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1 OS FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
É com esse meio ambiente que as empresas precisam interagir para sobreviver. Não há
mais espaço para ineficiência nos meios de produção, pois isso impactará
negativamente na rentabilidade gerada e, consequentemente, aumentará o risco de
desinvestimento. As empresas que não conseguirem se encaixar nesse novo cenário
fatalmente serão fechadas ou simplesmente vendidas.
No início de 2018, a rede de churrascarias Fogo de Chão foi vendida para o fundo de
investimentos norte-americano Rhône Capital em uma transação de US$ 560 milhões. É
um bom exemplo da internacionalização de capital que busca retornos cada vez maiores
em seus portfólios de investimento (FOGO, 2018).
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A bem da verdade, todas as áreas das empresas precisam agregar valor para a
organização. Os recursos humanos precisam contratar profissionais cada vez mais
qualificados e desenvolver meios para alinhar estrategicamente as suas competências
às necessidades da empresa; os profissionais de marketing precisam identificar
mercados cada vez mais promissores e desenvolver estratégias de crescimento; por
sua vez, a administração financeira também tem seus desafios: administrar da maneira
mais eficiente possível os recursos financeiros da empresa.
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É importante observar que a redução dos custos financeiros é o meio pelo qual a
administração financeira pode agregar valor para a organização.
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo “o estudo,
o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos
de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para
permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à
centralização e uniformização do seu processo de produção, levando
sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões
internacionais”. (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS)
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1.4 Administração financeira e economia
Por exemplo, vamos supor que uma empresa esteja estudando avaliar a substituição
de uma máquina. A máquina nova trará uma receita de R$ 80.000,00 enquanto que a
máquina antiga gerava uma receita de R$ 30.000,00. O custo da máquina nova é de R$
40.000,00, mas a venda da máquina antiga gerará uma receita de R$ 20.000,00. Seria
vantajosa a substituição nessas condições? Consideremos aqui a operação feita à vista:
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Receita com a máquina nova: R$ 80.000,00
O administrador financeiro precisa estar atento ao meio ambiente o qual interage, pois
cada vez mais a competição pelo mercado aumenta. É preciso ter raciocínio lógico,
analítico e conhecimento do todo que envolve as operações empresariais para que se
possa tomar as melhores decisões para que possam atingir o seu principal desafio:
criar valor para o acionista.
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No que tange a sua profissão, o administrador financeiro pode ocupar cargos que vão
do assistente ou analista financeiro júnior até o cargo de diretor financeiro apoiando
as atividades de tesouraria, como contas a pagar e a receber, analisando a capacidade
de pagamento de clientes para determinação de linhas de crédito, negociação de
créditos em litígio (cobrança de inadimplentes), além de operações de hedge e
câmbio. Os salários podem variar muito, mas dificilmente são inferiores a US$ 500,00
conforme cotação de 30 de maio de 2018.
SAIBA MAIS
No vídeo “O que os recrutadores buscam para trabalhar no Mercado Financeiro”, Carol
Medeiros conta o que escutou dos recrutadores ao perguntar o que é preciso para
trabalhar no mercado financeiro e se certificação é diferencial ou não. Disponível em:
<https://goo.gl/Eepkha>. Acesso em: 13 jun. 2018.
REFERÊNCIAS
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio
Braziliense, São Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso
em: 8 jun. 2018.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2017.
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira:
uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
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2 AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E A SUA ANÁLISE
As análises horizontal e vertical são uma metodologia da análise de balanços que tem
como principal finalidade avaliar a evolução das contas da empresa sobre diversos
aspectos, como a estocagem, o endividamento de curto e longo prazos, o faturamento
e as despesas operacionais.
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Exemplo:
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Passivo 2014 2015 2016
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DRE 2014 2015 2016
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Análise horizontal: ativos
Caixa, bancos e
1.695,90 100 2.783,60 64,1 2.298,80 –17,4
investimentos
Contas a receber de
847,4 100 909 7,3 1.051,90 15,7
clientes
Estoques 890 100 963,6 8,3 835,9 –13,3
Impostos a recuperar 240,3 100 320,3 33,3 329,4 2,8
Outros direitos 565,4 100 1.041,80 84,3 286,7 –72,5
Total dos ativos
4.239,00 100 6.018,30 42 4.802,70 –20,2
circulantes
Impostos e depósitos
593,6 100 789,7 33 1.076,50 36,3
judiciais
Outros ativos não
85,6 100 17,6 –79,4 23 30,7
circulantes
Pela análise é possível perceber grandes variações na conta caixa da empresa que
aumentou 64,1% entre 2014 e 2015 e reduziu 17,4% no ano de 2016. Houve ligeiro
crescimento da conta de clientes e a empresa perceptivelmente está otimizando os
seus estoques.
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Análise horizontal: passivos
Empréstimos e
financiamentos 1.466,50 100 2.161,30 47,4 1.764,40 –18,4
Outras obrigações de
curto prazo 126,7 100 359,4 183,7 235,1 –34,6
Empréstimos e
financiamentos 2.514,60 100 3.374,40 34,2 2.625,60 –22,2
Total do patrimônio
líquido 1.148,60 100 1.077,70 –6,2 996,3 –7,6
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É possível perceber uma oscilação muito grande no endividamento de curto e longo
prazo nos anos de 2014 e 2015 com redução também grande no ano de 2016, fazendo
com que os números voltassem praticamente aos mesmos patamares de 2014. Chama
também a atenção a redução, embora pequena, mas constante do patrimônio líquido
nos períodos analisados. Houve aumento na conta impostos a pagar entre 2014 e 2015
e esse número ficou constante em 2016.
