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CAPACITAÇÃO DE

AGENTES CULTURAIS
ESTRATÉGIAS DE CULTURA E ARTE PARA O FUTURO

AT U I TA
GR ÃO
I C AÇ
PUBL
E S SA SER
PODE
N ÃO Z A DA
M E R CIALI
CO

4 MÓDULO 2

LEIS DE
INCENTIVO
50
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste

1
APRESENTAÇÃO
Olá, cursistas. esferas governamentais (estaduais e munici- Por fim, demonstraremos como cada
pais) a criarem seus próprios mecanismos. agente cultural, seja como pessoa física

N
este fascículo, compartilhare- É verdade que para fazer uso desses (gestor, produtor e artista, por exemplo) ou
mos com vocês o funciona- mecanismos vocês deverão saber trabalhar como pessoa jurídica (como associações
mento da lógica do mecanismo com burocracia, não podemos negar. E ela e empresas produtoras), precisa conhecer
fiscal de incentivo às diversas existe para que o Estado (representado pe- minimamente esses mecanismos para am-
áreas culturais, como música, teatro, los Ministérios, Secretarias e outras entida- pliar as possibilidades de financiamento
dança e artes visuais (a denominada “Lei des da administração pública) possa fazer e, consequentemente, viabilizar seus pro-
Rouanet”) e dos outros cinco mecanis- o “cara-crachá” dos projetos aprovados e jetos artístico-culturais.
mos exclusivos ao audiovisual previstos executados com os recursos incentivados, Esse conhecimento adquirido é auto-
na chamada “Lei do Audiovisual” e na cuja natureza é pública. maticamente reconhecido pelo mercado
Medida Provisória nº 2228/2001, todas Uma vez diante de um projeto incentiva- quando vocês saem para captar recur-
federais, ou seja, aplicáveis para todo o do pelos mecanismos fiscais, vocês serão sos e, ao ser perguntado pelo potencial
território nacional. considerados, para fins do manejo dos recur- financiador se seu projeto é incentivado,
Navegaremos junto de uma forma (espe- sos financeiros, agentes públicos indiretos. vocês respondem que sim (ou que ainda
ramos) leve e de fácil acesso. Nada daquele E o que isso significa? Significa que não, mas pode ser!). Sem dúvida vocês
“juridiquês” rebuscado e de difícil compre- vocês deverão seguir regras (rígidas) ganharão um ponto a mais se puder ain-
ensão. Pretendemos mostrar que, uma vez quando da captação e uso desses recur- da desenrolar uma conversa com ele so-
compreendida a lógica de funcionamento, sos, pois eles deixaram de entrar para os bre esse assunto.
muito provavelmente vocês conseguirão en- cofres públicos e foram redirecionados Esperamos poder contribuir com seus
tender os demais mecanismos, uma vez que para o seu projeto cultural para que pos- planos de médio e longo prazo e, conse-
a Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rou- sa cumprir apenas o que vocês se com- quentemente, para a promoção da cultu-
anet, é a “mãe de todas”, e inspirou as demais prometeram: o objetivo de seu projeto! ra brasileira! Vamos juntos nessa?
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LEIS DE INCENTIVO

2 QUEM É QUEM
O
Estado no âmbito federal (país) atua na área da cultu- Federal, por onde o seu projeto passará e/ou será analisado. O
ra por meio (hoje) do Ministério do Turismo, mais es- caminho do projeto é longo e, a depender da área cultural (literatu-
pecificamente pela Secretaria Especial da Cultura/ ra, teatro, música, audiovisual...), será encaminhado para uma ou
Secult. Esta Secretaria, por sua vez, atua por meio de mais entidades destas.
órgãos específicos. A seguir, apenas os que interessam ao nosso Por exemplo: um projeto de apresentações musicais deverá ser
tema de estudo: apresentado e aprovado pela Secult, sendo que a Funarte fará a aná-
• Secretaria Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura/Sefic. lise técnica do projeto, indicando a sua aprovação ou não ao secre-
tário. O mesmo acontecerá com um projeto de teatro, circo e artes
É a secretaria mais relevante neste fascículo, pois é responsável por
plásticas. Já um projeto de restauro, por exemplo, de um antigo ca-
desenvolver, propor e executar “mecanismos de fomento e incentivo
sarão do século XVIII (portanto, um patrimônio histórico), deverá ser
para programas e projetos culturais, bem como executar instrumen-
analisado pelo Iphan, que é quem entende do assunto para então
tos que envolvam transferência de recursos no âmbito de sua área de
recomendar ou não a aprovação ao secretário. Essa lógica é a mes-
atuação. A Sefic planeja, coordena e supervisiona a operacionalização
ma para projetos audiovisuais, que contam com a Ancine e a SAV.
do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), na aprovação,
O que queremos dizer é que quando o assunto é cultura, cada
monitoramento e prestação de contas de projetos culturais, e também
área tem um caminho específico para percorrer até ser aprovado e,
do Vale-Cultura, criado pelo Programa de Cultura do Trabalhador” (Se-
obviamente, ter suas contas prestadas, afinal, a todo momento que
cretaria Especial da Cultura, 2020).
estamos falando de incentivo fiscal, estamos falando de manejo/
• Secretaria Nacional do Audiovisual/SAV uso de recursos públicos. Nunca se esqueçam disso.
Criada em 1992, essa secretaria cuida da “formação, produção in- A seguir, o caminho que esperamos que vocês cruzem com
clusiva, regionalização, difusão não-comercial, democratização do sucesso por diversas vezes depois desse curso:
acesso e preservação dos conteúdos audiovisuais brasileiros, respei-
tadas as diretrizes da política nacional do cinema e do audiovisual e
do Plano Nacional de Cultura. É responsável por diversos editais de Propositura do
Exame de
fomento à produção audiovisual brasileira” (Secretaria Especial da projeto (abertura Análise
admissibilidade e
Cultura, 2020). Sob seu chapéu estão o Centro Técnico Audiovisual do processo técnica
enquadramento
(CTAv) e a Cinemateca Brasileira. administrativo)

