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O
nome Malaquias significa “meu mensageiro”. Não sabemos nada sobre ele, exceto
o que podemos encontrar em seu pequeno livro, que termina a seção do Antigo
Testamento chamada de Profetas Menores (ou O Livro dos Doze). É também o último
livro do Antigo Testamento.
A mensagem central de Malaquias é que, embora Deus tivesse revelado amor por Seu
povo ao longo da sua história, esse amor também tornou Seu povo responsável diante
dEle. O Senhor esperava que a nação escolhida e seus líderes obedecessem aos Seus
mandamentos. Ainda que a idolatria aberta aparentemente houvesse desaparecido (o
livro parece ter sido escrito para judeus que haviam retornado do cativeiro babilônico), o
povo não estava vivendo à altura das expectativas da aliança. Embora eles estivessem
cumprindo a rotina das cerimônias religiosas, tudo era formalismo destituído de vida e de
sincera convicção.
As reivindicações de Deus têm a primazia. Não fazemos Sua vontade quando Lhe
consagramos aquilo que resta depois de suprir nossas supostas necessidades. Antes de
gastarmos uma só parcela de nossos rendimentos devemos separar e oferecer a Deus a
parte que Ele de nós requer. Na antiga dispensação, uma oferta em ações de graças era
conservada sempre queimando sobre o altar, evidenciando assim a eterna obrigação em
que estamos para com Deus. Se somos prósperos em nossos negócios seculares, é
porque Deus nos abençoa. Uma parte de nossa renda deve ser consagrada aos pobres e
uma grande parte à causa de Deus. Se dermos a Deus o que Ele pede, o restante será
santificado e abençoado em proveito nosso. Porém, se alguém rouba a Deus retendo a
parte que Ele requer, a maldição recai sobre tudo que ele possui (Testemunhos Para a
Igreja, v. 4, p. 477).
Grande é o Senhor
1. Leia Malaquias 1. De que problema o profeta estava tratando? Temos
manifestado a mesma atitude que motivou essa repreensão?
M
alaquias contrastou o amor de Deus por Seu povo com a atitude dos sacerdotes, a
quem ele acusou do pecado de desprezo pelo santo nome de Deus. Ao realizar
seus deveres no templo, esses descendentes de Arão aceitavam animais coxos, cegos e
doentes para os sacrifícios ao Senhor. Dessa forma, o povo era levado a pensar que os
sacrifícios não eram importantes. No entanto, no deserto, Deus havia instruído Arão e
seus filhos declarando que os animais sacrificados deviam ser fisicamente perfeitos, sem
defeito (Lv 1:1-3; 22:19).
O profeta enumerou então três razões importantes pelas quais Deus merecia ser honrado
e respeitado pelo povo de Israel. Primeira: Deus era seu Pai. Assim como os filhos
devem honrar seus pais, as pessoas devem respeitar seu Pai do Céu. Segunda: Deus era
seu Mestre e Senhor. Assim como os servos obedecem aos seus mestres, o povo de Deus
deve tratá-Lo da mesma forma. Terceira: O Senhor era um grande Rei. Um rei terreno
não aceitaria um animal com defeito ou doente como presente de um de seus súditos.
Então, o profeta perguntou: Por que o povo apresentaria esse tipo de animal ao Rei dos
reis, que governa o mundo inteiro?
O que tornava suas ações ainda mais detestáveis à vista de Deus era que todos esses
sacrifícios apontavam para Jesus, o imaculado Filho de Deus (Jo 1:29; 1Pe 1:18, 19). Os
animais deviam ser sem defeito porque, para ser nosso perfeito sacrifício, Jesus não
podia ter defeito.
“Para honra e glória de Deus, Seu Filho Amado – o Penhor, o Substituto – foi entregue e
desceu para a prisão da sepultura. Ele ficou encerrado nas câmaras rochosas do túmulo
novo. Se um único pecado tivesse manchado Seu caráter, a pedra nunca teria sido
removida da porta de Sua câmara rochosa, e o mundo, com seu fardo de culpa teria
perecido” (Ellen G. White, Manuscript Releases, v. 10, p. 385). É de admirar que os
sacrifícios que apontavam para Jesus tivessem que ser perfeitos?