Receitas/(despesas)
financeiras –268,2 100 –381,4 42,2 –656,0 72
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Aqui se verifica que as vendas estão praticamente no mesmo patamar nos períodos
analisados. Houve, contudo, crescimento gradual e constante das despesas com
vendas e administrativas e, destacadamente, das despesas financeiras – 42% entre
2014 e 2015 e 72% entre 2015 e 2016 – o que reflete o elevado perfil de alavancagem
da empresa, comprometendo inclusive o resultado que vem demonstrando piora nos
períodos analisados.
Por definição, a análise vertical é uma metodologia de análise de balanços que busca
avaliar a evolução das contas do balanço patrimonial de maneira proporcional. A
proposta é a de se avaliar a participação de uma conta ou subgrupo de contas do
balanço sobre um todo e a partir daí analisar a sua evolução comparativamente entre
os períodos analisados.
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Análise vertical: ativos
Outros ativos não circulantes 85,6 1,2 17,6 0,2 23,0 0,3
Total dos ativos não circulantes 2.960,5 41,1 3.376,0 35,9 3.618,3 43
Aqui, é possível verificar na conta caixa destacada na análise horizontal que houve
oscilação de fato em termos relativos, mas não tão expressiva (oscilação de menos de
5%). Há uma redução gradual e proporcional da conta estoques, mostrando que de
fato a empresa está buscando trabalhar em níveis menores, o que contribui
positivamente para a geração de caixa da empresa.
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Passivos 2014 AV 2015 AV 2016 AV
Outras obrigações de curto prazo 126,7 1,8 359,4 3,8 235,1 2,8
Total dos passivos circulantes 3.118,70 43,3 281,9 48,7 384,0 49,1
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Análise vertical da Demonstração de Resultado (DRE)
Após essas análises se faz necessário buscar uma explicação para as oscilações
apontadas. Muitas dessas explicações constam nas próprias notas explicativas dos
balanços, mas, complementarmente, é necessário buscar informações na mídia
especializada. E, na época, a empresa de fato acusou o impacto do crescimento de
grandes concorrentes do mesmo setor, além de terem reconhecido trabalhar com uma
estrutura administrativa inchada.
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2.3 Análise de índices financeiros
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Cada um desses índices indica quantos reais a empresa possui para cada R$ 1,00 de
dívida. Dessa forma, quanto maior do que 1 for cada índice, melhor. Para o cálculo são
utilizadas as seguintes fórmulas:
A título de exemplo, observe o cálculo dos índices de liquidez da Natura S.A. para o
ano de 2014:
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Em que se percebe que a empresa possui boa capacidade para honrar seus
compromissos tanto de curto como de longo prazo, observado o resultado próximo
de 1.
Segundo Gitman (2017, p. 76), “os índices de atividade medem a velocidade com que
várias contas são convertidas em vendas ou caixa, entradas ou saídas. Em certo
sentido, os índices de atividade medem a eficiência com que a empresa opera em uma
série de dimensões, tais como gestão de estoque, desembolsos e recebimentos.” O
resultado prático desses índices é o ciclo operacional que mede o tempo que uma
empresa leva para converter em dinheiro as suas operações. Para financiá-lo, num
primeiro momento, a empresa deve buscar prazos com seus fornecedores.
Entre os pontos a serem analisados, destaca-se aqui o prazo médio dos estoques, pois
indica se a empresa está administrando o nível de sua produção de maneira adequada.
Em momentos de crise, pode sair mais barato para a empresa negociar férias coletivas,
por exemplo, para reduzir os custos de estocagem e de produção.
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Existem basicamente cinco índices de atividade:
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A título de exemplo, observe o cálculo dos índices de atividade da Natura S.A. para o
ano de 2014:
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2.3.3 Índices de endividamento
Aqui serão destacadas duas medidas, sendo a participação de terceiros sobre o capital
próprio (P/PL) e o Exigível total sobre o ativo total (P/AT) dados por:
Em P/PL, quanto maior do que 1 pior, pois indica haver mais capital de terceiros
aplicados na empresa do que recursos dos sócios; já em P/AT indica a participação do
capital de terceiros na composição de ativos da empresa sendo que quanto mais
próximo de 1, pior.
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Para os três exercícios, seriam os seguintes resultados:
Aqui se percebe que a empresa está com elevada alavancagem considerando que para
cada R$ 1,00 de capital próprio há R$ 7,00 de capital de terceiros. Verifica-se também
que a participação de capital de terceiros no ativo total é de quase 90%.
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A título de exemplo, observe o cálculo dos índices de rentabilidade da Natura S.A. para
o ano de 2014:
Conforme Megliorini e Valim (2009), as empresas precisam criar valor que pelo menos
seja maior do que o seu custo de capital, pois, caso contrário, estarão destruindo valor.
As medidas de mensuração de valor que serão aqui expostas são o EVA® e o MVA®.
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Segundo os autores, o EVA® seria o resultado de uma empresa após a dedução do
custo do capital próprio. Caso o resultado seja positivo, existe criação de valor para o
acionista; caso contrário, destruição de valor.
