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EVANGELHO E AUTODESCOBRIMENTO
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TEMAS PARA ESTUDO
05 - EV. Cap. XII Itens 1,2 e 3 - Amai os vossos inimigos - Pagar o Mal com o Bem.
Complementar: Autodescobrimento “O Pensamento”
Enfoque: Corrente fluídica do pensamento – importância do bom pensamento.
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13 - EV. Cap. V Item 11 – Esquecimento do Passado
Complementar: Autodescobrimento ‘’O inconsciente’’
Enfoque: O perispírito, a memória e o esquecimento.
15 - EV. Cap. IV Item 5 – Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.
Complementar: Autodescobrimento ‘’Busca da Unidade’’
Enfoque: Nascer de novo, consciência da reencarnação.
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26 - EV. Cap. XXV Item 6 – Observai os pássaros do Céu
Complementar: Autodescobrimento ‘’Incerteza do Futuro’’
Enfoque: Preocupações do dia a dia, realizações no futuro e a atenção no presente.
33 - EV. Cap. X Item 1/4 – Perdoai para que Deus vos perdoe
Complementar: Autodescobrimento ‘’O ressentimento’’
Enfoque: A mágoa e suas conseqüências
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39 - EV. Cap. V Item 23 – Os tormentos voluntários
Complementar: Autodescobrimento ‘’Estar e Ser’’
Enfoque: Aparência social – Insegurança – Criticas
43 - EV. Cap. XXIV Item 1/4 – Não coloqueis a candeia sob o alqueire
Complementar: Autodescobrimento ‘’Libertação pessoal’’
Enfoque: Superação do Ego – Identificação dos valores Espirituais
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ÍNDICE
01 - EV. Cap. VI Item 3 – O Consolador Prometido ......................................................................... 8
02 - EV. Cap. IV Item 24 – Limites da Encarnação ........................................................................ 10
03 - EV. Cap. XVII Item 11 – Cuidar do corpo e do Espírito........................................................ 12
04 - EV. Cap. IV Item 25 – Necessidade da Encarnação .............................................................. 14
05 - EV. Cap. XII 1,2 e 3 - Amai os vossos inimigos - Pagar o Mal com o Bem. ................. 16
06 - EV. Cap. V Item 3 – Justiça das aflições ................................................................................... 19
07 - EV. Cap. XII Item 5 – Os inimigos desencarnados ................................................................ 21
08 - EV. Cap. IX Item 1/5 – Injurias e violências ........................................................................... 24
09 - EV. Cap. XVII Item 8 – A Virtude................................................................................................ 27
10 - EV. Cap. XVII Item 7 – O dever ................................................................................................. 29
11 - EV. Cap. V Item 19 – O mal e o remédio ................................................................................. 31
12 - EV. Cap. V Item 6 – Causas anteriores das aflições.............................................................. 34
13 - EV. Cap. V Item 11 – Esquecimento do Passado ................................................................... 37
14 - EV. Cap. XI Item 11 – O egoísmo ............................................................................................... 40
15 - EV. Cap. IV, 5 – Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo................ 43
16 - EV. Cap. VII Item 11 – O orgulho e a humildade................................................................... 45
17 - EV. Cap. XI Item 8 – A lei de Amor ............................................................................................ 48
18 - EV. Cap. XVII Item 10 – O homem no mundo....................................................................... 52
19 - EV. Cap. III Item 6 – Causa das misérias humanas.............................................................. 55
20 - EV. Cap. V Item 12 – Bem Aventurados os aflitos – Motivos de resignação ................. 58
21 - EV. Cap. III Item 8 – Mundos inferiores e mundos superiores ......................................... 60
22 - EV. Cap. VIII Item 5 – Pecado por pensamento..................................................................... 63
23- EV. Cap. XVII Item 4 – Os bons espíritas .................................................................................. 65
24 - EV. Cap. XXVIII Item 38 – Preces para si mesmo: No momento de dormir. ................ 69
25 - EV. Cap. X Item 14 – Perdão das ofensas ................................................................................ 71
26 - EV. Cap. XXV Item 6 – Observai os pássaros do Céu ........................................................... 74
27 - EV. Cap. XIX Item 1 – O poder da Fé ........................................................................................ 76
28 - EV. Cap. V Item 20 – A felicidade não é deste mundo ......................................................... 79
29 - EV. Cap. XXV Item 1/5 – Ajuda-te, e o Céu te ajudará. ...................................................... 82
30 - EV. Cap. V Item 4/5 – Causas atuais das aflições ................................................................. 84
31 - EV. Cap. IV Item 4 – Ressurreição e Reencarnação.............................................................. 87
32 - EV. Cap. IX Item 9 – A cólera ...................................................................................................... 90
33 - EV. Cap. X Item 4 – Perdoai para que Deus vos perdoe ...................................................... 92
34 - EV. Cap. V Item 18 – Bem e mal sofrer .................................................................................... 93
35 - EV. Cap. V Item 21 – Perda de Pessoas Amadas ................................................................... 94
36 - EV. Cap. V Item 25 – A melancolia............................................................................................. 96
37 - EV. Cap. XI Item 1 – O maior Mandamento ............................................................................ 98
38 - EV. Cap. VI Item 1 – O jugo leve .............................................................................................. 101
39 - EV. Cap. V Item 23 – Os tormentos voluntários................................................................... 103
40 - EV. Cap. XIII Item 11 – A Beneficência .................................................................................. 105
41 - EV. Cap. XVII Item 3 – O homem de Bem (Caracteres da perfeição) ........................... 107
42 - EV. Cap. XVII Item 1/2 – Caracteres da Perfeição .............................................................. 110
43 - EV. Cap. XXIV Item 1/4 – Não coloqueis a candeia sob o alqueire ................................ 113
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01 - EV. Cap. VI Item 3 – O Consolador Prometido
Complementar: Autodescobrimento ‘‘“Uma busca Interior” - introdução
Se vós me amais, guardai meus mandamentos; eu pedirei a meu Pai, e ele vos
enviará um outro consolador, a fim de que permaneça eternamente convosco: O
Espírito de Verdade que o mundo não pode receber, porque não o vê e não o
conhece. Mas quanto a vós, vós o conhecereis porque permanecerá convosco, estará
em vós. Mas o consolador, que é o Santo-Espírito, que meu Pai enviará em meu
nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar de tudo aquilo que eu vos
tenha dito. João Cap. XIV v.15,16,17 e 26.
A doutrina espírita mostra que, sem uma visão espiritual da existência física, a
própria vida permaneceria sem sentido ou significado. Os conceitos materialistas,
aferrados a um mecanismo fatalista, cedem lugar a uma concepção espiritualista
para a criatura humana libertando-a do primarismo animal, das paixões atávicas que
ainda lhe são predominantes.
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Porque se desconhece, vitimado por heranças ancestrais – de outras reencarnações –
de castrações domésticas, de fobias que prevalecem da infância, pela falta de
amadurecimento psicológico, dominado pela conduta infantil dos prêmios e dos
castigos e outros, o indivíduo permanece fragilizado, susceptível aos estímulos
negativos, falta da autoestima, do autorrespeito, dominado pelos complexos de
inferioridade e pela timidez, tornando-se inseguro, autopunindo-se, e acreditando
merecer o sofrimento e a infelicidade, padecendo aflições perfeitamente superáveis,
pelo cuidadoso programa de discernimento dos objetivos da vida e pelo empenho em
vivenciá-lo. O propósito da Divindade para com as suas criaturas é a plenitude, é a
perfeição.
O ser consciente deve trabalhar-se sempre, partindo do ponto inicial da sua realidade
psicológica, aceitando-se como é e aprimorando-se sem cessar; com lucidez que se
autoanalisa, disposto a encontrar-se sem máscara, honesto consigo mesmo, não se
julga, nem se justifica, não se acusa nem se culpa. Apenas descobre-se. O ser
consciente é austero, mas sem carranca; é jovial, porém sem vulgaridade; é
complacente, no entanto sem conivência; é bondoso, todavia sem anuência com o
erro. Ajuda e promove aquele que lhe recebe o socorro, seguindo adiante sem cobrar
retribuição. Conhece as suas possibilidades, coloca-as em ação sempre que
necessário aberto ao amor e ao bem.
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02 - EV. Cap. IV Item 24 – Limites da Encarnação
Complementar: Autodescobrimento ’’Complexidade das Energias”
Sob o ponto de vista terreno, a encarnação, podemos dizer é limitada aos mundos
inferiores; depende do espírito, por conseguinte, dela se livrar, mais ou menos
rapidamente, trabalhando para sua depuração. A materialidade do envoltório
perispirítico diminui à medida que o espírito evolui. Em certos mundos mais
avançados já é menos compacto, menos pesado e menos grosseiro, por conseguinte
menos sujeito aos sofrimentos. Num grau mais elevado é diáfano quase fluídico. O
perispírito transforma-se sucessivamente, ele se eteriza, até uma depuração
completa, que constitui os Espíritos puros. No estado errante (desencarnado), o
espírito está também em relação com a natureza do mundo ao qual se liga pelo seu
grau de adiantamento. Segundo o mundo a que o espírito é chamado a viver, ele
toma o envoltório apropriado a esse mundo. Quanto mais desmaterializado, mais
feliz, mais esclarecido ele é e em condições de tomar um melhor envoltório para sua
encarnação.
Em seu crescimento interior, sofre o ser o efeito destas energias de que é objeto,
fazendo-se um quadro de congestão, responsável por campos enfermiços, energias
não eliminadas corretamente, que mantidas sob pressão, expressam-se em inibição,
igualmente geradora de outras patologias.
Todas as energias poderão ser canalizadas sob o comando da mente desperta, para a
sua responsabilidade, criatividade e expressão divina, que demonstram sua origem.
O Eu consciente deve mediante exercício comunicar-se com todas as células que lhe
constituem o invólucro carnal, atendendo ao órgão que necessita de tratamento. A
consciência – o Si – deve atender a energia, nas suas diferentes manifestações,
interferindo com amor e dando-lhe ordens equilibradas para sua sublimação.
Pensar bem ou mal é uma questão de hábito. Toda vez que ocorrer um pensamento
servil, doentio, perverso, malicioso, injusto, de imediato substituí-lo por um digno,
saudável, amoroso, confiante, justo, sustentando-se com a onda de irradiação do
desejo de que assim seja realizado. O que se pensa torna-se realidade. O novo
hábito irá se implantando lentamente no subconsciente até tornar-se parte
integrante do comportamento.
Sediando o Espírito, conforme a visão espírita assevera, a lei de Deus está escrita na
consciência. (perg.621 do LE), detentora da realidade, que pouco a pouco se
desvela. Nos alicerces do inconsciente se encontram todas as bênçãos, que
lentamente assomam à consciência, tornando-se patrimônio de lucidez, fazendo o ser
compreender que nem tudo quanto pode fazer, deve-o; da mesma forma que nem
tudo quanto deve, pode fazer; conseguindo a sabedoria de fazer somente o que deve
e pode como membro consciente que age de acordo com a harmonia cósmica.
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03 - EV. Cap. XVII Item 11 – Cuidar do corpo e do Espírito
Complementar: Autodescobrimento ’’ Interação Espírito/Matéria”
Dois sistemas se defrontam: os dos ascetas que querem abater o corpo e o dos
materialistas que querem rebaixar a alma; duas violências, que são tão insensatas
uma quanto a outra.
A partir desse momento o ser passa a criar-se a si mesmo de forma lúcida, desde
que, por automatismo, ele o faz através de mecanismos atávicos da lei de evolução.
Quanto mais consciente o ser, mais saudáveis os seus equipamentos. O pensamento
salutar e edificante flui pela corrente sangüínea como tônus revigorante das células,
mantendo a harmonia.
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04 - EV. Cap. IV Item 25 – Necessidade da Encarnação
Complementar: Autodescobrimento “Problemas da Evolução’’
A encarnação é uma punição? Não há senão espíritos culpados que a ela estejam
obrigados?
A passagem pela vida corporal é necessária para que possam cumprir os desígnios
de Deus; ela é necessária a eles mesmos porque a atividade a que estão obrigados
desenvolvem sua inteligência. Deus, que é soberanamente justo, considera
igualmente todos os seus filhos, dá a todos o mesmo ponto de partida, a mesma
aptidão, as mesmas obrigações e a mesma liberdade.
A encarnação é para todos um estado transitório; uma tarefa que Deus lhes impõe
como prova para uso do seu livre arbítrio. Aqueles que as cumpre com zelo, vencem
mais rapidamente, menos penosamente e gozam mais cedo dos frutos do seu
trabalho. Os que retardam o seu adiantamento, prolongam indefinidamente a
necessidade de reencarnar; isso, porém não é castigo, não é nenhuma punição, mas
sim a obrigação de recomeçar o mesmo trabalho para sua própria experiência e
aprendizado.
A encarnação tem um fim útil. Quis Deus que encontrando-se os espíritos em novas
reencarnações, tivessem ocasião de reparar os seus erros recíprocos, melhorarem
suas relações anteriores, assentar os laços de família sobre base espiritual, e apoiar
sobre uma lei natural os princípios de solidariedade, fraternidade e de igualdade.
PROBLEMAS DA EVOLUÇÃO
Em cada etapa nova, remanescem as ocorrências da anterior, em uma cadeia
sucessória natural. A criatura humana encarna-se e reencarna-se, repetindo as
façanhas existenciais até atingir o clímax que a aguarda; e através desse
mecanismo, abrem-se espaços a conquistas, mais amplas e complexas, assim como
um fracasso em determinado comportamento estabelece processos que impõem
problemas no desenvolvimento.
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luta e autodestruindo-se, sem dar-se conta. Surge então da falta de valor moral, os
transtornos depressivos, lamentável autoabandono, portanto de autocídio.
É lícito e natural que cada pessoa se considere humana, isto é, com direitos aos
erros e aos acertos; porém não incólume, não especial. Quando erra, repara; quando
acerta cresce. A evolução ocorre através de vários e repetidos mecanismos de erro e
acerto, desde os primeiros passos até a firmeza de decisão e de marcha.
Há aqueles que afirmam ter problemas, e os cultiva sem cessar, há aqueles que têm
problemas, e não se encontram dispostos a enfrentá-los, a solucioná-los, esperando
que outros o façam, porque se consideram isentos de acontecimentos dessa ordem,
há os que vivem sob problemas, preservando-os mediante transferências
psicológicas continuadas, adiando as soluções no tempo e no lugar, ignorando-os e
ignorando-se.
Na maioria das vezes, porém, as pessoas são os problemas, que não solucionam
pequenos desafios, mas os transformam em impedimentos, deixando-se consumir
por desequilíbrios íntimos nos quais se realizam psicologicamente.
O ser psicológico, amadurecido, ama e confia, fitando o alvo e avançando para ele,
Sem Ter, Nem Ser problema na própria trajetória. Já não se compadece da própria
fraqueza, porém busca fortalecer-se; tampouco de considera inferior em relação aos
demais, por saber-se detentor de energias equivalentes. Mergulhado na harmonia
geral, contribuí conscientemente para mantê-la, observando-a e com ela se
identificando, observado e em sintonia, diante do conjunto que também o envolve no
ato de observar.
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05 - EV. Cap. XII 1,2 e 3 - Amai os vossos inimigos - Pagar o Mal com o Bem.
Complementar: Autodescobrimento “O Pensamento”
“...Amai os vossos inimigos, fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles
que vos perseguem e vos caluniam....Por que se não amardes senão aqueles que vos
amam, que recompensa disso tereis?... Sede, pois, cheios de misericórdia, como
vosso Deus é cheio de misericórdia’’ Evangelho Mateus, Cap.V.v.20; Lucas, cap. Vi
v.32 a 36.
Amar pois aos inimigos é não ter contra eles nem ódio, nem rancor, nem desejo de
vingança; é perdoar-lhes sem segunda intenção e incondicionalmente o mal que
nos fazem, não opor nenhum obstáculo à reconciliação, é desejar-lhes o bem.
O PENSAMENTO
O que é o pensamento? O que é pensar bem? Quando sei que tenho bons
pensamentos?
O pensamento não procede do cérebro; este (o cérebro) é que tem a função orgânica
de registra-lo, vestindo-o de palavras, e externá-lo nas suas incontáveis
apresentações. O pensamento é exteriorização da mente, que independe da matéria
e por sua vez originada no Espírito. O Espírito possui a faculdade mental que
expressa o pensamento, utilizando-se do cérebro humano para comunicar suas
idéias.
Graças ao processo de crescimento, o ser passa para outro nível, no qual a fantasia e
a imaginação se apresentam, dando inicio aos cultos, sacrifícios aos deuses, etc. E
mais tarde, já instalado na era agrária, inspira-se nos fenômenos enriquecendo as
idéias mitológicas. É o período mágico do homem. A próxima fase é a da natureza
egocêntrica, caracterizada em ser o centro de tudo, tudo gira em torno do interesse
do ego, em detrimento do coletivo.
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Evoluindo mais ainda, o pensamento se torna então intuitivo (sintético), não mais
necessitando de parâmetros racionais, transcendendo o limite dos dados da razão
(analítica), expressando-se em forma inusitada no campo atemporal, viajando para a
área da paranormalidade, das percepções extrafísicas. Oportunamente ocorrerá que
o pensamento no campo intuitivo se transmitirá de um a outro cérebro,
telepaticamente, sem o impositivo da verbalização, da expressão material; sons,
cores, imagens, formas.
O pensamento é incessante, flui quase sempre à nossa revelia; não nos tornamos
cônscios do nosso pensamento. Elabora-se suscitado por nossas reações emocionais
no dia-a-dia, consubstanciando respostas àquilo que vemos, ouvimos, cheiramos,
tocamos e degustamos. São reações aos vários desafios que vivenciamos nas nossas
relações com as pessoas, coisas, eventos.
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Sempre que se pensar a respeito de uma ocorrência desagradável que se espera
aconteça, e constate que a mesma sucedeu, estará na hora de alterar a maneira de
elaborar as idéias, construindo-as de forma edificante e positiva. Não desejamos com
isso afirmar que, com o simples fato de elaborar-se uma idéia, necessariamente,
acontecerá como se quer ou como se planeja. No entanto, a onda mental emitida se
transforma em fator propiciatório, que irá contribuir para tornar viável o desejo, que
deve ser acompanhado de empenho do esforço para torná-lo real, construtivo e
edificante.
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06 - EV. Cap. V Item 3 – Justiça das aflições
Complementar: Autodescobrimento ‘’Conflitos e doenças’’
Enfoque: Despertar a consciência para suas incógnitas – autoanálise.
A fé no futuro pode consolar e levar a paciência, mas não explica essas anomalias
que parecem desmentir a justiça de Deus.
Mas, desde que se admita Deus, não se pode concebê-Lo sem perfeições infinitas;
Ele deve ser todo poder, todo justiça, todo bondade, sem o que não seria Deus. Se
Deus é soberanamente bom e justo, não pode agir por capricho, nem com
parcialidade. As vicissitudes da vida têm pois uma causa, e, uma vez que Deus é
justo, essa causa deve ser justa. Eis do que cada um deve compenetrar-se bem.
Nada ocorre na vida por acaso ou por descuido da Consciência Cósmica impressa na
consciência individual. Os gravames severos são impressos pelo perispírito no físico
impondo limites e anomalias de natureza genética, propiciadores de expiação
compulsória, recurso enérgico para a reabilitação do indivíduo.
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vontade para consigo mesmo e para com os outros, permitindo-lhes o direito de
serem como são e não conforme gostaríamos que fossem.
Realiza-se a primeira fase do estágio feliz, com uma resignação dinâmica ante o
infortúnio – a naturalidade para enfrentar o insucesso, negando-se a que interfiram
no bem-estar íntimo, que independe de fatores externos. Essa resolução rompe as
amarras de um carma negativo, face ao ensejo de conquistar mérito através das
ações benéficas e construtivas, objetivando a si mesmo, o próximo e a sociedade.
Basta uma atitude de desvalorização do problema, como quem deixa cair um fardo
simplesmente, ao invés de empenhar-se por atirá-lo fora. A manutenção dos
conflitos produz muito mais consumpção de forças.
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07 - EV. Cap. XII Item 5 – Os inimigos desencarnados
Complementar: Autodescobrimento ‘’Distonias e suas conseqüências’’
Enfoque: Afinidades, sintonia e obsessões.
A palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta
espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples (idéia
simples e perseverante), a fascinação (contínua e estonteante) e a subjugação
(possessão vencedora). Livro dos Médiuns, item 237.
DISTONIAS
Distúrbio espiritual de longo curso, a obsessão procede dos painéis íntimos do
homem, exteriorizando-se de diversos modos, com graves conseqüências em forma
de distonias mentais, emocionais e desequilíbrios fisiológicos. Distonia é a ruptura do
equilíbrio existente entre a consciência e o corpo, gerando a desarmonia psíquica, as
enfermidades, as obsessões.
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Exteriorizada a ação, mental ou física, as ondas de energias carregadas de força
viajam no rumo que objetiva, e, conforme a sua qualidade – positiva ou negativa –
potencializa e desconecta os núcleos perispirituais, resultando assim na perturbação
e ou receptividade a doenças.
Jesus foi também o Senhor dos Espíritos, penetrando nas mentes em conflito,
arrancando de lá suas matrizes de fixação, por meio das quais os espíritos
obsessores se impunham; não libertou, no entanto, os obsidiados sem lhes impor a
necessidade de renovação e paz, por meio das quais reparariam a consciência
maculada pelas infrações cometidas; nem expulsou desapiedadamente os
obsessores, antes entregou-os ao Pai, a Quem sempre pedia proteção. Ensinou que a
terapêutica mais poderosa contra obsessões é o amor, vivência da caridade e da
auto-sublimação.
Não revidar o mal pelo mal é forma de amar, concedendo o direito de ser enfermo
àquele que se transforma em agressor, que se compraz em afligir e perturbar. À
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medida que penetra a sonda do conhecimento no que se fazia ignorado, descobre-se
a harmonia em tudo presente, identificando-se com um fator comum, predominando
na Natureza – o amor – o que faculta a sua utilização de forma consciente em favor
de si mesmo como dos outros.
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08 - EV. Cap. IX Item 1/5 – Injurias e violências
Complementar: Autodescobrimento ‘’O Ser Emocional’’
Enfoque: Análise da emoção, direção e disciplina.
Haveis aprendido o que foi dito aos antigos: Não matarás... ”Mas eu vos digo que
todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, merecerá ser condenado pelo
julgamento; que aquele que disser tolo, merecerá ser condenado pelo conselho; e
aquele que lhe disser: Vós sois loucos, merecerá ser condenado ao fogo do inferno”
Mateus, cap. V, 21,22
Por que uma simples palavra pode ter bastante gravidade para merecer uma
reprovação tão severa?
O largo trânsito pelos impulsos do instinto deixou condicionamentos que devem ser
reprogramados, para que as emoções superem a carga dos desejos e do utilitarismo
ancestral. Para libertar-se desta constrição é necessário racionalizar as emoções,
descondicionando o subconsciente, retirando os estratos nele armazenados e
substituindo-os por idéias otimistas e aspirações éticas. É comum deparar-se com a
fase da sensação-emotiva, quando há um descontrole no sistema nervoso e o
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excesso de emotividade domina o comportamento, não acostumado que está às
expressões de beleza, da sinceridade, do amor, facilmente se deixa comover,
derrapando o desequilíbrio perturbador, no entanto, passo inicial para o clima de
harmonia que o aguarda.
Nos relacionamentos interpessoais, a emoção exerce um papel relevante,
contribuindo para o êxito, a afetividade e a convivência feliz. Mas antes de
exteriorizar-se como seria ideal, exige todo um curso disciplinante, uma análise
profunda, para converter-se e expressar-se na conduta adequada.
Cada indivíduo deve analisar a própria emotividade, identificando aquelas
embotadas, exaltadas, indiferentes, apaixonadas e as de estímulos superiores.
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09 - EV. Cap. XVII Item 8 – A Virtude
Complementar: Autodescobrimento ‘’Incursão na Consciência’’
Enfoque: Busca da realidade do Ser - Interiorização.
O homem que faz o bem sente no fundo do coração uma satisfação íntima, mas
desde que essa satisfação se exteriorize para receber elogios, degenera-se em amor-
próprio, em egocentrismo.
Consciência e Virtude
Trata-se de tarefa que exige intenção lúcida, até criar o hábito da interiorização. É
uma experiência urgente - desagradável nas primeiras etapas, pois que resulta da
falta deste exercício salutar - mas vencida a primeira fase, começam a produzir
leveza e rapidez de raciocínio.
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10 - EV. Cap. XVII Item 7 – O dever
Complementar: Autodescobrimento ‘’Consciência Responsável’’
Enfoque: dever e responsabilidade.
O dever íntimo do homem está entregue ao seu livre arbítrio, à sua consciência; e
freqüentemente está em antagonismo com os as seduções do interesse e dos
desejos do seu coração. A igualdade diante da dor (Deus criou a todos nas mesmas
condições) é providência para que não se cometa o mal argumentando-se pela
ignorância dos seus efeitos. O mesmo critério não existe para o bem, que deve ser
praticado infinitamente o mais variado possível.
O dever é obrigação moral, diante de si mesmo e dos outros. É lei da Vida. O homem
que cumpre o seu dever ama a Deus, às criaturas e a si mesmo.
O senso de justiça é inato no espírito humano, mas em seu nome muitas iniqüidades
se têm cometido. Educaram-nos para que fossemos respeitáveis, ouvimos muito falar
de direitos e deveres, em responsabilidades, e a suscetibilidade do ser humano,
transformou-se em aguda manifestação do amor-próprio, e nos ofendemos com
muita facilidade, condicionados que fomos aos conceitos de honra, de deveres e
responsabilidades, mas as pessoas realmente sensíveis, não são apenas respeitáveis,
são sim respeitadoras, não vivem a clamar por seus direitos, embora os reconheçam
sempre no seu próximo.
Respeitar a todas as criaturas que andam com nós, a começar pelo mais próximo.
Não agredir tanto os outros, não cobrar tanto os outros, deles não exigir tanto. Viver
pacientemente com aquilo que tem. É bela a mulher que vive com o marido, que
participa da vida dele com carinho, e que nunca se compara às outras. É igualmente
belo o marido carinhoso, que à mulher compreende e ampara, auxiliando-a nos
mínimos afazeres. Vivem eles inteligentemente e deslembrados dos preconceitos que
a sociedade impõe. É tolice forçar situações, circunstâncias e soluções. É inteligência
estarmos dinamicamente compassivos aos problemas existenciais, porque compõem
a vida em si mesma. Isso é respeito. Respeito à vida, aos outros e a si mesmo. E
esse respeito surge da compreensão, da compreensão não resistente, não desejosa
de mudanças no outro, naquilo que aqui está, naquilo que nos rodeia, das pessoas
com as quais convivemos. Se bem compreendermo-nos uns aos outros, se nisso nos
empenharmos, já há calor no coração, já há amor; já não há mais dever imposto,
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uma imposição, mas, uma espontaneidade, uma naturalidade, um estado de espírito,
um modo de ser.
O ser responsável, por sua vez, é aquele que se desincumbe fielmente dos seus
deveres e encargos, que responde pelos próprios atos ou pelos de outrem, tornando-
se de caráter moral, quando defende os valores éticos pertencentes aos outros e à
vida.
Em o Livro dos Espíritos, questão 919, Santo Agostinho, responde à Allan Kardec;
quanto ao meio mais prático de se melhorar nesta vida:
- Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha
consciência, passava em revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não
faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim
que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.
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11 - EV. Cap. V Item 19 – O mal e o remédio
Complementar: Autodescobrimento ‘’Consciência e Sofrimento ’’
Enfoque: Desenvolvimento da consciência, sofrimento como processo de maturação
do ser.
A Terra não é um lugar de delicias, a voz do profeta apregoou que haveria pranto e
ranger de dentes, e aquele que aí está, deve esperar por lágrimas e penas amargas;
mas bendizei o Senhor por ter querido vos experimentar, não detenham vossos
olhares nos horizontes marcados da morte, olhem para a eternidade da vida, da
glória reservada àquele que tiver suportado a prova com FÉ, AMOR E RESIGNAÇÃO.
Procurai pois consolações no futuro e as causas dos seus males no passado; e vós,
que sofreis mais, considerai-vos os bem aventurados da Terra. No estado de
desencarnado, escolhestes as vossas provas, porque acreditastes bastante fortes
para suportá-la; vós que pedistes a fortuna e a glória, era para sustentar a luta da
tentação e vencê-la. Vós que pedistes lutar de corpo e alma contra o mal moral e
físico, é porque sabíeis que quanto mais a prova seria dura, mais a vitória seria
gloriosa, e que se dela saísses triunfantes, em sua morte, ela deixaria escapar uma
alma brilhante de brancura e tornada pura pelo batismo da expiação e do sofrimento.
O SOFRIMENTO
O sofrimento purifica? Dizem os identificados com as doutrinas esotéricas, as
religiões, os teólogos, os místicos e os ascetas, que a dor leva ao céu; todos, louvam
a dor centrada na ascese espiritual. Será mesmo assim? A dor realmente purifica o
ser humano?
No insight da intensiva mutação moral, o sujeito sofre uma dor de parto, uma
transformação das suas potencialidades, a sua individuação como meta do homem, a
sua cristificação, a integração maior do ser humano, que Jesus no Sermão do Monte,
chamou de Perfeição. Sofre a dor do despojamento total daquilo que configura o
‘’eu’’; no agudo percebimento de si mesmo, há um desmoronar de conceitos, uma
queima das idéias tradicionais, de opiniões, e valorizações; de todo um
condicionamento psicológico; é uma desindentificação com todo o processo
identificado como ‘’eu’’.
CONSCIÊNCIA E SOFRIMENTO
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12 - EV. Cap. V Item 6 – Causas anteriores das aflições
Complementar: Autodescobrimento ‘’Exame do Sofrimento’’
Enfoque: Ação e reação.
Por que alguns seres são tão infelizes e vivem ao lado, até mesmo sob o mesmo
teto, dos outros favorecidos sob todos os aspectos? O que dizer de crianças que
morrem em tenra idade e não conheceram senão o sofrimento? Se fossemos todos
criados no nascimento ao mesmo tempo que o corpo, o que fizeram essas almas,
para suportar tantas misérias neste mundo e merecer uma recompensa ou uma
punição qualquer, quando não puderam fazer tanto o bem como o mal?
Todo efeito deve ter uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter uma causa
e, desde que se admita um Deus justo, essa causa deve ser justa. Uma causa
precedendo sempre um efeito, uma vez que não está nesta vida atual, deve ser
anterior a ela, que dizer, pertence a uma existência precedente.
O princípio da ação e reação, é estabelecido pela física por Isaac Newton, que assim
se expressa: Toda vez que se exerce uma força sobre um ponto, tem-se
reciprocamente, uma força igual e contrária. Portanto, a reação é igual à ação, e lhe
é absolutamente contrária.
Há um espaço entre a ação e a ideação, é ai que o livre arbítrio exerce o seu papel e
temos além dele, a extensão do móvel do arbítrio, que é ação, sempre comprometida
com a reação que lhe corresponde.
O arbítrio é a faculdade de agir, mas ainda não é ação; é a vontade não direcionada,
livre, e há o determinismo da Lei, que é a reação suscitada pela ação, sobre a qual
não temos domínio nenhum. Cingidos por essa Lei (ação e reação) não somos
‘’propriamente livres’’, podemos pensar livremente, sentir, planejar, desejar, mas
fazer...........já é ação que provoca reação contrária de igual intensidade.
Os acontecimentos que envolvem as criaturas, pela Lei Divina de ação e reação, são
de duas categorias: os delineados e os reflexivos:
- os primeiros (delineados), judiciosamente programados por Espíritos Siderais,
prevêem fatos marcantes na etapa reencarnatória: tempo de vida física,
condições orgânicas adequadas ao roteiro que deva ser seguido, sendo também
delineadas as condições sociais, financeiras e profissionais; além dessas,
igualmente são programadas as doenças graves, acidentes inesperados e outros
fatos expressivos, tais como a constituição de família e pessoas com as quais será
longa a convivência, sempre objetivando aparar arestas com tais pessoas;
- já os fatos reflexivos, são gerados pelo livre-arbítrio e abrem-se em infinito
leque de possibilidades; alguns, inclusive, alteram substancialmente aos
delineados: ora é alguém que mantém-se solteiro, apesar da previsão de unir-se
a outra pessoa e com ela formar lar com filhos; ora é um casamento desfeito, por
ausência de tolerância, ocasionando prejuízos graves à criação dos filhos; ora é
alguém que deveria seguir determinada carreira profissional e desiste na última
hora, quando tudo já estava arranjado; noutro caso, revoltado com a pobreza, o
indivíduo torna-se criminoso e faz fortuna, à custa de crimes; em outra
circunstância, abusando de drogas, de vícios, de excessos de toda natureza, ou
mesmo da prática de maldades, a pessoa desestrutura seu tônus vital, físico e
espiritual, vindo a desencarnar muitos anos antes da programação elaborada a
seu benefício por aqueles Benfeitores.
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Em todos esses casos, onde não se cumpre o previsto, os fatos não ficam
cancelados, como pode parecer: simplesmente ficam adiados, para vidas futuras.
Cedo ou tarde os débitos terão que ser resgatados. Não há inflexibilidade ou
fatalismo, o que há é sublime dinâmica de merecimento, por atos positivos ou
negativos, os quais podem alterar parcialmente citados programas (roteiro
existencial), segundo a segundo.
O carma é o efeito das ações praticadas nas diferentes etapas da existência atual ou
nas pretéritas. Quando os seus atos são positivos, seus resultados caracterizam-se
pela qualidade (momentos felizes, afetividade, lucidez, progresso, novos ensejos de
crescimento), quando atua com insensatez, vulgaridade, perversão, rebeldia,
odiosidade, recolhe sofrimentos (provas e expiações), que são ações reparadoras de
complexos mecanismos que respondem como necessidade iluminativa do indivíduo.
Em virtude da Divina Justiça, cada ser está em seu próprio lugar. Todas as tentativas
da criatura em fugir de si mesma, esquivar-se, negar-se, gera sanções naturais
decorrentes da lei de ação e reação, que a recambia ao seu próprio lugar, nisso não
há castigo, nenhum ato de Deus, mas decorrência pura e simples da incúria (falta de
cuidado, negligência) e da ignorância humana.
Em o Livro dos Espíritos, pergunta 984, Kardec interroga aos Espíritos de Luz: ‘’As
vicissitudes da vida são sempre a punição das faltas atuais?’’
Resposta: “Não; já dissemos: são provas impostas pela Lei de Justiça, ou que vós
mesmos escolhestes como Espíritos, antes de encarnardes, para expiação das faltas
cometidas em outra existência, porque jamais fica sem reparação as infrações
cometidas as leis de Deus. Se não for punida nesta existência, sê-lo-á
necessariamente em outra. Eis por que um, que vos parece justo, muitas vezes
sofre. É a reparação do seu passado.’’
Refaze, pois a tua vida, a todo momento, para melhor, mediante os teus atos
saudáveis. Constrói e elabora novos carmas, liberando-te dos penosos que te pesam
na economia moral. Amplia desse modo, os tesouros da tua consciência, e o teu
carma se aureolará de luz e paz, que te ensejarão plenitude.
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13 - EV. Cap. V Item 11 – Esquecimento do Passado
Complementar: Autodescobrimento ‘’O inconsciente’’
Enfoque: O perispírito, a memória e o esquecimento.
Se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso devia ser
útil. Com efeito, essa lembrança teria graves inconvenientes; poderia, em certos
casos, nos humilhar estranhamente, ou exaltar o nosso orgulho, e, por isso mesmo,
entravar o nosso livre arbítrio; em todos os casos traria perturbação nas relações
sociais.
O INCONSCIENTE E O ESQUECIMENTO
O inconsciente é o conjunto dos processos que agem sobre a conduta, mas que
escapam à consciência atual. Podemos distinguir duas formas de inconsciente: o
psíquico ou subcortical (pertencente ao espírito), e o orgânico ou cortical
(pertencente ao físico).
O inconsciente coletivo (criado por Jung) é tudo aquilo que traz no indivíduo a
presença da experiência da raça, decorrentes da estrutura hereditária do cérebro
humano. O Id (Freud) e os Arquétipos (de Jung – depósito de mitos, fantasias,
lendas, superstições) correspondem ao fisiológico, ao instintivo e automático. O
inconsciente coletivo e o Id, seriam portanto o registro mnemônico das
reencarnações anteriores de cada ser, que se perde na sua própria história.
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superar as dificuldades e vencer as animosidades, logrando êxito no
empreendimento reencarnacionista, sem o que seria improfícuo, senão pernicioso.
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preciso morrer para ser Espírito. Estou na eternidade agora, como estive e sempre
estarei.
Temos de nos conhecer na multidimensão do nosso ser mais profundo, onde se
elaboram, fortificam-se ou se enfraquecem as tendências, segundo a atuação do
nosso meio ambiente e o nosso empenho em fortifica-los ou fragilizá-los, para que se
anulem.
É preciso pesquisar o espírito, descobri-lo, saboreá-lo, até o fundo do nosso ser, no
que tem de superior, no que o liberta do irresistível psiquismo terrestre, libertando
conseqüentemente da necessidade de retornar a Terra, então estará vivendo no
íntimo mais profundo de uma extraordinária religiosidade.
Nessa nova vivência, você é livre, amoroso, interessado no processo da VIDA, que
não difere do da MORTE, já não condena ninguém, já não busca justificativas para os
desmandos, para os despautérios, para os erros e nessa nova maneira de viver,
atencioso, participante, você liberta-se deste mundo; nele, você até nasce, fica,
envelhece e morre; mas não é dele mais.
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14 - EV. Cap. XI Item 11 – O egoísmo
Complementar: Autodescobrimento ‘’O subconsciente e o inconsciente sagrado’’
Enfoque: .Percepção psicológica – identificação e desindentificação com o ego.
Em o Livro dos Espíritos, Pergunta 9l3, Kardec interroga aos Espíritos: Dentre os
vícios, qual o que se pode considerar radical? E a resposta: ‘’Temos dito muitas
vezes: o egoísmo. Daí deriva todo o mal’’.
A batalha mais difícil de ser travada ocorre no mundo íntimo e são conduzidas pelo
Ego e pelo Eu. O primeiro comanda as paixões, num reinado de egoísmo cego e
pretensioso, é herança animal a ser direcionada, o maior adversário do Eu. Este, o
Eu, é a individualidade cósmica, que impele para as emoções do amor e da
libertação, aguardando o momento da dissipação da fumaça do Ego, para brilhar em
plenitude.
Muitos ainda temem serem conhecidos nos seus sentimentos éticos, nos seus
esforços de saudável idealismo, tachados que são esses valores, pelos pigmeus
morais, como sentimentalismos, fraquezas de caráter. Esses confundem coragem
com impulsividade; força com expressões do poder e da dominação; vivendo sem
liberdade, desdenham os libertos; esquecendo que a verdadeira liberdade está na
consciência.
A existência humana é um constante desafio. Cabe ao ser, logicar para agir, medir
possibilidades e produzir, trabalhando pelo aprimoramento interior, que responde
pela harmonia psicofísica do seu processo evolutivo. As tendências atuais são indícios
do que resta corrigir, e à falta de uma lembrança precisa dos erros do passado (que
lhe poderia ser penosa), a consciência do bem lhe adverte, dando-lhe novas forças
para resistir.
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15 - EV. Cap. IV, 5 – Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.
Complementar: Autodescobrimento ‘’Busca da Unidade’’
Enfoque: Nascer de novo, consciência da reencarnação.
Conduzindo a herança atávica por onde transita, retendo-se ainda nas amarras do
instinto, o ser está fadado à plenitude em virtude da sua natureza energética que o
liga à angelitude. Esforçando-se pela aquisição de consciência, vem liberando-se do
instinto, das paixões e adquirindo experiências superiores, sublimando as
expressões, sutilizando a própria organização física, desenvolvendo a inteligência,
penetrando nas potencialidades transcendentes da intuição, e favorecendo a origem
de onde procede.
A morte é apenas fenômeno biológico a transferir o ser para uma outra realidade,
sem consumpção da vida. Nesta nova visão, o ser deixa de ser a massa, apenas
celular, para tornar-se um complexo com predominância do princípio eterno. A
psicologia espírita dedicada ao conhecimento do homem integral: Espírito –
Perispírito – Matéria, amplia os horizontes da vida orgânica a se desdobrar além
túmulo e antes do corpo, com infinitas possibilidades de progresso, no rumo da
perfeição.
Seja qual for a situação em que te encontres, agradece a Deus a atual conjuntura
expiatória ou provacional utilizando-te do tempo com sabedoria e discernimento, de
modo a construíres o futuro, desde que o presente se te afigure afligente ou
doloroso. O que hoje possuis vem de ontem, edificando para amanhã através do uso
que faças das faculdades ao teu alcance. A reencarnação constitui concessão superior
que a todos nós cabe zelar e cultivar desdobrando recursos, esforçando-se para em
equilíbrio cooperar a favor do conjunto, entesourando aquisições mediante as quais
poderá planar logo mais nas Regiões Felizes, livre dos retornos dolorosos e
recomeços difíceis, pleno em si mesmo.
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16 - EV. Cap. VII Item 11 – O orgulho e a humildade
Complementar: Autodescobrimento ‘’Realidade e Ilusão’’
Enfoque: Personalidade e Individualidade, Ego e Espírito.
Então Jesus disse: Eu vos rendo glória, meu Pai, Senhor do céu e da Terra, por
haverdes ocultado essas coisas aos sábios e aos prudentes, e por as haver revelado
aos simples e aos pequenos. Mateus, cap. XI, v.25. O Evangelho Segundo o
Espiritismo, explica que se deve entender por sábios e prudentes aqueles mais aptos
em aparência a compreender os ensinamentos, porém, envaidecidos da sua ciência
mundana, e, que se crêem prudentes porque negam tratando Deus de igual para
igual; e aos simples e pequenos, os humildes diante de Deus que não se crêem
envaidecidos, superiores e orgulhosos.
A humildade é uma virtude muito esquecida entre vós. Sem a humildade se adornais
de virtudes que não tendes, como se trouxésseis um vestuário para esconder as
vossas deformidades. O orgulho é o terrível adversário da humildade, crê-se
merecedor de títulos e recompensas, e quando não as tem acusam Deus de injustiça.
Disfarça-se o orgulho, insinua-se maquiavélico disfarçado de melindre, nas suas
suscetibilidades, infiltra-se na mente, nem sempre se desvelando em toda a sua
purulência. Sua sombra obscurece a visão dos fatos e acontecimentos, alterando os
contornos e criando fantasmas que são apenas ilusão. Vitaliza-se de falsas idéias de
honradez, que na verdade são caprichos mesquinhos.
Está em todo lugar, porque gerado no íntimo do homem pelas suas imperfeições,
alimenta-se das diatribes que arremessa e nela se compraz, para logo mais gerar
remorsos, acanhamento, inquietação, dificuldade em reparar ou refazer o caminho,
conclamando à fuga, à debandada, aos conflitos deprimentes.
Sob disfarce algum, não agasalhes o orgulho, nunca, pois que ele é o inimigo mais
hábil prevenido contra o teu progresso espiritual.
REALIDADE E ILUSÃO
A interpretação da realidade mais se aclara, quanto melhor se penetra na realidade
das coisas, mudando-se as aparências. Isto ocorre no mundo material e mesmo no
psicológico. Sob a máscara da personalidade, encontram-se expressões
insuspeitáveis da realidade, que somente um percepção profunda se consegue
identificar.
Alterna-se a criatura em um complexo de expressões, variando de acordo com as
circunstâncias e acontecimentos, desvelando a realidade de cada indivíduo. Nesta
viagem o Espírito assume inumeráveis expressões, que lhe imprime características, a
princípio inconscientemente, para logo mais, lúcido, burilá-las e ultrapassá-las,
fixando as de valores legítimos – aqueles de duração permanentes – enquanto que
os transitórios, servem apenas de recursos pedagógicos para aprendizagem. O
grande desafio portanto, constitui na seleção dos valores, a identificação com os
comportamentos éticos e morais recomendáveis.
Os preconceitos criaram uma rede de conceituações hipócritas, confundindo códigos
sociais com os morais, criando campos aos escapismos e justificativas, porém
geradores de consciência de culpa. Tal comportamento gera condutas cínicas,
ausência de padrões corretos, universais, ensejando os desvarios, o pessimismo, a
agressividade, os homens-aparência, com suas fobias, ansiedades, e sua solidão.
PERSONALIDADE E INDIVIDUALIDADE
Sob a personalidade do ser (ego) jaz a realidade profunda (o espírito/a
individualidade). A personalidade resulta da experiência de cada etapa, mas a
individualidade é a soma de todas as realizações nas sucessivas reencarnações.
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A personalidade é transitória, está em permanente representatividade dos conteúdos
mentais, pelas imposições das leis e costumes de cada época e cultura, representa a
aparência para ser conhecida, definidora de experiências nos sexos, na cultura, na
inteligência, na arte e no relacionamento pessoal, não raro, em distonia com o eu
profundo e real.
A individualidade é o ser pleno e potente, imperecível, é o espírito em si mesmo que
reúne as demais dimensões e sabe conscientemente o que fazer, quando fazê-lo e
como realizá-lo, para ser a pessoa integral, ideal, que supera os condicionamentos e
comportamentos pessoais, de consciência livre, é o ser total, como pessoa é
transitória, como individualidade é eterna.
IDENTIFICAÇÃO E DESINDENTIFICAÇÃO
É de Paulo, II Cor. 12,10 a expressão: .”porque estou fraco, então é que sou
forte’’. Pela oposição do Apóstolo, entendemos que os fortes no mundo são os
fracos na fé, tanto quanto nela são fortes os que no mundo são fracos, porque a
nossa fortaleza no mundo, geralmente, é presunção, orgulho; e a nossa ‘’fraqueza’’
desejável: é humildade, singeleza, simplicidade de coração, é um bem. Mas, nosso
coração geralmente é quase sempre orgulhoso, nosso espírito, não raro, soberbo,
temos a convicção de que sabemos muita coisa. O orgulho é anti-espiritual, espiritual
é a humildade, mas esta não é o oposto daquele. Se eu disser que sou humilde, disto
estou me orgulhando, é um contra-senso; podemos contudo viver humildemente
pela compreensão do nosso orgulho, da nossa vaidade, da nossa presunção, como já
se disse um sábio da Antigüidade: “Só o que sei é que nada sei”. (Sócrates).
Esta forma de abarcar o conhecimento de forma negativa (afirmando não ter ainda o
conhecimento) é uma forma sábia de compreendê-lo em essência e realidade,
identificando-nos com o que realmente sabemos e somos e desindentificando-nos
com as nossas ilusões; se quero ser bom, por exemplo, observo-me negativamente
no percebimento de que ‘’não sou bom’’. Não sei o que bondade, mas posso perceber
o que ela não é. Da mesma forma será com todo o cortejo do nosso desamor, da
nossa desatenção, da nossa inveja, da nossa preguiça........ e do nosso orgulho e da
nossa falta de humildade.
O indivíduo não pode viver sem relacionamentos, pois que, por contrário, aliena-se.
O seu progresso deflui dos contatos com a natureza e com as criaturas, dos seus
inter-relacionamentos pessoais. Indispensável os encontros e experiências em grupos
gerando adaptação e convivência salutar com outras pessoas. Por isso todos
nascemos e renascemos nos núcleos familiares e sociais de que necessitamos para
aprimorar-se e não conforme se assevera tradicionalmente: que merecemos.
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Vencida a etapa da maturidade moral verdadeira, indispensável para autorrealização
do ser e da sociedade em geral, a maturidade social surge, porque autoconhecendo-
se e autotrabalhando-se, o homem psicológico torna-se harmônico no grupo,
proporcionando bem estar a sua volta e alegria de viver.
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17 - EV. Cap. XI Item 8 – A lei de Amor
Complementar: Autodescobrimento ‘’Força criadora’’
Enfoque: Instinto, emoções, sentimentos e expressões do amor.
O verbo amar é um verbo intransitivo, ou seja; exprime uma ação que não passa do
sujeito a nenhum objeto; o amor em si, o estado de amor, não é direcionado, não é
o amor que geralmente conhecemos. Ele basta a si mesmo, é uma benção para seu
fulcro, o centro de sua irradiação e para aqueles que dele se aproxima. No estado de
Amor, o sujeito não ama uma pessoa ou coisa, ele Ama intransitivamente, sem
cogitar da reciprocidade. Assim é o verdadeiro amor. Nem diríamos ‘’verdadeiro’’,
porque não existe falso e verdadeiro amor. Existe o amor; temos de amar por amor
do próprio amor.
O amor nada tem a ver com o ciúme, não existe amor-apego, amor-ciúme . Ciúme
vem de cio, que designa a época de exacerbação do apetite sexual nos animais. De
fato é um impulso egoístico, puramente animal: o ciumento quer a ‘’posse’’ do objeto
que diz amar. Mas posse não é amor, tanto que se estende aos bens materiais em
geral: o indivíduo tem ciúmes desde do seu isqueiro até.....tudo que lhe pertence, de
tal forma isso se enraíza que passa a ter ciúmes do sucesso alheio, da alheia fama,
da riqueza e da simpatia do outro. O ciumento é um desamado, agarra-se
desesperadamente ao que lhe confere um sentimento de segurança, e se lhe tiram,
enlouquece, e mata – mata inclusive o objeto do seu amor.
O gostar de si mesmo, não é uma atitude egoísta, egocêntrica, porque o fazer girar
tudo em torno de si não é bom. Não existem receitas de felicidade, nem métodos,
nem sistemas. Existe isso sim, um empenho, um entusiasmo nesse aprofundamento,
como algo vital, que depende de nossa disposição. Não é preciso complicar.
Comecemos com as coisas mais triviais, partindo de dentro para fora e examinemos
as nossas atitudes exteriores. Temos de saber como falamos, como ouvimos, como
nos sentamos, como respondemos, como apertamos a mão do nosso próximo, em
suma: como somos realmente. Mas, veja bem, não se trata de examinarmos tudo
isso para em seguida nos reprimirmos. Na repressão não há amor, há mal estar,
infelicidade. Não sejamos juizes severos de nós mesmos. Nada de condenações
apressadas, ou justificações. Existe uma terceira atitude: a do observador; que não
condena e nem justifica, embora não lhe seja indiferente. Observa, avalia, sabe dos
seus efeitos gerais. Mantém-se com grande interesse, intenso entusiasmo, mantendo
um sorriso racional de si mesmo que contribui para o seu desenvolvimento mental e
sua conseqüente libertação de todo sofrimento. Muitas vezes não sorrimos, porque
somos desamorosos, porque não temos afeto. Quando percebemos
verdadeiramente, que não temos afeto, já o temos, e o sorriso sincero é a sua
conseqüência, porque surge espontaneamente do nosso afeto. O aperto de mão, o
sorriso, são próprios de pessoas afetuosas. Observe então, como você faz isso, e
descobrirá muita coisa a seu respeito. Lembre-se: é o amor que anula os nossos
defeitos. O desejo de ajudar, de ser útil, de ser bom e prestativo é que fará com os
outros ajam da mesma forma para com você. Liberte-se das emoções negativas, das
angustias, das fobias, das ansiedades, e passe a viver mais intensamente. Examine-
se interessadamente a tudo isso, porque desse exame surgirão as qualidades
necessárias para a efetiva realização do seu objetivo, e transformar em ato a graça e
a beleza que desde sempre existem dentro de nós mesmos e que se revelam natural
e espontaneamente quando percebemos que ainda não fazem parte da nossa
individualidade.
O apóstolo Paulo escreve aos Romanos, 13:11: Digo isto, porque sabeis o tempo,
que já é hora de vós despertardes do sono. E em Efésios 5:14: Desperta, tu que
dormes, e levanta-te entre os mortos. No Evangelho, o estado de sono representa
espiritualmente a paralisia da alma, peso na consciência individual e prejuízo na
coletiva; representa aqueles que embora vivendo, são mortos para a realidade do Si,
cadáveres que respiram, transitam pelo mundo hibernando, sonambúlicos,
desconhecendo o estado da sua imortalidade. O nível de sono representa o estado de
consciência coletiva amorfa (conforme bem sintetizou Léon Denis: o psiquismo
dorme no mineral, sonha no vegetal, sente no animal, pensa no homem), onde
existe a predominância dos instintos e das paixões primárias, num nível de sono sem
sonhos, sem autoidentificação, ignorante de si mesmo, numa contínua busca ao
atendimento das necessidades fisiológicas (sensações) em detrimento das emoções
psicológicas enobrecedoras. Neste nível o amor se apresenta fisiológico (do queixo
para baixo), egoístico, atormentador, imprevisível, apaixonado, ciumento, e deflui
do instinto da posse, do uso do prazer egoísta.
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Durante essa luta que se trava, o amor passa a nutrir o candidato. Das suas
manifestações iniciais, rompe ele as algemas da sensação impetuosa, das suas
expressões de primarismos para alterar o conteúdo que exterioriza e vai sublimando
o ser, elegendo outras expressões de felicidade, fora do gozo-cansaço, prazer-
arrependimento, satisfação-frustração, incessantes tormentos. A medida que a
consciência se desenvolve, o amor sai do fisiológico para tornar-se psicológico – do
queixo para cima – diminuindo a posse, crescendo em ideais, superando limites
egoístas, lentamente ascendendo à escalas superiores. Trabalhado pela consciência,
o amor alcança a plenitude criadora, tornando-se libertador, humanitarista, altruísta,
mudando totalmente sua expressão, tornando-se um instrumento de sacrifício do
próprio amor; esquece-se de si mesmo, para atender e iluminar, qual ocorreu com
Jesus Cristo, Francisco de Assis e outros que com amor sacrificial, reencarnaram no
mundo, a fim de ensinarem coragem, resignação, e valor moral à humanidade.
Ressurgiram, sem dúvida, outras formas de luta, que ainda predominam por causa
dos instintos do homem, mas que no futuro não distante, serão proibidas como
resultado da força do amor. Assim também, as guerras, as lutas fratricidas, os
conflitos domésticos e sociais, quando a consciência de justiça suplantar as
tendências destrutivas...... O amor vencerá.
AUTODESCOBRIMENTO E O AMOR
O autoconhecimento faz-se acompanhar do desejo de transmutar as emoções servis
em sentimentos sutis, as energias deletérias em outras carregadas de aspirações
criativas, na reprodução biológica consciente responsável, na arte dignificante, na
cultura que eleva, ou seja, o ser diafaniza-se, saindo dos impulsos da animalidade
para as conquistas da angelitude.
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seus correspondentes sofrimentos desnecessários: infortúnio, insatisfação,
ansiedade, tormento, por serem destituídos de valor e de edificação real.
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18 - EV. Cap. XVII Item 10 – O homem no mundo
Complementar: Autodescobrimento ‘’Programa de Saúde’’
Enfoque: Conduta mental e moral.
Um sentimento de piedade deve animar o coração daqueles que se reúnem sob os
olhos do Senhor e implorar a assistência dos bons Espíritos. Purificai os vossos
corações, não deixeis neles demorar nenhum pensamento mundano ou fútil; elevai
vosso espírito até àqueles a quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as
disposições necessárias, possam lançar a semente que deve germinar em vossos
corações e dar frutos de caridade e de justiça.
Não creiais, todavia, que em vos exortando sem cessar à prece e à evocação mental,
nós vos exortamos a viver uma vida mística que vos mantenha fora das leis da
sociedade em que estais condenado a viver. Não, vivei com os homens de vossa
época, como devem viver os homens; sacrificai às necessidades, mesmo às
frivolidades do dia, mas sacrificai-as com um sentimento de pureza que as
possa santificar. Fostes chamados a entrar em contato com espíritos de natureza
diferente, de caracteres opostos; não choqueis nenhum daqueles com os quais vos
encontrardes. Sede alegres, sede felizes, mas da alegria que dá uma boa
consciência, da felicidade do herdeiro do céu contando os dias que o aproximam de
sua herança.
A virtude não consiste em tomar um aspecto severo e lúgubre, em repelir os
prazeres que as vossas condições humanas permitem; basta informar todos os atos
da vida ao Criador que deu essa vida; basta, quando se começa ou acaba uma obra,
elevar o pensamento até esse Criador e lhe pedir, num impulso d’alma, seja sua
proteção para ser bem sucedido, seja sua bênção para a obra terminada. O quer que
fazeis, remontai até à fonte de todas as coisas; nada façais sem que a lembrança de
Deus venha purificar e santificar vossos atos.
Não imagineis, pois, que para viver em comunicação constante conosco, para viver
sob o olhar do Senhor, seja preciso envergar o cilício e se cobrir de cinzas; não, não,
ainda uma vez; sede felizes segundo as necessidades da Humanidade, mas que em
vossa felicidade não entre jamais nem um pensamento, nem um ato que possa
ofendê-lo, ou fazer velar a face daqueles que vos amam e que vos dirigem. Deus é
amor e abençoa aqueles que amam santamente. (um espírito protetor).
Difícil mundo este! Difícil viver aqui, a Terra é um mundo nada fácil!. Os seus
residentes no geral se desentendem, hostilizam-se, não se amam, nem sequer se
toleram. Seu gregarismo, sua sociabilidade não decorre ainda da essência da
criatura, e sim por necessidade; convive com os demais, porque precisa. Político e
social à força, no fundo, o ser é individualista e dispersivo, caminha só acompanhado
apenas das suas opiniões, cioso de seus direitos; egoísta, fechado em si mesmo, em
constante defesa; amedrontado, quer segurança física e psicológica. O homem é
uma entidade que dói, tem dores físicas e dores psíquicas que se somatizam.
Sua tranqüilidade decorre do usufruto de uma condição econômica; seus desejos são
o de projeção social, adubados pela inveja; suas ânsias: a de ganho fácil; seus
sonhos: a da ociosidade dourada; a preguiça, é consentida; a luxúria: é justificada; a
gula: incrementada; no geral, somos sonambúlicos nas coisas que são de baixo,
vivemos distraídos no chão desse mundo esplendoroso; é bruto ainda o homem que
aqui se demora. Norteado pelo instinto de sobrevivência e conservação, sujeito ao
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férreo determinismo da Lei e ao arbítrio frágil, move-se pela fome e sede, pelo sexo,
a paixão. Ser inteligente da criação, mas, nos primórdios, ainda, da sua expansão
vivencial, integra ainda uma estranha espécie animal que ainda mata o seu
semelhante e nisto se compraz.
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19 - EV. Cap. III Item 6 – Causa das misérias humanas
Complementar: Autodescobrimento ‘’Transtornos comportamentais’’
Enfoque: O perispírito como modelador do físico, fixações espirituais, conduta e
ressarcimento.
TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS
Na gênese das seqüelas e enfermidades reconhece-se a ação poderosa da
hereditariedade, gerando transtornos comportamentais, bem como, a fragilidade da
personalidade humana, cede espaço a fixações negativas, obsessivo-compulsivas,
fóbicas, depressivas, que se expressam de diversas formas; mas aprofundando a
sonda da pesquisa, vemo-los também nas experiências evolutivas do ser, pelos
efeitos da conduta reprochável, quando das reencarnações passadas.
Agrava-se o transtorno, face ao nível de culpa, que como um ‘’plug’’ liga o devedor à
vitima, gerando as obsessões, a captação de mensagens telepáticas do adversário,
aumentando mais a sua aflição.
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20 - EV. Cap. V Item 12 – Bem Aventurados os aflitos – Motivos de resignação
Complementar: Autodescobrimento ‘’Terapia da Esperança’’
Por estas palavras: Bem Aventurados os aflitos, porque serão consolados, Jesus
indica, ao mesmo tempo, a compensação que espera aqueles que sofrem , e a
resignação que faz abençoar o sofrimento como o prelúdio da cura. Ainda deve-se
traduzir assim: Vós deveis vos considerar felizes por sofrer, porque as vossas dores
neste mundo, são a dívida das vossas faltas passadas, e essas dores, suportadas
pacientemente sobre a Terra, vos poupam séculos de sofrimento na vida futura.
Deveis pois estar felizes porque Deus transformou vossa dívida permitindo pagá-la
presentemente, o que vos assegura a tranqüilidade para o futuro.
Ao devedor não será mais venturoso suportar a parte que deve, ao invés de se
lamentar? O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela
maneira que encara a vida terrestre. O que se coloca no ponto de vista espiritual,
abarca de um golpe de vista a vida corporal; ele a vê como um ponto no infinito,
compreende-lhe a brevidade, e se diz que esse momento penoso, passará bem
depressa, a certeza do futuro mais feliz o sustenta e o encoraja, e ao invés de se
lamentar, agradece ao céu pelas dores que o fazem avançar. O resultado dessa
maneira de encarar a vida é diminuir a importância das coisas desse mundo, de levar
o homem a moderar seus desejos, a contentar-se com sua posição sem invejar a dos
outros, a atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que experimenta,
haurindo a calma e a resignação.
TERAPIA DA ESPERANÇA
O autoencontro, o despertar de valores, identificação dos objetivos da vida.
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Estas ocorrências são tão fortes e predominantes, que somente caracteres fortes
conseguem aprofundar a sonda da sua realidade, descobrindo-se, autoencontrando-
se. A identificação com os objetivos da vida, dá-lhe estímulos para a autenticidade,
de realização, sabe que o corpo físico é indumentária transitória (consciente que é
ser espírito encarnado) e com isso descortina o futuro, seguindo-o com firmeza.
Adquire a confiança em si mesmo e no futuro, passando a antecipá-lo desde agora,
com bom ânimo, coragem e sorriso de bem-estar. Adota um comportamento de
autenticidade, seguindo uma linha direcional de atitudes coerentes. Passa a ter
inteireza moral de não valorizar em demasia as pequenas ocorrências, os insucessos
aparentes, e ri de si mesmo com otimismo, enfrentando os obstáculos, que o levam
a transpô-los.
Já não se podem reter as lágrimas! Felizes os que choram porque serão consolados!
Mas não se trata de chorar por chorar, que isso de nada adiantaria à evolução. Fora
assim, os que vivem a lamentar-se da vida seriam os mais perfeitos. Nada isso: as
lágrimas enchem os olhos e sobretudo o coração diante do próprio atraso, diante da
verificação de quanto ainda somos involuidos. Além disso, na prisão da matéria, o
espírito compreende sua necessidade imperiosa de evoluir e chora, ainda feliz porque
ao menos compreendeu seu estado e, com essa compreensão tem meios de sair
dele; esses pois serão consolados com a libertação das angustias torturantes, mas ao
mesmo tempo, purificadoras.
Todos choram e experimentam a paz que advém do pranto. Crêem muitos que o
pranto é vergonha, esquecidos que estão, do pranto da vergonha. Dizem outros que
a lágrima é pequenez que retrata a fraqueza e indignidade; mas a chuva descarrega
as nuvens e enriquece a terra; lava o lodo e vitaliza o pomar. A lágrima é Presença
Divina.
Quando alguém chora, a Lei está justiçando, abrindo rotas de paz nas terras do
espírito. O pranto porém, não pode desatrelar a rebeldia para as arrancadas da
loucura, nem conduzir às ribanceiras do equilíbrio, qual riacho em tumulto semeando
destruição. Chorar é buscar Deus nas regiões da solitude. A sós e junto a Ele.
Ignorado por todos e por Ele lembrado. Sofrido em toda parte, escutado pelos Seus
ouvidos. O pranto fala o que a boca não se atreve a sussurrar. Na impossibilidade de
expressar por palavras, desnudar a alma, esvaziar-se de toda inquietação. Bem
aventurados os que choram, porque serão consolados!
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21 - EV. Cap. III Item 8 – Mundos inferiores e mundos superiores
Complementar: Autodescobrimento ‘’Plenitude - a meta’’
Enfoque: Objetivos educacionais, familiares, sociais, econômicos, artísticos e
espirituais.
Nos mundos superiores, a vida moral e material são bem diferentes que da Terra. O
corpo é sempre como em toda a parte, em forma humana, porém mais embelezada,
aperfeiçoada e sobretudo purificada, já não tendo mais a materialidade terrestre,
nem sujeitos às doenças, nem às deteriorações; a infância é curta ou quase nula, a
vida é muito mais longa que da Terra, isenta de ansiedades e angústias; a morte não
tem mais o horror da decomposição e sim é objeto de uma transformação feliz; os
sentidos são delicados e tem percepções que neste mundo estão sufocadas. A sua
locomoção é rápida e leve, deslizam, por assim dizer, apenas pelo esforço da
vontade. Podem conservar os traços das vidas passadas e assim se apresentarem à
vontade, mas iluminados por uma luz divina, transfigurados das impressões
interiores, sempre elevadas, irradiando inteligência e vida; gozam de uma lucidez
que os coloca num estado permanente de emancipação e permite-lhes a livre
transmissão do pensamento. As relações nestes mundos, são sempre amigáveis
entre os povos, jamais se perturba o vizinho pela ambição de dominá-lo, não há
guerras, nem senhores, nem escravos, nem privilégios de nascimento. A
superioridade moral e inteligente é que dá a supremacia, onde a autoridade é
sempre respeitada, porque é dada por mérito e se exerce com justiça. Ali o homem
procura se elevar sobretudo acima de si mesmo, aperfeiçoando-se, com uma nobre
ambição. Ninguém sofre a falta do necessário, porque ninguém está em expiação;
numa palavra o mal ali não existe. Em vosso mundo tendes necessidade do mal,
para sentir o bem; da noite para admirar a luz; da doença para apreciar a saúde; nos
mundos superiores estes contrastes não são mais necessários.
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Porém, toda mudança impõe esforço, ampliação e renovação de paradigmas,
firmando-se na superação dos valores então vigentes, fixando-se em valores que se
constituem em propulsionadores do progresso. A mudança do normalmente aceito e
estabelecido para outro desconhecido, produz reações de tendências a se preservar
os valores nos moldes estabelecidos, na acomodação de que se beneficiam, e por
outro lado a do esforço que se propõe a renovação da paisagem mental, emocional e
cultural retrógrada em que se teima permanecer.
Aos olhos do mundo, os triunfadores talvez sejam aqueles que brilham na Terra sob
os degraus do êxito ilusório, muitas vezes com o coração cheio de angústias e de
dores, mas, somente os que se libertam e amam, atravessam as dificuldades e
ultrapassam as metas iniciais do processo terrestre, permanecem voltados para o
bem geral e transformados interiormente, iluminados pela chama da imortalidade, e
mergulhados na própria causalidade, fruirão real plenitude – sua meta essencial.
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22 - EV. Cap. VIII Item 5 – Pecado por pensamento
Complementar: Autodescobrimento ‘’Computação cerebral’’
Enfoque: Os hábitos e os desejos subconscientes. Somatização das enfermidades
Aprendestes o que foi dito aos antigos: Não cometereis adultério. Mas eu vos digo
que todo aquele que tiver olhado uma mulher com mau desejo por ela, já cometeu
adultério com ela, em seu coração. Mateus, V, 27-28.
Há uma importante distinção a fazer. Ã medida que a alma avança na vida espiritual,
se esclarece e se desposa, pouco a pouco de suas imperfeições, segundo a maior ou
menor boa vontade que emprega no seu livre arbítrio. Todo mau pensamento resulta
pois da imperfeição da criatura, mas esse mau pensamento torna-se para ela uma
ocasião de adiantamento, se o repele com energia, um esforço por apagá-lo e não
cederá se apresentar a ocasião para satisfazê-lo, e depois de ter resistido, sentir-se-
á mais forte e alegre pela sua vitória. Aquele ao contrário, que não tomou boas
resoluções procura a ocasião para o ato mau, e se não o realiza não é por efeito da
sua vontade, mas porque lhe falta a oportunidade; portanto é tão culpado como se o
cometesse.
Em resumo naquele que não concebe mesmo o pensamento do mal, o progresso está
realizado; naquele a quem vem esse pensamento mas o repele, está em vias de
cumprir; naquele enfim que tem esse pensamento e nele se compraz, o mal está
ainda com toda a sua força. Deus que é justo considera todas essas diferenças na
responsabilidade dos atos e dos pensamentos dos homens.
Há uma série de coisas que fazemos e de outras que não fazemos, às vezes com
agrado e não raro com desgosto. Durante largo tempo fazemos determinadas coisas,
de tal forma que esta se torna um hábito. Mas, de repente, esse hábito começa a
prejudicar-nos e então queremos deixá-lo. Enquanto foi agradável, nós o
mantivemos e o justificamos mediante toda espécie de racionalizações. Ao tornar-se
danoso, passamos a condená-lo e queremos erradicá-lo. Mas ele se enraizou e daí a
nossa dificuldade. Ainda não pomos em ação a vontade soberana, ainda não usamos
da nossa liberdade individual, do nosso livre arbítrio e com todo o empenho, com
muito entusiasmo empreendemos a nossa transformação moral. Somente a situação
de emergência criada por uma grave responsabilidade, por uma oportunidade rara,
por um desastre ou por uma morte súbita, poderia despertar os nossos poderes
inertes: na ausência de uma crise semelhante, a nossa propensão natural é dormir a
vida, desperdiçá-la.
O que é o mal em nós? De que forma reconhecê-lo? Como podemos modificar nossos
hábitos?
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23- EV. Cap. XVII Item 4 – Os bons espíritas
Complementar: Autodescobrimento ‘’Reciclagem do Subconsciente’’
Enfoque: Reforma Intima.
Mas muitos daqueles que crêem, não compreendem nem as suas conseqüências
nem o seu alcance moral, ou se as compreendem não as aplica a si mesmo. Não se
prende isso a falta de precisão da doutrina; sua essência mesma é a clareza, nada
tem de mistérios e seus iniciados não estão de posse de nenhum segredo oculto, não
precisando de nenhuma inteligência fora do comum para entendê-la.
Aquele que pode ser, com razão, qualificado de verdadeiro e sincero espírita, está
num grau superior de adiantamento moral, domina mais amplamente a matéria, tem
percepção clara do futuro; os princípios da doutrina fazem vibrar nele as fibras;
numa palavra ele é tocado no coração, a sua fé é inabalável, e se esforça ele para se
libertar, e quase sempre o consegue quando tem vontade firme. Reconhece-se o
verdadeiro Espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para
domar suas más inclinações.
Isso quanto ao que é material, e quanto ao nosso depósito psíquico? Qual a nossa
relação com esse armazém do subconsciente? O que fazer com o nosso entulho
psíquico para tornar a nossa existência mais limpa, livre, desobstruída, mais
saudável?
Um discípulo queixara-se ao mestre que a sua casa pegara fogo e destruíra tudo
quanto tinha. Respondeu-lhe o mestre que agora seria muito mais fácil a ele encarar
a morte com naturalidade, já que havia se desapegado de tudo. A lição diz que é
necessário: que o fogo da lucidez destrua a residência das paixões, onde cada um se
esconde, onde estão depositados os conteúdos perturbadores e fixações
tormentosas, para que cada um encare a existência sem disfarces, com sentimentos
novos abertos a outros valores, a outras conquistas.
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Para essa tarefa, a ação deve ser destituída de autocompaixão, de autocrítica, de
autopunição, de autojustificação, mediante a coragem de quem vislumbra e se dirige
para uma meta de segurança, sem saudades do que passou; deve fazer a seleção do
material e analisá-lo serenamente, a fim de renovar-se.
O espírita tem um comprometimento com o autodescobrimento, para ser feliz,
identificando seus defeitos e suas boas qualidades, sem autopunição, sem
autojulgamento, sem autocondenação.
Pescá-los no seu mundo íntimo, e eliminar aqueles que lhe constituem motivos de
conflitos, deve ser-lhe a meta. Não se sentir infeliz ou desventurado, porém
empenhar-se por atenuar as manifestações primitivas da agressividade e posse,
desenvolvendo os valores que o equipem de harmonia, vivendo bem cada momento,
sem projetos propiciadores de conflitos em relação ao futuro ou programas de
reparação do passado. Simplesmente deve renovar-se sempre, agindo com correção,
sem consciência de culpa, sem autocompaixão, sem ansiedade. Viver o tempo com
dimensão atemporal, em entrega, em confiança, em paz. O pensamento
evangelizado funciona como uma faxina, desobstrui, limpa, como um processo
depurativo, direcionando a estrutura do conhecimento espiritual no sentido de
harmonizá-lo com a Lei Divina.
Ao espírita, cabe compreender o que é ser Espírito e viver como tal – Espírito-
Espírita - conhecer em pensamento e em vontade, o perfil das suas necessidades
íntimas e de cada espírito; a sua linguagem deve ser a de Espírito para Espírito,
onde cada ato planejado está ligado a conjuntura íntima de cada um em
conseqüência dos relacionamentos elaborados em conjunto com outros espíritos, e
ter como diretriz para se conduzir na Doutrina Espírita, o exemplo que dá.
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23- EV. Cap. XVII Item 4 – Os bons espíritas
REFORMA ÍNTIMA
QUESTÕES DO ESPÍRITO-ESPÍRITA
1) Quem sou? De onde vim? Para onde vou? O que faço aqui? Qual a finalidade
dessa existência? O que é o fato de eu ser Espírito?
2) Qual o meu compromisso com esta reencarnação? Quais os fatores (país, cidade,
região, clima, sociedade, família, condição socioeconômica) que influenciaram
nesta minha ambientação reencarnatória? Quais os meus sentimentos em relação
a esses fatores? Por que tenho esses sentimentos? Qual a finalidade do
espiritismo na minha vida? O conhecimento da reencarnação ajudou-me em quê?
4) O que, como Espírita, devo visar na minha evolução? Quais os fatores que
impedem a minha evolução?
12) Como trabalhar com eles? Como anular estes sentimentos em mim?
13) As minhas qualidades e meus potenciais são: (relacione aquilo que gosta de
fazer, tudo aquilo que faz bem feito, suas boas aptidões, tendências, etc.) como o
outro, este exercício potencializará suas qualidades, fortalecendo a autoconfiança
e autoestima.
14) Como posso desenvolvê-las? Que esforço estou fazendo para melhorar o meu
trabalho íntimo?
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24 - EV. Cap. XXVIII Item 38 – Preces para si mesmo: No momento de dormir.
Complementar: Autodescobrimento ‘’Subconsciente e Sonhos’’
O SUBCONSCIENTE E OS SONHOS
A libido também desempenha papel importante nesse campo, em razão dos desejos,
das frustrações e dos impulsos sexuais contidos, mal direcionados ou
excessivamente liberados. São ocorrências automáticas, decorrentes de muitos
fatores – exaltação, estresse, depressão, fobias, desejos – que fortemente acionados
liberam do subconsciente as cargas arquivadas, em formas de sonhos, recordações,
memórias.
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25 - EV. Cap. X Item 14 – Perdão das ofensas
Complementar: Autodescobrimento ‘’O Passado’’
Enfoque: Aceitação e renovação, arrependimento e reparação, perdão da dívidas.
‘’Bem aventurados aqueles que são misericordiosos, porque eles próprios obterão
misericórdia’’. ‘’Se vos perdoardes aos homens as faltas que eles fazem ...vosso Pai
celestial vos perdoará também...’’. ‘’Se vosso irmão pecou contra vós, ide lhe exibir
sua falta em particular, entre vós e ele; se ele vos escuta, tereis ganho vosso irmão’’.
‘’Reconciliai-vos, o mais depressa, com vosso adversário, enquanto estás a caminho
com ele...’’. ‘’Se pois apresentardes vossa oferenda ao altar, vós vos lembrardes que
vosso irmão tem alguma coisa contra vós, deixai vossa dádiva aí no pé do altar, e ide
antes reconciliar-vos com ele..’’. ‘’Por que vedes um argueiro no olho de vosso irmão,
vós não vedes uma trave no vosso olho..’’. ‘’Não julgueis afim de que não sejais
julgados..’’. Então Pedro se aproximando, lhe disse: Senhor, quantas vezes perdoarei
ao meu irmão? Será até 07 vezes? Jesus lhe respondeu: Eu não vos digo até sete
vezes, mas até setenta vezes sete vezes. Mateus.
Eis um dos ensinos de Jesus que mais deve atingir vossa inteligência e falar mais alto
ao vosso coração. Comparai-a com a oração tão simples e tão grande em suas
aspirações, que Jesus dá aos seus discípulos, e encontrareis sempre o mesmo
pensamento: TU PERDOARÁS SEM LIMITES; perdoarás cada ofensa, ainda que a
ofensa te seja feita freqüentemente; serás brando e humilde de coração, não
medindo jamais sua mansuetude. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos,
generosos, pródigos mesmo no vosso amor.
Das dívidas deles (dos meus devedores) para comigo sempre sei; mas nem sempre
das minhas dívidas sei, e as vezes nem quero saber. Diz o Cristo que devemos
perdoar aos nossos devedores: ‘’Pai, perdoa as nossas dívidas, assim como
perdoamos a dos nossos devedores’’. O verbo usado está no presente ativo,
revestindo-se de atemporalidade: ontem, hoje e amanhã perdoamos; não se
estabelece nenhuma condição recíproca, ‘’se perdoarmos’’. O verbo perdoar, do latim
perdonare, dá idéia de movimento: per ‘’através de, intensamente, totalidade’’, como
em percorrer ‘’correr inteiramente’’, perfazer: ‘’completar, fazer tudo’’, em perdurar:
‘’durar sempre’’ e perdoar: ‘’doar-se todo e inteiro’’. Portanto quando digo: Senhor,
perdoai as minhas dívidas, peço a Deus que me doe, me dê, inteiramente essas
dívidas, da mesma forma que as perdôo, as dôo, as dou, intensivamente aos meus
devedores. E quando dizemos “perdoai nossas dívidas’’, mais não estamos fazendo
senão desejar que elas se nos apresentem claramente ao nosso entendimento. É
como se disséssemos: Dai-nos o inteiro conhecimento dos meus males.
“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará” (JO. 8, 32). A verdade somos nós
mesmos. Conhecendo-nos, seremos livres, porque o autoconhecimento liberta da
tradição e toda a sua carga de prejuízos. À medida que nos conhecemos, nos
transformamos, amplia-se o nosso tesouro, tesouro que as teias de aranha, a
fuligem, a ferrugem não consomem, e revela-se em plenitude. Dele nós tiramos o
conteúdo inesgotável: a caridade, a benevolência, a condescendência, a bondade, as
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boas qualidades que em todos nós estão em potencial, e então seremos criaturas tão
amorosas que o perdão com o total esquecimento das ofensas, será tão natural em
nós, que nunca precisaremos perdoar, porque simplesmente nunca nos ofenderemos.
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26 - EV. Cap. XXV Item 6 – Observai os pássaros do Céu
Complementar: Autodescobrimento ‘’Incerteza do Futuro’’
Enfoque: Preocupações do dia a dia, realizações no futuro e a atenção no presente.
‘’Por isso vos digo: Não vos inquieteis por saber onde achareis do que comer para o
sustento da vossa vida, nem onde tirareis roupa para cobrir vosso corpo, a vida não
é mais do o alimento, e o corpo mais que a roupa? Observai os pássaros do céu: eles
não semeiam e não colhem, e não amontoam nada nos celeiros, mas vosso Pai
celestial os alimenta; não sois muito mais do que eles? E quem é, dentre vós aquele
que pode, com todos os seus cuidados, aumentar à sua estatura de um côvado?
Observai os lírios dos campos; eles não trabalham e não fiam; e, entretanto, eu vos
declaro que Salomão, mesmo em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles.
Se, pois, Deus tem o cuidado de vestir dessa maneira a erva dos campos, que hoje
existe e que amanhã será lançada no fogo, quanto mais cuidado terá em vos vestir,
oh homens de pouca fé! Não vos inquieteis dizendo: Que comeremos, ou que
beberemos, ou de que nos vestiremos? como fazem os pagãos que procuram todas
essas coisas; porque vosso Pai sabe que delas tendes necessidade. Procurai, pois,
primeiramente o reino de Deus e sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas
por acréscimo. Por isso não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de
amanhã cuidará de si mesmo. A cada dia basta o seu mal. Mateus, Cap. VI.’’
INCERTEZA DO FUTURO
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As somas dos segundos se transformam em milênios. É mais exeqüível realizar-se
uma ação em cada pequeno minuto do que aguardar a sucessão dos anos e não se
fazer nada. Quando se deseja, estabelece-se horário e define-se ocasião, ordem essa
registrada no subconsciente, que faculta a realização do programa estabelecido. A
atitude correta está em viver cada momento intensamente, porquanto, cada minuto
que se acerca e passa, é o futuro chegando e transformando-se.
O que não é possível realizar-se hoje, será feito amanhã, porém sem angustia, sem
remorso. Uma excelente receita de paz, proposta por Jesus: - Não andeis, pois
ansiosos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã a si mesmo trará o seu
cuidado; ao dia bastam os seus próprios males.
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27 - EV. Cap. XIX Item 1 – O poder da Fé
‘’E Jesus, tendo ameaçado o demônio, ele saiu da criança, que foi curada no mesmo
instante. Então os discípulos vieram encontrar Jesus em particular, e lhe disseram:
Por que não pudemos nós outros, expulsar esse demônio? Jesus lhes respondeu: É
por causa da vossa incredulidade. Porque eu vo-lo digo em verdade: se tivésseis fé
como um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daqui para ai, e
ela se transportaria, e nada vos seria impossível. Mateus, cap. XVII, 14-20) .
Da mesma forma que a flor abre-se ao sol para nutrir-se e vivificar, essa
receptividade humana baseia-se na estrita não-resistência. O homem fica com o que
‘’é ’’. Nesta dinâmica passividade, enxerga e escuta, e sobretudo sente, nele a Vida
lhe vai sugerindo, mansamente, os atos por realizar, as decisões a tomar, os
caminhos por seguir, em perfeito estado de fé.
O Evangelho: O PODER DA FÉ
É unicamente no sentido moral que se deve entender o poder da fé. É certo que a
confiança nas próprias forças torna-se capaz de executar coisas. As montanhas que a
fé transporta são as dificuldades, as resistências, a má vontade, os preconceitos,
interesse material, egoísmo, fanatismo, paixões,...etc. a fé robusta dá a
perseverança, a energia e os recursos que fazem vencer esses obstáculos. Noutra
acepção, a fé também, dá confiança no cumprimento das coisas, na certeza de se
atingir seu fim; dá uma lucidez que faz ver. A fé verdadeira, sempre acalma; dá
paciência, inteligência e compreensão das coisas. A fé verdadeira alia-se à
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humildade, com confiança em Deus, porque sabe que é simples instrumento da Sua
vontade. Pelo poder da fé o homem age direta e especialmente na ação magnética,
sobre o fluido, agente universal, lhe modifica as qualidades e lhe dá impulsão.
Pode pela fé dirigida para o bem, operar esses fenômenos estranhos de cura e outros
que podem passar por prodígios, e que não são senão todavia a aplicação da uma lei
natural.
AUTODESCOBRIMENTO E A FÉ
Disse Jesus a Jairo, o chefe da sinagoga que pedia socorro a filha considerada morta:
‘’Não temas, crê somente’’, e chegando à casa da enferma despertou-a para a saúde
a vida. Assim, busca Jesus nos momentos difíceis, reveste-te da necessária
humildade, a fim de submeter-te aos impositivos da evolução, embora o sacrifício
que seja necessário oferecer. Não duvides, porém, do auxilio divino, em todos os
dias da tua vida. A fé é uma necessidade imprescindível para a felicidade, fator
essencial para as conquistas íntimas nos rumos da evolução.
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28 - EV. Cap. V Item 20 – A felicidade não é deste mundo
Complementar: Autodescobrimento ‘’Insatisfação’’
Não sou feliz! A felicidade não feita para mim! Exclama geralmente o homem em
todas as suas posições sociais. A felicidade não é deste mundo. Nem a fortuna, nem
o poder, nem mesmo a juventude, são condições de felicidade, nem mesmo a soma
das três. Neste mundo, qualquer coisa que se faça, cada um tem a sua parte de
trabalho e de miséria, seu quinhão de sofrimento e de decepções. A terra é um
planeta de provas e expiações, esse globo não encerra senão excepcionalmente as
condições necessárias para a felicidade, nele a felicidade é efêmera. Em geral ela é
uma utopia; o homem sábio é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente
feliz nele se encontra menos. Porém é preciso admitir que existem alhures moradas
mais favoráveis, onde o espírito do homem possui plenitude. Deus semeou em
turbilhão esses belos planetas superiores para o qual os vossos esforços e vossas
tendências vos farão gravitar um dia, quando mais purificados e aperfeiçoados. E,
mais, a Terra não está eternamente dedicada a esse estágio, pelos progressos já
verificados, podeis deduzir os progressos futuros. Assim que uma santa emulação
vos anime e cada um despoje energicamente do homem velho, que vossos corações
aspirem a esse objetivo, e um mundo de felicidade já não mais será uma palavra vã.
Reflexão:
Mas, o que é a felicidade? Prazer e gozo dos sentidos? A filosofia do prazer como um
fim em si mesmo? O amor às coisas do mundo? O amor ao bem-bom, ao bel-prazer?
Será a felicidade um estado de virtude? De beatitude? A felicidade é um estado fora
de nós ou está dentro de nós? Por que nunca está onde estamos? Está a felicidade
onde a pomos?
A INSATISFAÇÃO E A INFELICIDADE
A FELICIDADE E O AUTODESCOBRIMENTO
Para onde o ser se transfere, fugindo, leva-se consigo e reencontra-se, logo mais, no
novo lugar, assim se acostume com a novidade. A autodepreciação é fator
preponderante para a infelicidade pessoal e para seu relacionamento com os outros,
em razão do desrespeito para consigo mesmo. Quem se subestima, supervaloriza os
outros, fazendo confrontos entre si e os demais de forma inadequada, ou projeta a
sua sombra acreditando que todos são iguais, variando-se apenas nas aparências e
habilidade de se mascararem. O seu critério de avaliação é distorcido, doentio, sem
parâmetros do discernimento. A sua autoimagem é incorreta, feita de autopiedade ou
de autopunição, o que se transforma em uma lente defeituosa, que altera a visão do
mundo e das outras criaturas.
Todos somos diferentes uns dos outros, com desafios parecidos, mas não iguais, em
lutas contínuas, no entanto específicas, e a vitória conseguida em um combate não
impede nem evita outros enfrentamentos. A psicologia da religião começa na análise
dos recursos de cada um: sua fé, sua dedicação, seus interesses espirituais, suas
buscas e fugas, seus medos e conflitos.
Quanto mais a pessoa se autopenetra, mais descobre e mais possibilidades tem de
conhecer-se. Essa conquista leva ao infinito, porque vai até o ‘’deus interno’’ que
abre as portas ao entendimento do Criador.
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29 - EV. Cap. XXV Item 1/5 – Ajuda-te, e o Céu te ajudará.
Complementar: Autodescobrimento ‘’Indiferença’’
Enfoque: Terapia do Interesse, doação ao próximo.
Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porque todo
aquele que pede recebe, o que procura acha, e se abrirá àquele que bater a porta.
...... se, pois vós sendo maus como sois, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos,
com quanto mais forte razão vosso Pai, que está nos céus, dará aos verdadeiros
bens àqueles que lhos pedem. Mateus, Cap. VII, 7
A viciação que o torna infeliz, resulta em não se preocupar com os outros, nem com
o lugar onde se encontra, com desrespeito a si mesmo, ao próximo e a sociedade.
Sua indiferença inicia-se, as vezes, da acomodação mental, como mecanismo de
defesa, para poupar-se ao trabalho ou a preocupação, caracterizado no conceito do
‘’deixa para lá’’; esquecendo-se que toda questão não resolvida no agora, retorna
depois, complicada. Sua indiferença provém também de vários conflitos, decepções
em relação à própria existência; do cansaço decorrente das tentativas malogradas de
autoafirmação; pelo desamor, em haver aplicado mal os seus sentimentos, como
trocas de interesses ou vigência de paixões; o abandono de si mesmo pela falta de
autoestima; demasiada valorização ao que é secundário em prejuízo do que é
essencial, que é a própria vida.
E mesmo que não necessites do teu irmão, o que de forma alguma ocorre, já que
ninguém na Terra se encontra em regime de completista, não poderás passar sem
bater, sem pedir e sem buscar a misericórdia de Nosso Pai, que nunca nos falta, em
considerando as nossas infinitas necessidades.
Cada amanhecer representa formosa concessão de Deus àquele que viu o cair da
tarde e presenciou a aparente vitória da noite sobre a luz. Por isso formular
propósitos salutares e executá-los é impositivo impostergável a favor da própria
evolução, libertando-se da indiferença, enriquecendo-se e preparando-se para a
todas as conjunturas. Ajudando-se o céu te ajudará.
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30 - EV. Cap. V Item 4/5 – Causas atuais das aflições
Complementar: Autodescobrimento ‘’Pânico’’
Enfoque: O medo. As obsessões. Tratamento espiritual
As vicissitudes da vida são de duas espécies, têm duas fontes diferentes: umas têm
sua causa na vida presente, outras fora dela. Os males da natureza do homem,
formam seguramente um notável contingente nas vicissitudes da vida; o homem os
evitará quando trabalhar para seu aprimoramento moral e intelectual. Mas, se há
males dos quais o homem é a causa primeira, há outros que a lei humana não
alcança, mas quer Deus o progresso de todas as criaturas, por isso não deixa ele
impune nenhum desvio do caminho reto, e se todo efeito tem uma causa, essas
misérias devem ter uma causa, e, desde que se admita um Deus justo, essa causa
deve ser justa. Portanto a causa precedendo o efeito, só pode ter sido numa
encarnação anterior, precedente a essa. O homem, pois, nem sempre é punido, ou
punido completamente na sua existência presente, mas não escapa jamais às
conseqüências de suas faltas.
O MEDO
Face às ameaças, o ser permanece tímido, procurando fazer-se bonzinho, não pela
excelência das virtudes, mas por mecanismo de sobrevivência. O medo assim
considerado, por assumir estados incontroláveis e perturbadores. Os fatores
psicossociais, as pressões emocionais, influem tornando o indivíduo amedrontado,
gerando temores injustificáveis, a se refletirem na área correspondente, com
prejuízos sérios.
Essa é uma outra forma de medo. Temos medo, um grande medo de ser ninguém e
presas deste medo, alimentamos a chama da combustão de nossos desejos, nutrindo
uma imensa insatisfação; detestamos a nossa vida, porque somos carentes dos bens
que a outros sobram, ou porque temos males que outros estão isentos.
Manifestamos então os nossos desejos de mudança em algum sentido (ser rico, ser
magro, loiro, ter uma mulher ou marido diferente, ganhar mais, filhos melhores, em
comprar mais e vender mais) pois os nossos desejos são a ponta de lança do nosso
senso aquisitivo hipertrofiado, que se consubstanciam numa grande insatisfação,
insatisfação naquilo que somos daquilo que temos. Queremos então nos realizar de
alguma forma no meio social, detestamos o anonimato, ansiosos por ser
reconhecidos e se possível apontados: ‘’é ele – é ela’’. A ânsia de autoafirmação gera
a insatisfação, e esta é uma resistência à vida.
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31 - EV. Cap. IV Item 4 – Ressurreição e Reencarnação
Complementar: Autodescobrimento ‘’Medo da Morte’’
Enfoque: Instinto de conservação - fenômeno da morte – compreensão da vida.
Allan Kardec no livro O Céu e Inferno, traz a seguinte mensagem: ‘’...por isso os
verdadeiros filósofos se exercitam para morrer e a morte não lhes parece de nenhum
modo temível’’. 1ª parte, cp. II e 2ª parte cap. I
O MEDO DA MORTE
Mas, se não houvesse a morte física, o sentido da vida desapareceria, assim como a
finalidade da vida, da conquista de valores e do desenvolvimento intelecto moral do
ser. A sobrevivência, a morte, a reencarnação – são fenômenos naturais e
conseqüência da vida – e nisso a existência terrestre adquire significado e valor.
Fosse limitada a vida ao período de berço-túmulo, todos os labores perderiam a seu
conteúdo ético e os esforços dariam em nada.
Viver, renascendo todo dia, morrendo sempre para todos os conceitos, opiniões e
ilusões, vivendo com o que ‘’é’’.
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Reflexão: O MEDO DE MORRER
A MORTE SERENA
O meio carrega em si o próprio fim, pois é parte do fim, uma vez que é o seu
caminho. Aquele que se apega à vida própria, o faz perder a vida, segundo a
expressão evangélica. A morte lhe parece assim uma perda e por isso o aterroriza,
pois nada é mais terrível que perder. Toda a sua vida é um angustioso ter e reter.
Diante da figura simbólica da morte, do esqueleto com o seu alfanje impiedoso, que
corta as esperanças de uma safra impossível, com a qual sonha viver à farta,
armazenando indefinidamente seus bens, ele se defronta com a sobrevivência
impossível, e então compensa a morte com a esperança imaginária de um continuar,
que o Cristianismo formal lhe oferece. Mas essa esperança não o convence, apenas o
acalenta no perpassar da vida. A morte para o ego é uma contradição viva, em que
morte e vida se misturam, gerando confusão e angústia.
Mas, a morte para o espírito, não é contradição viva, mas uma coerência existencial,
em que a existência se completa na transcendência. A Vida é um projeto existencial,
que atravessa a existência, transformando-se à proporção que transforma o meio,
em busca do alvo da morte. A Morte Serena, pois, só pode ser atingida pela Vida
Serena que permite que a vida inquieta se transforme na vida serena. Na Vida a
morte é apenas um fim relativo ou parcial, em que não há vida própria a acabar,
mas somente um transcender. O que acaba na morte é apenas o ego/personalidade
‘’coisificado’’ no cadáver, enquanto o ser/individualidade se transcende no
interexistencial.
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O Espírito aprendeu a morrer na vida para encontrar a vida, através do desapego.
Enquanto para a personalidade só há ter e reter, a do espírito é um desapegar
constante, a morte psicológica de todas as suas conceituações e valorizações, um
despojamento, e para ele não parece a morte, um esqueleto com o alfanje, mas sim
a noiva poética, com seu véu e suas flores, convidando-o para a comunhão com a
beleza da vida. Não há ceifa, pois não há o que ceifar, mas sim somente a essência
existencial elaborada no Viver.
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32 - EV. Cap. IX Item 9 – A cólera
Complementar: Autodescobrimento ‘’A raiva’’
Enfoque: Descontrole emocional
O orgulho vos leva a crer mais do que sois, a sofrer uma comparação que possa vos
rebaixar; a vos considerar, ao contrário, de tal modo acima dos vossos irmãos, na
posição social, seja na superioridade pessoal, que algo por menor que seja vos irrita
e vos fere e entregai-vos então à cólera. Em seu frenesi, o homem colérico ataca
tudo, a natureza bruta, até os objetos inanimados, porque não lhe obedecem. Ah! Se
pudesse se ver com sangue frio teria medo de si, ou se acharia ridículo! Se
imaginasse que a cólera não resolve nada, altera a sua saúde, compromete-lhe a
vida, veria que é sua primeira vítima. É falsa a idéia de que não se pode reformar
sua própria natureza, e o homem se crê dispensado de esforçar-se para corrigir seus
defeitos, é por isso que o homem inclinado à cólera, de desculpa, quase sempre, com
o seu temperamento, é ainda uma conseqüência do orgulho que se encontra dentro
dele. Procurai as origens desses acessos de demência que vos assemelham aos
animais, vos fazendo perder o sangue-frio e a razão; procurai e encontrareis, quase
sempre por base , o orgulho ferido. A cólera não exclui certas qualidades do coração,
mas impede de fazer muito bem, e pode levar a fazer muito mal; isso deve bastar
para motivar esforços para dominá-la..
A RAIVA
A sensação da raiva atual tem as suas raízes em conflitos não digeridos, que foram
soterrados no subconsciente e que ressurgem sempre que alguma vibração
equivalente atinge o fulcro das lembranças arquivadas. Ressumam assim,
inconscientemente, todos os incidentes desagradáveis que estavam cobertos com a
leve camada de cinzas do esquecimento, no entanto, vivos.
Toda vez que a raiva é submetida a pressão e não digerida, produz danos no
organismo físico e no emocional. No físico, mediante distúrbios orgânicos (indigestão,
diarréia, acidez, disritmia, falta de apetite ou glutonaria, tumores malignos, – como
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autopunição – etc. No emocional, nervosismo, amargura, ansiedade, depressão... As
ondas mentais perturbadoras da raiva sobre as células, afeta-as, e a inconsciente
necessidade de autopunição facilita-lhes a degenerescência.
Ter raiva é sintoma de ser sensível, e bem canalizá-la, até a sua diluição, é
característica de ser humano, lúcido e saudável. Quando ofendido, o indivíduo deve
expressar os seus sentimentos ao agressor, aos amigos, sem queixa, sem mágoa,
demonstrando ser normal e necessitado de respeito, de consideração como todas as
demais pessoas. Nunca se permita a falsa postura de humildade, fingindo
santificação antes de ter alcançado a plena humanização. Quando se parece, sem
ser, transita-se pelo conflito, inclusive o de inferioridade, avançando-se para os
estados depressivos. Nunca se deve apontar os próprios itens negativos ou
apresentá-los para agradar aos demais ou fazê-los rir, o que será
autodesvalorização.
Considerar o ofensor alguém que está de mal consigo mesmo ou enfermo sem dar-se
conta; de deriva-se de uma doença, prejuízo financeiro, traição de um amigo, perda
de algo importante, a resignação não impede que se lhe dê expansão para, logo
após, eliminá-la. Chorar, considerar a ocorrência injusta, descarregar a emoção do
fracasso, gastar a energia em uma corrida ou num trabalho físico estafante, projetar
a imagem do ofensor, elucidando a raiva até diluí-la, são admiráveis recursos, dentre
outros para anular os seus efeitos danosos.
Respeitar-se e amar-se são, por fim, os melhores recursos para enfrentar a raiva.
Retê-la nunca! Sem revides, nem mágoas.
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33 - EV. Cap. X Item 4 – Perdoai para que Deus vos perdoe
Complementar: Autodescobrimento ‘’O ressentimento’’
Enfoque: A mágoa e suas conseqüências
O RESSENTIMENTO - A MÁGOA
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34 - EV. Cap. V Item 18 – Bem e mal sofrer
Complementar: Autodescobrimento ‘’Lamentação’’
Enfoque: Hábitos negativos : queixas e lamentações; autocompaixão.
A LAMENTAÇÃO
Entre os hábitos negativos, a lamentação cabe destaque. Vício perturbador, deve ser
combatido com a lucidez da razão não se fazendo justificativas aos argumentos em
que se apóia. As queixas e as lamentações são as tensões geradas pelas cargas de
amargura e ressentimento que guardam esses tóxicos destrutivos, que mais se
avolumam, quanto mais são cultivados.
A saúde mental exige esforço pessoal, intransferível, caracterizado pelo real desejo
do equilíbrio. Portanto uma decisiva disposição ao autoencontro e o empenho de
conseguí-lo são os instrumentos hábeis que se coroará de êxito. A vida é rica de
convites ao progresso e à responsabilidade, em iguais condições para todos os
indivíduos, e os imperativos se fazem convites ao reequilibrio à reparação. Esse fluxo
do ir e vir é inevitável até o momento da plenitude, que se atinge mediante a
consciência objetiva, liberando o ser o seu potencial adormecido, ascendendo
moralmente, adquirindo conhecimentos que o intelectualizam a entender as Leis da
Vida, conseguindo sintonizar-se em harmonia com a Consciência Cósmica.
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35 - EV. Cap. V Item 21 – Perda de Pessoas Amadas
Complementar: Autodescobrimento ‘’Perda pela Morte’’
Freqüentemente quando a morte vem ceifar nas vossas famílias, dizemos que Deus
não é justo, que muitas vezes leva os mais jovens, fortes para conservar os que
viveram longos anos plenos decepção; uma vez que leva aqueles que são úteis e
deixa os que não servem para nada; uma vez que parte o coração de uma mãe
privando-a da inocente criatura que lhe fazia toda a sua alegria.
Humanos, tendes necessidades de vos elevar acima do terra-a-terra da vida, para
compreenderdes que o bem, freqüentemente, está onde creres ver o mal. A sábia
previdência onde creres ver a fatalidade. Porque medir a justiça divina pela vossa?
Achais que por simples capricho quer o Senhor dos mundos vos infligir penas cruéis?
Nada se faz sem um objetivo inteligente, cada coisa tem sua razão de ser, sempre
em todas as dores se encontra a razão divina, razão regeneradora. Regozijai-vos ao
invés de se lamentar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos desse vale de
misérias. Não há egoísmo em desejar que ele aí permanecesse para sofrer convosco?
Essa dor se concebe naquele que não tem fé, e que vê na morte uma separação
eterna. Más vós espíritas, sabeis que a alma vive melhor desembaraçada de seu
envoltório corporal, mães sabeis que seus filhos bem amados estão perto de vós,
seus corpos fluídicos vos cercam, seus pensamentos vos protegem, vossas
lembranças os embriaga de alegria; mas também vossas dores os afligem, porque
elas denotam falta de fé e são revolta contra a bondade de Deus.
Profunda e dilaceradora é a dor que decorre da perda de entes queridos. Essa dor
entretanto decorre dentre outros fatores, de atavismos psicológicos, filosóficos e
religiosos, que não educaram o indivíduo a considerar natural, como o é, a
ocorrência que faz parte do processo orgânico pelo qual a Vida se expressa.
Os mortos apenas se transferem de faixa vibratória, deslocam-se temporariamente,
mas não se aniquilam. Continuam a viver, comunicam-se com aqueles que ficaram
na Terra, estabelecem novos liames de intercâmbio, aguardam os afetos e recebem-
nos, por sua vez, quando desencarnam.
Quase sempre se fazem interrogações ilógicas, nessas situações: Por que ele? Por
que eu?.
Ora , todos somos mortais nos equipamentos orgânicos, e o número de óbitos é
expressivo, cada vez alcançando este ou aquele indivíduo, ou alguém do grupo
social. Pela própria lei da probabilidades chega a vez de todos, um a um. É
inevitável.
O próprio verbo ‘’perder’’, encontra-se aqui deslocado. Pessoas não podem deixar de
prosseguir, perdendo-se, no sentindo de coisas que deixam os seus possuidores e
desaparecem. Ninguém pertence a outrem, e somente se perde o que não se tem.
Assim as dores manifestadas na morte de pessoas queridas, possuem altas cargas de
emoções desequilibradas e explodem com caráter autopunitivo, não afetivo. As vezes
a pessoa não era atendida como merecia, e ao morrer, descobre-se em falta, auto-
supliciam-se, fazendo quadros de revolta e desespero. Noutras ocasiões, são os
conflitos retidos que espocam, gerando maior soma desequilíbrios.
Na maioria das oportunidades, no entanto, são os sentimentos naturais de saudade,
de ausência, de ternura, que ferem aqueles que ficam, martirizando-os. É justo que
se sofra a dor da separação, que chore a ausência, que se interrogue em silêncio
como se encontrará na nova situação o ser amado. O desespero no entanto não se
justifica, por não equacionar, nem preencher o vazio que permanece.
São recursos valiosos para a liberação da mágoa decorrente da morte: extravasar a
dor mediante recordações felizes, orvalhadas de lágrimas, reviver episódios
marcantes com ternura, repartir os haveres com os necessitados, envolvê-los em
orações e crescer intimamente, digerida pela esperança do reencontro, da
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comunicação, e graças ao afeto preservado, torna-se luarizada, suavizando-se e
conservando-se somente os sinais da gratidão por se haver fruído da presença
querida.
Evitar-se, pois, a depressão e seus males, ante a morte de alguém afeiçoado, é
prova de amor por quem partiu e não pode ser culpado de haver viajado, sem
consulta prévia ou anuência, conduzido pela Vida ao retorno às origens, para onde
todos seguiremos.
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36 - EV. Cap. V Item 25 – A melancolia
Complementar: Autodescobrimento ‘’Amargura’’
Enfoque: Presença da amargura – alegria de viver
Sabeis por que uma vaga tristeza se apodera por vezes dos vossos corações e vos
faz achar a vida tão amarga? É o vosso espírito que aspira à felicidade e à liberdade,
e que, preso ao corpo que lhe serve de prisão, se extenua em vãos esforços para
dele sair. Mas vendo que são inúteis, cai no desencorajamento, e o corpo,
suportando sua influência, a languidez, o abatimento e uma espécie de apatia se
apoderam de vós, e vos achais infelizes.
AMARGURA
A criatura existe para amar, amar-se e ser amada. O amor é vibração de Deus que
perpassa em todas as coisas do Universo. Aquele que se compraz na amargura, não
se ama, será amado, ou amará. Por preferir ser visto pela piedade e pela compaixão,
negando-se embora inconscientemente ao amor.
CONTEÚDOS PERTURBADORES
(Síntese)
Para mais eficiência do processo a ser empreendido, uma luta interior deve ser bem
direcionada, firmada nos propósitos de relevância em relação ao futuro, e superação
das marcas do passado. Assim os algozes psicológicos que afetam expressivo
número de pessoas, aguardam decisão e ajuda para arrebentarem as suas amarras
retentivas, que impedem a plenificação da criatura.
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37 - EV. Cap. XI Item 1 – O maior Mandamento
...o doutor da lei, veio lhe fazer esta pergunta: Mestre, qual é o maior mandamento
da lei? Jesus lhe respondeu: Amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração,
de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito; é o maior e o primeiro
mandamento. E eis o segundo, que é semelhante àquele: Amareis vosso próximo
como a vós mesmos. Mateus, cap. XXII, v.34 à 40.
O AMOR
Por uma herança atávica, grande número de pessoas tem medo do prazer, da
felicidade, por associá-lo ao pecado, à falta de mérito, que se tornaria uma dívida a
resgatar, ou talvez, como sendo uma tentação diabólica para retirar a alma do
caminho do bem. Tal castração punitiva, que se prolongou por muitos séculos, ao ser
vencida, deixou uma certa consciência de culpa, que liberada, vem conduzindo
uma verdadeira legião de gozadores ao desequilíbrio, ao abuso, ao extremo das
aberrações.
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De alguma forma, no amor, há uma natural necessidade de aproximação física, de
contato e de contigüidade com a pessoa querida. O prazer legítimo decorre do amor
pleno, permanente, gerador da felicidade, enquanto que o comum, aquela
necessidade faz-se tormentosa, onde o prazer torna-se imediato, consumidor, fugaz,
devorador de energias e de formação angustiante, e se for estabelecida uma
dependência emocional, logo o amor transforma-se em ansiedade que se confunde
com o verdadeiro sentimento, e, quando diz: eu o amo, na verdade está dizendo:
eu necessito de você, na exigência do: você me deve amar.
