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PODER LEGISLATIVO

CIDADE DE GUARULHOS

A T A

5ª SESSÃO SOLENE 16ª LEGISLATURA


2ª SESSÃO LEGISLATIVA Em 07 de maio de 2014

ATA DA QUINTA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA,


DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, COM INÍCIO ÀS VINTE HORAS E CINCO
MINUTOS E TÉRMINO ÀS VINTE E UMA HORAS E TRINTA E SETE MINUTOS
DO DIA SETE DE MAIO DE DOIS MIL E QUATORZE.

PRESIDENTE: Vereador Prof. Jesus

MESA: Antonio Goulart, Geraldo Luis Wohlers Silveira, Paulo


Álvares Chaves Martins Fontes, Antonio Padilha Jr., Mario
Agune Jr. e Hugo Eneas Salomone.

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS (Antonio Claiton de


Carvalho) – Senhoras e Senhores, autoridades presentes, boa noite. Nessa
oportunidade, será realizada a Sessão Solene do dia 7 de maio de 2014 para a
outorga de título honorífico de cidadão guarulhense ao Ilmo. Senhor Hugo Eneas
Salomoni, Decreto Legislativo nº 002 de 1º de abril de 2014. Propositura de
autoria do nobre Vereador Professor Jesus.
Para compor a Mesa e presidir esse trabalho, convidamos o
Exmo. Presidente desta Casa o Vereador Eduardo Soltur.
– Palmas.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Soltur) – Sob a proteção de
Deus, declaro aberta a presente solenidade.
O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS (Antonio Claiton de
Carvalho) – Para compor a Mesa, convidamos o Vereador e autor da propositura,
Professor Jesus, (Palmas); o Vereador da Câmara Municipal de São Paulo,
Antonio Goulart, (Palmas); Geraldo Luis Wohlers Silveira, desembargador,
(Palmas); Paulo Álvares Chaves Martins Fontes, procurador de justiça do Estado
de São Paulo, (Palmas); Antonio Padilha Jr., procurador de justiça do Estado de
São Paulo, (Palmas); Mario Agune Jr., do 4º Cartório de Notas de Guarulhos,
(Palmas); convidar também o Hugo Eneas Salomone, que é o homenageado,
(Palmas). Quero consignar a presença do Ludgero Francisco Sabella, promotor
de justiça do Estado de São Paulo; o Vereador desta Casa, o Dr. Alexandre
Dentista; Geraldo Celestino, Vereador desta edilidade; Laércio Sandes, Vereador
desta Casa; Luiz Matogrosso, Vereador desta edilidade; Pastor João Barbosa,
Vereador desta Casa; João Dárcio Sacchi, Secretário de Segurança Pública de
Guarulhos, representado neste ato pelo inspetor Pereira; Vítor Veronezzi, ex-

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5ª SOL (07-05-14) Hugo Eneas Salomome

Vereador e empresário desta cidade; Styvenson Koga, Secretário Chefe de


Gabinete desta Casa; Sargento Soeden, instrutor do tiro-de-guerra de Guarulhos;
José Breguis, tesoureiro da Savoy; Nelson Trigo, gerente de vendas da Savoy;
Josué Luiz Gaeta, advogado da Advocacia Salomone; Albino Pires, Assessor da
Presidência da Savoy; Aparecido Cordeiro, advogado da Advocacia Salomone;
José Carlos Fagoni Barros, advogado da Advocacia Salomone; deputado Eli
Correa Filho, deputado federal, representando nesse ato pelo chefe de gabinete
Verci Ferreira; José Maria Murolo, diretor da empresa Business Plan; Suzerlei do
Nascimento Pires, procuradora de justiça do Estado de São Paulo; Armando
Padinho Junior, procurador de justiça, e a esposa Suzerley do Nascimento Pires;
Renata Salomone e esposa, filha do homenageado; Ana Salomone, filha do
homenageado, e Vivian Cristiane Moretto Wohlers Silveira, procuradora de
Justiça. Consignar a presença de todos aqueles que, por acaso, não fizemos
ficha. Obrigado.
Convidamos a todos os presentes, cuja capacidade física
permita, para que, em pé, entoemos o Hino Nacional e o Hino a Guarulhos,
cantado por Rafael Dias e acompanhado pelo músico Diego Lírio.
– Entoam-se o Hino Nacional Brasileiro e o Hino a Guarulhos.
– Palmas.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Soltur) – Convido o nobre
Vereador Professor Jesus, autor da propositura, para conduzir os trabalhos.
– Assume a presidência da Sessão, o senhor Professor Jesus.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Obrigado, Presidente
Eduardo Soltur, boa noite a todos. Jesus falando tem que ser um povo vivo,
varonil. Nesse momento, quero convidar o senhor Geraldo Celestino, Vereador
desta edilidade, para proceder à leitura do Decreto Legislativo nº 02, de 1º de abril
de 2014, propositura de autoria do nobre Vereador Professor Jesus. Ele vai
proceder à leitura do referido Decreto.
O SR. GERALDO CELESTINO – Boa noite, senhores e
senhoras.
– É lido:
DECRETO LEGISLATIVO Nº 002/14
De 01 de abril de 2014.
Autor: Vereador PROFESSOR JESUS
CONCESSÃO DE TÍTULO HONORÍFICO DE CIDADÃO GUARULHENSE
AO ILUSTRÍSSIMO SENHOR HUGO ENEAS SALOMONE.
A CÂMARA MUNICIPAL DE GUARULHOS DECRETA:
Art. 1º Fica concedido o Título Honorífico de Cidadão Guarulhense ao
Ilustríssimo Senhor Hugo Eneas Salomone.
Art. 2º O pergaminho respectivo será entregue em Sessão Solene a ser
convocada pela Presidência, em data previamente firmada com o homenageado.