Outra vez, escreveu o apóstolo aos crentes: “Irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de
Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto
racional de vocês” (Rm 12:1). Específicas determinações haviam sido dadas ao antigo
Israel para que não fosse apresentado a Deus nenhum animal defeituoso nem doente.
Unicamente o mais perfeito deveria ser escolhido para esse fim. Por meio do profeta
Malaquias, o Senhor reprovou Seu povo muito severamente por se haver desviado
dessas instruções. “‘O filho honra seu pai, e o servo, o seu senhor. Se Eu sou Pai, onde
está a honra que Me é devida? Se Eu sou Senhor, onde está o temor que Me devem?’,
pergunta o Senhor dos Exércitos a vocês, sacerdotes. ‘São vocês que desprezam o Meu
nome!’ Mas vocês perguntam: ‘De que maneira temos desprezado o Teu nome?’
‘Trazendo comida impura ao Meu altar!’ E mesmo assim ainda perguntam: ‘De que
maneira Te desonramos?’ Ao dizerem que a mesa do Senhor é desprezível. ‘Na hora de
trazerem animais cegos para sacrificar, vocês não veem mal algum. Na hora de trazerem
animais aleijados e doentes como oferta, também não veem mal algum. Tentem oferecê-
los de presente ao governador! Será que ele se agradará de vocês? Será que os
atenderá?’, pergunta o Senhor dos Exércitos. …E ainda dizem: ‘Que canseira!’ e riem
dela com desprezo, diz o Senhor dos Exércitos.’ Quando vocês trazem animais
roubados, aleijados e doentes e os oferecem em sacrifício, deveria Eu aceitá-los de suas
mãos?’, pergunta o Senhor” (Ml 1:6-8, 13).
Embora dirigidas ao Israel antigo, essas palavras contêm uma lição para o povo de Deus
de hoje. Quando o apóstolo apelou a seus irmãos que apresentassem seu “corpo em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1), expressou os princípios da
verdadeira santificação. Esta não é uma teoria, uma emoção, ou uma forma de palavras,
mas um princípio vivo e ativo, que entra na vida diária. Ela requer que nossos hábitos
de comer, beber e vestir sejam tais, que nos assegurem a preservação da saúde física,
mental e moral, a fim de que possamos apresentar ao Senhor nosso corpo, não como
uma oferta corrompida por hábitos errôneos, mas um “sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus” (Rm 12:1; Santificação, p. 27, 28).
Naquele antigo ritual que era o evangelho em símbolo, nenhuma oferta defeituosa podia
ser levada ao altar de Deus. O sacrifício que devia representar Cristo tinha que ser sem
mancha. A Palavra de Deus se refere a isso como uma ilustração do que devem ser Seus
filhos – um “sacrifício vivo, santo”, “irrepreensível”, e “agradável a Deus” (Rm 12:1;
Ef 5:27; A Ciência do Bom Viver, p. 130).
Segunda, 24 de junho Ano Bíblico: Sl 56–61
A
voz de Deus, que aparece no livro de Malaquias, é a voz de um Pai amoroso que
apela ao Seus filhos. Quando o povo levanta questões e faz reclamações, Ele está
pronto para dialogar. A maioria das questões discutidas por Deus e Seu povo tem a ver
com algumas atitudes básicas.
Embora todos os judeus reconhecessem Deus como Pai e Criador em sua adoração, nem
todos eles viviam como se Deus fosse o Senhor de sua vida. Malaquias usou o casamento
como exemplo para ilustrar a falta de fidelidade e comprometimento com os
semelhantes. Segundo a Bíblia, o casamento é uma sagrada instituição estabelecida por
Deus. O povo de Israel foi advertido contra o casamento fora da comunidade da fé,
porque esse tipo de casamento prejudicaria seu compromisso com o Senhor e eles
cairiam na idolatria (Js 23:12, 13.)