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38 - EV. Cap. VI Item 1 – O jugo leve
Complementar: Autodescobrimento ‘’Os sofrimentos’’
Enfoque: Formas de sofrimento – aprendizagem com as experiências
Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e u vos aliviarei.
Tomais meu jugo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de
coração e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu
fardo é leve. (Mateus, XI, V.28:30)
Jesus veio ensinar aos homens que todos os sofrimentos encontram consolação na fé
no futuro, e na confiança na justiça de Deus e também coloca uma condição à sua
assistência e à felicidade que promete aos aflitos; essa condição está na lei que
ensina: seu jugo é observação dessa lei; mas esse jugo é leve e essa lei é suave,
uma vez que impõe o dever do amor e a caridade.
OS SOFRIMENTOS
O sofrimento constitui, desse modo, desafio evolutivo que faz parte da vida, assim
como a anomalia da ostra produz a pérola e o processo doloroso do parto propicia a
vida. Aceitá-lo com resignação dinâmica, através de análise lúcida, e bem direcioná-
lo é proporcionar-se um sentido existencial estimulante, responsável por mais
crescimento interior e maior valorização lógica de si mesmo, sem narcisismo nem
utopias.
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39 - EV. Cap. V Item 23 – Os tormentos voluntários
Complementar: Autodescobrimento ‘’Estar e Ser’’
Enfoque: Aparência social – Insegurança – Criticas
‘’Estar e Ser’’
Todos que transitam em experiências humanas, durante o seu curso estão, mas são
a soma das mesmas. Conscientizar-se de que se ‘’é’’ o que se ‘’está’’, constitui
desequilíbrio comportamental. O que se ‘’está’’, deixa-se, passa; o que se ‘’é’’
permanece.
A sua conduta é confusa: fugindo das suas dúvidas, torna-se crítico das dos outros,
num processo de transferência de valores internos; procura agradar na presença e
faz-se censor na ausência; insatisfeito, é rude com os que dele dependem, e
bajulador em relação aos que acredita serem superiores; oculta os próprios
sentimentos, a fim de poupar-se a comentários desagradáveis, apresentando-se
dúbio e agradável. Suas opiniões tem como meta atender a todos, concordando com
ambos os litigantes, quando for o caso, parecendo um diplomata hábil, apesar dos
temores íntimos. Gosta de opinar em assuntos que desconhece, como uma
compensação ao conflito, estando sempre no que parece, evitando assumir o que é
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Pode-se nascer enfermo ou sadio, o que significaria ser. Não obstante, através de
uma boa programação mental, o ser doente pode transformar-se em apenas estar
por um período, sofrer um tipo de conjuntura e deficiência, sendo saudável.
Uma plena conscientização de que todas as pessoas estão sob exame de outras –
que as criticam por inveja, despeito, preguiça, espírito derrotista, embora diversas o
façam com sincero desejo de auxiliar, pelo direito de submeterem à prova o que se
credencia ao conhecimento público – é de grande utilidade. Para ser objeto de crítica,
basta destacar-se, sobressair-se, tornar-se alvo. É confortador alguém ver-se sob
petardos, significando haver rompido com o escudo da mesmice, do igual a todos, do
não chamar a atenção. É ser alguém, ser especial e até ser único.
Saudável é aquele que está em permanente esforço para ser melhor, para conquistar
novos patamares, reunindo os tesouros da autoiluminação. Esse não teme
obstáculos, não receia os outros, nem se teme. Renova-se, melhorando o grupo
social e o mundo onde está, mas não lhe pertence, não o detém, nem nele
pára. Ensina-nos Jesus, a mensagem do estar sem ser, do estar sem permanecer,
em João, Cap. 15 e 17 do seu Evangelho: ‘’Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o
que é seu. Mas como não sois do mundo, antes, dele vos escolhi, é por isso que o
mundo vos odeia.’’ ... ‘’ dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois não são do
mundo, assim como eu não sou do mundo; não peço que os tires do mundo, mas
que os guarde do mal, eles não são do mundo, como eu não sou; assim como me
enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo.’’
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40 - EV. Cap. XIII Item 11 – A Beneficência
A beneficência vós dará nesse mundo as mais puras e as mais doces alegrias.
Aquelas que não são perturbadas nem pelo remorso, nem pela indiferença. Esse
sentimento que faz com que se olhe outrem como o mesmo olhar com o qual se olha
a si mesmo, que se desnude com alegria para vestir seu irmão. Compreendei quanto
são deliciosas as impressões daquele que vê renascer a alegria, onde um instante
antes, não via senão desespero!. Compreendei quais são as vossas obrigações para
com os vossos irmãos. Ide ao encontro dos infortúnios, ide em socorro das misérias
ocultas sobretudo, e lembrai-vos destas palavras do Salvador: Quando vestirdes um
desses pequeninos, pensai que é a mim que o fazeis.
A ABNEGAÇÃO E A HUMILDADE
A sua lucidez trabalha pelo bem geral com naturalidade, levando-o à abnegação
quando necessária, sem exibicionismo ou arrogância. Percebe que a finalidade da
vida é alegria de viver, decorrente dos pensamentos e ações meritórios, o que o
propele à autoestima e autodescoberta constante, trabalhando-se sem ansiedades,
fadigas e nem decepção. Não pára na faina a examinar imperfeições, mas elabora
esquemas de aprimoramento com sede de conquistas que não cessam.
Porém, se não expressam evolução ou delas não decorrem, são simulações dos
temperamentos emocionais conflituosos, que as utilizam para mascarar a timidez, o
medo, o complexo de inferioridade, a inveja. Porque se sentem frustrados nas
conquistas e desafios, ocultam-se na abnegação forçada, recheada de reclamações e
exigências, fingindo-se mártires incompreendidos, perseguidos de todos, ricos em
recalques. São presunçosos na sua abnegação e ciosos dela, apresentando propostas
e comportamentos extravagantes, exibicionistas. Ganham o céu, dizem. Isto porque
não têm valores para conquistar e desincumbir-se dos deveres na Terra.
Ser humilde, não é convir com o erro, com o mal, em silêncio comprometedor. A
indiferença não poucas vezes assume a postura da falsa humildade, permanecendo
fria ante os acontecimentos e alienando a criatura. A abnegação nunca é triste,
porque é terapêutica. Mostra jovialidade, alegria de viver, felicidade em ser útil.
Ajudar, renunciando-se, é estado de júbilo interior, e não uma áspera provação,
mesmo porque ela é sempre oferecida e jamais imposta.
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Da mesma forma, a humildade é cativante, sem aparência. Sente-se-lhe o perfume
primeiro, para poder-se vê-la depois. Quando se é humilde, logra-se a pureza com o
desprezo pelo puritanismo; vive-se a sinceridade, sem a preocupação de agradar;
confia-se no sucesso das realizações, mas não se lhes impõem as propostas. Tudo
transcorre em uma psicosfera de harmonia e naturalidade.
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41 - EV. Cap. XVII Item 3 – O homem de Bem (Caracteres da perfeição)
Complementar: Autodescobrimento ‘’Infância psicológica’’
Enfoque: Personalidade infantil e amadurecimento psicológico
Faz o bem pelo bem; retribui o mal com o bem; toma a defesa do fraco contra o
forte, e sacrifica sempre seu interesse à justiça. Encontra satisfação nos benefícios
que presta; nos felizes que faz; na consolação que dá aos aflitos. Ele é bom, humano
e benevolente para com todos e respeita nos outros as convicções sinceras e não
condena a quem não pensa como ele. Não tem ódio, nem rancor, nem desejo de
vingança, perdoa e esquece as ofensas. É indulgente para com as fraquezas alheias
porquê sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência.
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No segundo caso, sentindo-se defraudada pelo que lhe foi oferecido com má
vontade, azedume ou sistematicamente negado, transfere-se de uma para outra
faixa etária, sem abandonar as seqüelas da sua castração, dos desejos sufocados,
mas, vivos.
Costuma-se asseverar com certa realidade que, no íntimo, todos os indivíduos são
crianças carentes de amparo, de ternura, de entendimento. Há razões subjacentes
nessa afirmativa, a herança psicológica infantil ficou estratificada no subconsciente,
sem libertação, sem conscientização da sua realidade como ser digno. A criança
insegura, permanece no subconsciente do adulto, dele fazendo um ser infeliz,
impelindo à comportamentos ambivalentes, instáveis, ilógicos. No íntimo ele teme, e
exterioriza agressividade; sente necessidade de carinho e desvela raiva, ódio; precisa
de apoio e amparo, no entanto, foge, isola-se. Por melhor que aja, sempre se cobra
mais, afirmando que se poderia haver desempenhado com perfeição e profundidade.
Essa conduta propõe um dilema que é a dificuldade de como agir, de forma que a si
mesmo se agrade, sem desatender àquele que lhe proporciona algo, embora por
meio da astúcia e da chantagem, com medo de ser descoberto e da rejeição a si
mesmo, como mecanismo punitivo.
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A felicidade, o equilíbrio e auto-realização merecem todo o investimento de esforço
pessoal, de modo a erradicar esses fatores de perturbação que ficaram ignorados,
que, porém continuam pulsantes e dominadores. O homem nasceu para a autor-
realização, e faz parte do grupo social no qual se encontra, a fim de promovê-lo
crescendo com ele e os problemas devem constituir-lhe meio de desenvolvimento,
estímulos-desafios. Fatores que precedem o berço, situam-no nos lares e junto aos
pais que necessita. É indispensável que faça a revisão desses conteúdos psicológicos
com amor a própria infância não superada, que não mais se justificam (não tenho
culpa, não estou acostumado, nada comigo dá certo), diluindo essas fixações
mediante firmações novas, visualizações afáveis, amorosas, crescendo até atingir o
amadurecimento que lhe corresponda à idade real, à segurança de comportamento,
de afetividade, facultando o autoamor, bem como o amor ao próximo.
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42 - EV. Cap. XVII Item 1/2 – Caracteres da Perfeição
Complementar: Autodescobrimento ‘’Conquista do Si’’
Enfoque: Fases de consciência
.....’’Sede pois, vós outros, perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito’’.
Mateus, cap. V. 48
‘’O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação? Perguntou
Kardec aos Espíritos, que responderam: Espírito bem-aventurado; puro
Espírito.’’
Uma vez que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta máxima: Sede
perfeitos como vosso Pai é perfeito, tomada ao pé da letra, pressuporia a
possibilidade de se atingir a perfeição absoluta, tornar-se-lhe-ia um igual, o que é
inadmissível; mas os homens da época de Jesus não teriam compreendido essa
nuança do ensino e Jesus limitou-se a lhes apresentar um modelo e lhes disse para
se esforçarem por alcançá-lo. É preciso pois entender nessas palavras a perfeição
relativa à qual a humanidade é suscetível e que mais a aproxima da Divindade.
E o que consiste essa perfeição? Amar aos inimigos, fazer o bem àqueles que nos
odeiam, orar por aqueles que nos perseguem que são a essência da perfeição, a
caridade em sua mais larga acepção que implica em todas as outras virtudes, de
onde resulta que o grau de perfeição está na razão direta da extensão desse amor.
A CONQUISTA DO SI
O ser humano é herdeiro da sua história antropológica, fixado nos atavismos das
experiências primevas do seu desenvolvimento. Por ser igualmente psicológico, a fim
de libertar-se, desdobra-se todos os potenciais e arrebenta essas amarras ancestrais,
despertando o eu adormecido, escravizado aos instintos. Para tanto, impõe-se
todo um curso de realizações pessoais, íntimas, de análise e avaliação dos seus
conteúdos, a eleição daqueles que são imprescindíveis e dos que devem ser
eliminados, disciplinando-se a mente e a vontade, desenvolvendo o Si, sem perda de
quaisquer valores conquistados, enquanto o ego de dilui.
O conhecimento dos potenciais que podem ser movimentados para esses tentames e
realizações constituem recursos para o amadurecimento psicológico e despertamento
da consciência, o homem deve adquirir o conhecimento para elevar-se o ser bruto,
tornando-se detentor da consciência e viver a experiência de ser o objeto conhecido.
O seu desconhecimento constitui impedimento para os seres inábeis e imaturos, cujo
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fortalecimento do ego se dá pelas paixões onde se movimenta, alimenta e vicia o ser,
que se compraz às sensações fortes, na busca das compensações imediatas,
características essas, do período primário da evolução, desacostumado que está das
emoções nobres, dos psiquismos refazentes e das aspirações verdadeiras, do
empreendimento do ser inteligente que se propõe ao esforço e decisão, elegendo
entre o que se tem e aquilo que se quer e pode ser alcançado, eliminando os
condicionamentos negativos, substituindo-o por novos, assimilando-os, libertando-
se. Essa libertação ocorre à medida que se desenfeixa dos desejos, das paixões, a
fim de alcançar a realização interior.
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43 - EV. Cap. XXIV Item 1/4 – Não coloqueis a candeia sob o alqueire
Complementar: Autodescobrimento ‘’Libertação pessoal’’
Enfoque: Superação do Ego – Identificação dos valores Espirituais
‘’Não se acende uma candeia para colocá-la sob o alqueire; mas se a coloca
sobre um candeeiro, a fim de que ela clareie todos aqueles que estão na
casa’’. Mateus, cap. V, v.15.
Jesus falava por parábolas, porque o povo não estava em estado de compreender
certas coisas; vêem, olham, ouvem e não compreendem; dizer-lhes tudo seria, pois,
inútil no momento; todo ensinamento deve ser proporcional à inteligência daquele a
quem é dirigido. Se os espíritos não dizem tudo ainda ostensivamente, não é porque
haja na Doutrina mistérios reservados, mas porque cada coisa deve vir no seu tempo
oportuno; eles deixam a uma idéia o tempo de amadurecer e de se propagar, e aos
acontecimentos o de lhe preparar a aceitação. Mas se a prudência manda ocultar
momentaneamente, deve cedo ou tarde, ser descoberto, porque, chegados a um
certo grau, os homens procuram, eles mesmos, a luz viva, pois que a obscuridade
lhes pesa. Deus deu a inteligência para compreender e se guiarem na Terra e
raciocinarem a sua fé, portanto, não se deve colocar a candeia sob o alqueire,
porque sem a luz da razão, a fé se enfraquece.
LIBERTAÇÃO PESSOAL
A semelhança de alguém que sobe uma montanha, mais ampla se lhe faz a visão,
quanto mais alto, maior a sua conquista, identificando com o Si, que se desvela
manifestando a sua procedência divina.
O ser na sua estrutura real é psiquismo puro, com imensas possibilidades. A imersão
no corpo gera-lhe apegos como mecanismos de segurança, apesar da transitoriedade
do corpo. O esquecimento e embotamento da visão espiritual bloqueiam as
aspirações relevantes e retém-no na conquista do prazer e de tudo que culmina em
sensações imediatas. Na juventude, pensa em gozar, na maturidade prossegue com
o rigoroso desejo de aproveitar as energias, na velhice faz-se o quadro depressivo da
amargura – por já não continuar desfrutando dos prazeres – e chega então o
momento do exaurimento, da interrupção pela morte e o enfrentamento da
realidade.
Jesus, o Psicoterapeuta Maior, afirmou que se poderia fazer tudo quanto Ele fez,
se se quisesse, bastando empenhar-se e entregar-se a realização. Para tanto,
necessário seria a fé em si mesmo, nos valores intrínsecos, que seriam
desenvolvidos a partir do momento da opção.