Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães
2121656 (PR)
MÓDULO
Conservação da quantidade
de movimento
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
1 Conservação da quantidade
de movimento
Objetivos:
IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO
c Reconhecer os A lei da conservação da energia propõe que a energia não pode ser criada nem destruída, apenas
conceitos de impulso transformada. Essa lei é de enorme importância no campo da Física e seu uso facilita a solução de
e sua relação com inúmeros problemas.
a quantidade de Existem outras leis de conservação na natureza que envolvem outras grandezas, que também
movimento. se conservam, em determinadas circunstâncias.
c Identificar as forças Uma dessas leis, a conservação da quantidade de movimento, será analisada neste módulo.
que atuam e influem O conceito de impulso e sua relação com a quantidade de movimento constituem o ponto de
na quantidade de partida para chegarmos a essa lei de conservação. Por isso, iniciaremos com a introdução desses
movimento de um conceitos.
sistema de partículas.
O que é impulso
c Aplicar o princípio Quando um jogador de futebol cobra uma penalidade ou quando um tenista, usando a sua
da conservação raquete, rebate a bola, há uma força que atua durante um curto intervalo de tempo sobre a bola, o
da quantidade de que faz com que ela seja impulsionada.
movimento. De um modo geral, sempre que uma força atuar em um corpo durante um certo intervalo de tempo,
diremos que o corpo recebeu um impulso. Para o caso de uma força F& constante, atuando durante um
intervalo de tempo Δt (fig. 1), define-se o impulso I, & exercido pela força, por meio da expressão:
I &5 F & ? Δt
I&
t1 t2 Observe que I & é um vetor que tem a mesma direção e o mesmo sentido de F&, como mostra a
F& F& figura 1. No Sistema Internacional (SI), a unidade de impulso é N ? s (equivalente a kg ? m/s).
I & 5 F& ? Δt
Δt 5 t2 2 t1 Forças impulsivas
A quantidade de movimento (ou momento linear), q ,& de um corpo de massa m, que se v& q& 5 m v &
move com uma velocidade v &, é definida pela expressão:
m
CASA DE TIPOS/ARQUIVO
DA EDITORA
Linha de
chegada
Impulso Aceleração
Fig. 3 – O impulso de uma força sobre o corpo provoca uma variação em sua quantidade de movimento, ou
seja, o impulso modifica a quantidade de movimento. Quanto maior for o impulso, maior será a velocidade v&2
em comparação com a velocidade v1& .
Supondo que F& seja a resultante das forças que atuam no corpo, a segunda lei de Newton nos
permite escrever que:
F& 5 ma & COMENTÁRIO
Veja a figura abaixo. Nessa si-
Δv
em que a & representa a aceleração adquirida pelo corpo e a 5 . Logo: tuação, podemos dizer que será
Δt
tanto mais difícil fazer um veí-
culo parar quanto maior for sua
m ? Δv &
F &5 ∴ F &? Δt 5 m ? Δv & quantidade de movimento, isto
Δt é, quanto maior for o produto de
sua massa por sua velocidade.
Como a variação da velocidade é Δv & 5 v 2& 2 v 1& , temos:
F & ? Δt 5 m ? ( v 2& 2 v 1& ) ou F& ? Δt 5 mv 2& 2 mv 1&
70 km/h
CASA DE TIPOS/ARQUIVO
DA EDITORA
Observemos, entretanto, que:
F& ? Δt representa o impulso I & que o corpo recebeu;
mv 2& representa a quantidade de movimento do corpo, q&2, no fim do intervalo Δt; FRENTE B
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1 A resultante das forças que atuam no corpo da figura 3 vale F 5 4,0 N e atua durante um intervalo de tempo Δt 5 6,0 s.
a) Qual é o impulso recebido pelo corpo?
b) Se a quantidade de movimento inicial do corpo era q1 5 16 kg ? m/s, qual será o seu valor no fim do intervalo de tempo
considerado?
RESOLUÇÃO:
a) O valor do impulso é dado por:
I 5 F ? Δt 5 4,0 ? 6,0 [ I 5 24 N ? s
A direção e o sentido de I & são os mesmos da força F&.
b) Sabemos que a variação da quantidade de movimento do corpo é igual ao impulso que ele recebeu, isto é:
Δq 5 I [ Δq 5 24 kg ? m/s
Mas Δq & 5 q &2 2 q &1 [ q &2 5 q &1 1 Δq &.
Como a partícula se desloca em linha reta (fig. 3), os vetores q &2, q &1 e Δq & têm a mesma direção. Logo:
q2 5 q1 1 Δq 5 16 1 24 [ q2 5 40 kg ? m/s
2 Uma bola de tênis, de massa m 5 100 g e velocidade v1 5 10 m/s, é rebatida por um jogador, retornando com uma velocidade v 2&
de mesmo valor e direção que v 1& , porém de sentido contrário.
a) Qual foi a variação da quantidade de movimento da bola?
b) Supondo que o tempo de contato da bola com a raquete foi de Δt 5 0,01 s, qual foi o valor da força (considerada constante)
que a raquete exerceu sobre a bola?