Sendo que:
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O MVA® é uma avaliação calculada tendo como base as expectativas do mercado com
relação ao investimento criar valor. Ainda segundo os autores, esse resultado seria o
valor intangível do negócio, chamado de goodwill que foi gerado em função de sua
gestão. Conforme Megliorini e Valim (2009) o MVA® seria o valor presente do EVA®:
REFERÊNCIAS
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio
Braziliense, São Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso
em: 8 jun. 2018.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2017.
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira:
uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
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3 O VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO
3.1 Juros
Os juros e o tempo são duas variáveis diretamente associadas: quanto maior for o
tempo que o capital ficar tomado, maiores os juros a serem pagos. Dessa forma, o
administrador financeiro precisa gerenciar essa questão por impactar diretamente
sobre os custos de capital: quanto maior for o uso de capital de terceiros, maiores
serão os custos financeiros e isso impactará negativamente na rentabilidade dos
negócios.
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Os juros normalmente são expressos sobre a forma de taxa (%). A relação entre a
remuneração do capital e o capital usado é denominada taxa de juros. Considere por
exemplo os juros de R$ 100,00 gerados sobre um capital de R$ 1.000,00. A taxa é
obtida da seguinte maneira:
Percebam que o valor calculado foi multiplicado por 100 para que o resultado se dê
em termos porcentuais.
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Variável Definição
É o valor negociado nas operações financeiras,
Principal ou valor presente sendo expresso nas calculadoras financeiras pela
sigla PV (Present Value ou valor presente em inglês).
Relação entre os juros e o principal, sendo indicada
Taxa de juros nas calculadoras pela letra i de interest rates ou taxa
de juros em inglês.
É a soma do principal mais os juros. É expresso nas
Montante ou valor futuro calculadoras pela sigla FV (Future Value ou valor
futuro em inglês).
Servem para indicar as situações nas quais o retorno
do capital não se dá de uma única vez. Nesse caso, é
Parcelas
indicada nas calculadoras financeiras pela sigla PMT
(payments ou pagamentos em inglês).
Remuneração do capital. Nas fórmulas será indicada
Juros
pela letra J.
Período da operação. Nas fórmulas e nas
Período calculadoras é expresso pela letra n (number of
periods ou número de períodos em inglês)
Fonte: autor
Por definição, Megliorini e Valim (2009), taxas equivalentes são taxas de juros que
geram os mesmos montantes quando aplicadas sobre um mesmo capital e prazo.
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A fórmula usada para o cálculo de taxas equivalentes é dada por:
Sendo que:
Prazo que eu quero: grandeza temporal da taxa de juros que se quer a equivalência
Por exemplo, quais seriam as taxas de juros equivalentes para os períodos mensal e
trimestral equivalentes a 21% ao ano?
Resolução: fórmulas
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Resolução: calculadora HP 12C
Comando Significado
F REG Limpa memória
0.21 enter Taxa de juros já dividida por 100
1+ Soma-se 1
12 1/x yx Calcula-se o inverso de 12 e depois (1,12)1/12
1 – 100 x (multiplica) Taxa equivalente mensal
Por esse caminho se chega a taxa de 1,6% ao mês
Comando Significado
F REG Limpa memória
0.21 enter Taxa de juros já dividida por 100
1+ Soma-se 1
12 1/x yx Calcula-se o inverso de 4 e depois (1,12)1/4
1 – 100 x (multiplica) Taxa equivalente mensal
Por esse caminho se chega a taxa de 4,88% ao trimestre
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Soma-se 1 mais a taxa de juros, coloca-se ponto e vírgula; a conversão do prazo como
se pede (1 ano para 12 meses e 1 ano para quatro trimestres), tudo entre parênteses e
ao final subtrai-se 1.
Conforme foi dito no início deste capítulo, os sistemas de capitalização podem ser
lineares (juros simples) ou exponenciais (juros compostos). A seguir será analisada essa
temática. Aqui, cabe observar que nas operações analisadas o retorno do capital
somente se dará no final do período considerado nos problemas.
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Exemplos:
Resolução:
i = 18%/12 = 1,5%
Que capital gerou rendimento de R$ 350,00 durante 10 meses a uma taxa de 1,0% ao
mês?
Resolução:
Pedro pagou ao Banco JuroAlto R$ 10,00 por um dia de atraso sobre uma prestação de
R$ 150,00. Qual foi a taxa mensal de juros aplicada pelo banco?
Resolução:
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Determine o valor da aplicação cujo valor de resgate bruto foi de R$ 90.000,00 por um
período de 1 mês sabendo que a taxa de juros foi de 2,0% ao mês.
Resolução:
Durante quanto tempo foi aplicado um capital de R$ 1.000,00 que gerou rendimentos
de R$ 300,00 a uma taxa de juros de 1,5% ao mês?
Resolução:
Juros compostos são definidos por Gitman (2017, p.170) como “juros que são obtidos
em um determinado depósito e que tornam-se parte do principal no final de um
período especificado”.
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Aqui também serão desenvolvidos os cálculos envolvendo o uso da calculadora
financeira HP 12C e do software Excel® além das fórmulas acima.
