES-SUL ................................................................................................................................................... 8
2.1.2) AMPLA ..................................................................................................................................................... 8
2.1.3) BANDEIRANTE ....................................................................................................................................... 10
2.1.4) CAUIÁ (REDE SUL/SUDESTE) ................................................................................................................. 12
2.1.5) CEA........................................................................................................................................................ 12
2.1.6) CEAL ...................................................................................................................................................... 13
2.1.7) CEB ........................................................................................................................................................ 13
2.1.8) CEEE-D .................................................................................................................................................. 14
2.1.9) CELESC .................................................................................................................................................. 15
2.1.10) CELG .................................................................................................................................................... 17
2.1.11) CELPA .................................................................................................................................................. 17
2.1.12) CELPE .................................................................................................................................................. 18
2.1.13) CELTINS ............................................................................................................................................... 19
2.1.14) CEMAR ................................................................................................................................................ 19
2.1.15) CEMAT ................................................................................................................................................ 20
2.1.16) CEMIG ................................................................................................................................................. 20
2.1.17) CERON ................................................................................................................................................ 21
2.1.18) COCEL ................................................................................................................................................. 21
2.1.19) COELBA ............................................................................................................................................... 21
2.1.20) COELCE ............................................................................................................................................... 21
2.1.21) COOPERALIANCA ................................................................................................................................ 24
2.1.22) COPEL ................................................................................................................................................. 24
2.1.23) COSERN............................................................................................................................................... 24
2.1.24) Grupo CPFL ......................................................................................................................................... 25
2.1.25) DEMEI ................................................................................................................................................. 27
2.1.26) DME-PC ............................................................................................................................................... 27
2.1.27) EFLJC ................................................................................................................................................... 28
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2.1.28) EFLUL .................................................................................................................................................. 28
2.1.29) ELETROACRE ....................................................................................................................................... 28
2.1.30) ELETROCAR ......................................................................................................................................... 28
2.1.31) ELETROPAULO .................................................................................................................................... 28
2.1.32) ELFSM ................................................................................................................................................. 29
2.1.33) Grupo ENERGISA................................................................................................................................. 29
2.1.34) ENERSUL ............................................................................................................................................. 30
2.1.35) ESCELSA .............................................................................................................................................. 31
.1.36) HIDROPAN ............................................................................................................................................ 33
2.1.37) IENERGIA ............................................................................................................................................ 33
2.1.38) LIGHT .................................................................................................................................................. 34
2.1.39) MUX-ENERGIA .................................................................................................................................... 34
2.1.40) SULGIPE .............................................................................................................................................. 34
2.1.41) Síntese das orientações/critérios em prática pelas distribuidoras de energia elétrica nacionais ..... 35
2.2) Regulamentação para acessos estabelecidos pelos Procedimentos de Rede e de Distribuição ............... 38
2.2.1) Procedimentos de Rede ....................................................................................................................... 38
2.2.2) PRODIST Módulo 3 – Acesso ao Sistema de Distribuição..................................................................... 39
2.3) Documentos complementares sobre o acesso de consumidores potencialmente perturbadores e geração
distribuída ............................................................................................................................................................ 41
2.3.1) Relatório 57/2008 - Critérios para estudos de medições de Qualidade da Energia Elétrica ............... 41
2.3.2) IEC 61000-3-6 – Assessment of emission limits for the connection of distorting installations to MV,
HV and EHV power systems ............................................................................................................................ 42
2.3.3) IEEE Std 519 – IEEE Recommended Practices and Requirements for Harmonic Control in Electrical
Power Systems................................................................................................................................................. 43
2.3.4) IEEE Std 1547 – IEEE Standard for Interconnecting Distributed Resources with Electric Power Systems
......................................................................................................................................................................... 43
2.3.5) IEC 61400-21 – Measurement and Assessment of Power Quality Characteristics of Grid Connected
Wind Turbines ................................................................................................................................................. 44
2.3.6) IEC 61000-3-7 - Electromagnetic compatibility (EMC) — Limits—Assessment of emission limits for
the connection of fluctuating installations to MV, HV and EHV power systems ............................................ 44
3) Definições dos critérios de acesso à rede de distribuição............................................................................... 46
3.1) Critérios de acesso ao SDBT ......................................................................................................................... 46
3.2) Critérios e Procedimentos de acesso ao SDMT e SDAT ............................................................................... 49
3.2.1) Critérios para a exigência de estudos acessos .......................................................................................... 50
3.2.2) Conteúdo do Relatório RISE ...................................................................................................................... 51
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3.2.3) Procedimentos para a avaliação das distorções harmônicas e limites ..................................................... 51
3.2.4) Procedimentos para a avaliação das flutuações de tensão e limites........................................................ 53
4) Quadro comparativo dos objetivos do Produto 6 constantes no contrato e do cumprimento das atividades
contempladas neste relatório ................................................................................................................................. 54
5) Referências bibliográficas ................................................................................................................................ 56
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1) Considerações Iniciais
Num contexto mais amplo, as ações a serem desenvolvidas encontram-se focadas para temas
específicos, e os resultados dos estudos se apresentam sintetizados nos seguintes produtos:
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Produto 7 - Proposta de texto para a revisão dos módulos 1, 3, 6 e 8 dos Procedimentos de
Distribuição;
Visando atender aos propósitos supra postos, o documento em pauta se encontra alicerçado
nos seguintes pontos focais:
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2) Procedimentos atualmente utilizados pelas distribuidoras para conexão
de acessantes potencialmente perturbadores
Após detidos trabalhos direcionados à identificação das empresas nacionais que possuem
orientações/critérios para o acesso de cargas perturbadoras ou conexão de geração distribuída
chegou-se aos resultados abaixo apresentados, os quais representam um resumo das
diretrizes/determinações encontradas através dos levantamento feitos, em consonância com
solicitação encaminhada pela ANEEL, sem que, todavia, tenha-se a pretensão de afirmar que todos
os documentos existentes puderam ser identificados.
2.1.1) AES-SUL
2.1.2) AMPLA
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Caso a utilização de cargas especiais venha a introduzir perturbações como flutuações,
oscilações e afundamento de tensão, sobretensão, excedentes de reativos, harmônicos, dentre
outras situações que impactam na qualidade do fornecimento à outras unidades consumidoras, a
Ampla exige do consumidor a adoção de medidas compatíveis com o funcionamento e as
características elétricas de sua(s) carga(s).