Deus havia planejado que o casamento fosse um compromisso para toda a vida. No
entanto, no tempo de Malaquias, muitos homens estavam quebrando os votos feitos no
início da vida com a “mulher da [sua] mocidade”, como disse o profeta (Ml 2:14). Vendo
suas esposas envelhecendo, os maridos se divorciavam e se casavam com mulheres mais
jovens e mais atraentes. Por essa razão, Deus disse que odeia o divórcio (Ml 2:16). Essa
forte declaração revela a seriedade com que Deus trata o compromisso do casamento,
que as pessoas muitas vezes não levam a sério. As regras rígidas da Bíblia sobre o
divórcio mostram que o casamento é sagrado.
Visto que o divórcio era legalizado em Israel (Dt 24:1-4), alguns homens não hesitavam
em quebrar seus votos matrimoniais. Perto do fim do período do Antigo Testamento, o
divórcio parece ter se tornado comum, até certo ponto como em muitos países hoje. No
entanto, na Bíblia o casamento é constantemente apresentado como uma santa aliança
diante de Deus (Gn 2:24; Ef 5:21-33).
Entre os judeus era permitido ao homem repudiar sua mulher pelas mais triviais ofensas
e a mulher se achava, então, em liberdade para casar outra vez. Esse costume levava a
grande infelicidade e pecado. No Sermão do Monte, Jesus declarou claramente que não
podia haver dissolução do laço matrimonial, a não ser por infidelidade do voto conjugal.
Disse Ele: “Qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz
que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério” (Mt
5:32)…
Jesus veio ao nosso mundo para retificar erros e restaurar a imagem moral de Deus no
homem. Sentimentos errôneos a respeito do casamento se haviam estabelecido na mente
dos mestres de Israel. Eles estavam tornando de nenhum efeito a sagrada instituição do
casamento. O homem estava-se tornando tão endurecido que pela mais trivial desculpa
podia se separar de sua esposa, ou, se preferisse, podia separá-la dos filhos e mandá-la
embora. Isso foi considerado grande mal e não raro era acompanhado de mais terrível
sofrimento para a pessoa repudiada.
Cristo veio para corrigir esses males e Seu primeiro milagre foi realizado por ocasião de
um casamento. Assim anunciou Ele ao mundo que o casamento, quando puro e
enobrecido, é uma sagrada instituição (O Lar Adventista, p. 340, 341).
C
om esses versos, Deus reafirmou a mensagem básica dos Profetas Menores: Seu
amor continua firme e inabalável. No verso 7, o chamado de Deus é ouvido mais
uma vez: “Tornai-vos para Mim, e Eu Me tornarei para vós outros.” O povo então
perguntou: “Em que havemos de tornar?” Essa pergunta é semelhante à de Miqueias 6:6,
sobre os sacrifícios apresentados a Deus. No caso de Malaquias, no entanto, foi dada
uma resposta específica e, surpreendentemente, tinha a ver com a questão da entrega ou
não do dízimo.
Na verdade, eles foram acusados de roubar o que pertence a Deus. Isso aconteceu porque
eles não foram fiéis na devolução de seus dízimos e ofertas.
Malaquias 3:10 é um dos raros textos em que Deus desafia as pessoas a prová-Lo. Nas
águas de Meribá, no deserto, os filhos de Israel repetidamente “puseram à prova” a
paciência de Deus, o que O deixou irado (Sl 95:8-11). Em Malaquias, no entanto, Deus
estava convidando Israel a prová-Lo. Ele queria que eles vissem que podiam confiar nEle
a respeito desse assunto, o que, de acordo com o texto, é algo de grande significado
espiritual.