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Art. 3º As despesas decorrentes da execução do presente Decreto


Legislativo correrão por conta de verbas próprias, consignadas em Orçamento,
suplementadas se necessário.
Art. 4º Este Decreto Legislativo entrará em vigor na data de sua publicação.
Câmara Municipal de Guarulhos, em 01 de abril de 2014.
EDUARDO SOLTUR
Presidente
– Palmas.
O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS (Antonio Claiton de
Carvalho) – Quero convidar nesse momento o doutor Paulo Álvares Chaves
Martins Fontes, procurador de justiça do Estado de São Paulo, para que faça uso
da palavra nessa tribuna, por favor.
– Palmas.
O SR. PAULO ÁLVARES CHAVES MARTINS FONTES –
Eminente Vereador Presidente desta Casa, Vereador Eduardo, Eminente
Vereador Professor Jesus, que integra essa Casa de Leis de Guarulhos e que foi
o responsável por essa proposta justíssima de acolher na cidade de Guarulhos,
como seu filho novo, o empresário e advogado Hugo Eneas Salomone. Eminente
Vereador Goulart, meu querido amigo e eminente desembargador Geraldo
Wohlers, meu querido amigo e companheiro do Ministério Público do Estado de
São Paulo, o doutor Armando Padilha. Eu gostaria de ser dotado de uma memória
incomensurável. Mas isso não é possível. Então, eu gostaria apenas com relação
àquelas pessoas que nos assistem consignar aqui a minha alegria pela presença
também do meu colega do Ministério Público o doutor Ludgero Sabella, promotor
de justiça criminal da capital. As esposas do Eminente Desembargador Geraldo
Wohlers e doutor Armando Padilha, Vivian Wohlers e Suzerlei do Nascimento
Pires. Como os senhores podem perceber, aos 69 anos de idade, a minha
memória se torna ainda razoável. Procurarei, evidentemente, ao curso da minha
fala, que será muito breve, exercitá-la ainda mais.
Queridos familiares do nosso homenageado, Eminentes
advogados Conceição e Augusto Coelho. Meu queridíssimo amigo doutor Hugo
Cesar Salomone, que eu sei que tem sido o braço direito. E porque não dizer a
alma da empresa pessoa jurídica Savoy, o braço direito de seu comandante, o
homenageado desta noite, seja no investimento de novos negócios, seja na
concretização desses novos negócios. Ilustre homenageado e querido amigo,
Doutor Hugo Enéas Salomone, eu queria inicialmente deixar consignado, Doutor
Hugo, que me vejo extremamente alegre em perceber que V.Exa. fez inserir na
língua portuguesa um neologismo. Vejo ali a palavra Savoyano, que até então
não conhecia, e não vi em nenhum dicionário da língua portuguesa. Mas percebo
que V. Exa. conseguiu inserir no contexto do vernáculo esse neologismo.
Isso é sinal, Doutor Hugo, de que V.Exa. é um homem muito
querido, e acima de tudo, o que é mais importante, é um homem muito
respeitado. Tenho tido a oportunidade, mesmo porque como já tenho dito em
outras ocasiões, como velho Promotor de 10 anos do Tribunal do Júri de São
Paulo, não posso ver defunto sem chorar. Então, vejo um microfone e uma

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tribuna, e imediatamente ocupo o lugar. Em regra, quando sou convidado.


Quando não sou convidado, a revelia. Eu gostaria de deixar consignada ainda a
minha alegria pela presença da Andrea, esposa do Hugo, e da minha querida e
formosa esposa, Maria Auxiliadora, minha companheira de todos os dias, que tem
me ajudado a todo dia a construção dessa vida em comum, o que é muito
gratificante para mim.
Mas Senhores presentes e Senhoras, os Senhores já devem
ter tido a oportunidade de me ouvir em outras ocasiões. E vejo que algumas
pessoas têm presença constante, vieram em outras solenidades. Assim é que
estivemos juntos em Campinas, onde passei os doces primeiros anos de minha
infância. Depois, estivemos juntos em Sorocaba, onde o homenageado também
recebeu o título de Cidadão. E onde passei os primeiros anos da minha carreira
no Ministério Público, porque foi a minha primeira Circunscrição Judiciária, onde
fiz o primeiro júri, onde fiz as primeiras audiências. Enfim, onde tive contato com
essa carreira maravilhosa, que é o Ministério Público, e com a qual mantenho
uma união estável já de 45 anos.
Senhoras e Senhores presentes, eu percebo que o Doutor
Hugo recebe a cada momento um novo título. Ora, Cidadão campineiro, ora
Cidadão Sorocabano, ora Cidadão Guarulhense, ora Cidadão Emérito de Ribeirão
Preto, que não pode se tornar cidadão, porque ele nasceu em Ribeirão Preto, e
portanto, pelo que os romanos chamavam de Jus Soli, quer dizer, o direito do
solo, ele evidentemente não poderia receber esse título, porque originalmente é
de Ribeirão Preto. Percebo, Doutor Hugo, que V.Exa. na verdade não é só um
Cidadão Ribeirão Pretense, Guarulhense, um Cidadão de Campinas, um Cidadão
de Sorocaba, V.Exa. é um Cidadão do Mundo. V.Exa., Doutor Hugo, é portador,
ao meu ver, de um dos diplomas mais dignificantes que um homem possa ter, que
é o diploma da faculdade da vida. Algumas universidades que existem
atualmente, a mão cheia, distribuem diplomas depois de um curso.
Medicina, Direito, Engenharia, Filosofia, mas esse diploma,
Doutor Hugo, é reservado por nosso Deus Criador, aos homens de bem. É o
diploma da faculdade da vida. É o diploma que outorga ao bacharel que o recebe,
o título de homem digno. O título de homem correto, de homem trabalhador, de
homem, que como dizia Rui Barbosa, desperta com as estrelas. De homem que
tem no trabalho o seu orgulho. Mas não é só isso. É do homem e principalmente
do homem que sabe que seu trabalho, e principalmente o fruto dele, não deve ser
amealhado para si próprio, deve ser dividido com os demais. Doutor Hugo Enéas
Salomone.
Perdão. É tanto Hugo, que às vezes me esqueço e me remeto
ao Imperador Romano Júlio Cesar. Então, o que eu queria destacar, Doutor Hugo,
é exatamente isso. V.Exa. vem a uma cidade como Guarulhos, vizinha a nossa
Capital, a maior cidade do Estado de São Paulo, fora a Capital, evidentemente, a
Cidade que tem o segundo Produto Interno Bruto do Estado, e o oitavo do Brasil.
V.Exa. vem com sua sabedoria, com sua dignidade, com seu empenho, aplicar e
construir, edificar obras, dar empregos, dar trabalho, dar salários, dar o pão de
cada dia a muitos homens que aqui se encontram, e que são hoje, como V.Exa. é,
esses homens são cidadãos guarulhenses.
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Por isso, Doutor Hugo, eu queria cumprimentá-lo nesta