RESOLUÇÃO:
a) No instante em que a bola atinge a raquete, o valor de sua quantidade de movimento é:
q1 5 mv1 5 0,100 ? 10 [ q1 5 1,0 kg ? m/s
No instante em que ela abandona a raquete, sua quantidade de movimento vale:
q2 5 mv2 5 0,100 ? 10 [ q2 5 1,0 kg ? m/s
Os vetores q 2& e q1& têm a mesma direção, mas sentidos contrários. Portanto, a quantidade de movimento da bola variou
de 1,0 kg ? m/s em um sentido para 1,0 kg ? m/s em sentido contrário. Quando isso ocorre, devemos atribuir sinais a es-
ses valores, considerando, por exemplo, negativo o sentido inicial do movimento e positivo o sentido contrário. Nessas
condições, a quantidade de movimento variou de 21,0 kg ? m/s para 11,0 kg ? m/s, isto é, a variação da quantidade de
movimento da bola foi:
Δq 5 q2 2 q1 5 1,0 2 (21,0) [ Δq 5 2,0 kg ? m/s
b) O impulso I & 5 F& ? Δt que a raquete exerceu na bola é igual a Δq &, isto é:
∆q 2,0
F ? ∆t 5 ∆q ∴ F 5 5
∆t 0,01
F 5 2,0 ? 102 N
PARA CONSTRUIR
CA
SA
1 O bloco mostrado na figura deste exercício está se deslocan- 3 (UFTM-MG) Num trecho DE
TIP
OS
vF /A
do, em movimento retilíneo, sob a ação de uma força resul- m plano e horizontal de RQ
Ene-5
UI
VO
C 2
tante F 5 5,0 N. A força F& atua desde o instante t1 5 2,0 s até H-2 uma estrada, um carro DA
ED
ITO
o instante t2 5 6,0 s. m
faz uma curva mantendo RA
Ene-6
C 0
H-2
constante o módulo da sua
AVITS ESTÚDIO
GRÁFICO/
ARQUIVO DA
EDITORA
v1& F& v2& velocidade em 25 m/s. A figura
mostra o carro em duas posições, 120°
t1 5 2 s t2 5 6 s
movendo-se em direções que fazem, entre
si, um ângulo de 120°.
a) Qual é o valor do impulso I & produzido pela força sobre o
v0
bloco? Considerando a massa do carro igual a
Observando que a força F& atuou durante um intervalo de tempo 1 000 kg, pode-se afirmar que, entre as duas
Δt 5 t2 2 t1 5 4,0 s, o valor do impulso I & exercido sobre o bloco será: posições indicadas, o módulo da variação
I 5 F ? Δt 5 5,0 ? 4,0 [ I 5 20 N ? s da quantidade de movimento do veículo,
b) Desenhe na figura o vetor I &. Desenhe, também, a variação em (kg?m)/s, é igual a: b
da quantidade de movimento Δq& que o impulso provo- a) 10 000.
cou no bloco. Veja comentários sobre este item no Guia do
Professor. b) 25 000.
c) Suponha que o valor da quantidade de movimento do blo- c) 12 500.
co, no instante t1, fosse q1 5 10 kg ? m/s. Desenhe, na figura, d) 12 500 2.
o q&1. e) 25 000 2.
d) Lembrando-se de sua resposta ao item a, determine o va- A mudança do sentido do veículo implica variação da velocidade.
lor de q&2. Logo, analisando os vetores da quantidade de movimento, temos:
Antes da curva:
Δq& 5 q&2 2 q&1 ⇒ q&2 5 q&1 1 Δq&
Depois da curva:
2 Considere um corpo se deslocando em movimento retilíneo q&F 5 vetor quantidade de movimento final
m uniforme. Inicial
Ene-4
C 5
H-1 a) A quantidade de movimento desse corpo está variando? v&F
Explique.
A velocidade do corpo permanece constante em módulo, direção
Combinando os dois vetores:
e sentido. Logo, a quantidade de movimento (q & 5 mv&) deste corpo
Δq& 5 q&F 2 q&0
não está variando.
Δq&
b) Tendo em vista a resposta do item anterior, o que você
conclui sobre o impulso que atua no corpo?
q&0
Vimos que I & 5 Δq&. Como q& é constante, temos Δq & 5 0 e,
60°
então, I & 5 0 (não há impulso resultante sobre o corpo). q&F
FRENTE B
c) Qual é o valor da resultante das forças aplicadas no corpo? 120º
I & 5 0, obtemos F& 5 0). Este resultado está em concordância triângulo formado pelos vetores q&0 e q&F é equilátero.
com a primeira lei de Newton, pois, se o corpo está se deslocando | Δ q& | 5 m ? | v &0 | ⇒ | Δ q& | 5 1000 ? 25 ⇒
em movimento retilíneo uniforme, deve ser nula a resultante das ⇒ | Δ q& | 5 25 000 kg ? m/s
m1
v1&
v2&
m2
3 Em uma mesa de sinuca, três bolas, cada uma com 0,50 kg de RESOLUÇÃO:
massa, estão em movimento com velocidades v &1 , v &2 e v &3 , O valor do módulo da quantidade de movimento de cada
como mostra a figura abaixo. Sabendo-se que, em um dado bola é:
instante, v1 5 2,0 m/s, v2 5 1,0 m/s e v3 5 2,0 m/s, determine a q1 5 m1v1 5 0,50 ? 2,0 [ q1 5 1,0 kg ? m/s;
quantidade de movimento total do sistema constituído pelas q2 5 m2v2 5 0,50 ? 1,0 [ q2 5 0,50 kg ? m/s;
bolas nesse instante.
q3 5 m3v3 5 0,50 ? 2,0 [ q3 5 1,0 kg ? m/s.
q&1
Q&
q&'
v1&
q&3
(1)
q&2
v3&
Os vetores q&1, q&2 e q&3 estão representados no diagrama aci-
(3)
ma. Os vetores q&1 e q&2 têm a mesma direção e sentidos con-
trários. Sua resultante, q&' 5 q&1 1 q&2, tem um módulo igual à
(2) diferença entre os módulos q&1 e q&2, isto é, o vetor q&' mostrado
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA
com a bola amarela, a força que ela receberia da bola amarela seria externa, pois o sistema é
constituído apenas pelas bolas branca e preta. Entretanto, se outra pessoa tivesse escolhido
todas as bolas existentes sobre a mesa como seu sistema, as forças entre as bolas branca e
amarela seriam internas a esse sistema. Mas a força exercida pelo taco sobre qualquer uma das
bolas ainda seria uma força externa.