Exemplos:
Se uma pessoa desejar obter $ 200.000,00 dentro de um ano, quanto deverá aplicar
hoje num fundo que rende 3,0% a.t.? Em outras palavras, qual é o valor presente dessa
aplicação?
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Calcular o valor futuro de um capital investido de R$ 10.000,00 aplicado a taxa de
1,5% ao mês durante 10 meses.
Qual o tempo que um investimento de R$ 10.000,00 precisa ficar aplicado para gerar
um valor futuro de R$ 15.000,00 a uma taxa de 1,5% ao mês?
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Pelo software Excel®: uso da função NPER
A que taxa mensal uma quantia de R$ 8.000,00 gerou um valor futuro de R$ 9.500,00
no prazo de 6 meses?
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3.4 Séries uniformes de pagamentos
Fórmulas:
Na primeira fórmula, você tem o valor das parcelas, o prazo e a taxa de juros e quer
saber o valor à vista do bem:
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Na segunda fórmula, você tem o valor à vista do bem, o prazo e as taxas e quer
calcular as parcelas:
Na terceira fórmula, você tem o valor de uma série de depósitos, o prazo e a taxa de
juros e quer calcular o valor futuro acumulado:
Na quarta fórmula, você quer saber o quanto vai ter de depositar mensalmente para
acumular determinado valor, sabendo prazo e taxa:
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Excel®: função VP
Como se trata de uma série de pagamentos postecipada, não foi preciso especificar o
tipo (0 usado nas séries antecipadas, default do sistema ou 1 para séries antecipadas).
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No Excel®: função PGTO
Você vai começar a depositar R$ 100,00 mensalmente em uma aplicação que paga
rendimentos de 0,8% ao mês pensando nos estudos de seu filho que acabou de nascer.
O resgate será feito quando ele tiver 18 anos de idade. Qual será o valor do resgate?
Obs.: Nesse caso, é mais fácil passar o prazo de anos para meses: 18 x 12 = 216 meses.
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Você quer comprar um celular Apple mais recente para dar de presente de natal a
alguém especial e observou que ele está sendo anunciado por R$ 4.500,00. É mês de
abril ainda, faltando exatamente 8 meses para o natal. Considerando que a taxa de
juros que é possível obter é de 0,4% ao mês, quanto seria necessário economizar
mensalmente para acumular esse valor? (Considerando que o celular não vai aumentar
de preço.)
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No Excel®: uso da função VP
Aqui você está financiando a aquisição de um carro sendo que o saldo devedor é de R$
10.000,00 e a taxa de juros é de 2,5% ao mês. O prazo dos pagamentos é de 24 meses
sendo que a primeira parcela é paga no ato. Qual seria o valor das parcelas?
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Excel®: uso da função PGTO
Você decidiu viajar! Para tal, foi até o banco e fez uma aplicação programada sendo
que a primeira será feita no ato da contratação. A proposta é aplicar R$ 250,00
mensais para que depois de 12 meses se tenha um valor para as férias. A taxa
contratada foi de 0,8% ao mês. No final desse período, quanto se espera juntar?
No Excel®: função VF
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Você é gerente de um banco e recebe um cliente que precisa acumular a quantia de R$
50.000,00 em 2 anos para realizar a festa de casamento e ter a lua de mel dos sonhos.
A taxa de juros praticada pelo banco é de 0,7% ao mês para aplicações mensais.
Quanto esse cliente vai ter de economizar mês a mês considerando que ele trouxe
recursos para fazer o primeiro depósito para aplicar no ato?
No Excel®: função VF
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• Amortização: valor deduzido do principal, que seria o capital emprestado,
sendo feito em prazos pré-acordados.
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3.5.2 Sistema de amortização francês
Nesse sistema as parcelas são constantes. Primeiro, o cálculo das parcelas é feito
utilizando como metodologia a série uniforme de pagamentos por juros compostos
postecipados. Depois, os juros são calculados tendo como base o saldo devedor do
período anterior. As amortizações são calculadas deduzindo-se as parcelas dos juros. O
novo saldo devedor é calculado subtraindo-se o saldo devedor do período anterior da
amortização do período.
Esse sistema é usado na maioria dos empréstimos para se adquirir bens de maior valor
agregado. Pela sua metodologia, as amortizações são crescentes e os juros,
decrescentes.
50
3.5.3 Sistema de amortização americano
51
Os juros são calculados sobre o principal: R$ 30.000,00 x 0,015 = R$ 450,00
REFERÊNCIAS
FERREIRA, José Antônio Stark. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2005.
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio Braziliense, São
Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso em: 8 jun. 2018.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2017.
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira: uma
abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
52
4 FLUXO DE CAIXA
53
Os fluxos de caixa de uma empresa mostram os fluxos de entradas e saídas de recursos
financeiros, indicando a capacidade da empresa gerar capital de giro. Conforme
Megliorini e Valim (2009, p. 57), “o fluxo de caixa é dividido em fluxo das operações,
fluxo dos investimentos e fluxo dos financiamentos”.
• Vendas: R$ 200.000,00
54
4.2.1 Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC)
55
Fonte: Stark (2005, p. 51).
56
4.3.1 Orçamento de caixa
• Vendas previstas: $ 20.000 sendo que 60% desses valores sejam recebidos no
semestre;
57
Resolução:
• Terrenos e edificações;
• Marcas e patentes;
• Máquinas e equipamentos.