Também integra a estrutura do Ministério do Turismo sete enti-


dades vinculadas ao setor cultural, sendo três autarquias e quatro Abertura das contas Publicação no Parecer de
fundações: (1) Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional bancárias específicas Diário Oficial aprovação parcial ou
(Iphan), (2) Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), (3) Agência Nacio- do projeto da União (DOU) total ou reprovação
nal do Cinema (Ancine), (4) Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB),
(5) Fundação Cultural Palmares (FCP), (6) Fundação Nacional de Ar-
tes (Funarte) e (7) Fundação Biblioteca Nacional (FBN). Gestão dos recursos
Captação de Prestação de
Especificamente ao que se refere ao audiovisual, a Ancine é uma incentivados
recursos junto a contas ao órgão
(execução do
autarquia especial, “que tem como atribuições o fomento, a regula- incentivadores de controle
projeto)
ção e a fiscalização do mercado do cinema e do audiovisual no Brasil.
É administrada por uma diretoria colegiada aprovada pelo Senado e
composta por um diretor-presidente e três diretores, todos com man-
datos fixos, aos quais se subordinam três Secretarias (Executiva, de PARA CURIOSOS
Gestão Interna e de Políticas de Financiamento), além de cinco Su- Na Biblioteca Virtual do AVA vocês encontrarão
perintendências (Análise de Mercado, Desenvolvimento Econômico, diversos links para acesso a essas entidades e
outras mais de seu interesse. Façam um pequeno
Fiscalização, Fomento; e Registro)” (Ancine, 2020). turismo por essas páginas e se deem um tempo
Entender toda essa estrutura é importante, pois indica, caso vo- para conhecê-las e descobrir no que elas podem
cês solicitem apoio financeiro por meio da Lei de Incentivo Fiscal ser úteis para vocês e aos seus projetos.
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ONDE ESTÁ
O DINHEIRO?
P
ara financiar um projeto cultural dominá-la será um diferencial naquele mo-
precisa ter disposição e criativi- mento em que vocês, profissionais, se sen-
dade. Além da velha e conhecida tarem numa mesa de negociação com um
forma de “passar o chapéu” para potencial financiador/apoiador e precisar
amigos, familiares e público, existem tam- manter as expectativas alinhadas (e sabe-
bém políticas públicas que podem (e de- mos que na hora da venda/compra, muitas
vem!) ser acessadas. E o incentivo fiscal é promessas são feitas).
apenas uma delas. Tomemos como exemplo a seguinte si-
Pensando primeiramente na fonte tuação: vocês estão indo atrás de “patro-
de recursos, podemos ter um edital de cínio” e um possível financiador do seu
patrocínio da Petrobrás ou do Instituto projeto diz que quer “investir” em marke-
Avon, por exemplo. Assim como um em- ting cultural. Conversa vai, conversa vem e
préstimo junto ao BNDES ou ao Nubank. vocês chegam a um denominador comum:
Por isso, estamos aqui estamos falando ele aportará uma quantia em seu projeto
de origem do recurso (dinheiro), que e em contrapartida (retorno/recompensa)
pode vir do setor público ou privado. ele espera ficar com uma porcentagem da
Agora, quando pensamos na modali- sua bilheteria. Percebam, estamos lidan-
dade de aporte desses recursos, estamos do com o quê aqui: patrocínio ou investi-
diante da forma como ele é aplicado no mento? No sentido comum, ele está patro-
seu projeto. Nos exemplos anteriores, o cinando seu projeto, mas, tecnicamente,
patrocínio da Petrobrás ou do Instituto está investindo, já que as receitas serão
Avon, assim como o empréstimo do BN- divididas entre vocês.
DES e/ou do Nubank. Fica claro que existem muitas formas
Vocês já devem estar se coçando para possíveis de vender seu projeto e de
dominar essa linguagem, não é? Ótimo, pois captar recursos, sejam eles financeiros,
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LEIS DE INCENTIVO

