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ELETROPOLIMENTO
HUMMA
ÍNDICE
HISTÓRIA DO ELETROPOLIMENTO 05
BENEFÍCIOS DO ELETROPOLIMENTO 06
APLICAÇÕES 20
FOTOMICROGRAFIAS:
A Prova da Qualidade Assegurada do Eletropolimento 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
O QUE É O ELETROPOLIMENTO? COMO É REALIZADO?
A maioria dos metais podem ser eletropolidos, porém devido as suas características, o aço
inoxidável é a liga mais freqüentemente eletropolida e é também a especialidade do Grupo
Humma. Por estes motivos, este Guia faz referência principalmente ao eletropolimento em aços
inoxidáveis, especialmente da classe 300, que são normalmente utilizados nas indústrias de
processo.
Princípio do Eletropolimento
3
No caso de ligas de aço inox, um efeito importante é causado pelas diferenças de quantidade de
remoção dos componentes da liga. Por exemplo, átomos de ferro e níquel são mais facilmente
extraídos do retículo cristalino do que os átomos de cromo. O processo de eletropolimento remove
o ferro e o níquel preferencialmente, deixando uma camada superficial acentuada consistindo de
óxido de cromo resistente à corrosão. Este fenômeno divulga a importante propriedade de
"passivação" das superfícies eletropolidas.
O eletropolimento no aço inoxidável pode ser realizado por dois métodos bem distintos, a saber:
Por banho:
A peça ou equipamento é mergulhado dentro de um banho (um tanque com solução eletrolítica)
onde por passagem de corrente elétrica retificada entre a peça e um catodo ocorre a remoção
eletrolítica (eletropolimento).
Localizado ou seletivo:
O Grupo Humma disponibiliza os dois métodos mencionados e possui duas tecnologias, uma para
banho, tecnologia HS 1000 e a outra para o localizado, tecnologia EPL-H Process®, sendo que
esta última é a sua especialidade, pois foi desenvolvida e lançada no mercado por seus
profissionais de alto nível.
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HISTÓRIA DO ELETROPOLIMENTO
Experimentos adicionais com o processo continuaram, mas o próximo avanço significativo não foi
feito até 1935 quando o cobre foi eletropolido com sucesso. O salto seguinte foi seguido por novos
desenvolvimentos em 1936 e 1937, quando o Dr. Charles Faust e outros descobriram soluções
para eletropolimento de aços inoxidáveis e outros metais.
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BENEFÍCIOS DO ELETROPOLIMENTO
6
Reduzido Custo de Polimento e Lixamento Mecânico
Eletropolimento produz uma combinação de propriedades em tempo reduzido, que não podem ser
alcançadas por qualquer outro método de acabamento de superfície. Lixamento mecânico, e
polimento podem produzir resultados bonitos como espelho em aço inox, mas o processo é de
trabalho intensivo e custoso, deixa a camada superficial distorcida, altamente tensionada, e
contaminada com compostos de lixamento. Os métodos de passivação normalmente empregados
posteriormente produzem superfícies limpas, resistentes à corrosão, mas não alcançam o brilho,
aparência lustrosa obtida pelo eletropolimento. A resistência à corrosão de aço inox eletropolido
excede aquela de processos de passivação posteriores aos trabalhos de lixamento e polimento
mecânico.
Por ser metalicamente limpa, livre de tensões superficiais e minimizada em relação a sua área
absoluta apresenta ótimas condições de pureza e sanitariedade eliminando definitivamente os
problemas de contaminação química, bacteriológica e cruzada.
Difusão Reduzida
A difusão de gases e substâncias homogêneas da superfície são largamente causadas por
impurezas das camadas mais externas do material. O que principalmente determina a difusão são
o tipo de impureza, sua pressão local e a frequência de trilhas de difusão na forma de
deslocamentos na estrutura. O Eletropolimento oferece aqui duas vantagens. Experiências têm
mostrado que a maioria das impurezas estão concentradas nas camadas subsuperficiais do
material e são removidas desgastando-se estas camadas. O número de trilhas de difusão na
forma de defeitos estruturais e fissuras de linha são reduzidos a um mínimo.
7
Melhor Proteção contra Corrosão
Com o eletropolimento as camadas subsuperficiais do material, como as tensões superficiais
localizadas em potencial, são debilitadas sem qualquer energia adicional. A superfície eletropolida
exibe um mínimo de energia potencial e um resultado de alta passividade e não suscetibilidade.
Portanto, ocorre a exposição de uma superfície completamente limpa ao oxigênio com elevada
atividade química, gerando o recobrimento de toda a superfície do aço inoxidável por uma película
passiva de óxidos metálicos ricos em cromo de inigualável qualidade e homogeneidade.
Microacabamento
O processo normal de eletropolimento melhora o microacabamento por um fator de 2, 0,8 µm Ra
é reduzido para 0,4 µm Ra. Com processo especial, isto pode ser reduzido ainda mais. A lisura
obtida tem um número de aplicações: onde antifricção e não-atrito são exigidos como na
produção de instrumentos e válvulas, onde propriedades de liberação são necessárias dentro de
vasos e tubos; ou onde calor e reflexividade da luz é um fator importante.
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Preparação de Superfícies
Como um pré-tratamento para posterior processamento, como soldagem, deposição ou
anodização, o eletropolimento é usado para remover a superfície contaminada gerada durante a
fabricação, deixando uma superfície lisa, quimicamente limpa com superior qualidade de adesão.
