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Prof. Marcelo Maciel de Almeida – mmacieldealmeida@yahoo.com; macieldealmeida@hotmail.

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ENQUANTO ISSO NO BRASIL...


ILCÉA BORBA MARQUEZ – 09/02/2011 – JORNAL DA MANHÃ

Através do artigo de Cláudio de Moura Castro – O Sputnik chinês e a educação –,


somos informados de que a China é campeã absoluta do último Pisa (olimpíada da
educação mundial), pelo desempenho de Xangai. Saída de uma história de imperialismo
absoluto e suas consequências de atraso educacional e invasões inimigas, seguida pelo
advento do Maoísmo com a Revolução destrutiva Cultural, a China se recompõe e,
poupando 40% do PIB, cresce a taxas espantosas, transformando os Estados Unidos da
América em seu dependente financeiro e perdedor na olimpíada referida.
O best-seller de Amy Chua (Battle Hymn of a Tiger Mother) nos revela os valores
educacionais chineses bem como as exigências feitas aos pais e filhos em processo de
formação: espera-se das crianças desempenho ótimo nas suas obrigações escolares e
conceito A nas atividades de estudo, bem como dedicação total às mesmas, o que exclui
jogos no computador, bate-papos via internet e tudo que possa desviá-los dos seus
estudos. Espera-se dos pais muito tempo de dedicação à orientação e ao
acompanhamento dos seus filhos nesta etapa da vida.
Enquanto isso, no Brasil, os resultados de aprendizagem e desenvolvimento dos jovens
no período escolar não são exigidos e tampouco esperados.
Prioriza-se o “passar de ano” sem o desastre da repetência, eliminando-se critérios de
excelência e aceitando o despreparo de muitos. Os currículos são enxugados em nome
de uma adequação ao moderno ou àquilo que será útil no exercício de uma técnica que
será feita sem questionamentos filosóficos ou desenvolvimento do pensamento crítico.
Aos pais cabe gastar muito dinheiro com os desejos consumistas dos filhos e cuidar para
que os pequenos não sofram pressões muito fortes quanto ao desempenho na escola.
Universidades são criadas para a democratização do ensino, que na prática significa
vender um diploma com custo baixo e pouca exigência de atividades curriculares,
atentando para o fato de que os alunos matriculados nestes cursos noturnos são também
trabalhadores e, portanto, dispõem de pouco tempo para frequentar bibliotecas, preparar
monografias ou aprender conceitos e desenvolver habilidades próprias de cada perfil
profissional.Enquanto os norte-americanos amargam posições entre a 15ª ou 31ª, os
resultados brasileiros não são divulgados, mas nem é preciso porque sabemos, de
antemão, o nível dos nossos jovens na utilização da língua portuguesa bem como na
realização de cálculos matemáticos.

(*) psicóloga e psicanalista


ilcea@terra.com.br

http://jmonline.com.br/novo/?noticias,22,ARTICULISTAS,41071

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