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O sagrado/divino manifesta-se por intermédio de outra coisa que não é ele mesmo. Ele é
sempre mediatizado e, por isso, permanece Mistério. Ao revelar-se, também se esconde, pois
continua sendo inobjetivável. Ele se mostra através de uma pluralidade de signos: objetos,
pessoas, palavras... Revela-se.
Neste ponto, podemos introduzir as noções de símbolo, mitos, ritos, oração e magia. Dentro
essas , o SÍMBOLO, é a chave da linguagem religiosa , a linguagem originária e fundadora da
experiência religiosa e a que alimenta todas as demais. Ele é a mediação privilegiada entre o
totalmente Outro e o sujetio humano que o experimenta e interpreta.
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Etimologicamente, ͞símbolo͟ vem do grego sym-ballo e diz respeito à união de duas coisas.
No símbolo estão presentes dois elementos, duas coisas separadas, mas que se inter-
relacionam. Cada coisa tem sua própria identidade, o seu próprio sentido.
O símbolo é a linguagem básica da experiência religiosa, pois ela funda todas as outras. Tem
um valor essencial que é necessário destacar mais uma vez: o símbolo faz pensar; o símbolo
diz sempre mais do que diz. É a linguagem do profundo, da intuição, do enigma. Por isso, é a
linguagem dos sonhos, da poesia, do amor, da experiência religiosa.
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Dessa forma, o mito é um texto, pertence à ordem literária e deve ser interpretado como um
discurso. Como texto, pretende dizer algo para alguém a respeito de alguma coisa. Ele é
narrado, implica uma sequência narrativa. É o relato de um acontecimento originário, no qual
os deuses agem, e cuja finalidade é dar sentido a uma realidade significativa͟.
Dessa forma, o mito é um texto, pertence à ordem literária e deve ser interpretado como um
discurso. Como texto, pretende dizer algo para alguém a respeito de alguma coisa. Eleé
narrado, implica uma sequência narrativa. É um fenômeno literário, apresenta-se como uma
história, muitas vezes como um drama. Conta um acontecimento, e o faz como acontecimento
verdadeiro.
Os deuses são os atores protagonistas dos mitos. Eles são descritos no seu agir instaurador.
Não há mitos sobre as coisas banais, mas, sim, sobre o que é significativo para um povo. O
mito relata a origem divina de instituições, costumes, figuaras, coisas, leis elementos da
natureza. Expressa, assim, a experiência religiosa do originário, do que é importante em sua
realidade.
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Se observarmos bem, somos mais gesto do que palavra. O ser humano não é expresso
totalmente pela palavra. Ele é também um corpo completo: ele tem mãos para gesticular e pés
para caminhar, pernas para dançar, boca para falar, ouvido para escutar, olhos para ver. Pode
inclinar-se, dar ou juntar as mãos, manipular as coisas, deitar no chão ou subir uma escada,
sentar ou ficar em pé.
Por essa razão, o homo religiosus sempre soube expressar sua vivência do sagrado por meio
do gesto físico, do qual surge o rito. O rito é, portanto, mais uma das linguagens típicas e
essenciais para a experiência religiosa universal.
Do ponto de vista dos fatos religiosos, a expressão ritual é a característica que mais se
sobressai em toda religião. É possível que passe despercebida uma peregrinação de milhões de
pessoas? Um culto realizado na praia? É claro que não. De fato, os ritos têm uma repercussão
social enorme, seja pelo elemento gestual, que e mais visível, seja pela organização que
implicam (preparação, atores, lugar, objetos ou utensílios usados na sua realização etc.).
Os ritos podem ser chamados de cerimônias religiosas. Eles tendem a seguir um padrão bem
distinto, ou ritual. O conjunto das cerimônias religiosas de uma religião é conhecido como
culto ou liturgia. A palavra culto, do verbo latino colere, ͞cultivar͟, é empregada em geral para
significar adoração, mas na ciência das religiões é um termo coletivo que designa todas as
formas de rito religioso.
O culto promove o contato com o sagrado, e por isso costuma ser realizado em lugares
sagrados (templos, mesquistas, igrejas), nos quais há objetos sagrados (fetiches, árvores
sagradas, altares). As pessoas que lideram o cultuo religioso também podem ser sagradas, ou
pelo menos especialmente consagradas a esse trabalho.
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De certo modo, o mais simples de todos os ritos, a oração, já foi chamado de ͞casa de força da
religião͟. Pode ser a comunicação espontânea de um indivíduo como Deus, e nesse caso não
costuma ter uma forma definida, uma vez que é expresso em termos pessoais.
A oração coletiva normalmente obedece a um padrão bem definido. Pode ser lida, ou
cantada em uníssono, ou entoada como uma antífona, na qual se alternam aquele que conduz
a oração e a assembleia.
Determinados atos e gesto estão associados à oração. Muitas comunidades cristãs rezam
ajoelhadas no genuflexório; algunas oram de mãos postas; os muçulmanos se inclinam até o
chão em direção a Meca. A oração também pode se relacionar à dança. O objetivo da dança
pode ser múltiplo, como clebrar um acontecimento festivo, invocar a chuva, preparar seus
participantes para a caça ou a guerra. Os dançarinos usam roupas especiais, máscaras e
disfarces, e sua apresentação pode se assemelhar bastante a uma pantomina ou peçateatral.
As palavras e a cerimônia estão intimamente ligadas. Aqui, vemos como um mito, ou narrativa
sagrada, se casa com certos ritos. Às vezes les se fundem a ponto de produzir um drama.
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Magia é uma tentativa de controlar os poderes e as forças que agem na natureza. Não é difícil
encontrar magia em contextos religiosos, e às vezes se torna difícil traçar uma linha divisória
nítida entre a religião e a magia, entre uma reza e um encantamento.
A magia já foi interpretada por algumas pessoas como origem da ciênc ia, ou um estágio
inicial desta, por buscar elo entre causa e efeito.
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CROATTO, J. S. As linguagens da experiência religiosa. São Paulo: Paulinas, 2001. P.48-72; 84-
86; 117-118; 209-219; 329.
HELLERN, Vítor; NOTAKER, Henry; GAARDER, Jostein. O livro das religiões. #a. reimp. São
Paulo: Compinha das letras, 2009.p.25-29.
TERRIN, Aldo Natale. Introdução ao estudo comparado das religiões. São Paulo: Paulinas, 2003.
P. 108ss.
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Pesquisar exemplos de símbolos, mitos e ritos do universo religioso. Pode ser de qualquer
religião, desde que seja especificada. O que é o símbolo, o mito ou o rito escolhidos significam
naquela religião? É muito importante observar que, fora do universo simbólico da religião, os
símbolos não fazem sentido e, às vezes, ficam até estranhos ʹ daí a importância de se procurar
entrar, com atitude de respeito e abertura, no universo simbólico da outra pessoa.
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A partir da sua experiência pessoal, como pessoa religiosa ou como observadora, como essa
expressão, clássica no estudo das religiões, pode ser exemplicafada?