Inspeção
Operações de acabamento mecânico sempre mascaram a superfície do metal dando uma ilusória
aparência lisa, a qual eventualmente se deteriorará. O eletropolimento revela as falhas na
superfície do metal não detectáveis por outros meios mostrando a verdadeira microestrutura do
metal, tornando-se uma efetiva ferramenta de inspeção.
Facilidade de Limpeza
Reduz substancialmente a contaminação e adesão de produto devido à lisura microscópica
de uma superfície eletropolida (tanto quanto vidro).
Diminui o tempo de limpeza. Superfícies eletropolidas podem ser efetivamente
hidrojateadas em menos tempo e com menos pressão. Algumas empresas relataram que
superfícies de equipamentos de processo eletropolidas têm reduzido o tempo de limpeza
em mais de 50%.
Melhora a esterilização e manutenção de superfícies higienicamente limpas para
equipamentos de processamento de alimentos, fármacos, bebidas e química.
Oferece melhor passivação do aço inoxidável. Unipotencializa o aço inoxidável com o
oxigênio absorvido pela superfície, criando um filme de óxido monomolecular.
Descarboneta metais.
Remove óxidos de metal trabalhado a frio.
Efeitos Especiais
Simultaneamente desgasta enquanto faz o polimento.
Arredonda pontas afiadas, dependendo da posição das mesmas.
Faz o polimento em áreas inacessíveis por outros métodos.
Oferece uma microdureza correta e reprodutível na superfície do metal.
Aumenta o magnetismo de peças em aproximadamente 20%.
Permite micro-usinagem de superfícies de metais e ligas.
Processa grande número de peças simultaneamente.
Permite que o metal seja construído com menos passos e fases de tratamento térmico.
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QUAIS METAIS PODEM SER ELETROPOLIDOS?
A maioria dos metais podem ser eletropolidos com sucesso, mas os melhores resultados são
obtidos com metais com contornos de grão finos que são livres de inclusões não metálicas e
costuras. Aqueles metais contendo alto teor de silício, chumbo ou enxofre geralmente gera alguns
problemas.
O aço inoxidável é a liga mais freqüentemente eletropolida, e todas as classes podem ser
processadas. Fundidos quando polidos atingem um acabamento brilhante, porém não com o
mesmo brilho e lisura produzidos por ligas forjadas.
Muitos dos metais acima apenas podem ser eletropolidos em larga escala e em ambientes
controlados. Isto é devido algumas vezes ao alto custo de exigências de ajuste, ferramenta e
ambiente especial e equipamentos de segurança associados com muitos destes processos.
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE SUPERFÍCIES ELETROPOLIDAS
Considerações Importantes
Tais superfícies apresentam como já foi visto, erros de diferentes magnitudes, e sua
caracterização é possível através de meios ou técnicas bem diferentes, sendo que para facilitar
seu estudo, se dividem em dois grandes grupos, que são: erros macro geométricos, chamados
também erros de forma ou textura secundária, e que incluem entre eles, divergências de
ondulação, ovalização, multifacetamento, conicidade, cilindricidade, planicidade, etc. e que são
passíveis de medição através de instrumentação adequada, como micrômetros, comparadores,
projetores de perfil, etc. e erros micro geométricos, conhecidos como erros de rugosidade ou de
textura primária, que é formada por sulcos ou marcas deixadas pelo agente que atacou a
superfície no processo de fabricação (ferramenta, rebolo, partículas abrasivas, ação química,
etc.), e se encontra superposta a um perfil de ondulação, provocada por deficiência nos
movimentos da máquina, deformação no tratamento térmico, tensões residuais do trabalho
mecânico. Para o segmento das indústrias de processo, os erros micro geométricos possivelmente
sejam o grande problema, pois são compostos basicamente da ondulação e da rugosidade, sendo
esta última um fator que prejudica em muito o desempenho de superfícies de componentes e
equipamentos industriais.
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Eventualmente pode ser seguido de polimento mecânico, que consiste no trabalho realizado com
pastas ou massas abrasivas, aplicadas à superfície com rodas de pano, feltro ou material similar
variando desde grana 320 até próximas a 1000 que produzem na mesma, um aspecto espelhado
em função do trabalho de tombamento dos picos superficiais, originando uma aparência brilhante
e reflexiva.
Muito raramente, são seguidas as recomendações do fabricante do aço inox para realizar um
tratamento químico posterior (desengraxamento, decapagem e passivação), pois freqüentemente
é dada maior importância à aparência do material do que ao seu desempenho.
12
* Como a operação de lixamento de uma superfície é onerosa, geralmente ela não é repetida
tantas vezes quantas necessárias para alcançar o fundo do perfil superficial original. Portanto, o
resultado é uma superfície aparentemente boa onde o nivelamento e o brilho da mesma é
conseguido graças ao polimento mecânico, que faz com que haja o tombamento dos picos,
porém, esta sobreposição de material resulta nas chamadas micro bolsas de polimento mecânico
(figura abaixo). Estas micro bolsas tendem a armazenar impurezas, incluindo lubrificantes de
polimento (óleo, grafite, cera parafínica) e partículas dos materiais abrasivos (silicatos), onde
tais substâncias podem vir à tona no futuro, originando condições para o desenvolvimento de
colônias de bactérias possibilitando contaminação bacteriológica e cruzada, quando os
componentes estiverem em serviço. Além disso, a superfície fica engordurada, podendo interagir
com o produto, ou agir como isolante entre o meio e a mesma, o que impede sua auto-
passivação, podendo em função disso causar graves problemas de corrosão, caso tais
superfícies venham a ter contato com produtos agressivos.