I A& A
I B&
B
Sejam Δq&A e Δq&B as variações nas quantidades de movimento de A e B provocadas por esses
impulsos. Pelo que vimos até o momento, podemos escrever:
I A& 5 Δq&A e I B& 5 Δq&B
Logo:
Δq&A 5 2Δq&B
As forças internas provocarão variações iguais e contrárias nas quantidades de
movimento das partículas do sistema. Como consequência desse resultado, as forças internas
não provocam variação na quantidade de movimento total, Q&, do sistema. De fato, como:
Q& 5 q1& 1 q2& 1 q3& 1 …
se uma força interna provocar uma variação em q&, haverá uma variação igual e contrária na
quantidade de movimento de outra partícula (em q&4 , por exemplo). Essas variações se anularão e a
quantidade de movimento total, Q& , permanecerá invariável.
Chegamos, assim, à seguinte conclusão:
As forças internas podem provocar variações nas quantidades de movimento de cada partícula
de um sistema, mas não provocam variação na quantidade de movimento total do sistema.
PARA CONSTRUIR
5 Considere o sistema constituído pela Terra e pela Lua. Escreva c) Força do Sol sobre a Lua.
se cada uma das forças seguintes é uma força interna ou Pelo mesmo motivo da questão b, concluímos que essa força é
externa a esse sistema. externa.
a) Força da Terra sobre a Lua.
Esta é uma força entre corpos pertencentes ao sistema. Logo, é
uma força interna.
d) Força da Lua sobre a Terra.
b) Força do Sol sobre a Terra. Pelo mesmo motivo da questão a, concluímos que esta força é
O Sol não pertence ao sistema considerado. Logo, a força que ele interna.
v1
60°
x
Depois da
colisão
P v'2
Se for nula a resultante das forças externas que atuam em um sistema de partículas, a
quantidade de movimento total desse sistema se conservará.
Suponha que você esteja sobre um skate que está em repouso. Qual é a quantidade de movi-
mento deste sistema (você e o skate)? Como o skate está em repouso, a quantidade de movimento
é zero. Agora, suponha que você suba no skate e dê um impulso para colocá-lo em movimento,
conforme a figura 6. O que acontece com o skate? Quando você dá o impulso em um sentido, o
skate se move para o sentido oposto, ou seja, o impulso provocou uma variação na quantidade de
movimento. Esta situação é um exemplo de conservação da quantidade de movimento também
conhecido como conservação do momento linear.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
B
B
A a) Qual é o valor da velocidade v&2?
b) Qual é a quantidade de calor gerado pelo atrito entre o
bloco e a prancha?
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO:
Consideremos o sistema constituído pelos dois blocos e
pela mola. A resultante das forças externas que atuam no a) Vamos adotar como sistema o conjunto prancha-bloco.
sistema é nula: os pesos dos blocos e as reações normais A resultante das forças externas (pesos e reação nor-
da superfície se anulam. Logo, a quantidade de movimen- mal) é nula. As forças de atrito entre o bloco e a prancha
to do sistema tem o mesmo valor em qualquer instan- são forças internas e, portanto, não provocam variação
te, embora a quantidade de movimento de cada bloco na quantidade de movimento do sistema. Sendo Q&1 a
varie em virtude da ação das forças internas exercidas quantidade de movimento do sistema no instante inicial
pela mola sobre eles. Designando por Q&1 a quantidade de e Q&2 a quantidade de movimento final, devemos ter:
movimento inicial do sistema (instante em que os blocos Q&2 5 Q&1
foram abandonados) e por Q&2 a quantidade de movimen-
Como a prancha inicialmente estava em repouso, o valor
to final (instante em que os blocos abandonam a mola),
de Q&1se refere apenas ao movimento do bloco, isto é:
devemos ter:
Q1 5 m1v1 5 5,0 ? 6,0 [ Q1 5 30 kg ? m/s
Q&2 5 Q&1 No fim o bloco e a prancha deslocam-se com a mesma
Mas Q&1 5 0, pois os blocos, ao serem abandonados, estavam velocidade v&2. Logo:
em repouso e Q&2 5 q&A 1 q&B, em que q&A e q&B são as quantida- Q2 5 (m1 1 m2)v2 5 (10 1 5,0)v2 [ Q2 5 15v2
des de movimento adquiridas por A e B. Logo:
Como Q1 5 Q2, temos:
q&A 1 q&B 5 0 ou mAv&A 1 mBv&B 5 0 15v2 5 30 [ v2 5 2,0 m/s
mB vB&
∴ vA& 5 2 b) Sendo a energia cinética dada por ε 5 1 mv 2 , e a energia
mA 2
cinética inicial do sistema devida apenas ao movimento
O sinal negativo na expressão anterior nos mostra que v &A tem do bloco, temos:
sentido contrário a v&B. O módulo de v&A será:
εc1 5 1 mv12 5 1 ? 5, 0 ? ( 6, 0)2 ∴ εc1 5 90 J
mB vB 7,00 ? 2 ,0 2 2
vA 5 5 ∴ vA 5 2,8 m/s
mA 5,0 Portanto, a energia cinética final do sistema será:
εc2 5 1 mv 22 5 1 ? (5,0 110
1 10 ) ? ( 2, 0)2 ∴ εc2 5 30 J
6 Uma prancha cuja massa é de 10 kg está em repouso 2 2
sobre uma superfície horizontal, sem atrito. Um bloco, de Houve uma diminuição de 60 J na energia cinética do sis-
5,0 kg de massa, é arremessado horizontalmente sobre a tema. Como a energia total sempre se conserva, concluí-
prancha, com uma velocidade v1 5 6,0 m/s (situação A mos que, na interação entre o bloco e a prancha, 60 J de
da figura a seguir). Por causa do atrito entre o bloco e a energia mecânica foram transformados em 60 J de ener-
prancha, esta é arrastada e entra em movimento. Após gia térmica devido ao atrito.