58
O orçamento de capital é feito com base no chamado “fluxo de caixa incremental” e
envolve a análise do valor do investimento e os incrementos nas receitas e despesas
derivados daquele investimento. A sua proposta é a de se analisar a viabilidade
econômica e financeira em projetos de investimento. Também é usado para analisar a
viabilidade em empresas start up.
Convencionemos para fins didáticos que o investimento será de R$ 500 mil e será
realizado da seguinte forma: R$ 200 mil serão recursos próprios e R$ 300 mil serão
recursos de terceiros (BNDES).
59
De onde se chega ao fluxo de caixa livre, que é efetivamente o utilizado para
aplicarmos as técnicas de orçamento de capital e avaliarmos se é viável ou não o
investimento.
CO = IME + PMC
Onde CO = ciclo operacional; IME = idade média dos estoques e PMC = período médio
de cobrança de vendas
60
O ciclo de caixa ou ciclo financeiro, ainda segundo o autor, “corresponderia ao período
de tempo em que os recursos da empresa se encontram comprometidos entre o
pagamento dos insumos e o recebimento pela venda do produto acabado” (idem). É
dado por:
Exemplo: considere o exemplo onde IME = 54 dias, PMC = 57 dias e PMP = 99 dias.
Temos que:
CF = 111-99 = 12 dias
Quanto maior for o ciclo financeiro de uma empresa, maior vai ser a sua dependência
de capital de terceiros. Dessa forma, estratégias no sentido de reduzir o ciclo
financeiro consistem em:
• Dependência de matéria-prima.
Para esse fim, devem ser usadas técnicas de negociação com a proposta de buscar os
menores prazos entre os fornecedores, tomando o cuidado para não fazer o conhecido
“leilão”, pois essa forma de conduzir negociações pode colocar em cheque a
credibilidade da empresa no mercado.
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Onde
𝐶𝑝 é o custo do pedido;
D é a demanda; e
Exemplo: Considere um item que possui uma demanda de 50.000 unidades anuais, o
custo é de R$ 900,00 o pedido e os custos de manutenção são de R$ 100,00 por
unidade. Quantos itens devem constar em cada pedido para o gerenciamento ótimo
do estoque?
Resolução:
REFERÊNCIAS
FERREIRA, José Antônio Stark. Finanças corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2005.
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio Braziliense, São
Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso em: 8 jun. 2018.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2017.
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira: uma
abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
63
5 ORÇAMENTO DE CAPITAL
• Atividades de investimento;
• Atividades de financiamento.
No curto prazo, essas atividades objetivam a gestão do dia a dia das empresas; no
longo prazo, compreendem a análise estratégica do negócio, objetivando realizar
investimentos de capital, devendo ser então objeto de análise e estudo.
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Conforme Stark os tipos mais comuns de investimento seriam os independentes (são
aqueles onde os fluxos de caixa independem de outro investimento) e os mutuamente
excludentes (são aqueles que possuem a mesma função e, consequentemente,
competem entre si). São exemplos de investimentos independentes a expansão da
empresa, uma aquisição de uma concorrente; por outro lado, são exemplos de
investimentos mutuamente excludentes troca de veículos, substituição de máquinas
etc.
65
5.2 Técnicas de orçamento de capital: o payback, o VPL e a TIR
Para se calcular o payback simples, deve-se somar os resultados dos fluxos de caixa ao
valor do investimento (negativo) até que se chegue a um resultado positivo:
66
Para calcular o tempo exato: 30,3/140,5 = 0,215 x 12 (meses) = 2,58 ou 3 anos, dois
meses e 15 dias aproximadamente.
O payback simples foi de 3 anos e dois meses, enquanto o descontado foi de 4 anos e 1
mês denotando perfil mais conservador.
Por isso, são utilizadas as metodologias do valor presente líquido e da taxa interna de
retorno para se analisar a viabilidade econômica e financeira de um investimento.
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5.2.2 O valor presente líquido
O valor presente líquido é uma técnica de orçamento de capital que traz como
resultado um montante (R$). Esse montante é calculado trazendo-se a valor presente
todo o fluxo de caixa projetado do investimento a uma dada TMA e depois somando-
se ao valor do investimento (com sinal negativo).
Análise:
Fórmula:
68
O software Excel® também pode ser usado para calcular o VPL através da função que
leva o mesmo nome:
A TIR é também a taxa que, aplicada a um fluxo de caixa, chega-se a um VPL igual a
zero.
Fórmula:
Assim temos:
A metodologia de cálculo da TIR é a mesma da VPL, sendo que “na mão” deve-se, por
tentativa e erro, calcular o VPL em um fluxo de caixa diversas vezes até se chegar a um
VPL igual ou bem próximo de zero. No entanto, a calculadora financeira possui a
função TIR:
69
O software Excel® pode fornecer a mesma informação através da função TIR:
A TIR pode não dar a resposta correta quando se trata de fluxos de caixa não
convencionais.