No processo de produção dos produtos, formam-se depósitos pelo uso continuado de instalações e
equipamentos, que devem ser eliminados através de limpeza intensa.
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Material: aço cromo-níquel 18/8
1 Austenita
2 Austenita e ferrita deformada a frio
3 Ferrita deformada a frio
4 Ferrita deformada a frio e austenita
deformada
5 Austenita deformada
6 Grãos deformados com inclusões e
óxidos
7 Óxidos
Em função disso, acabamentos de superfícies obtidos por tais métodos não são suficientes para
atender às necessidades operacionais desejadas, já que superfícies lixadas mecanicamente não
possuem características de sanitariedade 100%. Além disso, ocorre ainda a ação de forças de
ligação eletrostáticas, que atuam tanto entre a sujidade e as paredes, como também entre as
partículas de sujidade propriamente ditas, (exemplo: entre sais minerais e proteínas). A soma
dessas condições pode ser expressa como energia de adesão.
A superfície de determinado equipamento pode aparentar estar limpa, mas na verdade ainda estar
coberta por produtos químicos prejudiciais e microorganismos danosos.
Vale a pena ressaltar aqui a natureza da superfície, pois sob o ponto de vista técnico da limpeza,
é comprovado que quanto menor a rugosidade superficial melhores são os resultados da
higienização.
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A Figura abaixo mostra que uma sucessão de vales e picos de aproximadamente 4 µm de
tamanho esconde com sucesso contaminação por bactéria, as quais são tipicamente 0,5 µm - 1
µm de diâmetro. Este perfil seria comparável àquele encontrado em uma superfície de aço inox
não polida. Por comparação, o perfil de uma superfície eletropolida de aço inox com um Ra menor
que 0,2 µm permitiria que a contaminação por bactéria fosse removida durante os ciclos de
limpeza ou esterilização.
Quanto à qualidade de superfície para uma boa higienização, as superfícies eletropolidas atendem
totalmente a esse conceito, pois a aplicação do eletropolimento garante uma excelente qualidade
à superfície e promove na mesma um nivelamento uniforme das saliências, eliminando a
rugosidade e as imperfeições superficiais permitindo a obtenção de um lustro e brilho superficial
de elevado nível.
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CONCEITOS DE SANITARIEDADE
Normalmente a construção com concepção sanitária envolve equipamentos que, em uma primeira
etapa, possam ser desmontados com facilidade e permitam uma limpeza rápida, e ainda não
possua em sua geometria regiões que possam reter produtos em macro escala, pois nesses casos
torna-se necessário realizar limpezas periódicas com maior frequência, o que causa perdas de
produção, com elevação dos custos de produção. Quando se especifica um acabamento de
superfície como sendo sanitário, tais superfícies não devem, se possível, transferir quaisquer
substâncias para o meio (produto) e por outro lado nenhuma partícula ou produto (do meio) deve
aderir a estas superfícies, nem reagir com substâncias dos arredores. A primeira propriedade é
chamada de pureza interna e a segunda propriedade de pureza externa.
Durante o curso de fabricação, as superfícies técnicas são submetidas a uma série de tratamentos
mecânicos que levam a alterações com respeito à topografia, textura estrutural, composição de
liga, pureza e condição de energia. No final do processo de fabricação a superfície produzida
mecanicamente difere consideravelmente e adversamente do material base quanto às
propriedades superficiais não atendendo as propriedades de pureza interna e externa. Por outro
lado, as camadas da superfície danificadas e alteradas podem ser tratadas por eletropolimento até
uma profundidade na qual o material ainda se encontre de forma pura e ordenada sem qualquer
dano adicional resultante na superfície.
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REQUERIMENTOS MÍNIMOS DE FABRICAÇÃO PARA EQUIPAMENTOS DE AÇO INOXIDÁVEL
Falhas na incorporação de, pelo menos, 1 dos 4 itens da especificação detalhada recomendada
acima podem ser as fontes de vários equívocos, seja nas especificações de fabricação, ou
problemas com a facilidade de limpeza, ou dificuldades em serviços futuros que vierem a ser
realizados nos equipamentos.
Uma superfície de metal polido mecanicamente produz uma abundância de riscos, marcas,
detritos de metal e abrasivos embutidos. Em contrapartida, uma superfície eletropolida é
completamente sem marcas. Isso revela a verdadeira estrutura cristalina do metal sem a
distorção produzida pelo processo de trabalho a frio que sempre acompanha os métodos de
acabamento mecânico.
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A diferença entre o acabamento mecânico e o eletropolimento não é sempre imediatamente
notada a olho nu, principalmente se ambos forem polidos até a mesma rugosidade. As vantagens
extraordinárias do acabamento de superfície produzido pelo eletropolimento é bem visível,
entretanto, quando o metal é visto com maior ampliação. Em contrapartida, os processos de
acabamento usando abrasivos ou outras ações de corte ou escovamento, independente de quão
pequeno é o trabalho, sempre distorcem a superfície do metal.
As diferenças são muito maiores que simplesmente topográficas. O dano causado pelo trabalho a
frio penetra profundamente no metal; assim como os abrasivos são embutidos na superfície. O
tratamento superficial mecânico, tal como o polimento, também induz tensões de tração no
material. Em nossos laboratórios foram realizados testes em um tubo de aço inox lixado
externamente, sendo que metade deste tubo foi eletropolido após o lixamento. Esta amostra foi
submetida a um ensaio de corrosão sob tensão em uma solução de cloreto de cálcio a 40% a
100°C. A superfície lixada e não eletropolida exibiu uma grande quantidade de fissuras por
corrosão sob tensão, enquanto que a metade lixada e com posterior eletropolimento apresentou-
se completamente livre de corrosão.
