REVISÃO DO CURSO DE REDAÇÃO
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e
THOTH
A REDAÇÃO NO ENEM
ENTENDA O MÉTODO AVALIATIVO DO ENEM
PARA COM A REDAÇÃO:
➢ A Dissertação Argumentativa no ENEM
A prova de redação exigirá de você a produção de
um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo,
sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou
política. Os aspectos a serem avaliados relacionam-se às
“competências” que devem ter sido desenvolvidas durante
os anos de escolaridade.
Nessa redação, você deverá defender uma tese,
uma opinião a respeito do tema proposto, apoiada em
argumentos consistentes estruturados de forma coerente
e coesa, de modo a formar uma unidade textual. Seu texto
deverá ser redigido de acordo com a modalidade escrita
formal da Língua Portuguesa. Por fim, você deverá
elaborar uma proposta de intervenção social para o
problema apresentado no desenvolvimento do texto que
respeite os direitos humanos.
TEMA
(Assunto escolhido pelos elaboradores para ser
dissertado)
¤
TESE
(É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve
estar relacionada ao tema e apoiada em argumentos ao
longo da redação.)
¤ Folha de redação em branco, mesmo que o
ARGUMENTOS
(É a justificativa para convencer o leitor a concordar com
a tese defendida. Cada argumento deve responder à
pergunta “Por quê?” em relação à tese defendida.)
¤
PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO
(Atitude que deve ser tomada para a resolução do
problema dado.)
Quem vai avaliar a redação?
O texto produzido por você será avaliado por,
pelo menos, dois professores, de forma independente,
sem que um conheça a nota atribuída pelo outro.
Como a redação será avaliada?
Os dois professores avaliarão seu desempenho
de acordo com os seguintes critérios:
Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade
escrita formal da Língua Portuguesa.
Competência 2: Compreender a proposta de redação
e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento
para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais
do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos
em defesa de um ponto de vista.
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos
mecanismos linguísticos necessários para a construção
da argumentação.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o
problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Como será atribuída a nota à redação?
Cada avaliador atribuirá uma nota entre 0 (zero) e
200 (duzentos) pontos para cada uma das cinco
competências, e a soma desses pontos comporá a nota
total de cada avaliador, que pode chegar a 1000 (mil)
pontos. A nota final do participante será a média aritmética
das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.
Quais as razões para se atribuir nota 0 (zero) a uma
redação?
A redação receberá nota 0 (zero) se apresentar
uma das características a seguir:
Fuga total do tema;
Não obediência à estrutura-argumentativa;
Texto com até 7 (sete) linhas;
Impropérios, desenhos e outros formas
propositais de anulação ou parte do texto
deliberadamente desconectada do tema proposto;
Desrespeito aos direitos humanos; e
texto esteja escrito na folha de rascunho.
O GÊNERO TEXTUAL
DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA
COMPETÊNCIA 2 – Compreender a proposta de
redação e aplicar conceitos das várias áreas de
conhecimento para desenvolver o tema, dentro
dos limites estruturais do texto dissertativo-
argumentativo em prosa.
Metadissertação ou O Texto Dissertativo Definitivo
Por Robson Ferreira Vilela*
Este texto é um pouco diferente daqueles a que você está
acostumado, pois é metalinguístico. Mas como assim?
Simples, ele é composto por uma introdução, um
desenvolvimento e uma conclusão, como qualquer outra
dissertação; a diferença é que o tema do texto é ele mesmo.
Como o leitor já sabe, o assunto aqui é o próprio texto e a
introdução do tema se deu no primeiro parágrafo. Mas, mais
que um tema, o texto dissertativo pode ter uma tese. A tese
é uma ideia que o autor irá defender no decorrer do texto
dissertativo-argumentativo. Para isso, o autor utilizará É organizado na defesa de uma tese (ponto de vista
argumentos que provem ao leitor que sua tese tem sobre o assunto). É fundamentado com argumentos para
fundamento ou que seu ponto de vista sobre determinado influenciar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando
assunto é válido. Dizer simplesmente “eu acho” não convencê-lo de que a ideia defendida está correta.
convence ninguém. Se, em vez de argumentativo, o texto for
dissertativo-expositivo, o autor não irá criar argumentos mas É preciso argumentar e explicar ideias. Daí a sua
mostrar algo para o leitor de forma detalhada. Esse tipo de dupla natureza: é argumentativo porque defende uma
texto costuma se aproximar mais do gênero descritivo e, em tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de
vez de se preocupar em convencer o leitor, o autor se focará explicações para justificá-la.
em expor o tema de forma detalhada. Mas antes que esse
parágrafo termine, é preciso dizer ainda que a introdução Seu objetivo é, em última análise, convencer ou tentar
costuma ser um resumo de tudo aquilo que será dito no convencer o leitor, pela apresentação de razões e pela
decorre do texto. Os exemplos a seguir ilustram melhor: “ele evidência de provas, à luz de um raciocínio coerente e
é composto por uma introdução, um desenvolvimento e uma consistente.
conclusão (...); a diferença é que o tema do texto é ele
mesmo”.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Após dizer ao leitor qual é o tema do texto, deve-se passar
ao segundo momento da dissertação, que é o ARGUMENTATIVA
desenvolvimento.Esta é a parte central do texto e a “mais
importante”. OK, todo o texto é importante, mas no A estruturada redação dissertativa deve englobar as
desenvolvimento o autor irá desenvolver os argumentos que seguintes partes:
comprovem a tese exposta anteriormente na introdução; ou
expor em detalhes o assunto que pretende abordar, caso seja Introdução (Apresentação),Desenvolvimento (Argu
uma dissertação-expositiva. Neste texto, por exemplo, o mentação), Conclusão (Desfecho), conforme os
desenvolvimento começou no parágrafo anterior, em que o esquemas de modelos:
autor explicou de forma mais completa o que é uma
introdução. Note que na introdução o autor simplesmente Introdução - 1 par. Introdução - 1 par.
mencionou a palavra “introdução”, mas gastou o segundo (Tema e Tese) (Tema e Tese)
parágrafo todo para explicar detalhadamente do que se
tratava. Isto é desenvolver um argumento. Desenvolvimento - 2 a Desenvolvimento - 2 par.
3 par. (Argumentação:
Neste parágrafo, o quarto, o autor encerrará seus (Argumentação: Estratégias
argumentos. Se já foi explicado o que é uma introdução e um Estratégias Argumentativas)
desenvolvimento, está claro que resta explicar do que se trata Argumentativas)
a conclusão.Pois conclusão é simplesmente o final do texto, Proposta de Intervenção
em que o autor irá finalmente concluir (é aconselhável evitar Conclusão - 1 par. - 1 par.
parênteses, mas este “concluir” foi redundante) a tese (Proposta de
iniciada na introdução. Caso o texto seja expositivo, autor irá Intervenção) Conclusão - 1 par.
apenas finalizar a exposição do tema, sem a preocupação de
convencer o leitor de que seu ponto de vista faz sentido.
Muitas conclusões começam com palavras que, por si, já INTRODUÇÃO (1 PARÁGRAFO)
indicam o fim do assunto, como portanto, enfim, sendo
assim... Entretanto, isto não é uma regra e evitar o lugar Apresentação sucinta e contextualizada, na qual se
comum é prova de que o autor se esforçou ao escrever. propõe o ponto de vista assumido, isto é, a Tese a ser
defendida; as ideias que auxiliam a defesa da tese
No decorrer do texto todas as partes que formam uma (Síntese de informações); e a situação-problema
dissertação foram explicadas, mas faltou dizer o que é um (Tema). Nesse sentido, a introdução é, essencialmente,
texto metalinguístico. Pois um texto metalinguístico é aquele de cunho expositivo.
em que o assunto é ele próprio; ou seja, um texto que fale de
si mesmo. Por isso, este que você está lendo é um excelente DESENVOLVIMENTO (2 OU 3 PARÁGRAFOS)
exemplo de texto metalinguístico e, por ser dissertativo, o
autor lhe deu o título de “Metadissertação”. Meus conselhos Consiste em desenvolver os argumentos selecionados
finais são: não escreva na primeira pessoa e não faça para a defesa da tese. Em outras palavras, é a
emendas no final do texto. construção de um raciocínio lógico pontuada por uma
*Robson Ferreira Vilela é graduado em Letras pela proposição afirmativa (Argumento = Tópico frasal),
Universidade Federal de Uberlândia. que é sustentada por estratégias argumentativas; e,
por fim, pela conclusão desse raciocínio lógico
➢ O que é um texto dissertativo-argumentativo? (opinião ou analise).

A Dissertação Argumentativa é um gênero textual CONCLUSÃO (1 PARÁGRAFO)

em prosa, de caráter persuasivo, que tem como função
defender, por meio de argumentos, a tese do autor: ou
seja, sua opinião ou ponto vista acerca de determinado
tema ou assunto.
Concluir um texto não é somente terminá-lo, mas sim
estruturar um parágrafo com comentários ou afirmações
que confirmem os aspectosdesenvolvidos nos
parágrafos anteriores.

Pode-se, na conclusão, oferecer uma solução tendo em
vista os argumentos apresentados ao longo do
desenvolvimento do texto, deixar uma mensagem ou
manifestar uma expectativa em relação ao assunto
tratado. Importante é que essa conclusão seja coerente
com o que foi desenvolvido.
Esse não é o momento de suscitar questionamentos
que não tenham sido esclarecidos nos parágrafos
anteriores, por isso, devem-se evitar frases
interrogativas.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL
A proposta deve considerar os pontos abordados na
argumentação, deve manter vínculo direto com a tese
desenvolvida no texto e coerência com os argumentos
utilizados, já que expressa a sua visão, como autor, das
possíveis soluções para a questão discutida.
A proposta de intervenção precisa ser detalhada de
modo a permitir ao leitor o julgamento sobre sua
exequibilidade, portanto, deve conter a exposição da
intervenção sugerida e o detalhamento dos meios para
realizá-la.
A proposta deve, ainda, refletir os conhecimentos de
mundo de quem a redige, e a coerência da argumentação
será um dos aspectos decisivos no processo de
avaliação. É necessário que ela respeite os direitos
humanos, que não rompa com valores como cidadania,
liberdade, solidariedade e diversidade cultural.
Ao redigir seu texto, procure evitar propostas vagas,
gerais; busque propostas mais concretas, específicas,
consistentes com o desenvolvimento de suas ideias.
Antes de elaborar sua proposta, procure responder às
seguintes perguntas:
- O que é possível apresentar como proposta de
intervenção na vida social?
- Como viabilizar essa proposta?
- Quem será o responsável por executar
intervenção e quem serão os beneficiados?
PLANEJAMENTO TEXTUAL
O projeto de texto é o planejamento que se faz,
antes de escrever uma redação, para determinar como
se pretende desenvolvê-la.
Analisar, sintetizar, classificar e definir constituem
processos de disciplina do raciocínio, de organização e
ordenação de ideias com a finalidade de sistematizar a
pesquisa e a escrita.
A adoção de procedimentos que ajudem na
elaboração de um projeto de texto tem por finalidade
permitir que você controle de modo consciente o que
está escrevendo em sua redação. Assim, esses
procedimentos têm o caráter de:
a) Determinar quais são as possibilidades de
análise da questão tematizada e identificar
de que tipo de informação você precisa
dispor para poder fazê-la.
b) Ler e interpretar, com muita atenção, todas
as informações que compõem o tema
proposto.
c) Optar por uma análise, tomando por base as
informações examinadas e as
possibilidades de desenvolvimento
identificadas.
d) Retomar as informações disponíveis, já
devidamente interpretadas, para determinar
quais delas podem ajudá-la a desenvolver a
via de análise escolhida.
e) À análise que pretende fazer, integrar outras
informações pertinentes de que disponha e
que não tenham sido fornecidas junto com
o tema proposto.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA COLETÂNEA
A leitura deve considerar a linguagem dos
textos da coletânea (verbal, visual, mista, gráfica ou
numérica) e os suportes gêneros textuais que
compõem a coletânea do tema (jornalísticos, jurídicos,
literários, publicitários, artísticos, acadêmicos, digitais,
etc.).
Durante a leitura, marcar as partes importantes
dos textos da coletânea e realizar anotações breves ao
lado dos textos motivadores (associações, definições,
comparações, etc.) são ações essenciais para registrar
ideias no papel e organizar o pensamento.
Com isso, há a interpretação daquilo que a
proposta espera que o candidato apreenda e
desenvolva. Nesse instante, sabe-se da delimitação
temática e discursiva da situação-problema e qual é a
ideologia que emana da coletânea, sem que haja
possibilidade de fuga ou tangenciamento do tema.
a
Além disso, tem-se precisão das ideias centrais
expressas pelos textos, imagens, gráficos, bem como
da ideia fundamental ou essencial da proposta de
redação enquanto gênero discursivo.
ANÁLISE DO TEMA
Esse trabalho consiste a princípio em listar – de
maneira mais ou menos caótica – todos os sinais: fatos,
fenômenos, eventos, ocorrências, ações, a respeito da
frase-tema e dos textos da coletânea. Geralmente esse
exercício depende muito das dimensões do trabalho,
dos seus objetivos e do público-alvo a que se destina.
Significa analisar do que tratam os textos da
coletânea apresentada, ou seja,verificar o assunto em
torno do qual as informações se organizam, identificar
quem fala (as referências aos sujeitos ou instituições),
qual o contexto de produção dos textos, qual seria o
foco ideológico do discurso.
 Esse primeiro passo consiste na demarcação das
ideias principais e associações de ideias, utilizando
frases, expressões ou palavras. Para perceber as
relações entre ideias, fatos, fenômenos, seres ou
objetos, a inteligência humana precisa discriminar,
dividir, isolar os problemas a fim de resolvê-lo.
A análise caracteriza-se pelo senso de detalhe, da
exatidão, preocupando-se mais com as diferenças
entre os fatos do que com suas semelhanças ou
analogias. Uma Análise Informal dispensa a exatidão
absoluta e consiste em discernir ou distinguir vários
caracteres ou aspectos constitutivos de um tema ou
assunto.
TEMA DE REDAÇÃO – ENEM 2016
TEXTO I
Em consonância com a Constituição da
República Federativa do Brasil e com toda a
legislação que assegura a liberdade de crença
religiosa às pessoas, além de proteção e respeito às
manifestações religiosas, a laicidade do Estado deve
ser buscada, afastando a possibilidade de
interferência de correntes religiosas em matérias
sociais, políticas, culturais etc.
Disponível em: www.mprj.mp.br. Acesso em: 21 maio
2016 (fragmento).
TEXTO II
O direito de criticar dogmas e
encaminhamentos é assegurado como liberdade de
expressão, mas atitudes agressivas, ofensas e
tratamento diferenciado a alguém em função de
crença ou de não ter religião são crimes
inafiançáveis e imprescritíveis.
STECK, J. Intolerância religiosa é crime de ódio e fere a
dignidade. Jornal do Senado. Acesso em: 21 maio 2016
(fragmento).
TEXTO III
CAPÍTULO I
Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso Ultraje a
culto e impedimento ou perturbação de ato a ele
relativo
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente,
por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto
religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou
multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência,
a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da
correspondenteà violência.
BRASIL. Código Penal. Disponível em:
www.planalto.gov.br. Acesso em: 21 maio 2016
(fragmento).
TEXTO IV
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com
base nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema Caminhos para combater a
intolerância religiosa no Brasil apresentando
proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de
seu ponto de vista.
INSTRUÇÕES:
• O rascunho da redação deve ser feito no
espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na
folha própria, em até 30 linhas.
• A redação com até 7 (sete) linhas escritas
será considerada “insuficiente” e receberá
nota zero.
• A redação que fugir ao tema ou que não
atender ao tipo dissertativo-
argumentativo receberá nota zero.
• A redação que apresentar proposta de
intervenção que desrespeite os direitos
humanos receberá nota zero.
A redação que apresentar cópia dos textos da
Proposta de Redação terá o número de linhas
copiadas desconsiderado para efeito de correção.
ORGANIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
A forma de organização das informações, o grau
de aceitabilidade delas por parte do leitor, as relações
de concordância, discordância, acréscimo, adaptação
com os textos motivadores ajudam na formulação do
posicionamento do leitor.
Em todos esses procedimentos acontece a
manipulação do conhecimento prévio do leitor com as
informações obtidas da leitura e síntese dos textos.
CLASSIFICAÇÃO DOS DADOS
 A Classificação estabelece as relações de
dependência e hierarquia entre as partes de um tema
ou assunto.
A classificação nos permite estabelecer um padrão
de organização, além de coordenar, esclarecer e
transmitir ideias, informações ou conhecimento,
consoante as relações hierárquicas e essenciais entre
os fenômenos ou ações. Dessa forma, classificar
significa hierarquizar.
No âmbito comum, a classificação pode consistir
num procedimento arbitrário e convencional, porque as
analogias e as distinções dependem dos critérios e dos
propósitos do autor ou pesquisador, como: intenção,
grau de informação, circunstâncias, público, tipo de
texto, etc.
RELAÇÃO ENTRE AS IDEIAS
Ao classificar, devemos considerar dois tipos de
relação: a coordenação e a subordinação. Ações,
fatos, ideias, ocorrências ou eventos podem ser
coordenados entre si e ao mesmo tempo subordinados
a categorias em que estão contidos.
Quando estamos lidando com temas de ordem
contemporânea (atualidades), as manifestações dos
eventos ou dos fatos podem ser associadas às diversas
áreas sociais, como política, cultura, ciência, saúde,
ética, trabalho, educação, economia, direito, meio
ambiente, segurança, sociedade, etc.
Assim, o autor associa informações, dados,
opiniões, exemplos etc., tanto as suas ideias quanto as
dos textos de apoio. Nesse momento entra em jogo as
relações semânticas entre as ideias para a construção
do raciocínio.
São relações que seguem o fio condutor de um
percurso temático lógico. Portanto, podem ser de
adversidade, explicação, conclusão, alternância,
adição, causa-consequência, concessão, comparação,
condição, conformação, finalidade, proporcionalidade,
tempo.
2011 – Viver em rede no século XXI: os limites
entre o público e o privado
a) Era digital e a legitimidade da Ética
informação
b) Ciberespaço e a conduta do Ética
internauta
c) Internet e o uso consciente da rede Cidadania
d) Redes sociais e a exposição virtual Violência
e) Mídias e manipulação midiática Consumo
f) Conexão e responsabilidade sobre a Ética e
informação Cidadania
g) Globalização e a vigilância no Política
ciberespaço
DEFINIÇÃO DO PONTO DE VISTA
A Definição é uma proposição afirmativa curta e
clara com a finalidade de expressar a compreensão de
uma ideia. É uma frase capaz de dar a entender de
forma objetiva aquilo que se quer traduzir: ideia, tema,
ser, objeto, coisa, etc. Por meio da definição, tem-se
precisamente a compreensão que caracteriza um
determinado conceito.
Com frequência, a definição é usada no sentido de
descrever, caracterizar ou explicar, pois a
determinação de coisas ou atos particulares pode ser
construída por características ou descrições.
Em termos gramaticais, a definição é uma
proposição de ordem predicativa: uma frase formada
por sujeito, verbo, predicativo e/ou adjuntos, o que pode
ser expresso por:
Sujeito = Predicado + Adj.
ou
Termo = Predicado + Adj.1 + Adj.2 + ... Adj.nº
Termo ou Conceito > Sujeito
(=) Sinal de Igualdade > Verbo de ligação
Predicado > Característica
Adjuntos Adverbiais > Circunstâncias
Exemplo:
a) O Brasil é o país do futuro.
b) A economia brasileira está em recessão.
c) Fica evidente a urgência de maior diálogo entre
Governo e sociedade para a resolução da referida
temática.
Assim, a definição consiste em relacionar um
termo ou conceito a uma caracterização (predicativo).
A estrutura frasal é rígida, isto é, formada por um
modelo fixo, e de ordem afirmativa de modo a atender
clareza, precisão e objetividade.
ELABORAR SÍNTESE DO TEXTO
A Síntese nos permite uma visão de conjunto, pois
apoia-se nas semelhanças ou analogias entre os temas
ou ideias, fenômenos, sujeitos, fatos ou fatores. É a
tradução em forma de resumo das ideais principais dos
textos da proposta de redação.
O autor escreve uma síntese envolvendo a ideia
central (tese) e as ideias secundárias que ajudam na
compreensão da totalidade do enunciado. Com esse
procedimento, o autor sente-se instigado a despertar o
seu próprio repertório sociocultural, isto é, o seu
conteúdo de mundo.