Nesse contexto, ressalta-se que a Ampla poderá exigir, mesmo após a conexão da unidade
consumidora, a adoção de medidas para a mitigação de distúrbios, caso seja constatado que a
instalação possui aparelhos ou cargas perturbadoras ao serviço regular de fornecimento de
energia elétrica.
Tal como para o caso do fornecimento em tensão primária, as ligações de aparelhos com as
características descritas anteriormente são tratadas como cargas especiais. Em tais situações,
exigências de adoção de medidas mitigatórias podem ser solicitadas pela distribuidora.
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2.1.3) BANDEIRANTE
No que tange a ligação de novos equipamentos, caso seja constatada, após a ligação da
unidade consumidora, que determinadas cargas ocasionam perturbações ao fornecimento regular
de energia elétrica, a distribuidora poderá exigir, a seu exclusivo critério, que as mesmas sejam
desligadas até a adequação do sistema de fornecimento, as expensas do cliente proprietário do
equipamento causador da perturbação.
A concessionária se reserva do direito de exigir, a qualquer tempo, a instalação de
equipamentos corretivos para quaisquer perturbações que se produzam no seu sistema, caso o
cliente venha a utilizar, a sua revelia, cargas susceptíveis de provocar distúrbios ou danos ao
sistema elétrico e/ou equipamentos de outros clientes. A Concessionária poderá ainda exigir o
ressarcimento de indenizações por danos acarretados a outros consumidores, provocados por uso
de cargas perturbadoras.
A empresa define apenas os dados técnicos a serem solicitados por cada equipamento
especial, mas não informa qualquer tipo de estudo específico.
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III. Geração Distribuída
Distorções harmônicas:
Vn<= 13,8 kV / 34,5 kV;
D <= 8,0 % (Distorção Harmônica Total de Tensão);
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D <= 10,0 % (Distorção Harmônica Total de Corrente).
Desequilíbrio de tensão: nos termos estabelecidos no Módulo 8 - Qualidade da Energia
Elétrica.
A CAIUÁ não possui procedimentos específicos nem diretrizes estabelecendo critérios para
o acesso de cargas perturbadoras ou sensíveis a distúrbios na rede.
2.1.5) CEA
No que se refere o fornecimento de energia elétrica em tensão primária, a CEA dispõe que a
corrente absorvida pelos equipamentos deve ser limitada a um valor que não provoque queda de
tensão e oscilações que perturbem os demais consumidores e outros equipamentos supridos pela
mesma fonte. Caberá a CEA analisar os impactos dos novos acessos na rede primária.
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rede/ponto comum de conexão, exceto quando houver indicação de outro ponto. No que se refere
à distorção harmônica, cada harmônica individual deve estar limitada aos valores apresentados na
Tabela 3. A distorção harmônica total de corrente deve ser inferior a 5 %, na potência nominal do
sistema de geração distribuída.
2.1.6) CEAL
Avaliação dinâmica para analisar a influência no sistema das saídas da central geradora,
bem como a estabilidade da central geradora face às perturbações na rede;
Estudos de ajustes das proteções intrínsecas das centrais geradoras, considerando os
compromissos de coordenação com as proteções sistêmicas;
Estudos transitórios de energização de linhas, transformadores coletores das centrais
geradoras, quando julgados necessários;
Avaliação dos níveis de flicker para operação em regime permanente;
Avaliação das variações de tensão de curta duração devido às correntes de inrush;
Estudos dos impactos sobre os indicadores de distorção harmônica.
2.1.7) CEB
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Os limites recomendados pela CEB para os indicadores supracitados são os mesmos
indicados pelo Módulo 8 do PRODIST.
2.1.8) CEEE-D
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Após um período experimental de coleta de dados, a CEEE-D adotou, além das orientações
existentes no Módulo 8 do PRODIST, a avaliação de harmônicos de corrente produzidos pelo
acessante, de acordo com as premissas existentes no documento IEEE 519-1992. Assim, novos
acessos à rede de distribuição devem estar acompanhados do RISE (Relatório de Impacto no
Sistema Elétrico), o qual apresenta um estudo de qualidade da energia com as possíveis
perturbações, com destaque para os impactos sobre as distorções harmônicas. O RISE também
deve conter as propostas de soluções para que os níveis adotados como referências não sejam
violados.
2.1.9) CELESC
a) Distorção harmônica
b) Flutuação de Tensão
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Os indicadores de severidade de flutuação de tensão no ponto de conexão de energia
elétrica, ou seja, as faixas de classificação de PstD95% e de PltD95% em relação à tensão nominal
terá por base os seguintes valores:
Pontos de conexão em Tensão Nominal (< 69 kV ):
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No que tange as informações contidas na Figura 1, esta oferece as seguintes diretrizes:
d) Desequilíbrio de Tensão
2.1.10) CELG
No que se refere o fornecimento de energia elétrica em tensões primárias, a CELG exige que
a unidade consumidora adeque suas instalações de forma a atender aos valores de referência para
os indicadores de qualidade da energia estabelecidos no Modulo 8 do PRODIST. Caso a unidade
consumidora possua cargas perturbadoras, as quais podem produzir situações associadas a
injeção de harmônicos, variação de frequência, desequilíbrio de tensão e/ou corrente, flutuação de
tensão, radio-interferência, distorção na forma de onda da tensão e/ou corrente, incluindo
qualquer combinação destes distúrbios, com valores que ultrapassem os índices estabelecidos, é
facultado à concessionária exigir do consumidor o cumprimento de uma das obrigações abaixo:
2.1.11) CELPA
No que tange o fornecimento de energia elétrica em baixa tensão, devem ser elaborados
estudos para verificar a necessidade de reforço de rede e evitar possíveis perturbações, quando da
ligação de cargas perturbadoras.
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A CELPA poderá estabelecer a conexão na tensão primária de fornecimento, quando a
unidade consumidora tiver equipamento que, pelas suas características de funcionamento ou
potência, possa prejudicar a qualidade de fornecimento a outros consumidores.
2.1.12) CELPE
II. Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária – Classe 69, 138 e 230 kV
Quanto ao fornecimento de energia elétrica em tensão das classes de 69, 138 e 230 kV,
durante os entendimentos iniciais de ligação do consumidor, dentre as informações solicitadas, o
consumidor deve informar a existência de cargas especiais, ou seja providenciar os equipamentos
que introduzem perturbações indesejáveis no sistema elétrico da CELPE e que são prejudiciais aos
demais e ao próprio consumidor. Tais cargas devem ser objeto de análise especial da CELPE. O
consumidor deve fornecer os dados técnicos e condições de operação, indispensáveis à citada
análise. Entre tais cargas incluem-se fornos a arco, grandes motores síncronos e de indução,
informando potência e tipo de partida, grandes unidades retificadoras e inversoras.