Tudo quanto é retido daquilo que Deus requer, a décima parte do rendimento, é
registrado como roubo nos livros do Céu contra os que o retêm. Essas pessoas
defraudam seu Criador e, ao ser-lhes apontado esse pecado de negligência, não basta
que mudem de rumo e comecem a seguir daí em diante o reto princípio. Isto não
alterará os algarismos registrados no Céu pela sonegação dos bens que lhes foram
confiados para ser devolvidos Àquele que os emprestou. Exige-se arrependimento pelo
trato infiel e a ingratidão para com Deus…
Deus dá ao homem nove décimos, ao passo que reivindica apenas um décimo para fins
sagrados, assim como deu ao homem seis dias para seu trabalho, e reservou, pôs à parte
o sétimo dia para Si. Pois, como o sábado, um décimo da renda é sagrado. Deus o
reservou para Si. Ele levará avante Sua obra na Terra com a renda dos recursos que
confiou ao homem…
Foram-me dadas instruções de que ocorre uma retenção do dízimo que deveria ser
fielmente trazido ao tesouro do Senhor para o sustento dos ministros e missionários que
estão abrindo as Escrituras diante do povo, e trabalhando de casa em casa. A obra de
evangelização do mundo tem sido grandemente atrasada pelo egoísmo pessoal. Mesmo
entre professos cristãos, alguns são incapazes de perceber que a obra do evangelho deve
ser sustentada pelos meios que Cristo lhes outorgou. O dinheiro é necessário para que o
trabalho desenvolvido em todas as partes do mundo seja levado avante. Milhares de
milhares estão perecendo no pecado, e a falta de meios está atrapalhando a proclamação
da verdade que está sendo levada a todas as nações, tribos, línguas e povos. Existem
homens dispostos a ir avante como mensageiros do Senhor, mas em virtude da escassez
de recursos na tesouraria, eles não podem ser enviados aos lugares em que o povo está
clamando por alguém que venha e lhes ensine a verdade (Testemunhos Para a Igreja, v.
9, p. 52).
Um memorial escrito
E
m Malaquias 3:13-18, o povo se queixou de que o Senhor não Se importava com os
pecados da nação. Aqueles que praticavam o mal e a injustiça pareciam escapar
despercebidos e assim, muitos se perguntavam por que deviam servir ao Senhor e viver
de modo justo, quando o mal parecia ficar impune.
Neste mundo, onde há tanta injustiça, é fácil questionar se um dia a justiça será feita. A
mensagem de Malaquias, no entanto, é que Deus sabe de todas essas coisas, e
recompensará os que são fiéis a Ele.
Há algumas excelentes lições no livro de Malaquias para aqueles que professam ser
seguidores de Cristo. Duas classes de testemunhas são apresentadas nas palavras do
profeta: A respeito da primeira classe está escrito: “Vocês têm dito palavras duras contra
Mim”, diz o Senhor. “Ainda assim perguntam: ‘O que temos falado contra Ti?’ “Vocês
dizem: ‘É inútil servir a Deus. O que ganhamos quando obedecemos aos Seus preceitos
e ficamos nos lamentando diante do Senhor dos Exércitos?”
Essas palavras descrevem aqueles que poderiam ter representado melhor a preciosa
verdade, que poderiam ter sido exemplo para os novatos na fé. O Senhor tem preparado
um rico banquete de coisas celestiais para todos os que O seguem. Ele ordena a esses
que não andem nas trevas, mas devem ter a luz da vida e nela andar, assim como Ele
está na luz; pois nEle não há trevas. O Senhor não exige que Seus crentes, obedientes
seguidores cubram de lágrimas o altar, mas que andem alegres e felizes. Porém, que tipo
de queixas são apresentadas por Malaquias? Essas testemunhas dizem: “É inútil servir a
Deus.” Que tipo de testemunho elas dão ao mundo? Continuam dizendo: “Por isso,
agora consideramos felizes os arrogantes, pois tanto prosperam os que praticam o mal
como escapam ilesos os que desafiam a Deus!”
Caso alguém que ama e teme a Deus ouça homens fazendo semelhante queixa, não
deixe sem resposta esse testemunho contra nosso bom e gracioso Pai celestial.