humanos ou materiais (e é importante mesma proporção. Exemplo: João e Maria


que vocês as conheçam), dentro do setor são coprodutores em 50% cada, de modo
privado ou público, nacional ou interna- que cada um deles investe metade dos va- Uma dica para se
cional. Vejamos a seguir: lores necessários para a produção e, conse- chegar ao perfil
quentemente, cada um é titular de metade desse potencial
• Patrocínio: um aporte em contrapartida dos direitos que vierem a partir da comercia- patrocinador é, por
à visibilidade de marca (do patrocinador); exemplo, conhecer
lização do projeto (bilheteria, por exemplo).
quais empresas
• Doação: um aporte em contrapartida • Investimento: um aporte em contrapar- fazem uso das
a... nada! Sim, existe essa possibilida- tida à possibilidade de retorno financeiro. leis de incentivo
de, mas é de bom tom inserir o nome Isso indica que não há garantia de devo- fiscal à cultura e/
dos doadores nos agradecimentos/cré- lução dos valores aportados, diferente do PARA REFLETIR ou audiovisual
ditos, mesmo que não haja essa expec- Quando vocês no próprio site da
empréstimo, no qual existe a obrigação de inscreverem seu Secult e da Ancine.
tativa nem obrigação; devolução, como já dissemos. Em regra, projeto via Mecenato, Procurem descobrir
• Empréstimo: um aporte em contrapartida projetos comerciais tendem a chamar podem ir planejando também que projetos
à obrigação de devolução com juros e cor- mais a atenção dos investidores dado o seu a sua captação ela apoia ou já apoiou.
reção monetária, a depender do negociado; potencial (possibilidade) de retorno. de recursos. Um bom indicativo
Os iniciantes, também é conhecer
• Coprodução: um aporte em contrapartida O mais interessante disso tudo é que muitas vezes se a missão e os valores
à participação patrimonial no projeto, ou existem mecanismos de incentivo fiscal à preocupam tanto em dessas empresas,
seja, esse parceiro se torna um “sócio” do cultura para basicamente todas essas mo- ser aprovados, que pois, lembrem-se, seu
seu projeto. Esse conceito ficará mais claro dalidades de aporte. Isso significa dizer esquecem de elaborar projeto deve agregar
quando estudarem direitos autorais, mas, que é possível que seu projeto ofereça aos um plano real de à marca delas. Todas
captação, no qual essas informações
em suma, para fins de entendimento deste potenciais financiadores as contrapartidas
prevejam as empresas vocês podem
fascículo, trata-se de dividir o ônus (obriga- de cada modalidade (retorno de marca, que poderiam ter conseguir facilmente
ções) e o bônus (vantagens, reconhecimen- receitas, participação patrimonial etc.), interesse em patrocinar na leitura do site
to, benefícios) do projeto, normalmente, na além dos benefícios fiscais. o projeto aprovado. dessa empresa.
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INCENTIVO
FISCAL: CONCEITO PARA CURIOSOS
Não deixe de fazer uma visita

O
à página da Lei de Incentivo
s incentivos fiscais são soluções e emprego e desenvolvimento econômico. à Cultura da Secretaria
criadas pelos governos para E umas das formas de apoio aos agentes cul- Especial da Cultura.
estimular a determinados se- turais é o incentivo fiscal (assim como sub- Nela, vocês conhecerão
tores da economia de interesse venções, fundos de risco, microcréditos etc.). a Comissão Nacional de
estratégico. Sempre que há necessidade de A lógica por trás das leis de incentivo é Incentivo à Cultura (CNIC),
investimento maciço em determinado setor, basicamente a mesma: o Estado renuncia o Sistema de Acesso às
Lei de Incentivo à Cultura
cria-se um estímulo tributário para que re- (ou seja, “abre mão”) ao direito de arrecadar
(Salic), terão acesso a vídeos
cursos sejam canalizados para o segmento (“receber”) determinados valores, permitin- e tutoriais, encontrarão os
específico. Com a cultura não foi diferente. do que esses valores sejam “transferidos” principais conceitos, leis,
As leis de incentivo fiscal vieram para em prol de projetos que tenham sido pre- instruções normativas,
tornar possível a parceria entre o artista/ viamente aprovados por um órgão que o manuais, entre outros
represente, isto é, que verifique se o projeto conteúdos importantes para
produtor cultural, o patrocinador e o Estado
vocês que desejam se iniciar
(governo federal, estadual, municipal) na re- atende aos interesses, conveniências e opor- profissionalmente no ramo
alização de um projeto cultural: “o primeiro tunidades públicos. Por outro lado, concede de projetos e ações culturais.
contribui com o trabalho criativo, o segun- ao incentivador o direito de escolher em É bem possível (e
do com os meios para sua concretização, qual projeto dedicar parte daquele tribu- importante!) que visitar
e o terceiro com o estímulo – na forma de to que deveria ser pago ao Estado. essa página se torne
incentivo fiscal – para que a sociedade par- Entendida essa lógica, , o que vai mu- uma rotina. Quer ver?
ticipe do projeto” (MALAGODI, 2004). A partir dar são os detalhes, como o tributo, as
de então, a sociedade adquire consciência porcentagens, a modalidade de aporte
de sua importância e passa a contribuir vo- e o contribuinte tributário (quem deve
luntariamente, o que dificilmente acontece pagar o tributo). De qualquer forma, o
sem o estímulo fiscal dado pelo Estado. funcionamento será sempre o mesmo:
A cultura pertence ao grupo de setores ao invés daquele dinheiro que seria
que carecem de estímulo governamental pago na forma de tributo ser recolhido
para conseguir seu impulso inicial, uma vez aos cofres públicos, ele será realocado, ACESSE:
presente a dimensão econômica da cultura, ou seja, destinado a um projeto incen- leideincentivoacultura.
que é tida como fator de geração de riqueza tivado. Simples, não é? cultura.gov.br/
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MECANISMOS FEDERAIS DE
INCENTIVO FISCAL À CULTURA
E AO AUDIOVISUAL
Os mecanismos são oito, divididos em três normativos: podem buscar apoio junto a pessoas físicas pagadoras de Im-
posto de Renda (IR) e empresas tributadas com base no lucro
real, que por sua vez terão benefícios fiscais sobre o total ou
LEI DO MEDIDA
LEI ROUANET parte do valor por elas direcionado, seja mediante doação ou
AUDIOVISUAL PROVISÓRIA
(LEI Nº 8.313/91)
(LEI Nº 8.685/93) Nº 2228-1/01 patrocínio, desde que os projetos culturais tenham sido apro-
vados pela Secretaria Especial da Cultura.
• Art. 18: • Art. 1º: • Art. 39-X: As pessoas físicas poderão dedicar 6% do IR devido por elas
patrocínio e investimento coprodução (cuja alíquota vai depender da faixa de renda), ao passo que as
doação
• Art. 1ºA: • Funcines: pessoas jurídicas podem dedicar até 4%.
• Art. 26: patrocínio e doação investimento Os repasses através de incentivo fiscal variam de acordo com
patrocínio e
• Art. 3º: as porcentagens concedidas pelos artigos 18 e 26. A existência
doação de dois mecanismos não é à toa: as áreas culturais previstas no
coprodução
• Art. 3ºA: artigo 26 são consideradas de maior interesse do público e,
coprodução consequentemente, dos patrocinadores:

Artigo 26

D
ado que a Lei Rouanet é a “mãe de todas as leis”,
• Teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres;
uma vez que foi a primeira das três a ser promul-
gada (o que se deu em 23 de dezembro de 1991), o • Produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica
entendimento do seu mecanismo de incentivo fiscal e congêneres;
(conhecido popularmente de “Mecenato”) se faz essencial para • Literatura, inclusive obras de referência;
o entendimento das demais.
• Música;
• Artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outra
5.1. Lei Rouanet (Mecenato)
s congêneres;
O mecenato é o nome dado ao mecanismo de financiamen-
to à cultura por meio do incentivo fiscal instituído pela Lei Fe- • Folclore e artesanato;
deral de Incentivo à Cultura, a “Lei Rouanet”, e regulamentado • Patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueoló-
pelo Decreto nº 5.761/06. Por meio dele, produtores culturais gico, bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos;
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• Humanidades; e blicas, museus, arquivos públicos e cine- contempladas pelos artigos 18 e 26 da Lei nº
• Rádio e televisão, educativas e culturais, de matecas, bem como treinamento de pes- 8.313/91, será enquadrado em apenas um
caráter não-comercial.” soal e aquisição de equipamentos para a dos dispositivos, de acordo com o produto
manutenção desses acervos;  principal do projeto, nos termos do Anexo IV.”
Para compensar essa demanda, se en- (Art. 7º). O tal Anexo IV, por sua vez, diz que
• Produção de obras cinematográficas e
tendeu que deveria existir um mecanismo “Os incentivadores de projetos que se en-
videofonográficas de curta e média me-
que atendesse exclusivamente as áreas quadrem na listagem deste anexo farão jus
tragem e preservação e difusão do acervo
menos fomentadas pelo próprio merca- ao benefício de que trata o § 1º do art. 18 da
audiovisual; e 
do, resultando no artigo 18: Lei nº 8.313, de 1991. Para os demais projetos,
• Preservação do patrimônio cultural mate-
rial e imaterial. enquadrados no art. 25. Da lei, os incentiva-
Artigo 18 dores farão jus ao benefício do art. 26”.
• Construção e manutenção de salas de cine- Sabendo dessas informações, o propo-
• Artes cênicas; 
ma e teatro, que poderão funcionar também nente tem essas áreas culturais como norte
• Livros de valor artístico, literário ou como centros culturais comunitários, em Mu-
humanístico; sobre quais projetos pode apresentar e
nicípios com menos de cem mil habitantes qual a porcentagem permitida de abati-
• Música erudita ou instrumental;  Segundo a Instrução Normativa nº mento fiscal do seu patrocinador/doador.
• Exposições de artes visuais;  2/2019 do Ministério da Cidadania, “O pro- Caso o projeto seja enquadrado no Arti-
• Doações de acervos para bibliotecas pú- jeto que simultaneamente contenha ações go 26, o contribuinte tributário poderá de-
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LEIS DE INCENTIVO

duzir do IR devido os valores efetivamente contribuídos em favor


do seu projeto de acordo com os seguintes percentuais:
Doação: 80% do valor
Pode deduzir aportado é abatido
Incentivador
até 6% do IR
Pessoa Física
devido Patrocínio: 60% do
valor aportado é abatido

Art. 26
Doação: 40% do valor
aportado é abatido

Pode deduzir Patrocínio: 30% do valor


Incentivador
até 4% do IR aportado é abatido
Pessoa Jurídica
devido

Lançamento como
despesa operacional

Percebe-se que o mecanismo de abatimento do artigo 26 é


parcial, que varia de 30% para patrocínio e 40% para doação do
valor aportado, limitado a 4% (quatro por cento) do IR devido
por pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real e 60%
(sessenta por cento) para patrocínio e 80% (oitenta por cento)
para doação do valor aportado, limitado este a 6% do IR devido.
Com a redução de base de cálculo pelo lançamento como
despesa operação, chega-se a abater de 64% a 73% dos im-
postos federais devidos.

Neles, exigem, além do


envio de seu projeto, a
aprovação desse projeto
pela Lei Rouanet ou
pelas leis estaduais ou
municipais de incentivo,
mecanismos que
fornecem benefícios
da isenção fiscal.
SAIBA MAIS Em casos assim,
Além das leis de incentivo, vocês não precisarão
existem diversos realizar a captação,
editais privados. pois a própria empresa
Algumas empresas realizadora desse edital,
abrem seus próprios consequentemente, será
editais de cultura. a sua patrocinadora.
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No caso de enquadramento no Artigo 18, essas porcenta-


gens mudam:
Pode deduzir Doação ou
Incentivador
até 6% do IR Patrocínio: 100%
Pessoa Física
devido

Art. 18

Pode deduzir Doação ou


Incentivador
até 3% do IR Patrocínio: 100%
Pessoa Jurídica
devido

Assim, o mecanismo do artigo 18 é o abatimento integral do Condecine


Um tributo
IR devido, limitado a 4% sobre este (somente do IR: não conta específico do
adicional ou CSLL), para pessoas jurídicas tributadas com base mercado audiovisual
no lucro real, e 6% (seis por cento) para pessoas físicas que in- recolhido apenas
vestirem no projeto cultural. pelos agentes deste
mercado (produtoras,
distribuidoras,
5.2. Incentivos Fiscais Federais ao Audiovisual operadoras de
Os seis mecanismos exclusivos ao audiovisual são geridos pela telecomunicações
Ancine e incidem sobre o Imposto de Renda e sobre a Condecine. e exibidoras).
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Seguindo a lógica de modalidade de lançado como despesa operacional (no caso


investimento, passemos a analisar o Art. de pessoa jurídica) e 100% abatido do IR de-
1º da Lei do Audiovisual que prevê que, vido, de modo que, na prática, ele não ape-
até o fim de 2024, os contribuintes de nas terá dedução fiscal de 125%, mas tam-
IR poderão deduzir do imposto devido bém terá chances de ganhar dinheiro com o
as quantias investidas na produção de investimento feito (obviamente, se o projeto
obras audiovisuais brasileiras de produ- tiver uma boa performance comercial).
ção independente, mediante a aquisição É um ótimo argumento para conquis-
de quotas representativas dos direitos de tar apoiadores, não é?
comercialização destas obras, desde que Dado que esse mecanismo é de inves-
esses investimentos sejam realizados timento, a lei exige a participação da Co-
no mercado de capitais, em ativos pre- missão de Valores Mobiliários (CVM), o
vistos em lei e autorizados pela Comissão que implica a intermediação por correto-
de Valores Mobiliários (CVM), e os proje- ras. Portanto, notem que os trâmites aqui
tos de produção tenham sido previamen- são relativamente mais complexos que os
te aprovados pela Agência Nacional do mecanismos de patrocínio e doação, e que
Cinema (Ancine). não apenas as normas da Ancine deverão
A dedução está limitada a 3% do IR ser seguidas, mas também as da CVM.
devido pelas pessoas físicas e a 1% do Seguindo a mesma lógica de inves-
IR devido pelas pessoas jurídicas, sen- timento, temos o Fundo de Financia-
do que, no caso destas, poderá, também, mento da Indústria Cinematográfica
abater o total dos investimentos efetua- Nacional, o Funcine, previsto na MP nº
dos como despesa operacional. 2228/2001. No caso das pessoas físicas,
Notem que os projetos contemplados a dedução prevista fica sujeita ao limite
são de produção de obras cinematográ- de 6% do IR devido, ao passo que para
ficas (curta, média e longa-metragem), pessoas jurídicas, a 3%.
obras televisivas (séries, telefilmes, pro- A lógica do incentivo é a mesma do Art.
gramas educativos e culturais etc.) e pro- 1º: o valor utilizado para a compra das quo-
jetos nas áreas de distribuição, exibição tas é abatido integralmente do IR devido
e infraestrutura técnica. do incentivador (entretanto, nesse caso,
Outro detalhe interessante é a moda- não pode ser lançado como despesa ope-
lidade: investimento. Isso significa que o racional). É imprescindível ter a CVM envol-
incentivador poderá, além de (a) inserir vida no processo, e a compra das quotas
sua marca (logotipo) nos créditos e nos dá direito ao incentivador de participar, se
materiais de divulgação (a lei nada proí- houver, das receitas do projeto.
be quanto a isso), (b) ter direito a receber A diferença aqui é que no Funcine o in-
parte das receitas geradas com a comer- centivador não compra quotas de um pro-
cialização do projeto (seja obra audiovi- jeto específico, mas, sim, de um Fundo, ou
sual, seja um parque exibidor). seja, de um portfólio de projetos, aumen-
Tal investimento é feito com incentivo fis- tando as chances de retorno financeiro.
cal, ou seja, o montante utilizado pelo incen- O que também chama a atenção neste
tivador para comprar as quotas poderá ser mecanismo é a possibilidade de aqui-
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sição de ações de empresas brasileiras


para produção, comercialização, distri-
buição e exibição de obras audiovisuais
brasileiras independentes, bem como
para prestação de serviços de infraestru-
tura cinematográficos e audiovisuais.
Passando para o Art. 1ºA da Lei do Au-
diovisual, temos o mecanismo de patro-
cínio, tal qual é a lógica do Art. 18 da Lei
Rouanet. Pessoas físicas podem aportar
até 6% do IR devido, ao passo que pessoas
jurídicas podem aportar até 4% do IR de-
vido, sendo deduzidos 100% do patrocínio
aportado (mas não pode lançar o valor
como despesa operacional). Por se tratar
de patrocínio, o benefício, além da dedu-
ção fiscal, será o retorno de marketing.
Falemos agora dos três mecanismos de
coprodução previstos nos Arts. 3º, 3ºA e 39-X.
Os produtores, intermediários, distribui-
dores e exibidores internacionais ganham
muito dinheiro explorando seus blockbus-
ters no Brasil. Somos um povo que gosta de
ir ao cinema, assistir à Netflix e ao YouTube.
Vocês conseguem imaginar quanto
uma franquia americana, como a d’Os
Vingadores (Avengers), por exemplo, gera
de receita em todo o nosso território?
Pois bem, todo esse montante não fica no
Brasil, claro, e ao ser remetido para o ex-
terior é retido o IR e a Condecine Remes-
sa, aquele tributo que é apenas aplicado
no mercado audiovisual.
A alíquota de IR depende da natureza
da operação internacional realizada em A grande vantagem para os distribuido- também são do mercado audiovisual, outros
solo brasileiro (programação, exibição, res, exibidores e programadores estrangei- negócios em torno do projeto podem ser fir-
distribuição etc.). Para o nosso estudo dos ros em utilizar esses mecanismos é a criação mados, como um contrato de distribuição
mecanismos fiscais importa saber que de portfólio. A coprodução os torna “sócios” e/ou um contrato de licença de exibição.
será de 15% ou 25%. Já a alíquota de Con- no projeto, de modo que a porcentagem de Tomemos, por exemplo, um grande
decine Remessa é de 11%, sendo que para aporte financeiro, em regra, será correspon- estúdio americano qualquer (20th Cen-
ambos os tributos a base de cálculo sobre dente à participação patrimonial, ou seja, tury, Paramount, Disney, Warner etc.) que
a qual incide tais cobranças é a receita se ele contribuiu com 50% do orçamento, opta por utilizar um desses mecanismos
obtida com a distribuição/exploração ele terá 50% de direito sobre as receitas de incentivo fiscal e se torna um copro-
comercial ou exibição/programação de auferidas com a exploração comercial da dutor em um filme brasileiro de comédia.
conteúdo estrangeiro no nosso território. obra audiovisual. E dado que esses parceiros Esse mesmo estúdio, além de ser dono
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LEIS DE INCENTIVO

do filme e poder participar das receitas eventualmente geradas


(primeira fonte de renda), também será o distribuidor dele e, REMESSA SEM REMESSA COM BENEFÍCIO
obviamente, vai cobrar uma comissão (segunda fonte de ren- BENEFÍCIO Remessa: R$ 100
da para o estúdio). Para vocês, produtores brasileiros indepen- Remessa: R$ 100 IR recolhido na fonte
dentes, além de terem conseguido um parceiro financiador do IR recolhido na (30% dos 25%): R$ 7,5
projeto, verão seu filme alcançando territórios e segmentos de fonte (25%): R$ 25 Aporte em projeto (70%
exibição que talvez sequer teriam sido imaginados caso vocês Condecine Remessa dos 25% de IR): R$ 17,5
tivessem produzido sozinhos. (11%): R$ 11 Condecine Remessa
Vocês devem estar se perguntando: mas onde entrou o incen- (B) receberá: 100 – (11%): Isento
tivo fiscal? E a sua resposta: no aporte financeiro feito pelo es- 25 – 11 = R$ 64 (B) receberá: 100 – 7,5 - 25 –
trangeiro no orçamento de produção da obra brasileira e inde- 17,5 = R$ 75
pendente, que foi feito com recursos de imposto. Vejamos.
No caso do Art. 3º da Lei do Audiovisual: $
“os produtores, distribuidores ou intermediários no exterior (...)
contribuintes de 25% de Imposto de Renda incidentes sobre
rendimentos decorrentes da exploração de obras audiovisuais $
estrangeiras em todo o território nacional, poderão beneficiar-se
de abatimento de 70% (setenta por cento) do imposto devido, Empresa responsável pela Contribuinte
desde que invistam no desenvolvimento de projetos de produ- REMESSA – Distribuidor Estrangeiro: Distribuidor
NACIONAL (A) INTERNACIONAL (B)
ção de obras cinematográficas brasileiras de longa-metragem
de produção independente, e na coprodução de telefilmes e mi-
nisséries brasileiros de produção independente e de obras cine-
matográficas brasileiras de produção independente”. No Art. 3o-A não é muito diferente. É a mesma regra para o
Além do benefício fiscal sobre o IR, os contribuintes também abatimento de 100% dos 70% aportados no projeto. Muda ape-
podem usufruir da isenção dos 11% de Condecine Remessa, nas a alíquota do IR devido (de 25% para 15%) e a não isenção
conforme preceitua a MP nº 2228/2001: de Condecine Remessa:
“Art. 49. O abatimento do imposto de renda na fonte, de que o “Art. 3ºA. Os contribuintes do Imposto de Renda incidente
trata art. 3º da Lei nº 8.685, de 1993, aplicar-se-á, exclusivamen- nos termos do art. 72 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de
te, a projetos previamente aprovados pela ANCINE, na forma do 1996, beneficiários do crédito, emprego, remessa, entrega ou
regulamento, observado o disposto no art. 67. pagamento pela aquisição ou remuneração, a qualquer título,
de direitos, relativos à transmissão, por meio de radiodifu-
Parágrafo único. A opção pelo benefício previsto no caput
são de sons e imagens e serviço de comunicação eletrônica de
afasta a incidência do disposto no §2º do art. 33 desta Medida
massa por assinatura, de quaisquer obras audiovisuais ou
Provisória.”
eventos, mesmo os de competições desportivas das quais
“Art. 33. (...) faça parte representação brasileira, poderão beneficiar-se
§2º Na hipótese do parágrafo único do art. 32, a Condecine de abatimento de 70% (setenta por cento) do imposto devi-
será determinada mediante a aplicação de alíquota de onze do, desde que invistam no desenvolvimento de projetos de
por cento sobre as importâncias ali referidas.” produção de obras cinematográficas brasileira de longa-me-
Art. 32. (...) tragem de produção independente e na coprodução de obras
cinematográficas e videofonográficas brasileiras de produção
Parágrafo único. A CONDECINE também incidirá sobre o paga-
independente de curta, média e longas-metragens, documen-
mento, o crédito, o emprego, a remessa ou a entrega, aos produto-
tários, telefilmes e minisséries.”
res, distribuidores ou intermediários no exterior, de importâncias
relativas a rendimento decorrente da exploração de obras cine- Notem que o fato gerador para o IR, neste caso, é a trans-
matográficas e videofonográficas ou por sua aquisição ou impor- missão de obras audiovisuais ou eventos esportivos estrangei-
tação, a preço fixo.” ros aqui no Brasil. Um exemplo seriam as Olimpíadas, a Cham-
Para facilitar o entendimento, vejam a simulação de acordo com pions League, a F-1, além dos filmes e séries televisivas que
a própria ANCINE: a gente tanto gosta. Por outro lado, no caso do Art. 3º, o fato
62
Fundação Demócrito Rocha
Universidade Aberta do Nordeste

