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INTERMEDIATE HYPNOSIS ‐ DIA 01 ‐ VÍDEO 01
A FILOSOFIA DO GERALD KEIN
Freud chegou a usar hipnose, mas ficou frustrado com ela. As induções da época demoravam de 2 a 3 horas! No final ele
acabou desistindo da hipnose. E isso foi um dos fatores que atrasou o crescimento da hipnose em anos.
Mas Freud nunca deixou a hipnose completamente ignorada. Ele sempre tentou se manter atualizado. Ele morreu em
1939 mas seu sobrinho sempre frequentou convenções de hipnose por anos. E o que Freud falou antes de morrer foi
muito interessante. "Eu tenho estudado hipnose (isso em 1939, quando não se sabia muito sobre isso). Se eu soubesse
como a hipnose era tão poderosa, eu nunca teria desenvolvido aquelas técnicas bobas de psicanálise que as pessoas
hoje em dia ainda acham tão legais!"
Freud disse que a hipnose é a "psicoterapia do homem pobre". Feita para uma pessoa que não tem dinheiro ou um
plano de saúde muito bom para pagar anos e anos de terapia. A hipnose seria ideal para alguém que precisa ser tratado
em pouco tempo e ter seus problemas resolvidos.
Algo que é capaz de atrasar um hipnoterapeuta recém formado é o medo de falhar. A incerteza de que um curso de 60 a
100 horas de duração é capaz de ensinar uma técnica para curar um mal que um profissional com anos de estudo em
uma faculdade não tem como lidar. E isso tudo em uma fração do tempo que levaria para um psicanalista ou psiquiatra.
Outro atrativo da hipnose é que os hipnotistas são raros e difíceis de encontrar. Uma pessoa hipnotizada não tem idéia
de como você fez isso. Uma pessoa que está observando o processo tem menos idéia ainda. Hipnose pode ser uma coisa
muito interessante e divertida.
A HISTÓRIA DA HIPNOSE (00:27:45)
Uma breve história da hipnose, com seus pontos altos.
Hipnose é a profissão mais antiga do mundo! Para quem lê a bíblia, nela está escrito: "Deus colocou Adão em um sono
profundo, arrancou uma costela e dela fez a mulher." Muito parecido com hipnose :)
Brincadeiras a parte, a história da hipnose pode ser traçada até os dias dos romanos e gregos. Eles tinham lugares
chamados de "Templos do Sono", onde pessoas com todos os tipos de doenças físicas e mentais iam. Esses templos
tinham mesas de pedra elevada, onde as pessoas se deitavam.
Depois disso, um sacerdote entrava na sala e, sem saber muito o que estava fazendo, movimentava os dedos em frente
ao rosto de cada pessoa ou usava chocalhos ou algo do tipo e as pessoas entravam em um estado semelhante a um
transe.
Isso acontecia porque as pessoas já estavam antecipando entrar em transe. Uma das leis da mente mais poderosas é: "O
que a mente espera tende a acontecer." Um médico que prepara seu paciente mentalmente para esperar por uma boa
recuperação tende a ter pacientes que se recuperam melhor e mais rápido, por exemplo.
Como o sacerdote não sabia o que estava fazendo, logo depois das pessoas entrarem em transe ele saia da sala e
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deixava elas ali por um tempo que podia variar de alguns minutos até algumas horas!
Os problemas das pessoas, quando não se curavam, tinham a tendência de se tornar muito mais brandos do que antes
do tratamento.
Isso é documentado por toda a história do ser humano. É usado inclusive hoje em algumas tribos da África. O curandeiro
da tribo aguçava a imaginação do paciente, cria uma expectativa de cura e milagres acontecem!
Durante a Idade Média os magos e sacerdotes mantiveram a prática viva. Foi durante essa época que a hipnose ganhou
sua reputação de "maligna", onde mágicos com poderes místicos transformavam pessoas em escravas através de raios
que saiam de seus olhos e coisas do tipo. Foi nessa época que os discos giratórios foram inventados, por exemplo.
Nessa época, inclusive, a hipnose era considerada mais um mal do que um poder.
1734‐1815 ‐ Dr. Franz Anton Mesmer
A hipnose moderna, ou o que nós consideramos o início do uso de sugestões, começou em 1772 com um médico
chamado Dr. Anton Mesmer.
Ele era um médico vienense que praticava a medicina em Paris. Ele era o tipo de pessoa que sempre acha que deve
haver uma maneira melhor para as coisas.
O dr. Mesmer não gostava da forma como a doença principal da época era tratada. A doença da época se chamava
consumismo e era o rótulo que se dava à qualquer coisa cuja origem era desconhecida. Na época, o tratamento era
cortar a pele das pessoas e permitir que elas sangrassem para sangrar o "sangue ruim".
Um dia, Mesmer estava saindo de um teatro em Paris tarde da noite quando se depara com uma mendigo rodeado de
pessoas. E esse rapaz estava fazendo gestos e as pessoas respondiam entrando em algo que parecia com um transe.
Mesmer se aproxima do mendigo e se apresenta como um médico. Ele pergunta o que ele estava fazendo e do que
aquilo se tratava.
O mendigo responde dizendo que trata‐se de sua "nova descoberta": imãs. E quando passava esses imãs nas pessoas de
cima a baixo e de lado a lado, elas entravam em um transe. Mesmer se interessou muito por isso.
No dia seguinte, Mesmer foi a uma loja e comprou imãs, madeira e arame. Ele construiu uma moldura de 60cmx90cm e
enrolou o arame na moldura, prendendo os imãs em volta.
O modo de pensar dele era que o planeta era envolto por um campo magnético e todas as pessoas também eram
envoltas por um campo magnético individual. Se o planeta e a pessoa estivessem com os campos magnéticos alinhados,
ela seria uma pessoa saudável. Caso contrário, teria doenças.
Mesmer então colocou uma mesa em seu escritório onde seus pacientes deveriam se deitar. A mesa era alinhada com o
norte do planeta.
Enquanto a pessoa ficava deitada, ele passava a moldura que construiu em cima dela, enquanto falava com seu
assistente: "Olhe agora como esta pessoa vai entrar em um transe profundo!"
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Como a pessoa estava ouvindo, ela acabava realmente apagando. Naquela época, no século 16, as pessoas eram muito
mais sugestionáveis do que hoje.
Com o passar do tempo, ficamos mais cínicos e inclinados a perguntar o por quê das coisas. Antigamente as pessoas
acreditavam em tudo. Acreditavam em fadas, magia, etc.
E, tal como os sacerdotes do tempo dos romanos e gregos, Mesmer deixava essas pessoas sozinhas ou com o seu
assistente, e saia da sala. Eventualmente essas pessoas emergiam do transe e estavam muito melhor ou curadas de
qualquer que fosse a sua doença. Quer ela fosse mental ou física.
"O que a mente espera tende a acontecer."
A propaganda boca a boca se disseminou rapidamente e Mesmer ganhou a reputação de pessoa muito competente e
capaz de curar qualquer coisa. Com isso, a clientela cresceu e ficou fora de controle!
