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Estudos do Imaginário

Anette Maria Bento


Imagem, Imaginário.

• Imaginário está inserido no campo dos estudos de imagem,


filosofia da imagem;
• Lucia Santaella e Nöth separam o mundo das imagens em dois
domínios, um material e outro imaterial. No primeiro estão as
representações visuais, as imagens que representam o nosso meio
ambiente visual por meio de signos, objetos matérias. No segundo,
que corresponde às imagens da nossa mente, elas “aparecem como
visões, fantasias, imaginações, esquemas, modelos ou, em geral,
como representações mentais” (Santaella e Nöth, 2008, p. 15).
• A necessidade do homem de contar histórias e explicar os
fenômenos através das imagens;
• O desenvolvimento da razão no Ocidente e a imagem como
uma tentativa fracassada de explicação da realidade.
• Desvalorização da imagem em detrimento da escrita.
Real: Verdadeiro
Imaginado: Falso
Afinal, o que é Imaginário?

• Diversos autores vão buscar explicar o que é o Imaginário: termo amplo;


• Primeiramente, é preciso compreender o termo Imaginário a partir da
dissociação com a ideia de que o imaginário é ficcional, quimérico,
fantasioso associado sempre àquilo que está puramente no campo da
imaginação, do próprio lúdico, do entretenimento, distante de uma
realidade social, econômica e política;
• O imaginário como “[...] conjuntos das imagens e relações de imagens
que constitui o capital pensado do homo sapiens (…), o grande
denominador fundamental onde se vêm encontrar todas as criações do
pensamento humano” (DURAND, 2001, p.18);
• O mito é a base da existência para o imaginário;
• O mito “se configura como um relato (discurso mítico) que
dispõe em cena, personagens, situações [...]” (DURAND, 1985,
p. 244-245) e é capaz de “dar sentido à vida psíquica e,
portanto, também à vida cotidiana, porque ele é uma história
que o ser humano se conta para se situar no mundo” (BARROS,
2007, p. 50);
• Relação entre logos e mythos, objetivo e subjetivo;
Luiz Gonzaga Motta (2000, p.5) afirma que “o jornalismo,
muito além do que pretendem os defensores da
objetividade da linguagem jornalística, é estruturador do
real, inclusive de uma recriação moderna dos mitos
estruturantes neste mundo simbólico contemporâneo”.
É importante dizer que o imaginário é anterior à imagem:
“A existência de um imaginário determina a existência de um
conjunto de imagens. A imagem não é o suporte, mas o
resultado” (Maffesoli, 2001, p. 76);
Só é possível avançar compreendendo o imaginário como algo
fluído, dinâmico, cultural, real

“O imaginário é, ao mesmo tempo, impalpável e real” (Maffesoli,


2001, p.77)
A importância de estudar o Imaginário e a partir
dele

• A produção obsessiva de imagens através dos difusores de


imagens: como os Meios de Comunicação de Massa ( o
cinema, a literatura, a televisão, as revistas etc.) mais do que
apenas reprodutores de imagens, são também instrumentos
criadores de imaginários, que Juremir Machado da Silva (2012)
chama de tecnologias do imaginário.
• As tecnologias do imaginário, a partir do laço social que
criam, são capazes de influenciar o comportamento das
pessoas, influenciando também, no imaginário social;
• As tecnologias do imaginário, a partir do laço social que
criam, são capazes de influenciar o comportamento das
pessoas, influenciando também, no imaginário social;
Metodologia, uma “mitodologia”

• Análise de Conteúdo a partir dos estudos do Imaginário;


• A metodologia de investigação do imaginário proposta por
Gilbert Durand (1964, 1996), divide-se em mitocrítica e
mitoanálise e possuem um caráter mais compreensivo que
explicativo;
• Mitocrítica: encontrar os mitos presentes
• Mitoanálise: relacionar esses mitos presentes com o
contexto social, político, econômico, cultural, religioso
etc.
Referências

BARROS, A. T. M. P. Sob o nome de real: Imaginários no jornalismo e no cotidiano. Porto Alegre: Armazém Digital Comunicação
Ltda., 2007.
DURAND, G. A imaginação simbólica. Lisboa: Edições 70, 1964.
_________. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução à arquetipologia geral. 2 ed. Trad. Hélder Godinho, São Paulo:
Editora WMF Martins Fontes, 2001.
_________. Campos do Imaginário. Lisboa: Instituto Piaget, p. 245-259, 1996.
_________. Sobre a exploração do imaginário, seu vocabulário, métodos e aplicações transdisciplinares: mito, análise e
mitocrítica. Revista da Faculdade de Educação, v. 11, n. 1-2, p. 244-256, 1985.
MAFFESOLI, M. A Transfiguração do Político: a tribalização do mundo. Porto Alegre: Sulina, 2001.
MOTTA, L. G. A Psicanálise do Texto: a mídia e a reprodução do mito na sociedade contemporânea. Encontro Anual da
Associação Nacional dos Programas de PósGraduação em Comunicação, IX, 2000, Porto Alegre. Anais eletrônicos. Belo
Horizonte: Compós, 2000.
SANTAELLA, Lucia, NÖTH, Windfried. Imagem, Cognição, Semiótica, Mídia. São Paulo: Iluminuras, 1997.
SILVA, J.M. As Tecnologias do imaginário. 3. ed. Porto Alegre, Sulina, 2012.

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