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17ª a 21ª < 1,5%
23ª a 33ª < 0,6%
Harmônicas Pares Limite de distorção
2ª a 8ª < 1,0%
10ª a 32ª < 0,5%
2.1.13) CELTINS
2.1.14) CEMAR
No que tange o fornecimento de energia elétrica em baixa tensão, devem ser elaborados
estudos para verificar a necessidade de reforço de rede e evitar possíveis perturbações.
Fornos a Arco
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O Limite padrão de flutuação de tensão no ponto de entrega de energia dado pelo
método inglês (ERA) é de 0,25%;
A apuração do valor do padrão de flutuação de tensão deve ser considerada quando
os três eletrodos do forno estão em curto-circuito e o transformador do forno está
ajustado no tap que permita o maior valor desta corrente;
Quaisquer outros critérios adotados para a apuração do nível de “flicker” devem ser
submetidos previamente a CEMAR para análise.
Equipamentos Geradores de Harmônicos
Os limites aceitáveis para tensões harmônicas são aplicáveis a conexão de
consumidores com cargas que provocam distorções harmônicas em tensões ≥ 13,8
kV, bem como para equipamentos especiais das concessionárias. Na Tabela 7 são
representados valores de referência globais das distorções harmônicas totais.
2.1.15) CEMAT
2.1.16) CEMIG
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17ª a 21ª < 1,5%
23ª a 33ª < 0,6%
Harmônicas Pares Limite de distorção
2ª a 8ª < 1,0%
10ª a 32ª < 0,5%
2.1.17) CERON
A CERON apenas cita os casos especiais para fornecimento de energia elétrica em tensão
primária, definidos como sendo consumidores que possuem equipamento que poderão causar
oscilações de tensão inadmissíveis na rede de distribuição, sendo prejudiciais ao próprio
consumidor e/ou aos seus vizinhos. Esses casos exigem um tratamento específico, sendo
necessário o encaminhamento prévio do projeto para a CERON.
2.1.18) COCEL
A COCEL não possui norma específica que trate dos critérios para conexão de cargas
potencialmente perturbadoras ou sensíveis a distúrbios na rede. A empresa ressalta que
dependendo do porte do consumidor e das cargas a serem conectadas, realiza-se um estudo
específico para cada conexão.
2.1.19) COELBA
Quanto ao fornecimento de energia elétrica em média tensão, a COELBA destaca que, para a
ligação de cargas perturbadoras, deve-se fornecer nas fases preliminares de solicitação do acesso
as características específicas dos equipamentos que podem causar perturbações.
2.1.20) COELCE
No que se refere o fornecimento de energia elétrica em alta tensão (69 kV), a COELCE
estabelece que máquinas elétricas, tais como motores síncronos e assíncronos (especialmente
aqueles utilizados em laminadores e elevadores de carga etc.), fornos a arco e equipamentos
geradores de harmônicos, cujo funcionamento em regime transitório possa causar perturbações
no suprimento total de energia elétrica a outros consumidores, estão sujeitos as seguintes
condições:
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a) Motores elétricos
b) Fornos a Arco
Os limites por consumidor para as tensões harmônicas individuais e para a DTT são
indicados conforme Módulo 8 do PRODIST. Esses limites devem ser aplicados no ponto de entrega
ou de conexão. Adicionalmente, os consumidores devem assegurar que a operação de seus
equipamentos, quando existirem cargas não lineares, bem como outros efeitos dentro de suas
instalações, incluindo ressonâncias, não cause distorções harmônicas no ponto de entrega ou de
conexão acima dos limites individuais. A concessionária deve utilizar para as suas análises os
valores limites de distorção de corrente da Tabela 11.
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Corrente de Distorção Harmônica Máxima em Percentual Harmônico Individual de Ordem Ímpar
ISC/II < 11 11 ≤ h ≤ 17 11 ≤ h ≤ 17 11 ≤ h ≤ 17 35 ≤ h TDH
< 20 4,0 2,0 1,5 0,6 0,3 5,0
20 < 50 7,0 3,5 2,5 1,0 0,5 8,0
50 < 100 10,0 4,5 4,0 1,5 0,7 12,0
100 < 1000 12,0 5,5 5,0 2,0 1,0 15,0
> 1000 15,0 7,0 6,0 2,05 1,4 20,0
Onde:
– ISC: é a corrente máxima de curto-circuito no ponto de conexão
– II: é a média da máxima corrente de demanda de carga no ponto de conexão
– TDH: é a taxa de distorção harmônica
Ressalta-se que os harmônicos pares são na ordem de 25% dos harmônicos ímpares.
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2.1.21) COOPERALIANCA
2.1.22) COPEL
2.1.23) COSERN
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As obras necessárias à instalação ou adequação do ponto de conexão são de
responsabilidade do acessante e sua execução somente deverá iniciar após liberação formal da
Cosern. Além disso, cabe à Cosern a execução das obras de reforma ou reforço em seu próprio
sistema de distribuição para viabilizar a conexão da microgeração ou minigeração.
A qualidade da energia fornecida pelos sistemas de geração distribuída às cargas locais e à
rede elétrica da Cosern é regida por práticas e normas referentes à tensão, cintilação, frequência,
distorção harmônica e fator de potência. O desvio dos padrões estabelecidos por essas normas
caracteriza uma condição anormal de operação, e os sistemas devem ser capazes de identificar
esse desvio e cessar o fornecimento de energia à rede da Cosern.
Todos os parâmetros de qualidade de energia (tensão, cintilação, frequência, distorção
harmônica e fator de potência) devem ser medidos na interface da rede/ponto de conexão
comum, exceto quando houver indicação de outro ponto, quando aplicável. Além disso, o
acessante deve realizar a operação e manutenção de suas instalações de forma a não interferir na
qualidade de fornecimento dos demais acessantes.
Dentre os itens de qualidade de energia, no que se refere a conexão de microgeradores ou
minigeradores, a empresa apresenta limites apenas para distorção harmônica de corrente, cujos
valores individuais são definidos de acordo com a Tabela 14. A distorção total não deve ser
superior a 5%.