TEXTO DE ANÁLISE
Tema: Desafios para a formação educacional de
surdos no Brasil
“Toda hora é hora de fazer o que é certo”, a
célebre frase do pensador estadunidense Martin
Luther King Jr. evidencia a necessidade da atuação
governamental com o intuito de sanar os desafios
para a formação educacional de surdos no Brasil.
Tais entraves ocorrem devido a duas causas
principais: a pouca confiança que muitos pais têm e
a falta de professores.
Com efeito, evidencia-se que muitos
responsáveis de jovens surdos sentem-se inseguros
em colocar seus filhos em escolas para conviverem
com outros indivíduos. Tal situação pode ser
ratificada pela informação do INEP de que, em 2012,
os números de matrículas de surdos na educação
básica e na especial vêm decrescendo. Nesse
contexto, pode-se afirmar que essa insegurança é
causada, na maioria das vezes, pelo medo de o
menor de idade surdo sofrer discriminação na
escola, porque o Brasil é um país onde os indivíduos
não são ensinados, de modo eficaz, a terem empatia
– fato observado na existência de diversos
preconceitos nessa sociedade. Dessa forma,
verifica-se a essencialidade de o Estado mudar esse
panorama, a fim de vencer os desafios para a
formação educacional dos surdos.
Outrossim, é válido ressaltar que o preparo
insuficiente dos professores para lidar com
indivíduos com deficiência auditiva é um enorme
problema para a efetivação da educação inclusiva.
Essa realidade é comprovada a partir do dado do
Tribunal de Contas do Paraná, o qual mostra que
75% dos docentes não se sentem preparados para
ministrar aulas a pessoas com algum tipo e
necessidade individual específica. Isso é resultado
de nem todos os professores serem fluentes na
Língua Brasileira de Sinais (Libras) e/ou de muitos
não conseguirem elaborar uma didática
compreensiva e educativa a surdos. Nesse sentido,
vê-se a imprescindibilidade de combater esse
desafio da capacitação precária dos docentes, de
modo a efetivara escolarização de surdos, pois –
conforme o filósofo Immanuel Kant – o ser humano é
produto da educação recebida.
Destarte, notam-se entraves para a PARÁGRAFO-PADRÃO
escolarização de surdos no Brasil, sendo mister
solucioná-los. Para tanto,primeiramente, o Ministério
da Educação deve diminuir a insegurança dos
responsáveis por surdos – por meio da introdução,
no currículo escolar básico, da disciplina Respeito
Cidadão, com o intuito de minorar os riscos de haver
discriminação nas escolas; além da promoção de
campanhas, nas mídias televisivas e nas redes
sociais, as quais visem à conquista da confiança dos
pais de deficientes auditivos, a partir da
argumentação de psicopedagogos, de modo a
aumentar as matrículas, nos colégios, desses
cidadãos necessitados de inclusão.
Secundariamente, o Poder Executivo precisa
melhorar a capacitação de professores – por
intermédio da introdução, como obrigatório, na grade
curricular dos cursos de licenciatura e de pedagogia,
do ensino da Libras e da matéria Didática Inclusiva.
Assim, efetivar-se-á a formação educacional de
surdos e seguir-se-á a frase de Martin Luther King Jr.
PARAGRAFAÇÃO E TÍTULO
A Estrutura formal do texto dissertativo-
argumentativo requer em sua constituição o estilo em
prosa, isto é, a construção do texto a partir de
parágrafos: unidades de ideia constituídas por
períodos. Geralmente, na dissertação argumentativa,
são delimitados pelo ponto simples(.).
Respeite os limites da folha de redação: a escritura
dos parágrafos deve obedecer às margens inicial e final
do espaço destinado à produção textual, conforme a
Translineação das palavras.
Os inícios de cada parágrafo devem constar de
espaçamento (um ou dois dedos) e estar alinhados na
ordem vertical (de cima para baixo).Comece
parágrafos, frases e nomes próprios com letras
maiúsculas e escreva o texto com caligrafia legível.
Evite rasuras, mas caso aconteça um erro, faça um
risco sobre a(s) palavra(s) incorreta(s) e escreva
novamente em seguida.
Cada parágrafo tem em sua formação um número
de linhas a seu dispor, de acordo com as partes do
texto:
- Introdução: 4 a 7 linhas;
- Parágrafos do Desenvolvimento: 5 a 10 linhas;
- Conclusão, juntamente com a Proposta de
Intervenção: 5 a 10 linhas.
O Título do texto é centralizado, com inicial
maiúscula (aos demais nomes é facultada a inicial
maiúscula), de modo a atender à grafia dos nomes ou
substantivos próprios. Na dissertação, é comum o título
admitir os sinais de interrogação (?), dois-pontos (:),
parênteses (), hífen (-), aspas (“”). Na redação do
ENEM o título não é obrigatório, ou seja, é facultado o
uso do título.
Parágrafo é uma unidade de ideia composta por um
ou mais de um período. No parágrafo-padrão, é
desenvolvida uma ideia central ou nuclear, chamada de
tópico frasal, à qual se agregam outras ideias
secundárias numa relação lógica de sentido.
Por conseguinte, enquanto unidade de
composição, deve ser “suficientemente ampla para
conter um processo completo de raciocínio e
suficientemente curta para nos permitir a análise dos
componentes desse processo, na medida em que
contribui para a tarefa de comunicação” (Trainor e
McLaughlin, 1963: 402). Assim, o parágrafo se torna um
mecanismo didático na organização, na transmissão e na
expressão do discurso.
TÓPICO FRASAL
É a principal proposição de um parágrafo, é uma
afirmação constituída por um período curto. O tópico
frasal encerra a ideia central do parágrafo, ou seja, é a
declaração do juízo de opinião do autor.
O PARÁGRAFO DE INTRODUÇÃO
Segundo Othon Moacyr Garcia (2010, p. 222), é o
parágrafo que expressa de maneira sumária e sucinta a
ideia-núcleo (tópico frasal).
Em outras palavras, é a apresentação resumida e
contextualizada, de cunho expositivo, na qual se expõe
uma tese (ponto de vista assumido), o tema ou situação-
problema, e ideias secundárias: uma síntese de
informações que resume previamente os argumentos
selecionados, a fim de serem desenvolvidos. A
introdução pode ser elaborada entre 4 e 7 linhas.
No ato da elaboração textual, o autor precisa dar
indícios ou pistas que possam situar o leitor no cenário
de abordagem do tema. São sinais que indicam noções
como tempo, espaço, temas e sujeitos envolvidos na
situação real e global a respeito do tema. Nesse caso,
portanto, parágrafos contextualizados, no mínimo,
respondem às seguintes questões:
Quando?
Onde?
Quem?
O quê?
Exemplo:
“Ao despontar como potência econômica do
século XXI, o Brasil tem cada vez mais atraído os
olhares do mundo, chamando a atenção da mídia, de
grandes empresas e de outros países. Contudo, é
outro olhar não menos importante que deveria
começar a nos sensibilizar mais: o olhar
marginalizado e cheio de esperança daqueles que
não têm dinheiro, dos famintos e desempregados ao
redor do globo. São pessoas com esse perfil que
majoritariamente contribuem para o crescente
volume de imigrantes no país, e o que se vê é uma
ausência de políticas públicas eficientes para receber
e integrar essas pessoas à sociedade.”
Tese: Proposição que se apresenta para ser
defendida. Definição, posicionamento ou perspectiva
tomada em relação ao tema. É relacionada a uma síntese
de informações (ideias secundárias), que resume
previamente os argumentos selecionados, a fim de
serem desenvolvidos.
TIPOS DE INTRODUÇÃO
FRASES NOMINAIS
São frases cujo núcleo nominal é composto
normalmente por substantivos ou adjetivos (sintagma
nominal). Consiste em dispor de forma enumerativa e
gradativa, logo de início, fatores que caracterizam o
tema, para em seguida ser apresentada uma explicação
ou esclarecimento acerca das características dispostas.
A sequenciação dos termos ou expressões se dá por
meio de vírgulas, ponto e vírgula ou pontos.
“Egoísmo. Irresponsabilidade. Imaturidade.
imprudência. Essas são as únicas explicações para
tentar entender o que leva uma pessoa que consome
bebida alcoólica a dirigir e a pôr em risco a sua e a de
tantas outras vidas. A Lei Seca, que recentemente foi
implantada no Brasil, tem o intuito de coibir a
associação de álcool e direção, e de reduzir o maior
número de mortes causadas por essa associação.
Apesar de já mostrar alguns resultados, a Lei
demanda maior fiscalização, pois, é preciso eliminar
a habitual certeza de impunidade que há no país.”
CONCEITUAÇÃO
Significa aplicar um conceito ou concepção em
relação ao tema. É a definição a respeito de um dos
termos ou ideia contidos no enunciado temático proposto
pela prova de redação. Isso demonstra domínio dos
termos, precisão vocabular ao tema, objetividade e
clareza, além do caráter de informatividade e atualização
da parte do autor.
“A língua é todo código estabelecido entre os
falantes de uma determinada comunidade linguística,
a fim de estabelecer o processo de comunicação
entre os mesmos. Com isso, é importante destacar o
preconceito linguístico no país, visto que a
manifestação do código é permeada por variações
etárias, regionais, sociais, ou mesmo de gênero.
Sendo assim, torna-se imprescindível a noção acerca
da diferença na quebra de modelos excludentes que
envolvem a linguagem verbal na atualidade.”
INTERROGAÇÃO
A introdução é lançada a partir de um
questionamento em torno do tema principal e será o mote
da discussão ou debate. É necessário que ao decorrer do
texto a pergunta seja respondida.
“Como a leitura pode transformar nossa
realidade? A leitura é extremamente importante, não
apenas por ser fundamental em nossa formação
intelectual, mas também por permitir a todos um
acesso a um mundo de informações, ideias e sonhos.
Em vista disso é possível sim mudar a realidade, pois
ler é ampliar horizontes e deixar que a imaginação
desenhe situações e lugares desconhecidos e isto é
um direito de todos.”
FRASE DECLARATIVA OU AFIRMATIVA
É a frase afirmativa, a proposição inicial que
apresenta o ponto de vista assumido. É o enunciar de
forma clara e objetiva. Ao iniciar o texto utilizando desta
estratégia, o locutor (autor) demonstra, em seu discurso,
que tem convicção, domínio e competência para lidar
com o tema em discussão.
“É inegável a importância da orientação
econômica para a sociedade. É ela que propicia a
racionalização das ações de compra, investimento e
poupança. Dessa forma, a educação financeira
destaca-se por contribuir para o país ao fomentar a
conscientização dos atuais consumidores ativos,
bem como dos futuros.”
COMPARAÇÃO
Estabelece-se dois focos para pôr em confronto;
dois parâmetros que vão guiar o desenvolvimento do
texto a partir da analogia realizada, ou seja, do produto
da discriminação dos fatores. A comparação pode ser de
ordem histórica, geográfica, sociológica e dentre outras.
As comparações geralmente são encaixadas pelos
seguintes conectivos: tão...como/que/quanto;
mais...como/que/quanto; mais...como/que/quanto;
menos... mais/menos...do que; maior/menor...do que;
melhor/pior...do que; tal...qual; tanto...quanto; como;
assim como; bem como; como se; que nem.
“Frequentemente nota-se que em países em
desenvolvimento como Chile ou Argentina, há um
investimento maior na formação e na valorização da
principal ferramenta da educação: o professor. Nessa
perspectiva, se comparados ao Brasil, verifica-se que
existem, também, formas de investimento nesse
profissional, muito embora a qualidade da educação
fique aquém em relação àqueles países. Desse modo,
um olhar arcaico sobre a educação e uma
responsabilidade mínima com o ensino são
preocupações relevantes nessa discussão. Assim, o
Governo deve reformular seu sistema educacional de
maneira a não somente valorizar o professor, mas
também o processo educacional como um todo.”
CITAÇÃO
O autor faz uso da citação ao emprestar as palavras
ou discurso de outrem para tomar como ponto de partida
da produção textual a fim de estabelecer um raciocínio
lógico em favor do seu pensamento. Ao realizar essa
inserção do discurso de alguém em seu texto o escritor
atende à intertextualidade: relação dialógica entre textos.
“No livro O cidadão de papel, Gilberto
Dimenstein assinala o seguinte: “Entender a infância
marginal significa entender porque um menino vai
para a rua e não à escola”. E a partir daí, é possível
depreender sobre a importância de conhecer as
condições sociais da criança que é mais uma nas
estatísticas da evasão escolar.”
FATOR HISTÓRICO
O autor se vale de analogias a registros históricos
para empreender a sua discussão e relacionar com o
cenário contemporâneo.
“A fase que ficou conhecida na história como
Capitalismo Industrial, a partir da Revolução
Industrial no século XVIII, teve como produto
emblemático a máquina; com isso, houve a
inauguração de uma era edificada pela inserção da
tecnologia na sociedade e isto iniciaria alterações
nas práticas, nos modos de produção e valores de
vida. O progresso científico foi tamanho que
ocorreram novas evoluções tecnológicas: uma de
ordem técnico-científica e a Revolução Técnico-
científica e Informacional, que marcou de vez o início
da Era digital.”
OPOSIÇÃO
Trata de estabelecer uma relação bem clara entre
informações contrapostas. Na articulação entre as ideias,
há sempre a presença de elementos formais como
conjunções ou locuções conjuntivas de ordem
adversativa: mas; porém; todavia; contudo; no
entanto; entretanto; não obstante. Entretanto, a
articulação de contraste entre as ideias, também, é
estabelecida por meio da relação semântica das
informações.
“Nos últimos anos, com eventos como a Copa do
Mundo e as Olimpíadas, o país passou por inúmeras
obras em relação à sua estrutura urbana que
facilitaram bastante o acesso dos cidadãos, como
também possibilitaram maior fluxo de veículos,
produtos e serviços. No entanto, cabe destacar que
ainda congestionamentos (nas principais
metrópoles), emissão de gases poluentes e falta de
consciência do cidadão brasileiro são entraves ao
pleno desenvolvimento da mobilidade urbana no
Brasil. Logo, é evidente que os investimentos nas
melhorias de deslocamento dentro da urbe são
fulcrais.”
ENUMERAÇÃO
Consiste em dispor uma série de características,
fatos ou dados que correspondem diretamente ao tema
proposto, para em seguida ser desenvolvidos. A
enumeração atribui à introdução um ritmo de gradação
sequencial de ideias, uma entonação objetiva e clara
acerca do tema, que pode ser estabelecida por meio de
vírgulas (,), ponto e vírgula (;) ou pontos (.).
“Fatores como: alto índice de inadimplência,
falta de organização orçamentaria e pouca orientação
são indícios característicos da postura econômica do
brasileiro em relação às finanças pessoais. No Brasil,
essa discussão ganha relevância a partir da atual
conjuntura financeira e da necessidade de haver
maior adaptação do cidadão às mudanças
capitalistas atuais. Por isso, o Governo deve investir
em maior formação nessa área, aliada à
conscientização da sociedade.”
NARRATIVA ILUSTRATIVA
Nesse caso, usa-se um trecho descritivo-narrativo
para ilustrar o assunto do texto, que é apresentado, de
modo mais objetivo, logo em seguida. Depois de
visualizar a cena, o leitor é informado que se trata da
construção figurativa do tema, o que representa o
funcionamento de um percurso temático (ideias
abstratas).
 “Nas telas do cinema, Batman é o justiceiro que São recursos utilizados para desenvolver os
caça os bandidos e criminosos, como o Coringa, na argumentos, de modo a convencer o leitor, como:
fictícia Gothan City. No Brasil, de maneira análoga e
longe das salas de cinema, com a violência e o ◆ exemplos;
descrédito nas instituições segurança pública, ◆ dados estatísticos;
muitos indivíduos se colocam na condição de fazer ◆ pesquisas;
“justiça com as próprias mãos” contra infratores da ◆ fatos comprováveis;
ordem social. No entanto, essa postura de selvageria ◆ citações ou depoimentos de pessoas
fere os Direitos Humanos e a violência nunca se especializadas no assunto;
configurou uma solução à desordem ou à ◆ alusões históricas; e
insegurança.” ◆ comparações entre fatos, situações, épocas
ou lugares distintos.