TABELA DE COMPARAÇÃO
Diferenças Entre Acabamentos Polidos e Lixados, Número de Grana Abrasiva e Rugosidade de
Superfície (Antes e Após Eletropolimento)
Antes do Eletropolimento Após Eletropolimento*
N° Grana Rugosidade de Superfície, Ra Rugosidade de Superfície, Ra
Acab. N° Micrometro Micropolegada Micrometro Micropolegada
3 60 3.56 máx. 140 máx. 1.78-2.25 70-90
4 120 1.14 máx. 45 máx. 0.57-0.75 23-30
180 0.64 máx. 25 máx. 0.32-0.40 13-16
7 240 0.20-0.51 8-20 0.10-0.26 4-10
8 320 0.15-0.38 6-15 0.08-0.19 3-8
8 500 0.10-0.25 4-10 0.05-0.13 2-5
* Valores são aproximados. O eletropolimento geralmente reduz a rugosidade de uma superfície não eletropolida em
50 porcento.
RUGOSIDADE DE SUPERFÍCIE
A rugosidade de superfície é normalmente medida ou classificada como Ra (Roughness Average -
Média de Rugosidade) ou Rq (o equivalente de RMS – Root Mean Square – Raiz Média
Quadrática). Ambas são medidas em micro-polegadas e denotam a lisura de superfícies lixadas ou
usinadas. Para comparação, a leitura de Ra de uma dada superfície é aproximadamente 87.5 %
de uma leitura Rq (RMS).
As medições de rugosidade não possuem real relação com a facilidade com
que uma superfície eletropolida pode ser limpa após uso ou à suas
propriedades de não contaminação, não particulação ou não aderência.
Rugosidade de superfície é normalmente medida com um rugosímetro. Este instrumento não pode
ler precisamente as distâncias entre os “picos” e “vales”. O eletropolimento pode reduzir os picos
de substanciais pontos para montes insignificantes sem mudança da distância de pico-a-pico na
mesma proporção. Entretanto, exame microscópio da superfície mostrará até 90% de redução na
área da superfície e até 50% de melhora nas leituras de rugosidade.
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ANÁLISE QUÍMICA DA SUPERFÍCIE
Uma camada de óxido rica em cromo consistente apenas é atingida quando a concentração
atômica de cromo excede a do ferro na camada superficial como demonstrado pela Espectroscopia
Eletrônica de Auger (AES – Auger Electron Spectroscopy). A análise de AES também mede a
profundidade e a extensão da passivação da superfície. O eletropolimento maximiza a passivação
da superfície porque a superfície contém níveis de ferro (Fe) muito baixos em estados de oxidação
zero.
Outras análises químicas de superfície podem ser feitas para inclusões de sulfetos, carbonetos
precipitados e outras impurezas similares, todas que afetam a aparência final das superfícies
eletropolidas. O grão final de superfícies de classes de aço inoxidável não trabalhados como as
Classes 303 e 416 aparecerão foscos após o eletropolimento devido à remoção das inclusões de
sulfeto. O aço inoxidável classe 302 apresentará pits da falha do processo de recozimento para
redissolver os carbonetos precipitados.
REDUÇÃO DA FRICÇÃO
FUNDIDOS ELETROPOLIDOS
Ligas variadas são usadas na maioria dos fundidos, fazendo este particular produto menos bem
adaptado ao eletropolimento. Uma exceção maior a esta regra é o aço inoxidável.
Fundidos de aço inoxidável eletropolido ficarão brilhantes, mas não ficarão tão lisos quanto
aqueles não fundidos nem obterão o mesmo acabamento espelhado. O processo descontamina e
passiva a superfície do metal. Nota: Durante o eletropolimento, a superfície do fundido será
removida e pode expor porosidade da subcamada superficial.
Fundições por cera são melhores candidatas para o eletropolimento do que fundições de areia,
principalmente por causa da superfície mais lisa inerente dos fundidos de cera. Entretanto,
fundições de areia eletropolirão para uma superfície limpa e com brilho.
LIMITAÇÕES
O eletropolimento não pode desengordurar ou esconder defeitos como costuras e inclusões não
metálicas nos metais. Além disso, textura de superfície de molde, tipo casca de laranja e riscos
não são removidos por uma quantidade prática de eletropolimento e também requer um desgaste
inicial com abrasivos. Ligas multifásicas no onde uma fase é relativamente resistente à dissolução
anódica geralmente não se adaptam bem ao tratamento de eletropolimento.
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APLICAÇÕES
Atualmente, o eletropolimento está sendo aplicado com sucesso em uma larga faixa de novas
aplicações:
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Salas Limpas
Salas limpas demandam superfícies não contaminantes e não particulantes. O eletropolimento é o
acabamento definitivo para mesas, cadeiras, recipientes de descarte, suportes de luz, conduit
elétrico exposto e caixas de saída, equipamentos de fabricação e processamento, e outros
componentes metálicos usados neste tipo de aplicação.
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Indústria Química e Química Fina
Um dos maiores problemas reside em trocadores de calor tubulares de aço inoxidável, na
formação de depósitos ou incrustações nas paredes dos tubos. Normalmente a formação de
incrustações causa o aceleramento de processos de corrosão, podendo gerar corrosão por fresta
mesmo em meios não severos, tais como, água. As condições existentes nas frestas geradas pelas
incrustações podem ser muito diferentes daquelas do meio ambiente. Pode haver a ocorrência
localizada de elevação de concentração de agentes corrosivos, tais como, cloretos, diminuição no
valor do pH, etc., que torna o meio sob a incrustação fortemente corrosivo. Como exemplo,
podemos mencionar que há a ocorrência de corrosão por fresta associada à corrosão sob tensão
embaixo de incrustações, apesar do meio ambiente apresentar um conteúdo muito baixo de íons
cloreto e nenhuma outra condição severa.