oportunidade mais uma vez, por essa sua sabedoria, por essa sua dignidade que
só os homens de bem são detentores. V.Exa. recebe uma homenagem que
percebo, de uma forma veemente, através dos cartazes, dos banners que aqui se
encontram, sejam oriundos da família, sejam de seus funcionários, do mais
humilde ao mais importante, sejam de seus amigos, sejam de seus familiares.
Portanto, Doutor Hugo, eu gostaria que V.Exa., e percebo que
esta sua solenidade está extremamente representada. V.Exa. tem aqui
representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e também da advocacia,
na pessoa da Doutora Conceição e do Doutor Augusto. Para encerrar, Doutor
Hugo, eu gostaria de dizer a V.Exa. um pensamento de Santo Agostinho que foi
inserido amavelmente em um cartão que recebi, por ocasião de meu aniversário,
da ilustre Advogada Conceição Coelho, citando São Agostinho, ela diz:
“Necessitamos uns dos outros, porque só através dos outros é que podemos ser
nós mesmos”.
Portanto, Doutor Hugo, sei que V.Exa., na condução de sua
vida, ao curso desses anos de vida que V.Exa. deixa atrás de si, V.Exa. sempre
se lembrou desse ensinamento. É através de seu semelhante, que V.Exa. alcança
a grandeza de Deus. Seja feliz como novo Cidadão Guarulhense. Muito obrigado
a todos.
–Palmas.
O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS (Antonio Claiton de
Carvalho) – Gostaríamos de convidar o Professor Jesus, autor dessa propositura,
para fazer uso da palavra.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Boa noite, mais uma vez.
Dizer que depois da fala do Doutor Paulo é meio difícil falar, Doutor. O Senhor
usou os neologismos de Guimarães Rosa. É meio complicado. Mas vamos lá.
Doutor Hugo Enéas Salomone, pegando o currículo do Senhor, se eu fosse ler
aqui, com certeza, acho que passaríamos a noite. Mas fiz uma sinopse. Quero
falar exatamente de algumas coisas que para mim, é uma grande satisfação,
Professor Jesus, que venho através desta presente proposição, agraciar e a
brilhante personalidade do meio jurídico imobiliário, que com seu trabalho e
dedicação, ajudou a impulsionar o crescimento imobiliário, comercial, empresarial
de diversas regiões do Estado de São Paulo, em especial também a nossa
Cidade de Guarulhos, proporcionando aos munícipes melhorias em sua qualidade
de vida, geração de renda, emprego, pelo que concedemos a tão justa
homenagem do Título de Cidadão Guarulhense ao Senhor Hugo Enéas
Salomone.
O Senhor Hugo Enéas Salomone trouxe ao Brasil diversas
marcas multinacionais, como McDonalds, Leroy Merlin, Carrefour, Castorama,
C&A e outras lojas em destaque nacional. Realizou através do Both Two Sides,
que é Construído para Servir, Centro de Armazenagem e Logística nos
municípios de Jundiaí, Diadema, São Bernardo do Campo, Mauá, no Estado de
São Paulo, e também em nosso Município, Guarulhos. Sua atuação vai além da
Cidade de São Paulo, atuando também em Sorocaba, Bauru, Sumaré, Betim,

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Varginha, Rondonópolis, Ortolândia, Curitiba, Rio de Janeiro, Manaus,


Pernambuco e tantas outras. Neste momento quero parabenizá-lo e reconhecer
deste modo os empreendimentos locais realizados pelo homenageado e seu
grupo de empresas que propicia para a comunidade elevação de empregos
diretos e indiretos, bem como a geração também de tributos.
Dizer também ao Senhor que eu estava lendo uma história
estes dias, para meus alunos na faculdade, e me fez lembrar que um certo
leiloeiro, Doutor Hugo, precisava leiloar um bem, porque ele estava precisando de
uma verba. Ele chamou algumas pessoas e alugou ali um pequeno espaço e ele
tinha exatamente um sax. Ele pegou aquele sax e começou a oferecer às
pessoas. Quem dá mil, quem dá 500, 800, 700. E as pessoas olhando para
aquele sax, ninguém dava absolutamente nada, até que, de repente, apareceu
um senhor do meio da plateia e pegou aquele sax e disse àquele leiloeiro: “Eu
posso dar uma limpada nesse sax, posso afiná-lo”? E aquele leiloeiro disse:
“Pode”.
Ele disse à plateia: “Um momento, por favor”. E ele foi ali para
atrás, em um quartinho, pegou um pano, começou a limpar, começou realmente a
dar um lustro naquele sax, começou a afiná-lo e, de repente ele voltou para a
plateia e começou a tocar uma linda música. De repente alguém disse: “Eu dou
mil”. Outro: “Eu dou dois mil” Ele disse: “Ôpa, antes do toque do mestre, era um
valor. Após o toque do mestre, o valor dobrou, triplicou”. Quero dizer que o
Senhor é um mestre para nós. Depois de sua vinda, com certeza para a nossa
Cidade, São Paulo, Guarulhos, tenho certeza de que o segmento imobiliário,
comercial, cresceu. Que Deus o continue abençoando grandemente. Para nós é
um prazer darmos nesta noite um Título de Cidadão Guarulhense ao Senhor.
Obrigado.
– Palmas.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Neste momento, quero
convidar meu amigo cantor, Rafael Dias, acompanhado pelo músico Diego Lírio,
para fazer uma apresentação em homenagem ao Senhor, dessa música, fiquei
sabendo que o Senhor gosta muito e queremos homenageá-lo. Então, em nome
da Cidade de Guarulhos, nossos amigos, nossa assessoria, queremos
homenageá-lo com essa música. Rafael Dias.
–É feita uma apresentação musical.
– Palmas.
O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS (Antonio Claiton de
Carvalho) – Queremos convidar também para fazer uso da palavra o Promotor de
Justiça de São Paulo Ludgero Francisco Sabella.
O SR. LUDGERO FRANCISCO SABELLA – Excelentíssimo
Presidente da Câmara, Vereador Eduardo Soltur, eu tinha enviado a V.Exa. um
ofício para ser lido nesta data, mas o Cerimonial pediu – em face da minha
presença – que eu mesmo fizesse a leitura de tal ofício.
Eu poderia me sentir muito pequeno depois das palavras do
Doutor Paulo Chaves, pela sua capacidade, seu conhecimento público e notório,
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mas eu não me sinto nem maior nem menor que V.Exa. porque eu tenho o
coração bondoso do Doutor Paulo do mesmo tamanho, ambos são iguais. Por
isso, eu não me considero nem mais humilde na oratória e nem mais do V.Exa.
Eu quero cumprimentar as autoridades presentes,
especialmente o Vereador que propôs a homenagem, o Professor Jesus, as
pessoas presentes, em especial, os doutores Antônio Augusto e Maria Conceição,
que me consagrou ter a amizade fiel que tenho à família do homenageado,
especialmente o seu filho Hugo César. E quero dizer o seguinte: como é do
conhecimento de todos, o Doutor Hugo Enéas capitania um dos mais importantes
conglomerados mobiliários do país, tendo como empresa principal e mantenedora
das demais o Grupo Savoy. E assim como em tantos outros municípios deste
Estado e do Rio de Janeiro que já concederam o Título de Cidadão ao Doutor
Hugo Enéas, vem hoje a Casa do povo de Guarulhos entregar mais um título a
ele, o Título de Cidadão Guarulhense, reconhecendo desse modo os
empreendimentos locais realizados pelo homenageado e seu grupo de empresas,
que propicia para a comunidade a elevação de empregos diretos e indiretos bem
como a geração de tributos. É bem de se ver ainda que os empreendimentos do
Doutor Hugo Enéas são frutos de um longo trabalho desenvolvido pela sua
própria gerência contando sempre com o apoio de seus filhos e demais familiares.
Afirmo, sem medo de errar, que o Doutor Hugo Enéas – ao
longo de sua vida – se não fosse um bom filho, um bom irmão, um bom marido,
um bom pai, um bom avô e também um bom patrão voltado aos princípios que
norteiam o bom homem, não conseguiria estar no invejável patamar que está
hoje. É um homem bem-aventurado.
Portanto, justa é a homenagem ora concedida, uma cidade não
se desenvolve, não gera cidadania para os seus membros, se não através de
empreendedores como o Doutor Hugo Enéas e seus grupos de empresas, razão
pela qual tenho que uma homenagem dessa não é nenhum favor, se não um justo
reconhecimento. Por isso, renovo especialmente ao homenageado e seus
familiares minhas saudações e meus cumprimentos pela homenagem. Obrigado.
– Palmas.
O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS (Antonio Claiton de
Carvalho) – Neste momento, convidamos o Vereador Professor Jesus para
realizar a entrega do Título Honorífico de Cidadão Guarulhense ao ilustríssimo
Senhor Hugo Eneas Salomone.
– Sob palmas, o senhor Vereador Professor Jesus procede à
entrega do Título de Cidadão Guarulhense ao senhor Hugo Enéas Salomone.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Neste momento,
queremos convidar o ilustríssimo Senhor Doutor Hugo Enéas Salomone para
fazer uso da palavra.
O SR. HUGO ENÉAS SALOMONE – Boa noite.
– Palmas.