Malaquias se afastou desse escuro quadro que Satanás apresenta aos professos
seguidores de Jesus Cristo, pois isso é uma calúnia sobre o paternal caráter de Deus.
Satanás tem projetado esse quadro para a contemplação de todo cristão. “Depois,
aqueles que temiam o Senhor conversaram uns com os outros, e o Senhor os ouviu com
atenção. Foi escrito um livro como memorial na Sua presença acerca dos que temiam o
Senhor e honravam o Seu nome (Review and Herald, 10 de setembro de 1895).
Em Malaquias 3:16 é mencionada outra classe que se reúne, não para se queixar de
Deus, mas para falar de Sua misericórdia e exaltar-Lhe a glória. Esses se demonstraram
fiéis no cumprimento dos seus deveres, dando ao Senhor o que Lhe pertence. Seus
testemunhos são motivos de cânticos e alegria entre os anjos celestiais. Eles não têm
agravo nenhum contra Deus. Aqueles que andam na luz, que são fiéis no cumprimento
de seu dever, não são ouvidos a fazer queixas nem acusar faltas. Sua conversação
consiste em palavras de ânimo, esperança e fé. Só têm motivos de queixa os que servem
a si mesmos e não dão a Deus o que Lhe pertence (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p.
390).
A fim de que abençoemos outros por meio de nossa influência, devemos ter viva
ligação com o Céu e estar dispostos a negar a nós mesmos, com trabalho e sacrifício. Os
descuidados e ociosos buscam se afastar do esforço, enquanto os zelosos e fiéis são
deixados a levar os fardos. Que Deus ajude esses trabalhadores altruístas, fazendo-os
avançar com amor e esperança. O galardão está diante deles. É o que completa a corrida
que ganha a coroa de glória imortal. “Eles serão Meus, disse o Senhor dos exércitos,
naquele dia em que os tornarei Minhas joias” (Signs of the Times, 26 de janeiro de
1882).
O Sol da justiça
E
m uma ocasião anterior, as pessoas perguntaram: “Onde está o Deus do juízo?” (Ml
2:17). No início do capítulo 4, uma solene promessa é feita de que um dia Deus
executará Seu juízo sobre o mundo. Como resultado, os orgulhosos serão destruídos com
os ímpios, assim como a palha é consumida pelo fogo. A palha é a parte inútil do grão, e
dura apenas alguns segundos quando jogada no fogo. No Dia do Senhor, o fogo será o
agente de destruição, assim como foi a água nos dias de Noé.
Enquanto o destino dos ímpios é descrito no verso 1, o verso 2 se concentra nas bênçãos
futuras dos justos. A pergunta “Onde está o Deus do juízo?” é respondida novamente,
mas dessa vez pela certeza de um dia no futuro, em que o Sol da Justiça Se levantará
trazendo cura em suas asas (Ml 4:2, NVI). O nascimento do “Sol da Justiça” é uma
metáfora para representar o amanhecer de um novo dia, que marca uma nova era na
história da salvação. Nesse tempo, de uma vez por todas o mal será destruído para
sempre, os salvos desfrutarão do resultado final do que Cristo realizou por eles e o
Universo se tornará eternamente seguro.
Malaquias encerra seu livro com duas admoestações que caracterizam a fé bíblica. A
primeira é um chamado para que as pessoas se lembrem da revelação divina por
intermédio de Moisés, os cinco primeiros livros da Bíblia e fundamento do Antigo
Testamento.
A segunda admoestação fala do papel profético de Elias. Cheio do Espírito Santo, esse
profeta convidou o povo a se arrepender e voltar para Deus. Embora o próprio Jesus
tenha visto João Batista como um cumprimento dessa profecia (Mt 11:13, 14),
acreditamos também que ela se cumprirá no fim dos tempos, quando Deus terá um povo
que anunciará destemidamente Sua mensagem ao mundo. “Os que devem preparar o
caminho para a segunda vinda de Cristo são representados pelo fiel Elias, assim como
João veio no espírito de Elias para preparar o caminho para o primeiro advento de
Cristo” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, p. 73).