9 A figura deste exercício representa duas bolas de bilhar, A d) Sabendo-se q&'A 5 1,0 kg ? m/s, qual é o valor de q&'B?
e B, que se movimentam inicialmente com quantidades É claro que Qf 5 q'A 1 q'B. Então:
de movimento qA 5 2,5 kg ? m/s e qB 5 1,5 kg ? m/s. A 4,0 5 1,0 1 q'B [ q'B 5 3,0 kg ? m/s
q&A q&B
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
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A B
Inicial
v&'1 v&'2
2m m
mB
v&1A
v&1B
Depois: Q2 5 4 kg ? m/s
B mA
v2A , v2B
mB
v&2A
v&2B
Para entender como essa grandeza está envolvida nesses fenômenos, consideremos a figura 7,
que mostra duas esferas A e B deslocando-se ao longo de uma mesma reta, inicialmente em sentidos
contrários. Após colidirem, as esferas passam a se mover no mesmo sentido. Suponha que as massas
das esferas sejam mA 5 2 kg e mB 5 1 kg, e suas velocidades, antes da colisão, fossem v1A 5 3 m/s e
v1B 5 2 m/s, com os sentidos indicados na figura 7-A.
Em uma situação real, efetuando medidas cuidadosas, uma pessoa encontrou os seguintes
valores para as velocidades das esferas após a colisão: v2A 5 0,5 m/s e v2B 5 3 m/s, com os sentidos
indicados na figura 7-B.
Determinando a quantidade de movimento total, Q&, do conjunto (ou sistema) constituído
pelas duas esferas, antes e depois da colisão, temos:
antes da colisão (note que os vetores q&1A e q&1B têm sentidos contrários):
Q1 5 mA ? v1A 2 mB ? v1B 5 2 ? 3 2 1 ? 2 5 6 2 2
Q1 5 4 kg ? m/s
depois da colisão (note que os vetores q&2A e q&2B têm o mesmo sentido):
Q2 5 mA ? v2A 1 mB ? v2B 5 2 ? 0,5 1 1 ? 3 5 1 1 3
Q2 5 4 kg ? m/s
Logo: Q2 5 Q1
Portanto, as quantidades de movimento do sistema são iguais (em módulo, direção e sentido)
FRENTE B
antes e depois da colisão. Em outras palavras, a quantidade de movimento total, Q&, do sistema
constituído pelos dois corpos que colidiram se conservou durante a colisão.
Quando dois corpos colidem, como no choque entre duas bolas, pode acontecer que a direção
do movimento dos corpos não seja alterada pelo choque, isto é, eles se movimentam sobre uma
mesma reta antes e depois da colisão (fig. 8-A). Quando isso acontece, dizemos que ocorreu uma
colisão direta ou uma colisão central ou, ainda, que ocorreu um choque unidimensional.
v1B v2A
v1A v2B
mA mB mA mB
mA
B Antes Depois
v1B v2A
u
v1A
mA mB
v2B
Fig. 8 – Em (A), as esferas realizam uma
colisão direta e, em (B), uma colisão oblíqua. mB
εcB 5 4 J
ε'cB 5 7 J
Fig. 9 – Em uma colisão elástica, a
energia cinética do sistema se conserva.
Portanto, nessa colisão, a energia cinética total tem o mesmo valor antes e depois do
choque, isto é, a energia cinética do sistema se conservou. Sempre que isso ocorre, dizemos que
a colisão é elástica. De um modo geral, o choque é elástico quando os corpos que colidem não
sofrem deformações permanentes durante a colisão. Duas bolas de bilhar, por exemplo, realizam
colisões que podem ser consideradas elásticas.
Em caso contrário, se os corpos apresentarem deformações permanentes em virtude da colisão,
ou se houver produção de calor durante o choque, verificamos que haverá uma redução no valor
da energia cinética do sistema, pois parte dessa energia cinética terá sido utilizada para produzir as
deformações ou transformada em energia térmica. Sempre que os valores da energia cinética do
sistema, antes e depois da colisão, forem diferentes, dizemos que a colisão é inelástica.
Um caso particular de colisão inelástica ocorre quando os corpos, após o choque, passam a ter
velocidades iguais (fig. 10). Isso ocorre, por exemplo, quando dois automóveis colidem e passam a se
mover colados após o choque. Nesse caso, verifica-se a maior redução possível no valor da energia
cinética do sistema. Por isso, essa colisão é denominada completamente inelástica.
Antes
Colisão inelástica
vAB
mA 1 mB
O número de problemas que podem ser resolvidos usando-se esta conclusão é muito grande.
Os exercícios resolvidos a seguir ilustram como a conservação da quantidade de movimento pode
ser usada na solução de problemas de colisões ou explosões. FRENTE B
A B
FÍSICA
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
7 Em uma mesa de sinuca, a bola branca, de massa m, movendo-se com velocidade v 5 2,0 m/s, atinge a bola amarela
(também de massa m), que estava em repouso. Supondo que o choque seja central e elástico, determine as velocidades das
duas bolas após a colisão.
RESOLUÇÃO:
Sejam v1& e v2& as velocidades das bolas branca e amarela após a colisão. A quantidade de movimento do sistema (das duas bolas),
antes do choque, era mv,& pois apenas a bola branca estava em movimento. Como em qualquer colisão há conservação da quan-
tidade de movimento total, podemos escrever: mv & 5 mv1& 1 mv2& .
Já que o choque é central, os vetores v,& v1& e v2& têm a mesma direção e, portanto, a relação anterior poderá ser escrita escalarmente,
isto é: mv 5 mv1 1 mv2 ⇒ v 5 v1 1 v2 [ v1 1 v2 5 2,0.
Além disso, tratando-se de uma colisão elástica, a energia cinética do sistema se conserva. Logo:
1 mv 2 5 1 mv 2 1 1 mv 2 ⇒
2 2 1 2 2
⇒ v 2 5 v12 1 v 22 ∴ v12 1 v 22 5 4 ,0
Obtivemos, assim, duas equações, relacionando as incógnitas v1 e v2: v1 1 v2 5 2,0 e v21 1 v22 5 4,0.
Da primeira equação, v1 5 2,0 2 v2; substituindo-a na segunda: (2,0 2 v2)2 1 v22 5 4,0.
Resolvendo essa equação, obtemos v2 5 2,0 m/s e, como v1 5 2,0 2 v2, concluímos que v1 5 0.