Para conseguir administrar essa quantidade de pessoas, Mesmer construiu em sua sala de espera (que era enorme)
mesas longas de madeira com uma modificação especial: ao longo do centro dessas mesas, de metro em metro, haviam
buracos largos com jarros acoplados.
Os jarros eram fundos (cerca de um metro) e preenchidos com água destilada, pedaços de metal e barras de cobre
compridas que faziam um ângulo de 90 graus na ponta.
Mesmer então dizia para as pessoas que elas poderiam vir se consultar, mas que se precisassem de mais cura, elas
mesmas poderiam, na sala de espera, passar essas barras de cobre magnetizadas na parte afligida. Muita gente
conseguia se curar só de usar esse método na sala de espera!
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Foi tão eficaz que Mesmer fez um bom dinheiro vendendo mesas assim para os ricos e milionários! Ele as chamava de
"Banquets". Os compradores recriavam salas como as de Mesmer e, quando não estavam se sentindo muito bem, iam
para a sala que tinha a mesa de Mesmer. Lá elas mesmo se tratavam e muitas vezes dava certo!
"O que a mente espera tende a acontecer."
Os negócios floresceram tanto, que Mesmer teve outra ideia.
Mesmer construiu em seu quintal três banheiras redondas no chão, onde até 30 pessoas ficavam sentadas em bancos e
a água quente tinha a altura do peito delas. No fundo das banheiras haviam diversos pedaços de metal e barras de cobre
magnetizadas fincadas, onde as pessoas ficavam segurando.
Ele tratava as pessoas durante o verão de Paris, pedindo que se sentassem durante o por do sol. Por todo o terreno
haviam tochas acesas fincadas no chão.
Enquanto as pessoas ficavam ali, em cada banheira tinha uma pessoa que trabalhava para o Mesmer, contanto todas as
maravilhas que ele havia feito para um amigo, familiar, etc. Como ele era bom e as curas que tinha conseguido, etc. Isso
aguçava a imaginação das pessoas e aumentava a espectativa mental delas!
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Quando a noite finalmente caia, Mesmer aparecia!
Mesmer era uma pessoa que tinha uma presença muito marcante. Ele tinha sobrancelhas muito peludas, que gostava de
polvilhar com talco para que ficassem brancas. Dependendo de qual estivesse lavando, ele ficava completamente
envolto com uma capa preta ou branca com uma estrela amarela no centro.
Mesmer usava um chapéu de aba virada e uma varinha feita de marfim.
Enquanto saia da penumbra, Mesmer, sem falar uma palavra, se aproximava da primeira banheira, onde estava uma das
pessoas que trabalhava para ele. A varinha tocava a pessoa e ela entrava em transe imediatamente!
Vendo isso, as pessoas normais já esperavam e sabiam subconscientemente o que fazer quando fossem tocadas pela
varinha e entravam em transe também.
Como Mesmer não tinha idéia do que fazer com aquelas pessoas em transe, já que o conceito de sugestão terapeutica
ainda não tinha sido descoberto, ele simplesmente as deixava lá e saia do quintal. Por todo o lado assistentes
distribuiam toalhas para as pessoas que emergiam sozinhas.
A taxa de cura era incrível! Aliás, era tão incrível que os médicos da época estavam falindo pois ninguém mais procurava
por eles!
Assim, os médicos se uniram e foram até o rei da época e pediram ajuda. O rei enviou um mensageiro até Mesmer e
ofereceu dinheiro para que parasse de fazer o que estava fazendo e, se aceitasse, receberia anualmente uma pequena
fortuna.
Muita gente acha que Mesmer não aceitou a proposta porque o dinheiro não era grande o suficiente, mas quem estuda
a respeito da vida e do caráter dele sabe que Mesmer era focado em cura e não em dinheiro.
Como essa abordagem não funcionou, os médicos se uniram novamente e formaram um "Comitê Investigativo da
Hipnose", onde investigariam o que estava acontecendo e tentariam averiguar se era seguro para a população ou não.
Uma das pessoas deste comitê era Benjamin Franklin! Ele estava de passagem em Paris na época e decidiu estudar o
fenômeno também.
Benjamin Franklin foi o único a descobrir o que estava acontecendo. Segundo ele, era claro que o magnetismo não tinha
nada a ver com o fenômeno e que as pessoas estavam reagindo à uma sugestão direta ou indireta, criando uma
expectativa de que algo estaria por acontecer e, subsequentemente, fazendo com que acontecesse de alguma forma.
Benjamin Franklin não sabia, mas tinha acabado de esbarrar no conceito da hipnose!
Claro que nenhum dos médicos deu ovidos a Benjamin Franklin. O objetivo do comitê já estava determinado muito
antes de sua formação e assim eles enviaram uma ordem de Cessar e Desistir para Mesmer, banindo‐o logo depois.
Mesmer morreu pobre poucos anos depois no campo.
1795‐1860 ‐ Dr. James Braid
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A próxima personalidade significativa na história da hipnose se chamava Dr. James Braid.
Dr. Braid foi um estudante indireto do Dr. Mesmer. Ele estudou seus manuscritos, técnicas e teorias.
Ele sabia que Mesmer tinha descoberto algo muito importante e queria dar continuidade aos estudos. Mas ele também
sabia que, se usasse as palavras associadas à Mesmer, tais como "Mesmerismo" ou "Magnetismo Animal", ele
provavelmente sofreria o mesmo destino de Mesmer!
Braid então decidiu dar um nome diferente à técnica e para isso se inspirou no deus grego do sono, Hypnos, já que as
pessoas em transe pareciam estar adormecidas. O nome com o tempo acabou virando Hipnose.
Com pouco tempo de estudo, entretanto, o Dr. James Braid percebeu que isso não tinha nada a ver com sono. Muito
pelo contrário! Quanto mais profundo o transe, mais alerta a pessoa ficava...
Por isso tentou mudar o nome da técnica. O nome que ele tentou dar era: "Monoideaísmo", pois a pessoa se focava em
uma coisa apenas, que normalmente era a voz da outra pessoa.
O problema é que "Monoideaísmo" era um nome muito pouco atraente e "Hipnose" já tinha ganho muita força, por isso
foi impossível voltar atrás.
DICA: A palavra "hipnose" tem uma conotação carregada de preconceitos e medo para quem não entende do que se
trata. Se você for um médico, dentista, psicólogo, ou membro de qualquer outra profissão, uma boa alternativa é não
usar a palavra "hipnose", pois assim elas não vão temer o processo e tudo acontecerá mais facilmente. Você pode
simplesmente dizer que vai "aplicar uma técnica de relaxamento para que a pessoa se sinta mais a vontade..."
1808‐1859 ‐ Dr. James Esdaile
Outro médico, chamado Dr. James Esdaile, por volta de 1820, era o cirurgião chefe da prisão de Calcutá, na Índia.
Essa prisão, até mesmo hoje, tinha muito pouco saneamento básico e é muito quente. Uma vala central atravessava a
prisão e se juntava a outra vala na rua, para escoar as fezes dos habitantes da prisão. O lugar é lotado de pessoas e o
fedor de suor e sujeira humana é inacreditável.
