Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Página | 1
1. CONCEITO DE DIDATICA
1 Nome da principal obra do educador renascentista João Amos Comenius, publicada em 1632.
2 Mauro Laeng, Dicionário de Pedagogia, p. 128.
3 Idem, ibidem, p. 149
Página | 2
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
Página | 3
é capaz de apreender e assimilar o mundo que o circunda. Com base nessas teorias do
conhecimento, alguns princípios didáticos foram formulados.
Apresentamos a seguir alguns filósofos e educadores que refletiram sobre o
conhecimento e elaboraram teorias sobre o ato de conhecer, que repercutiram no âmbito da
Pedagogia.
João Amos Comenius (1592-1670) Segundo Comenius, dentre as obras criadas por
Deus, o ser humano é a mais perfeita. Dada sua formação cristã, Comenius acreditava que
o fim último do homem é a felicidade eterna. Assim, o objetivo da educação é ajudar o
homem a atingir essa finalidade transcendente e cósmica, desenvolvendo o domínio de si
mesmo através do conhecimento de si próprio e de todas as coisas. Portanto, Comenius
concordava com os educadores medievais na concepção dos fins da educação, mas
diferenciou-se deles na concepção dos meios através dos quais a educação se processaria.
Para ele, os jovens deviam ser educados em comum e por isso eram necessárias as escolas.
Os jovens de ambos os sexos deveriam ter acesso à educação escolar. Comenius valorizava
o processo indutivo como sendo a melhor forma de se chegar ao conhecimento
generalizado, e aplicou-o na sua prática instrucional. Ele afirmava que o método indutivo
estava mais "de acordo com a natureza" e propunha a inclusão do estudo dos fenômenos
físicos nos currículos e nos livros escolares. Escreveu o primeiro livro didático ilustrado
para crianças, intitulado O mundo das coisas sensíveis ilustrado. Criou, também, um
método para o ensino de línguas de acordo com suas ideias educacionais, considerado
revolucionário para a época. Devido a sua longa experiência como professor, Comenius
não foi apenas um teórico da educação. Ele teve também grande importância para a prática
da instrução escolar, contribuindo para a melhoria dos processos de ensino. A seguir,
apresentamos alguns princípios defendidos por Comenius na sua obra Didática magna,
publicada em 1632, e que teve influência direta sobre o trabalho docente. Ao ensinar um
assunto, o professor deve:
1. Apresentar o objeto ou ideia diretamente, fazendo demonstração, pois o aluno
aprende através dos sentidos, principalmente vendo e tocando.
2. Mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a sua aplicação na
vida diária.
Página | 4
3. Fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados, isto é, às suas
causas.
4. Explicar primeiramente os princípios gerais e só depois os detalhes.
5. Passar para o assunto ou tópico seguinte do conteúdo apenas quando o aluno
tiver compreendido o anterior. Como se pode ver, esses pressupostos da prática docente já
eram proclamados por Comenius em pleno século XVII.
HEINRICH PESTALOZZI
Página | 5
JOHN FREDERICK HERBART
JOHN DEWEY
Página | 6
trabalho e a cooperação são o fundamento da vida, é em torno desses elementos que deve
gravitar a educação escolar. Salientando a importância social do trabalho e valorizando o
trabalho manual, ele afirma que a escola deve tornar-se uma verdadeira comunidade de
trabalho, em vez de um lugar isolado onde se aprendem lições sem ligação com a vida.
Segundo o Modulo da UCM (2010), a didáctica relaciona –se com várias outras
ciências como a sociologia, está indica as formas de trabalho que permitem desenvolver a
solidariedade, a liderança, a responsabilidade, no contexto de iterações sociais, pois a
aprendizagem acontece no contexto socialmente construído o que implica reconhecer o
papel dessas relações na educação dos alunos.
Página | 7
na filosofia. No século passado, a psicologia atingiu o status de ciência. Assim, os aspectos
filosóficos da didáctica passaram a fundamentar-se nas ciências do comportamento, em
especial, na psicologia e na biologia.
Pedagogia é uma ciência que tem como objecto de estudo a educação. Claro que a
palavra se utiliza para designar curso, ou disciplina, mas é mesmo uma ciência,
infelizmente influenciada por muitos pseudocientistas ou charlatões que se acham no
direito de dissertar sobre educação. Pedagogia é a ciência que tem por objecto de estudo a
Educação, o processo de ensino e aprendizagem. O sujeito é o ser humano enquanto
educando. Para tal a pedagogia apoia–se da didáctica para lhe fornecer técnicas, métodos e
meios de ensino.