Assim, percebemos que, por causa da colisão, a bola branca entra em repouso e a bola amarela adquire uma velocidade igual à que
a bola branca possuía antes do choque. É possível que você já tenha visto esse fato ocorrer em um jogo de bilhar.
8 Suponha que uma pedra, em repouso, seja fragmentada em três pedaços por uma explosão. Um dos pedaços, de massa
m1 5 1,0 kg, parte com uma velocidade v1 5 12 m/s. Um segundo pedaço, de massa m2 5 2,0 kg, sai com velocidade v2 5 8,0 m/s,
em uma direção perpendicular a v&1.
v2&
a) Desenhe um diagrama que mostre a direção do movimento do terceiro pedaço, imediata-
mente após a explosão.
b) Se a massa do terceiro pedaço era m3 5 0,50 kg, qual é a velocidade, v &3, desse pedaço, imedia-
tamente após a explosão?
RESOLUÇÃO:
a) A quantidade de movimento do sistema (a pedra), antes da explosão, era nula. Como a explo- v1&
são dura um intervalo de tempo muito curto, as forças externas não alterarão sensivelmente o
vetor Q& e, assim, a quantidade de movimento do sistema deverá ser ainda nula imediatamen-
te após a explosão. As quantidades de movimento adquiridas pelo primeiro e pelo segundo
pedaço valem, respectivamente:
q1 5 m1v1 5 1,0 ? 12 [ q1 5 12 kg ? m/s v3&
q2 5 m2v2 5 2,0 ? 8,0 [ q2 5 16 kg ? m/s
Na figura ao lado, foram traçados, em escala, os vetores q&1 e q&2. Para que a quantidade de movi-
mento total Q& seja nula, a quantidade de movimento q&3, do terceiro pedaço, deverá ser igual e
contrária à resultante de q&1 e q&2. Portanto, o terceiro pedaço se movimentará na direção do vetor
q &2
q&3 mostrado na figura.
b) Como vimos, o vetor q&3 tem o mesmo módulo da soma vetorial q&1 e q&2 Pela figura acima:
q3 5 q12 1 q22 5 122 1 162 ∴ q3 5 20 kg ? m/s
q &1
Mas:
q3 5 m3v3 ou 20 5 0,50 ? v3 [ v3 5 40 m/s q &3
Portanto, o terceiro pedaço parte, logo após a explosão, com uma velocidade de 40 m/s na
direção e no sentido do vetor q&3 na figura ao lado.
11 Observe a figura deste exercício. A situação (1) mostra duas 12 Duas locomotivas, A e B, movem-se no mesmo sentido ao
bolas de aço imediatamente antes e imediatamente após m
Ene-5
longo de um trilho reto e horizontal, estando A à frente de B.
C 1
colidirem entre si. A situação (2) representa uma bala disparada H-2 Sabe-se que mA 5 3,0 ? 105 kg, vA 5 8,0 m/s, mB 5 5,0 ? 105 kg
contra um bloco de madeira imediatamente antes da colisão e m e vB 5 16 m/s. A locomotiva B choca-se com A, passando am-
Ene-5
movendo-se com o bloco imediatamente após penetrar nele. C 7
H-1 bas a se deslocar juntas após a colisão.
Para cada uma das situações descritas, responda: a) Como você classifica essa colisão?
εCA 5 12 J εCB 5 15 J ε'CA 5 18 J ε'CB 5 9 J
Como as duas locomotivas movem-se juntas após o choque,
A B A B
dizemos que se trata de uma colisão completamente inelástica.
2 Inicial Final
Veja, no Guia do Professor, as respostas da “Tarefa para casa”. As resoluções encontram-se no portal, em Resoluções e Gabaritos.
1 m/s
Sabe -se que a trajetória da bola, contida em um plano A
2 m/s
vertical, do ponto A até o ponto B, é um arco de circun- C B
B
ferência com centro no ponto O; que o módulo da veloci- 0,5 m/s
dade da bola no ponto B, imediatamente antes de atingir C
NASA
Estaca
t (s)
Plataforma
Fmáx
Estaca
0 t (s)
0,1 0,2 0,3
a) Determine a direção da quantidade de movimento do 11 Uma bala, de 10 g de massa, é atirada por uma espingarda
núcleo residual. de massa igual a 4,0 kg, abandonando o seu cano com uma
b) Considerando a massa do núcleo residual igual a velocidade horizontal de 400 m/s. Determine o módulo da
5,8 ? 10−26 kg, calcule o módulo de sua velocidade. velocidade de recuo da espingarda.
Parede
v0
A B
m1 v1 5 1 m/s b
1
x
0 5 10 15 60°
t (s)
220
v2 5 2 m/s
m2
2
2 (UFTM-MG) Em algumas circunstâncias, nos deparamos com
situações de perigo e, para esses momentos, são necessários a) 0,2.
equipamentos de segurança a fim de evitar maiores danos. b) 0,5.
Assinale a alternativa que justifica corretamente o uso de c) 0,7.
determinados dispositivos de segurança. d) 0,9.
a) O cinto de segurança e o airbag, utilizados nos auto- e) 1,2.
móveis, servem para amortecer o impacto do moto-
rista em uma colisão e, consequentemente, reduzir a 4 Um menino, cuja massa é de 40 kg, está em um carro que
variação do módulo da quantidade de movimento do se desloca em trilhos horizontais com uma velocidade de
motorista na colisão. 3,0 m/s. A massa do carro é de 100 kg.
b) Um automóvel, ao fazer uma curva com velocidade de a) Suponha que o menino saísse do carro sem exercer nele
módulo constante, varia o módulo da quantidade de qualquer impulso. Qual é a velocidade horizontal com
movimento do motorista, uma vez que a resultante das que o menino chegaria ao solo e com qual velocidade o
forças nele aplicadas é nula devido ao uso do cinto de carro continuaria a se mover?
segurança. b) Se o menino saltar de modo que caia verticalmente, com
c) Em uma atividade circense, o trapezista ao cair do trapé- qual velocidade o carro passará a se mover?