Além disso, a formação de incrustações nas paredes
dos tubos também origina outros problemas com a
diminuição na transmissão de calor e diminuição da
vazão do fluido pelo tubo. Isto torna necessário
realizar limpezas periódicas com maior freqüência, o
que causa perdas de produção, ou seja, elevação do
lucro cessante. Um acabamento superficial correto é
um modo seguro para diminuir a tendência à formação
de incrustações. Esta é uma das razões para a
utilização de tubos com superfícies polidas
eletroliticamente em equipamentos, tais como,
trocadores de calor e evaporadores.
A experiência diz que qualquer container usado em
processos de mistura, homogeneização ou
armazenagem para líquidos ou pós é um excelente
candidato ao eletropolimento. A qualidade de não
aderência de uma superfície eletropolida tem óbvias
vantagens nestas aplicações.
Tecnologia do Vácuo
Em condições de elevado vácuo e ultra elevado vácuo, superfícies altamente puras de aço
inoxidável eletropolidas apresentam reduzida adsorção de gás purificado em comparação com
superfícies polidas mecanicamente, decapada ou jateada. O período de tempo necessário para
produzir o vácuo pode desta forma ser reduzido até um fator de dez e a qualidade do vácuo
alcançável pode ser melhorada correspondentemente.
Tecnologia Nuclear
O Eletropolimento é aplicado com dois objetivos na indústria nuclear. Superfícies com
contaminação radioativa, mas não ativadas, podem ser confiavelmente e efetivamente
descontaminadas (limpas). A remoção da camada subsuperficial do material, com os núcleos de
radioatividade presentes, possibilita que a descontaminação seja feita sob nível de segurança. A
atividade removida é absorvida pelos eletrólitos. Ao mesmo tempo, o efeito do campo elétrico, faz
com que não haja ocorrência de difusão regressiva à superfície, mesmo com eletrólitos altamente
carregados. Superfícies limpas desta maneira podem ser seguramente reparadas.
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O uso de superfícies eletropolidas, na indústria nuclear, reduz a formação de contaminação
radioativa durante a operação, e torna o serviço posterior de descontaminação mais fácil ao
mesmo tempo em que melhora o seu efeito. O grande perigo da equipe e funcionários serem
expostos à radiação durante o serviço operacional e de manutenção pode por isso ser largamente
reduzido.
Uma aplicação muito efetiva para o eletropolimento é o polimento de tubulações de recirculação
de fábricas nucleares para alívio de tensões de superfícies internas que já foram mecanicamente
polidas.
23
Sistemas tubulares de atenuamento de papel
e caixas principais são duas das várias
aplicações nos negócios de laminação de
papéis
Processamento Farmacêutico
Como as exigências de controle de contaminação da FDA têm
crescido, o uso de superfícies eletropolidas de equipamento desta
indústria importante tem aumentado.
Hoje, qualquer sistema de tubulação ou tubos de alta pureza é
eletropolido, tanto quanto o interior de superfícies de misturadores
farmacêuticos, sistemas de distribuição de produto seco, filtros,
coadores, vasos, matrizes, secadores, talhadores, serpentinas de
resfriamento, serpentinas de lâmina, trocadores de calor e outros
equipamentos importantes.
Para problemas de produto-a-produto, microbiológico ou outro
problema de contaminação, o Eletropolimento oferece a solução
definitiva para componentes farmacêuticos de aço inox.
Processamento Petroquímico
As companhias petroquímicas confiam no
eletropolimento, para produzir macro
superfícies fáceis de limpar. Para tubos de
trocador de calor, tubulações de transferência
de produto e componentes de tubulação
relacionados, ou grandes tanques de
armazenamento e vasos de processo, o
eletropolimento aumenta o tempo entre
limpezas e reduz dramaticamente a
quantidade de homens hora e esforços
associados com a limpeza requerida. O
resultado é mais produtividade devido a
menos tempo perdido.
Medicina
Por muitos anos, o campo médico foi o maior beneficiário do eletropolimento. Todos os
equipamentos hospitalares, médicos e cirúrgicos (escalpelos, grampos, serra, implantes de osso e
junta, dispositivos protéticos, base para corte e sorvedouro de reabilitação) são normalmente
eletropolidos para facilitar a limpeza e alcançar altos níveis de descontaminação. Todos os artigos
de metal expostos à radiação e requerendo descontaminação regular também são grandes
candidatos ao eletropolimento.
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Peças Usinadas
Parafusos, rolos, impelidores, pinos, lavadores, hastes e
corpos de válvula, e outras partes usinadas são
beneficiadas significantemente pelo eletropolimento.
O processo oferece um número de vantagens, incluindo
remoção de rebarbas e alívio de tensão da superfície das
peças, facilidade de limpeza; acabamento anti-aderente,
descontaminado, não particulado; e uma aparência
estética agradável.
Tratamento de Água
A indústria de tratamento e destilação de água emprega o
eletropolimento para melhorar a resistência à corrosão de
componentes de aço inox, tanto quanto reduzir o nível de
contaminação microbiológica que pode ser acumulada
dentro destes sistemas. Componentes comuns
normalmente eletropolidos na indústria de tratamento e
destilação de água incluem filtros, telas e coadores,
bombas e válvulas, condensadores, e tubulações.