O PARÁGRAFO DE DESENVOLVIMENTO ARGUMENTAÇÃO POR EXEMPLIFICAÇÃO

Os exemplos devem ter representatividade no

É o corpo do texto, no qual se organiza o
contexto, porque a amostra deve representar a
pensamento. É composto pelos argumentos que no caso
afirmação. A utilização de exemplos para reforçar a
é a defesa do posicionamento adotado.
nossa argumentação é recorrente no nosso dia a dia. É
necessário que os exemplos sejam precisos. Devemos
Trata da forma como você seleciona, relaciona,
usar mais de um exemplo, pois uma proposição para
organiza e interpreta informações, fatos, opiniões e
ser comprovada necessita de diferentes exemplos.
argumentos em defesa do ponto de vista defendido como
tese.
“Muitos espaços que deveriam receber
pacientes de maneira profissional, ética e com toda
É preciso elaborar um texto que apresente,
a assistência possível não cumprem com a lei e, por
claramente, uma ideia a ser defendida e os argumentos
conseguinte, acabam ferindo os direitos humanos.
que justifiquem a posição assumida por você em relação
Desse modo, agressões verbais, proibição do parto
à temática exigida pela proposta de redação.
assistido pelo companheiro ou familiar, imposição
de procedimentos contra a vontade da mulher,
ARGUMENTO
profissionais despreparados são apenas alguns
exemplos de formas de violência no parto. Por isso,
[Do latim argumentu S.m., de arguere v.]
o ambiente hospitalar, muitas vezes, torna-se um
(convencer, arguir, refutar, afirmar, declarar)
lugar nocivo à saúde da mulher e até mesmo
desumano.”
1. razão, raciocínio que conduz à indução ou
dedução de algo;
ARGUMENTAÇÃO POR COMPROVAÇÃO
2. Prova que serve para afirmar ou negar fato;
3. Recurso para convencer alguém, para alterar-
A sustentação da argumentação dar-se-á por meio
lhe a opinião ou o comportamento.
das informações apresentadas (dados, estatísticas,
percentuais) que a acompanham. Estatísticas e dados
Argumento é vocábulo que se usa para designar o
percentuais costumam ser encarados, pelo leitor, como
raciocínio, seja escrito ou oral, em virtude do qual se
uma comprovação da opinião emitida pelo autor do
procura provar, mostrar ou evidenciar a veracidade,
texto: os números falam por si mesmos (desde que
procedência ou exatidão de afirmação (tese) feita.
sejam confiáveis).
Argumentar é a capacidade de relacionar fatos,
“Nesse aspecto, dentro do atual cenário político
teses, estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções
e econômico, o incremento às associações ou às
a fim de embasar determinado pensamento ou ideia.
entidades sociais se faz de extrema necessidade.
Pois segundo pesquisa da Fundação Getúlio
Um texto argumentativo sempre é feito visando a
Vargas (FGV), existem mais de 290 milhões de
um destinatário (leitor universal). O objetivo desse tipo de
organizações sem fins lucrativos que geram em
texto é convencer, persuadir, levar o leitor a seguir uma
torno de 2,1 vagas de empregos no Brasil, o que é
linha de raciocínio e a concordar com ela.
bastante positivo para o atual contexto de crise que
o país vive. Desse modo, percebe-se a grande
Para que a argumentação seja convincente é
contribuição do terceiro setor a partir do momento
necessário levar o leitor a não refutar o raciocínio
que se torna uma certa opção ao combate ao
desenvolvido, de modo que ele seja induzido a concordar
desemprego.”
com os argumentos expostos.
ARGUMENTAÇÃO POR RACIOCÍNIO LÓGICO:
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
CAUSA E CONSEQUÊNCIA
Na dissertação argumentativa, o candidato precisa
Nesse tipo de argumento, a relação de causa e
utilizar estratégias argumentativas para expor o
efeito é o recurso utilizado pelo produtor textual para
problema discutido no texto e detalhar os argumentos
demonstrar que a conclusão a que ele chegou é
utilizados.
necessária, além de coerente, e não um simples fruto
de interpretação pessoal e facilmente contestável.
“Os efeitos do fumo no organismo são
devastadores. Devido à ingestão demasiada e
frequente de nicotina, o cérebro humano passa a se
adaptar e é condicionado a necessitar de mais
doses da substância. Dessa forma, Por
conseguinte, não só a mente mas também o corpo
passa a estabelecer uma relação de dependência
com o cigarro. Porém, ainda assim existem aqueles
que não se preocupam com a saúde e são vítimas
do vício.”
ARGUMENTAÇÃO POR SENSO COMUM
Senso comum é um saber que nasce da
experiência quotidiana, da vida que os homens levam
em sociedade. Ele descreve as crenças e proposições
que aparecem como normais, sem dependerem de
uma investigação detalhada para alcançar verdades
mais profundas como as científicas.
“Apesar da criação dessa Lei, animais de
todas as espécies são violentados diariamente. As
principais vítimas dessas violências são os animais
que “moram” na rua. Estes encontram abrigo nas
calçadas, ficando expostos a possíveis atos
violentos contra eles e, por não possuírem donos e
um lar, a probabilidade dos autores de tais atos
serem punidos é quase nula. Desse modo, é
importante com o máximo de urgência na aplicação
efetiva da Lei para coibir o número de abusos de
animais.”
ARGUMENTO DE AUTORIDADE
É comum, para comprovar algo, recorrer a
alguns autores que já falaram sobre o tema e que
confirmam aquilo que estamos dizendo. É claro que
para isso, devemos buscar autores renomados,
autoridades que demonstram domínio do saber em
uma certa área da atividade humana.
Essa autoridade tanto pode ser uma pessoa
como uma obra ou instituição. Isso mostra
conhecimento da parte do autor e que tem propriedade
em falar sobre o assunto.
“O estado de barbárie coletiva se instaura a
partir do momento que a segurança pública não
consegue desempenhar sua função enquanto
instituição. E dessa forma, de acordo com o filósofo
René Girard, “qualquer comunidade às voltas com
a violência, ou oprimida por uma desgraça
qualquer, irá se lançar, de bom grado, em uma caça
cega ao ‘bode expiatório’. Os homens querem se
convencer de que todos os seus males provêm de
um único responsável, do qual será fácil livrar-se.”.
Sendo assim, a sociedade acaba por quebrar os
preceitos contratuais de vivência e assume uma
postura primitiva de selvageria.”
ARGUMENTAÇÃO POR ALUSÃO HISTÓRICA
O autor se vale da referência histórica no
sentido de estabelecer uma comparação com algum
fato contemporâneo, a fim de embasar ou defender a
tese. É importante relacionar o fato histórico ao fato
atual, ou seja, significa dar uma função argumentativa
à alusão histórica.
“Os Jogos Olímpicos que ocorreram no país
sem dúvida deixarão valores e recursos valiosos à
sociedade. Na Grécia Antiga, o esporte era cultuado
a ponto de os gregos, mesmo estando em guerras,
cessarem os conflitos para comungar da prática do
esporte, com os jogos Olímpicos, que aconteciam
na cidade de Olímpia, e essa prática deixava como
herança o contato entre as diversas culturas, a
união e a disciplina. Assim como nos jogos antigos,
os jogos Olímpicos, no Brasil, com certeza deixarão
um legado não só de paz e união, mas também de
vários empregos diretos e indiretos, o que irá
dinamizar bastante a economia. Desse modo,
percebe-se a comunhão entre as culturas, fruto da
relação estabelecida entre os povos, a partir de um
evento mundial.”
ARGUMENTAÇÃO POR ANALOGIA
A argumentação por analogia consiste na
comparação entre fatos, situações, épocas ou lugares
distintos, com outro caso semelhante, que permita
reforçar determinado aspecto do argumento. Os
elementos parecidos entre as situações devem ser
significativos. Neste tipo de argumentos parte-se da
semelhança entre duas coisas, para se concluir que a
propriedade de uma é a mesma que podemos
encontrar na outra.
“A comicidade é um importante mecanismo
de didática social, pois desperta a capacidade do
indivíduo perceber seus erros de forma jocosa e
melhorar sua contribuição para a prática cidadã.
Atualmente, os comediantes de “stand-up” (ou
humor inteligente) são os principais usuários dessa
ação e conquanto o acesso seja reduzido, eles
expõem assuntos do cotidiano e envolvem o
receptor ao ponto de reconhecê-lo no tema, para
então satirizar e criticar as prováveis decisões.
Esse recurso abordado pode ser comparado a uma
adaptação do “ridendo castigat mores” - rindo
corrigi-se os costumes – utilizado pelo autor Gil
Vicente em obras como “O Auto da Barca do
Inferno”. Assim, o “stand-up”, embora ainda
restrito, pode ser uma ferramenta de
conscientização cidadã.”
MÉTODO DIALÉTICO
Um argumento pode ser definido como uma
justaposição de duas afirmações opostas, argumento e
contra-argumento (argumento dialético). Em outras
palavras, a dialética comporta tese, antítese e síntese.
A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada.
A antítese é uma oposição à tese. Do conflito entre tese
e antítese surge a síntese, que é uma situação nova
que carrega dentro de si elementos resultantes desse
embate.
 “São inegáveis os benefícios que médicos e
enfermeiros prestam ao serviço público de saúde,
pois podemos perceber vários grupos de
profissionais engajados em causas sem fins
lucrativos, como ações sociais, atendimento a
moradores de ruas e as chamadas “terapias do
riso” com pacientes com terminais. No entanto, a
atual configuração da saúde no país não condiz
com o esforço de trabalhadores como esses, visto
que muitas vezes as condições trabalhistas,
estruturais e morais não são contempladas com a
dignidade merecida a eles. Logo, é dever do Estado
promover melhorias na área da saúde de modo a
valorizar melhor os profissionais
compromissados.”
MÉTODO DEDUTIVO
A dedução parte de uma premissa geral para outra
mais específica. A partir de premissas (afirmações,
argumentos) é deduzida uma dada conclusão que se
apresenta como necessária e válida. Nestes
argumentos a verdade das premissas assegura a
verdade da conclusão.
“Ademais, o humor também detém o poder de
estimular às ideias preconceituosas. É de
conhecimento comum piadas com conotação
discriminatória, sobretudo de caráter xenofóbico.
Tais formas de humor são combustíveis para
alimentar ações radicais de ódio e vingança, a
exemplo do atentado terrorista aos cartunistas do
jornal francês “Charlie Herbdo”. De fato, foi uma
tragédia horrível, e ainda que seja alegado
liberdade de expressão, a visão empregada nas
charges foi o estopim do ataque terrorista. Dessa
forma, a ideologia transmitida pelo humor acaba
também por incitar ao conflito e gerar uma barreira
ao bem-estar social.”
MÉTODO INDUTIVO
A indução está relacionada a diversos casos
particulares que chegam a uma conclusão geral. A
partir de um conjunto de premissas particulares
induzimos uma conclusão mais geral que se apresenta
como logicamente possível ou provável. Neste caso, a
conclusão ultrapassa o conteúdo das premissas.
“Segundo dados do Ministério da Justiça,
desde a década de 90 até hoje, o índice de
mortalidade triplicou, e um dos principais casos
registrados envolvem jovens de 15 a 29 anos,
comprovando o aumento dessa pertinente
anomalia social. Portanto, é vital abordar de forma
mais séria o assunto da violência no país, pois
muitos, por exemplo, são jovens.”
A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
SOCIAL
Competência 5 – Elaborar proposta de
intervenção para o problema abordado,
respeitando os direitos humanos.
O quinto aspecto a ser avaliado no seu texto é
a apresentação de uma proposta de intervenção para o
problema abordado. Essa proposta deve considerar os
pontos abordados na argumentação, deve manter
vínculo direto com a tese desenvolvida no texto e
coerência com os argumentos utilizados, já que
expressa a sua visão, como autor, das possíveis
soluções para a questão discutida.
A proposta de intervenção precisa ser
detalhada de modo a permitir ao leitor o julgamento
sobre sua exequibilidade, portanto, deve conter a
exposição da intervenção sugerida e o detalhamento
dos meios para realizá-la.
A proposta deve, ainda, refletir os
conhecimentos de mundo de quem a redige, e a
coerência da argumentação será um dos aspectos
decisivos no processo de avaliação. É necessário que
ela respeite os direitos humanos, que não rompa com
valores como cidadania, liberdade, solidariedade e
diversidade cultural.
Ao redigir seu texto, procure evitar propostas
vagas, gerais; busque propostas mais concretas,
específicas, consistentes com o desenvolvimento de
suas ideias. Antes de elaborar sua proposta, procure
responder às seguintes perguntas: O que é possível
apresentar como proposta de intervenção na vida
social? Como viabilizar essa proposta? Quem será o
responsável por executar a intervenção e quem serão
os beneficiados?
“Por conseguinte, percebemos a
importância da constante luta pela dignidade da
mulher, pois é insistente, ainda, o mal da violência
contra o gênero feminino no país. Desta feita, a
sociedade tem fundamental responsabilidade
nessa questão, no sentido de agir de forma a
incentivar a denúncia e exigir maior justiça das
autoridades. Tal participação da camada social
pode se dar a partir da não conivência com os
casos de conhecimento geral em bairros e
comunidades pelo Brasil afora, além da
mobilização coletiva em campanhas solidárias,
movimentos, ou passeatas em prol do bem
comum.”
O PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO
Concluir um texto não é somente terminá-lo, mas sim
estruturar um parágrafo com comentários ou
afirmações que confirmem os aspectos desenvolvidos
nos parágrafos anteriores.
Pode-se, na conclusão, oferecer uma solução tendo
em vista os argumentos apresentados ao longo do
desenvolvimento do texto, deixar uma mensagem ou
manifestar uma expectativa em relação ao assunto
tratado. Importante é que essa conclusão seja coerente
com o que foi desenvolvido.
 Esse não é o momento de suscitar questionamentos
que não tenham sido esclarecidos nos parágrafos
anteriores, por isso, devem-se evitar frases
interrogativas, a não ser que se trate de perguntas
retóricas, que tenham por objetivo confirmar as ideias
apresentadas.
Vimos até aqui que todo texto é resultado de um
planejamento, que se inicia com a leitura da proposta
de redação (ou a partir de situação sociocomunicativa
real) e que conduz todo o desenvolvimento da
argumentação. A conclusão não deve ser excluída
desse planejamento. Em outras palavras, quem se
dispõe a escrever um texto já deve, antes de iniciá-lo,
ter em mente a conclusão a que deseja conduzir o
leitor.
TIPOS DE CONCLUSÃO
SÍNTESE
Esse tipo de conclusão consiste em um sumário, uma
retomada seletiva do que foi mencionado ao longo do
texto. A conclusão síntese é comum em textos de
caráter mais expositivo, técnico, em que o autor usa a
indução para desenvolver seu texto. Expressões como
desse modo, assim, portanto, em síntese podem ser
usadas para introduzir conclusões desse tipo.
DEDUÇÃO
Nesse caso, deduz-se uma conclusão a partir das
ideias expostas ao longo do texto. Esse tipo de
conclusão é recorrente em textos de caráter mais
argumentativo. Assim, é comum que a conclusão
apenas reafirme a tese. Expressões como pelo que foi
visto, logo, de acordo com o que foi exposto,
deduzindo permitem ao leitor perceber a intenção do
autor.
FRASE OPTATIVA
Com esse tipo de conclusão, fecha-se o texto
deixando evidente, em vista de tudo quanto foi exposto,
um desejo que pode reforçar um caminho ou
apresentar uma proposta de solução, por exemplo.
Nesse tipo de conclusão, é preciso estar
atento para a necessidade de fugir de clichês e jargões.
Trata-se, normalmente, do uso de expressões que
apresentam sugestões vagas e que em nada elucidam
o problema abordado. São exemplos de expressões
desse tipo: todos precisam se conscientizar, o
governo deve tomar providências, o problema não
será resolvido enquanto não houver a participação
de todos, etc.
CITAÇÃO DIRETA, PARAFRASEADA OU
PARODIADA
Para concluir o texto com essa estratégia,
utiliza-se uma citação para estabelecer relação com a
linha argumentativa e para reforçar o ponto de vista
defendido.
AS GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS
A primeira geração seria os direitos de
liberdade, individuais, civis e políticos. Ou seja, um
direito vocacionado às prestações negativas,
abstendo-se o Estado (dever de proteger a esfera de
autonomia do indivíduo). É possível também um papel
ativo desses mesmos direitos, como lembra André de
Carvalho RAMOS, "pois há de se exigir ações do
estado para garantia da segurança pública,
administração da justiça, entre outras".
Por conseguinte, a segunda
geração consiste nos direitos voltados à igualdade
(econômicos, sociais e culturais - próprios de um
vigoroso papel ativo do Estado). Nestes, podemos
identificar duas espécies, com base na doutrina de