Mesmo nessas condições, o Dr. Esdaile fez mais de 1000 cirurgias de grande porte nessa prisão usando nada além de
hipnose como anestesia. E a taxa de sobrevivência era muito semelhante às taxas dos dias atuais. Provavelmente a
mesma.
As pessoas simplesmente não morriam quando se usava a hipnose como anestesia, principalmente por causa de todas
as sugestões de recuperação rápida e sem contratempos, etc.
O Dr. Esdaile ficou muito empolgado com suas descobertas e documentou tudo. Pensou em fazer uma apresentação na
Inglaterra na Sociedade Real de Medicina.
Quando ele fez a apresentação, mostrou todas as provas de seu sucesso. Na época, não havia nenhum tipo de anestesia
e as cirurgias eram feitas em um paciente urrando de dor!
Ele fez questão de dizer que não era necessário tanto sofrimento. Ele mesmo se encarregaria de ensinar a alguns
médicos a técnica que estava usando e estes poderiam ensinar a técnica para os demais. Segundo ele, o processo não
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era nem um pouco difícil.
O comitê fez uma pausa e se reuniu com ele no dia seguinte. Eles disseram que pensaram a respeito e decidiram enviar
uma ordem de Cessar e Desistir para que parasse de praticar hipnose nos pacientes.
O Dr. Esdaile ficou branco e perguntou de imediato o por quê da decisão!
A resposta foi que "Deus, em sua sabedoria, inventou a dor para que o ser humano sentisse ela. Usando hipnose, ele
estaria indo contra a vontade de Deus!"
Na verdade, o que eles estavam escondendo era o fato de que já estavam presos no seu modo de pensar e não queriam
aprender técnica nova nenhuma...
Esdaile foi embora para Calcutá e continuou praticando hipnose até o dia em que morreu, em 1939, mas não falou nada
a respeito para mais ninguém.
1840 ‐ O Clorofórmio Passa A Ser Largamente Usado
Cerca de um ano depois da morte do Dr. Esdaile, em 1840, um novo químico, chamado clorofórmio, começou a ser
usado como anestesia. Foi como se Deus tivesse mudado de idéia.
Agora, com uma maneira mecânica e fácil de extinguir a dor dos pacientes, os médicos não se sentiam acanhados em
fazê‐lo.
Para a hipnose, a criação da anestesia química foi como um bilhete de passagem para a sua própria "Idade das Trevas".
Isso aconteceu porque as únicas pessoas que estavam usando a hipnose para algo prático na época eram os médicos. E
agora que eles tinham uma maneira mais fácil de anestesiar seus pacientes, a hipnose ficou de lado...
As únicas pessoas que mantiveram a hipnose ainda viva por dezenas de anos passou a ser os hipnotistas itinerantes de
palco, que iam de vila em vila para se apresentar.
Nós devemos muitas coisas à essas pessoas. Por causa dessas pessoas, nós aprendemos muitas das técnicas que usamos
hoje nas intervenções terapeuticas. Especialmente as técnicas de indução e de intervenção semântica.
Gerald Kein acha que devemos seguir em frente, mas que o débito que temos para com essas pessoas é enorme.
1914‐1918 ‐ Primeira Guerra Mundial ‐ A Batalha de Sonn
Durante a primeira guerra mundial, havia um grupo de soldados ingleses que faziam parte de um clube de hipnose.
Em uma famosa batalha da época, conhecida hoje como a "Batalha de Sonn", os alemães confrontaram os ingleses,
americanos e franceses em um terreno que tinha três quilômetros de largura por um quilômetro de profundidade.
Os aliados estavam em um dos lados do campo e os alemães estavam no outro, em um terreno mais elevado. Eles
estavam para usar pela primeira vez uma nova invenção: a metralhadora!
Posicionados lado a lado, os alemães esperaram até que os inimigos se aproximassem o suficiente para atirar. Foi um
massacre!
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Quase um milhão de pessoas morreram ou ficaram terrivelmente feridos nas mãos de poucas dezenas de alemães
armados com metralhadoras.
Os soldados médicos ficaram sem clorofórmio para tratar as pessoas e resolveram experimentar a hipnose. Todos
ficaram impressionados com os resultados!
Bastava dizer que, se o soldado ferido fizesse o que o médico pedisse, o sangramento pararia. E ele de fato parava.
Eles foram capazes de interromper o sangramento venoso e retardar imensamente o sangramento arterial. Mas o mais
importante é que eles eram capazes de impedir que o soldado entrasse em choque, o que quase sempre terminava em
uma fatalidade.
Os americanos não entendiam como, mas os ingleses estavam salvando centenas de vidas dessa maneira. Com o tempo,
os ingleses ensinaram as técnicas para os médicos americanos e assim eles também foram capazes de salvar vidas.
Depois da guerra, os americanos começaram seus próprios clubes de hipnose no nível dos alistados.
1939‐1945 ‐ Segunda Guerra Mundial
Os americanos usaram a hipnose na Segunda Guerra Mundial na Frente de Operações do Pacífico, especificamente em
Iwo Jima e Guadalcanal. Eles salvaram muitas vidas pois conseguiam evitar que as pessoas entrassem em choque.
1950‐1953 ‐ Guerra da Coréia
Em uma das batalhas, os americanos estavam sendo dizimados e tiveram que bater em retirada, atravessando um
pântano durante um tempo muito frio.
As queimaduras e amputações por causa do frio se alastraram de maneira alarmante. Mas quem teve treinamento em
hipnose conseguiu evitar isso tudo através de sugestões de que os pés e mãos ficariam quentinhos, a circulação do
sangue continuaria normal através de seus dedos, mãos e corpo, etc.
As pessoas que recebiam a sugestão antes de ter contato com o frio não tiveram problemas e as que estavam no início
do processo de hipotermia não ficaram piores. Ao contrário: só melhoraram.
1958 ‐ A Associação Americana de Medicina
Em 1958 a Associação Americana de Medicina finalmente decidiu que a hipnose era uma ferramenta útil.
Mas longe de estabelecer escolas de hipnose para os médicos, eles não deram instrução nenhuma. Isso fez com que os
médicos da época fossem atrás de pessoas como Dave Elman para aprender a técnica e tirar proveito dos seus
benefícios.
Outras pessoas também ensinavam hipnose na época, tais como Herry Erickson, etc.
1970 ‐ Médicos Ensinando Hipnose
Por volta de 1970 os próprios médicos passaram a ensinar hipnose e a abrir escolas para isso. Nessa época o treino
também já estava disponível para qualquer pessoa interessada em aprender.
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A HISTÓRIA RELIGIOSA DA HIPNOSE (00:58:33)
Muita gente acredita ainda hoje que a hipnose é obra do Diabo. Que quem pratica hipnose faz parte de um culto.
Em 1955, o Papa declarou que não entendia por que as mulheres todas do mundo não estavam sendo hipnotizadas para
dar a luz, já que com hipnose a dor poderia ser facilmente descartada.
A maioria das grandes religiões são a favor da hipnose.
As religiões que são contra a hipnose incluem:
Testemunhas de Jeová
Batistas Fundamentalistas
Os Cientistas Cristãos
MITOS SOBRE A HIPNOSE (01:11:35)
O transe hipnótico é muito diferente do que se pensa.