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Redução de Contaminação em Telas e Molas
Redução de Oxidação e Corrosão
Crucial para preservação de selos mecânicos e peças localizadas em ambientes clorados
Eletrousinagem
Ocasionalmente, peças são fabricadas com tolerâncias inadequadas ou com tolerâncias que
necessitem uma pequena alteração. O eletropolimento pode ser uma ferramenta valiosa
para alterar tolerâncias controlando precisamente a remoção de pequena quantidade de
metal.
Passivação
O eletropolimento serve como um excelente processo de passivação. O processo remove
contaminação localizada na ou apenas sob a superfície e passiva o aço inoxidável a um
período de tempo muito maior que qualquer outro tratamento.
26
ELETROPOLIMENTO BOM E RUIM:
Como Reconhecer um Trabalho de Qualidade
Eletropolimento de alta qualidade deve exibir lustro brilhante e reflexão. Por mais lisa que esteja a
superfície a ser eletropolida, o mais alto brilho e reflexão serão obtidos após o processo estar
completo. Eletropolimento de alta qualidade deve ser livre das seguintes falhas:
“Foscagem”
Sombras
Matrizes irregulares
Riscos e Manchas
Pontos de Água
Superfícies com pits
Casca de Laranja
Erosão
Superfícies rochosas
Sob alta ampliação, a superfície eletropolida não deve mostrar evidência de contornos de grão e
devem ser essencialmente sem destaque.
Um ou mais destes efeitos podem ser atribuídos à inclusões não metálicas provenientes de chapas
laminadas a quente, hipo ou hiperdecapagem, aumento indevido ou excessivo de temperatura
durante laminação a frio (como pela redução muito pesada por passagem), hipo ou hiper-
recozimento, descarbonetação da superfície durante recozimento, lixamento excessivo antes da
laminação a frio, ação de polimento durante o último estágio de laminação a frio, e contaminação
da exposição à materiais, poluentes, lubrificantes e outros materiais de processo industrial usado
na fabricação. Por exemplo, superfícies de grão final de aço inox livremente usinado com graus
tais como classe 303 e 416 aparecerão “foscos” após eletropolimento devido à remoção de
inclusões de sulfetos.
27
Uma estrutura metalúrgica uniforme, de finos cristais homogêneos produz os melhores resultados
de eletropolimento. Entretanto, certas características estruturais podem variar no aço inox sem
afetar as propriedades específicas nominalmente, ainda influenciam os resultados do
eletropolimento. Exemplos incluem estruturas quebradas, altamente orientadas; precipitação de
carbonetos nos contornos de grão; e outras heterogeneidades – todas que causam uma menor
qualidade do acabamento de superfície.
Reconhecendo Qualidade
O eletropolimento é preferido em muitas indústrias como o acabamento final para muitos metais
por causa de sua superfície enriquecida, não contaminada, não particulada, não aderente ou com
qualidades estéticas. Se o objetivo é um acabamento estético agradável, eletropolimento de alta
qualidade pode ser julgado por inspeção visual. Uma avaliação microscópica da superfície é
necessária, contudo, onde um acabamento “máximo” é requerido e onde é imperativo que a
condição da superfície seja documentada para futura avaliação.
Por exemplo, uma superfície polida sempre parece ter sido eletropolido para um olho mal
treinado. Ainda o acabamento pode produzir as mesmas leituras de rugosidade do acabamento de
superfície (Ra ou RMS). Somente uma fotomicrografia das duas superfícies mostraria a diferença
substancial entre elas. A superfície eletropolida seria vista como sem saliências, enquanto a
superfície polida mostraria camadas de metal engorduradas, perturbadas e danificadas, tanto
quanto compostos abrasivos e de polimento embutidos.
Sendo assim, a inspeção mínima a ser realizada no equipamento para observação quanto ao
acabamento especificado, deveria seguir o procedimento a seguir:
1. Inspeção visual do tipo de acabamento (comparar com amostras testemunha quando for o
caso).
2. Perfil de rugosidade e valores medidos na superfície através do rugosímetro.
3. Exame fotomicrográfico.
4. Solicitação de Certificado de Garantia dos serviços realizados.
Para saber mais sobre este assunto, consulte a nossa literatura “Como Inspecionar Superfícies
Eletropolidas”.
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COMO ESPECIFICAR O ELETROPOLIMENTO:
Especificações rigorosas estão cada vez mais sendo exigidas para acabamento de superfície em
componentes e equipamentos de aço inoxidável das indústrias de processo, e muitos fornecedores
estão quantificando a rugosidade da superfície de seus produtos.
A especificação de referência de grana não pode ser equalizada a um acabamento de superfície
consistente. Variáveis afetando o acabamento resultante são: tamanho de grana, carga de
ferramenta, condição de ferramenta, razão de alimentação, razão da condição transversal do
metal a ser polido e lubrificante quando usado.
Para resultados precisos e consistentes, o acabamento de superfície deve ser especificado em
uma faixa ou nível máximo de rugosidade expressa em Ra (desvio médio aritmético) que quando
medido em microns denomina-se simplesmente Ra ou quando medido em micropolegadas
denomina-se AA ou CLA ou simplesmente µ" Ra.
Exemplo:
Acabamento de Lixamento mecânico GR 120: 0,42 à 0,50 µm Ra
17 à 20 µ" Ra ou AA ou CLA.