André de Carvalho RAMOS, assim: (i) direitos sociais
essencialmente prestacionais, bem conhecidos por
todos (ex.: pedido de medicamentos a favor de um
necessitado), e (ii) os direitos sociais de abstenção (ou
de defesa), com os quais o Estado deve se abster de
interferir de modo indevido (ex.: liberdade de
associação sindical; direito de greve...).
E, para ficar claro, a terceira geração trata
dos direitos de titularidade da comunidade (direitos de
solidariedade/fraternidade). Exemplo singelo é o meio
ambiente, na famosa indagação de Mauro
CAPPELLETTI: "A quem pertence a titularidade do ar
que eu respiro?".
ESTADO E GOVERNO
Por Estado entende-se a unidade
administrativa de um território. Não existe Estado sem
território. O Estado é formado pelo conjunto de
instituições públicas que representam, organizam e
atendem (ao menos em tese) os anseios da população
que habita o seu território.
Entre essas instituições, podemos citar o
governo, as escolas, as prisões, os hospitais públicos,
o exército, dentre outras.
Dessa forma, o governo seria apenas uma das
instituições que compõem o Estado, com a função de
administrá-lo. Os governos são transitórios e
apresentam diferentes formas, que variam de um lugar
para outro, enquanto os Estados são permanentes.
É o governo que administra um estado ou o
país, quando falamos de política e criticamos ou
elogiamos o governo do nosso país significa que
estamos criticando ou elogiando a administração dele.
O governo não é formado por apenas uma pessoa, mas
sim por um grupo de pessoas que se encontram em
várias áreas diferentes que juntas compõem o governo.
“Fica evidente, portanto, que excessos na
publicidade infantil devem ser combatidos, sem
que ocorra o retorno nefasto da censura. Para isso,
é imprescindível o Governo brasileiro regular o
setor. Tal medida pode ser realizada mediante a
fiscalização e criação leis que limitem os
interessados, seguindo as melhores práticas de
referências democráticas como Reino Unido e
Suécia.”
A SOCIEDADE
Reaprender o papel da cidadania é o primeiro
passo para que a realidade comece a mudar. O próprio
Estado democrático dá as principais ferramentas de
mudança: a liberdade de expressão, de associação em
grupos, de participação nas decisões políticas como no
orçamento e, por fim, a do voto.
É necessário tirar da sociedade a ideia de que
as decisões são centralizadas e decididas por "aqueles
políticos", pois se deve reconhecer que "aqueles
políticos" foram escolhidos por ela e sua ação é
legitimada por todos.
“Por conseguinte, percebemos a suas crianças, a partir do constante diálogo entre
importância da constante luta pela dignidade da
mulher, pois é insistente, ainda, o mal da violência
contra o gênero feminino no país. Desta feita, a
sociedade tem fundamental responsabilidade
nessa questão, no sentido de agir de forma a
incentivar a denúncia e exigir maior justiça das
autoridades. Tal participação da camada social
pode se dar a partir da não conivência com os
casos de conhecimento geral em bairros e
comunidades pelo Brasil afora, além da
mobilização coletiva em campanhas solidárias,
movimentos, ou passeatas em prol do bem
comum.”
A ESCOLA
A escola serve para cumprir uma função social,
ou seja, instruir e passar o conhecimento acumulado
por várias gerações que são propostas pela
sociedade. Os conhecimentos que nos são
transmitidos pela escola, tem a função de equalizar as
oportunidades, nos tornar pessoas críticas,
transformadoras, conscientes, criadoras e dessa situação, é imprescindível a intervenção dos
democráticas.
“Portanto, medidas devem ser tomadas a
fim de dirimir as consequências que a bebida
alcoólica pode ocasionar aos motoristas. Nesse
aspecto, em uma atitude de prevenção, a escola
pode incutir à criança e ao adolescente valores de
cidadania, responsabilidade e respeito, por meio de
didáticas em sala de aula que projetem situações
cotidianas no trânsito juntamente com palestras de
agentes de trânsito com o efeito de esclarecer o
futuro motorista sobre a conduta nas vias públicas;
ou ainda, projetos extraclasse de conscientização
ao motorista.”
A FAMÍLIA
A relação da família sempre teve grande
importância no desenvolvimento da sociedade. O
núcleo familiar, pais e filhos, é responsável pela forma
como veremos o mundo no futuro. A escola tem o
objetivo de educar, dar limites ou moralidade.
Não podemos permitir que a influência da família
na sociedade seja desvalorizada, ela é quem define
nossos princípios, o que entendemos por certo e errado
e, principalmente, como nos relacionaremos com os
integrantes de outras famílias. É a partir da nossa casa
que aprendemos como administrar os nossos
sentimentos e tudo isso contribui, completamente, em
como será o comportamento da sociedade
futuramente.
“Sendo assim, para um bom uso da internet
sem cair nas armadilhas que esse meio pode
eventualmente nos apresentar, é necessária a
construção da criticidade e do bom senso dos
jovens usuários da rede. Uma verdadeira presença
familiar capaz de estabelecer um equilíbrio entre os
dois mundos, o real e o virtual, é essencial. Assim,
em primeiro lugar, é papel da família em educar
pais e filhos, além da orientação acerca das novas
tecnologias da informação no que tange aos limites
relacionados ao respeito para com o outro.”
A MÍDIA
A mídia desempenha três funções muito
importantes em nossa vida: divertem, instruem e
informam.
Os meios de comunicação têm, também, uma
obrigação social na formação de indivíduos sábios.
Instruem-nos desde campanhas até as propagandas
governamentais nos ensinando a como lidar com as
urnas eletrônicas em tempos de eleições.
Uma das principais funções que ganha maior
destaque é a Mídia servindo como meio de informação,
quebrando barreiras e servindo como formadora de
opinião.
“Portanto, para impedir a continuidade
principais meios de comunicação como jornais,
rádio, televisão e internet. Tal medida deve ser
aplicada por meio da divulgação do respeito ao
outro e da assistência aos imigrantes, ideais estes
que devem ser reforçados por campanhas e por
propagandas com atores, artistas e outras pessoas
públicas, a fim de que o incentivo seja
compartilhado pela maioria.”
O TERCEIRO SETOR
Em termos ideológicos, poderia ser definido dentro
do campo da social-democracia, pois pretende tornar o
capitalismo mais humano. Os seus membros se
entendem mais como gestores sociais.
O Terceiro Setor é o conjunto de agentes privados
com fins públicos, cujos programas visam atender
direitos sociais básicos e combater a exclusão social e,
mais recentemente, proteger o patrimônio ecológico. A
presença deste componente aponta que o mercado não
atende, em sua totalidade, às necessidades e
interesses no meio o qual se encontra.
 “Em decorrência disso, cabe ao terceiro setor a
tarefa de reverter esse quadro. O terceiro setor –
composto por associações que buscam se
organizar para conseguir melhorias na sociedade –
deve conscientizar, por meio de palestras e grupos
de discussão, os pais e os familiares das crianças
para que discutam com elas a respeito do
consumismo e dos males disso.”
O INDIVÍDUO
Quanto mais próxima da ética for a conduta do
indivíduo, e conseguinte integração na estrutura social
vigente; tanto mais efetiva será sua contribuição para o
funcionamento do todo social e, consequentemente,
muito mais será sua participação, enquanto cidadão,
nos principais processos sociais e políticos do país.
“Analisando situações semelhantes às citadas
anteriormente, conclui-se que é necessário que
haja uma conscientização por parte dos
internautas. Essa sensibilidade estará de acordo
com a noção de que: aquilo que for uma utilidade
pública ou algo que não agrida ou exponha um
indivíduo, pode e deve ser divulgado. Por outro
lado, a consciência do respeito sobre o que for
privado e extremamente pessoal deve ser
preservado e distanciado do mundo virtual, que
compartilha informações para um grande número
de pessoas em um curto intervalo de tempo. Dessa
forma, situações realmente desagradáveis no
incrível universo da internet serão evitadas.”
FATORES PRAGMÁTICOS DE
TEXTUALIDADE
INTENCIONALIDADE
A intencionalidade diz respeito à intenção do
produtor de elaborar um texto – seja ele oral ou escrito
– coeso e coerente, de modo a cumprir a função
sociocomunicativa que motivou sua criação. Assim,
esse fator de textualidade deriva das atitudes, das
expectativas e dos objetivos de quem elabora o texto.
Observe a tira a seguir.
Angeli. Os skrotinhos.
É possível perceber, ainda a partir do texto de
Angeli, que a intencionalidade é um fator de
textualidade que está intimamente ligado à
aceitabilidade, já que o recebedor participa ativamente
no processo de construção de sentido de um texto.
ACEITABILIDADE
A aceitabilidade diz respeito à predisposição
do receptor de considerar um texto coeso e coerente e
colaborar no processo de produção de sentido. Como
vimos, nesse processo, o leitor / ouvinte precisa
mobilizar conhecimentos prévios socialmente
partilhados, que lhe possibilitem fazer as inferências
necessárias para a compreensão do texto.
Segundo Costa Val, a aceitabilidade e a
intencionalidade seriam como dois lados de uma
mesma moeda, ou seja, sem que ambos existam,
dificilmente o processo de comunicação é bem-
sucedido.
Observe outra tira em que o texto elaborado
pelo produtor não é considerado coerente pelo
recebedor e, portanto, terminantemente recusado.
Dik Browne. Hagar, O horrível.
Na tira, Browne joga ainda com outros fatores de
textualidade. O texto de Eddie dificilmente poderia ser
aceito por qualquer outro personagem daquela época,
pois apresenta uma informação que, embora hoje seja
de senso comum – “o mundo é redondo” –, não era
aceita na Idade Média, tempo em que se passam as
histórias do viking. Percebe-se, assim, que o cartunista
cria um texto que tem informatividade baixa, para o
leitor da tira, mas alta para a personagem envolvida na
história.
INFORMATIVIDADE
A informatividade diz respeito à medida na
qual as ocorrências de um texto são esperadas ou não,
conhecidas ou não, no plano conceitual e no plano
formal, e à suficiência de dados necessários à sua
compreensão. Diz-se que um texto será tão mais
informativo, quanto menos previsível for.
No plano formal e conceitual, a informatividade
está relacionada à coesão e à coerência. Em um texto,
deve-se cuidar para que exista um equilíbrio entre a
repetição de ideias já mencionadas e a introdução de
novas ideias, caso contrário, o receptor não poderá
compreender o raciocínio que se pretende desenvolver.
Se há apenas repetição, o nível de
informatividade será baixo, já que o texto acrescentará
pouco ao leitor; se há, por outro lado, a constante
introdução de ideias novas, sem sua prévia
contextualização, o nível de informatividade será alto
demais, e o leitor será incapaz de processar o texto.
No que diz respeito à suficiência de dados
necessários à compreensão, a informatividade
relaciona-se ao conhecimento de mundo do receptor e
ao fato de este interessar-se pelas informações
contidas no texto. Quanto mais informações um texto
acrescentar e quanto maior for o interesse do leitor por
elas, maior será a informatividade.
Assim, a informatividade não é inerente ao
texto, mas definida de acordo com o leitor. Além da
época e da idade dos envolvidos no processo
sociocomunicativo, também ideologias e valores
podem interferir no julgamento que o receptor faz do
texto.
Observe a tira de Mafalda a seguir.
Quino. Mafalda.
Nessa tira, o texto de Mafalda parece ser
também inadequado à situação vivida pelas
personagens.
De acordo com o comentário de Susanita no
último quadrinho, as duas estavam indo brincar quando
Mafalda interrompeu a brincadeira para comentar sobre
a exploração da força de trabalho de milhares de
crianças no mundo. Pode-se dizer, assim, que outro
fator de textualidade entra em jogo nesse diálogo: a
situacionalidade.
SITUACIONALIDADE
A situacionalidade diz respeito à adequação do
texto à situação sociocomunicativa, que, segundo
Costa Val, é decisiva para o estabelecimento dos
outros fatores de textualidade já apresentados. Assim,
a situacionalidade está ligada às expectativas, às
crenças e aos objetivos dos agentes envolvidos no
processo sociocomunicativo.
Esse fator de textualidade está associado, ainda,
às circunstâncias em que o texto se manifesta. Observe
mais uma tirinha de Dik Browne.
Dik Browne. Hagar, O horrível.
Como é possível perceber, Hagar só
compreende o sentido adequado da frase “Abaixo o rei!
Abaixo o rei!”, após associá-la a um dado da
“realidade”: o rei preso em cima de uma árvore. Antes
de tomar conhecimento desse fato, é muito provável
que o viking estivesse entendendo a frase no sentido
em que ela é habitualmente usada, isto é, como um
protesto em favor da deposição de um governante.
INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade diz respeito aos fatores que
fazem tanto a produção quanto a recepção de um texto
dependentes do conhecimento que os agentes
envolvidos no processo sociocomunicativo têm de
outros textos.
Nesse caso, entram em jogo a relação de um
texto com outro que lhe fornece o contexto, bem como
a relação com o senso comum, o discurso da voz geral
corrente.
Leia mais uma tirinha.
Jim Davis. Garfield.
Para entender o humor da tira de Jim Davis, o
leitor precisará reconhecer a origem e o sentido da
frase apresentada no primeiro quadrinho e relacioná-la
tanto à atitude de Garfield quanto à conclusão a que a
aranha chega, nos dois quadrinhos subsequentes.
Sem conhecer a personagem de Shakespeare
ou sem saber relacionar a frase de Hamlet ao contexto
da tira, o leitor pode até achar “bonitinho” o texto de Jim
Davis, mas não entenderá seu sentido por completo, já
que a linguagem verbal se limita quase unicamente à
curta citação de Shakespeare e não há graça em
simplesmente ver um gato matar uma aranha com uma
revista.
Como foi dito anteriormente, a intertextualidade
não está restrita à relação entre textos, já que ela
deriva, também, da contextualização dos textos com
base em suas funções pragmáticas. É nesse sentido
que os milhões de textos em nosso cotidiano agrupam-
se em espécies comuns. Assim, teríamos desde os
mais simples e cotidianos, como bilhetes, panfletos,
publicidades, até os mais complexos e de acesso mais
restrito, como os textos acadêmicos.
Entre uns e outros, estão milhares de outros
gêneros textuais, que são usados, segundo
convenções socioculturais, para cumprir as mais
diversas funções. Segundo Costa Val, uma pessoa
estabelece relações intertextuais para entender os mais
diversos textos com que se relaciona em seu dia a dia
e também para produzir adequadamente seus próprios
textos, de modo a cumprir seus objetivos
sociocomunicativos.
COERÊNCIA TEXTUAL
COMPETÊNCIA 3 – Selecionar, relacionar, organizar e
interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos
em defesa de um ponto de vista.
Conforme estudamos, no processo de
interação verbal incidem fatores linguísticos,
pragmáticos e de contextualização.
Os fatores pragmáticos são aqueles ligados à
situação em que o texto ocorre: à intenção de seu
produtor, à predisposição e à capacidade de seu
receptor para interpretá-lo, à sua adequação à situação
sociocomunicativa em que ocorre, às relações que
estabelece com outros textos, à complexidade das
informações que apresenta. Os fatores de
contextualização dizem respeito a processos
cognitivos, como o conhecimento de mundo do
produtor e do receptor, o conhecimento que eles
compartilham, a capacidade de fazerem inferências.
Ao estudar os tipos e gêneros textuais, vimos
que é possível agrupar os textos, levando em
consideração as características estruturais e os
objetivos sociocomunicativos de cada um. Por outro
lado, para produzir textos de diferentes gêneros, é
preciso levar em consideração os fatores de
textualidade para que o texto seja adequado à situação
em que (supostamente) é produzido e ao objetivo a que
se destina. Procuramos mostrar que é preciso refletir
sobre múltiplos aspectos da realidade para ler,
interpretar e para produzir textos.
Passaremos a explorar um fator linguístico de
textualidade que é conhecido como: coerência, que é o
nexo entre as ideias apresentadas no texto. A
coerência está mais ligada a aspectos cognitivos,
lógicos e pragmáticos e depende tanto do nexo entre
as ideias apresentadas no texto quanto da
compatibilidade entre essas ideias e a realidade.
Assim:
[...] a coerência está diretamente ligada à
possibilidadede estabelecer um sentido para o
texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça
sentido para os usuários, devendo, portanto, ser
entendida como um princípio de
interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do
texto numa situação de comunicação e à
capacidade que o receptor tem para calcular o
sentido deste texto.
KOCH, Ingedore Villaça; Travaglia, Luiz Carlos.
Como afirmam Ingedore Villaça Koch e Luiz
Carlos Travaglia, esse fator de textualidade deve ser
entendido como um princípio de interpretabilidade do
texto que está ligado tanto à sua adequação à situação
sociocomunicativa em que é utilizado, quanto à
capacidade e / ou à predisposição do leitor de entender-
lhe o sentido.
Desse modo, ao se produzir um texto, é preciso
considerar dois aspectos. Deve-se cuidar para que ele
seja pertinente ao contexto sociocomunicativo
(Coerência Externa) e para que haja um nexo entre as
ideias nele apresentadas (Coerência Interna).
COERÊNCIA EXTERNA
A tipologia textual considera o texto
principalmente a partir de seus aspectos estruturais,
embora não deixe de vincular cada tipo à função geral
que cumpre. O estudo dos gêneros textuais prioriza a
função sociocomunicativa específica de cada texto. Por
isso, ao se julgar a coerência externa de um texto, é
preciso considerar principalmente as particularidades
do gênero a que ele pertence.
Por exemplo, quando se pensa em textos de
natureza narrativa, é possível julgar a coerência
externa de diferentes perspectivas, dependendo do
gênero a que pertencem.
Se se trata de uma notícia, o que se apresenta
no texto deve ser compatível com a realidade empírica.
Outras narrativas, mesmo sendo ficcionais, são
verossímeis, isto é, narram fatos semelhantes aos que
ocorrem na realidade. Quando se pensa em um
romance naturalista ou mesmo em uma novela da TV,
percebe-se que o que é relatado poderia proceder no
mundo real. Por outro lado, há textos que apresentam
fatos totalmente inverossímeis, como é o caso das
histórias fantásticas.
Também para se produzir um texto, deve-se
considerar o contexto definido na proposta. Muitas
vezes, o enunciado determina que o produtor simule
um determinado perfil e redija um texto coerente com
esse perfil.
Textos dissertativo-argumentativos cumprem a
função de informar e / ou convencer e, para isso, devem
oferecer informações consistentes e bem
fundamentadas, além de apresentá-las de modo
organizado para que o leitor possa compreender o
raciocínio desenvolvido. Nesse caso, a coerência
externa precisa ser entendida como a compatibilidade
entre o que se afirma no texto e a realidade, assim
como o nexo entre as ideias deve ser facilmente
apreendido pelo receptor.
 Assim, quando se fala em coerência externa,
não se deve entendê-la apenas como a compatibilidade
entre o texto e a realidade empírica. Deve-se, ao
contrário, considerar as particularidades de cada texto
e de cada situação sociocomunicativa.
COERÊNCIA INTERNA
A coerência intratextual estabelece-se a partir
das relações entre as ideias em um texto e está
fundada em quatro princípios:
Repetição: em um texto é necessário retomar
constantemente ideias já mencionadas para que o leitor
consiga compreender o sentido em que se desenvolve
o raciocínio. Esse princípio está intimamente ligado aos
mecanismos de coesão textual.
Relação: em um texto, não se pode apenas
enumerar ideias sobre um mesmo tema; deve-se
relacioná-las de modo que componham uma linha de
raciocínio, ou seja, as ideias apresentadas devem
guardar relações lógicas e semânticas umas com as
outras, caso contrário, não haveria um texto, e sim um
amontoado de frases soltas.
Progressão: embora a repetição seja um
princípio importante para manter a coerência e a
coesão de um texto, o uso exaustivo da mesma ideia
não é aconselhavél. Devem-se acrescentar,
progressivamente, novas ideias que dêem continuidade
às que já foram apresentadas.
Não Contradição: as ideias apresentadas em
um texto não podem se contradizer, ou seja, não se
pode fazer uma afirmação e, em seguida, afirmar algo
em sentido oposto.
COERÊNCIA NO NÍVEL DA LINGUAGEM
Conforme foi visto, em todo idioma, existem
diversas variedades linguísticas, que devem ser usadas
de acordo com a situação comunicativa em que se
manifesta o texto. Desse modo, não se pode dizer que
determinada variedade é “certa” ou “errada”, mas
apenas que é mais adequada a dado contexto
sociocomunicativo. Com base nessa noção de
adequação, também é possível falar em coerência no
nível de linguagem.
Em outras palavras, o produtor de um texto
deve sempre observar se a linguagem usada é ou não
adequada à função sociocomunicativa do texto. A
linguagem pode ou não tornar um texto incoerente.
Portanto, certifique-se, ao produzir suas redações, de
que a variedade linguística usada é a mais adequada
ao que foi solicitado. A seguir, apresentamos um texto
com diversos tipos de incoerência. Leia-o, atentando-
se para as observações que o acompanham.
TEXTO DE ANÁLISE
As influências da internet sobre os jovens e
adolescentes
Há, hoje, muitos teóricos defendendo a tese
de que a Internet é responsável por “jovens
superficiais”. Fatos comprovam o contrário do que
afirmam, pois nunca se viu desenvolvimento tão
grande como na medicina e na educação (1). Ainda
na gestação são realizadas intervenções em bebês
para curar problemas de coração (2). E isso é
possível através das tecnologias criadas por jovens
nas escolas ou nas escolas de ensino médio (3). E
estes mesmos jovens proporcionam educação a
distância a outras crianças em locais longínquos da
Amazônia (4). A tecnologia sendo usada como
ferramenta que rompe barreiras (5).
Há outros teóricos que afirmam o contrário e
dizem que a Internet é ferramenta importantíssima
na formação das habilidades cognitivas dos jovens,
mas que produz “perda de memória” (6). Isso
necessariamente não é verdade. O mundo aliou-se
às novas tecnologias justamente para que os
cérebros fossem explorados como nunca foram
antes (7). Pesquisas provam que pessoas da 3ª
idade melhoram sua capacidade de guardar
informações, utilizando jogos ou apenas explorando
as facilidades da Internet (8).
Assim, podemos perceber que as teses
apresentadas são positivas, como negativas, porém
os jovens as transformam em benefício para o
desenvolvimento da humanidade (9).
1. & 2. NÃO HÁ RELAÇÃO ENTRE AS IDEIAS:
O fato de existir atualmente um grande
desenvolvimento na medicina e na educação não
“comprova” que a Internet não é responsável por jovens
superficiais.
O fato de que bebês podem ser operados antes
de nascerem é um exemplo da evolução da tecnologia
aplicada à medicina, mas não se relaciona com a
Internet, nem com o uso que os jovens fazem dela.
.
3. & 4. O QUE SE AFIRMA NO TEXTO É
INCOMPATÍVEL COM A REALIDADE:
Não são os jovens que, em “escolas” ou em
“escolas de ensino médio”, desenvolvem tecnologia
capaz de salvar a vida de bebês ainda em gestação.
.
Não são os jovens que proporcionam educação
a distância, e esta não ocorre apenas em locais
longínquos da Amazônia.
.
5. NÃO HÁ RELAÇÃO ENTRE A CONCLUSÃO
DESSE PARÁGRAFO E O TEMA A SER
DESENVOLVIDO:
O fato de a Internet “romper barreiras” não tem
relação direta com o uso que os jovens
necessariamente fazem dela; em outras palavras,
mesmo que ela seja um poderoso instrumento de
informação e comunicação, terá pouco valor se não for
bem aproveitada.
.
6. NÃO HÁ RELAÇÃO ENTRE AS IDEIAS:
Não há contradição entre o que afirmam estes
teóricos e os citados no primeiro parágrafo, pois o fato
de a Internet poder desempenhar um importante papel
no desenvolvimento cognitivo dos jovens não implica
que estes a usem de modo proveitoso, de modo a se
tornarem menos superficiais.
7. O QUE SE AFIRMA NO TEXTO É INCOMPATÍVEL
COM A REALIDADE E NÃO HÁ RELAÇÃO ENTRE
ESSA IDEIA E A QUE FOI ANTERIORMENTE
APRESENTADA:
“O mundo” não desenvolveu tecnologias
apenas para explorar “cérebros”; além disso, a suposta
“exploração de cérebros” não garante que a memória
dos jovens não se torne dependente de extensões
eletrônicas.
8. NÃO HÁ RELAÇÃO EXPLÍCITA ENTRE ESSA
IDEIA E O TEMA DO TEXTO:
Se o texto trata do desenvolvimento cognitivo
dos jovens, a menção a “pessoas da terceira idade” é
pouco adequada, a menos que o raciocínio tivesse sido
mais bem desenvolvido (seria possível dizer, por
exemplo, que, se a Internet auxilia a memória de
idosos, poderia auxiliar, também, a dos jovens).
. resumitivas, metafóricas ou metadiscursivas.
9. AS IDEIAS DESENVOLVIDAS NO TEXTO NÃO
CONDUZEM O LEITOR A ESSA CONCLUSÃO:
Os jovens não “transformam” as teses
apresentadas (avaliação de teóricos relacionada à
influência da Internet sobre os jovens) a fim de
“desenvolverem a humanidade”; além disso, as ideias
apresentadas nesse parágrafo não podem ser
concluídas a partir daquilo que se desenvolveu no
texto.
COESÃO TEXTUAL
COMPETÊNCIA 1 – Demonstrar domínio da
modalidade escrita formal da língua portuguesa.
COMPETÊNCIA 4 – Demonstrar conhecimento
dos mecanismos linguísticos necessários para a
construção da argumentação.
Os aspectos a serem avaliados nesta
Competência dizem respeito à estruturação lógica e
formal entre as partes da redação.
A organização textual exige que as frases e os
parágrafos estabeleçam entre si uma relação que
garanta a sequenciação coerente do texto e a
interdependência entre as ideias.
Esse encadeamento pode ser expresso
pordeterminadas palavras, preposições, conjunções,
advérbios e locuções adverbiais que são responsáveis
pela coesão do texto, porque estabelecem uma inter-
relação entre orações, frases e parágrafos.
Cada parágrafo será composto de um ou mais
períodos também articulados; cada ideia nova precisa
estabelecer relação com as anteriores.
ESTRUTURAÇÃO DOS PARÁGRAFOS
Um parágrafo é uma unidade texto formada por
uma ideia principal à qual se ligam ideias secundárias.
ESTRUTURAÇÃO DOS PERÍODOS
Pela própria especificidade do texto Dissertativo-
argumentativo, os períodos do texto são normalmente
estruturados ou formados por duas ou mais orações,
para que se possa expressar as ideias de causa-
consequência, contradição, temporalidade,
comparação, conclusão, entre outras.
REFERENCIAÇÃO
As referências a pessoas, coisas, lugares e fatos
são introduzidas e, depois, retomadas, à medida que o
texto vai progredindo.
Esse processo pode ser expresso por pronomes,
advérbios, artigos ou vocábulos de base lexical,
estabelecendo relações de sinonímia, antonímia,
hiponímia, hiperonímia, uso de expressões
➢ Expressões Resumitivas: são expressões que
denotam resumo de um conjunto de ideias ou
raciocínio.
em síntese; em resumo; em suma; etc.
➢ Expressões Metafóricas: expressões
construídas com base em metáforas ou se utilizam
de linguagem conotativa.
Muitos políticos corruptos fazem a
população de brinquedo.
O rios e lagos se tornaram as lixeiras das
grandes cidades.
➢ Marcadores Metadiscursivos: atribuem um
ponto de vista a partes do texto. Eles podem ser
subdivididos em:
a) Modalizadores: são usados para o locutor se
posicionar diante do que diz:
certamente, evidentemente, aparentemente,
obrigatoriamente, sem dúvida, (in)felizmente,
lamentavelmente, talvez, etc.
b) Articuladores Metaformulativos: usados
quando o locutor faz reflexões sobre a forma
como empregou termos ou palavras em seu
texto, ou sobre a função de um segmento em
relação a um anterior:
mais precisamente, sobretudo, isto é, quer dizer, na
verdade, quanto a, em relação a, a respeito de, a
título de esclarecimento/de comentário/de crítica e
outros;
c) Articuladores Metaenunciativos: são
usados na introdução dos enunciados e
evidenciam que o locutor está refletindo
sobre sua forma de expressão:
Digamos (assim), como se diz, pode-se dizer,
grosso modo, em geral...
A ligação textual obtida através de elementos
linguísticos específicos chamamos de coesão textual.
A coesão é alcançada por meio de palavras e
expressões que têm como função justamente o
estabelecimento de referências, conexões, e relações
sequenciais e de continuidade entre informações ou
grupos de ideias.
COESÃO REFERENCIAL
A coesão referencial manifesta-se por meio da
anáfora e da catáfora:
 Anáfora: faz referência a um item previamente
explicitado.
Queimadas e poluição são problemas ambientais.
Esses sempre acompanharam a realidade do país.
 Catáfora: precede ou antecipa um item que
será apresentado a seguir.
Estas são as mazelas nas periferias do Brasil:
violência e tráfico.
COESÃO LEXICAL
A coesão lexical é obtida pela seleção de
vocabulário, e pode ser obtida através da Reiteração e
Contiguidade:
 Reiteração: estabelecida mediante a relação
entre sinônimos, hiperônimos ou hipônimos.
Outro ponto negativo dessas redes, como o
Facebook e o Twitter, é o fato de todo o conteúdo
publicado ficar armazenado na internet.
 Contiguidade: é constituída a partir de
palavras pertencentes a um mesmo campo
semântico. É responsável por sinalizar o eixo
temático do discurso ou o assunto.
Obs: o Campo semântico é conjunto de palavras
que compartilham ou se relacionam a um mesmo
significado.
“Câmeras que gravam qualquer movimento, telas
transmitindo notícias a todo minuto, o Estado e a mídia
controlando os cidadãos. O mundo idealizado por
George Orwell em seu romance 1984, onde aparelhos
denominados teletelas controlam os habitantes de
Oceania vem se tornando realidade. Com a televisão
e, principalmente, a internet, somos influenciados –
para não dizer manipulados – todos os dias.”
Obs: As palavras: “Câmeras”, “telas”, “notícias”,
“mídia”, “aparelhos”, “teletelas” e “televisão”,
estão associadas ao âmbito da Tecnologia, ao discurso
tecnológico e digital.
COESÃO SEQUENCIAL
A coesão sequencial faz o texto progredir
(desenvolver-se); está atrelada ao uso adequado das
diferentes formas verbais, conforme os tempos
(pretérito, presente e futuro) e os modos verbais
(indicativo, subjuntivo e imperativo):
Do ponto de vista semântico, o verbo normalmente
indica uma ação ou um processo, mas pode indicar estado,
mudança de estado ou fenômeno natural – sempre dentro de
uma perspectiva temporal. Pode indicar também a noção de
existência, desejo, necessidade.
Do ponto de vista morfológico, o verbo varia em
modo, tempo, número e pessoa, segundo a gramática
tradicional. Ou seja, para atender às necessidades dos
falantes, o verbo muda de forma à medida que variamos a
ideia de modo, tempo, número e pessoa.
Do ponto de vista sintático, o verbo tem um papel
importantíssimo dentro da frase; sem ele (explícito ou
implícito) não há orações na língua portuguesa, pois o verbo
é o núcleo do predicado.
Modos do Verbo
É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na
frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. Por
exemplo:
Nossa! Como isso aqui está gostoso!
Percebe-se que o verbo estar se encontra em uma
determinada forma, indicando certeza, afirmação,
convicção, constatação. Então, dizemos que este “modo”
como o verbo se apresenta indica que o falante põe certeza,
verdade no que diz. Esse é o modo INDICATIVO, o modo da
certeza, do fato, da verdade.
Agora, em:
Espero que esteja gostoso mesmo.
Percebe-se que a forma, o modo, a maneira como o
verbo se apresenta mudou para expressar outra ideia que o
falante quer passar, a saber: dúvida, suposição, incerteza,
possibilidade. Esse é o modo SUBJUNTIVO, o modo da
subjetividade, da incerteza, da dúvida, da hipótese.
Por fim, em:
Coma este hambúrguer, você não vai querer outro.
Note que, nessa frase, o verbo pode indicar
sugestão, ordem, pedido, dependendo do tom como ele é
pronunciado. Dizemos que tal verbo se encontra no modo
IMPERATIVO, o modo da ordem, do pedido, da sugestão,
da exortação, da advertência, da súplica.
Tempos Verbais
O tempo indica o momento em que se dá o fato
expresso pelo verbo. Os seres humanos, em geral,
entendem o tempo físico numa linha corrente, e é a partir
disso que formulam suas frases, situando no tempo seu • Futuro: indica ação que poderá
discurso. Nós – que estamos sempre no tempo presente da acontecer.
linha do tempo REAL – podemos, pela linha do tempo do
DISCURSO, voltar ao passado ou viajar ao futuro. Se eu levantar cedo, chegarei na hora
Você não viu que eu estava lendo? c - Modo Imperativo: pode ser Afirmativo ou
Negativo.
Perceba que o verbo usado ficou no passado. Pois,
no presente real, há o retorno, por meio do discurso, ao O Imperativo Afirmativo é formado do presente do
passado, ou seja, àquilo que se estava fazendo antes do indicativo somente na 2ªp. do singular e na 2ªp. do plural,
interrompimento da leitura. eliminando-se o -s final.
Logo, as noções de passado, presente e futuro PRESENTE DO INDICATIVO IMPERATIVO AFIRMATIVO
norteiam nossa vida, não só no tempo cronológico, real, Tu cantas Canta tu
físico, mas também no tempo do discurso. Vós cantais Cantai vós

