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Gestão de Operações e

Logística

história, CONCEITO E
EVOLUÇÃO da logística
Objetivos de desempenho e
critérios de competitividade

Introdução à Gestão de
Operações e Logística
Introdução À GESTÃO DE
OPERAÇÕES E LOGÍSTICA
Autoria: Kétnes G. Lopes / Adaptado por: Aguiar Ribeiro de Almeida Junior

Caro aluno, é um grande prazer tê-lo neste


módulo! Estou aqui para ajudá-lo a aprofundar
seus conhecimentos no importante, mundo
da Gestão de Operações e Logística! Vamos
lá? Bons estudos e boa aprendizagem!

Apresentação
Muitos já ouviram falar de logística, mas com certeza poucos saberiam defini-la correta-
mente e um número ainda menor saberia identificar claramente sua importância dentro
das organizações. Hoje, as empresas, de qualquer ramo, vivenciam cenários cada vez
mais competitivos e precisam contar com profissionais competentes, que as auxiliam a
superar seus concorrentes. Estes profissionais devem ter condições de gerenciar toda a
rede logística da empresa, conhecendo todos os fluxos de materiais e informações, do
suprimento a distribuição, a fim de garantir a qualidade dos produtos e serviços entre-
gues aos seus clientes. Além da função de gerenciamento, este profissional, tomador
de decisão, deverá ser capaz de avaliar possíveis gargalos do sistema e propor soluções
para sanar problemas a curto, médio e longo prazo. É meu caro aluno, e este profissional
ainda vai esbarrar em uma questão ainda mais delicada: minimizar o custo total de toda
a operação!

Gestão de Operações e Logística 1 Introdução à Gestão de Operações e Logística


Difícil? Muito... Mas eis nosso principal objetivo nesta disciplina:

Torná-lo este profissional! Vamos ao longo do curso, trocando informações e experiên-


cias, para que ao final de nossos encontros, você tenha condições de atuar em qualquer
empresa na área gerencial, contribuindo para o seu sucesso! Este é o meu compromisso
com você!

Meu querido aluno(a) temos um longo caminho a seguir, mas estarei sempre por aqui para
auxiliá-lo em qualquer dúvida!

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste módulo você deverá ser capaz de:
• Conhecer a história da logística, seu conceito, sua evolução e sua importância.
• Entender o conceito de Logística Global.
• Aprender sobre os objetivos de desempenho e critérios de competitividade.

Gestão de Operações e Logística 2 Introdução à Gestão de Operações e Logística


Introdução
A palavra logística é derivada do grego “logos” = “razão”, significando a “arte de calcu-
lar” ou a “manipulação dos detalhes de uma operação”. Na realidade, não há um consen-
so em torno da data do surgimento da palavra logística, existem relatos de que a palavra
originou-se no século XVIII, no reinado de Luiz XIV, ou até mesmo Antes de Cristo.

Segundo Ching (1999) logística é definida como:


“O gerenciamento do fluxo físico de materiais que começa com a fonte de
fornecimento no ponto de consumo. É mais do que uma simples preocupação
com produtos acabados, o que era a tradicional preocupação da distribuição
física. Na realidade, a logística está preocupada com a fábrica e os locais de
estocagem, níveis de estoque e sistema de informação, bem como som seu
transporte e armazenamento”.

Outro conceito que define bem logística, contemplando uma visão empresarial, é desta-
cado por Ballou (2006). O autor define logística empresarial como:
“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armaze-
nagem eficientes e de baixo custo de matérias-primas, estoque em processo,
produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente”.

Este último conceito nos leva a perceber e entender que associado a todo o gerenciamento do
fluxo de mercadorias e produtos, desde a compra de matéria-prima até a entrega do produto
final ao cliente, existe também um fluxo de pessoas, equipamentos e informações, ao longo
de uma cadeia de produção, que influencia o nível de serviço da empresa ao cliente.