Como já foi dito, especificar acabamento dando como referência a grana ou "grit" pode ser a fonte
de vários equívocos e discussões desnecessárias.
Porém qualquer polimento mecânico requerido para alcançar o acabamento final especificado deve
ser considerado. Passagens múltiplas de cada grana abrasiva mais fina são recomendadas como
obrigatórias para melhores resultados. A qualidade de superfície obtida, por exemplo, pelo
eletropolimento está diretamente relacionada à qualidade de superfície pré-eletropolida, já que o
eletropolimento não pode remover soldas, mordeduras, riscos profundos ou outras distorções de
superfície similares. Discussão quanto as exigências de lixamento mecânico com o eletropolidor
ajudará a assegurar a qualidade do acabamento final desejado.
Exemplo:
Acabamento a ser realizado na superfície interna de um dado equipamento:
Ex. 1: Lixamento mecânico com rugosidade máxima de 0,50 µm Ra.
Ex. 2: Eletropolimento com grau máximo de 0,30 µm Ra.
Nota: Não importa como o fabricante vai chegar até tal resultado!!! ... O importante é após o
tratamento ESTAR com o resultado esperado.
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ELETROPOLIMENTO HUMMA – Tecnologia EPL-H Process®
O Eletropolimento HUMMA – Tecnologia EPL-H Process® é influenciado por vários fatores, tais
como, o tamanho de grão metalúrgico do material, a rugosidade original da superfície, a
composição e temperatura do eletrólito, a voltagem e a densidade de corrente, bem como o
tempo de execução do processo.
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A maioria dos aços inoxidáveis da série 300, normalmente utilizados na prática, podem ser
eletropolidos com a Tecnologia EPL-H Process®, como por exemplo: 301, 302, 303, 304, 309,
310, 316, 317, 347 e 321. Além desses mais comuns, os demais tipos de aço inox também podem
ser eletropolidos, inclusive as ligas especiais.
Como principais vantagens desta tecnologia em particular, além das vantagens já mencionadas do
eletropolimento em geral, podemos citar:
pode ser aplicado em superfícies irregulares (não planas), regiões soldadas e em posições
diversas, através da elaboração de dispositivos convenientes;
dispensa preparações onerosas e grandes movimentações de peças complexas, pesadas ou de
grandes dimensões, resultando numa sensível redução de custos de preparação;
dado a versatilidade inerente ao processo, pode ser aplicado no campo, mesmo em
equipamentos montados, dispensando a remoção e transporte dos mesmos;
possibilita controle total do processo ponto a ponto em termos de resultados, garantindo uma
melhor qualidade quanto ao acabamento superficial desejado.
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TABELA HUMMA PARA ACABAMENTOS TÉCNICOS DE SUPERFÍCIE PARA AÇOS INOXIDÁVEIS
A HUMMA tem disponibilizado para o mercado 20 acabamentos técnicos de superfície como segue:
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Cabe ao especificador encontrar o acabamento que melhor se ajusta às especificações desejadas
(lixamento mecânico, polimento mecânico, eletropolimento ou eletrodecapagem).
É importante ressaltar que o Grupo Humma desenvolveu as tecnologias LME-H e PME-H para
lixamento mecânico e polimento mecânico em aço inoxidável respectivamente e seus valores de
rugosidade após o uso destas tecnologias descritos na tabela acima são mais baixos que os
valores normalmente encontrados no mercado.
Como já foi dito, no Eletropolimento HUMMA Tecnologia EPL-H Process® há uma dissolução
seletiva concentrada nas saliências da superfície que, desse modo, promove o nivelamento
microscópico da superfície.
O nivelamento das saliências grosseiras é chamado macro polimento e a dissolução das menores
irregularidades microscópicas é denominada micro polimento.
Nivelamento: é obtido pela remoção dos picos e arredondamento dos vales tendo como principais
fatores o acabamento preparatório da superfície, o controle e a densidade de corrente aplicada, a
distância cátodo - peça, a tensão aplicada e a utilização de um eletrólito conveniente.
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A macro rugosidade é um fator muito menos importante do que a micro rugosidade com relação
às propriedades de antiincrustação, de fácil descolamento de produtos e de facilidade de limpeza
e/ou higienização em uma superfície eletropolida, portanto, uma superfície com eletropolimento
poderá apresentar valores relativamente altos de Ra e assim mesmo terá ótimas propriedades de
anti-incrustação.
Isto explica-se pelo fato de que nas superfícies eletropolidas não verificamos rugosidade e sim,
somente ondulações, já que a aplicação da Tecnologia EPL-H Process® em superfícies de aço inox
elimina o fator rugosidade (Padrão Eletro 100) (Figura abaixo). Neste processo a superfície é
trabalhada de um modo diferente em relação aos métodos de polimento mecânico, e por isso
mesmo é que não pode ser determinada apenas pela medida numérica da rugosidade, devendo
ser levado em conta também o seu perfil.
Para que este filme cubra completamente a superfície do aço inox e possibilite uma proteção
adequada contra a corrosão, é necessário que ele se desenvolva sobre uma superfície metálica
completamente limpa. A limpeza de superfície é também importante do ponto de vista higiênico.
Elevadas demandas de limpeza de superfície são impostas em vários segmentos industriais, tais
como, nas indústrias farmacêutica, nuclear, cervejeira e alimentícia.
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Por esta razão é que se utiliza decapagem química de chapas laminadas a frio mesmo quando o
recozimento é feito em atmosfera protetora. Em geral, a decapagem química remove apenas
parcialmente a película superficial empobrecida em cromo. Conseqüentemente, a decapagem
química gera uma superfície relativamente grosseira, tendo em vista que o tempo de dissolução
da película de óxidos varia ao longo da superfície.