Nas outras pessoas o imperativo afirmativo é

a - Modo Indicativo: formado do presente do subjuntivo.

Presente: indica a ação no momento atual. E não PRESENTE DO SUBJUNTIVO IMPERATIVO AFIRMATIVO
apresenta subdivisões. Que ele cante Cante você
Que nós cantemos Cantemos nós
Ele levanta e sai. Que eles cantem Cantem vocês

Pretérito: refere-se à ação no momento passado. E O Imperativo Negativo é todo formado do presente
apresenta três divisões. do subjuntivo.

• Pretérito Perfeito: indica um fato passado PRESENTE DO SUBJUNTIVO IMPERATIVO NEGATIVO

que já foi terminado ou concluído. Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Ele levantou e saiu. Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem vocês
• Pretérito Imperfeito: indica um fato
passado, mas que não foi concluído.
Descreve uma ação em processo de
andamento. FORMAS NOMINAIS DO VERBO:

Ele levantava a mão e saía. INFINITIVO

• Pretérito Mais-que-perfeito: indica um
fato acontecido no passado, antes de um
outro acontecimento, também, no passado.
Ele já levantara quando você saiu.
Futuro: projeta um fato ou ação para além do
momento presente de enunciação. Apresenta duas divisões.
É a forma verbal que nomeia um verbo. Por exemplo,
quando alguém anda na sua frente e lhe pergunta o
nome que se dá a essa ação, você diz: “andar”. Às
vezes, o infinitivo se comporta como um mero
substantivo (nos casos de não flexão), daí ser chamado
de forma nominal. O infinitivo pode ser pessoal e
impessoal. Terminação: -AR; -ER; -IR.