Como devemos cumprir esse papel sagrado? Como estamos nos saindo nessa tarefa?
A obra de João Batista e a daqueles que nos últimos dias sairão no espírito e poder de
Elias para erguer o povo da apatia é o mesmo em muitos aspectos. Esse trabalho é típico
do que deve ser feito na presente época. Cristo virá pela segunda vez, para julgar o
mundo em justiça. Os mensageiros de Deus que levam a derradeira mensagem de
advertência a ser dada ao mundo devem preparar o caminho para o segundo advento de
Cristo, assim como João preparou o caminho para Seu primeiro advento. Nesse trabalho
preparatório, “todos os vales serão levantados, todos os montes e colinas serão
aplanados; os terrenos acidentados se tornarão planos; as escarpas serão niveladas”, pois
a história deve ser repetida e, mais uma vez “a glória do Senhor será revelada, e, juntos,
todos a verão. Pois é o Senhor quem fala.”
Nesta época, justamente antes da segunda vinda de Cristo nas nuvens do céu, Deus
chama homens que prepararão um povo a fim de permanecer de pé no grande dia do
Senhor. Um trabalho semelhante ao que foi realizado por João é justamente o que deve
ser executado nestes últimos dias. Por meio de Seus instrumentos escolhidos, o Senhor
está enviando mensagens a Seu povo e deseja que todos deem ouvidos às admoestações
e advertências dadas. A mensagem que precedeu o ministério público de Cristo foi:
Arrependam-se, publicanos e pecadores; arrependam-se fariseus e saduceus, “pois o
reino do Céu está próximo”. Nossa mensagem não deve ser acomodatícia. Como povo
que crê na breve vinda de Cristo, temos uma mensagem definida para dar: “Prepare-se
para encontrar-se com o seu Deus.”
Nossa mensagem deve ser tão objetiva como foi a de João. Ele repreendeu reis por
causa de suas iniquidades. Embora tendo a vida em perigo, ele jamais permitiu que a
verdade fosse definhada em seus lábios. Nosso trabalho neste tempo deve ser cumprido
fielmente…
Neste tempo de apostasia quase universal, Deus chama Seus mensageiros a proclamar
Sua lei no espírito e poder de Elias. Como João Batista, no preparo do povo para o
primeiro advento de Cristo, chamou a atenção para os dez mandamentos, também
devemos dar a mensagem com sonido certo: “Temam a Deus e glorifiquem-No, pois
chegou a hora do Seu juízo.” Com o mesmo zelo que caracterizou os profetas Elias e
João Batista, devemos lutar para preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo. De
cada obreiro são requeridos firmeza, abnegação e consagrados esforços. Vigilância e
consagrado zelo devem substituir a indiferente desatenção. Apelos profundos e zelosos,
vindos de um coração cheio do Espírito que atuou por meio de Elias levarão convicção
aos puros de coração (The Southern Watchman, 21 de março de 1905).
D
eus abençoa a obra das mãos dos homens, para que eles possam devolver-Lhe Sua
porção. Dá-lhes a luz do Sol e a chuva; faz que a vegetação brote; concede saúde e
habilidade para a aquisição de meios. Todas as bênçãos vêm de Suas generosas mãos, e
Ele deseja que homens e mulheres mostrem gratidão devolvendo-Lhe uma parte em
dízimos e ofertas – em ofertas de gratidão, ofertas voluntárias e ofertas pelo pecado. Eles
devem devotar seus meios a Seu serviço, para que Sua vinha não venha a ser um deserto
estéril. Precisam estudar o que o Senhor faria em lugar deles. Devem levar a Ele em
oração toda questão difícil. Devem revelar interesse altruísta na edificação de Sua obra
em todas as partes do mundo” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 707, 708).
O ALUNO DEVERÁ...
Saber: Que o compromisso de Deus com Seu povo resultará na manifestação gloriosa
de Sua presença e em certas atividades proféticas no clímax da história do mundo.