Durante o transe, a pessoa fica totalmente relaxada.
O relaxamento profundo é apenas uma forma de hipnose e está se tornando cada vez menos popular pois leva muito
tempo!
Durante o transe, a pessoa fica completamente inconsciente.
A pessoa vai ficar completamente alerta e ouvindo tudo o que está se passando. Até melhor do que se estivesse fora do
transe. Ela jamais fica inconsciente. Se ela não pudesse ouvir, como poderá seguir instruções?
Além disso, durante a hipnose os 5 sentidos da pessoa ficam muito melhores conforme o transe se aprofunda. Muita
gente que usa óculos é capaz de enxergar perfeitamente sem eles durante o transe, por exemplo.
Toda a hipnose é auto‐hipnose
É verdade de certa maneira. Hipnotistas são como guias, onde eles ajudam a pessoa a ser hipnotizada a entrar no transe
e, se ela seguir as sugestões, poderá ter grandes transformações em sua personalidade e saúde.
Durante o transe, a pessoa vai fazer tudo o que o hipnotista sugerir, sem controle nenhum.
Não é possível fazer alguém agir contra a sua própria vontade se ela souber que está sendo hipnotizada. Ela também
não vai revelar nada que não queira durante o transe, por isso seus segredos estão a salvo.
É possível ficar "preso" no transe hipnótico para sempre!
Falso. A pessoa pode emergir do transe a qualquer momento que quiser. Se o hipnotista parar de falar por tempo o
suficiente e não avisar a pessoa que fará esta pausa, a pessoa vai emergir. Se a pessoa achar tiver o mínimo de
preocupação com o que está acontecendo durante a sessão, ela também vai emergir. Por isso é impossível ficar "preso"
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no transe hipnótico.
Quando emergir do transe, a pessoa esquece de tudo.
Falso também. A pessoa sempre vai saber o que aconteceu durante o transe.
Existem pessoas mais e menos propensas a hipnose
Bobagem. Ernest Hilgard (1904‐2001) diz em seus livros que a suscetibilidade para a hipnose é disseminada
aleatoriamente entre a população em geral. Em outras palavras: existem pessoas boas e ruins para hipnotizar. Isso não
existe! Todos somos humanos e igualmente hipnotizáveis.
A única coisa que pode impedir alguém de ser hipnotizado é o MEDO. E nem sempre é o medo de ser hipnotizado!
Pode ser:
Medo de que o hipnotista descubra o que está causando o problema na pessoa
Medo de ficar inconsciente ou não lembrar de nada, etc.
Medo de revelar segredos
etc.
Se você remover o medo, a pessoa vai entrar em hipnose como qualquer outro ser humano. Sua tarefa é descobrir qual
é o medo dela e lidar com isso na conversa que você terá antes de começar.
O que fazer se a pessoa não entrar em sonambulismo de jeito algum?
Uma coisa que o Gerald Kein gosta de fazer com as pessoas que não entram em sonambulismo pois estão com medo é
mandá‐las de volta para casa com uma fita onde ele fez uma versão da indução de relaxamento progressivo para
UltraDepth (TM).
Isso tende a colocar a pessoa em transe profundo, principalmente porque ele diz para ela que trata‐se de uma fita de
relaxamento, simplesmente... Depois de ouvir, a pessoa vai poder voltar ao consultório e estará mais propensa a entrar
em sonambulismo.
Hipnose e meditação são a mesma coisa
A meditação é uma forma de hipnose. Na meditação, o objetivo é livre. Já na hipnose o objetivo é mais focado. A pessoa
entra em hipnose para atingir um objetivo em especial.
A quantidade de atividade das ondas cerebrais dita o nível de transe de uma pessoa. Beta (21 ciclos/segundo) é o
nível normal de consciência, Alfa é o estado de relaxamento/hipnose leve, Teta (5‐7 ciclos/segundo) é o estado
criativo/hipnose média, Delta (0.5‐3 ciclos/segundo) é o estado do sono/hipnose profunda.
Isso tem a ver como os estudantes de bio‐feedback e nada tem a ver com hipnose. Imagine uma pessoa em
sonambulismo regredida a um momento de pânico em sua vida. A quantidade de atividade cerebral é enorme! O que
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prova que uma coisa nada tem a ver com a outra...
VOCABULÁRIO DA HIPNOSE (01:21:25)
ABREACTION (Abnormal Reaction)
Purgamento ou revivência de um trauma ocorrido no passado pela pessoa. Muitas Abreactions são chamadas ISE (Initial
Synthesizing Events ‐ Eventos Sintetizadores Iniciais). Isto é: eventos que marcaram a pessoa e que de alguma maneira
fizeram ela ser o que é hoje.
Quando você pede para a pessoa voltar para o evento em que a fez ter o problema que ela quer tratar, é muito comum
que ela volte para uma Abreaction. E muitas vezes esse evento é algo de que a mente consciente não se lembra!
A mente subconsciente vai esconder memórias sempre que achar que algo pode impedir que a mente consciente pare
de funcionar normalmente.
Algumas vezes, a mente sente a necessidade de lidar com alguma coisa do passado e regride a pessoa para aquela
abreaction independente do comando do hipnotista.
Abreactions são diferentes de lembranças! Lembranças em um transe hipnótico são chamadas de hiperminésia. Já
durante uma abreaction, a pessoa está lá, como se fosse a primeira vez, vivenciando tudo no presente!
AGE REGRESSION (Regressão Etária)
Retornar a mente da pessoa para uma idade anterior ou até mesmo uma vida anterior.
AMNESIA, HIPNOTIC (Amnésia Hipnótica)
Em determinado nível de profundidade, a pessoa não vai lembrar do que se passou durante o transe. Porém vai estar
totalmente lucida enquanto estiver no transe, podendo fazer objeções e emergir. O caso é que, quando emergir, não vai
se lembrar do que houve.
É boa prática antes de emergir o cliente de sugerir que ele lembre de tudo o que se passou durante o tratamento para
evitar isso.
A única excessão à regra é quando o cliente passa por uma abreaction e o hipnotista não sabe se ele vai ser capaz de
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lidar com a memória ainda que tenha consertado o problema. Nestes casos a sugestão na hora de emergir deve ser: "Ao
contar até três você vai abrir seus olhos e ficar completamente alerta e vai lembrar somente das coisas que o seu
subconsciente julgar seguro para que lembre. Com o passar do tempo, seu subconsciente vai permitir que se lembre aos
poucos daquilo que ele sentir que você pode lidar."
Desta forma, pode ser que a pessoa lembre ou não. Mas isso não importa.
AMNESIA, POST‐HIPNOTIC (Amnésia Pós Hipnótica)
Dar a sugestão para que a pessoa não se lembre de algo após emergir. Não funciona por muito tempo. A memória
normalmente volta em até 72 horas.
A excessão à regra é quando o hipnotista é uma autoridade enorme para o hipnotizado (como um médico) e o
hipnotista dá ao cliente uma razão para que a pessoa não se lembre, explicando porquê é do interesse dela seguir a
sugestão.