• Futuro presente: indica fato não – Era para ele cantar.

acontecido no momento de fala. Denota – Pisar a grama é expressamente proibido.
ideia ou fato concreto no futuro.
GERÚNDIO
Eu levantarei cedo amanhã.
Com a terminação em -NDO, atua como verbo nas
• Futuro do pretérito: indica um locuções verbais e nas orações reduzidas. Como
acontecimento futuro, relacionando-o com
verbo, indica normalmente um processo incompleto,
um acontecimento passado. Denota ideia
de incerteza. prolongado, durativo:

Eu levantaria cedo se alguém me chamasse. – Estava lendo o livro que você me emprestou.
b - Modo Subjuntivo – Ando lutando para mudar minha vida
financeira.
• Presente: indica uma ação possível de
acontecer PARTICÍPIO

Ele quer que eu levante cedo. O particípio (verbo terminado em –ado/–ido,

Talvez eu levante cedo
• Pretérito imperfeito: indica ação
possível de acontecer no passado.
Se eu levantasse cedo, não chegaria atrasado.
normalmente) é considerado forma nominal do verbo
porque por vezes se assemelha a um adjetivo, variando
em gênero e número com o substantivo a que se refere.
Sua natureza verbal, que normalmente indica passado,
manifesta-se sempre nas locuções verbais de voz
passiva e orações reduzidas. Veja:

– Se me tivesses ajudado teríamos
conseguido.
– Terminadas as obrigações, precisaremos
sair depressa.
TEXTOS DE ANÁLISE:
DISSERTAÇÃO
Tema: “Manipulação do comportamento do
usuário pelo controle de dados na internet”
“Em sua canção “Pela Internet”, o cantor
brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de
informações disponibilizadas pelas plataformas
digitais para seus usuários. No entanto, com o
avanço de algoritmos e mecanismos de controle de
dados desenvolvidos por empresas de aplicativos e
redes sociais, essa abundância vem sendo
restringida e as notícias, e produtos culturais vêm
sendo cada vez mais direcionados – uma
conjuntura atual apta a moldar os hábitos e a
informatividade dos usuários. Desse modo, tal
manipulação do comportamento de usuários pela
seleção prévia de dados é inconcebível e merece um
olhar mais crítico de enfrentamento.
Em primeiro lugar, é válido reconhecer
como esse panorama supracitado é capaz de
limitar a própria cidadania do indivíduo. Acerca
disso, é pertinente trazer o discurso do filósofo
Jürgen Habermas, no qual ele conceitua a ação
comunicativa: esta consiste na capacidade de uma
pessoa em defender seus interesses e demonstrar
o que acha melhor para a comunidade,
demandando ampla informatividade prévia. Assim,
sabendo que a cidadania consiste na luta pelo bem-
estar social, caso os sujeitos não possuam um pleno
conhecimento da realidade na qual estão inseridos
e de como seu próximo pode desfrutar do bem
comum – já que suas fontes de informação estão
direcionadas –, eles serão incapazes de assumir
plena defesa pelo coletivo. Logo, a manipulação do
comportamento não pode ser aceita em nome do
combate, também, ao individualismo e do zelo pelo
bem grupal.”
INEP/MEC. Cartilha do Participante 2019.
Amostra de redações nota 1.000 do ENEM 2018.
Brasília. 2019.
NARRAÇÃO
Como se conjuga um empresário
Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se.
Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se. Lanchou.
Escovou. Abraçou. Beijou. Saiu. Entrou.
Cumprimentou. Orientou. Controlou. Advertiu.
Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cumprimentou.
Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou.
Leu. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou.
Conferiu. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou.
Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu.
Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou.
Depositou. Depositou. Depositou. Associou-se.
Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou.
Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou.
Desconfiou. Vigiou. Ordenou. Telefonou. Despachou.
Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu.
Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou.
Convidou. Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraçou. Deitou-
se. Mexeu. Gemeu. Fungou. Babou. Antecipou.
Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se.
Presenteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou.
Beijou. Negou. Lamentou. Justificou-se. Dormiu.
Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou.
Preocupou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou.
Despertou. Insistiu. Irritou-se. Temeu. Levantou.
Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Rasgou. Engoliu.
Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dormiu. Acordou. Levantou-
se. Aprontou-se.
MIMO.Como se conjuga um empresário. In:
PINILIA, Aparecida; RIGONI, Cristina;INDIANI,Maria
Thereza. Coesão e coerência como mecanismo para a
construção do texto.
COESÃO POR CONEXÃO
Os mecanismos de conexão contribuem para
marcar as articulações da progressão temática. São
realizados por organizadores textuais, como:
Conjunções ou locuções conjuntivas
Preposições ou locuções prepositivas
Advérbios ou locuções adverbiais
Podem ser aplicados ao plano do texto, às
transições entre os tipos de discurso e entre as frases
de uma sequência, ou ainda às articulações entre as
frases sintáticas.
ALGUNS MECANISMOS LINGUÍSTICOS
 Adição e Continuidade
e; nem; também; não só...mas também;
não somente...como também; além de; ainda por
cima; bem como; assim como; não
apenas...como; mas como; ademais; outrossim
 Adversidade
mas; porém; todavia; contudo; no
entanto; entretanto; não obstante; ao contrário
de; pelo contrário; senão; em contrapartida
 Alternância
Ora...ora; quer...quer; seja...seja,
nem..nem; ou...ou; ou
 Conclusão
logo; pois; portanto; por conseguinte;
por isso; assim; então; de modo que; em
suma; em síntese; em resumo; enfim;
assim sendo; por fim

 Explicação
pois; que; porque; porquanto; isto é; a
saber; por exemplo; em outras palavras; ou seja;
ou melhor
 Causa
porque; pois; porquanto; como; pois que;
visto que; visto como; por isso que; já que; uma
vez que; posto que; que; graças a; em virtude de;
por + infinitivo; devido a; em vista de
 Consequência
tal que; tanto(a) que; tão que; tamanho
que; de forma que; de maneira que; de modo que;
de sorte que; assim; consequentemente; com
efeito; por conseguinte; como resultado
 Concessão
embora; conquanto; ainda que; se bem
que; mesmo que; posto que; bem que; por mais
que; por menos que; apesar de; apesar de +
infinitivo; apesar de que; nem que; ainda quando;
pelo contrário; malgrado
 Condição
se; caso; contanto que; salvo se; sem
que; senão; desde que; a menos que; a não ser
que; eventualmente
 Conformação
conforme; consoante; segundo; como; de
acordo com; de conformidade com
 Comparação
que; tão...como/que/quanto;
mais...como/que/quanto;
mais...como/que/quanto; menos...
mais/menos...do que;maior/menor...do que;
melhor/pior...do que; tal...qual; tanto...quanto;
como; tal como; assim como; bem como; como
se; que nem; semelhante a; igualmente; da
mesma forma; similarmente; analogamente; por
analogia; de maneira idêntica
 Finalidade
para que; para + infinitivo; a fim de que;
porque; com o fim de; com o propósito de; com a
finalidade de; com o intuito de; tendo em vista
 Proporção
à medida que; à proporção que;
proporcionalmente a;ao passo que; quanto
mais/menos...mais/menos; quanto
mais/menos...tanto mais/menos
 Tempo
quando; enquanto; antes que; depois
que; até que; logo que; sempre que; assim que;
desde que; todas as vezes que; cada vez que;
apenas; mal;
 Lugar
Aqui, ali, aí, acolá, lá, além, longe, perto,
dentro, fora por dentro, por fora, acima, abaixo,
adiante, defronte, em cima, embaixo, por cima,
por baixo, por perto, à direita, à esquerda, ao lado
ADVÉRBIOS E LOCUÇÕES ADVERBIAIS
 Tempo
Hoje, ontem, anteontem, amanhã,
sempre, nunca, jamais, brevemente, em breve,
cedo, tarde, antes, depois, ora, doravante, a partir
de, de agora em diante, já, logo, outrora, então,
aí, quando, à tarde, à noite, de manhã, de repente,
de vez em quando, hoje em dia, atualmente,
hodiernamente, de madrugada
 Modo
Máxime, Bem, mal, assim, depressa,
devagar, dessarte, destarte, do mesmo modo,
igualmente, desta sorte, por esta forma, desse ou
deste modo, dessa ou desta forma, dessa ou
desta maneira, assim sendo, diante disso, por
este modo, por esta maneira, à vontade, às
pressas, às claras, à toa, de mansinho, em
silencio, de cor; e a maioria dos advérbios
formados pelo acréscimo de –mente
 Intensidade
Muito, pouco, bastante, mais, menos,
ainda, assaz, suficiente, bem, mal, apenas, tão,
tanto, quanto
 Dúvida
Talvez, quiçá, acaso, porventura, por
certo, quem sabe, provavelmente,
possivelmente, eventualmente
 Afirmação
Sim, efetivamente, certamente,
seguramente, realmente, com certeza, sem
dúvida, é bem verdade que
 Negação
Não, absolutamente, de modo algum, de
jeito nenhum, nunca, jamais, de forma alguma, de
maneira alguma
 TRECHOS DE ANÁLISE:
“Portanto, é preciso que atitudes mais
energéticas sejam tomadas a fim de que o país não
deixe escapar essa oportunidade[...].Nesse sentido,
a questão merece mais atenção do Governo, a partir
do momento que as autoridades prestarem serviços
de regulamentação e qualificação profissional aos
estrangeiros. Além disso, a garantia da
receptividade deve ser coletiva, em primeiro lugar
com o respeito ao outro, e ainda, por intermédio de
ações não governamentais, como a oferta de abrigo,
alimentação e informações.”
“Dado isso, é essencial que nessa nova era
do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena
consciência de que tornar pública determinadas
informações requer cuidado. E, acima de tudo, é
necessário bom senso para que, nem a própria
imagem, nem a do próximo possam ser
prejudicadas. Isso poderia ser feito pelos próprios
governos de cada país, mediante fiscalização e
parceria entre os Estados no monitoramento virtual;
bem como pelas próprias comunidades virtuais e
usuários, através das redes sociais, em
comunicados, alertas e campanhas, afinal, se essas
revelarem sua eficiência, a comunicação será,
certamente, o melhor meio para alertar os usuários.”
ANÁLISE LÓGICA: A COORDENAÇÃO E
A SUBORDINAÇÃO
Sintaxe é a parte da gramática que trata da
ordem, da relação e da função das palavras na frase. A
definição anterior diz: tratar da ordem, e ordem é
sinônimo de organização. Observe a seguinte frase:
Thoth alunos os do próximo classificarão o se
Enem para ano neste.
Logo, já se chegou à conclusão desejada: as
palavras estão fora de ordem, ou sequência – mais do
que isso, elas estão tão embaralhadas que nem
chegam a refletir a estrutura sintática da nossa língua.
Ou seja, uma frase não é um mero ajuntamento de
palavras.
Ninguém fala Bebi ela Coca-Cola uma com,
mas sim Eu bebi uma Coca-Cola com ela. Colocando-
as na ordem (usual, comum, normal) sintática da língua
portuguesa, veja se não ficaria assim:
Os alunos do Thoth se classificarão para o
próximo Enem neste ano.
Em outras palavras, os falantes da língua
organizam as palavras mentalmente antes de formar
frases; normalmente segue-se esta ordem: sujeito,
verbo, complemento e adjunto (S V C A), chamada
de ordem direta.
Portanto, a sintaxe da língua envolve a
disposição, a sequência, a organização lógica das
palavras dentro da frase.
É importante dizer também que os grupos de
palavras (sintagmas) podem estar invertidos na frase:
Para o próximo Enem (C), neste ano (A), os alunos do
Thoth (S) se classificarão (V).
ou
Neste ano (A), os alunos do Thoth (S) se classificarão
(V), para o próximo Enem (C).
ou
Para o próximo Enem (C), neste ano (A), classificar-se-
ão (V), os alunos do Thoth (S).
ou
Os alunos do Thoth (S), neste ano (A), se classificarão
(V) para o próximo Enem (C).
Tal inversão respeita a relação das palavras na
frase, os sintagmas continuam juntos.
O que mudou apenas foi a ordem dos termos,
por isso chamamos de ordem indireta/inversa. Essa
ordem é prevista na Língua Portuguesa, pois reflete a
estrutura sintática da nossa língua.
Em 1916, ao responder à consulta de um padre
pernanbucano, Mário Barreto fazia, com a lucidez que
lhe era habitual, uma clara censura ao abuso e ao mau
aproveitamento da análise lógica:
Leva-me, pois, o senhor padre para essas
regiões nevoentas da análise lógica a que tanto gostam
de guindar-se os professores brasileiros. É um dos
defeitos do nosso ensino gramatical a importância
excessiva que se dá nas classes a isso que se chama
análise lógica.
Certo que é necessário saberem os alunos o
que é um sujeito, um atributo, um complemento; certo
que também é bom que eles saibam distinguir
proposições principais e subordinadas, e vejam
que estas acessórias ou subordinadas não são
mais que o desdobramento de um dos membros de
uma outra proposição e se apresentam como
equivalente de um substantivo, adjetivo ou de um
advérbio: proposições substantivas, adjetivas,
adverbiais – nomenclatura que tem a duplicada
vantagem de evitar termos novos e de fazer da análise
lógica uma construção natural da análise gramatical.
Qualquer outra terminologia que se adote para
a classificação de proposições dependentes levanta
discussões entre os professores (...)
Passar daí será nos embrenharmos no
intrincado labirinto das sutilezas da análise. A análise
lógica pode ser de muito bom préstimo, se a
praticarmos como aprendizado da estilística, como
meio de conhecermos a fundo os recursos da
linguagem e de nos familiarizarmos com as suas
variedades.
(Barreto, 1954: 61)

