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EDUCAÇÃO INFANTIL
RESUMO
O Trabalho traz ao leitor uma visão rápida sobre a história da alfabetização e do letramento e
a trajetória da educação infantil no Brasil. Procura mostrar a complexidade da compreensão
do termo alfabetização e letramento, condizentes aos métodos e conceitos educacionais. Cabe
também ao trabalho explicitar que o processo de inclusão da educação infantil e sua
importância enquanto sistema de desenvolvimento educacional passa por diversas concepções
ao longo do tempo e ainda possui um enaltecimento frágil quando se trata de alfabetização,
mas não de letramento. Isso é possível observar no documento atual norteador da educação
básica ao se referir a alfabetização como conteúdo a ser desenvolvido nos primeiros anos do
ensino fundamental. Pois, embora a BNCC traga conceitos firmados para a educação infantil,
preocupando-se com o desenvolvimento socioemocional e garantindo uma aprendizagem
lúdica através das interações e brincadeiras, ela trata em todos os campos a importância do
letramento mas não deixa explicito se ela concede ou não introduzir a alfabetização na
educação infantil.
Palavras-chave: Alfabetização; Educação infantil; Base Nacional Comum Curricular
ABSTRACT
The Works brings the reader a quick look at the history of literacy and literacy and the
trajectory of early childhood education in Brazil.
It seeks to show the complexity of understanding the term literacy and literacy, consistent
with educational methods and concepts.
It is also up to the work to explain that the process of including early childhood education and
its importance as an educational development system goes through several conceptions over
time and still has a fragile praise when it comes to literacy, but not literacy.
This can be seen in the current document guiding basic education when referring to literacy as
content to be developed in the first years of elementary school.
For, although the BNCC brings established concepts for early childhood education, being
concerned with socio-emotional development and guaranteeing a playful learning through
interactions and games, it treats in all fields the importance of literacy but does not make it
explicit whether it grants or not introduce literacy in early childhood education.
Keywords: Literacy; child education; Common Base National Curriculum
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INTRODUÇÃO
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A expressão educação “pré-escolar”, utilizada no Brasil até a década de 1980,
expressava o entendimento de que a Educação Infantil era uma etapa anterior,
independente e preparatória para a escolarização, que só teria seu começo no Ensino
Fundamental. Situava-se, portanto, fora da educação formal. Com a Constituição
Federal de 1988, o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a 6 anos
de idade torna-se dever do Estado. Posteriormente, com a promulgação da LDB, em
1996, a Educação Infantil passa a ser parte integrante da Educação Básica, situando-
se no mesmo patamar que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. E a partir da
modificação introduzida na LDB em 2006, que antecipou o acesso ao Ensino
Fundamental para os 6 anos de idade, a Educação Infantil passa a atender a faixa
etária de zero a 5 anos. Entretanto, embora reconhecida como direito de todas as
crianças e dever do Estado, a Educação Infantil passa a ser obrigatória para as
crianças de 4 e 5 anos apenas com a Emenda Constitucional nº 59/200926, que
determina a obrigatoriedade da Educação Básica dos 4 aos 17 anos. Essa extensão
da obrigatoriedade é incluída na LDB em 2013, consagrando plenamente a
obrigatoriedade de matrícula de todas as crianças de 4 e 5 anos em instituições de
Educação Infantil. Com a inclusão da Educação Infantil na BNCC, mais um
importante passo é dado nesse processo histórico de sua integração ao conjunto da
Educação Básica. (BNCC, 2017)
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“O letramento no modelo autônomo, tomado como sinônimo de alfabetização e
amplo domínio da leitura e da escrita de textos, é entendido como a causa do
progresso, da civilização, da tecnologia da liberdade individual e da mobilidade
social. Dessa maneira, sociedade com indivíduos letrados são superiores a mais
avançadas do que aquelas cujos membros se pautam, primordialmente, na
comunicação oral. Além do progresso da sociedade, outra consequência atribuída ao
processo de letramento, na perspectiva do modelo autônomo, é a aquisição de
funções lógicas mais desenvolvidas. Acredita-se que o desenvolvimento da escrita é
o meio mais importante para o desenvolvimento cognitivo, possibilitando o alcance
do pensamento abstrato, a mudança dos signos para os conceitos. (GODINHO;
DIAS, 2015, aput Kleiman, 1995; Tfouni, 1995).”
Para (OLIVEIRA, 2017, p.20) “O modelo autônomo assume a postura de que os gêneros
e as formas correntes de letramento são fixos, universais e dados, quando na verdade foram
construídos historicamente. Nesta vertente, o letramento é resumido a habilidades para leitura
e escrita, e também, que ele, por si próprio terá efeitos nas práticas sociais e cognitivas”.
Já o modelo ideológico é contrário à essa ideia, na sua perspectiva investiga as
características da prática oral e da prática escrita, mas não quer dizer que se refere apenas à
aquisição da habilidade escrita e sim que o letramento se inicia ao nascer e se aprimora com a
escrita. Se por um lado temos a pessoa letrada também favorecida pelo desenvolvimento
social, então não podemos usar nesse contexto do termo iletrado como antítese de letrado.
Pois não existe um grau zero de letramento, apenas definirmos o grau de letramento para mais
ou menos sofisticados, de acordo com as possibilidades ofertadas à pessoa (GODINHO;
DIAS, 2015, p.210).
Para (GODINHO; DIAS, 2015, p.207) os estudos realizados por Emília Ferreiro, Ana
Teberosky, Carraher, Luria e outros “possibilitaram uma profunda reflexão sobre o processo
de alfabetização, colocando o aluno como sujeito da aprendizagem e o professor como
mediador” em suas observações foi possível comprovar de que “a criança inicia seu processo
de alfabetização antes e durante a escolarização, pois a leitura e a escrita não são práticas
exclusivas da escola, mais práticas sociais que vão à escola para que possam ser apreendidas
socialmente com vista à suas funções.
No contexto atual inseridos numa sociedade globalizada e digital onde a informação e
o conhecimento são produzidos incessantemente e a necessidade de leitura e interpretação de
nossa realidade nas relações sociais são constantes, as escolas se põe a serviço da sociedade
para alfabetizar letrando ou seja “ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da
leitura e da escrita” (GODINHO; DIAS, 2015, aput SOARES, 1998, p. 47).
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“Alguns estudos recentes sobre a alfabetização destacam a relevância de uma nova
práxis que não se limita a um modelo linear e positivo de desenvolvimento, em que
a criança aprenda a usar e decodificar sinais gráficos saindo de um ponto “x” e
chegando a um ponto “y”. O foco recai em um movimento de aprendizagem que
valoriza as práticas letradas e a relação desta com as atividades sociais e culturais.
Nessa perspectiva, a alfabetização é ligada a um amplo contexto, não se restringindo
às horas-aulas das instituições educacionais e não relegando a um segundo plano a
realidade do alfabetizando. (GODINHO; DIAS, 2015, p. 199)”
De acordo com Soares, 2016 podemos perceber nas questão dos métodos a separação
no processo de aprendizagem onde a faceta linguística é dominada pelos métodos sintéticos e
analíticos e a faceta interativa é dominada pole construtivismo o mesmo não assumi como
objeto de aprendizagem já que o desenvolvimento das competências vinculadas a ela vem
naturalmente através da inserção da criança no mundo da cultura escrita.
Segundo (SOARES, 2016, p.35) “a aprendizagem inicial da escrita, embora entendida
e tratada como fenômeno multifacetado, deve ser desenvolvido em sua inteireza, como um
todo, porque essa é a natureza real dos atos de ler e escrever”, pois de acordo com a autora é
através das práticas sociais, que ao ler e escrever exercitamos sincronicamente muitas e
diferentes competências. Definido por ela o que tem se chamado de alfabetizar letrando.
Segundo (GODINHO; DIAS, 2015, aput SOARES, 1998, p. 47) “... alfabetizar e letrar
são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando,
ou seja, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita”.
ALFABETIZAR NA BNCC
(THADEU, [2015 a 2020] aput Emília Ferreiro) diz em sua obra Alfabetização em
Processo o seguinte: “O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um
ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as informações sociais, não são recebidas
passivamente pelas crianças”. Contudo podemos observar que a alfabetização de fato segundo
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a BNCC deve ocorrer nos anos iniciais do ensino fundamental, sobre isso (THADEU, [2015 a
2020]) ressalta:
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e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de
maneira complementar à educação familiar”.
A base ainda estipula que todo o desenvolvimento da criança se dê através das
interações e das brincadeiras, pois “A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da
infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral
das crianças.” (BNCC, 2017)
A (BNCC, 2017) traz seis direitos de aprendizagem para a educação infantil que
asseguram as condições para que as crianças possam aprender em situações propícias a suas
necessidades.
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TEMPO DE ALFABETIZAR E DE LETRAR
“Na educação infantil tem feito essa separação; a criança pode-se desenvolver no
letramento, mas não deve continuar seu processo na conceitualização da escrita, no
conceito que ela vai formando sobre escrita. Não é preciso esperar os seis anos nem
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os sete anos e cortar o desenvolvimento da criança, é injusto com a criança, você
impedir que ela continue num processo que já começou. (Alfaletrar, 2017).”
Durante a entrevista autora ainda ressalta que esse processo deve ser
fundamentalmente lúdico, com brincadeiras assim como tudo na educação infantil partindo do
nível da criança mas com metas bem definidas e entendendo bem em que ponto do
desenvolvimento a criança está, para não forçar a criança a ir mais depressa do que é possível
para ela mais ao mesmo tempo sem retardar o processo de desenvolvimento e aprendizagem
dela. O que a educação infantil deve fazer é acompanhar a criança nesse processo, é estimular
e ajudar a criança nas hipóteses que ela faz e não funciona, nos avanços que ela faz para ir se
reestruturando na escrita, isso deve ocorrer na educação infantil, não se pode travar o
desenvolvimento da criança (Alfaletrar, 2017).
Segundo SOARES:
Para SOARES (2016), o fato de a entrada das crianças com idade anterior a do ensino
fundamental ter sido historicamente introduzida como obrigatória tardiamente, definiu-se
sempre a alfabetização como responsabilidade do ensino fundamental. Isso talvez explique a
polémica sobre a educação infantil poder ou não dar prosseguimento ao desenvolvimento da
criança na compreensão do sistema alfabético de escrita.
Contudo SOARES (2016) enfatiza que só a alfabetização, não assegura a entrada da
criança no mundo da cultura escrita. Pois “a alfabetização é uma das três facetas da
aprendizagem inicial da língua escrita, necessária, mas não suficiente, porque esta, só se
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completa se integrada com as facetas interativas e sociocultural, estas duas constituindo o
letramento”.
CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
ALFALETRAR - Educação Infantil: parte de um processo. [S. l.]: Nova Escola, 2017.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Q6KpNhl7mAk. Acesso em: 28 jun.
2020.
RICO, Rosi. O QUE A BNCC PROPÕE PARA A ALFABETIZAÇÃO? Veja quais são as
principais novidades para os primeiros anos do Ensino Fundamental. [S. l.]: Nova Escola,
[s.d.] [s.d.]. Disponível em: https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/40/o-que-a-bncc-propoe-
para-a-alfabetizacao. Acesso em: 28 jun. 2020.
SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Editora contexto, 2016.
384 p.
THADEU, Victor. O que a BNCC diz a respeito da alfabetização? [S. l.]: Sistema Maxi, 16
de março [2015 a 2020]. Disponível em: https://www.sistemamaxi.com.br/bncc-diz-a-
respeito-da-alfabetizacao/. Acesso em: 28 jun. 2020.
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