Além disso, o óxido formado em alta temperatura não é homogêneo em composição (provável
mistura de CrxOy,, FexOy, NixOy), e tem uma solubilidade diferente na solução decapante, por
isso algumas áreas são dissolvidas preferencialmente a outras. Quando o óxido é removido destes
lugares, a solução começa a dissolver a liga matriz com evolução de hidrogênio, o qual em
determinadas proporções penetra no metal. Do ponto de vista teórico, considera-se que o aço
inox consiste de muitos elementos com solubilidades diferentes na solução decapante e a
superfície é um estado não equipotencializado e permanece como tal após o final do processo.
Esta superfície não equipotencializada é um local ideal para nucleação de corrosão, e a
decapagem não é capaz de restaurar a condição inicial da superfície.
Em uma superfície onde é aplicada a Tecnologia EPL-H Process® a mesma é muito mais passiva
do que aquela obtida por decapagem e passivação convencional. Sendo o Eletropolimento Humma
um processo anódico, há a liberação de oxigênio simultaneamente com a remoção de metal.
Considerando a complexidade da Tecnologia EPL-H Process®, é impossível incluir todas as
reações químicas que ocorrem, mas seguindo as regras básicas e mantendo o papel conclusivo
que o cromo desempenha no Eletropolimento Humma para aços inoxidáveis, um modelo
simplificado pode ser escrito como segue:
Portanto, ocorre a exposição de uma superfície completamente limpa ao oxigênio com elevada
atividade química, gerando o recobrimento de toda a superfície do aço inoxidável por uma película
passiva de óxidos metálicos ricos em cromo de inigualável qualidade e homogeneidade.
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Testes em laboratório comprovaram que após um período de teste igual a 4 anos, em ambiente
marinho, não foi possível notar diferença quanto à resistência à corrosão entre amostras de aço
18%Cr / 9%Mn / 5%Ni e 25%Cr / 24%Ni / 2%Mo, ambas polidas eletroliticamente com
Tecnologia EPL-H Process®. Portanto, apesar da primeira liga ser menos nobre que a segunda, o
Eletropolimento Humma possibilitou que o seu desempenho fosse igual ao da segunda liga.
Todavia, durante a realização do mesmo teste em amostras lixadas e não pós tratadas
quimicamente, a liga menos nobre apresentou corrosão após 2 meses.
A figura abaixo mostra os resultados de um trabalho recente sobre resistência à corrosão de aços
inoxidáveis em ambiente marinho. Este trabalho exibe a influência do tratamento de superfície na
resistência à corrosão da qualidade AISI 304.
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Os índices de corrosão referem-se a diferentes intensidades de ataque. Os índices de corrosão
variam de 0 a 7, sendo que o índice 0 significa superfície livre de óxidos de ferro e de manchas,
enquanto que o índice 7 significa, superfícies 75% e 100% cobertas por óxidos de ferro.
Analogamente, o AISI 304 na condição eletropolido apresentou o mesmo desempenho que o AISI
317 e o AISI 329, ambos na condição recozido e decapado. Cumpre ressaltar que o lixamento
piorou o desempenho destas duas qualidades.
Os resultados destes testes mostram claramente que é possível substituir uma qualidade de aço
mais nobre por uma menos nobre que tenha sido submetida a eletropolimento. Entretanto, como
o tempo de duração dos testes e outros fatores podem influir no desempenho em condições
práticas, não se deve renunciar à recomendação clássica de material para um dado ambiente.
Mas, em função do que foi exposto, também não se deve subestimar o efeito benéfico do
eletropolimento, que pode ajudar significativamente a aumentar a resistência à corrosão do
material e, conseqüentemente, a sua vida útil.
Ataques localizados, tais como, corrosão sob tensão fraturante, corrosão por frestas e corrosão
por pite, podem ocorrer em aços inoxidáveis quando estes são expostos a meios contendo
cloretos. A corrosão sob tensão fraturante, em aços inox, normalmente aparece como resultado
da ação combinada de tensões de tração no material, um meio contendo cloretos e temperatura
acima de cerca de 60°C. Cumpre ressaltar que a corrosão sob tensão é considerada como sendo o
"calcanhar de Aquiles" dos aços inoxidáveis austeníticos tipo padrão.
Como já foi mencionado anteriormente, um tratamento superficial mecânico, tal como lixamento,
induz tensões de tração no material. Em nosso laboratório foram realizados testes em um tubo de
aço inox lixado externamente, sendo que metade deste tubo foi eletropolido com Tecnologia EPL-
H Process® após o lixamento. Esta amostra foi submetida a um ensaio de corrosão sob tensão em
uma solução de cloreto de cálcio a 40% a 100°C. A superfície lixada e não eletropolida exibiu uma
grande quantidade de fissuras por corrosão sob tensão, enquanto que a metade lixada e com
Eletropolimento Humma apresentou-se completamente livre de corrosão.
Devido à versatilidade inerente à Tecnologia EPL-H Process®, o Grupo Humma pode eletropolir
quase todos os tipos de tamanho e geometria de peças e equipamentos em aço inoxidável com
resultados excelentes.
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FOTOMICROGRAFIAS MEV:
A Prova da Qualidade Assegurada do Eletropolimento
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Fotomicroscopia Comparativa de Dois Acabamentos Laminados Padrão Antes e Após o
Eletropolimento
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Fotomicroscopia Comparativa de Superfícies de Tubos de Aço Inoxidável
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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