zio é amortecido por uma rede de proteção, responsável
pela anulação da quantidade de movimento devido ao
5 (AFA-SP) Considere duas rampas, A e B, respectivamente de
m
Ene-6
massas 1 kg e 2 kg, em forma de quadrantes de circunferência
impulso que ela lhe aplica, o que não ocorreria se ele caís- C 5
H-2 de raios iguais a 10 m, apoiadas em um plano horizontal e sem
se diretamente no solo.
m atrito. Duas esferas, 1 e 2, se encontram, respectivamente, no
d) O impulso exercido por uma rede de proteção sobre o Ene-5
C 7
H-1 topo das rampas A e B e são abandonadas, do repouso, em
trapezista é igual àquele exercido pelo solo, caso não haja
um dado instante, conforme figura abaixo.
a rede; porém, o tempo de interação entre o trapezista e
a rede é maior, o que faz com que diminua a força média 1 2
exercida sobre o trapezista pela rede, em relação ao solo.
e) Ao cair sobre a rede de proteção, o trapezista recebe da
rede uma força maior do que aquela recebida se caísse no A B
solo, oferecendo a ele maior segurança e diminuindo o
risco de acidente.
Quando as esferas perdem contato com as rampas, elas se
3 (IME-RJ) Duas bolas, 1 e 2, movem-se em um piso movimentam conforme os gráficos de suas posições x, em
m
Ene-5
perfeitamente liso. A bola 1, de massa m1 5 2 kg, move-se no metros, em função do tempo t, em segundos, a seguir repre-
C 7
H-1 sentido da esquerda para direita com velocidade v1 5 1 m/s. sentados.
m
Ene-5
da Hungria de Fórmula 1, em 2009, o piloto brasileiro Felipe Se desconsiderarmos qualquer tipo de atrito, o valor de h em
C 8
H-1 Massa foi atingido na cabeça por uma mola que se soltou função de H será de:
do carro que estava logo à sua frente. A colisão com a mola
a) H . b) H . c) H . d) H .
causou fratura craniana, uma vez que a mola ficou ali alojada, 2 3 6 9
y x
q&f
e) y
x q&f
x
a colisão é:
Dado: o princípio da conservação da quantidade de mo-
vimento é válido também para a interação entre fótons e
elétrons.
a) y
q&f
x h
v&
b) y
m
M
Canhão de borrachinha
Ideia do experimento
O experimento consiste em construir um sistema muito similar a um canhão real. Um elástico (em verde) é disposto sobre a base de
madeira como se fosse uma atiradeira que está prestes a impulsionar o projétil (veja a figura a seguir). A linha de costura (em vermelho)
e o palito de fósforo servem para disparar o “tiro” com a menor interferência possível.
Depois de armado o sistema, dispara-se o “tiro” simplesmente queimando a linha que mantém a borrachinha esticada. O que se
observa é que, enquanto o projétil é lançado num sentido, o resto do sistema se move noutro sentido, ou seja, recua.
A ideia aqui é a de explorar a compensação de quantidades de movimentos que ocorre de maneira bem visível neste experimento. O
projétil, mais leve, se desloca com velocidade maior; o resto do sistema, mais pesado, se desloca noutro sentido com velocidade menor.
Material
Uma tábua de madeira leve, de 15 × 10 cm (pode ser, por exemplo, obtida de uma caixa de uva, da parte da madeira mais fina que a
compõe)
Três parafusos ou pregos pequenos
Um elástico
Linha de costura
Fósforos
Projétil (pode ser qualquer coisa passível de ser atirada pela borracha: um apontador de lápis, uma borracha de apagar lápis, dessas que
têm uma capa plástica de proteção – só a borracha ofereceria muito atrito –, etc.)
Lápis (a quantidade deve ser tal que permita à base de madeira se deslocar por toda a distância que esta conseguir se mover após o
tiro. Algo como uma dúzia ou mais deve resolver)
Montagem
Prepare a madeira, de forma que ela fique a mais lisa possível, retirando todas as farpas e os possíveis defeitos.
Numa das bordas de menor largura, fixe dois parafusos, e, no centro da borda oposta, o outro parafuso.
Passe cada uma das pontas da borrachinha pelos parafusos da extremidade que contém dois parafusos.
Amarre no centro do elástico um pedaço de linha.
Puxando a borrachinha pela linha, estique-a na direção do parafuso que está no centro da outra extremidade e enrole a linha nele,
para que fique preso e esticado. Não encoste a borrachinha no parafuso; deixe uma folga de mais ou menos um centímetro.
Coloque algo que sirva de projétil dentro do vértice em “V” formado pela borrachinha esticada.
Coloque os lápis sobre a mesa, um paralelo ao outro, formando uma espécie de caminho por onde o canhão deverá se deslocar
após o tiro.
Coloque o conjunto já montado sobre a esteira de lápis e, com o fósforo, queime a linha, sem que o palito ou você encoste no
experimento.
Comentário: o peso do canhão é importante para se observar um bom recuo. Portanto, escolha bem a madeira que vai servir de
base para o canhão.
Esquema geral de montagem:
FRENTE B
CA
SA
DE
TI
PO
S/
AR
Q
UI
FÍSICA
VO
DA
ED
IT
O
RA
REVISÃO
em Resoluções e Gabaritos.
1 (Mack-SP) Um automóvel P de 800 kg está parado em um (16) O impulso causado por uma força resultante sobre
semáforo quando é atingido por trás por outro carro Q um corpo é igual à variação de sua quantidade de
de 1 200 kg. Imediatamente após a colisão, os carros se movimento.
movem juntos com velocidade de 12 m/s. A velocidade
do automóvel Q, no momento em que colidiu com o P, 4 (UFTM-MG) Em um recente acidente de trânsito, uma
era no mínimo de: caminhonete de 1,6 tonelada, a 144 km/h, atingiu ou-
a) 36 km/h. tro veículo, em uma grave colisão frontal, e conseguiu
b) 45 km/h. parar somente a 25 metros de distância do abalroa-
c) 54 km/h. mento. A intensidade média da força resultante que
d) 72 km/h. agiu sobre a caminhonete, do ponto do impacto ao de
e) 90 km/h. paragem, foi, em newtons, igual a:
a) 51 200.
b) 52 100.