70
Assim, para cumprir seu objetivo, a TIRM traz todos os fluxos negativos do projeto a
valor presente – VAC, ou Valor Atual dos Custos –, e leva todos os fluxos positivos para
valor futuro – VT, ou Valor Terminal. Feito isso, a fórmula da TIRM fica:
Na sequência, é calculado o Valor Atual dos Custos (VAC) para trazer todos os fluxos de
caixa negativos do projeto, ao custo de capital da empresa (TMA), para o valor atual ou
data zero:
71
5.3 Estrutura e custo de capital
Conforme nos ensina Stark (2005, p. 174), o “custo de capital é a taxa de retorno que
uma empresa necessita obter sobre os investimentos para manter inalterado o seu
valor patrimonial”. Gitman (2017, p. 364) complementa afirmando que “o custo de
capital representa o custo de financiamento da empresa e é a taxa de retorno mínima
que um projeto deve gerar para aumentar o valor da empresa”. Ainda segundo o autor
as fontes de recursos de uma empresa são representados pelo seu passivo, sendo
capital próprio e de terceiros.
O custo de capital reflete o custo futuro médio esperado dos fundos de longo
prazo e todas as atividades de financiamento de uma empresa. Por
exemplo, uma empresa pode levantar o dinheiro de que necessita para
construir uma nova instalação de produção, emprestando dinheiro (capital
de terceiros), vendendo ações ordinárias (capital próprio) ou ambos. Os
administradores devem considerar os respectivos custos das duas formas de
capital ao estimar os custos de capital de uma empresa.
O custo de capital dessa forma é determinado por uma média ponderada de ambos
denominada Custo Médio Ponderado de Capital (conhecido pela sua sigla em inglês
WACC ou Weighted Average Cost of Capital):
Sendo que:
72
5.3.1 A formação do custo de capital
73
Sendo que:
Sendo que:
74
Dessa forma, o WACC pelo Modelo de Gordon é dado por:
Exemplo prático
Considere que uma empresa está avaliando a sua estrutura de capital. O preço
corrente da ação é de R$ 30,00 com uma distribuição anual de dividendos de R$ 6,00 e
apresentam uma taxa de crescimento constante de 5%. O deságio proveniente da
emissão de novas ações é de 20%. Quanto ao capital de terceiros, a empresa paga
juros de 10% sendo que novos papéis têm deságio de 20% e custos de lançamento de
R$ 10,00 o papel para um prazo de vencimento de 10 anos. A alíquota do imposto de
renda é de 30%. Qual seria o seu custo médio ponderado de capital considerando uma
proporção de 30% para lucros retidos, 30% para emissão de novas ações e 40% para
recursos de terceiros?
Para qualquer projeto a ser estudado por essa empresa, a taxa interna de retorno deve
ser superior então a 20,28%. Caso contrário, o financiamento do projeto por meio da
retenção de lucros, emissão de ações ou debêntures é inviável!
75
5.4 O valor da empresa
Dessa forma, para avaliação de uma empresa, será abordado a metodologia do fluxo
de caixa descontado que é dado por:
76
Exemplo:
Considere que os fluxos de caixa anuais projetados de uma empresa para os próximos
três anos sejam de $ 180.000, $ 210.000 e $ 250.000, respectivamente. A partir do
quarto ano, os fluxos de caixa crescerão indeterminadamente a uma taxa de 2% ao
ano. Considerando que o WACC da empresa é estimado em 15% ao ano, pede-se para
calcular o valor da empresa.
REFERÊNCIAS
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio
Braziliense, São Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso
em: 8 jun. 2018.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2017.
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira:
uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
77
6 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E MERCADO DE CAPITAIS
O Sistema Financeiro Nacional atual foi desenvolvido no biênio 1964/65, logo que os
militares assumiram o poder após a intervenção militar de 1964. As Leis n. 4.595/1964
e n. 4.728/1965 formaram a estrutura que existe até hoje, na qual se destaca a criação
do Banco Central do Brasil, cujas funções atuais eram realizadas pelo Banco do Brasil e
outras autarquias.
Neste bloco serão expostos os principais participantes do SFN, mostrando suas funções
e relevância para o sistema. Também serão discutidas as características do mercado de
capitais, suas funções e participantes.
78
6.1 Sistema Financeiro Nacional (SFN)
79
6.1.1 Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Banco Central o define como “o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN)
e tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é
a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.” É composto
pelo Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e Orçamento e pelo Presidente
do Banco Central. Com relação as suas funções, de uma maneira geral o CMN é
responsável pelo estabelecimento da política econômica do Governo Federal. Dessa
forma, coordena as políticas fiscal, monetária e cambial, zela pela liquidez e solvência
do sistema financeiro e coordena ações que visam combater a inflação e promover o
crescimento econômico.
80
• Emitir normas, autorizar o funcionamento das instituições financeiras, fiscalizar
e fazer intervenções;
Em seu site, a CVM se descreve como sendo “uma entidade autárquica em regime
especial, vinculada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e
patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de
subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia
financeira e orçamentária”. É de responsabilidade da CVM:
81
6.1.4 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)
Responsabilidades:
82
6.1.6 Instituto de Resseguros Brasil (IRB)
83
6.2.1 Instituições financeiras
Cumpre aqui destacar o papel dos agentes especiais (Banco do Brasil, Caixa Econômica
Federal e BNDES) que executam funções estratégicas: no caso do Banco do Brasil, além
de realizar todos os recebimentos de impostos e pagamentos previstos pela advocacia
geral da união, é responsável pela maior parte do crédito agrícola no país. A Caixa
Econômica Federal, conforme veremos a seguir, se atém ao financiamento
habitacional e o BNDES empresta recursos para segmentos considerados estratégicos
pelo governo federal.