gerado era a exploração comercial de obras audiovisuais es- mos, estes são os únicos que permitem esse tipo de projeto.
trangeiras em território nacional, conduta esta normalmente Como se trata da fase de desenvolvimento (em que o roteiro
praticada pelas distribuidoras. ainda será elaborado, orçado e pesquisado), fala-se em inves-
Esse detalhe sutil sinaliza que tipo de negócio vocês poderão timento, pois não é certa a sua produção.
firmar com o potencial coprodutor. Se no Art. 3º vocês amar- Por fim, temos o Art. 39-X da MP nº 2228/2001, que vocês po-
rariam a distribuição do filme, no Art. 3ºA vocês irão amarrar a dem conhecer pela alcunha de “Artigo 39”.
sua exibição (muito provavelmente nos canais da programadora Esse mecanismo é específico para programadoras estrangei-
estrangeira, sua coprodutora). ras, portanto, televisão fechada (por assinatura), e trabalha ape-
Vocês conseguem imaginar sua série sendo veiculada em nas com a Condecine Remessa e não mais com Imposto de Renda.
toda a América Latina? Bacana demais! A lógica aplicada aqui é: se a programadora aportar 3% das receitas
Vejam a simulação em números para facilitar o entendimento: obtidas por ela em projetos brasileiros de produção audiovisual, ela fi-
cará isenta da Condecine Remessa, ou seja, não precisará recolher os
REMESSA SEM REMESSA COM 11% de tributo. Na prática significa uma economia de 8%!
BENEFÍCIO BENEFÍCIO
Remessa: R$ 100 Remessa: R$ 100 REMESSA COM
REMESSA SEM
IR recolhido na fonte IR recolhido na fonte BENEFÍCIO BENEFÍCIO
(15% DA REMESSA): (30% dos 15%): R$ 4,5 Remessa: R$ 100
R$ 15 Remessa: R$ 100
Aporte em projeto (70% IR recolhido na fonte
Condecine Remessa dos 15% de IR): R$ 10,5 IR recolhido na fonte
(15% da REMESSA): R$ 15 (15%): R$ 15
(11% da REMESSA): Condecine Remessa
R$ 11 Condecine Remessa Aporte em projeto (3%
(11%): R$ 11 da REMESSA): R$ 3
(B) receberá: 100 – 15 (11% da REMESSA): R$ 11
(B) receberá o mesmo Condecine Remessa
– 11 = R$ 74 valor: 100 – 15 – 11 = R$ 75 (B) receberá: 100 – 15 –
11 = R$ 74 (11%): Isento
(B) receberá o mesmo
$ valor: 100 – 15 – 3 = R$ 82

$
$
$
Responsável pela REMESSA – Contribuinte Estrangeiro:
Operadora de TV PAGA (A) programadora ESTRANGEIRA (B)
Responsável pela Contribuinte Estrangeiro:
ATENÇÃO: Caso B também seja beneficiado pelo ART. 39-X, poderá REMESSA – Operadora programadora
acumular os benefícios de ambos os artigos. de TV PAGA (A) ESTRANGEIRA (B)

ATENÇÃO: Caso B também seja beneficiado pelo ART. 3º-A,


Um ponto interessante de notar nesses dois mecanismos poderá acumular os benefícios de ambos os artigos.
é a possibilidade de o incentivador investir num projeto de
desenvolvimento de longa-metragem. De todos os mecanis-
63
LEIS DE INCENTIVO