IMPORTANTE
É importante ressaltar que a logística é um conjunto de atividades funcionais que se repetem
inúmeras vezes ao longo de um canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em
produtos acabados, aos quais se agregam valor ao consumidor.

Você deve entender que quando falamos em produção estamos nos referindo aos proces-
sos de transformação, onde se utilizam recursos para mudar o estado ou condição de
algo, gerando saídas. A maioria das operações produz tanto produtos como serviços.

Gestão de Operações e Logística 3 Introdução à Gestão de Operações e Logística


TOME NOTA
Para ficar bem claro, vamos conhecer os tipos de processos de transformação existentes:
• Processo de Transformação de Materiais - processam suas propriedades físicas (forma,
composição, características). Ex: produção de um veículo, de uma mesa, etc.
• Processo de Transformação de Informações - processam a forma da informação. Ex.
contadores, consultoria, serviços de notícias, etc.
• Processo de Transformação de Consumidores – processam condições físicas. Ex.
médicos, hotéis, dentistas, etc.

A logística é o conhecimento e o gerenciamento de todo o fluxo de materiais e de infor-


mações envolvido na fabricação do produto ou o serviço que está sendo prestado.

Para que você possa, no decorrer do módulo, se familiarizar com a gestão logística, é
importante ficar claro a noção de fluxo, que pode ser interpretado como o caminho ou a
movimentação de produtos, matérias-primas, equipamentos, pessoas ou informação, em
diferentes pontos de uma cadeia de produção, desde a aquisição de matéria-prima, até
entrega do produto ao consumidor final.

Em qualquer processo produtivo, seja ele gerador de bens físicos ou de serviços, dois
fluxos são observados:

• Fluxo de produção – caminho ou movimentação da matéria-prima (uva) sendo


processada e compondo um produto final (vinho).
• Fluxo de informação – representa a circulação de informação em toda a cadeia
produtiva, podendo o mesmo ser repassado através de sistemas de informação
computadorizados ou não.

Neste sentido, a gestão eficiente da logística é ponto vital dentro de qualquer organi-
zação. Afinal, a produção pode se concentrar em apenas um ponto, mas os mercados
podem ser de âmbito mundial. É sabido que a logística é a ponte entre a fonte de produ-
ção e os mercados consumidores, separados pela distância e pelo tempo. Deve ficar bem
claro, que a gestão eficaz das atividades logísticas é nossa principal preocupação nesta
disciplina.

Aconselho uma pequena pausa nos estudos, para depois retornarmos!

Logística e Competitividade
Em um dado momento histórico, as empresas perceberam que investimentos na área de
logística implicariam em ganhos de mercado, impactando satisfatoriamente nos critérios
de competitividade como custo, qualidade, tempo de resposta, flexibilidade e confiabilida-
de. Slack (2002) relaciona os critérios de competitividade com os investimentos na área
de produção, e conclui que as empresas podem obter vantagem competitiva através da
vantagem em produção. A ideia de vantagem competitiva está relacionada ao aumento
das exigências, por parte dos clientes, que passaram a procurar produtos que os atendam,
se possível, em todos os critérios de competitividade.

Logo, precisamos ser competitivos!

Gestão de Operações e Logística 4 Introdução à Gestão de Operações e Logística


Mas afinal, o que significa ser competitivo? Significa
simplesmente, ser melhor do que a sua concorrência
naquilo que o consumidor valoriza! Logo, precisamos
conhecer o que os consumidores valorizam!

Nesse sentido, entramos em um ponto importante de nosso estudo: conhecermos os


critérios de competitividade. Isto decorre sabermos os pontos que nossa empresa deve
focar para melhor atender nosso cliente. Os critérios de competitividade, nada mais são
que critérios de escolha de nossos clientes, e como bem denomina Slack (2002) são
critérios ganhadores de pedidos. Ou seja, se atendermos a estes critérios, ganhamos o
cliente, caso contrário, perdemos o cliente. Por isto a importância de conhecermos o que
realmente nosso cliente espera de nossa empresa, somente assim poderemos atendê-lo
de forma a satisfazê-lo.