Sentir: Apreço pelas grandes bênçãos do Senhor, reservadas aos Seus seguidores que
valorizam Suas dádivas.
Fazer: Ter uma vida responsável celebrando a grandeza do nome de Deus.
ESBOÇO
I. Saber: Compromisso de Deus com Seu povo
A. Qual é o papel da criação no fim do grande conflito?
B. O que podemos fazer para encorajar as pessoas a pensar nas necessidades dos outros
e a não ser egoístas?
C. Você seria rico se Deus lhe desse o dobro da quantidade de dinheiro que você deu
aos pobres e necessitados? Por que dar é mais valioso do que guardar ou receber?
RESUMO: Deus dialoga com Seu povo a fim de que Seus filhos percebam quão
profundamente Ele os ama e Se preocupa com seu bem-estar, chamando-os a ser fiéis
em todos os aspectos da vida. Ele enfatiza a fidelidade conjugal, paternidade, liderança
e o dízimo.
Ciclo do aprendizado
Motivação
Discussão de abertura
1. De acordo com o livro de Malaquias, quantas perguntas o povo fez a Deus? Essas
perguntas ajudam a descobrir os diferentes temas com os quais o profeta lidou (veja as
perguntas em Ml 1:2, 6, 7; 2:14, 17; 3:7, 8, 13). Preste muita atenção às respostas de
Deus. Ele responde às nossas perguntas quando estamos confusos em nossa
compreensão das questões reais da vida. Em Seu amor, Ele dialoga com Seu povo,
embora possa simplesmente ordenar nossa obediência.
Compreensão
Comentário Bíblico
Considere estas questões essenciais:
I. Deus ama você. Você O ama?
O livro de Malaquias começa com uma declaração divina difícil: “Amei a Jacó, porém
aborreci a Esaú” (Ml 1:2, 3). Como devemos entender essa declaração contrária à
natureza de Deus? O que significa o fato de Deus ter odiado Esaú? Ele não ama todas as
pessoas?
Deus reafirmou ao Seu povo Sua aliança de amor e o convidou a olhar para trás e ver a
diferença na história entre eles e os descendentes de Esaú. Esse contraste foi explicado
com base na eleição para o serviço e não tem nada a ver com a ideia de salvação. Trata-
se de uma diferença estabelecida sobre a presciência de Deus a respeito das decisões de
Jacó e Esaú, sobre as perspectivas de vida e orientações espirituais.
A palavra ódio em hebraico por vezes tem um significado diferente da nossa atual
compreensão dessa palavra. Considere os dois exemplos a seguir: (1) Jacó amava mais a
Raquel do que a Lia (Gn 29:30), mas o texto bíblico descreve essa preferência com a
forte palavra ódio: “Quando o Senhor viu que Lia era desprezada [odiada, na versão
English Standard Bible, Bíblia Inglesa Padrão], concedeu-lhe filhos” (Gn 29:31, NVI).
(2) Jesus declarou as condições em que Seus seguidores devem “odiar” mesmo os mais
próximos a eles: “Se alguém vem a Mim e não aborrece [odeia] a seu pai, e mãe, e
mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser Meu
discípulo” (Lc 14:26). Esse ódio não tem absolutamente nada a ver com a hostilidade
emocional para com os entes queridos. Ao contrário, significa que o discípulo de Cristo
precisa amá-Lo mais do que a seus pais, cônjuge, filhos ou outros parentes próximos
(Mt 10:37; Dt 6:5). Cristo precisa ser nossa prioridade número um. Assim, a palavra
ódio pode se referir a uma expressão idiomática que significa “não ser preferido”, “não
ser objeto de escolha pessoal (para uma tarefa especial)”, como Lia não foi a esposa
preferida de Jacó, embora ele tivesse seis filhos e uma filha com ela.