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O SR. HUGO ENÉAS SALOMONE – O que eu tenho de mais


importante na minha vida é a minha família, estou feliz, já aos 84 anos, com essa
alegria que a minha família me proporciona. Estou observando aqui os nomes nas
faixas, parece que eu tenho um xará andando por aqui.
Eu queria antes explicar o porquê que eles pediram ao cantor
cantar essa canção tão linda Con Te Partiro. Essa canção tem sua letra muito
envolvida à minha família, quando eu a ouço, parece que estou beijando meus
pais e meus avós.
O meu avó em 1895 pensou em vir da Itália para o Brasil. Ele
era um jovem que queria casar com outra jovem, vizinha de uma pequena cidade
da Itália e, nesse local, não havia uma maneira, um lugar para construir uma
moradia para abrigar a família de quem fosse casar. Os que têm já alguma idade
sabem que no passado, antes vamos dizer até de 1950, por aí, quem pensava em
casar já supunha que precisava ter um lugar para os filhos; a maioria tinha de
cinco a sete, oito, 10 filhos e, naquele tempo, então, a casa era o principal fator
para poder casar. E lá nessa pequena cidade, de Morcone, parte da província de
Benevento, entre Nápoles e Roma, não havia lugar para fazer a casa. Os terrenos
das famílias eram necessários para a plantação para comer, não havia comércio
de alimentos de uma cidade para outra, e a casa era na encosta de um morro que
não tinha como aumentar outra casa. Esse morro –, um nobre romano, há mais
de dois mil anos – ganhou essa área para fazer o palácio dele e, naquele tempo,
as moradias eram feitas no alto do morro, na parte mais alta para se protegerem,
não tinha polícia, não tinha justiça, não tinha nada, a segurança dependia de cada
um, então, quanto mais alta fosse a moradia mais segura, e nesse local, nesses
dois mil anos, formou-se essa cidade na encosta desse morro. E o meu avó
queria casar com uma vizinha jovem, ele com 20 e poucos anos, ela 18, por aí,
mas precisava da moradia, então, um amigo dele que tinha vindo para o Brasil,
estava em São Paulo, escreveu dizendo que estava cultivando em uma região de
uma terra muito boa a plantação de café, 1895, e estavam precisando de mão de
obra, tinha acabado a escravatura, faltava mão de obra. E este fazendeiro lá de
Ribeirão Preto, onde eu nasci, oferecia moradia, refeições e um salário anual para
quem viesse trabalhar no cultivo do café. Então, ele disse para a futura esposa,
minha avó: “O que você acha? Nós irmos para essa região para poder ter um lar e
viver lá; o problema é que os índios lá ainda dão flechadas, as feras são
perigosas, há feras selvagens ainda”. Ela olhou para ele e disse: “Con Te Partiro”.
Muito bem, eles vieram, viveram em Ribeirão Preto, tiveram
sete filhos, eu sou neto, filho do mais velho, Humberto, e o Humberto, o filho mais
velho, quis conhecer a terra do pai dele, com 20 e poucos anos, e foi lá para
Morcone. E, lá, um dia, com uns amigos em frente a um bar – tem até essa foto –
ele viu na casa defronte, que tinha um terraço, uma moça no terraço olhando, e
ele disse: “Com uma moça como dessa que eu gostaria de casar”. Conheceram-
se, ficaram namorando –, depois ele teve de voltar –, por correspondência, depois
ele foi lá, por correspondência, já noivo, para casar e trazê-la para Ribeirão Preto.
Aí ele explicou para onde ele iria levá-la, uma cidade ainda nova, pequena, 1896,
sem calçamento, uma terra roxa, poeirenta, e explicou a situação a ela, se ela

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queria ir com ele morar porque ele estava desenvolvendo a carreira profissional
dele lá em Ribeirão Preto, e ela olhou para ele e disse: “Com Te Partiro”.
Então, quando eu ouço essa canção – meus filhos sabem disso
por isso que eles a pediram aqui hoje – eu fico com bastante emoção sempre.
Essa é a explicação que eu queria dar, porque podem estranhar que eu um
brasileiro, caipira, de Ribeirão Preto, ficasse destacando músicas internacionais,
mas tem esse detalhe todo na história.
Muito bem – também estou me achando um pouco acanhado
com esse boné, eu tenho uma amiga, de alguns anos ou muitos anos, sei lá, que
se chama sinusite e ela faz questão que eu ande com esse boné, então, é por
isso que eu não a tirei aqui para ficar igual a vocês, pois ninguém está de boné ou
chapéu aqui dentro.
Eu fiquei também bastante emocionado com as palavras dos
amigos, do Vereador Professor Jesus, eu não mereço tanto, mas estamos aqui
recebendo esse título, comemorando esse momento, agradecendo todo esse
gesto de bondade, e isso acaba sempre acontecendo. Eu digo que não mereço
tanto, porque sou, eu me sinto apenas um operário empreendedor, é o que tenho
feito na vida.
Eu queria explicar para justificar por que ando recebendo
esses títulos de várias cidades, por obras realizadas nessas cidades, pois eu já
comecei na infância procedendo de uma forma atuante no trabalho.
Eu quero lembrar: como eu fui matriculado no primário, com
seis anos, eu terminei o primário –, que eram quatro anos do grupo escolar –,
completando 10 anos. E, naquele tempo, pelo menos lá em Ribeirão Preto, não
podia prosseguir no ginásio se não tivesse 11 anos completados. Então, eu fiquei
um ano impossibilitado de ir à escola durante essa fase dos 10 a 11 anos. Meu
pai não admitia que eu ficaria nessa ociosidade, matriculou-me numa escola de
datilografia em Ribeirão Preto, uma escola grande, que era a única que tinha o
curso de datilografia, Liceu Moura Lacerda e fiz o curso de datilografia. Há alguns
anos, numa mudança, vi a foto que tiraram ao término do curso. Tinha uns 18, 20
homens, de 18 a 30 anos e um menino de 10 no meio. E fui trabalhar no escritório
do meu pai, de advocacia, como datilógrafo. Tinha de datilografar algum serviço
dele. Ele, além de advogado, era jornalista. Ele representava o jornal O Estado de
São Paulo na região de Ribeirão Preto. Quem quisesse assinar o jornal naquela
região, O Estadão, tinha que assinar no escritório do meu pai. E o jornal também
chegava ao escritório do meu pai ao final do dia. Embarcava o jornal aqui, cedo,
na Estrada de Ferro Mogiana; haviam instalado essa estrada de ferro São
Paulo/Ribeirão Preto exclusivamente por causa do plantio de café naquela
ocasião. O jornal ia pela estrada de ferro e chegava a Ribeirão Preto às 6h30min
da tarde, normalmente, empacotado. O meu pai, através de um empregado,
normalmente, tinha de pegar esse pacote de jornal e entregar nas casas dos
assinantes. Às vezes, o entregador não vinha, ficou doente, mudou, pediu
demissão; então, tinha de improvisar um entregador. Eu fiz isto algumas vezes,
dos 10 aos 12 anos: ir à estação pegar o pacote de jornal e entregar aos
assinantes nas casas deles.

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Teve um fato que marcou na minha personalidade, a


oportunidade que eu tive de saber realmente o que é um jornal. Era um domingo.
Na propriedade do meu avô tinha pomar, rio, lagoa. Eu com 10, 11, com os
primos, estava tomando banho no rio e me atrasei. O trem passou; chegando, eu
estava no rio ainda. Cheguei à estação correndo com receio de terem sumido os
jornais. O trem jogava o pacote na plataforma e depois ia embora. Mas estava lá.
Fui entregar. Eu estava atrasado, já era oito e tanto. Tinha um assinante que era
uma senhora, considerada, era uma das mais importantes da cidade. Quis
lembrar o nome dela hoje, mas não consegui. Ela era professora, diretora,
proprietária do Colégio Progresso. Era um prédio grande, ocupava um quarteirão
da cidade, na Avenida 9 de Julho, em Ribeirão Preto. Ela até morava nesse
colégio. Ao chegar lá com o jornal, às 8h30min mais ou menos, o porteiro disse
para mim: “Espera, a Doutora quer falar com você”. Ela veio, apontou o indicador
para os meus olhos e disse: “Menino, isso é hora de você me trazer esse jornal?
Fique sabendo que eu não vou jantar enquanto não chega o jornal”. Eu que via
que aquele jornal no dia seguinte seria papel de embrulho não sabia que poderia
ter tanta importância. Aquela senhora, das mais importantes da cidade, disse que
não ia jantar enquanto não chegava o jornal. Fiquei estupefato. Daí, fiquei
sabendo o que é o jornal, até hoje. Essas coisas ficam gravadas.
Então, essa vida de já trabalhar aos 10 anos, aos 13 já
tínhamos mudado para São Paulo. Terminei o ginásio aos 15 anos. Sem a família
saber, peguei o jornal O Estadão, os classificados, os anúncios, estava escrito lá:
“Precisa-se de um menino. Rua Boa Vista, nº tal”. Fui lá, um senhor que era
corretor de imóveis, cujo nome era Efísio Rigato, me atendeu, mostrou que ele
tinha uma sala e meia e que ele precisava de um menino para ficar lá atendendo
quando ele saia, e me contratou. O salário era quase um salário mínimo. Cheguei
à casa, disse ao meu pai: “Arrumei duas coisas, primeiro, fazer o colégio clássico,
científico no Colégio Estadual Caetano de Campos, na Praça da República, de
graça, à noite, e arrumei um emprego”. Expliquei, o meu pai foi lá a esse local e
acabou permitindo que eu ficasse lá trabalhando, porque também eu não tinha
muita vocação para advogado. Eu, criança, aos 10 anos, me sentia meio
aprisionado. Escritório de advogado é um lugar fechado, de paredes até de livros,
como era lá. Eu queria um emprego que eu pudesse sair. Eu tinha parentes em
Ribeirão Preto, tinha tio, por exemplo, que tinha refinaria e torrefação de café.
Então, era grande a instalação, os carros saíam para entregar os produtos,
poderíamos ir juntos. Era isso o que me agradava. Agora, ficar preso em sala de
advogado, não era a minha vocação.
Através desses empregos, cheguei a um concurso na Caixa
Econômica Federal. O meu pai fazia advocacia, inventários. Ele trabalhava muito
para o Consulado Italiano, que, quando tinha problemas com a colônia italiana,
que precisava ajuda do Consulado, o Consulado enviava para o escritório do meu
pai. O meu pai estava fazendo um inventário de uma senhora viúva, sem
herdeiros no Brasil, muito rica, atrás do Teatro Municipal, no centro de São Paulo,
tinha um prédio que era o hotel mais fino de São Paulo. Hoje é escritório do
Ermírio de Moraes. Aquele era um prédio dos antigos, era semelhante a esse que
tem no Rio, que se chama Copacabana Palace. Era o hotel mais rico de São
Paulo. Ela morava lá. Ela morreu, deixou um Cadilac com mil quilômetros de uso.
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Só tinha herdeiros na Itália, sobrinhos. Então, a função do inventário era vender


tudo para mandar o dinheiro para os sobrinhos na Itália, através do Consulado
Italiano, que ficou coordenando essa solução.
A Caixa Econômica era em frente ao escritório do meu pai, na
Praça da Sé. Aí, meu pai falou: “Vá à Praia Grande localizar essa área. Só falta
vender essa para terminar o inventário”. No começo da Praia Grande, que é entre
São Vicente e Ponte Pênsil, chegava à Praia Grande, tinha uma área de 96 de
frente para a praia e dois mil de fundos. “Procure lá os corretores de Santos, em
algum lugar – disse o meu pai – para ver se encontra comprador para essa área”.
Levei uns meses, não achei ninguém, nem corretor eu conseguia. Cheguei até
dizer, lembro, para o meu pai: “Olha, pai, a Praia Grande ainda é um lugar novo,
sem nada. Na Praia de Itararé, São Vicente, em Santos, ainda tem vaca pastando
na praia”. Tinha uma área, ao lado dessa, que o proprietário a dividiu em ruas e
lotes e estava vendendo os lotes em 100 prestações, sem juros. Então, expliquei:
“Estão vendendo assim, a gleba inteira ninguém quer comprar”.
A coisa estava sem solução. Então, eu virei para o meu amigo,
vizinho, colega de escola, colega de sairmos juntos, da mesma idade, ele me
acompanhava sempre, e disse a ele: “O que você acha? Vamos copiar o que
esse proprietário vizinho fez com aquele loteamento? Vamos nós lotear a área
para vender?” Aí, foi assim. O meu pai fez o contrato social da Savoy, nós dois
como únicos sócios. Tínhamos uma poupança. Desses empregos que mencionei,
Caixa Econômica ao final, eu nunca gastei todo o meu salário. Mais ou menos, 10
por cento, um pouco mais eu guardava. Isso deu um valor de quatro, cinco mil
reais, valor de hoje, depois de nove anos – dos 15 para 24 anos, são nove anos –
para formar o capital da Savoy. E ele entrou com outro tanto, que a mãe dele
arrumou emprestado com os parentes.
Tínhamos 24 anos, eu e ele. Alugamos uma sala de 20 metros
quadrados, na Rua Dom José de Barros, 337, na base de 300 reais por mês de
aluguel. Compramos uma perua 48, reformada – isso foi em 1952 –, para levar
gente para a Praia Grande, para comprar os lotes. E fizemos esse loteamento. As
imobiliárias faziam da seguinte forma: elas aprovavam o loteamento no Registro
de Imóveis, elas vendiam os lotes, faziam a cobrança durante as 100 prestações
e encerravam o serviço na outorga da escritura para os compradores de lotes. Os
proprietários recebiam 60 por cento do que entrava todo mês, de prestações. E a
nossa imobiliária, pelos serviços, pelas despesas do arruamento, da cobrança e
tudo mais, ficava com 40 por cento da receita da venda. E todo mês se prestava
conta disso.
Assim, com aquela barraquinha, na entrada da Praia Grande,
aos domingos e feriados, terreno em prestação, sem entrada, vinham outras
pessoas que também tinham áreas na Praia Grande, a maior parte eram até
herdeiros, para ver o que estávamos fazendo. E começaram a pedir para
lotearmos as deles também. Consequência: ajudamos a criar o Município de Praia
Grande, desmembrando de São Vicente; ajudamos a criar o Município de
Mongaguá, desmembrando de Itanhaém. Fizemos umas 30 vilas nesses 40
quilômetros, desde o início até Itanhaém. Vendemos 10 mil ou mais lotes. E,
curioso, sem sermos corretores; trabalhando em turismo, porque a venda como
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imobiliária, corretor, dava seis, 10 lotes por mês. Então, a idéia foi a seguinte:
fazer anúncio para funcionários de grandes empresas para terem uma renda
extra. Eles vinham lá, dizíamos: “Olha, traz pessoas para aos domingos e feriados
virem passear e conhecer a Praia Grande; levamos de manhã e trazemos à noite,
o passeio custa ‘X’, era o custo, não ganhávamos um tostão com isso. Vamos
ficar instalados, durante o dia, no loteamento. Se por acaso, eles comprarem o
lote, esse passeio entra na primeira prestação, ficando de graça o passeio, e
vocês vão ganhar a comissão da venda do lote”.
E foi assim. Com esses passeios, tivemos meses de vender
100 lotes. Fizemos até algumas festas lá, benfeitorias no loteamento. Teve um
grande, onde fizemos uma igrejinha. Eu pegava o padre da Ordem São Camilo,
em São Paulo, no primeiro domingo de cada mês, e o levava lá, de manhã. Ele
rezava a missa e dava catecismo para os filhos dos caiçaras lá, que trabalhavam
nos bananais, nos fundos. O que acontecia? O lote longe da praia, a prestação
era o valor do passeio. Era o mais barato. Então, a pessoa, em vez de pagar o
passeio, pagava a primeira prestação. E começaram a comprar. Até a terceira
prestação, metade, mais ou menos, desistia. A família dizia: “Você nunca foi à
Praia Grande”, ou os amigos: “Você nunca mais vai voltar lá, por que vai pagar
essa prestação?” Mas se vendiam 100 lotes. Tinha feriados e dias de promoção
que eu chegava a levar ônibus, perua, nesse passeio. E ainda por umas três,
quatro vezes, aluguei trem inteiro da Sorocabana, que saia de São Paulo, por
Santo Amaro, passava por Santos e ia para Itanhaém, passando por lá.
Fiz uma parada de trem para a Sorocabana. Tinha um trem
chamado Ouro Branco, de três vagões a óleo diesel, tenho foto desse trem
parado no meu loteamento, ele vinha de manhã com o povo e voltava, à noite,
depois do passeio. Então, foi um trabalho de turismo para fazer a corretagem
toda. Depois loteei São Vicente, Guarujá, São Paulo. Ajudei a criar o Município de
Diadema, que era distrito de São Bernardo, loteei vários lugares da Raposo
Tavares e do ABC. Quando se chegou a 1976, por aí, o Senado mudou a lei de
loteamento. Até então, era Decreto nº 58, antigo, que aprovava, registrava no
Registro de Imóveis o loteamento e se começava a fazer a obra e vender os lotes.
A nova lei que fizeram, tinha de primeiramente fazer todas as obras, aí a
Prefeitura ia lá ver se estava tudo feito e liberava numa certidão para o registro,
para autorizar a venda e o registro dos contratos de venda. Inviabilizou porque era
um processo de prestações sem entrada, barato. E com esse investimento, antes,
não havia meios de dar certo o loteamento, porque o capital investido antes
tornava tão caro o lote, tinha lote, quando já tinha rua asfaltada para vender mais
barato do que iam ficar esses.
O Prefeito fez reuniões para as imobiliárias. Eu expliquei, fui
convocado e falei: “Olha, vai existir favela depois disso”, porque essa gente
passava... Esses compradores passavam o domingo com boa parte da família e
algum empregado contratado por hora fazendo as casinhas. Aquilo ficava cheio
de gente no domingo fazendo as casinhas. Eles tinham muita inibição ou
vergonha de dizer que eram favelados. Não existia isso. Eu expliquei isso para o
Secretário Municipal, não existia tendência de querer a moradia como favelado.
Esses loteamentos até a Prefeitura depois apoiou, antes da mudança da lei, criou

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algumas taxas de melhoria para fazer os melhoramentos onde não foi feito
nesses loteamentos. Não tinha favela. Eu preveni que iria vir e veio. Com essa
nova lei acabou-se esses loteamentos e vieram, então, as favelas porque
chegavam aquelas imigrações para São Paulo. Havia aqueles caminhões
chamados pau-de-arara, punham uns bancos na carroceria e esse povo vinha a
caminhão para São Paulo do Nordeste para começar a vida aqui. Esses
loteamentos na expansão urbana com 100, 120 prestações sem juros e sem
entrada era a oportunidade que eles tinham de começar fazer uma casinha em
um lugar e isso foi impedido. A vergonha de ser favelado desapareceu.
Nós temos um exemplo curioso de uma família que comprou
um lote, o marido, a mulher e duas crianças, um loteamento desses aqui perto de
Itaquera. O marido morreu e a mulher ficou sem recurso e a casa estava
semipronta. Para resolver esse problema houve um acordo para voltarem para o
nordeste. Ficou combinado que assim que tivesse um comprador para aquele lote
que tinha uma casa semipronta, onde ela estava, nós levaríamos o comprador lá
e ela entregava a casa. Recebia o dinheiro do acordo e ia embora. E foi feito isso
um dia, o encarregado do escritório que levou o comprador lá para conhecer essa
senhora e receber. Não podia deixá-la ir embora e ficar uma semana a casa vazia
porque invadiriam. Não tinha mais oferta de lote. Aconteceu isso, e foi muito
comentado. O corretor disse a ela: “Este é o senhor que comprou e que vai ficar
com a casa. Nós o trouxemos aqui para lhe conhecer e dizer que dia a senhora
vai entregar a casa para receber o dinheiro do acordo”. Ela estendeu a mão e
disse: “Muito prazer, eu sou a invasora”. Você viu? Com tranquilidade e sem
nenhuma vergonha já nessa ocasião, ela disse: “Muito prazer, eu sou a invasora”.
Como mudou. Aí, com essa nova lei, nós deixamos de praticar esse trabalho, de
fazer essas urbanizações e estávamos com aquela carteira das prestações de
tudo que já havia sido feito e vendido, de mais ou menos, 30 mil lotes, que era
para comprar glebas para lotear e outras coisas.
Resolvemos mudar de atividade. Eu tive vários convites de
pequenos bancos para entrar como sócio. Tinha muitos bancos naquele tempo.
Quase entramos nessa emprestar dinheiro a juros, mas fiquei com medo da
segurança no capital e não me arrisquei. Tinham uns herdeiros vendendo
propriedades para alugarmos, o prédio da Ipiranga com a São João, onde está o
Bar Brahma; o Conjunto Atlântico, em Santos, no Gonzaga. E eles tinham um
banco que herdaram, o Banco Novo Mundo e esses herdeiros queriam vender
também. O banco tinha onze agências e insistiram muito para eu comprar porque
já tinham nos vendido várias propriedades da herança, e eu tinha receio de entrar
nessa área de banco.
Aquelas propriedades que já tínhamos comprado e alugado era
meio semelhante ao banco. Em vez de emprestar dinheiro, emprestava a
propriedade, em vez de receber os juros, recebia o aluguel e não tinha o risco de
perder o capital. Podia não receber o aluguel, mas o capital o inquilino tinha que
devolver. Então, era muito mais seguro que banco. Eu me lembro de que esses
herdeiros venderam esse banco para outro banco da Bahia que existia naquele
tempo, hoje não existe mais, e o preço era de 250 milhões. Na hora de fechar o
negócio e pagar contrataram uma empresa de auditoria para analisar toda a