Mas afinal, quais são estes critérios de competitividade? A literatura nos mostra que
temos cinco critérios, também conhecidos como objetivos de desempenho. A figura abai-
xo mostra os objetivos que devemos alcançar para garantirmos um processo produtivo
que atenda as exigências de nossos clientes.

Ao longo da descrição de cada um dos critérios, vamos perceber que cada um Ligados em série
deles influencia os demais, criando um verdadeiro elo de conexões. Podemos A ligação em série ocorre quando
fazer uma rápida analogia: imagine que cada um dos critérios fosse uma vários elementos são colocados um
em seguida ao outro, de forma a
lâmpada e que estas estivessem ligadas em série. serem percorridos por uma mesma
corrente elétrica. Isto explica porque
Recordando as aulas de física, isto significa dizer, que se uma das lâmpadas por que as lâmpadas da parte de
não acender, todo o processo fica comprometido. E é justamente isto, que um circuito assim formado não
pode ocorrer em nosso processo de produção. Se um dos critérios, apre- se acendem quando uma delas
sentados acima, tiver problemas ao longo da cadeia produtiva, este trecho está queimada: uma lâmpada
queimada interrompe a passagem
ficará interrompido e impedirá a passagem de materiais e informações, que da corrente elétrica naquele ponto.
posteriormente alimentariam outra parte do sistema.

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Isto nos leva a entender, que dentro de nossa própria organização existem os fornece-
dores, conhecidos como fornecedores internos e os clientes, conhecidos como clientes
internos. Afinal, o processo de produção pode ser subdividido de tal forma, que o produto
de uma micro-operação interna, poderá ser usado como insumo para outra micro-opera-
ção. Desta forma, o bom desempenho de todos os critérios de competitividade, em qual-
quer processo produtivo, não satisfará somente o cliente externo, mas também deixará a
vida das pessoas envolvidas na operação, bem mais fácil.

Em seguida, vamos abordar as definições dos critérios de competitividade, inerente a


qualquer processo produtivo:

a. Qualidade

Você gostaria de fazer as coisas sempre corretamente? Tenho certeza que desejaria não
cometer erros e desejaria satisfazer a seus consumidores, fornecendo bens e serviços
isentos de erro, “adequados a seus propósitos”. Isto, meu caro aluno, é proporcionar uma
vantagem de qualidade a sua empresa. É importante ressaltar que a qualidade significa
coisas diferentes para produções diferentes. Veja alguns exemplos:

Recapitulando, qualidade significa fazer um produto corretamente, sem falhas ou prestar


um serviço adequado. Fica claro que oferecer produtos/serviços com maior qualidade, traz
algumas vantagens:

• melhor posicionamento do produto/serviço no mercado, com preços diferenciados;


• auxilia na redução de custos de produção, com redução de falhas;
• aumenta a confiabilidade, sabemos que o consumidor paga mais por aquilo que confia.

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b. Rapidez

Você gostaria de fazer as coisas com rapidez? Minimizar o tempo entre o consumidor soli-
citar os bens e serviços e recebê-los, aumentando assim a disponibilidade de seus bens e
serviços e proporcionando aos seus consumidores uma vantagem em rapidez? Deve ficar
claro que quanto maior a sua rapidez, menor tempo o cliente precisa esperar para receber
o produto ou um serviço.

A maior agilidade do processo produtivo gera redução dos estoques, redução dos riscos,
auxilia no planejamento, aumenta a produtividade, aumenta a capacidade, dentre outros
benefícios. Assim como a qualidade, a rapidez significa coisas diferentes para produções
diferentes. Veja alguns exemplos:

c. Confiabilidade

Você gostaria de fazer as coisas em tempo para manter os compromissos de entrega


assumidos com seus consumidores? Tenho certeza que sim! Logo, se a sua produção
puder fazer isso, estará proporcionando aos consumidores a vantagem de confiabilidade.
Portanto, pode-se dizer que confiabilidade significa cumprir o que foi prometido: entrega
no prazo combinado, na quantidade certa, com todas as características prometidas. Isto
com certeza vai possibilitar a geração de um relação de credibilidade perante o cliente.