Tabela 14 – Limite de distorção harmônica de corrente
Harmônicas ímpares Limite de distorção
3ª a 9ª < 4,0%
11ª a 15ª < 2,0%
17ª a 21ª < 1,5%
23ª a 33ª < 0,6%
Harmônicas Pares Limite de distorção
2ª a 8ª < 1,0%
10ª a 32ª < 0,5%
A CPFL estabelece as diretrizes, critérios e procedimentos que deverão ser seguidos pelos
acessantes do sistema de subtransmissão e das redes primárias de distribuição quando da
existência de cargas potencialmente perturbadoras e que possam provocar violação dos limites de
qualidade de energia estabelecidos, individualmente ou pelas superposição dos efeitos
adicionados aos efeitos já existentes no Sistema Elétrico de Potência (SEP).
Essa norma técnica se aplica para:
Acessantes do sistema elétrico da CPFL com tensões nominais de 69 kV, 88 kV ou 138 kV;
Acessante com Forno a Arco de qualquer potência;
Acessante com Geração Própria em regime permanente ou temporária;
Acessante do sistema elétrico da CPFL com tensões nominais entre 11,9 kV até 34,5 kV e
com demanda contratada superior a 300 kW.
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ponta ou fora de ponta contratada superior a 300 kW deverão entregar a relação de cargas
completa para análise preliminar, a fim de verificar se há necessidade de elaborar o Relatório de
Impacto no Sistema Elétrico (RISE). Ressalta-se que em função da relação entre a potência de
curto-circuito no Ponto de acoplamento Comum - PAC e a demanda máxima solicitada pelo cliente
e a taxa de perturbação das cargas não lineares, o cliente poderá ser informado que não haverá
necessidade de elaboração do RISE. Entretanto mesmo no caso do cliente não necessitar a
elaboração do RISE, deverá se comprometer com as medidas corretivas, se após a ligação
definitiva os limites de perturbações forem superados.
O acessante juntamente com a Solicitação de Acesso na conexão deverá elaborar às suas
expensas e apresentar à CPFL um Relatório de Impacto no Sistema Elétrico – RISE, demonstrando
quais serão os impactos causados no ponto de conexão pelas cargas previstas no processo
produtivo, qualquer que seja o regime operativo utilizado, bem como demonstrando quais serão
as medidas de compensação adotadas para prevenir o surgimento de perturbações, tais como
deformação da onda senoidal da tensão ou de corrente, e variação de tensão ou frequência fora
dos limites especificados, mesmo não acarretando desligamento forçado.
Os valores limites para os principais parâmetros e indicadores do sistema elétrico que
permitem avaliar os níveis de perturbação introduzidos por determinadas cargas e dispositivos
conectados, são indicados a seguir:
a) Cintilação
PstD95% (valor do indicador Pst que foi superado em apenas 5 % dos registros obtidos no
período de 1 dia) deverá ser ≤ 0,8 pu/ FT;
PltS95% (valor do indicador Plt que foi superado em apenas 5 % dos registros obtidos no
período de uma semana, 7 dias completos e consecutivos) deverá ser ≤ 0,6 pu/ FT. A
integralização semanal deverá ser em janelas de 2 horas não deslizantes. (total de 84
amostras).
b) Distorção Harmônica
Os padrões individuais de tensões harmônicas de ordens 2 a 50, bem como o padrão para a
distorção de tensão harmônica total (DTHT), são apresentados na Tabela 15. O valor de cada
indicador a ser comparado com o valor padrão será assim obtido por medição:
Determina-se o valor que foi superado em apenas 5 % dos registros obtidos no período de
1 dia (24 horas), ao longo de 7 dias consecutivos;
O valor do indicador corresponde ao maior dentre os 7 valores obtidos, anteriormente, em
base diária.
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Tabela 15 – Limite de distorção harmônica, em % da fundamental
Consumidor com Conexão em Tensão Nominal ≥ 69 kV %
Distorção Total de Harmônicas de Tensão - DTHT 1,5
Distorção Harmônica Individual: Ímpares 3ª a 25ª 0,6
Distorção Harmônica Individual: Ímpares ≥ 27ª 0,4
Distorção Harmônica Individual: Todas Pares 0,3
Consumidor com Conexão em Tensão Nominal < 69 kV %
Distorção Total de Harmônicas de Tensão - DTHT 3,0
Distorção Harmônica Individual: Ímpares 3ª a 25ª 1,5
Distorção Harmônica Individual: Ímpares ≥ 27ª 0,7
Distorção Harmônica Individual: Todas Pares 0,6
Clientes com Conexão em Redes Dist. (de 11,4 kV a 34,5 kV) %
Distorção Total de Harmônicas de Tensão - DTHT 5,0
Distorção Harmônica Individual: Ímpares 4,0
Distorção Harmônica Individual: pares 2,0
A transgressão dos limites individuais especificados nas tabelas acima implicará na adoção
de medidas corretivas por parte do acessante.
No caso em que determinadas ordens de tensão harmônica e/ou a distorção harmônica
total variem de forma intermitente e repetitiva, os limites especificados podem ser transgredidos
em até o dobro, desde que a duração cumulativa acima dos limites contínuos estabelecidos não
ultrapasse 5% do período de monitoração. Os limites das Tabelas 11 não devem ser aplicados a
fenômenos que resultem em injeção de correntes harmônicas transitórias, como na energização
de transformadores.
Há, também, os limites globais para harmônicos de tensão, os quais se aplicam às conexões
da CPFL com a Rede Básica do Sistema Elétrico Interligado. Para tanto, deve ser consultado o Item
10 (Distorção Harmônica), do Submódulo 2.2 dos Procedimentos de Rede do ONS.
Embora individualmente os acessantes possam estar operando normalmente dentro dos
limites acima estabelecidos, o seu conjunto, numa dada parte do sistema elétrico da CPFL,
conectado a algum barramento da Rede Básica pode eventualmente provocar a transgressão dos
limites globais estabelecidos pelo Poder Concedente. Neste caso, o ONS poderá determinar
estudos para a implantação de ações mitigadoras e atribuição de responsabilidades.
c) Desequilíbrio de Tensão
O valor do fator de desequilíbrio de referência no PAC do cliente deve ser igual ou inferior a
1,5%. Esse valor serve para referência termos de QEE e que, regulatoriamente, será estabelecido
em resolução específica, após período experimental de coleta de dados.
2.1.25) DEMEI
A DEMEI não possui procedimentos específicos nem diretrizes que trate dos critérios de
conexão de cargas perturbadoras ou sensíveis a distúrbios na rede.