Pense nisto: Como devemos entender a afirmação de que Deus amou Jacó, mas odiou
Esaú? Da mesma forma, o que Jesus quis dizer ao afirmar que, se Seus seguidores
viessem a Ele, mas não aborrecessem seus entes queridos, não eram dignos dEle?
Pense nisto: O que é fidelidade verdadeira? Como Deus demonstra Sua fidelidade a
nós? Como devemos demonstrar nossa fidelidade a Ele?
O relacionamento de fé deve ser vivido em nosso casamento. Aqui não podemos mentir.
Ou somos fiéis ao nosso cônjuge ou quebramos esse íntimo relacionamento de aliança.
Uma relação conjugal amorosa terá uma influência duradoura e positiva sobre nossos
filhos.
Por que Deus odeia o divórcio? O que é tão prejudicial nessa situação? Como ela afeta a
vida espiritual e o futuro do casal envolvido e dos filhos? Quais são as causas legítimas
para o divórcio? Quando ele pode ser justificado? Veja a resposta de Jesus à questão
apresentada por alguns fariseus: “É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer
motivo?” (Mt 19:3-9).
Discussão: Malaquias usou uma ilustração viva e forte no seu ensino sobre o que
significa ter uma vida dedicada a Deus. Fale aos outros sobre a fidelidade de Deus no
cumprimento de Suas promessas em relação ao dízimo. Como é que nove décimos
tornam sua renda sempre maior do que dez décimos? Incentive os outros a ser fiéis ao
Senhor na esfera financeira da vida, para que eles também experimentem a bênção
especial de Deus (Ml 3:10-12).
A mensagem profética do Antigo Testamento termina com uma questão que é muito
esperançosa e séria ao mesmo tempo. A missão do profeta Elias, o movimento profético
para os últimos dias, consiste em converter o coração dos pais aos filhos e trazer os
filhos para perto de seus pais (Ml 4:5, 6).
Note que essa obra está ligada ao retorno do povo de Deus para o Sol da justiça (Ml
4:2) e à lei de Deus (Ml 4:4). Somente dessa forma as muitas bênçãos de Deus podem
fluir.
Pense nisto: O Senhor afirma que no fim haverá uma distinção entre os que seguem a
Deus e os que vivem de acordo com sua própria vontade (Ml 3:18). Como Deus pode
mostrar a diferença entre o justo e o perverso? Como podemos reconhecer que alguém
está servindo a Deus de todo o coração?
Aplicação
Considere as perguntas do povo no livro de Malaquias e pense sobre a razão pela qual
as pessoas fizeram essas perguntas. Em seguida, explique as respostas que Deus deu a
cada questão, ou a algumas delas. Aqui estão as oito perguntas do povo, introduzidas
pelas palavras de Deus “vocês perguntam” (NVI):
2. “De que maneira temos desprezado o Teu nome?” (Ml 1:6, NVI).
“De que maneira Te desonramos?” (Ml 1:7, NVI).
3. Por que Tu não olhas para as nossas ofertas e nem as aceitas com prazer das nossas mãos?
(Ml 2:13, 14).
4. “Como O temos cansado?” e [...] “Onde está o Deus da justiça?” (Ml 2:17, NVI).
5. “Em que havemos de tornar” a Ti? (Ml 3:7).
6. “Em que Te roubamos?” (Ml 3:8).
7. “O que temos falado contra Ti?” (Ml 3:13, NVI).
8. Essas questões ainda são relevantes para nós neste mundo pós-moderno? Como estamos
lidando com questões semelhantes?
Por que temos tanta dificuldade para apreciar o amor de Deus, que nos amou a ponto de
morrer por nós?
Criatividade
Atividade
Descreva a família ideal. Como os pais devem tratar um ao outro, e que tipo de
relacionamento eles devem cultivar com seus filhos? Como eles podem mostrar seu
amor de modo que os filhos não apenas saibam que seus pais os amam, mas sintam e
tenham certeza disso? Como os pais podem respeitar a individualidade de seus filhos e
ajudá-los a crescer em seus talentos e interesses? Quais coisas eles podem fazer juntos?