ELEMENTOS DIDÁTICOS
Dentre os Elementos Didáticos, temos:
Objetivos;
Planos de Ação Didática;
Métodos e Técnicas de Ensino;
Conteúdos;
Professor/Aluno;
Avalição.
OBJETIVOS
São proposições, a cerca de um papel de uma instituição, que definem, em grandes linhas,
aquilo que desejamos alcançar diante de uma situação. São também mudanças no
Página | 8
pensamento, nos sentimentos e nas ações dos alunos, respaldadas pelo processo
educacional.
As metas definidas com precisão ou resultados previamente determinados, indicando
aquilo que o aluno será capaz de fazer como consequência do empenho no processo
ensino-aprendizagem.
Constitui o objetivo da educação a formulação do que se almeja adquirir sobre
conhecimentos, atitudes-(afetiva/atitudinal) relacionados ao comportamento,
sentimentos, interesses expressos em atitudes e gostos; compreendem princípios e valores;
conceitos-(cognitiva/conceitual) estão relacionados ao conhecimento, compreendem
conceitos, idéias, princípios, habilidades e capacidades mentais e procedimentos-
(psicomotora/procedimental) estão relacionados às habilidades motoras, implicam saber
fazer coisas, ter habilidades, ter prática.
Os objetivos dividem-se em: Objetivo geral- expressa os resultados finais esperados de um
curso com relação às competências e habilidades a serem adquiridas durante o processo de
ensino; e Objetivo da unidade, matéria ou aula - expressa os resultados específicos
esperados da unidade, matéria ou aula.
PLANOS DE AÇÃO DIDÁTICA
O plano deve apresentar: 1. Ordem seqüencial;
2. Objetividade (deve estar atrelada a realidade)
3. Coerência (idéias / prática)
4. Flexibilidade
O processo de planejamento de constitui-se, portanto, de três fases: a de preparação ou
elaboração, a de desenvolvimento ou execução e a de aperfeiçoamento ou avaliação.
Na Fase de preparação ou elaboração dos planos são previstos todos os passos, visando
assegurar a sistematização, o desenvolvimento e a consecução dos objetivos propostos,
selecionando-se as melhores condições para que a aprendizagem aconteça.
Na Fase de desenvolvimento ou de execução, as atividades previstas com relação ao ensino
e aprendizagem são, efetivamente concretizadas. Nessa etapa, pode-se verificar a
necessidade de adaptação à medida que a interação com os alunos vai ocorrendo e o
feedback indica formas alternativas mais eficientes.”O plano deve ser claro e completo,
mas flexível, em função de feedbacks advindos da sua própria concretização”.
A fase de avaliação e aperfeiçoamento do plano deve prever mecanismos, instrumentos e
periodicidade para análise do processo e dos resultados. Ao seu término, a avaliação
Página | 9
apresenta um significado mais amplo, porque além de avaliar os resultados do ensino-
aprendizagem, avalia também a qualidade do plano, a eficiência dos professores e a
eficiência do sistema escolar. Nessa fase, procura-se fazer os ajustes que se fizerem
necessários ao atingimento dos objetivos e ao replanejamento do plano.
MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO
Os métodos de ensino (ou estratégias de ensino) são ações, processos ou comportamentos
planejados pelo professor para colocar o aluno em contato direto com fatos ou fenômenos
que lhe proporcionem experiências que possibilitem modificar sua conduta, em função dos
objetivos previstos. Tem a finalidade de despertar interesse no aluno, facilitar a fixação do
assunto, acelerar a aprendizagem, além de destacar informações essenciais.
Para a escolha das estratégias de ensino deve-se ter em vista: os objetivos; o nível de
conhecimento/aprendizagem do aluno (físico e cognitivo); o nível de interesse do aluno; a
disponibilidade dos recursos locais; o domínio dos procedimentos metodológicos pelo
professor; a interdisciplinaridade; a transversalidade; a contextualização.