ARM LEVITATION (Levitamento de Braço)
Usado para aprofundar um transe ou para fazer a pessoa perceber que de fato está em transe ao fazê‐la erguer seu
braço sugerindo que ele está cheio de hélio ou amarrado a uma corda, etc.
AUTO HIPNOSES / SELF HIPNOSES (Auto Hipnose)
Ensinar uma pessoa a hipnotizar a si própria.
CATALEPSY (Catalepsia)
Criar uma rigidez de um grupo muscular através de sugestão hipnótica. Também pode significar o relaxamento total de
um grupo muscular.
CHEVREUL PENDULUM (O Pêndulo de Chevreul)
Muito usado historicamente para hipnotizar. Hoje em dia caiu em desuso. (OBS: Pronuncia‐se "Chivel Pendalum")
DETACHMENT (Desprendimento)
Quando em transe hipnótico, a pessoa sabe o que está acontecendo à seu redor, mas não se interessa nem um pouco
por isso.
FASCINATION (Fascinação)
Hipnotizar uma pessoa enquanto ela fixa os olhos em um objeto brilhante.
Trata‐se de uma antiga indução onde o hipnotista segura um objeto brilhante na testa da pessoa, por exemplo, e pede
para que ela olhe para o objeto somente com os olhos e sem movimentar a cabeça. Enquanto isso, fala de maneira bem
monótona: "Enquanto você olha para esse objeto brilhante... Perceba que está desenvolvendo uma sensação... Uma
sensação de dormência... sono... cansaço... Quando sentir que não aguenta mais... Feche seus olhos." Como os músculos
dos olhos da pessoa estão cansados por causa do esforço, a pessoa fecha os olhos.
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Portanto, fascinação é principalmente um método de se obter o fechamento dos olhos. Hoje em dia isso não é mais
usado! É muito mais fácil simplesmente pedir para a pessoa fechar os olhos :)
FIXATION (Fixação)
Muito popular na Costa Leste dos EUA por muitos anos. Ainda muito popular em algumas escolas da área. Muitas
induções são baseadas no conceito de fixação.
Não vale a pena aprender essas induções pois elas demoram muito para atingir um nível aceitável de transe e, quando a
pessoa chega ao transe, você não tem idéia de qual nível ela está.
Ex: A Indução do Dr. Flower ou Indução Flower.
Comece a indução em tom monótono e lento:
"Encontre um ponto na parede ou no teto que seja acima do nível dos olhos... Pode ser qualquer ponto...
Contanto que seja acima do nível dos olhos... Vou contar de 1 a 20... A cada número que eu disser... Você vai
fechar e abrir os olhos... A cada número... Seus olhos vão se tornando mais... e mais... pesados... sonolentos...
cansados...
Em algum momento, antes mesmo de chegar ao número 20... seus olhos se tornarão tão pesados... tão
sonolentos... que você não vai mais querer abrí‐los...
Neste momento... você pode parar de abrir os olhos e manter eles fechados... Entendeu?"
Prossiga com a contagem, bem lentamente.
1... 2... 3... 4... 19... 20...
Muitas pessoas vão fechar os olhos por causa da fadiga muscular ou por realmente estarem em transe. Mas
você não tem como saber em que nível elas estão!
Ex: Contagem Intermitente.
É baseado na indução do Flower, mas entre os números você deve sugerir um aprofundamento do transe.
"1... Agora deixe seus olhos ficarem mais pesados... 2... Mais pesado... Mais cansado... Mais sonolento... 3...
Mais e mais profundamente os seus olhos se relaxam... 4... "
De novo, o ruim é que você só vai saber o nível de transe da pessoa se você aplicar um teste nela e isso pode ser
constrangedor caso elas ainda não estejam hipnotizadas. O melhor é usar uma indução que já tenha um teste embutido
para que o cliente nem perceba que está sendo testado!
FRACTIONIZATION (Fracionamento)
Provavelmente a melhor forma de aprofundar um transe hipnótico.
HALLUCINATION, HYPNOTIC (Alucinação Hipnótica)
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Pedir para uma pessoa criar uma imagem em sua mente. Pode ser positiva ou negativa.
Na positiva, a pessoa vê algo que não existe e na negativa ela deixa de ver algo que existe realmente.
HIPNOTIC HANGOVER (Ressaca Hipnótica)
Algumas vezes, ao emergir uma pessoa, ela pode não ter tido sugestões suficientes de que vai se sentir bem disposta,
lucida e acordada ao emergir e assim pode acabar ficando grogue e um pouco desorientada. O ideal é rehipnotizar a
pessoa e reemergi‐la com sugestões mais fortes de energia e atenção.
HETERO HIPNOSIS
Trabalhar com outra pessoa, como um cliente, ao invés de hipnotizar a si próprio.
HYPER SUGGESTIBILITY (Hiper sugestabilidade)
Estado de sugestabilidade muito alta gerada devido a um transe hipnótico profundo. Basicamente, quanto mais vezes a
pessoa é hipnotizada, mais fácil é levá‐la a transes mais profundos.
HYPNO‐ANALYSIS (Hipnoanálise)
Localizar a causa do problema de um indivíduo, quer o problema seja físico ou mental.
HYPNOIDAL
Estado muito leve de hipnose.
HYPNOLOGY (Hipnologia)
Estudo da Hipnose
HYPNOSIS (HIPNOSE)
Até recentemente (1999) hipnose não tinha uma definição padrão, o que dava a liberdade de todo o praticante,
instrutor ou profissional de hipnose inventar a sua própria.
O Departamento de Educação do governo dos EUA recentemente (1999) criou uma definição muito boa que tem sido
adotada por muitos profissionais e escolas por ser oficial. Ela vem em duas partes e diz:
ORIGINAL: "Hypnosis is the by‐pass of the critical factor of the conscious mind and establishment of acceptable
selective thinking."
TRADUÇÃO: "Hipnose é o desvio do fator crítico da mente consciente e o estabelecimento de um pensamento
seletivo aceitável."
Note a falta da palavra "relaxamento" na definição. Isso porque hoje em dia é fácil por pessoas em estados
extremamente profundos de hipnose sem nenhum tipo de relaxamento!
Note que, infelizmente, o conceito de hipnose está tão atrelado à relaxamento pelo público em geral que se você não
der pelo menos um pouco de relaxamento para o cliente, ele não vai achar que foi hipnotizado! A idéia aqui é dar o
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mínimo de relaxamento necessário para convencer a pessoa e depois seguir em frente com a hipnose mais profunda.
IDEO‐MOTOR
Movimento involuntário de uma parte do corpo da pessoa hipnotizada através de sugestão. Ex: um braço subindo e
descendo, etc.
INDUCTION (Indução)
O processo ou técnica usada para hipnotizar uma pessoa.
LETARGY (Letargia)
Estado hipnótico caracterizado por prostração e relutância em falar normalmente e de se movimentar.
OBESSESSION (Obsessão)
Uma idéia instigante e, às vezes, irresistível que, quando combinada com uma emoção, tende a resultar em uma ação
que muitas vezes pode vir a ser repetida infinitas vezes.