2.1.26) DME-PC
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inferior a 69 kV). Quando solicitado e/ou detectado pelo DMED quando da presença de cargas
potencialmente perturbadores ou sensíveis a distúrbios na rede será exigida a Análise de Impacto
no Sistema Elétrico (AISE) e também quando a unidade consumidora com projeto aprovado no
DMED e necessite instalar equipamentos potencialmente perturbadores ou sensíveis a distúrbios
na rede será exigida a AISE.
Se solicitado pelo DMED e/ou constatado no AISE que as cargas potencialmente
perturbadores ou sensíveis a distúrbios na rede ocasionam eventos nos quais excedam os limites
previstos no PRODIST modulo 8, seção 8.1 – Qualidade do Produto, deverá ser realizada
simulações com possíveis soluções de correção com resumo das necessidades de compensações,
filtros para componentes harmônicas, e outras medidas necessárias para adequar os níveis de
perturbações no ponto de entrega da unidade consumidora. Sendo que nestas simulações deverão
conter a situação atual e outra com as melhorias propostas.
2.1.27) EFLJC
Esta empresa estabelece as condições para fornecimento em tensão primária que abrange
as unidades consumidoras atendidas em tensão de distribuição superior a 1000 V. A empresa
destaca que a instalação elétrica da unidade consumidora que causar perturbação indesejável
(flutuação de tensão, etc.) à rede de distribuição da JOÃO CESA, será, a critério desta, passível de
correção pelo consumidor.
2.1.28) EFLUL
A empresa destaca que carga instalada até 75kW e/ou agrupamento de até 3 (três)
medições não há necessidade de apresentação de projeto elétrico, desde que atendidas condições
especiais e/ou não permitidas
2.1.29) ELETROACRE
A ELETROACRE não possui procedimentos específicos nem diretrizes que trate dos
critérios de conexão de cargas perturbadoras ou sensíveis a distúrbios na rede.
2.1.30) ELETROCAR
A ELETROCAR não possui procedimentos específicos nem diretrizes que trate dos critérios
de conexão de cargas perturbadoras ou sensíveis a distúrbios na rede.
2.1.31) ELETROPAULO
28
2.1.32) ELFSM
A ELFSM não possui procedimentos específicos nem diretrizes que trate dos critérios de
conexão de cargas perturbadoras ou sensíveis a distúrbios na rede.
29
Tabela 16 – Limite de distorção harmônica de corrente
Harmônicas ímpares Limite de distorção
3ª a 9ª < 4,0%
11ª a 15ª < 2,0%
17ª a 21ª < 1,5%
23ª a 33ª < 0,6%
Harmônicas Pares Limite de distorção
2ª a 8ª < 1,0%
10ª a 32ª < 0,5%
2.1.34) ENERSUL
Os critérios para acesso de cargas perturbadoras definidos pela ENERSUL estão divididos
por níveis de tensão de atendimento.
No que se refere a baixa tensão, não há critérios específicos, sendo definidos apenas as
cargas não permitidas de acesso à rede.
Quanto aos novos pedidos de ligação e/ou aumento de carga para fornecimento de energia
elétrica em média tensão, realiza-se o pedido de viabilidade de atendimento, o qual inclui
informações básicas do empreendimento e dados técnicos para subsidiar a realização dos estudos
de viabilidade pela distribuidora. Tais estudos são realizados pela distribuidora para análise da
demanda solicitada, utilizando um software de fluxo de potência para a verificação dos impactos
técnicos da nova carga ao sistema existente. As simulações também avaliam se a entrada da nova
carga no sistema indica possibilidade de violação nos critérios de qualidade de fornecimento de
energia conforme os limites estabelecidos pela ANEEL através dos Procedimentos de
Distribuição/PRODIST – Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica.
Caso o impacto da nova carga seja tal que provoque violação de algum dos valores de
referência estabelecidos pela ANEEL, são apresentadas ao cliente as necessidades de reforço do
sistema de distribuição decorrente do acréscimo de carga pleiteado. No caso de necessidade de
obras para adequação, são considerados os critérios de mínimo dimensionamento técnico
possível, menor custo global e proporcionalidade, conforme estabelecido na Resolução Normativa
ANEEL Nº 414/2010.
Mediante casos específicos a distribuidora poderá realizar estudos adicionais para garantir
a qualidade do fornecimento ao solicitante e demais cargas conectadas ao sistema de distribuição.
30
quando houver indicação de outro ponto, quando aplicável. Os limites de distorção harmônica são
aqueles definidos pela Tabela 17 e a distorção harmônica total não deve ser superior a 5%.
2.1.35) ESCELSA
A ESCELSA destaca que novos acessos ao sistema de distribuição são tratados através de
três vias: impactos sobre as distorções harmônicas, flutuações de tensão e desequilíbrio de tensão.
Para que a conexão de uma carga não linear seja aprovada, devem ser atendidos nos pontos
de entrega, os limites de tensão e de corrente por consumidor.
Limites de Tensão
31
Tabela 19 – Limites de tensão por consumidores expressos em porcentagem da tensão fundamental
Limite por nível de tensão
Baixa Média Alta
Indicador Critério Tensão Tensão Tensão
(V ≤ 1 kV) (1 < V < 69 (V ≥ 69 kV)
kV)
Distorção Harmônica Total de Tensão DHTV Diário 3,0 3,0 1,5
95%
h = 3, 5 e 7 Máximo Diário 1,5 1,5 0,6
h = 9, 11 e 1,5 1,5 0,6
Distorção Harmônica Individual de Ordem (h) Máximo Diário
13
ímpar
15 ≤ h ≥ 25 Máximo Diário 1,5 0,8 0,3
h ≥ 27 Máximo Diário 0,7 0,3 0,2
Distorção Harmônica Individual de Ordem (h) h = 2, 4 e 6 Máximo Diário 0,6 0,6 0,3
par h≥8 Máximo Diário 0,6 0,3 0,1
Limites de Corrente
O segundo estágio é aplicado às cargas que superam as condições do estágio anterior. Neste
caso deve ser realizado um estudo de penetração de harmônicos a fim de verificar o atendimento
aos critérios.
Para flutuações de tensão com frequência inferior a 9 (nove) variações/hora, deve ser
respeitado o limite de variação de tensão de 5% da tensão nominal, independentemente da forma
da flutuação de tensão.