Técnicas de ensino de que o professor deve fazer uso: resolução de problemas; simulação;
caso; painel de discussão; métodos de ensino. Entre os procedimentos de ensino, temos:
pesquisa; estudo dirigido ou discussão dirigida; debate cruzado; grupos de vivências;
discussão em grupos; dramatizações e estratégias ativas.
CONTEÚDOS
A seleção e organização dos conteúdos deve ser realizada em função dos objetivos
propostos. Deve-se considerar o progresso evolutivo, os interesses e necessidades dos
alunos. Deve ser uma disposição encadeada e hierarquizada dos conteúdos, visando o
estabelecimento de uma seqüência gradual de dificuldades que permita ao aluno passar do
estágio de conhecimentos concretos a outros cada vez mais abstratos.
Os critérios para seleção de conteúdos, são:
UTILIDADE — Este critério está presente quando há possibilidade de aplicar o
conhecimento adquirido em situações novas.
SIGNIFICAÇÃO — Um conteúdo será significativo e interessante para o aluno quando
estiver relacionado às experiências por ele vivenciadas (contextualização).
VALIDADE — Deve haver uma relação clara e nítida entre os objetivos a serem atingidos
com o ensino e os conhecimentos desenvolvidos.
FLEXIBILIDADE — O conteúdo deve possibilitar a flexibilização, para que sejam feitos
os ajustes e adaptações que necessários.
Página | 10
ADEQUAÇÃO AO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO DO ALUNO – os conteúdos
devem ser coerentes com o grau de maturação dos alunos.
Os critérios para organização de conteúdos, são:
CONTINUIDADE - Refere-se ao tratamento de um conteúdo repetidas vezes em diversas
fases do trabalho.
SEQÜÊNCIA - Faz com que os tópicos sucessivos de um conteúdo partam sempre dos
anteriores, aprofundando-os.
INTEGRAÇÃO - Refere-se ao relacionamento entre as diversas áreas do processo ensino-
aprendizagem, visando garantir a unidade do conhecimento.
PROFESSOR/ALUNO
O professor necessita conhecer como se dá o conhecimento em sala de aula para aumentar
sua competência pedagógica e favorecer o desenvolvimento profissional do aluno e a sua
autonomia intelectual, nesse espaço de interação entre professor/aluno e alunos/alunos.
Espaço em que o professor desenvolve sua prática, seleciona e transmite conteúdos, passa
posições políticas, ideológicas, transmite e recebe afetos e valores.
O processo educativo intencional e sistemático, baseado no trabalho com o conhecimento e
na organização da coletividade, baseando-se em uma concepção de homem e de
conhecimento. Compreendendo que o conhecimento não é “transferido” nem “depositado”
pelo outro, nem é “inventado” pelo sujeito, mais sim, construído pelo sujeito na sua relação
com os outros e o mundo.
O conteúdo apresentado pelo professor precisa ser trabalhado, refletido, re-elaborado pelo
aluno, para uma apropriação do conhecimento, uma aprendizagem significativa. Esse
conhecimento se dá em 3 momentos: Síncrese- mobilização para o conhecimento (prática
social e problematização); Análise- construção do conhecimento ( instrumentalização) e
Síntese- elaboração e expressão do conhecimento (catarse e prática social).
AVALIAÇÃO
Avaliar é um processo contínuo, que envolve não apenas o aspecto quantitativo, mas
principalmente o aspecto qualitativo, que é alicerce para o processo ensino-aprendizagem,
determina o valor de algo, emite juízo de valor a partir do conhecimento.
Usa-se de critérios pré-estabelecidos, e atribui significado e orientando ações a serem
implementadas.
Para realizar uma avaliação significativa deve- se: definir bem o que se quer avaliar e seus
reais propósitos; estabelecer critérios para que a avaliação ofereça de forma abrangente,
Página | 11
informações sobre tudo que foi apreendido; as atividades de avaliação devem ser definidas
segundo objetivos, competências e habilidades.
A Avaliação pode ser dos tipos:
DIAGNÓSTICA- no início das atividade para verificar deficiências nos resultados de
aprendizagens anteriores, domínio de pré-requisitos, nível de conhecimento prévio sobre o
assunto a ser desenvolvido.
FORMATIVA- durante a ensino- aprendizagem para obter dados e informações para
melhorar o ensino e a aprendizagem e assegurar o alcance dos objetivos previstos.
