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Por uma descolonização da Imagem - O marfim africano na arte colonial do Oriente
Por uma descolonização da Imagem - O marfim africano na arte colonial do Oriente
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Ebook341 pages3 hours

Por uma descolonização da Imagem - O marfim africano na arte colonial do Oriente

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"Apresenta ao leitor um corpo fascinante sobre a produção artística na Índia e no Brasil, ambos conectados pelos interesses comerciais e perspectivas culturais entrelaçados pelo Império português, por sua vez permeado pela fé das crenças católicas romanas, que se fundiu com a dimensão econômica e artística dos artesãos hindus de Goa." (Edward A. Alpers – Department of History/ University of California)
LanguagePortuguês
PublishereManuscrito
Release dateApr 25, 2023
ISBN9786586723779
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    Por uma descolonização da Imagem - O marfim africano na arte colonial do Oriente - Jorge Lúzio

    Ficha1Ficha2

    A descolonização, sabemo-lo, é um processo histórico, isto é, não pode ser compreendida, não encontra a sua inteligibilidade, não se torna transparente para si mesma senão na exata medida em que se faz discernível o movimento historicizante que lhe dá forma e conteúdo.

    Frantz Fanon

    Os condenados da terra.

    Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1968. p. 26

    O papel do intelectual, de modo geral, é elucidar a disputa, desafiar e derrotar tanto o silêncio imposto quanto o silêncio conformado do poder invisível, todo lugar e momento em que seja possível. (...) É óbvio que Índia e Brasil são diferentes da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos; mas as grandes disparidades entre culturas e economias não deveriam obscurecer as similaridades muito mais surpreendentes que podem ser vistas em algumas das técnicas e, muitas vezes, no propósito da privação e da repressão que compelem as pessoas a seguirem submissas e cordatas. (...) O papel do intelectual é, antes de mais nada, o de apresentar leituras alternativas e perspectivas da história outras que aquelas oferecidas pelos representantes da memória oficial e da identidade nacional – que tendem a trabalhar em termos de falsas unidades, da manipulação de representações distorcidas ou demonizadas de populações indesejadas ou excluídas e da propagação de hinos heroicos cantados para varrer todos que estiverem em seu caminho. (...) Eu concluo com o pensamento de que o lar provisório do intelectual é o domínio de uma arte exigente, resistente, intransigente, dentro da qual não é possível, infelizmente, nem se esconder nem procurar soluções. Mas é apenas nesse precário mundo solitário que se pode verdadeiramente compreender a dificuldade daquilo que não pode ser compreendido e ir em frente e tentar assim mesmo.

    Edward W. Said

    O papel público de escritores e intelectuais.

    Cultura e Política. São Paulo: Boitempo, 2012, p. 35; 36; 39; 41.

    Para Isabel, Maria e Gentil. Sérgio, Ricardo e Davi.

    Em memória de Maria Inês Lopes Coutinho.

    Nota do Editor

    Este importante levantamento do Professor Jorge Lúzio nos transporta para um universo muito rico ao tratar da arte sobre o marfim, intensamente desenvolvida durante o período colonial. É um trabalho que exigiu extensa pesquisa histórica alcançando a África e a Ásia, além dos impactos ambientais sobre a fauna africana e o comércio de presas de elefantes. Ademais, a produção das obras pelos artesãos em oficinas da Índia portuguesa.

    O que nos traz a esta realidade é em especial o fato de que as esculturas em marfim em seus temas sacros eram muito valorizadas no comércio marítimo do Império Português, em suas rotas de circulação, desde o Oceano Índico até as águas do Atlântico, e que se fizeram aportar no Brasil colônia.     

    A obra Por uma Descolonização da Imagem. O marfim africano na arte colonial do Oriente, além de nos envolver em uma pesquisa histórica sui generis, trata sobre novas abordagens de como os estudos da colonização portuguesa nos afetam. No campo teórico traz também à tona discussões instigantes, como a descolonização e a decolonialidade, sob o ponto de vista do estudo da imagem.