84
6.2.3 Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
85
6.2.5 Instituições não financeiras
São instituições que, embora não sejam consideradas instituições financeiras, exercem
um relevante papel no sistema financeiro. Entre elas temos: as empresas de factoring,
as administradoras de cartões de crédito, as sociedades de arrendamento mercantil
(leasing) e as financeiras sendo que as empresas de factoring realizam a compra de
títulos (duplicatas), as administradoras de cartões de crédito como a Visa lidam com a
negociação de cartões, as empresas de leasing exercem atividades de arrendamento
mercantil (aluguel) de ativos imobilizados, notadamente veículos e as financeiras
realizando empréstimos para financiamento de bens.
Nessa aula será abordado o mercado de capitais estabelecendo sua definição, iremos
falar sobre os participantes e descrever os principais ativos negociados. No final será
abordado o mercado futuro, seus papéis e peculiaridades. O mercado de capitais é o
meio ambiente onde são transacionados papéis emitidos pelas empresas de capital
aberto com a finalidade de captar recursos para realização de investimentos de médio
e longo prazos. Nos mercados de capitais existem:
De uma maneira geral, todos os que participam no mercado de capitais podem ser
considerados investidores. Entretanto, a rigor é possível estabelecer que:
86
Entre os tomadores e os doadores de recursos existiriam as corretoras de valores que
seriam instituições encarregadas de fazer essa intermediação.
Por definição, ações são a fração do capital social de uma empresa. O proprietário de
uma ação é denominado acionista e terá direito a um “pedacinho do lucro”
representativo do montante de ações que possui em relação ao total. Dividendos seria
o nome dado a essa participação no lucro, ou seja, a remuneração está vinculada ao
desempenho da empresa. As ações podem ser:
• Preferenciais: não possuem direito a voto, mas recebem uma maior parte dos
dividendos;
• Ordinárias: possuem direito a voto, mas recebem uma porção menor dos
dividendos – acionistas residuais.
87
Os commercial papers têm funcionamento similar aos das debêntures, no entanto,
possuem prazo de vencimento inferior de até um ano. São emitidas por empresas
como fonte alternativa para captação de recursos destinado ao capital de giro.
Funcionam como se fossem uma espécie de “nota promissória”.
Por fim, os títulos públicos são títulos de dívida pública emitidos pelo tesouro nacional
para captação de recursos no mercado financeiro. A remuneração dos títulos públicos
tem como base a taxa SELIC, entretanto, as condições de remuneração e a forma como
são remunerados pode variar conforme o tipo de título:
Fonte: www.tesouro.fazenda.gov.br
88
6.3.2 Bolsa de Valores
Aqui cabe dar destaque para os chamados papéis para liquidação futura, denominados
derivativos. A palavra “derivativo” vem de “deriva de, ou vem de”. Significa que a
rentabilidade dos derivativos está atrelada à rentabilidade de um ativo negociado no
mercado à vista o qual lhe faz referência, por exemplo, no mercado para liquidação à
vista negociam-se as ações da Petrobras; no mercado para liquidação futura se
negociam as opções de compra da as ações da Petrobras. Em sua essência, o mercado
futuro é um mercado de apostas para os investidores, contudo é nesse mercado que
as empresas realizam as operações de hedge, que é justamente o oposto.
89
Uma operação de hedge é usada pelos empresários para buscar proteção contra as
oscilações dos preços futuros de seus produtos. Por exemplo, um agricultor pode
negociar a entrega no futuro de determinada quantidade de milho a um preço
previamente estabelecido (negociado) por um instrumento denominado contrato
futuro. Em data futura, o agricultor receberá aquele valor previamente acordado,
independentemente do preço que o milho estiver sendo negociado para entrega à
vista. Para o comprador do contrato futuro, caberá a obrigação de realizar o
pagamento previamente acordado.
Aqui cabe uma observação: os contratos futuros são usados para a maioria das
commodities, no entanto, ainda são usados contratos a termo para entrega de alguns
ativos como moedas, por exemplo.
Commodities são ativos que possuem a sua cotação determinada pelo mercado
internacional, sendo usados como matéria-prima para a indústria. Como exemplo,
cita-se a soja, o petróleo, o café, a soja, o couro, entre outros.
90
O exemplo da Petrobras citado acima é o que se chama de opções que são derivativos,
os quais permitem ao investidor o direito, não a obrigação (como ocorrem nos
mercados futuros), de o investidor assumir determinada posição de risco em data
futura. Entretanto, diferentemente do que ocorre com os contratos futuros, nos quais
o pagamento só ocorre em data futura e se referência a mercadoria, nas opções há a
obrigação do pagamento do prêmio que seria “custo” para adquirir a opção.
Por fim, existem os swaps, que é um termo em inglês que significa trocar. SWAPS
consistem na troca de taxas (ou preços) entre as duas partes, em que uma delas se
obriga a pagar à outra determinada taxa sobre um valor de referência previamente
acordado, recebendo, em contrapartida, uma taxa diferente calculada sobre o mesmo
valor de referência. As modalidades mais comuns de swaps são de taxas de juros e
câmbio.