6
CONCLUSÃO
C
omo havíamos dito, a nossa ideia aqui não era esgotar o
assunto. Seria, aliás, impossível. Existe muito mais para
falarmos e debatermos dentro do mundo dos incentivos
fiscais à cultura e ao audiovisual, mas para irmos direto
ao ponto, sobre a lógica do mecanismo, trouxemos aqui a “nata”
da matéria. Esperamos que tenham apreciado, compreendido e
que nós tenhamos conseguido despertar seu interesse em conhe-
cer mais sobre essas opções de financiamento e as leis que os regu-
lam. Muito mais vocês aprenderão em sua pesquisa e no exercício.
A propósito, não deixe de consultar o conteúdo disponibilizado
em nossa Biblioteca Virtual do AVA. São exemplos, conceitos, simu-
lações de aplicação das porcentagens e publicações de colegas que,
certamente, contribuirão para seus estudos.

Referências
ANCINE. (07 de Outubro de 2020). Apresentação. Fonte: Site da AN-
CINE: https://www.ancine.gov.br/pt-br/ancine/apresentacao.
CESNIK, Fábio de Sá. Guia do incentivo à cultura. 3ª ed., Ed.
Manole, 2012.
FRANCEZ, A., COSTA NETTO, J.C. e D’ANTINO, S.F. Manual do Direi-
to do Entretenimento: guia de produção cultural. Ed. Senac-SP.
IKEDA, Marcelo. Leis de Incentivo para o Audiovisual. Ed. Wset
Multimídia, 2013.
Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre
a SAV. Fonte: Site da SAV: http://cultura.gov.br/secretaria/secre-
tarias/sav-secretaria-do-audiovisual/
Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre a
SDC. Fonte: Site da SDC: http://cultura.gov.br/secretaria/secre-
tarias/sdc-secretaria-da-diversidade-cultural/
Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre
a SECDC. Fonte: Site da SECDC: http://cultura.gov.br/secretaria/
secretarias/sec-secretaria-da-economia-criativa/
Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre
a Sedec. Fonte: Site da SEDEC: http://cultura.gov.br/secretaria/
secretarias/seinfra-secretaria-de-infraestrutura-cultural/
Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre a Se-
fic. Fonte: Site da Sefic: http://cultura.gov.br/secretaria/secreta-
rias/sefic-secretaria-de-fomento-e-incentivo-a-cultura/
ZAVERUCHA, Vera. Desvendando a Ancine. Creative Commons, 2017.
CAPACITAÇÃO DE
AGENTES CULTURAIS
ESTRATÉGIAS DE CULTURA E ARTE PARA O FUTURO

Carolina Kazumi (Autora)


Graduada em Direito pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (SP) e pós-
graduada em Audiovisual pelo Senac, advoga no mercado de entretenimento desde 2007,
especialmente nas áreas de cultura e audiovisual. Já trabalhou como gestora de projetos
patrocinados por grandes empresas como a Vale, Natura, EDP, BG e o Instituto Claro, e com
produção executiva de longas-metragens. É palestrante e professora convidada de cursos
de pós-graduação da PUC-SP e de cursos livres como do Cultura e Mercado, da Academia
Internacional de Cinema, Instituto de Cinema, entre outros.

Guabiras (Ilustrador)
É cartunista, autor de histórias em quadrinhos e de muitos personagens. Publicou mais de
5 mil tirinhas em veículos como jornais, fanzines, livros (antologias), revistas (MAD-SP, Gibi
Quântico-SP, Tarja Preta-RJ, entre outras) e na web, entre eles, no jornal EXTRA de Nova York
(EUA) e na obra Marcatti 40 (Ugra/SP). Recebeu, em parceria, 3 troféus HQMIX e o Troféu Ângelo
Agostini de “Melhor Cartunista de 2016”, as maiores comendas de quadrinhos do país.

Este fascículo é parte integrante do projeto Estratégias de Cultura e Arte para o futuro: capacitação de agentes culturais, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação
Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 02/2020.

Todos os direitos desta edição reservados à: FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidente: João Dummar Neto Diretor Administrativo-Financeiro: André
Avelino de Azevedo Gerente Geral: Marcos Tardin Gerente Editorial e de Projetos: Raymundo Netto Gerente TV O
Fundação Demócrito Rocha POVO: Chico Marinho Analistas de Projetos: Aurelino Freitas, Emanuela Fernandes e Fabrícia Góis | UNIVERSIDADE
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerente Pedagógica: Viviane Pereira Coordenadora de Cursos: Marisa Ferreira
CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Designer Educacional: Joel Bruno | CURSO CAPACITAÇÃO DE AGENTES CULTURAIS Coordenador Geral, Editorial e
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 Estabelecimento de Texto: Raymundo Netto Coordenadora de Conteúdo: Daniele Torres Assistente Editorial
fdr.org.br Emanuela Fernandes Projeto Gráfico e Edição de Arte: Andrea Araujo Designer Gráfico: Carlos Weiber Ilustrador:
fundacao@fdr.org.br Guabiras Roteirista, Locutora e Mediadora (radioaulas): Lílian Martins Produtora: Luísa Duavy
ISBN: 978-65-86094-49-7 (Coleção)
ISBN: 978-65-86094-46-6 (Fascículo 4)

APOIO REALIZAÇÃO

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