PAINTED WORD (Palavra Pintada)
Uma palavra capaz de invocar a sensação associada ao seu significado. Ex: Dor
PATTER ()
Instruções com um objetivo comum em vista, dadas à uma pessoa uma vez que ela esteja em transe.
PHOBIA (Fobia)
Um medo irresistível do medo. Do ponto de vista da psicologia, existem muitas fobias diferentes, de Agorafobia até
Xenofobia. Do ponto de vista da hipnose, existe apenas o medo de sentir medo. Se a pessoa tem medo de gatos, ela tem
medo de se aproximar do gato pois sabe que vai sentir aquele medo.
PYRAMIDING
É uma mudança da indução sem dizer para a pessoa que vai mudar a indução. Na prática, quando estiver fazendo uma
indução e perceber que não está funcionando, você deve mudar a técnica sem que a pessoa perceba, iniciando uma
outra indução.
PSYCHOSOMATIC ILLNESS (Doença Psicossomática)
Uma doença física causada por um pensamentos negativos. Exemplos incluem ásma, doenças de pele, e muitas outras.
POST‐HYPNOTIC RE‐INDUCTION (Re‐Indução Pós‐Hipnótica)
É quando o hipnotista condiciona o cliente a re‐entrar em seu transe quando um gatilho/âncora for acionado. Qualquer
coisa serve. Um puxão da orelha direita do hipnotista, um toque do dedo indicador no nariz do hipnotista, etc...
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BEGINNER INTERMEDIATE HYPNOSIS ‐ VÍDEO 02
RAPPORT
O relacionamento entre o hipnotista e o cliente. Como a profissão de hipnotista requer que o mesmo entre nas camadas
mais profundas da alma do cliente, se não houver um bom relacionamento entre ambos, a chance de um resultado
positivo passa a ser muito pequena. Se você tiver a impressão de que a pessoa que entrou em seu consultório não gosta
de você ou se você não gostar da pessoa por alguma razão, a melhor coisa a fazer é indicar para que ela trabalhe com
outro hipnotista.
RESISTANCE (Resistência)
A falta de vontade de uma pessoa de aceitar o processo hipnótico; normalmente devido à uma inibição, medo de
hipnose ou medo de outro tipo que o cliente possa vir a ter.
Note que, se a pessoa quer ser hipnotizada em primeiro lugar, a razão dela não estar entrando em transe pode residir
em muitos outros fatores. Nunca diga para o cliente: "Você está resistindo a mim!"
Algumas razões para um cliente não entrar em transe podem incluir:
A pessoa foi forçada por seu/sua marido/esposa para lidar com um problema que não gostaria de lidar (ex:
tabagismo)
A pessoa foi selada por um outro profissional
Ela está com medo de algo relacionado a algum mito da hipnose, tal como medo de não ouvir o que está
acontecendo, de não se lembrar de nada, de ser obrigada a dizer/fazer algo que não gostaria, etc
SEAL (Selo)
Um bloqueio hipnótico, produzido enquanto o cliente estiver no estado hipnótico pelo hipnotista que sugere ao cliente
que ninguém mais além dele será capaz de hipnotizar ele/ela.
SOMNAMBULISM (Sonambulismo)
O estado hipnótico profundo em que se deve fazer a maior parte do trabalho. Neste estado, os olhos podem ser abertos
sem que o cliente seja emergido. Pode resultar em amnésia total. As alucinações negativas e positivas podem ser
sugeridas.
Na opinião do Gerald Kein, os outros estados mais leves de hipnose não servem para quase nada. Mas isso pode ser
argumentado por outros profissionais. A idéia, entretanto, é que, se é possível obter sonambulismo em 100% dos casos
com a indução certa, então por que se contentar com menos? O ideal é que, se não for possível atingir o sonambulismo,
então não vale nem a pena trabalhar com o cliente no dia.
SUBCONSCIOUS MIND (Mente Subconsciente)
A área da mente na qual processos mentais e possivelmente o comportamento resultante se dão a parte da percepção
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consciente de uma pessoa.
SUGGESTIBILITY (Sugestabilidade)
Uma medida da suscetibilidade de uma pessoa a sugestões. Quando mais sugestionável, melhor a pessoa vai ser reagir à
uma sugestão, quer seja para aceitá‐la e fazê‐la funcionar, ou descartá‐la.
SUGGESTION, WAKING (Sugestão Acordada)
Uma sugestão dada de uma certa maneira para uma pessoa em seu estado de consciência normal e que é aceito e toma
efeito. Um hipnotista esperto vai iniciar seu atendimento com sugestões de hipnose acordada sem que a pessoa
perceba, apurando sua imaginação e aumentando a sua expectativa mental por um bom resultado no tratamento. Se
feito corretamente, até 1/3 do trabalho já vai estar adiantado quando chegar a hora de por o cliente em transe.
SUGGESTION, POST HYPNOTIC (Sugestão Pós Hipnótica)
Uma sugestão dada a um cliente que vai tomar efeito depois que este emergir do estado hipnótico.
PERIGOS POTENCIAIS DA HIPNOSE (00:10:10)
Não existem registros de nenhum mal causado em decorrência do uso de hipnose como processo em si. O que existe
são os raros casos em que o hipnotista faz mal uso da hipnose para suas próprias razões escusas.
PERIGO PARA O HIPNOTISTA
Transferência
Muitas vezes a pessoa antes de vir para o consultório de um hipnotista passou por um médico, depois um
psiquiatra, depois um acumpunturista ou curandeiro e finalmente ao hipnotista. Essas pessoas podem ter sido
abusadas pelos outros profissionais ou pela vida. Elas podem confundir um interesse do hipnotista por seu bem
estar como sendo outra coisa e acabar por desenvolver sentimentos para com o profissional.
O ideal é manter uma distância profissional dessas pessoas. Uma boa saida é dizer algo do tipo: "Eu tenho
certeza de que você é uma ótima pessoa, mas eu me preocupo contigo como profissional."
Esse tipo de problema costuma acontecer entre a cliente mulher e o hipnotista homem.
Fantasia de Estúpro
Em alguns casos raros, uma mulher hipnotizada por um homem pode, alguns dias depois, imaginar que foi
tocada de maneira inapropriada pelo hipnotista ou até mesmo estuprada.
O ideal é colocar um microfone de lapela na pessoa e gravar a sessão com um gravador. Isso vai parar a maioria
dos vigaristas. Mas não dê uma cópia da fita para a pessoa em hipótese alguma! Ela pode ser manipulada de
diversas formas por uma pessoa inescrupulosa.
A melhor coisa mesmo é usar uma câmera de video, já que audio não serve como evidência em um tribunal,
mas video sim.
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PERIGO PARA O HIPNOTIZADO
Terapia Não Qualificada
Se você não for um médico, não use hipnose para anular a dor de uma pessoa, por exemplo, pois a dor pode ser
o aviso de algo muito pior no corpo da pessoa.
Se tiver lidando com um problema médico, nunca use hipnose para tratar a pessoa a menos que tenha sido
recomendado por um médico por escrito!
Catalepsia Não Recomendável
Um bom exemplo disso é quando o hipnotista de palco faz o corpo da pessoa ficar rígido como uma tábua e
depois posiciona ela entre dois encostos de cadeira. Até ai, nada demais. O problema é quando o hipnotista
resolve caminhar em cima da pessoa!