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escritura do banco que foi vendido para ver se tinha mais crédito que dívida,
então acrescentaria nos 250 milhões, se tivesse mais dívida que crédito diminuía
nos 250 milhões. Esses herdeiros que venderam esse Banco Novo Mundo,
depois de seis meses apurada então essa conta, não receberam um tostão. A
dívida era maior. A dívida apurada era maior. Isso tudo influenciou e eu falei:
“Não, tem que emprestar propriedade, porque esse capital não se perde”. E assim
começamos, então, a fazer instalações, como fizemos aqui, em uma porção de
cidades para alugar.
Eu estava verificando hoje no arquivo e não fizemos muitas,
somente umas quinze, por aí ou um pouco mais. Mas o funcionário me disse que
as que fizemos aqui, somando o terreno delas, deram 900 mil m². Somando as
áreas desses terrenos deu 323 mil m² de área construída. O pagamento de
impostos, de IPTU, sobre essas propriedades que fizemos aqui está dando à
Prefeitura, já neste ano, cinco milhões de reais de IPTU por ano. A primeira foi
Biscoitos Abaeté há uns 20 anos. Eu tenho aqui a data, agora não sei onde está
escrito. Não durou muito essa fábrica de Biscoito Abaeté aqui e conseguimos
trazer no lugar dela, fazendo uma boa reforma nesse imóvel, porque faz frente
para a Dutra, aqui em Guarulhos, pusemos ali, o Poupatempo que está lá até
hoje. Sabe o que é Poupatempo, não é? Aonde se vai buscar os documentos, a
prazo curto. E assim, da mesma forma fizemos em outros municípios, até em
alguns fizemos mais obras do que aqui.
Eu estava dizendo hoje a um senhor que está aqui, eu vi, Mário
Agune, do 4º Cartório, que está lá. Eu falei: “Mário, já faz mais de 20 anos que
você fez a primeira escritura. Já faz uns dois anos que você não faz nada,
precisamos continuar, Mário. Se você achar que tem alguma empresa que queira
aumentar a produção e não tem dinheiro e que quer desmobilizar a sua
propriedade industrial, nós compramos e ela fica de locatária, desse dia pelo
prazo que quiser. Com esse dinheiro abre outra loja, outro depósito ou outra
fábrica”. É isso que nós temos feito. E por isso quis dizer, explicar, porque em
vários municípios e já se dimensionou alguns aqui hoje. Vários municípios nos
homenagearam com esse Título, sou Cidadão Carioca pelas obras realizadas no
Rio de Janeiro. Sou Cidadão de São Paulo e até esse Vereador lá, que está aqui
nos acompanhando, era na região dele o Shopping Interlagos, se entusiasmou e
agora estamos fazendo outro empreendimento comercial lá perto. Ele está
contente, porque é a região dele e recebemos também o Título de Cidadão
Paulistano. Em Ribeirão Preto não podiam me dar o Título de Cidadão Ribeirão
Pretano ou Ribeirão Pretense, porque nasci lá, e eles criaram o Cidadão Emérito
em Ribeirão Preto.
Eu quis explicar a história do por que hoje estou recebendo
este título e que já recebemos em várias cidades. Eu gostei de ter investido aqui.
Já disse ao Mário ainda hoje: “Precisamos investir mais, quinze é pouco. Quinze
empreendimentos, ainda é pouco”. A Cidade é importante e está crescendo
bastante. É a maior população do Estado de São Paulo tirando a capital,
precisamos investir mais aqui. Então, esta é a história para justificar a decisão
que vocês tiveram de me dar este Título. Explicando que não foi a única decisão,

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5ª SOL (07-05-14) Hugo Eneas Salomome

pelas mesmas razões outras cidades já fizeram. Eu me orgulho de ter feito,


pretendo continuar fazendo aqui e em outros locais.
Agradeço mais uma vez a homenagem, os elogios. Eu não
mereço tanto. Sou apenas, como disse no início, um operário empreendedor.
Muito obrigado a todos.
– Palmas.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Parabéns, Doutor Hugo
Enéas Salomone.
Diz-se, Doutor, que o diamante para brilhar tem que ter os
atritos e se hoje o senhor está brilhando é porque passou por todos esses atritos.
Valeu à pena. Fernando Pessoa diz: “Tudo vale à pena se a alma não é
pequena”. Parabéns.
Neste momento, nós queremos convidar...
O SR. HUGO ENÉAS SALOMONE – Ao ouvir essas palavras,
entendo porque é professor.
– Manifestações.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Quero convidar o meu
amigo, Vereador Doutor Laércio Sandes, por gentileza, para que faça uma singela
homenagem à filha Ana Estela Salomone. Por gentileza, venha aqui à frente, Ana.
– Sob palmas, o Vereador Laércio Sandes procede à entrega
de flores a senhora Ana Estela Salomone.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Quero convidar também,
neste momento, o meu amigo Antônio Carlos Simões para que faça homenagem
a Renata Salomone. Por gentileza, Renata.
– Sob palmas, o senhor Antônio Carlos Simões procede à
entrega de flores a senhora Renata Salomone.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Quero convidar, também,
o meu amigo Mário Agune, por gentileza, para fazer homenagem à Andréia
Salomone.
– Sob palmas, o senhor Mário Agune procede à entrega de
flores a senhora Andréia Salomone.
O SR. PRESIDENTE (Prof. Jesus) – Queremos fazer as
considerações finais e os agradecimentos. Queremos agradecer ao nosso
homenageado Doutor Hugo Enéas Salomone. Muitíssimo obrigado. À todos os
familiares, César, filhas e filhos, muitíssimo obrigado. E a todos as autoridades
presentes, ao meu amigo e Presidente Eduardo Soltur, a todos meus amigos
Vereadores e também ao Vereador de São Paulo, muitíssimo obrigado. À todos
os convidados especiais desta noite, à imprensa escrita e falada, aos Taquígrafos
do Legislativo, ao Serviço de Som, ao Setor de Transporte, à Comissão de
Cerimonial e ao nosso amigo Rafael Dias. Muitíssimo obrigado a todos os
convidados. Também, quero agradecer à minha assessoria e dizer a vocês que
Deus possa abençoar-lhes e lhes dar uma boa noite.
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Neste momento, dou por encerrada a presente Solenidade.


Muitíssimo obrigado.
– Encerra-se a Sessão Solene às 21h37min.

– PRESIDENTE –
Vereador Prof. Jesus

OBS: OS DISCURSOS AQUI TRANSCRITOS NÃO FORAM REVISTOS PELOS


ORADORES.

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