FRASE
É toda palavra ou conjunto de palavras que
constitui um enunciado de sentido completo.
A frase constituída com verbo ou locução
verbal é chamada de frase verbal ou oração. Aquela
que não apresenta verbo, e cujo sentido está
centrado em um nome, é chamada de frase nominal.
“Eu tenho pena de mim
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...”
1) Declarativa: o enunciado é afirmativo ou negativo;
termina em ponto simples (.) ou reticências (...).
Eu sou você amanhã.
Você nunca será como eu.
Venda de antiguidades aqui.
Obs.: É praxe encontrar palavras de sentido negativo
em frases declarativas negativas: não, nunca, jamais,
nada, nenhum...
2) Interrogativa: o enunciado apresenta um
questionamento direto ou indireto; termina em ponto
de interrogação (?) se a indagação for direta; em
ponto, se for indireta.
Aonde você pretende chegar?
Não sei onde ela pode estar.
3) Exclamativa: o enunciado exprime um sentimento e
uma altissonância; termina em ponto de exclamação
(!).
Que pena! (lamento)
Deus ouviu as minhas preces! (alegria)
4) Imperativa: o enunciado apresenta um tom de
ordem, pedido, súplica, exortação, advertência etc.;
verbos no imperativo (afirmativo ou negativo) marcam
tal tipo de frase.
Volte!
Seja mais razoável.
Não faça isso...
ORAÇÃO
É a frase construída com um verbo ou com uma
locução verbal.
“Mandaram chamar o médico”
PERÍODO
É uma frase que possui uma (período
simples) ou mais orações (período composto);
começa com letra maiúscula, apresenta um verbo (ou
locução verbal) e termina em ponto simples, ponto de
interrogação, ponto de exclamação ou reticências.
“O Sol, o celestial girassol, esmorece...”
“Sonhei que estava sonhando e que no meu sonho
havia um outro sonho esculpido”
O PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
Orações de sentido próprio, ou seja, são
orações independentes. São classificadas como:
ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS
São aquelas não introduzidas por conjunções.
não estou preocupada com a riqueza, neste mundo
só quero você.
ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
São aquelas introduzidas por conjunções.
não estou preocupada com a riqueza, pois neste
mundo só quero você.
Podem ser classificadas como:
 Sindéticas Aditivas
 Sindéticas Adversativas
 Sindéticas Explicativas
 Sindéticas Alternativas
 Sindéticas Conclusivas
Coordenadas Aditivas
Exprimindo ideia de soma, adição, sempre são
iniciadas pelas conjunções coordenativas aditivas: e;
nem; nem... nem; tampouco; também; não só...mas
também; não somente...como também; além de;
além disso; ainda por cima; bem como; assim
como; não apenas...como; mas como; ademais;
outrossim.
Adoro você e sempre vou adorar.
Não só cantei como também dancei.
Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
Comprei o protetor solar e fui à praia.
Coordenadas Adversativas
Indicam essencialmente uma ideia de
adversidade, oposição, contraste; elas realçam o
conteúdo da oração que introduzem: mas; porém;
todavia; contudo; no entanto; entretanto; não
obstante; senão; em contrapartida.
O país é extremamente rico; o povo, porém,
vive em profunda miséria.
Tens razão, contudo controle-se.
 Janaína gostava de cantar, todavia não
agradava.
O time jogou muito bem, entretanto não
conseguiu a vitória.
Coordenada Explicativa
Exprimem ideia de explicação, justificativa:
pois; que; porque; porquanto.
Vou embora, que cansei de esperá-lo.
Vinícius devia estar cansado, porque estudou
o dia inteiro.
Cumprimente-o, pois hoje é o seu
aniversário.
Não volte muito tarde, porque seu pai precisa
de você amanhã.
Coordenada Alternativa
Exprimem ideia de exclusão, alternativa
(opção/escolha), alternância (ação ou resultado de
alternar): ou; ou...ou; ora...ora; quer...quer;
seja...seja; já... já; umas vezes... outras vezes;
talvez... talvez.
Faça a lição ou assista à TV.
Ora age com calma, ora trata a todos com
muita aspereza.
Estarei lá, quer você permita, quer você não
permita.
Coordenada Conclusiva
Exprimem ideia de conclusão ou inferência:
logo; pois; portanto; por conseguinte; por isso;
assim; então; em suma; em síntese; em resumo;
enfim; assim sendo; em vista disso; por fim.
Não tenho dinheiro, portanto não posso
pagar.
A situação econômica é delicada; devemos,
pois, agir cuidadosamente.
O time venceu, por isso está classificado.
Aquela substância é tóxica, logo deve ser
manuseada cautelosamente.
O PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Orações subordinadas são aquelas que
possuem uma relação de dependência com uma outra
oração, chamada de principal. Elas podem exercer a
função de termos essenciais, integrantes ou
acessórios. Podem ser:
 Subordinadas Substantivas;
 Subordinadas Adjetivas;
 Subordinadas Adverbiais.
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
As orações subordinadas substantivas são
chamadas assim porque exercem função sintática
própria de substantivo em relação à oração principal.
Isto é, elas exercem função sintática de sujeito,
predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento
nominal, aposto. São iniciadas pelas conjunções
integrantes que ou se.
Orações Subordinadas Substantivas
Subjetivas
Funcionam como sujeito da oração principal,
logo não há sujeito na oração principal, pois este é
oracional. O verbo da principal sempre estará na 3ª
pessoa do singular, porque o sujeito vem em forma
de oração.
Hoje se anunciou sua aposentadoria. = Hoje
se anunciou que ele se aposentará.
Foi assim o seu ensino da matéria. = Foi
assim que o professor ensinou a matéria.
Orações Subordinadas Substantivas
Predicativas
Funcionam como predicativo do sujeito da
oração principal, que apresenta o verbo de ligação ser,
ou, mais raramente, parecer.
O certo é a felicidade de todos = O certo é
que todos querem a felicidade.
A questão não é a condenação dos corruptos
= A questão não é se eles vão condenar os
corruptos.
Minha impressão era da não desistência tão
fácil dela = Minha impressão era de que ela não
desistiria tão fácil.
Orações Subordinadas Substantivas Objetivas
Diretas
Funcionam como objeto direto da oração
principal, a qual apresenta um VTD ou um VTDI,
obrigatoriamente.
Esperamos o aprendizado de português de você. =
Esperamos que você aprenda português.
Não sabemos a existência da aula = Não sabemos se
haverá aula.
Não me diga a sua ida... = Não me diga que você vai
embora...
Orações Subordinadas Substantivas Objetivas
Indiretas
 Funcionam como objeto indireto da oração
principal, a qual apresenta um VTI ou um VTDI
obrigatoriamente.
Não te informaram do concurso deste mês?
= Não te informaram de que o concurso seria este
mês?
O professor insiste em mais estudo por mim.
= O professor insiste em que eu estude mais.
Não resisti a tua ajuda. = Não resisti a que tu
me ajudasses.
Orações Subordinadas Substantivas
Completivas Nominais
Funcionam como complemento nominal da
oração principal, a qual apresenta um nome
(normalmente, substantivo ou adjetivo) exigindo um
complemento preposicionado.
Elas tinha certeza da sua aceitação da minha
sugestão = Elas tinham certeza de que você aceitaria
minha sugestão.
O fato da classificação dela me alegrou muito
= O fato de que ela se classificou me alegrou muito.
Fiz menção a sua passagem na primeira
tentativa = Fiz menção a que você tinha passado na
primeira tentativa.
Orações Subordinadas Substantivas
Apositivas
Funcionam como aposto da principal; vêm
normalmente separadas por dois-pontos, vírgula ou
travessão.
Quero apenas uma coisa de você: o
aprendizado de português = Quero apenas uma coisa
de você: que aprenda português.
Tenho um grande sonho, o aprendizado de
português = Tenho um grande sonho, que você
aprenda português!
A minha vontade – o aprendizado de
português – se realizou. = A minha vontade – que
você aprenda português – se realizou.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
São aquelas que têm valor de adjetivo, pois
cumprem o papel de qualificar ou determinar um
substantivo (nome ou pronome) antecedente.
As orações subordinadas adjetivas são
chamadas assim porque exercem função sintática
própria de adjetivo em relação à oração principal.
Isto é, segundo a tradição gramatical, elas
exercem tão somente a função de adjunto adnominal,
pois funcionam como um acessório em relação à
oração principal.
São iniciadas pelos pronomes relativos que, o
qual, quem, cujo, quanto, onde, como, quando.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
As orações subordinadas adjetivas restritivas
têm o papel de limitar a parte de um conjunto,
restringindo o sentido do termo antecedente. Por via de
regra, não vêm separadas por pontuação.
Jamais teria chegado aqui, não fosse a
gentileza de um homem que passava naquele
momento.
A criança que é ingênua deve ser mais
orientada sobre violência familiar.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
As orações subordinadas adjetivas explicativas
têm o papel de modificar um termo, generalizando-o
ou simplesmente tecendo um comentário extra
sobre ele. Vêm sempre separadas por pontuação
(vírgulas, travessões ou parênteses).
O homem, que se considera racional, muitas vezes
age animalescamente.
A criança – que é ingênua – deve ser mais orientada
sobre violência familiar.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Uma oração subordinada adverbial é aquela
que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da
oração principal.
Dessa forma, pode exprimir circunstância de
tempo, fim, causa, consequência, concessão,
proporção, condição, comparação, conformidade.
Quando desenvolvida, vem introduzida por
uma das conjunções subordinativas (com exclusão das
integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção
ou locução conjuntiva que a introduz.
Orações Subordinadas Causais
Exprimindo ideia de causa, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas causais: porque, dado que,
que, visto que, porquanto, visto como, pois, já que,
como (= visto que), uma vez que, pois que, na
medida em que, sendo que.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi
muito forte.
Como ninguém se interessou pelo projeto,
não houve alternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
ORAÇÕES SUBORDINADAS CONSECUTIVAS

Exprimindo ideia de consequência, são
iniciadas pelas conjunções subordinativas
consecutivas: que, tão... que, tanto assim... que,
tanto... que, de sorte que, tamanho... que, de modo
que, tal... que, de maneira que, de tal
modo/maneira... que, de forma que, a tal ponto...
que.
É feio que dói.
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que
acabou concretizando-os.
Não consigo ver televisão tanto que bocejo.
Sua fome era tanta de maneira que comeu
com casca e tudo.
Orações Subordinadas Comparativas
Exprimindo ideia de comparação, são iniciadas
pelas conjunções subordinativas comparativas: tal
qual, (tão)... como/quanto, tal e qual, tanto... como,
qual, como, tal como, assim como,como se, (mais,
menos, maior, menor, melhor, pior)... (do) que.
Na asa-delta, ele voa como um pássaro.
Chorava tal qual uma criança.
Casa é mais confortável do que apartamento.
Orações Subordinadas Conformativas
Exprimindo ideia de conformidade, são
iniciadas pelas conjunções subordinativas
conformativas: conforme, consoante, segundo,
como (= conforme).
O dia hoje está nublado conforme anunciou o
serviço de meteorologia.
Pagarei a bicicleta em três prestações,
consonante combinamos.
Como se pode ver, é impossível tirar o
cinturão deste lutador
Orações Subordinadas Concessivas
Exprimindo ideia de concessão, são iniciadas
pelas conjunções subordinativas concessivas: embora,
se bem que, malgrado, posto que, conquanto, nem
que, ainda que/quando, apesar de que, mesmo que,
por (mais, menos, melhor, pior, maior, menor,
muito) que.
Embora chova, caminharei um pouco pelo
parque.
Por mais que seja muito tarde, iremos com
você à Lanchonete.
Conquanto eu trabalhe, nunca paro de
estudar.
Orações Subordinadas Condicionais
Exprimindo ideia de condição, são iniciadas
pelas conjunções subordinativas condicionais: se,
desde que, caso, a menos que, contanto que, a não
ser que, exceto se, sem que (= se não), salvo se,
uma vez que.
Se o regulamento do campeonato for bem
elaborado, certamente o melhor time será campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta,
assinaremos o contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa.
Não saia sem que eu permita.
Orações Subordinadas Proporcionais
Exprimindo ideia de proporcionalidade, são
iniciadas pelas conjunções subordinativas
proporcionais: à proporção que, à medida que, ao
passo que, quanto
mais/menos/menor/maior/melhor/pior...(tanto)
mais/menos/ menor/maior/melhor/pior.
Mais curioso ficava, à proporção que
pesquisava sobre a origem do homem.
À medida que a hora da partida se
aproximava, mais nervosos ficavam os amigos.
Quanto menos esforço fizer, tanto melhor
será.
Orações Subordinadas Temporais
Exprimindo ideia de tempo, são iniciadas pelas
conjunções subordinativas temporais: quando, assim
que, enquanto, agora que, mal (= logo que), todas
as vezes que apenas (= logo que), cada vez que,
depois que, ao mesmo tempo que, antes que,
primeiro que (= antes que), sempre que, até que,
logo que, desde que.
Quando a professora nova entrou, os alunos
se sentaram em silêncio.
Assim que eu chegar, você poderá sair com
seus amigos.
Mal entrei em sala, começaram os aplausos!
Orações Subordinadas Finais
Exprimindo ideia de finalidade, são iniciadas
pelas conjunções subordinativas finais: para, para que,
a fim de que, de modo/maneira/forma/sorte que.
Àquela hora, o escritor falou mais alto a fim de
que todos os adolescentes o ouvissem.
Fizemos de tudo para que a criança sorrisse
para o fotógrafo.
Viaja sempre à janela do ônibus de maneira
que pegue uma brisa.
 Esses são os caminhos que nos levarão à vitória.
Esses são os caminhos os quais nos levarão à
vitória.

• Quem se refere a pessoas ou coisas

personificadas e quase sempre aparece
precedido de preposição. Que e Qual se
PRONOMES RELATIVOS referem a pessoas ou coisas.

Os pronomes relativos são “os que

normalmente se referem a um termo anterior chamado
antecedente” (BECHARA, 2009, p. 144); com o qual
estabelecem uma relação de natureza anafórica. Em
outras palavras, o pronome relativo é um elemento
conector de caráter anafórico, pois refere-se a um
termo antecedente explícito (substantivo normalmente)
substituindo-o.

Sintaticamente falando, todo pronome relativo

refere-se a um termo de outra oração ao introduzir
oração subordinada adjetiva (restritiva ou explicativa).
Exemplos:
• Apenas um, que compareceu à festa, estava
bem trajado.
• – Ali, onde você mora, não é o melhor lugar
do mundo.
• – Estudar que é bom ninguém acha legal.
• É enorme o contingente de carros oqual
interrompe as avenidas e gera grandes
congestionamentos.
• Necessitamos estar preparados para o mundo
cujo futuro é incerto.
• É imprescindível tantas ações quantas forem
essenciais para o desenvolvimento do país.
Variáveis Invariáveis
Singular Plural
• Onde é pronome relativo e, indicando lugar,
pode ser substituído por em que.
• A escola é o lugar onde se desenvolve a
educação acadêmica.
• A escola é o lugar em que se desenvolve a
educação acadêmica.
Obs.: em alguns casos, os pronomes relativos quem e
onde não apresentam antecedente; o pronome quem
refere-se a alguém indefinido, e o pronome onde, a um
lugar não determinado.
• “Quem vê cara, não vê coração.”
• “Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
• Faltam ferrovias e, onde há ferrovias, faltam
vagões.
• Onde há fumaça, há fogo.

Masc. Fem. Masc. Fem. • Cujo, cuja, cujos, cujas são pronomes que
assinalam uma relação de posse entre o
O qual A qual Os quais As quais Que
antecedente e o termo que eles especificam.
Quanto Quanta Quantos Quantas Quem Seu sentido equivale ao de quem, do qual, de
que.
Cujo Cuja Cujos Cujas Onde

Essas são as medidas cujas aplicações serão

Obs.: Queísmo é o nome dado ao exagero do
fundamentais ao aprimoramento da nação.
pronome relativo "que".
Essas são as medidas das quais as aplicações
serão fundamentais ao aprimoramento da nação.

Essa é a mulher do século XXI, cuja participação

é basilar na economia do país.
Essa é a mulher do século XXI, de quem a
participação é basilar na economia do país.

Obs.: O pronome relativo cujo e variações não terão a

companhia de artigos

Empregos dos Pronomes Relativos

• Que – equivale a o qual e flexões

 • Os pronomes relativos quanto, quanta,
quantos e quantas são pronomes relativos
quando seguem os pronomes indefinidos
tanto, tanta, tantas, tantos, tudo, todo,
todos, toda ou todas.

Algumas Combinações e Contrações

• Combinação: é a união de uma preposição

com artigo, pronome ou advérbio, SEM perda
de fonema.

• Contração:é a união de uma preposição com

artigo, pronome ou advérbio, COM perda de
fonema.

Singular Plural
Masculino Feminino Masculino Feminino
Ao qual À qual Aos quais Às quais
No qual Na qual Nos quais Nas quais
Do qual Da qual Dos quais Das quais
Pelo qual Pela qual Pelos quais Pelas
quais

Exemplos:

• Reutilizar os materiais pode ser o mecanismo

pelo qual atingiremos a manutenção do meio
ambiente.

• O sistema hidroviário é uma alternativa

poderosa da qual o Estado necessita, para o
melhor fluxo de pessoas no Brasil.

• É na escola, na qual acontece o maior índice

de agressões verbais, que se desenvolve os
maiores traumas.