    José Carlos Marçal de Barros

    Diretor Executivo do Museu dae Arte Sacra de São Paulo

    Vasco da Gama perante o Samorim de Calecute (1898)

    Autor: Veloso Salgado

    Acervo: Sociedade de Geografia de Lisboa

    SUMÁRIO

    Nota de Abertura

    Agradecimentos

    Prólogo

    Prefácio / Foreword

    Apresentação

    I - Introdução - Por uma descolonização da imagem

    II - A circulação do marfim do Índico ao Atlântico: entre Moçambique e Goa, Angola e Brasil

    III - Metodologias de análise iconográfica na arte colonial em marfim

    Parte I - A circulação do marfim no Império Asiático Português

    CAPÍTULO I - O Império Português e o percurso do marfim: a África no caminho para as Índias

    CAPÍTULO II - Na Índia Portuguesa: Goa e os artesãos do marfim

    CAPÍTULO III - A circulação das esculturas de marfim no espaço colonial Brasileiro

    CAPÍTULO IV - The Orient in the New World: The Carreira da Índia and the flows between Asia and Portuguese America

    Parte II - Cultura material em marfim: imagéticas e representações

    CAPÍTULO V - O marfim na economia colonial portuguesa do Índico no século XVII: interações comerciais e práticas artísticas

    CAPÍTULO VI - A sacralização do feminino nas imagens marianas de marfim - O culto à Maria entre aspectos históricos e correlações de mitos e deusas

    CAPÍTULO VII - Influências e correlações da circulação de marfim na arte colonial brasileira: o Bom Pastor da Fundação Ema Klabin

    CAPÍTULO VIII - A coleção de marfins do Museu de Arte Sacra de São Paulo

    Parte III - Histórias iconografadas

    REPERTÓRIO ICONOGRÁFICO

    Posfácio

    Referências Bibliográficas

    Nota de Abertura

    A escrita de Jorge Lúzio nos faz acompanhar o movimento, o fluxo dos mares do Oriente, com atenção aos caminhos da circulação do marfim, entre o Índico e o Atltântico.

    Conhecida é a atração pelas especiarias, que moveu navegadores europeus em direção aos mares da Ásia, porém, o comércio de presas de elefantes africanos – os marfins – era igualmente tão apreciado quanto os metais preciosos ou o tráfico de pessoas escravizadas no contexto do Índico.

    Em sua pesquisa sobre as esculturas de marfim elaboradas no contexto do império asiático português, o autor se esquiva de classificá-las como arte luso-oriental ou indo-portuguesa, por entendê-las como resultado de múltiplas confluências e recusar perspectivas eurocêntricas (ou orientalistas). O autor busca, portanto, descolonizar a análise dos marfins afro-asiáticos.

    Por meio de uma abordagem inovadora, procura dar voz a sujeitos fundamentais escondidos nas cadeias da circulação do marfim, isto é, desde a caça de elefantes na África, o comércio do marfim nas redes mercantis do Índico, sua produção por artesãos em oficinas na Índia, seu transporte pelo Atlântico até chegar ao Brasil colonial.

    O livro observa esculturas de marfim que compõem o acervo de museus brasileiros, com Cristos Crucificados, imagens de Nossa Senhora, representações de santos e santas e, sobretudo, complexas esculturas do Menino Jesus Bom Pastor. Por meio de uma chave interpretativa decolonial – desafiadora e necessária – desvela os percursos, usos e ressignificações do marfim, sem descurar da violência a que animais eram submetidos para atender as demandas mercantis, e sem deixar de captar as transformações do item nas mãos de artesãos indianos que buscaram corporificar o sublime e o sagrado, em esculturas posteriormente transportadas e que foram incorporadas em altares domésticos do Brasil.

    Assim, a pesquisa de Jorge Lúzio nos permite margear dois continentes, África e Ásia, além de conectá-los ao Atlântico. Ao percorrer os caminhos do marfim, o leitor é incitado a refletir sobre os vínculos históricos entre mundos aparentemente tão distantes, como a Índia e o Brasil, tendo o continente africano como ligação entre eles.