2 (UFPE) Um barco a vela parte do repouso, em linha reta,
c) 65 000.
m sob efeito de uma brisa constante. A força de atrito en-
Ene-6 d) 72 400.
C 4
H-2 tre a superfície do barco e a superfície da água é propor-
e) 75 000.
cional à velocidade instantânea v do barco em relação à
m
Ene-6
C 5 água, sendo dada por f 5 kv, em N, em que k 5 1,0 kg/s. 5 (Uerj) Em uma partida de tênis, após um saque, a bola,
H-2
O gráfico mostra a dependência da velocidade do bar- de massa aproximadamente igual a 0,06 kg, pode atin-
m co, em relação à água, em função da distância percorrida
Ene-5 gir o solo com uma velocidade de 60 m/s. Admitindo
C 7
H-1 pelo barco. Qual é o trabalho realizado pela força de atrito que a bola esteja em repouso no momento em que
nem
durante os primeiros 60 m? Dê a sua resposta em joules. a raquete colide contra ela, determine, no SI, as varia-
E -5
C 8
H-1 ções de sua quantidade de movimento e de sua ener-
v (m/s)
gia cinética.
2,50
6 (Uerj) Observe a tabela abaixo, que apresenta as massas
m
Ene-5
de alguns corpos em movimento uniforme.
C 7
1,25 H-1
Corpos Massa (kg) Velocidade (km/h)
m
Ene-5
C 8
H1
- Leopardo 120 60
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 x (m) Automóvel 1 100 70
Caminhão 3 600 20
3 (UEPG-PR) Considerando o teorema da impulsão, calcule
a soma das alternativas que forem corretas. Admita que um cofre de massa igual a 300 kg caia, a partir
(01) No gráfico da variação da quantidade de movimen- do repouso e em queda livre, de uma altura de 5 m. Con-
to contra o tempo (ΔQ 3 t), o coeficiente angular da sidere Q1, Q2, Q3 e Q4, respectivamente, as quantidades de
reta apresentada corresponde ao valor da massa do movimento do leopardo, do automóvel, do caminhão e
corpo sobre o qual a força F é aplicada. do cofre ao atingir o solo. As magnitudes dessas grande-
(02) Para um instante t 5 0, a quantidade de movimento zas obedecem relação indicada em:
a) Q1 , Q4 , Q2 , Q3.
de um corpo é nula.
b) Q4 , Q1 , Q2 , Q3.
(04) Se a resultante de um sistema de força que atua so-
c) Q1 , Q4 , Q3 , Q2.
bre um corpo em movimento for nula, a velocidade
d) Q4 , Q1 , Q3 , Q2.
do corpo poderá ser alterada se houver variação da
massa do corpo. 7 (IME-RJ) Um corpo de 300 g de massa é lançado de uma
(08) O impulso é uma grandeza vetorial e a sua direção e altura de 2,20 m em relação ao chão, como mostrado na
o seu sentido são os mesmos que os da força. figura a seguir.
d) Q&inicial
Q&final
ΔQ&
F&3 F&1
na quantidade de movimento do ar, ΔQ&, é expressa por
ΔQ% 5 Q&final 2 Q&inicial .
Neste sentido, a composição de vetores que melhor re-
presenta a variação da quantidade do movimento do ar
está representada por: F&4
a) Q&inicial
F&2
Q&final
ΔQ&
a) Quais dessas forças são internas?
b) Quais dessas forças são externas?
u
A relação
O entre m1 e m2 é:
O
m a) m2 5 5m1.
b) m2 5 7m1.
v& 3m
c) m2 5 1 .
Projétil 1 disco 7
7m1
d) m2 5 .
3
e) m2 5 m1.
g& P g& P
26 (Fuvest-SP) Maria e Luísa, ambas de massa M, patinam
u m no gelo. Luísa vai ao encontro de Maria com velocidade
O Ene-5
C 9
O H-1 de módulo V. Maria, parada na pista, segura uma bola de
massa m e, num certo instante, joga a bola para Luísa. A
m
v& Ene-5
C 1 bola tem velocidade de módulo v, na mesma direção de
V&&. Depois que Luísa agarra a bola, as velocidades de Maria
H-2
Projétil 1 disco
e Luísa, em relação ao solo, são, respectivamente:
Dados: V e v são velocidades em relação ao solo; consi-
O disco é atingido por um projétil de massa m ,, M que dere positivas as velocidades para a direita; desconsidere
se move horizontalmente com velocidade v& no plano do efeitos dissipativos.
disco. Após a colisão, o projétil se incrusta no disco e o
CASA DE TIPOS/
ARQUIVO DA EDITORA
b) I e II. M (M 1 m)
c) I e III. MV 2 mv mv 2 MV
d) II e III. 2 2
e) ;
e) III. M (M 1 m)
a) 9,0 m/s.
A b) 6,0 m/s.
FÍSICA
M A N c) 5,0 m/s.
B
d) 4,0 m/s.
B e) 3,0 m/s.