Os efeitos das variações aleatórias e repetitivas são avaliados pelos níveis de severidade de
curta duração (Pst) e de longa duração (Plt), globais e por consumidor, apresentados nas Tabelas
21 e 22.
32
Tabela 22 – Limites de severidade de “flicker” por consumidor
Indicador Baixa Tensão (V ≤ 1 kV) Média Tensão (1 < V < 69 kV) Alta Tensão (V ≥ 69 kV)
Pst 1,0 1,0 1,2
Plt 0,8 0,8 1,0
Ressalta-se que esses limites devem ser atendidos no ponto de entrega e devem ser
estimados por métodos analíticos simplificados ou por simulação analógica, conforme a
complexidade do caso.
Estas perturbações são provocadas por cargas desequilibradas, tais como máquinas de
solda, fornos de indução monofásicos e ferrovias eletrificadas de grande porte. Os limites para o
fator de desequilíbrio de tensão (K - relação entre as componentes de sequência negativa e
positiva de tensão) são os seguintes:
2.1.37) IENERGIA
33
2.1.38) LIGHT
Para fornecimento de energia elétrica em baixa tensão (abaixo de 1,0 kV) e em média
tensão até 34,5 kV, a LIGHT exige, a qualquer tempo, dentro de prazo por ela estabelecido, a
instalação de equipamentos destinados a correção e resguardo do sistema de distribuição contra
flutuações, desequilíbrios e distorções harmônicas advindas de cargas especiais da instalação
particular, cabendo ao Consumidor a total responsabilidade pelo fornecimento, montagem e
custeio dos equipamentos de correção necessários. Para avaliação das perturbações e dos índices
de qualidade, devem ser observados os limites legais estabelecidos pelas regulamentações e
procedimentos da ANEEL.
2.1.39) MUX-ENERGIA
A MUX-ENERGIA não possui procedimentos específicos nem diretrizes que trate dos
critérios de conexão de cargas perturbadoras ou sensíveis a distúrbios na rede.
2.1.40) SULGIPE
34
concordância da SULGIPE, que providenciará, às expensas do consumidor, alterações no sistema
elétrico, visando manter o fornecimento adequado a todos os consumidores da área. Se após a
ligação da unidade consumidora, for constatada que determinadas cargas ocasionam
perturbações ao fornecimento regular do sistema elétrico da SULGIPE, esta pode exigir, a seu
exclusivo critério, que as mesmas sejam desligadas até a adequação do sistema de fornecimento, a
expensas do consumidor. Para a ligação de cargas especiais poderá ser exigida a instalação de
equipamentos corretivos e/ou pagamento das obras necessárias a serem executadas pela
SULGIPE. Os interessados cujas entradas consumidoras estejam enquadradas com este tipo de
carga, devem procurar a SULGIPE antes da execução de suas instalações para fornecer detalhes e
dados técnicos e receberem, caso necessário, a devida orientação.
A Tabela 25 destaca a relação das distribuidoras pesquisadas, para as quais foram obtidas,
através dos levantamentos feitos, indicativos sobre critérios para o acesso de cargas ou
consumidores potencialmente perturbadores ou sensíveis a distúrbios na rede. O quadro resumo
apresenta as empresas para as quais foram encontradas diretrizes sobre a matéria e também
algumas particularidades próprias aos documentos consultados. A Figura 2 apresenta um gráfico
que ilustra este quadro. O resultado destes estudos revela que grande parte das distribuidoras do
território nacional não dispõem de determinações específicas para nortear a matéria em foco.
35
Tabela 25 – Relação das distribuidoras do Brasil para as quais foram encontradas orientações ou critérios de
conexão de acessantes potencialmente perturbadores ou sensíveis a distúrbios na rede.
16 CEMIG •
17 CERON •
18 COCEL
19 COELBA •
20 COELCE • •
21 COOPERALIANÇA
22 COPEL •
23 COSERN • •
24 Grupo CPFL • • • •
25 DEMEI
26 DME-PC • •
27 EFLJC •
28 EFLUL •
29 ELETROACRE
30 ELETROCAR
31 ELETROPAULO •
32 ELFSM
33 Grupo ENERGISA • •
34 ENERSUL • •
36
35 ESCELSA •
36 HIDROPAN • •
37 IENERGIA •
38 LIGHT • •
39 MUX-ENERGIA
40 SULGIPE • •
37
2.2) Regulamentação para acessos estabelecidos pelos Procedimentos de Rede e de
Distribuição
1. Submódulo 3.2 – Consulta de acesso: trata da descrição das etapas do processo de consulta
de acesso e do relacionamento entre o ONS, o agente de transmissão acessado e o
acessante envolvidos no processo.
38
por 5 submódulos, os quais apresentam as diretrizes para estudos elétricos, energéticos,
hidrológicos e estratégicos envolvendo instalações do SIN.
Nesse contexto, destaca-se o submódulo 23.3 – Diretrizes e Critérios para estudos elétricos,
o qual detalha os requisitos a serem considerados para a avaliação das condições elétricas do
sistema de transmissão.
No que tange aos novos acessos à rede básica, os estudos básicos necessários são:
Fluxo de potência: este se destina a avaliação dos níveis de tensão nos barramentos e os
carregamentos de linhas, transformadores e demais componentes, para uma determinada
configuração da rede elétrica e uma dada condição de carga e de geração. Assim, tendo em
visto os critérios estabelecidos no submódulo 23.3, os resultados do fluxo de potência
permitem a identificação dos impactos do novo acesso sobre o comportamento da rede
elétrica em regime permanente e de possíveis medidas mitigatórias que devem ser
adotadas pelo acessante;
Qualidade da Energia Elétrica: o submódulo 23.3 apresenta as condições gerais para a
realização de estudos envolvendo os indicadores de distorções harmônicas, flutuações de
tensão e variações de tensão de curta duração.
Por fim, deve-se destacar que os novos acessos associados a ampliações ou reforços na
rede elétrica, outros estudos devem ser realizados, dentre os quais se destacam:
39
Solicitação de acesso: A solicitação de acesso é o requerimento formulado pelo acessante e
destinado à distribuidora acessada e tem por objetivo iniciar o processo formal de conexão
à rede elétrica. Nesse sentido, devem ser encaminhados o contrato de concessão ou ato
autorizativo e o projeto das instalações elétricas do acessante para a avaliação das
condições de acesso. Além do mais, havendo necessidade, pode-se solicitar a elaboração de
estudos adicionais, tendo por vista complementar o processo de avaliação;
Parecer de acesso: O parecer de acesso é o documento formal obrigatório apresentado pela
acessada, sem ônus para o acessante, onde são informadas as condições de acesso,
compreendendo a conexão e o uso, e os requisitos técnicos que permitam a conexão das
instalações do acessante, com os respectivos prazos,
A Tabela 26 apresenta as etapas que devem ser cumpridas, em função do tipo de acessante
e a Figura 3 exemplifica o fluxograma das atividades a serem realizadas.
Tabela 26 – Etapas dos procedimentos de acesso
Etapas a cumprir
Acessante
Consulta de Informações de Solicitação de Parecer de
acesso acesso acesso acesso
Consumidor especial Opcional Necessária
Consumidor livre Opcional Necessária
Central Geradora – Registro Opcional Necessária
Central Geradora –
Necessária Necessária
Autorização
Central Geradora – Concessão Definidos no edital de licitação
Outra distribuidora de
Necessária Necessária
energia
Agente
Necessária Necessária
importador/exportador
40
Conexão de unidades consumidoras ao sistema de distribuição BT: O acessante deve
garantir, ao conectar suas instalações, que não sejam violados os valores de referência no
ponto de conexão estabelecidos em regulamentação específica para os indicadores de
distorções harmônicas, desequilíbrio de tensão, flutuação de tensão e variações de tensão
de curta duração;
Conexão de unidades de consumo ao sistema de distribuição de MT e AT: Esta categoria de
consumo é composta pelas unidades consumidoras de energia, distribuidoras e agentes
exportadores de energia. Tais instalações devem fornecer à acessada as informações
necessárias quanto às cargas próprias que possam introduzir perturbações no sistema de
distribuição acessado. Estas informações subsidiam a realização de estudos e análises para
avaliar o grau de perturbação, identificando os equipamentos de correção ou as ações de
mitigação. Tais ações devem ser implementadas pelo acessante, de forma a evitar o
comprometimento da segurança e a violação dos valores de referência da qualidade da
energia elétrica, definidos no Módulo 8 do PRODIST;
Conexão de unidades de produção de energia ao sistema de distribuição: Esta categoria é
composta pelas centrais geradoras de energia e pelos agentes de importação de energia.
Dentre as condições gerais de acesso, os estudos básicos, de responsabilidade do acessante,
visam avaliar tanto no ponto de conexão como na sua área de influência no sistema elétrico
acessado relacionados a: nível de curto-circuito; capacidade de disjuntores, barramentos,
transformadores de instrumento e malhas de terra; sistema de proteção envolvido na
integração das instalações do acessante e revisão dos ajustes associados, observando-se
estudos de coordenação de proteção, quando aplicáveis; ajuste dos parâmetros dos
sistemas de controle de tensão e de frequência e, para conexões em alta tensão, dos sinais
estabilizadores. A instalação do acessante, conectada ao sistema de distribuição, deve
operar dentro dos limites estabelecidos no Módulo 8 do PRODIST.
41
redes de distribuição em tensão superior a 69 kV deve atender os limites individuais dos
indicadores de desempenho da rede básica.
2.3.2) IEC 61000-3-6 – Assessment of emission limits for the connection of distorting
installations to MV, HV and EHV power systems
As orientações contidas no documento IEC 61000-3-6 tem por objetivo apresentar
princípios que podem ser usados por órgãos regulamentadores para a determinação de requisitos
para a conexão de instalações perturbadoras, dentre as quais se incluem aquelas destinadas a
consumo e geração, em redes de média, alta e extra alta tensão. Para fins deste documento, uma
instalação perturbadora é caracterizada pela presença de equipamentos que produzem
componentes harmônicas e inter-harmônicas.
Nesse contexto, a metodologia proposta para fixar limites de emissão depende da potência
contratada do consumidor, da potência nominal do equipamento perturbador e das características
da rede elétrica. Tendo em vista tais critérios, o objetivo é limitar a injeção de correntes
harmônicas no ponto de conexão para valores que não resultariam em violações dos limites de
distorção harmônica de tensão.
O documento IEC 61000-3-6 propõe 3 estágios de avaliação de novas conexões:
42
2.3.3) IEEE Std 519 – IEEE Recommended Practices and Requirements for Harmonic
Control in Electrical Power Systems
2.3.4) IEEE Std 1547 – IEEE Standard for Interconnecting Distributed Resources with
Electric Power Systems
O IEEE 1547 se apresenta na forma de uma série de documentos publicados e
desenvolvidos pelos comitês de estudo desta associação visando, sobretudo, prover requisitos e
padrões para a conexão de gerações distribuídas na rede elétrica. Este documento contém uma
seção destinada a fornecer subsídios para a realização de estudos que visem a determinação dos
impactos advindos da conexão de gerações às redes elétricas.
Segundo o documento em pauta, um estudo para a identificação dos impactos no sistema
pode assumir diversas formas, variando de uma simples comparação da interação entre geração
distribuída e rede elétrica, através de informações operacionais genéricas, até uma avaliação
detalhada das condições de acesso, envolvendo os estudos tradicionais empregados em sistemas
de potência.
Nesse contexto, os estudos simplificados visam determinar as condições para as quais os
requisitos definidos no documento IEEE 1547 são atendidos. Estes estudos envolvem:
Utilização de certificados dos equipamentos da instalação;
Verificação da propensão em criar ilhamentos não detectados;
Impactos sobre o sistema de proteção e qualidade da energia na rede elétrica;
Avaliação das condições da rede de distribuição operar em sobrecarga.
Por outro lado, estudos detalhados são exercícios de engenharia que visam analisar
cuidadosamente o efeito potencial de uma unidade de geração distribuída no sistema elétrico. As
preocupações deste estudo são semelhantes aos do estudo simples. Todavia, considerando a
potência, o tipo ou a localização das novas gerações, são excluídas as possibilidade de validar o
acesso sem estudos criteriosos.
Dessa maneira, as análises podem incluir avaliações de fluxo de potência, curto-circuito,
queda de tensão e flicker, proteção e coordenação, aterramento, sobrecarga de equipamentos,
43
impactos na qualidade de energia, problemas de estabilidade, e outras questões relevantes para o
bom funcionamento do sistema. Além do mais, essa filosofia de análise permite a identificação de
medidas de mitigação para os problemas e a determinação de modificações para a rede elétrica.
Por fim, vale ressaltar que o documento IEEE 1547 apresenta orientações para a
elaboração de modelos a serem utilizados nos estudos, os quais devem estar em consonância com
os softwares adotados pelos órgãos regulamentadores.
Nesse contexto, destaca-se que a IEC 61400-21 apresenta as informações necessárias para
a identificação dos impactos associados à conexão de gerações eólicas à rede elétrica. De forma
específica, ela apresenta uma metodologia para estimar o efeitos combinado dos aerogeradores
sobre os indicadores de flutuação de tensão.
44
flutuação de tensão é definido como sendo o ponto onde os níveis de emissão de flicker de uma
dada instalação do consumidor são avaliados de acordo com os limites de emissão, e o nível de
emissão de flicker é definido como sendo a magnitude de flicker originada no ponto de avaliação
devido à instalação sob análise.
Recomenda-se que os níveis de emissão sejam avaliados sob condições normais de
operação, com exceção à outra especificada. A avaliação dos níveis de flicker da instalação
perturbadora deve considerar a pior situação da condição normal de operação incluindo
contingências para as quais o sistema ou a instalação do consumidor sejam projetadas a operar.
Adicionalmente, para grandes instalações, comparadas ao tamanho do sistema, recomenda-se
avaliar os níveis de emissão para condições de operação eventuais. Entretanto, níveis maiores de
emissão podem ser permitidos sob tais situações.
45
3) Definições dos critérios de acesso à rede de distribuição
Inicialmente ressalta-se que as avaliações de novos acessos em BT não deverão ser objeto
de estudos nos termos tradicionalmente realizados e sintetizados em relatórios de impactos. De
fato, os objetivos aqui postos se revestem simplesmente do propósito de uma estimativa da
correlação destes novos consumidores com relação ao efeitos provocados sobre os níveis de
tensão de operação disponibilizados nos pontos de conexão. Portanto, não cabe aqui a
consideração de outros indicadores de desempenho que não os níveis de tensão.
46
Inicialmente, é importante destacar que, dentro do escopo e do reconhecimento da grande
variedade de cargas acessantes ao SDBT, aquelas consideradas para os propósitos em pauta
encontram-se atreladas com consumidores cuja natureza e potencialidade venham a ser
enquadradas dentro das duas categoriais abaixo identificadas:
Figura 4 – Circuito equivalente para cálculo da variação de tensão imposta pela inserção de
um consumo P+jQ.
Rs P X s Q
V % 2 (1)
VN
47
Q
V % 100% (2)
S cc
2
V
Scc N (3)
XS
48
Q 6 5 103
V % 100 100 3 [%]
Scc 1,0 106
Portanto, para o caso sob análise, não seria esperada uma violação do limite
proposto para a variação de tensão durante a partida direta do motor de indução.
49
Figura 6 –Etapas compreendidas entre a solicitação do acesso até a celebração do contrato
de fornecimento
50
3.2.2) Conteúdo do Relatório RISE
No que tange aos fundamentos que nortearam a definição pelos indicadores acima, os quais
excluem os fenômenos atrelados com VTCDs e desequilíbrios, ressalta-se o reconhecimento do
fato que as variações de tensão ora referidas não são factíveis de uma modelagem e previsão de
forma sustentada, uma vez que estas se apresentam como anomalias operacionais e não fazem
parte do escopo operativo das cargas em foco. Complementarmente, a questão dos desequilíbrios
também não contemplada, se apoia no fato que os consumidores em MT se apresentam com
características trifásicas e a distribuição de suas cargas individuais buscam, sobretudo, o
equilíbrio entre as fases. Por tal motivo, considera-se que a existência de critérios de acesso não se
apresentam com meios sustentáveis para determinação destes indicadores, os quais, à princípio,
se apresentam oriundos da rede de suprimento. Não obstante a tais considerações, ao se
constatar, via medições, eventuais violações dos limites estabelecidos, medidas mitigadores
devem ser implementadas e seus custos compartilhados entre os responsáveis pelos distúrbios.
51
Ponto de
Conexão
Żih
Ih Żω
Ẏih
Modelagem da
Modelagem
Rede Interna do
I(t) Acessante da Rede Elétrica
Nesse sentido, o valor da tensão harmônica no ponto de conexão, para cada ordem
harmônica, é conceitualmente obtido através de (4).
𝐼ℎ
𝑉ℎ,𝑚𝑎𝑥 = (4)
𝑌ℎ,𝑚𝑖𝑛
52
Para fins da verificação da adequação do novo acesso, os valores das distorções de tensão,
individuais e totais, deverão ser contrapostos com aqueles constantes na Tabela 27. Esta se
apresenta com um fator de redução para os limites apresentados entre 50 a 70% daqueles
definidos no Relatório 04, visto que o assunto em questão refere-se a uma premissa em que a rede
de conexão se apresentava sob condições senoidais na situação pré-inserção do acessante. Os
maiores redutores se apresentam aplicados aos menores níveis de distorção previstos.
53
A curva de Pst unitário é baseada em variações do tipo degrau, periódicas e repetitivas
(onda quadrada). Desta, determina-se o valor da variação de tensão relativa, d, que está associada
ao valor de Pst igual a 1,0 p.u., para uma dada frequência de modulação da onda quadrada. Como a
resposta do flickermeter é linear, uma variação de tensão igual a 2d, por exemplo, produzirá um
Pst de 2,0 p.u, para uma mesma frequência de análise.
A amplitude da variação relativa de tensão dependerá da característica da carga, podendo
ser calculada conforme (1) ou (2), indicado no item 3.1. A frequência da intermitência da carga,
em número de variações por minuto, deve ser estimada com base nas características operativas da
mesma. Este procedimento conduz a um único ponto representado pela variação relativa de
tensão e pela frequência de intermitência da carga, devendo o mesmo ser comparado às curvas
indicadas na Figura 8, cujos valores constituintes, para mais clareza, são indicados na Tabela 28.
54
6.1.2) Proposição de disposições gerais a serem
observadas nas normas das distribuidoras para
uniformizar os requisitos exigidos para a conexão e as
Seção 3
informações necessárias para os estudos de viabilidade
dessas conexões.
55
5) Referências bibliográficas
56
Equipe técnica responsável:
Prof. José Carlos de Oliveira - UFU
Prof. José Rubens Macedo Jr. - UFU
Prof. Antônio Carlos Delaiba - UFU
Colaboradores:
Prof. José Wilson Rezende - UFU
Prof. Isaque Nogueira Gondim - UFU
Arnaldo José P. Rosentino Jr. - UFU
Alex Reis - UFU
57
58