A idéia aqui é que, qualquer coisa que normalmente provocaria mal a uma pessoa fora do estado de hipnose
também vai fazer mal quando ela estiver durante o transe.
Histeria
Ao entrar no transe, a pessoa pode começar a balançar suas pernas, girar a cabeça e respirar ofegante. Se isso
acontecer, segure a cabeça dela por trás com ambas as mãos, emerja ela e depois re‐hipnotize ela.
Outra abordagem é dar um tapinha na testa da pessoa e pedir para que ela siga o medo para o primeiro
momento em que ela sentiu isso, partindo assim para a hipnoterapia.
Visualização Criativa
Estatisticamente, apenas 20% das pessoas consegue criar uma imagem em suas mentes. Mas 100% das pessoas
consegue imaginar qualquer coisa!
A semântica da sugestão pode seguir dois caminhos. Ou você diz: "Eu quero que você imagine ou visualize, o
que for mais fácil para você, uma praia blablabla..." Ou você simplesmente pede para a pessoa imaginar. Neste
caso, uma pessoa capaz de visualizar vai criar uma imagem em sua mente, enquanto que uma pessoa que não
consegue, vai imaginar.
Inclusive, a palavra "imagine" é uma das mais poderosas na linguagem de um hipnotista. A mente subconsciente
não consegue saber a diferença entre uma coisa real e outra imaginada.
A parte perigosa da visualização criativa é por a pessoa em um cenário que para ela pode ter um significado
terrível! O melhor é descobrir se o cenário é seguro na conversa prévia ou então pedir para a pessoa ir para o
seu lugar seguro favorito.
Gerald não usa mais visualização criativa como método de aprofundar o transe pois demora demais... Uma das
excessões à regra é quando ele está tratando um paciente que poderia se beneficiar especificamente disso.
Como um doente de câncer, onde ele imaginaria que um cardume de piranhas está destruindo o câncer e
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descartando ele do organismo...
HIPNOSE E O MODELO DA MENTE (00:50:00)
UNCONSCIOUS MIND (Inconsciente)
É onde ficam os níveis mais profundos de transe. É nele que fica guardado o conhecimento de vidas passadas, onde você
vai poder fazer um trabalho com o sistema imunológico da pessoa e coisas desse tipo.
CONSCIOUS MIND (Consciente)
Mente analítica: É usada para quebrar problemas em pedaços e resolver os pedaços. Ex: Trocar um pneu, fazer
um bolo, etc.
Mente Racional: Responsável por dar uma explicação do porquê você faz o que faz. Se não é capaz de dar essa
explicação, a pessoa fica nervosa, agitada e ansiosa. Essa é a parte que cria a maioria dos problemas que os
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clientes gostariam de curar com hipnose. Hospícios são lugares cheios de pessoas com problemas nesta área da
mente e por isso são incapazes de entender porque fazem o que fazem.
A parte interessante é que a mente racional comete erros grosseiros em explicar o porque as pessoas fazem o
que fazem! Por isso, quando elas vierem se tratar, é importante NÃO prestar atenção nas explicações que elas
vão dar do porque elas são do jeito que são, por mais que tenham muita vontade de fazer isso.
Gerry gosta de dizer que a saida é pegar uma prancheta com papel e caneta e se esconder atrás dela enquanto
faz barulhos do tipo "Ahã... Muito interessante... Sei..."
Muitas delas vem com o que consideram problemas (fobia, depressão, etc) quando na verdade elas tem
sintomas de algo mais profundo. Saber o que o cliente considera ser a razão do sintoma não vai ajudar a
resolver o problema. Ao contrário! Só vai atrapalhar.
Força de Vontade: Nunca foi feita para gerar mudança de comportamento. Podemos pensar nela como uma
"adrenalina mental".
Ex: Uma pessoa diz que vai parar de fumar. Ela se força a parar de fumar e isso dura alguns meses.
Depois de 6 meses ela se encontra com um de seus amigos fumantes e pede a ele um cigarro, "só para
lembrar do gosto". O gosto é terrível! Poucos minutos depois, ele pede outro cigarro. Quando voltando
para casa, resolve comprar um pacote só para fumar "de vez enquando". Quando menos espera, ele
está de volta à sua quantidade normal... Meses depois, resolve parar de fumar novamente. Mas dessa
vez, o subconsciente desta pessoa está "programado" para a falha! A partir do momento em que diz que
parou de fumar, uma vontade de fumar como nunca sentiu na vida domina ele.
Memória Temporária: A memória prontamente disponível, que usamos para lidar com as questões do nosso dia
a dia. Se aquela informação memorizada não for mais necessária, com o tempo ela é descartada para o
subconsciente, onde reside a memória permanente. Se usar uma analogia com um computador, essa memória
poderia ser considerada a "Memória RAM" da pessoa.
Ex: Uma pessoa que tenha se mudado de endereço muitas vezes pode não se lembrar mais de seu
antigo número de telefone, etc.
A Mente Consciente não tem muito mais do que as características mencionadas. Ela é incapaz de criar uma mudança
real na pessoa e é por isso que psicólogos tem tanta dificuldade para curar seus pacientes.
SUBCONSCIOUS MIND (Subconsciente)
É onde fica a sua personalidade. Funciona como um "computador orgânico." Ele já vem de fábrica com um "sistema
operacional", mas a vida acaba "instalando novas atualizações".
Memória Permanente: Tudo o que ouvimos, vemos, provamos ou sentimos fica guardado aqui. Nada é perdido!
Hábitos: Para simplificar, podemos classificar todos os hábitos em três grandes categorias: hábitos utilitários,
hábitos bons e hábitos maus. Os hábitos utilitários são respostas que damos sem pensar a determinados
estimulos. Ex: parar o que estamos fazendo para atender ao telefone. A maioria dos hábitos é assim. Abaixo
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destas categorias, existem subcategorias, mas todas ficam guardadas no subconsciente e é isso o que importa.
Emoções: A mente consciente não foi feita para gerar sentimentos. Estes são gerados no campo emocional da
mente, que fica no subconsciente, e depois são repassados para a mente consciente. Essa parte do
subconsciente é capaz de motivar atitutes da mente consciente.
Proteção: Trata‐se da parte que tenta nos proteger de perigos reais ou imaginários, já que algo imaginado no
nível subconsciente não tem diferença da realidade para esta parte de nossa mente. Muitas vezes nos protege
de maneiras que não gostaríamos.
ESTUDO DE CASO:
Uma vez, uma moça foi ao consultório do Gerald Kein para lidar com sua obesidade mórbida. Ela tinha 49 anos,
1,55m de altura e estava pesando cerca de 135kg!
Ao chegar, ela começou a explicar porque achava que estava gorda daquela maneira e Gerry ignorou tudo o
melhor que pode, já que prestar atenção às explicações poderia fazê‐lo adotar um caminho para o tratamento
dela que provavelmente não seria o mais indicado. A mente racional não faz idéia do porque somos como
somos.