91
Fato: não é possível ter retornos minimamente atraentes sem assumir determinado
nível de perigo ou de risco. Existem duas formas de se observar o risco:
6.4.1 Retorno
92
6.4.2 Cálculo do risco
O cálculo do risco é mais complexo e envolve cálculos estatísticos. O risco pode ser
avaliado para um ativo de maneira individual. Nesse caso, o estudo é realizado através
da análise de sensibilidade onde se avalia através da projeção de cenários os retornos
associados para cada ativo. Esses cenários podem ser pessimistas, mais prováveis ou
otimistas. Por exemplo: considere as possibilidades de ocorrência em 30% nos cenários
pessimista e otimista e 40% no cenário mais provável.
93
Suponha calcular o risco entre dois ativos gama e beta, considerando que os retornos
estimados para os diferentes cenários abaixo estimados:
���𝒋 ):
1º) Calcular o retorno ponderado para cada um (𝑲
94
Verifica-se dessa forma ser o ativo beta o mais arisco, porém não se pode deixar de
observar ser o que gera mais retorno em cenários positivos.
Para calcular o risco de uma carteira de ativos, deve-se calcular o desvio-padrão para
cada um dos ativos, a covariância entre eles e por fim a correlação. A correlação é uma
medida estatística que mostra como os retornos de dois ou mais ativos se dão entre si
ao longo do tempo sendo que o resultado pode ser:
• Positivo: ruim, indica que os ativos têm variações de preço em mesmo sentido.
Se o resultado for (+1) chama-se de positiva perfeita.
95
Suponha os retornos históricos para os ativos X e Y conforme a tabela a seguir:
96
Nesse caso, a correlação é positiva, pois seu resultado é positivo e maior do que 0.
Agora existe a questão do risco sistemático. Esse é um tema de discussões até hoje
entre os investidores. De que maneira medir como o preço de determinado ativo
responde às oscilações do mercado como um todo, provocado por questões externas?
A resposta: usando o modelo desenvolvido por Harry M. Markowitz e Willian F. Sharpe
– MODELO CAPM (Capital Asset Pricing Model ou modelo precificador de ativos de
capital). Esses autores desenvolveram um modelo que relaciona o retorno exigido para
um determinado ativo com o retorno oferecido por títulos considerados livres de risco
(títulos públicos) e o retorno de uma carteira de ativos de mercado (Ibovespa) com um
coeficiente denominado coeficiente beta.
O beta de uma empresa “X” em relação a uma carteira de ativos de mercado “M” é
dada por:
97
Exemplo: Suponha os retornos históricos para os ativos X e uma carteira de ativos de
mercado M conforme a tabela a seguir:
98
Nesse caso, o beta é menor do que 1, indicando que a ação da empresa “X” oscila
menos do que proporcionalmente o mercado. Os betas podem ser:
Exemplo: supondo o beta calculado da empresa “X”, o retorno oferecido por ativos
considerados livres de risco igual a 7% e o retorno de uma carteira de ativos de
mercado igual a 12%, o retorno exigido para o ativo “X” é dado por:
99
6.5 Governança corporativa
• Administradores e acionistas
O tema começou a ganhar corpo nos debates corporativos no início da década de 1990
com escândalos corporativos na Inglaterra. Em 1992, um renomado empresário
britânico, Sir Cadbury (v. imagem), elaborou o que viria a ser o primeiro código de boas
práticas de governança corporativa.
100
Fonte da imagem: Aston University – Birmingham (Reino Unido) https://goo.gl/Yha3GW
partes interessadas”.
http://www.ibgc.org.br/
101
6.5.1 Agentes de governança
As empresas devem sim objetivar o lucro, mas, considerando as mudanças nos valores
que vêm ocorrendo nas sociedades, outras questões foram somadas a seus objetivos.
É necessário que possuam uma preocupação efetiva com o bem-estar social e o meio
ambiente.
Atualmente, as empresas que não demonstram essa preocupação vêm sendo alvo de
críticas, principalmente nas redes sociais. Essas críticas podem deteriorar a imagem de
uma empresa e isso, por sua vez, pode gerar dúvidas sobre sua capacidade de gerar os
retornos esperados pelos acionistas. Essa dúvida pode derrubar os preços das ações.
Dessa forma, a discussão sobre os objetivos das empresas está mais alinhado aos 3 Ps
da sustentabilidade: People (Pessoas), Planet (Planeta) e Profit (Lucro).
102
• People (Pessoas): as empresas precisam desenvolver meios para ajudar ao
desenvolvimento das sociedades com a finalidade de exercerem impactos
positivos no bem-estar social;
• Profit (Lucro): é claro que, para poder produzir, as empresas precisam de lucro.
Sem atingir o resultado financeiro, não há condições de se produzir. Para tal,
devem se desenvolver sistemas de metas quantitativas e qualitativas.
O resultado das empresas não deve apenas ser um número positivo, mas deve gerar
um valor superior à rentabilidade oferecida pelas opções mais conservadoras de
investimento: criar valor para os empresários, para os acionistas e assim para a
sociedade como um todo.
REFERÊNCIAS
FOGO de chão é vendida para fundo americano por US$ 560 milhões. Correio
Braziliense, São Paulo, 21 fev. 2018. Disponível em: <https://goo.gl/UC8w4G>. Acesso
em: 8 jun. 2018.
GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de Administração Financeira. 14. ed. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2017.
MEGLIORINI, Evandir; SILVA, Marco Aurélio Valim Reis da. Administração brasileira:
uma abordagem brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
103