    Patrícia Souza de Faria

    Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

    Agradecimentos

    Quando o tema das esculturas votivas em marfim se revelou aos meus olhos numa visita ao Museu de Arte Sacra da UFBA, em 2008, eu realmente, instigado e surpreendido com o fascínio das memórias e dos signos contidos naqueles objetos, observei fenômenos artísticos e conjunturas históricas que me lançaram à percepção de um objeto de pesquisa complexo, exigente a apaixonante. Naquele momento eu contei diretamente com o apoio e as orientações dos meus professores de graduação vinculados ao tema, Éber Lima, Fábio Franzini, José Lúcio Menezes, Elaine Lourenço, Geraldo Alves, Kátia Kenez e Savério Lavorato, que me prepararam para abraçar a proposta inicial desta pesquisa. Já na PUC-SP, em 2010, acolhido por Vera Lúcia Vieira, Maria Izilda Matos e Fernando Torres Londoño, que viria a se tornar o meu tão presente, dedicado e rigoroso orientador, o então projeto de pesquisa concretizava-se como um trabalho de mestrado em andamento. Ao mesmo tempo, Dilip Luondo, Maria de Deus Manso, e o encontro definitivo com Patrícia Souza de Faria, me encorajaram a descortinar os véus de inúmeras perguntas, questões e hipóteses sobre a circulação destas esculturas, suas iconografias, sua cadeia de produção e sobretudo, o que mais me angustiava, o apagamento dos sujeitos históricos em África no subjugo do continente africano nestes processos, e a invisibilidade dos artífices indianos, exímios artesãos dos cânones artísticos da Índia, subalternizados e ausentes na documentação colonial. Mais ainda, a grave falta de um debate sobre o extermínio de elefantes africanos, ao longo do período colonial, nas teias de um projeto eminentemente mercantil. Nas prazerosas conversas com Lúcia Fabrini de Almeida, com Marcos Horácio Gomes Dias, com Vanessa Bortolucci e Kátia Curtis, entre as convergências da História Social da Arte, dos Estudos Indianos, do Barroco e do Império português, dos estudos em Cultura e Imagem, e nas inovações do trabalho historiográfico, demonstrava-se que estava posto um campo de pesquisa tão vasto quanto desafiador. Ainda assim, optei por avançar, considerando os limites do objeto de investigação que estava por se construir, em todas as suas possíveis interlocuções.

    Para além da PUC-SP, foi na FFLCH-USP, através das parcerias de Helder Garmes e Mônica Simas, por meio da criação do LIA – Laboratório de Interlocuções com a Ásia, que me lancei ao mundo lusófono asiático, em busca de observar o denominado Oriente Português, estudando sobre Goa, na Índia portuguesa, o local de origem de algumas das muitas questões que eu naquele momento levantava. Adiante, no exame de qualificação do Mestrado, verifiquei, a partir das contribuições determinantes de Maria Antonieta Antonacci e de Íris Kantor, que no cenário da pesquisa a centralidade da discussão passava fundamentalmente pela História da África, do Índico, do Estado da Índia e de suas redes de comércio. O trabalho já se mostrava então um percurso de intermináveis análises, leituras e discussões que me permitiram prosseguir, porque para além da minha completa entrega à pesquisa, o que é da práxis de todo acadêmico e cientista, estava a prática metodológica do historiador no uso das fontes, o referencial teórico e, especialmente, uma rede de especialistas e de pesquisadores experientes que, por contatos, conversas ou leituras, agregaram enormemente às minhas investigações e descobertas. Foi a partir deste momento que vieram muitos outros importantes contributos pelo apoio de Célia Tavares, de Márcia Amantino, Afonso Medeiros, Rosana de Freitas, Cibelle Aldrovandi, Lynn Mario de Souza, além da convivência e dos aprendizados com Myriam Ribeiro e Marcos Hill. Com cada um destes professores e destas professoras, indiscutivelmente fundamentais nesta trajetória, foi possível construir os alicerces de um estudo, do qual me tornei servo incansável. Como sou grato a cada um e cada uma destes parceiros, já tornados amigos e amigas, entre trocas e compartilhamentos. Eu não teria realizado toda esta tarefa, se houvesse a falta de um nome sequer destes meus referenciais de trabalho, durante o percurso acadêmico, e tantos outros, não menos importantes, mas igualmente reconhecidos e presentes. Ademais, a todos os meus mestres e mestras que me acompanharam ao longo da graduação, do lato sensu e do strictu sensu, expresso os meus muitos e contínuos obrigados, que não traduzem o quanto me sinto grato e agraciado.