Um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil é o consumo legalizado de álcool etílico. De acordo com pesquisas acadêmicas,
doenças provocadas exclusivamente pelo alcoolismo, invalidez e morte precoce em decorrência do abuso de bebidas alcoólicas, além dos efeitos
fisiológicos do álcool, geram gastos aos cofres públicos estimados em 8 bilhões de reais ao ano. Além desses fatores, o consumo de álcool associado
ao ato de dirigir tem sido motivo de preocupação para as autoridades brasileiras. Durante o período de 2000 a 2010, tivemos aumento de 41,4%
no número de mortes nas vias públicas, passando de 28 995 para 40 989. Observe na figura 1 a significativa redução de óbitos de pedestres
por acidentes de trânsito e o aumento expressivo no número de mortos em acidentes envolvendo automóveis e motocicletas. Estima-se que
quase 50% dos acidentes de trânsito deve-se à ingestão de álcool durante a condução de veículos. A própria legislação brasileira dificultava a
redução do número de acidentes de trânsito causados pelos motoristas alcoolizados, pois o Superior Tribunal de Justiça havia decidido que o
bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para comprovar o crime. O bafômetro é um aparelho que permite determinar a concentração
de bebida alcoólica analisando o ar exalado dos pulmões de uma
pessoa. É também conhecido pela denominação técnica “etilômetro”, 18
Pedestre
devido às reações que envolvem o álcool etílico presente na baforada 16
Motociclista
do suspeito e um reagente. Com isso, os motoristas recusavam-se a 14
soprar o bafômetro quando surpreendidos em blitz policiais, valendo-se Automóvel
12
do direito constitucional que diz que “ninguém é obrigado a produzir
provas contra si mesmo”. Neste caso, o condutor alcoolizado apenas era 10 % dos óbitos
multado, tinha seu veículo apreendido e perdia a carteira de habilitação, 8
mas ficava livre de qualquer acusação criminal. Isso acontecia porque a 6
lei previa como conduta proibida dirigir com mais de 6 dg/L (decigramas
4
por litro) de álcool no sangue. Em 2013, entrou em vigor a nova lei,
em que passa a ser crime “conduzir veículo automotor com capacidade 2
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra 0
substância psicoativa que determine dependência”. Assim, o limite de 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
álcool passou a ser uma das formas de se comprovar a embriaguez, e
Fig. 1 – Taxas de óbitos (em 100 mil habitantes) nos acidentes de trânsito por
não mais um requisito de punição. categoria. Brasil. 1996/2010 (2010: dados preliminares).
O passo a passo do funcionamento do bafômetro
1. Com a ajuda de um catalisador, o álcool expirado reage com o oxigênio presente no aparelho.
2. A reação libera ácido acético, íons de hidrogênio e elétrons.
3. Os elétrons passam por um fio condutor, gerando corrente elétrica. Quanto mais álcool, maior a corrente: um microchip “traduz” o
impulso elétrico e dá a concentração de álcool no sangue.
4. Ao fim do processo, sobra só água na forma de vapor. A concentração é mostrada no visor e qualquer resultado acima de zero é
considerado acima do permitido.
Com base em: INSTITUTO SANGARI. Mapa da violência 2012: acidentes de trânsito. São Paulo, abr. 2012.
Disponível em: <http://vias-seguras.com/documentacao/arquivos/mapa_da_violencia_2012_acidentes_de_transito>. MOLINI, Ana Maria.
Aula experimental como instrumento pedagógico no ensino de Química. Secretaria da Educação do Governo do Estado do Paraná.
Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2009_uel_quimica_artigo_ana_maria_molini.pdf>.
Lei n. 9 503, de 23 de setembro de 1997. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm>. Acesso em: 13 jan. 2015.
1 Segundo a polícia, um condutor dirigia um veículo de 0,8 tonelada a 100 km/h quando bateu de frente com outro veículo de 1,0 tonelada
que trafegava a 53 km/h. Ambos os condutores sofreram ferimentos leves e foram levados ao hospital. Após submetê-los ao teste do ba-
fômetro, a polícia constatou em um deles o teor alcoólico de 0,99 mg/L.
Um vídeo gravado no local mostra, momentos após a colisão frontal, os dois veículos engavetados se movendo como um único corpo
por um curto intervalo de tempo. Desprezando-se o atrito entre os veículos e a pista, o módulo da velocidade dos carros unidos após
a colisão, em m/s, foi de aproximadamente: b
a) 15 m/s na contramão. d) 15 m/s na mão correta.
b) 4 m/s na contramão. e) Os carros engavetados permanecem parados após a colisão.
c) 4 m/s na mão correta.
39
QUADRO DE IDEIAS
Conservação da
quantidade de
movimento Vice-presidência: Mário Ghio Júnior
Direção: Carlos Roberto Piatto
Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Conselho editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves,
Carlos Roberto Piatto, Daniel Augusto Ferraz Leite,
Eduardo dos Santos, Eliane Vilela, Helena Serebrinic,
Lidiane Vivaldini Olo, Luís Ricardo Arruda de Andrade,
Impulso Marcelo Mirabelli, Marcus Bruno Moura Fahel,
I & 5 F& ? Δt
Marisa Sodero, Ricardo Leite, Ricardo de Gan Braga,
Tania Fontolan
Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello
Edição: Tatiana Leite Nunes (coord.), Pietro Ferrari
Assistência editorial: Carolina Domeniche Romagna,
Quantidade de movimento Rodolfo Correia Marinho
Conservação de movimento
Colisões Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.),
de um sistema de partículas q 5 mv Danielle Modesto, Edilson Moura, Letícia Pieroni,
Marília Lima, Tatiane Godoy, Tayra Alfonso,
Vanessa Lucena; Colaboração: Aparecida Maffei,
Thaise Rodrigues
Coordenação de produção:
Relação entre impulso e Fabiana Manna da Silva (coord.);
Colaboração: Adjane Oliveira, Dandara Bessa
Diretas e oblíquas quantidade de movimento Supervisão de arte e produção: Ricardo de Gan Braga
I & 5 Δq& 5q&2 2 q&1 Edição de arte: Daniela Amaral
Diagramação: Antonio Cesar Decarli,
Elásticas e Claudio Alves dos Santos, Fernando Afonso do Carmo,
inelásticas Flávio Gomes Duarte, Kleber de Messas
Iconografia: Sílvio Kligin (supervisão),
Marcella Doratioto; Colaboração: Fábio Matsuura,
Fernanda Siwiec, Fernando Vivaldini
Licenças e autorizações: Edson Carnevale
Capa: Daniel Hisashi Aoki
Foto de capa: Fábio Colombini
Projeto gráfico de miolo: Daniel Hisashi Aoki
Editoração eletrônica: Casa de Tipos
15-01591 CDD-530.07
2015
ISBN 978 85 08 17316-7 (AL)
ISBN 978 85 08 17313-6 (PR)
1ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação