Você está na página 1de 90

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

Elisa Silva
Mirella de Paiva Lopes
Priscylla Rodrigues Vilella

AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL

Goiânia,
2017
SUMÁRIO

1 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL...............................................................2


1.1. ANTROPOMETRIA.........................................................................................................2
1.1.1. Circunferências............................................................................................................2
1.1.2. Dobras Cutâneas.........................................................................................................3
1.2 ANAMNESE......................................................................................................................4
1.3 PESO E ALTURA..............................................................................................................5
2 CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA POR FASE DA VIDA.........................................................7
3 RECÉM NASCIDOS, LACTENTES E PRÉ ESCOLARES.............................................9
3.1 PREMATUROS (PERÍODO NEONATAL).....................................................................9
3.1.2 Recém-Nascidos............................................................................................................9
3.2 ANTROPOMETRIA..........................................................................................................9
3.2.1 Peso ao nascer..............................................................................................................9
3.3 LACTENTES (0 A 2 ANOS) E PRÉ-ESCOLARES (2 A 5 ANOS)..............................11
3.3.1 Padronização da idade...............................................................................................11
3.3.2 Peso e estatura............................................................................................................11
3.3.3 Dobras Cutâneas........................................................................................................12
3.3.4 Critérios de Classificação dos Índices Antropométricos de recém-nascidos, lactentes
e pré-escolares segundo curvas de escore Z............................................................................13
4 ESCOLARES (6-10 ANOS)................................................................................................26
4.1 PESO E ALTURA/ESTATURA..............................................................................................26
4.2 CIRCUNFERÊNCIA BRAQUIAL (CB)...................................................................................26
4.3 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC)................................................................................26
4.4 DOBRAS CUTÂNEAS (DC).................................................................................................26
4.5 ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS............................................................................................27
4.6 RELAÇÃO CINTURA ESTATURA (RCE)..............................................................................27
5 ADOLESCENTES (10-19 ANOS)......................................................................................29
5.1 RELAÇÃO PESO/ ESTATURA/ IDADE.......................................................................29
5.2 IMC:.................................................................................................................................29
5.3 CIRCUNFERÊNCIA BRAQUIAL (CB):........................................................................29
5.4 CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB)..............................................30
5.5 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC):....................................................................30
5.6 DOBRAS CUTÂNEAS (DC)..........................................................................................30
5.7 RELAÇÃO CINTURA ESTATURA (RCE)...................................................................31
5.8 ESTÁGIOS DE TANNER...............................................................................................32
5.9 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE
ESCOLARES E ADOLESCENTES, SEGUNDO CURVAS DE ESCORE Z....................34
5.10 CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS CUTÂNEAS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES, SEGUNDO IDADE E GÊNERO.....................................................38
6 ADULTOS............................................................................................................................40
6.1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)......................................................................40
6.2 PESO IDEAL A PARTIR DO IMC.................................................................................40
6.3 PORCENTAGEM DE ADEQUAÇÃO DO PESO..........................................................40
6.4 PORCENTAGEM DE MUDANÇA DO PESO...........................................................41
6.5 CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB).........................................................................41
6.6 CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB).............................................42
6.7 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA..............................................................................42
6.8 RELAÇÃO CINTURA QUADRIL (RCQ)......................................................................42
6.9 RELAÇÃO CINTURA ESTATURA (RCE)...................................................................43
6.10 DOBRAS CUTÂNEAS..................................................................................................43
7 IDOSO...................................................................................................................................46
7.1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)......................................................................46
7.2 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA..............................................................................47
7.3 DOBRAS CUTÂNEAS....................................................................................................47
7.3.1 Dobra Cutânea Tricipital...........................................................................................47
7.3.2 Dobra Cutânea Subescapular.....................................................................................48
7.4 MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MNA)...............................................................49
7.5 CIRCUNFERÊNCIAS.....................................................................................................49
7.5.1 Circunferência Braquial (CB)....................................................................................49
7.5.2 Circunferência Muscular do Braço (CMB)................................................................49
7.5.3 Circunferência da Panturrilha (CP)...........................................................................50
7.6 RAZÃO CINTURA/ESTATURA....................................................................................50
7.7 ALTURA ESTIMADA....................................................................................................51
7.8 PESO ESTIMADO...........................................................................................................51
8 HOSPITALIZADOS............................................................................................................53
8.1 PESO ESTIMADO...........................................................................................................53
8.1.1 Peso estimado pela compleição corporal...................................................................53
8.1.2 Estimativa de peso com edema...................................................................................54
8. 2 ALTURA ESTIMADA...................................................................................................54
8.2.1 Altura estimada pela Altura do Joelho (AJ)...............................................................55
8.2.2 Altura estimada pela Envergadura Total...................................................................55
8.2.3 Altura estimada pela Semi-Envergadura....................................................................55
8.2.4 Altura Recumbente......................................................................................................56
8.3 ANTROPOMETRIA........................................................................................................56
8.4 EXAMES BIOQUÍMICOS..............................................................................................56
9 ATLETAS.............................................................................................................................64
9.1 ANTROPOMETRIA........................................................................................................64
9.1.1 Circunferências ou perímetros do corpo....................................................................64
9.1.2 Dobras cutâneas.........................................................................................................66
9. 2 PROTOCOLOS...............................................................................................................67
9. 2.1 Protocolo de Guedes (1994)......................................................................................67
9.2.2 Protocolo de Jackson & Pollock (1978).....................................................................67
9.2.3 Protocolo de Jackson, Pollock e Ward (1980)...........................................................68
9.2.4 EQUAÇÃO DE SIRI (1956)........................................................................................68
9.2.5 Protocolo de Faulkner (1968)....................................................................................68
9.2.7 Cálculo do Peso de Gordura (kg)...............................................................................69
9.2.8 Cálculo da massa magra (kg).....................................................................................69
9.2.9 Cálculo do Peso Ideal (kg).........................................................................................69
9.2.10 Meta de porcentagem de gordura.............................................................................70
9.2.11 Peso Ósseo................................................................................................................70
9.2.12 Peso Residual............................................................................................................70
9.2.13 Peso muscular...........................................................................................................71
9.2.14 Compleição óssea.....................................................................................................71
10 SINDROME DE DOWN...................................................................................................73
10.1 ASPECTOS NUTRICIONAIS.......................................................................................73
11 AMPUTADOS....................................................................................................................81
11.1 PESO ESTIMADO PARA AMPUTADOS..................................................................81
11.2 SEGMENTOS DO CORPO:..........................................................................................81
11.3 EQUAÇÕES PARA AMPUTADOS:............................................................................81
12 PARALISIA CEREBRAL (PC).......................................................................................82
12.1 CLASSIFICAÇÃO.........................................................................................................82
12.2 PESO..............................................................................................................................83
12.3 ALTURA........................................................................................................................83
12.4 EQUAÇÕES PARA ESTIMATIVA DA ESTATURA PELA ALTURA DO JOELHO
...............................................................................................................................................83
12.5 DOBRAS CUTÂNEAS E CIRCUNFERÊNCIAS........................................................84
REFERÊNCIAS......................................................................................................................85
ANEXOS..................................................................................................................................86
1

TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL
1 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

1.1. ANTROPOMETRIA

1.1.1. Circunferências

Quadro 1. Medidas de circunferencias e suas respectivas descrições


Referência
Perímetro Direção Medida Imagens
anatômica

Braço/
Ponto médio entre
Braquial Perpendicular ao Acrômio e
o acrômio e
eixo olecrano
olecrano.

Fita ao redor do
Cintura Parte mais tronco na parte
Horizontal “estreita” do mais estreita ao
tronco. final de uma
expiração normal.

Fita ao redor do
tronco na cicatriz
Cicatriz
Abdominal Horizontal umbilical ao final
umbilical
de uma expiração
normal.

Maior Fita ao redor do


Quadril
Horizontal perímetro da maior perímetro da
(Glúteo)
região glútea região glútea.

Fita ao redor do
Torácica Horizontal Mamilos tronco na linha dos
mamilos.
Panturrilha
Maior Fita ao redor do
Perpendicular ao
perímetro da maior perímetro da
eixo
perna perna.

Entre os vincos do
Perpendicular ao Ao redor do pulso e o processo
Punho
eixo pulso estiloide do rádio e
da ulna

1.1.2. Dobras Cutâneas

Quadro 2. Medidas de dobras cutâneas e suas respectivas descrições


Dobra Cutânea Medida Imagem

A medida é realizada no lado posterior do


braço direito, sobre o músculo tríceps, no
TRICIPITAL (DCT) ponto médio entre a projeção lateral do
processo acrômio da escápula e a margem
inferior do olecrano da ulna.

Medida segurando-se a dobra na vertical, na


face anterior do braço sobre o vento do
bíceps (no ponto marcado para a medição da
BICIPITAL (DCB) CB). A dobra é levantada verticalmente 1
cm superior a linha marcada. As
extremidades do adipômetro são
posicionadas na linha marcada.

Homens: no ponto médio entre a linha axilar


anterior e o mamilo
PEITORAL (DCPE)
Mulheres: a 1/3 da linha axilar anterior e o
mamilo (mais próximo da linha axilar
anterior)
Determinada paralelamente ao eixo
DOBRA CUTÂNEA
longitudinal do corpo, aproximadamente, 2
ABDOMINAL
cm à direita da borda lateral da cicatriz
(DCA)
umbilical.

O sitio da DCSE localizado a 1cm abaixo do


ângulo inferior da escápula, pode ser
localizado solicitando que o avaliado
SUBESCAPULAR posicione o braço direito para trás, nas
(DCSE) costas.

Ângulo de 45º, direcionado para baixo e


para o lado direito.
A DCSI é medida logo acima da crista
ilíaca, na linha axilar média. O eixo longo
segue diagonalmente as linhas de fissura
SUPRAILÍACA
natural da pele.
(DCSI)
O avaliador deve pinçar a prega com os
dedos a aproximadamente na linha axilar
média e 2cm acima da linha ilíaca.

1.2 ANAMNESE

O termo anamnese é originário do grego “ana” e “mnesis”, o que significa trazer de


novo e memória, ou seja, é uma entrevista que tem como propósito relembrar os fatos que se
relacionam com a situação de saúde do entrevistado para auxiliar no diagnóstico. Considera-
se como instrumento fundamental para fins de diagnóstico clínico em diversos setores de
atividade (investigação, orientação, pesquisa). O objetivo da anamnese é informações
necessárias para avaliação do estado nutricional, planejamento do cuidado nutricional e das
orientações alimentares. Ela pode ser:
Aberta: o entrevistador introduz o tema e o entrevistado tem liberdade para discorrer
sobre o assunto sugerido. O entrevistador deve assumir uma postura de ouvinte, portanto a sua
interferência é mínima possível;
Estruturada: supõe a organização antecipada de um roteiro, em geral, na forma de
questionário com perguntas previamente formuladas;
Semiestruturada: combina respostas abertas e fechadas. As perguntas são
previamente definidas, mas o entrevistador pode fazer perguntas adicionais para esclarecer o
assunto que não está claro ou delimitar o volume de informações.
Veja formulário de anamnese nutricional no Anexo 1.

1.3 PESO E ALTURA

Quadro 3. Equipamentos para realização da aferição de peso e altura

Crianças menores de
Balança pediátrica
2 anos

Balança Salter ou Tubular de Crianças menores de


mola 2 anos

Crianças maiores de
Balança antropométrica 2 anos e população
em geral

Régua Antropométrica ou Crianças menores de


Infantômetro 2 anos

Crianças maiores de
Estadiômetro 2 anos, e população
em geral
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA POR
FASE DA VIDA
2 CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA POR FASE DA VIDA

Tabela 1. Fases do ciclo de vida contempladas pela Vigilância Alimentar e Nutricional

Tabela 2. Grupos etários no período pós-natal

Tabela 3. Índices recomendados pela OMS, para realização de avaliação nutricional


RECÉM NASCIDOS, LACTENTES
E PRÉ ESCOLARES
3 RECÉM NASCIDOS, LACTENTES E PRÉ ESCOLARES

3.1 PREMATUROS (PERÍODO NEONATAL)

Primeiramente é necessário calcular a idade em meses, a fração de idade até 5 dias se


aproxima a idade para baixo, isto é, para o mês já completado. A fração de idade igual ou
superior a 16 dias se aproxima a idade para cima, ou seja, para o mês a ser completado
(BRASIL, 2004). Para crianças prematuras até os dois anos de idade deve ser feito idade
corrigida, para isso é necessário a aplicação da fórmula:

Idade corrigida = Idade cronológica (meses) – meses de prematuridade


Fonte: LOHMAN et., 1991.

3.1.2 Recém-Nascidos

Recém-nascido é a criança desde o momento do nascimento até completar 28 dias de


vida. Durante os primeiros dias de vida as crianças perdem peso, mas este geralmente é
readquirido entre o 7° e o 10° dia de vida.

3.2 ANTROPOMETRIA

3.2.1 Peso ao nascer

É o melhor indicador de qualidade de vida do recém-nascido. O peso ao nascer é


definido como primeiro peso do recém-nascido, obtido na primeira hora de vida, ou se não for
possível, nas primeiras 24 horas de vidas.
O peso na avaliação nutricional é de grande relevância, por isso deve-se ater aos
valores e classificação:

Tabela 4. Classificação do peso do RN conforme risco de morbimortalidade.


3.2.2 Relação entre perímetro cefálico e perimetro torácico (pt/pc)

Em geral é usada em recém-nascidos, a relação das medidas de perímetro torácico e


cefálico permite estimar estado nutricional da criança. Do nascimento até 6 meses a relação
perímetro torácico/perímetro cefálico deve ser igual a 1.
A relação PC/PT <1 em crianças de 6 meses a 5 anos de idade é indicativa de atrofia
dos músculos torácicos e da redução do tecido adiposo (BRASIL, 1990). A relação PC/PT
segue a seguinte classificação:

Tabela 5. Perímetro Torácico e Perímetro Cefálico (PT/PC)

3.3 LACTENTES (0 A 2 ANOS) E PRÉ-ESCOLARES (2 A 5 ANOS)


Este período é marcado pelo grande desenvolvimento e aquisição de habilidade. A
criança aprende a falar, correr e tornar-se social.

3.3.1 Padronização da idade

Fração de até 15 dias: aproxima-se a idade para baixo, ou seja, último mês
completado. Ex: criança com 11 meses e 13 dias = 11 meses.
Fração maior ou igual a 16 dias: aproxima-se a idade para cima, ou seja, para o
próximo mês a ser completado Ex: criança com 3 anos, 6 meses e 20 dias = 3 anos e 7 meses.

3.3.2 Peso e estatura


Para o peso utiliza-se a Balança Pediátrica e para a estatura mede-se o comprimento
da criança deitada utilizando, o infantômetro ou antropômetro horizontal. Para lactentes e pré-
escolares que já ficam de pé mede-se a altura por meio do antropômetro vertical ou
estadiômetro.

Tabela 6. Classificação do estado nutricional de crianças menores de 5 anos, considerando


cada índice antropométrico, segundo recomendações do SISVAN

Tabela 7. Evolução do peso e estatura

EVOLUÇÃO DO PESO E ESTATURA


Nascimento: 3.100g e 50cm
Peso Estatura
4 – 5 meses: 2x 1º semestre: 15cm
1º ano: 3x 2º semestre: 10cm
2º ano: 3kg 2º ano: 12cm
3º ano: 2kg 3º ano: 8cm
4º ano: 2kg 4º ano: 8cm
5º ano: 1,5kg 5º ano: 7cm

3.3.3 Dobras Cutâneas

As mais utilizadas em crianças dessa faixa etária são a tricipital e a subescapular. Com
a soma dos valores das dobras cutâneas tricipital e subescapular é possível obter a
porcentagem de gordura corporal (%GC).

Tabela 8. Critérios de classificação de acordo com percentil.


Percentil Classificação
< p5 Desnutrição
≥ p5 a < p15 Situação de vigilância
≥ p15 a < p85 Normal
≥ p85 a < p95 Situação de vigilância
≥ p95 Obesidade
3.3.4 Critérios de Classificação dos Índices Antropométricos de recém-nascidos, lactentes e pré-escolares segundo curvas de escore Z.
ESCOLARES (6-10 ANOS)
4 ESCOLARES (6-10 ANOS)

Nessa época o crescimento é lento, porém contínuo. O ganho de peso e a altura indicam
se o escolar está se desenvolvendo harmonicamente ou não.

4.1 Peso e Altura/Estatura


Peso e altura são os índices antropométricos que têm uma maior sensibilidade para a
avaliação do processo de crescimento desta faixa etária.

4.2 Circunferência Braquial (CB)


Utilizada quando não é possível verificar o peso e altura. É considerado um indicador de
Desnutrição Energético-Protéica (DEP), tanto para menores de 5 anos, como para escolares. A
CB reflete a composição corporea total, sem distinguir tecido adiposo da massa magra. Utiliza-se
os seguintes percentis para a classificação:

Percentil Classificação
< p5 inferior à normalidade
≥ p5 a < p10 situação de vigilância
≥ p10 a < p90 normal
≥ p90 a < p95 situação de vigilância
≥ p95 superior à normalidade
Os valores dos percentis vide anexo 1, p.97 e 98.

4.3 Circunferência da Cintura (CC)


É utilizada como medida de adiposidade para essa faixa etária. Segue a classificação por
percentis, obedecendo a seguinte escala:
Percentil Classificação
< p10 Risco de desnutrição
≥ p10 a < p90 Normal
≥ p90 Risco de obesidade
Os valores dos percentis vide anexo 1, p.72.

4.4 Dobras cutâneas (DC)


Utiliza-se as dobras tricipItal e subescapular para escolares. Elas são utilizadas
como medidas de adiposidade. A soma dessas dobras também pode ser utilizada para a
estimativa de gordura corporal desses indivíduos. A classificação por percentis, obedecendo a
seguinte escala:

Percentil Classificação
< p10 Risco de desnutrição
≥ p10 a < p90 Normal
≥ p90 Risco de obesidade
Os valores dos percentis vide anexo 1, p.97.

4.5 Índices Antropométricos


A relação entre essas medidas com a idade e o sexo, quando comparados com os
padrões de referência, avalia o estado nutricional da criança.
Classificação dos índices antropométricos por percentil
Estatura/Idade
Peso/idade Pontos de Corte vide em anexo 1 p.39,
IMC/Idade 43, 48, 50, 67 e 69.
Peso/Estatura
IMC

Tabela 10. Classificação do estado nutricional de crianças de 5 à 10 anos, considerando cada


índice antropométrico, segundo recomendações do SISVAN.

4.6 Relação cintura estatura (RCE)


Constitui indicador para mensurar a obesidade abdominal também em quanto em
crianças, sendo valor maior do que 0,5 como ponto de corte para risco de desenvolver problemas
cardiovasculares em indivíduos de ambos os sexos.
RCE = Circunferência da cintura (cm)
Altura (cm)
ADOLESCENTES (10-19 ANOS)
5 ADOLESCENTES (10-19 ANOS)

Os critérios para a avaliação do estado nutricional dos adolescentes, requerem a análise


da idade, peso, estatura, em associação com sinais clínicos que determinarão a sua maturação
sexual.

5.1 RELAÇÃO PESO/ ESTATURA/ IDADE

São bons indicadores do estado nutricional dos adolescentes, desde que associados com
a composição corporal e maturação sexual. Utiliza-se os seguintes percentis para a classificação:
Percentil Classificação
< p5 inferior à normalidade
≥ p5 a < p10 situação de vigilância
≥ p10 a < p90 Normal
≥ p90 a < p95 situação de vigilância
≥ p95 superior à normalidade

Estatura/Idade: Percentil e escore Z, vide anexo 1, p.74-76.


IMC/Idade: Percentil e escore Z, vide anexo 1, p.80-85.

5.2 IMC:
O IMC se relaciona diretamente com a gordura corporal atual, indicando assim o estado
nutricional pela correção de dados de peso e altura do adolescente. Valores de referência vide
anexo 1, p.64.

5.3 CIRCUNFERÊNCIA BRAQUIAL (CB):


Tem objetivo de fazer a triagem ou quando não for possível pesar e medir. Representa a
soma das camadas dos tecidos contituída pelo osso, músculo e gordura do braço. Utiliza-se os
seguintes percentis para a classificação:
Percentil Classificação
< p5 inferior à normalidade
≥ p5 a < p10 situação de vigilância
≥ p10 a < p90 Normal
≥ p90 a < p95 situação de vigilância
≥ p95 superior à normalidade
Os valores do percentil e escore Z vide anexo 1, p.97 e 98.
5.4 CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB)
É utilizada para medir a depleção da massa corpórea magra, em casos
clínicos/fisiopatológicos que levem à mobilização das reservas proteicas para atender a síntese de
fase aguda e proteínas secretoras. São os mesmos parâmetros utilizados para CB. Logo, padrões
de referências presentes na mesma página. Ou utiliza-se a fórmula:

CMB= CB-3,14xDCT

5.5 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC):

É a variável mais utilizada na avaliação da distribuição da adiposidade em adultos.


Segue a classificação por percentis, obedecendo a seguinte escala:

Percentil Classificação
< p10 Risco de desnutrição
≥ p10 a < p90 Normal
≥ p90 Risco de obesidade
Os valores dos percentis vide anexo 1, p.72.

5.6 DOBRAS CUTÂNEAS (DC)

As dobras cutâneas tricipital e subescapular são utilizadas como medidas de


adiposidade. Nessa fase da vida utiliza-se a DCT e DCSE. A soma dessas dobras também pode
ser utilizada para a estimativa de gordura corporal desses indivíduos. Segue a classificação por
percentis, obedecendo a seguinte escala:

Percentil Classificação
< p10 Risco de desnutrição
≥ p10 a < p90 Normal
≥ p90 Risco de obesidade
Os valores dos percentis vide anexo 1, p.97
Tabela 11. Classificação do estado nutricional de crianças de 5 à 10 anos, considerando cada
índice antropométrico, segundo recomendações do SISVAN.
5.7 RELAÇÃO CINTURA ESTATURA (RCE)

Constitui indicador para mensurar a obesidade abdominal também em adolescentes,


sendo valor maior do que 0,5 como ponto de corte para risco de desenvolver problemas
cardiovasculares em indivíduos de ambos os sexos.

RCE = Circunferência da cintura (cm)


Altura (cm)
5.8 ESTÁGIOS DE TANNER
Figura 1 – Desenvolvimento puberal masculino – critérios de Tanner

G1 9 1/2 - 14 1/2 - 13 1/2 anos P1


Pré-adolescência (infantil) Fase pré-adolescência (não há pelugem)

G2 10 - 13 1/2 anos P2 11 - 15 1/2 anos


Aumento da bolsa escrotal e dos Presença de pelos longos, macios, ligeiramente
testículos, sem aumento do pênis pigmentados, na base do pênis

G3 10 1/2 - 15 anos P3 11 1/2 - 16 anos


Ocorre também aumento do pênis, Pelos mais escuros, ásperos, sobre o púbis
inicialmente em toda a sua extensão

G4 11 1/2 - 16 anos
P4 12 - 16 1/2 anos
Aumento do diâmetro do pênis e da
Pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é
glande, crescimento dos testículos e
consideravelmente menor do que no adulto
escroto, cuja pele escurece

P5 15 - 17 anos
G5 12 1/2 - 17 anos Tipo adulto, estendendo-se até a face interna das
Tipo adulto coxas. Eventualmente os pelos crescem acima da
região púbica, configurando o estágio P6.

Fonte: (TANNER, 1962).


Figura 2 – Desenvolvimento puberal feminino – critérios de Tanner

P1
M1 Fase pré-adolescência (não há pelugem)
Elevação somente do mamilo (mamas infantis)

M1 P2 9 - 14 anos
Elevação somente do mamilo (mamas Presença de pelos longos, macios, ligeiramente
infantis) pigmentados, ao longo dos grandes lábios

M3 10 - 14 anos P3 10 - 14 1/2 anos


Maior aumento da mama, sem separação dos Pelos mais escuros, ásperos, sobre o púbis
contornos

M4 11 - 15 anos P4 11 - 15 anos
Projeção da aréola e das papilas para formar Pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é
montículo secundário por cima da mama consideravelmente menor do que no adulto

M5 13 - 18 anos P5 12 - 16 1/2 anos


Fase adulta, com saliência somente nas Pelugem tipo adulto, cobrindo todo o púbis
papilas e a virilha. Eventualmente os pelos crescem
acima da região púbica, configurando o
estágio P6.
Fonte: (TANNER, 1962).
5.9 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE ESCOLARES E ADOLESCENTES, SEGUNDO CURVAS DE ESCORE Z.
5.10 CLASSIFICAÇÃO DE DOBRAS CUTÂNEAS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES, SEGUNDO IDADE E GÊNERO.
ADULTOS
6 ADULTOS

6.1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)

Expressa a relação entre o peso e o quadrado da estatura. Utilizado


principalmente para identificar déficit nutricional e o excesso de peso. Entretanto, não é
capaz de fornecer a composição corporal, sendo, portanto, recomendado que seja
associado a outros indicadores, como o somatório das pegas cutâneas triciptal e
subescapular e a área muscular do braço.
IMC = Peso atual (kg)
Altura2 (m)

Classificação para adultos:

6.2 PESO IDEAL A PARTIR DO IMC

A determinação do peso ideal através do IMC é possível aplicando a


derivação matemática da equação original:

Peso ideal (kg) = IMC desejado x Altura2 (m)


Sendo:
IMC desejado para homens = 22 kg/m²
IMC desejado para mulheres = 21 kg/m²
6.3 PORCENTAGEM DE ADEQUAÇÃO DO PESO
A porcentagem de adequação do peso, também chamada de peso
relativo, é considerada um índice de massa corporal. A porcentagem de
adequação significa a avaliação do peso corporal relacionado ao risco
nutricional.

Adequação do peso (%) = peso atual x 100


peso ideal

Tabela 12. Classificação do estado nutricional segundo adequação do peso


Adequação do peso (%) Estado nutricional
≤ 70 Desnutrição grave
70,1 a 80 Desnutrição moderada
80,1 a 90 Desnutrição leve
90,1 a 110 Eutrofia
110,1 a 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade
Fonte: BLACKBURN; THORNTON, 1979.

6.4 PORCENTAGEM DE MUDANÇA DO PESO

Perda de peso (%) = (peso usual – peso atual) x 100


peso usual

Tabela 13. Significado da perda de peso em relação ao tempo


Tempo Perda significativa (%) Perda grave (%)
1 semana 1a2 >2
1 mês 5 >5
3 meses 7,5 > 7,5
6 meses 10 > 10
Fonte: BLACKBURN et al., 1977.

6.5 CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB)

Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100


CB percentil 50*

*Segundo valores de referência do National Health and Nutrition Examination Survey


(NHANES) (Anexo A - Manual).

Tabela 14. Classificação do estado nutricional segundo adequação da CB


Adequação da CB (%) Estado nutricional
< 70 Desnutrição grave
70 a 80 Desnutrição moderada
80 a 90 Desnutrição leve
90 a 110 Eutrofia
110 a 120 Sobrepeso

6.6 CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB)

CMB (cm) = CB – (3,14 x PCT ÷ 10)

CB: circunferência do braço (cm); PCT: prega cutânea tricipital mm)

Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100


CMB percentil 50*

* Segundo valores de referência do NHANES (Anexo A - Manual).

Tabela 15. Classificação do estado nutricional segundo adequação da CMB


Adequação da CMB (%) Estado nutricional
< 70 Desnutrição grave
70 a 80 Desnutrição moderada
80 a 90 Desnutrição leve
90 Eutrofia

6.7 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA

Tabela 15. Classificação do risco de morbidades para adultos segundo CC.


Sexo Risco aumentado Risco muito aumentado
Homens 94 a 102 cm > 102 cm
Mulheres 80 a 88 cm > 88 cm
Fonte: WHO, 1998.

6.8 RELAÇÃO CINTURA QUADRIL (RCQ)


RCQ = Circunferência da cintura (cm)
Circunferência do quadril (cm)
Tabela 16. Classificação do risco de morbidades para adultos segundo RCQ
Sexo Risco aumentado
Homens ≥ 1,0
Mulheres ≥ 0,85
Fonte: WHO, 1998.
6.9 RELAÇÃO CINTURA ESTATURA (RCE)
Constitui indicador para mensurar a obesidade abdominal tanto em adultos
quanto em crianças, sendo valor maior do que 0,5 como ponto de corte para risco de
desenvolver problemas cardiovasculares em indivíduos de ambos os sexos.

RCE = Circunferência da cintura (cm)


Altura (cm)

6.10 DOBRAS CUTÂNEAS


Para adultos utiliza-se quatro dobras cutâneas para a mensuração da
adiposidade corporal, sendo elas, dobras cutâneas tricipital, bicipital, subescapular e
supra ilíaca. Para obter o percentual de gordura, faz-se o somatório das quatro dobras.

Somatório (Σ 4DC) = DCT + DCB + DCSI + DCSE

DCT: dobra cutânea tricipital (mm)


DCB: dobra cutânea bicipital (mm)
DCSI: dobra cutânea supra-ilíaca (mm)
DCSE: dobra cutânea subescapular (mm)

Tabela 17. Classificação do percentual de gordura, sexo masculino.


Idade Classificação
18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65
muito baixo <4 <8 < 10 < 12 < 13
excelente 4a6 8 a 11 10 a 14 12 a 16 13 a 18
muito bom 7 a 10 12 a 15 15 a 18 17 a 20 19 a 21
bom 11 a 13 16 a 18 19 a 21 21 a 23 22 a 23
adequado 14 a 16 19 a 20 22 a 23 24 a 25 24 a 25
moderadamente alto 17 a 20 21 a 24 24 a 25 26 a 27 26 a 27
alto 21 a 24 25 a 27 26 a 29 28 a 30 28 a 30
muito alto > 24 > 27 > 29 > 30 > 30
Fonte: POLLOCK; WILMORE, 1993.
Tabela 18. Classificação do percentual de gordura, sexo masculino.
Idade Classificação
18 a 25 26 a 35 36 a 45 46 a 55 56 a 65
muito baixo < 13 < 14 < 16 < 17 < 18
excelente 13 a 16 14 a 16 16 a 19 17 a 21 18 a 22
muito bom 17 a 19 17 a 20 20 a 23 22 a 25 23 a 26
bom 20 a 22 21 a 23 24 a 26 26 a 28 27 a 29
adequado 23 a 25 24 a 25 27 a 29 29 a 31 30 a 32
moderadamente 26 a 28 26 a 29 30 a 32 32 a 34 33 a 35
alto
alto 29 a 31 30 a 33 33 a 36 35 a 38 36 a 38
muito alto > 31 > 33 > 36 > 39 > 38
Fonte: POLLOCK; WILMORE, 1993.

Tabela 19. Classificação do risco de morbidades segundo o percentual de gordura


corporal.
Classificação Gordura corporal (%)
Homem Mulher
Riscos de doenças associadas ≤5 ≤8
Abaixo da média 6 -14 9 - 22
Média 15 23
Acima da média 16 - 24 24 - 31
Riscos de doenças associadas ≥ 25 ≥ 32
Fonte: LO HMAN, 1992.

Além disso, a prega cutânea tricipital também é boa indicador para desnutrição.

Adequação da PCT (%) = PCT obtida (mm) x 100


PCT percentil 50*

* Segundo valores de referência do NHANES (Anexo A - Manual).

Tabela 20. Classificação do estado nutricional segundo adequação da PCT

Adequação da PCT (%) Estado nutricional


< 70 Desnutrição grave
70 a 80 Desnutrição moderada
80 a 90 Desnutrição leve
90 a 110 Eutrofia
110 a 120 Sobrepeso
> 120 Obesidade
IDOSO
7 IDOSO

O envelhecimento caracteriza-se por mudanças físicas visíveis, incluindo


embranquecimento dos cabelos, afinamento e enrugamento da pele e diminuição da estatura.
Na tabela abaixo, segue os efeitos do envelhecimento sobre a composição corporal.

Tabela 21. Efeitos do envelhecimento sobre a composição corporal

7.1 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC)

Tabela 22. Pontos de corte conforme idade e IMC de adultos do sexo masculino e feminino

Tabela 23. Pontos de corte de IMC para idosos de ambos os sexos


7.2 CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA

A simples medida da circunferência da cintura (CC) é a maneira mais pratica de se


identificar a gordura localizada na região abdominal (NAVARRO; MARCHINI, 2000).

Tabela 24. Valores em cm para circunferência da cintura em indivíduos do sexo masculino e


feminino

7.3 DOBRAS CUTÂNEAS

Em idosos, embora ocorra redistribuição da localização da gordura interna ou


subcutânea, as pregas tricipital e subescapular correlacionam-se significativamente com as
quantidades totais de gordura subcutânea do corpo (NAVARRO; MARCHINI, 2000).

7.3.1 Dobra Cutânea Tricipital

Tabela 25. Percentis para dobra cutânea tricipital (mm) para idoso do sexo masculino

Tabela 26. Percentis para dobra cutânea tricipital (mm) para idosos do sexo feminino
Tabela 27. Pontos de corte para dobra cutânea tricipital de acordo com percentis

7.3.2 Dobra Cutânea Subescapular

Tabela 28. Percentis para dobra cutânea subescapular (mm) para idosos do sexo masculino

Tabela 29. Percentis para dobra cutânea subescapular (mm) para idosos do sexo feminino

Tabela 30. Pontos de corte para dobra cutânea subescapular de acordo com percentis

7.4 MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MNA)

A Mini Avaliação Nutricional (MNA) foi desenvolvida para avaliar o risco de


desnutrição em idosos e identificar aqueles que possam se beneficiar de intervenção precoce
(GUIDOZ; VELLAS; GERRY, 1994). Pode ser utilizada para triagem como avaliação e é
aplicada por profissionais da saúde.
Mini Avaliação Nutricional (MNA) (vide em anexo 1)
7.5 CIRCUNFERÊNCIAS

7.5.1 Circunferência Braquial (CB)


A circunferência braquial é utilizada para avaliar a composição corpórea total do
idoso. Percentis abaixo de 10 e acima de 90 necessitam de vigilância. Os percentis 5 e 95 são
pontos de corte inferior e superior, respectivamente, para normalidade.

Tabela 31. Circunferência braquial (mm) para homens classificada em percentis

Tabela 32. Circunferência braquial (mm) para mulheres classificada em percentis

7.5.2 Circunferência Muscular do Braço (CMB)

A circunferência muscular do braço reflete a porcentagem de massa muscular em


idosos. Percentis abaixo de 10 e acima de 90 necessitam de vigilância. Os percentis 5 e 95 são
pontos de corte inferior e superior de normalidade.
Tabela 33. Circunferência muscular braquial (mm) para homens classificada em percentis

Tabela 34. Circunferência muscular braquial (mm) para mulher classificada em percentil

7.5.3 Circunferência da Panturrilha (CP)


A circunferência da panturrilha é a mais sensível de massa muscular. Indica
modificações de massa livre de gordura que se produzem com o envelhecimento e a
diminuição da atividade (WHO, 1995). O ponto de corte utilizado, segundo a mini avaliação
nutricional, é de 31 cm (COELHO et al., 2006)

7.6 RAZÃO CINTURA/ESTATURA

É um indicador simples e efetivo para mensurar obesidade (comumente presente na


forma abdominal nos idosos), demonstra risco coronariano melhor que o índice de massa
corporal e a circunferência da cintura.

Tabela 35. Risco de problemas cardiovasculares segundo a relação cintura/estatura

7.7 ALTURA ESTIMADA

A altura pode ser estimada por vários métodos como: altura do joelho, envergadura
ou semi-envergadura.

7.8 PESO ESTIMADO

Tabela 36. Fórmula para estimar peso utilizando circunferência do joelho, altura do joelho,
circunferência do braço e dobra cutânea subescapular
Tabela 37. Fórmula para estimar peso utilizando altura do joelho e circunferência do braço
segundo a faixa etária e etnia para homens

Tabela 38. Fórmula para estimar peso utilizando altura do joelho e circunferência do braço
segundo faixa etária e etnia para mulheres
HOSPITALIZADOS
8 HOSPITALIZADOS

8.1 PESO ESTIMADO

Utiliza-se peso estimado quando não se pode pesar o indivíduo, é possível estimar o
peso através de algumas formulas, que utilizam medidas tais como circunferência da
panturrilha, compleição corporal, circunferência do braço e dobra cutânea subescapular
(WHO, 1995).

8.1.1 Peso estimado pela compleição corporal

É utilizada em adultos a partir de 18 anos de idade. Utiliza a relação entre a estatura e


o perímetro/circunferência do pulso. A partir o cálculo da compleição pode se avaliar a
estrutura física do indivíduo e então classificar o seu estado nutricional (GRANT et al., 1981).

Compleição (R) = Altura (cm)________


Circunferência do punho (cm)

Tabela 39. Classificação da Compleção

Peso estimado pela circunferência da panturrilha, altura do joelho, circunferência do


braço e dobra cutânea subescapular

Homens: (0,98 x CP) + (1,73 x CB) + (0,37 x DSE) – 81,69

Mulheres: (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,40 x DSE) – 62,35
* CP: circunferência da panturrilha (cm); CB: circunferência do braço (cm); AJ: altura do
joelho (cm); DSE: dobra cutânea subescapular (mm)
8.1.2 Estimativa de peso com edema

Peso livre do edema ou ascite = peso aferido (kg) – peso do edema (kg) – peso da ascite (kg)

Tabela 40. Estimativa de peso de edema


Grau de edema Peso a ser subtraído
+ tornozelo 1kg
++ Joelho 3 a 4kg
+++ raiz de coxa 5 a 6kg
++++ anasarca 10 a 12kg
Fonte: DUARTE; CASTELLANI, 2002.

Tabela 41. Estimativa de peso de edema


Grau da ascite/edema Peso ascítico (kg) Edema periférico (kg)
Leve 2,2 1,0
Moderado 6,0 5,0
Grave 14,0 10,0
Fonte: JAMES, 1989.

8. 2 ALTURA ESTIMADA

Quando não é possível aferir a altura do indivíduo, pode-se estimar a medida com
base em alguns métodos, como comprimento da perna (altura do joelho), envergadura do
braço ou da estatura recumbente (CECAN/RCO, 2007).

8.2.1 Altura estimada pela Altura do Joelho (AJ)


Homens: 64,29 – (0,04 x idade) + (2,02 x AJ)

Mulheres: 84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x AJ)


Fonte: Chumlea e cols., 1988.

8.2.2 Altura estimada pela Envergadura Total

Medida pela distância entre as pontas dos dedos médios quando os braços estiverem
abertos ao nível dos ombros. A medida corresponde à estimativa de estatura do indivíduo.

8.2.3 Altura estimada pela Semi-Envergadura

A Semi-envergadura corresponde à distância entre o esterno e a falange distal do


dedo médio esquerdo, passando uma fita métrica flexível e inelástica paralelamente à
clavícula. A medida total da envergadura e o dobro da medida da semi-envergadura
correspondem à estimativa da altura.

8.2.4 Altura Recumbente

O indivíduo deve estar em posição supina e com leito horizontal completo. Marcar o
lençol na altura da extremidade da cabeça e da base do pé no lado direito do indivíduo com
auxílio de um triangulo. Medir a distância entre as marcas utilizando uma fita métrica
flexível.

8.3 ANTROPOMETRIA
Vide item 1 da Pasta.

8.4 EXAMES BIOQUÍMICOS

Tabela 42. Valores de referência para avaliação das proteínas séricas

Exame Meia-Vida Valores Considerações


Proteínas séricas

Resposta na fase aguda (infecção,


Pré-termo: 2,5-4,5 g/dL
Termo: 2,5-5,0 g/dL inflamação, trauma);
1-3 meses: 3,0-4,2 g/dL
Disfunção hepática, renal,
Albumina 18-20 dias 3-12 meses: 2,7-5,0 g/dL
enteropatia perdedora de proteína;
>1 ano: 3,2-5,0 g/dL Alteração na hidratação.
Pré-albumina Disfunção hepática, fibrose
2-3 dias 20-50 mg/dL cística, hipertireoidismo, infecção e
trauma.
Inflamação, disfunção hepática;
 Deficiência de ferro; Alterada
Transferrina 8-9 dias 180-260 mg/dL pela hidratação.
Proteína Disfunção hepática, deficiência
transportadora de 12 horas de zinco e vitamina A, infecção;
retinol 30-40ug/mL  Doença renal.
Fonte: (KOLETZKO, 2008 apud SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009).

Tabela 43. Classificação do estado nutricional considerando proteínas séricas


Exame Meia-Vida Depleção leve Depleção Depleção
Moderada grave
Albumina 18-20 dias 3,0 – 3,5 mg% 2,4-2,9 mg% < 2,4 m%
Pré-albumina 2-3 dias 150 a 200 mg% 100 -150 mg% < 100 mg%
Transferrina 8-9 dias 10 a 15 mg% 5 a 10 mg% < 5 mg%
Proteína transportadora de 12 horas Valores inferiores a 3 mEq/L indicam desnutrição
retinol
Tabela 44. Testes laboratoriais que podem ser utilizados para avaliação nutricional
Exame Valores Considerações
Outros exames que contribuem para avaliação nutricional

Retinol Disfunção hepática e


>1,05umol/L
plasmático deficiência de zinco
Zinco plasmático >70 ug/Dl Hipoalbuminemia
<11 anos: 7-35 umol/L Influenciada pelo perfil lipídico
>11 anos? 14-42 (realizar ajuste de vitamina E:
Vitamina E sérica umol/L colesterol + triglicerídeos)
Vitamina D (25-
Verão: 15-80ug/dL Utilização de medicamentos
OH
plasmático) Inverno: 14-42ug/dL anticonvulsivantes
Vitamina C
plasmática 22,7-85,2 umol/L
Utilização de fenitoína, inibidores
Vitamina B12 147-616 pmol/L de bomba de prótons, neomicina e na
deficiência de folato
Vitamina B6
(piridoxina no 14,6-72,8 nmol/L Utilização de isoniazida
plasma)
Neonatos: 11-147
Folato sérico
nmol/L
Metotrexato, fenitoína e
Lactentes: 34-125
sulfassalazina antagonizam a
nmol/L
utilização do folato
2-16 anos: 11-48nmol/L
>16 anos: 7-45 nmol/L
Não reflete de forma direta os
estoques corporais e está na
Cálcio total 8,0-10,5 mg/dL
hipoalbuminemia
Cálcio ionizável 1,20-1,37 mmol/L
Sofre queda importante na síndrome
de realimentação”, que pode
Fósforo 4,0-7,0 mg/dL acontecer em crianças com
desnutrição no início da terapia
nutricional
Magnésio sérico 1,8-2,5 mg/dL  Na presença de hipoalbuminemia
Fosfatase alcalina 250-950 U/L Marcador do metabolismo de cálcio
Fonte: (KOLETZKO, 2008 apud SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2009).
Tabela 45. Outros exames laboratoriais

Exame Valor de referência Exame Valor de referência


Glicemia de jejum 70 – 99g/dL Hemácias 4,2 - 5,9
milhões/µL/mm
Glicemia pós-prandial < 140g/dL Hematócrito : 36 - 52%
: 35 - 45%
Hemoglobina Glicada 4 - 6% Hemoglobina : 13,5 - 16,5g/dL
: 11,5 - 15,0g/dL
Colesterol Total < 200mg/dL Plaquetas 150.000 -
450.000/mm³
LDL-c < 130mg/dL Ferritina sérica : 36 - 262mcg/dL
: 24 - 155mcg/dL
HDL-c > 40 Capacidade Total de 250 - 450mcg/dL
ligação da Transferrina
Triglicerídeos < 150mg/dL Grau de saturação da 20 - 50%
Transferrina
Ácido Úrico 3 - 7mg/dL Ferro sérico 40 - 180mcg/dL
Creatinina sérica 0,5 - 1,2mg/dL Proteínas totais 6,4 - 8,1g/L
Uréia 10 - 45mg/dL Globulinas 1,0 - 3,0g/L
Amônia : 21 - 71mcmol/L Albumina 4,0 - 5,3g/L
: 19 - 63mcmol/L
ALT (TGP) : até 41U/L Cálcio total 8,4 – 10,2mg/dL
: até 31U/L
ASP (TGO) : até 38U/L Cálcio iônico 1,12 - 1,40mcmol/L
: até 32U/L
GGT : 11 - 40U/L Fósforo sérico 3,0 - 4,5mg/dL
: 7 - 32U/L
Fosfatase alcalina 50 - 250U/L Cloro sérico 96 - 106mEq/L
Bilirrubina total 0,2 - 1,0mg/dL Magnésio 1,9 - 2,5mg/dL
Bilirubina direta 0,1 - 0,3mg/dL Potássio 3,5 - 5,0mEq/L
Desidrogenase lática 240 - 480U/L Sódio 135 - 145mEq/L
CK total : 30 - 135 U/L Amilase plasmática <120 U/I (25ºC)
: 55 - 177 U/L < 220U/I (37ºC)
CK-MB Até 5ng/dL Lipase plasmática 2 - 18U/L
Sangue venoso: Tempo: 12’ - 13’
Ácido lático 5,7-22,0mg/dL Tempo de protrombina Atividade:70-
Sangue Arterial: 100%
3,0 - 7,0mg/dL RNI: 0,8 - 1,2
Microalbuminúria 30 - 300mg/24h Proteinúria > 150mg/24h
Quadro 4. Algumas doenças prevalentes na infância e adolescência

Doença Definição Sinais e Sintomas Diagnóstico Ações


Concentração de Na criança há déficit de • Hemoglobina • Tratar verminose, se presente;
Anemia hemolítica Obstrução de vasos sanguíneos, • O diagnóstico Na sobrecarga de ferro é necessário:
A

hereditária, com crises de dor, enfartamento laboratorial da doença • A exclusão dos alimentos mais ricos em
Doença Definição Sinais e Sintomas Diagnóstico Ações
Acúmulo excessivo de Acúmulo excessivo de Através da avaliação • Estabelecer fracionamento adequado (6
gordura corporal que tecido adiposo, podendo nutricional (IMC, pregas refeições/dia) com horários regulares;
acarreta prejuízos à saúde. haver concentração cutâneas, cir-cunferência • Evitar excesso de açúcar, alimentos gordurosos e
Obesidade

(PINHEIRO; FREITAS; abdominal de gordura. abdome-nal, semiologia, altamente processados;


CORSO, 2004) avaliação da ingestão • Aumentar a oferta de frutas e hortaliças;
alimentar). • Evitar a oferta de frituras e doces;
• Estimular o aumento da atividade física.
É a deficiência absoluta Quando as • Presença de poliúria, • Estabelecer fracionamento adequado (6
de insulina resultante da concentrações polidipsia e perda de peso refeições/dia) com horários regulares;
destruição das células plasmáticas de glicose associada à glicemia ao • Reduzir a oferta de alimentos refinados frituras e
beta pancreáticas. Ocorre ultrapassam o limiar acaso ≥ a 200mg/ dL. alimentos gordurosos;
quando há perda de 80 a renal de reabsorção Glicemia ao acaso é • Aumentar a oferta de frutas, hortaliças e alimentos
90% das células beta e (180mg/dL) ocorre a aquela realizada em integrais;
em qualquer condição glicosúria, com o qualquer horário, • Estimular o aumento da atividade física;
que aumente a demanda aparecimento de poliúria independente do tempo • Outras fontes de carboidratos, que não a sacarose,
de insulina. e polidipsia decorrido desde a última devem ser preferidas na dieta, embora alimentos
compensatórias. refeição; que contenham esse açúcar não tenham de ser
Perda inexplicada de • Glicemia ≥ 126mg/dL, obrigatoriamente banidos da dieta. O consumo de
peso, polidipsia e após jejum de 08 horas; sacarose deve ser feito como substituição, grama
poliúria, fadiga e “visão • Glicemia 2h após por grama, de outros carboidratos e não apenas
borrada”. sobrecarga oral de adicionado ao plano alimentar.
glicose ≥ 200mg/ dL. • Isenção da sacarose em casos de
Na ausência de sintomas descompensação do diabetes, obesidade e
agudos de hipertrigliceridemia
hiperglicemia, • Não caracterizar a sacarose como uma rotina na
o diagnóstico deve ser alimentação e ingeri-la com precaução, pois esse
confirmado pela repetição açúcar sempre implica correção prévia dos níveis
do teste em outro dia. glicêmicos com insulina rápida ou ultra-rápida de
(LOPES, 2006) forma adequada..
• Fazer terapia com insulina. (LACERDA et al.,
2006)
Doença Definição Sinais e Sintomas Diagnóstico Ações
A deficiência clínica da vitamina é Cegueira noturna, xeroftalmia • Concentrações de retinol no Os alimentos considerados
definida pela presença de cegueira (secura e atrofia da conjuntiva, sangue (recomendações da fontes de vitamina A podem
noturna, manchas de Bitot, xerose que provoca opacidade da OMS): Deficiente: < 0,35 ter duas origens:
e/ou ulcerações corneanas e córnea), mancha de Bitot μmol/L; • Animal: fígado de qualquer
cicatrizes corneanas relacionadas à no quadrante temporal da Baixo: 0,35 a 0,69 μmol/L; animal, óleos de fígado de
Hipovitaminose A

xeroftalmia. conjuntiva, perda de apetite, Aceitável: 0,70 a 1,04 μmol/L peixes, gema de ovo, leite e
inibição do crescimento, Normal: ≥ 1,05 μmol/L. seus derivados, como
anormalidades esqueléticas e • A hipovitaminose A é manteiga, queijos etc.;
redução da atividade das caracterizada quando os • Vegetal: folhas de cor
células T-helper. (OLIVEIRA, valores de retinol são verde-escuro, frutas e
2003) <0,70 μmol/L. (PEREIRA et verduras de cor amarela,
al., 2008) raízes de cor alaranjada
etc.
A Desnutrição é uma doença de Depleção de tecido • Antropometria associada a • Fornecer aporte
natureza clínico-social muscular e adiposo, exame clínico nutricional e calórico e proteico
e multifatorial, cujas raízes se desaceleração do exames bioquímicos: adequado;
encontram na pobreza. Pode crescimento, alteração do • Hemoglobina (Vide anemia • Hidratar;
começar precocemente na vida desenvolvimento Ferropriva), • Corrigir deficiência de
intrauterina (baixo peso ao nascer). psicomotor, apatia no • Glicemia de jejum <60mg/dL micronutrientes,
Muitas vezes é favorecida pela Kwashiokor e • Albumina sérica: Criança < principalmente
privação alimentar ao longo da irritabilidade no marasmo, 4,0 g/dL Adolescente < 3,5 hipovitaminose A;
Desnutrição

vida e pela ocorrência de repetidos maior gravidade das doenças, g/dL • Corrigir distúrbios
episódios de doenças infecciosas anemia, ressecamento da pele hidroeletrolíticos;
(diarreias e respiratórias), e cabelos, despigmentação dos • Tratar e prevenir
consequentes do precário cabelos, desidratação. hipoglicemia e hipotermia.
conhecimento das mães sobre os (LACERDA et al., 2006) A
cuidados com a criança desnutrição grave acomete
(alimentação, higiene e cuidados todos os órgãos da criança,
com a saúde, de modo geral) e tornando-se crônica e levando
fraco vínculo afetivo entre mãe e a óbito, caso não seja tratada
filho. adequadamente.
Doença Definição Sinais e Sintomas Diagnóstico Ações
Intolerância alimentar Diarreia aguda devido ao aumento da carga • O teste do hidrogênio expirado é • Isentar total ou
decorrente da deficiência da osmótica pelo acúmulo de lactose no uma das técni-cas mais empregadas parcialmente a lactose
lactase na borda em escova intestino. (LACERDA; et al., 2006) no diagnóstico da má absorção de da dieta;
Intolerância à Lactose

da mucosa intestinal. Na lactose. A fermentação da lactose • Utilizar leite de soja


maioria dos casos, é não absorvida pela flora colônica ou de arroz;
secundá-ria à gastroenterite resulta na produção de hidrogênio. • Queijos e iogurtes
infecciosa, doença celíaca Parte desse gás será elimi-nado pelos podem ser bem
ou à desnutri-ção moderada pulmões, po-demdo ser detectado no tolerados pelo
a grave (LACERDA et al., ar expirado (PRETTO et al., 2002). reduzido teor de
2006). lactose.
É uma intolerância A forma clássica inicia-se nos primeiros anos de • É feita a triagem através dos • Isenção dos alimentos
permanente ao glúten, vida, através de quadro de diarreia crônica, anticorpos: anti-reticulina, que contêm glúten
caracterizada pela atrofia vômito, irritabilidade, falta de apetite, déficit de antigliadina e antiendomísio; (aveia, centeio,
total ou subtotal da mucosa crescimento, distensão abdominal, diminuição • Para o diagnóstico da Doença cevada, trigo e malte),
do intestino delgado do tecido celular subcutâneo e atrofia da Celíaca é imprescindível por toda a vida;
proximal e consequente má musculatura glútea. Após semanas ou meses da a realização da biopsia de • Orientar a família para
absorção de nutrientes, em introdução de glúten na dieta, as fezes tornam-se intestino delgado, sendo a a leitura dos rótulos de
indivíduos geneticamente fétidas, gordurosas e volumosas, e o abdomen amostra obtida, produtos
susceptíveis distendido. As formas não-clássicas apresentam- preferentemente, da junção industrializados, pois
Doença Celíaca

(MEEWISSE, 1970; se mais tardiamente na infância, caracterizando- duodeno-jejunal podem sofrer adição
WALKER-SMITH, 1996). se por ausência de manifestações digestivas, de fontes de glúten,
embora, quando presentes, ocupem um segundo como alguns
plano; os pacientes podem apresentar baixa achocolatados;
estatura, anemia por deficiência de ferro • Hidratação adequada
refratária à ferroterapia oral, artralgia ou artrite, na presença de
constipação intestinal, hipoplasia do esmalte diarreia.
dentário, osteoporose e esterilidade.
ATLETAS
9 ATLETAS

Indivíduos que praticam exercícios físicos regulares com determinada frequência


e intensidade. Essas pessoas apresentam características individuais conforme o tipo de
atividade praticada.

Tabela 46. Fatores relevantes durante uma consulta e avaliação do peso corporal.

9.1 Antropometria

9.1.1 Circunferências ou perímetros do corpo


Tabela 47. Técnica para as circunferências
9.1.2 Dobras cutâneas

Tabela 48. Técnica para a execução das dobras em atletas


9. 2 PROTOCOLOS

9. 2.1 Protocolo de Guedes (1994)

3 Dobras Cutâneas – estudantes universitários de 17 a 27 anos e estudantes


universitárias de 17 a 29 anos

Cálculo de Densidade Corporal (DE)

Homens: DE = 1,17136 - 0,06706 log (TR + SI + AB)

Mulheres: DE = 1,16650- 0,07063 log (CX + SI + SB)


Onde:
TR: Dobra Cutânea Tricipital
SI: Dobra Cutânea Supra-ilíaca
AB: Dobra Cutânea Abdominal
CX: Dobra Cutânea da Coxa
SB: Dobra Cutânea Subescapular

9.2.2 Protocolo de Jackson & Pollock (1978)

Homens (18 a 61 anos)

Fórmula para 7 dobras cutâneas:


DE (g/cm3) = 1,1010 – 0,00041150 x (SB+TR+PE+AM+SI+AB+CX) + 0,00000069 x
(Σ7DC)2 – 0,00022631 x (Idade) – 0,000059239 x (circunferência da cintura em m) +
0,000190632 x (circunferência do antebraço em m)
Onde:
DE: Densidade Corporal
SB: Dobra Cutânea Subescapular
TR: Dobra Cutânea Tricipital
PE: Dobra Cutânea Peitoral
AM: Dobra Cutânea Axilar Média
SI: Dobra Cutânea Supra-íliaca
AB: Dobra Cutânea Abdominal
CX: Dobra Cutânea da Coxa

Fórmula para 3 dobras cutâneas:


DE (g/cm3) = 1,099075 – 0,0008209 (TX + AB + CX) + 0,0000026 (TX + AB
+ CX)2 – 0,0002017 (idade em anos) – 0,005675 (circunferência da cintura em m) +
0,018586 (circunferência do antebraço em m)
Onde:
DE: Densidade Corporal
TX: Dobra Cutânea Torácica
AB: Dobra Cutânea Abdominal
CX: Dobra Cutânea da Coxa

9.2.3 Protocolo de Jackson, Pollock e Ward (1980)

Mulheres (18 a 55 anos)

DE (g/cm3) = 1,0994921 – 0,0009929 (TR+SI+CX) + 0,0000023


(TR+SI+CX)2 – 0,0001392 (idade em anos)
Onde:
DE: Densidade Corporal
TR: Dobra Cutânea Tricipital
SI: Dobra Cutânea Supra-íliaca
CX: Dobra Cutânea da Coxa

Obs.: Quando são utilizadas equações para estimativa de densidade corporal, é


necessário converter o resultado em porcentagem de gordura, o que pode ser feito
utilizando-se a fórmula proposta por Siri.

9.2.4 EQUAÇÃO DE SIRI (1956)

%G = [(4,95/DE) – 4,50] x 100


Onde:
%G: Porcentagem de gordura
DE: Densidade Corporal

9.2.5 Protocolo de Faulkner (1968)

4 Dobras Cutâneas: Tricipital; Subescapular; Supra-ilíaca e abdominal

%G = [(TR +SI +SB + AB) x 0,153 + 5, 783]

Onde:
%G: Porcentagem de gordura
TR: Dobra Cutânea Tricipital
SI: Dobra Cutânea Supra-ilíaca
AB: Dobra Cutânea Abdominal
SB: Dobra Cutânea Subescapular

9.2.6 Protocolo de Lohman (1987)

2 Dobras Cutâneas: Tricipital e Perna

%G Homens= 0,735 (soma das dobras cutâneas) + 1,0

%G Mulheres= 0,735 (soma das dobras cutâneas) + 5,1

9.2.7 Cálculo do Peso de Gordura (kg)

Peso Gordo (PG) = %G x Peso Corporal/100

9.2.8 Cálculo da massa magra (kg)

Massa Magra = Peso Corporal - PG

9.2.9 Cálculo do Peso Ideal (kg)

Peso Ideal = Massa Magra x Constante [fixado em: Nadadores (1,09), Futebolistas
(1,12) e demais esportes e mulheres (1,14)]

Quadro 5. Valores percentuais aceitáveis de gordura corporal em atletas.


Homens Mulheres
Idade
Aceitável Ideal Aceitável Ideal
< 30 13 9 18 16
30-39 16,5 12,5 20 18
40-49 19 15 23,5 18,5
50-59 20,5 16,5 26,5 21,5
> 60 20,55 16,5 27,5 22,5
Fonte: COOPER, 1987.

Quadro 6. Padrão de % de gordura para homens e mulheres em relação à saúde.


Classificação Homens Mulheres
Muito baixo ≤ 5% ≤ 8%
Abaixo da média 6 – 14% 9 – 22%
Média 15% 23%
Acima da média 16 – 24% 24 – 31%
Muito alto ≥ 25% ≥ 32%
Fonte: LOHMAN, 1981.

Obs: O baixo percentual de gordura para mulheres pode interferir no ciclo menstrual
(hormônios) e para os homens pode também interferir na quantidade de hormônio
(testosterona).

9.2.10 Meta de porcentagem de gordura

É um valor utilizado quando existe uma meta de peso desejado em determinadas


modalidades. Se baseia no percentual de gordura corporal e na massa magra atua.
Depende da modalidade praticada

Peso desejado = massa magra atual


(1 - %GC desejado)

9.2.11 Peso Ósseo


O peso ósseo deve ser calculado a partir daEquação de Von Doblen (medidas
ósseas em metros)
Peso ósseo = 3,02 x estatura2 x diâmetro punho x diâmetro joelho x 400)

9.2.12 Peso Residual

Corresponde ao peso dos componentes corporais, excluindo gordura, músculos e


ossos. (Relação de Wruch)
 Homens:
Peso residual = Peso atual x 24,1
100

 Mulheres:
Peso residual = Peso atual x 20,9
100

9.2.13 Peso muscular

Diferença entre o peso total e os componentes residual, ósseo e de gordura.

Peso muscular = peso total – (peso gordo + peso ósseo + peso residual)
9.2.14 Compleição óssea

Quadro 7. Determinação do tamanho da ossatura através da relação “r” entre a


circunferência do pulso (cm) e a altura (cm) → r = altura (cm) / pulso (cm)
Ossatura Homens Mulheres
Pequena R> 10,4 R>11,0
Média R = 9,6-10,4 R= 10,1 – 11,0
Grande R< 9,6 R < 10,1
GRUPOS ESPECIAIS
10 SINDROME DE DOWN

A Síndrome de Down é uma condição genética que pode levar o portador a


apresentar uma série de características específicas. Dentre elas o retardo mental e de
crescimento são as que mais se destacam. Modificações anatômicas e estruturais também são
relevantes e interferem no estado nutricional dos portadores dessa síndrome.

10.1 ASPECTOS NUTRICIONAIS

Se os dados de peso e altura de crianças estiverem no gráfico entre o percentil 5 e o


95, o crescimento está adequado. Para maiores duvidas ou se a curva de crescimento da
criança estiver caindo, encaminhe ao pediatra responsável (ABESO, 2008)
10.2 VALORES DE REFERÊNCIA
Nessas crianças utiliza-se os indicadores antropométricos de Peso/Idade,
Altura(Comprimento)/Idade, IMC/Idade e alguns autores utilizam Estatura/Idade.

Tabela 49. Valores de referência

Tabela 50. IMC, para 18 anos, para homens


Tabela 51. IMC, para 18 anos, para mulheres

As equações para soma das dobras cutâneas utilizadas são as equações (8 a 18 anos)
segundo Slaughter et al., 1988.

 Kappa estimado (!C 95%) para analise de concordância da classificação dos índices P/I e
E/I de crianças e adolescentes com síndrome de Down segundo diferentes distribuições de
referência (Rio de Janeiro, 2005).
11 AMPUTADOS

11.1 PESO ESTIMADO PARA AMPUTADOS

Os amputados devem ter correção do peso corpóreo, sendo realizado subtraindo o peso
da extremidade amputada do peso ideal calculado. É importante ressaltar que para amputações
bilaterais as porcentagens dobram o valor.

11.2 SEGMENTOS DO CORPO:

11.3 EQUAÇÕES PARA AMPUTADOS:

Peso Corrigido = 100% - %segmento amoutado x Peso Ideal


100

Peso pós amputação corrigido = Peso pré amputação x 100


(100% – % amputado)

Altura pós amputação = (Altura antes da amputação)2 x (100% – % amputado)


100

Obs: Utilizar somente quando houver comprometimento da altura (A).


IMC pós amputação = Peso pós amputação
(Altura pós amputação)2

Tabela 52. Porcentagens desconsideradas para o cálculo do peso em amputações

Membro amputado Proporção de peso (%) *


Mão 0,8
Antebraço 2,3
Braço até o ombro 6,6
Pé 1,7
Perna abaixo do joelho 7,0
Perna acima do joelho 11,0
Perna inteira 18,6
* Para amputações bilaterais, as % dobram.
Fonte: MARTINS; RIELLA, 2000.

12 PARALISIA CEREBRAL (PC)

O termo Paralisia Cerebral (PC) é usado para um tipo de afecções do sistema nervoso
central imaturo, que apresentam caráter não progressivo e causam transtornos que interferem
no desenvolvimento global e que se traduzem clinicamente por distúrbios de motricidade,
como: alterações do movimento, postura, equilíbrio, coordenação e tonos (Academia
Americana de Pediatria, 2002)

12.1 CLASSIFICAÇÃO

Nível I: anda sem limitações


Nível II: anda com limitações
Nível III: anda usando um dispositivo de mobilidade de mão
Nível IV: se locomove com cadeira de rodas motorizada
Nível V: transportado em uma cadeira de rodas manual

12.2 PESO
Para aferir o peso, solicita-se que um familiar ou alguém da enfermagem pegue a
criança no colo e suba na balança. Depois, pesa-se o acompanhante e desconta-se o seu peso
para, então, obter de forma indireta o peso do paciente (CECAN/RCO, 2007).

12.3 ALTURA

Para crianças que não ficam em pé, nem ficam em extensão, deitado, geralmente
utiliza-se equações para se obter a estimativa da estatura:

12.4 EQUAÇÕES PARA ESTIMATIVA DA ESTATURA PELA ALTURA DO JOELHO

O peso e estatura obtidos devem ser avaliados utilizando as curvas de crescimento do


NCHS.
Utiliza-se também as dobras cutâneas tricipital, bicipital, subescapular e supra ilíaca,
cujos protocolos de execução estão no item 1. Tais dobras podem oferecer boa estimativa das
reservas nutricionais nessas crianças.

12.5 DOBRAS CUTÂNEAS E CIRCUNFERÊNCIAS


Tabela 54. Classificação do estado nutricional segundo medidas de composição corporal

*DCT: dobra cutânea tricipital


*DCSE: dobra cutânea subescapular
REFERÊNCIAS
ANEXOS

Você também pode gostar