    Contudo, há um outro núcleo de apoio, no suporte técnico, sem o qual nada do que foi mencionado anteriormente seria viável ou possível. Me refiro ao Sr. José Carlos Marçal de Barros, Luiz Henrique Marcon, Beatriz Vicente Azevedo, Fátima Paulino, Ary Casagrande, Egidio Toda, Victor Guimarâes além de todo o corpo técnico do Museu de Arte Sacra de São Paulo MAS-SP – cujas portas abertas por Beatriz Cruz, com todo o seu afeto e num total comprometimento com a pesquisa de acervo no museu nas visitas técnicas – foi decisivo para o meu contato com as esculturas e objetos de marfim, até então, pouco explorados no âmbito da prática científica no Brasil e, no meu caso, possíveis de serem acessados apenas por bibliografia. Anos depois, após a concretização da pesquisa e a defesa pública da dissertação de Mestrado, o convite para um projeto expositivo no próprio museu, realizado em 2018, intitulado Sagrado Marfim – o avesso do avesso, cuja curadoria eu pude compartilhar com Maria Inês Lopes Coutinho (in memoriam), tornou possível a partilha desta experiência com o público do Museu, numa exposição que contou com esculturas do MAS-SP, além de obras da Fundação Ema Klabin e da Coleção Ivani Jorge Yunes, por sua vez resguardadas sob a direção de Beatriz Yunes, Renato Araújo e Equipe CIJY, que reúne um dos mais completos acervos de marfins no Brasil. À Sra. Ivani Yunes expresso o meu reconhecimento pelo apoio ao nosso trabalho e ao incentivo à pesquisa e às análises das suas raríssimas obras, no campo do patrimônio, da cultura material e das artes visuais, e à Flavia Galli Tatsch, companheira nesta experiência com o acervo CIJY. Deste período também os diálogos constantes com Isabela Marques de Souza, no Museu de Arte Sacra da UFBA, e com o Sr. Francisco Portugal, então diretor, na cessão de todo o suporte de documentação e acervo, foram fundamentais no aprofundamento destes estudos. Sua coleção, entre as mais importantes na arte colonial brasileira, se encaminha para, quiçá, um futuro trabalho, a exigir o mesmo fôlego, numa história que aguarda por ser escrita. Igualmente agradeço à Claudia Guanais, Elis Mota e toda a equipe do Arte Sacra da UFBA pelos diálogos construídos.

    Gostaria de agradecer ao Projeto Marfins Africanos no Mundo Atlântico, uma parceria do CEA-UFMG e a FCT-Universidade de Lisboa, em que pude levar uma modesta contribuição entre 2017 e 2018, com a coordenação de Vanicléia Silva Santos e José da Silva Horta, numa rede internacional de dezenas de pesquisadores, entre os quais Mariza Soares, Carlos Almeida – a quem devo os mais sinceros agradecimentos pela amizade e pelas sugestões nas leituras dos meus escritos, no que se refere à introdução deste livro. Agradeço também pelas conversas com o querido Luís Frederico Antunes, Peter Marc, Frederic Lamp, e aos amigos Eduardo França Paiva, René Lommez Gomes, Renata Diório, Rogéria Alves, Yaci-Ara Froner, Isis Molinari, Thaís Venuto, Felipe Malacco, entre tantos outros, que me possibilitaram estabelecer diálogos importantes, no amadurecimento das pesquisas. Incluo aqui também as tão agradáveis conversas e discussões em Portugal com os professores Manoel Lobato, referência para os meus estudos, Teotônio de Souza (in memoriam), Shiv Kumar Singh, Pedro Pombo e Anil Samarth, e com as professoras Cristina Osswald, Rosa Maria Perez, Maria Adelina Amorim, Maria Leonor Garcia, Claudia Pereira e Mónica Esteves Reis, sobre as contextualizações de Cultura e Sociedade no Império português em Goa. De volta ao Brasil agradecimentos especiais aos amigos, amigas, colegas, colaboradores e ex-alunos/as do Centro Universitário Assunção UNIFAI PUC-SP, onde me iniciei como professor no Ensino Superior, chão pelo qual esta pesquisa também trafegou nos sete anos em que lá estive, num tempo em que também fui muito feliz; sou profundamente grato a todos/as. Da mesma forma à EFLCH, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP / Guarulhos através da minha supervisora de pós-doutorado nos estudos interdisciplinares de Ásia e África, Dra. Samira Adel Osman, e dos colegas pesquisadores do Laboratório de Estudos Orientais e Asiáticos – LEOA, assim como o apoio permanente nos estudos afro-asiáticos das professoras Patrícia Teixeira Santos, Marta Jardim, Carolin Overhoff e dos amigos/as parceiros/as da área do Ensino de História, Elaine Lourenço, Antônio Simplício Neto e João do Prado de Carvalho e todos/as os/as companheiros/as do nosso GT de Ensino, no qual os diálogos, sempre tão fecundos, me permitem muito aprender enquanto me instigam a novos desafios. Finalmente agradeço aos meus colegas professores e professoras do Curso de História do Instituto de Humanidades e Letras – IHLM, na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira UNILAB – Campus dos Malês, e sobretudo aos nossos estudantes, por me permitirem, em nosso trabalho de docência e de pesquisa, crescer, amadurecer e compartilhar de aprendizagens contínuas.

    Imprescindível registrar que a dedicação genuína, o rigor técnico e todos os cuidados que prescindem a produção do livro que hoje dispomos, estiveram a cargo do talento e do impecável cuidado de Marcos Vieira de Queiroz, um dileto amigo de presença constante na revisão dos meus textos, e na sensibilidade e indiscutível competência de Henrico Cobianchi e de Gustavo Ferreira, respectivamente editores desta obra, profissionais do mais alto nível técnico na experiência editorial. Um agradecimento especial à CAPES e ao CNPq, que viabilizaram o financiamento da pesquisa ao longo do mestrado. Sem o fomento à pesquisa, inviabiliza-se o desenvolvimento de uma sociedade, de um país. Educação, Cultura, Ciência e Políticas Públicas de Ensino são garantias da Constituição Brasileira, direito dos/as cidadãos e cidadãs, e exigem proteção, promoção e defesa das instituições e de seus profissionais, dos trabalhadores e das trabalhadoras da formação escolar e acadêmica na produção de conhecimento; este trabalho é, portanto, um manifesto em defesa da universidade pública, pelo futuro dos seus estudantes em seus projetos e empreendimentos, como potenciais educadores, cientistas, pesquisadores/as. Por isso estendo os meus votos de gratidão aos meus companheiros e companheiras de ofício. Sou imensamente grato à honrosa contribuição de Patrícia Souza de Faria, Edward Alpers e Fernando Torres Londoño, meu ad eternum orientador, em seus respectivos textos de abertura, prefácio e apresentação desta obra e em todos os nossos instantes de partilhas.

    Enfim, aos meus pais, meus irmãos e a toda a minha família, na qual acrescento os amigos e amigas, tão indispensavelmente caros na minha existência, que suportaram – e ainda suportam – as minhas ausências e renúncias, no afeto solidário, para os momentos de trabalho solitário. Sem a amorosidade da minha família, em sua compreensão generosa, de um apoio permanente e incondicional, esta trajetória não seria possível. Me curvo diante de cada um de vocês e agradeço, profundamente.

    Jorge Lúzio

    São Paulo, abril de 2023

    Prólogo

    A concepção deste livro emerge de releituras de oito artigos publicados em meios diversos, selecionados da produção bibliográfica do autor, aqui reunidos pelas possibilidades de novas abordagens. Além de discutir algumas das temáticas presentes nas pesquisas sobre os marfins, os textos suscitam para avanços destes estudos, como o mapeamento de acervos, o colecionismo e a investigação nos inventários, nos centros de documentação e nos arquivos coloniais, em diálogos com a perspectiva decolonial. Das práticas metodológicas ao âmbito educativo, busca também uma aproximação com o Ensino de História da África, História da Ásia e História Ambiental através das intersecções da História e da Arte-Educação, despertando para os potenciais de interação entre Escola, Museologia e núcleos de pesquisa.

    Como eixo central, optou-se pelo tema da Imagem, à luz da decolonialidade. Observam-se os impactos da economia colonial do Império português nos séculos XVII e XVIII sobre o comércio de presas, e no crescimento deste mercado

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