Meu caro aluno, se o critério de confiabilidade for atingido ele contribuirá para a economia
de tempo, dinheiro e proporcionará maior estabilidade às operações, além de promover a
confiança entre as micro-operações internas.

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Assim como observados em outros critérios de competitividade, a confiabilidade significa
coisas diferentes para produções diferentes. Veja alguns exemplos:

d. Flexibilidade
Você gostaria de estar preparado para mudar o que faz? Estar em condições de mudar ou
de adaptar as atividades de produção para enfrentar circunstâncias inesperadas ou para
dar aos consumidores um tratamento individual? Estou querendo dizer que a variedade
de bens e serviços produzidos, precisa ser ampla o suficiente para satisfazer a todas as
possibilidades dos consumidores.

Sua empresa gerencia o fluxo de matéria-prima e estocagem de material para atender


aos seus clientes em casos emergenciais? Ou, até mesmo, se adianta a modificações de
produtos para atender a tendências de mercado? Se a resposta for sim, sua empresa está
atendendo ao quarto critério de competitividade: a flexibilidade.

Temos quatro tipos diferentes de flexibilidade: de produtos/serviços, de composto (mix),


de volume e de entrega. Veja os exemplos:

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e. Custo

Você gostaria de fornecer produtos e serviços ao seu cliente,


ao menor preço? Produzir bens e serviços a custos que possi-
bilitem fixar preços apropriados ao mercado e ainda permi-
tir retorno para a organização ou, se for uma organização
que não visa lucro, dar bom valor aos contribuintes ou aos
mantenedores da operação?

Nosso próximo critério de competitividade é o custo! O custo


é o divisor de águas entre lucro e prejuízo! Hoje todas as empresas procuram reduzir seus
custos, que são afetados pelos outros objetivos de desempenho:

• a qualidade não desperdiça tempo e esforço;


• operações confiáveis não causam surpresas desagradáveis aos clientes internos;
• a flexibilidade permite adaptar-se a mudanças constantes;
• operações mais rápidas, reduzem necessidades de estoque.

Para cada tipo de empresa, temos custos de funcionários, de materiais e de tecnologia e


instalações diferentes. Veja os exemplos:

Desta forma, caro aluno, as empresas procuram priorizar os objetivos de desempenho, de


acordo com as exigências de seus clientes.

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Veja abaixo os efeitos externos e internos gerados pelos objetivos de desempenho.

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Síntese
Neste módulo vimos um pouco da história da logística e sua importância. Vimos que a
logística, não pode ser desenvolvida unicamente dentro de nossa empresa, que devemos
olhar para fora de nosso ambiente de trabalho, identificando parceiros, e claro, concorren-
tes. Devemos alçar vôos para além de nossas fronteiras geográficas e termos sempre em
mente, que com nossos conhecimentos, o mundo é o nosso limite! Atualmente, a logística
está presente nos investimentos das empresas e por isto o seu estudo vem, a cada ano,
ganhando mais espaço nas Instituições de Ensino de todo o país. O objetivo principal é
diminuir custos e aumentar lucros, mantendo um alto nível de serviço ao cliente.

Referências
CHRISTOPHER, Martin (1997). Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São
Paulo: Pioneira.

BALLOU, R. H. (2006). Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos – planejamento, orga-


nização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman.

SLACK, N.; CHAMBERS, S. et al. (2002). Administração da produção. São Paulo: Atlas.

DIDONET, S. R. et al. (2000). Logística global e sua importância estratégica: o caso de


uma indústria metal-mecânica. Enegep.

DORNIER, P.P et al. (2000). Logística e Operações Globais. São Paulo: Atlas. Disponível em:
<www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/vinho_cerveja/processo
_vinho_tinto.html>

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