SOMATIVA- ao final da unidade, a fim de classificar e comparar os resultados alcançados
pelo alunos.
A Avaliação tem como função a auto-compreensão do aluno e do professor, motivar o
crescimento; aprofundar a aprendizagem; auxiliar na aprendizagem e refletir sobre a
prática pedagógica. Em sua essência o processo avaliativo tem que ser útil na informação
que oferece, viável na realização de sua trajetória, ética em seus propósitos e precisa na
elaboração de seus critérios.
CONCLUSÃO
Educar é um termo mais amplo que ensinar, pois, enquanto a educação refere-se ao
processo de formação humana, o ensino é a orientação da aprendizagem. Enquanto a
Pedagogia é o estudo e a reflexão sobre a teoria da educação, a Didática é uma área
específica da Pedagogia e se refere à teoria e à prática da instrução e do ensino. Toda teoria
Página | 12
pedagógica tem seus fundamentos baseados num sistema filosófico. E a Filosofia que,
expressando uma concepção de homem e de mundo, dá sentido à Pedagogia, definindo
seus objetivos e determinando os métodos da ação educativa. Nesse sentido, não existe
educação neutra. Ao trabalhar na área da educação, é sempre necessário tomar partido,
assumir posições. E toda escolha de uma concepção de educação é, fundamentalmente, o
reflexo da escolha de uma filosofia de vida. Alguns dos pressupostos didáticos atualmente
adotados não são construções inteiramente recentes, mas foram elaborados pelos
educadores ao longo do tempo, e reformulados a partir de um processo contínuo de
reflexão-ação-reflexão.
Ao longo deste livro temos procurado mostrar que a Didática, sendo o estudo
sistematizado do ensino, não é um edifício pronto e acabado. Ao contrário, assemelha-se a
um arcabouço em processo permanente de construção. Nos dois primeiros capítulos, vimos
que, ao longo dos anos, várias foram as contribuições de filósofos, educadores e psicólogos
para a construção e aperfeiçoamento da Didática. Neste capítulo, apresentamos uma
classificação das várias correntes pedagógicas, mostrando mais uma vez como a Didática
(que é a teoria da instrução e do ensino) está constantemente sendo repensada e
reelaborada. Tentamos mostrar também que a forma de selecionar, organizar e desenvolver
os conteúdos do ensino depende da concepção de educação adotada. Verificamos, assim,
que toda prática Didático-pedagógica tem pressupostos teóricos implícitos.
RECOMENDAÇÕES
Segere-se que o educador tenha Conhecimento profundo dos conceitos centrais e leis gerais da
disciplina, bem como dos seus procedimentos investigativos (e como surgiram historicamente na atividade
científica).
Página | 13
Também sugere-se que o educador saiba avançar das leis gerais para a realidade circundante
em toda a sua complexidade.
SUGESTÕES
1.
2. Saber
3. Saber escolher exemplos concretos e atividades práticas que demonstrem os conceitos e leis gerais de
modo mais transparente.
4. Iniciar o estudo do assunto pela investigação concreta (objetos, fenômenos, visitas, filmes), em que os
alunos vão formulando relações entre conceitos, manifestações particulares das leis gerais, para chegar aos
conceitos científicos.
5. Criação de novos problemas (situações de aprendizagem mais complexas, com maior grau de incerteza que
propiciam em maior medida a iniciativa e a criatividade do estudante).
Uma boa análise do conteúdo favorece formular tarefas de aprendizagem, com suficiente atrativo
para canalizar os motivos dos alunos para o conteúdo.
1. Identificar as relações gerais básicas que dão suporte ao conteúdo (fazer um zoom, isto é,
aproximações sucessivas).
2. Construir a rede de conceitos básicos (mapa conceitual): os conceitos como ferramentas mentais
para deduzir relações particulares de uma relação abstrata.
3. Propor tarefas de aprendizagem em que a relação geral aparece em problemas específicos, em casos
particulares (uso de materiais, experimentos, problemas...)
4. Domínio do modo geral pelo qual o objeto é construído, implicando os modos de atividade
anteriores aplicados à investigação dos conceitos a serem interiorizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Página | 14
LIBÂNEO, José Carlos, DIDÁTICA, Velhos e novos temas, Edição do Autor,
Maio de 2002.
ANEXO
Página | 15
Página | 16