Depois de dar atenção o suficiente à conversa para estabelecer o rapport, ele iniciou a hipnose com uma
indução rápida. A mulher era uma pessoa muito analítica e pessoas analíticas precisam muitas vezes ser
chocadas fisicamente ou mentalmente para terem seus fatores críticos trespassados. Por isso, Gerald decidiu
usar palavras duras para pegá‐la de surpresa e ir até a raiz do problema.
A sugestão foi: "Agora, quando contar de 5 a 1, retorne à primeira situação ou evento que fez com que ficasse
tão feia e gorda. 5, 4, 3, 2, 1" Seguido por um tapinha na testa.
As palavras são duras, mas eficazes neste caso. Ao invés de não ver nada por ter ficado presa analisando qual
momento seria o mais importante, ela iniciou uma regressão na mesma hora!
A seguir, Gerald perguntou: "Me diga o que está acontecendo? Está de dia ou de noite? Fora ou dentro? Está
sozinha ou acompanhada?"
Na ocasião, o padrasto dela estava estuprando ela. Costumava fazer isso duas a três vezes por semana. Ela
contou para sua mãe, mas a mãe não acreditou. Isso persistiu por três meses, até que a mãe pegou o homem no
ato e o expulsou de casa.
O sentimento que esta criança desenvolveu por causa deste ato terrível foi o pior de todos: culpa. Ela não sabia
o que tinha feito para merecer essa punição, por isso sentia uma culpa horrível. Um adulto saberia melhor, mas
uma criança pensa assim!
A seguir, Gerald pediu para que ela avançasse para o próximo evento ou situação que causaram o ganho de
peso exagerado. Como ela já tinha feito a regressão, não precisa mais usar linguagem chocante.
Ela avançou para o evento seguinte, e nesse caso ela tinha 17 anos de idade e estava no colégio. Era 1956 e ela
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se considerava promíscua além do normal e achava que todos os homens da época queriam sexo.
A seguir ela avançou até sua lua de mel nas Bahamas, onde seu marido, durante um jantar romântico à luz de
velas, decidiu começar o casamento com o placar zerado e confessou tudo o que já fez de errado com todas as
mulheres que já cruzaram sua vida. Contou, por exemplo, como já foi piloto da aeronáutica alemã e, na época,
costumava levar mulheres para a cama e depois fugir, etc. A intenção era contar o que fez para que ela não
tivesse dúvidas de que agiria corretamente com ela. Mas o subconsciente dela não aceitou a situação como ele
gostaria.
A conclusão é que o subconsciente ficou com medo que os homens a ferissem e por isso, ao invés de ensiná‐la a
usar um revólver, decidiu fazê‐la comer e engordar para que ninguém se aproximasse dela. Mas o marido a
amava tanto que se manteve ao seu lado.
Para resolver a situação, Gerald a regrediu novamente à idade de uma criança e explicou para ela, tal como um
advogado criminalista: "Esse homem é doente. Ele tem problemas e você teve que pagar o preço pelos
problemas dele. Você não teve culpa nenhuma pelo que aconteceu. Você é uma menina linda com um coração
de ouro. E você é maravilhosa e pura e ninguém mais vai ferí‐la dessa forma."
Depois disso, Gerald teve que concluir essa parte da vida dela com algo que é mandatório toda a vez que o
problema for originado por uma pessoa e não uma situação: a menina teria que perdoar o padrasto. Felizmente,
ela o fez e seguiu com sua vida.
Depois ele avançou ela para seus 17 anos, em 1956. Explicou que ela não só não era promíscua, mas podia
facilmente se qualificar para ser freira. Ela não teve relações sexuais com ninguém e por isso se manteve pura!
Neste ponto, já era possível ver ela relaxando...
Depois ele avançou ela até as Bahamas, onde explicou que o marido dela era como um cão expondo sua barriga
como sinal de respeito. Que ele só queria mostrar como estava querendo mudar, já que a amava demais. Que
era uma coisa estúpida para se fazer, mas que ela tinha que admitir, que ele só estava fazendo isso pois a amava
mais que a própria vida.
Depois disso, ela disse: "Meu Deus!"
Gerald perguntou: "Entendeu porque você chegou ao ponto em que chegou?"
Ao qual ela respondeu: "É... Foi bem estúpido, né?"
"Não! Essa é a maneira que a nossa mente funciona! Agora que você entende, você está pronta para perder
esse peso extra todo?"
"Sim!"
"Você está pronta para fazer isso, sem brincadeiras? Agora você sabe de onde veio o peso e da necessidade a
proteção?"
"Ah! Eu quero sim! Foi muito estúpido da minha parte!"
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A partir dai, Gerald iniciou seu Patter de perda de peso. São sugestões diretas que tem muita chance de
funcionar, já que o problema mais profundo se foi:
"Ok! A partir deste momento, porque você decidiu ter um peso saudável para você, você vai comer as comidas
que são saudáveis para você. Você sabe quais são, eu não preciso dizer para você. Para uma boa perda de peso
a uma velocidade saudável e constante até atingir um peso que seja perfeito para a sua estrutura óssea, saúde e
tamanho." (Nunca coloque um número para esse tipo de coisa, pois pode não ser o saudável para a pessoa)
"O peso vai ser eliminado com facilidade e você vai perceber que não vai mais sentir fome entre as refeições,
blablabla e você vai ficar ótima! Agora abra os olhos e vá embora."
Depois de emergir, ela repetiu: "Nossa! Como eu fui estúpida, etc..."
Um ano depois, Gerald se encontrou com a mulher, que estava com 54kg e muito bem. Isso ilustra como a
mente subconsciente funciona e como ela tenta proteger a pessoa. Depois de removido esse medo, o problema
desaparece.
Preguiça: O subconsciente não gosta de mudar, nem de fazer nada que seja positivo. Sugestões negativas, por
outro lado, não requer nenhum esforço, por isso entram no subconsciente facilmente.
Fator Crítico: É um "empregado" do subconsciente e serve para deter todas as sugestões positivas que tentam
entrar. Quando essas sugestões deixam de entrar no subconsciente, elas são refletidas para a parte da Força de
Vontade da mente consciente e ficam por lá. A única maneira conhecida de acessar o subconsciente é a hipnose.
Mas mesmo durante a hipnose, quando alguma sugestão está prestes a entrar no subconsciente, a mente
consciente da pessoa precisa fazer uma decisão. A atitude mental pode ser uma de quatro alternativas:
1. "Eu adorei essa sugestão! Ela vai funcionar com certeza! Eu SEI disso!"
2. "Eu goste da sugestão, mas tenho algumas ressalvas bem pequenas..."
3. "A sugestão é boa e tudo o mais, mas eu não me importo se funcionar ou não."
4. "Eu adorei a sugestão! Eu tenho esperanças de que vai funcionar! Vou tentar acreditar nela com todas
as minhas forças!"
Isso precisa ser dito ao cliente na conversa prévia com o cliente. Esse é um divisor de águas entre uma sessão
que vai funcionar de uma que não vai funcionar.
Das quatro atitudes mentais, somente a primeira vai funcionar. A última é a mais comum entre as pessoas que
gostariam muito que a hipnose funcionasse. Esperança e tentativa são as piores coisas que as pessoas podem se
prender. Levam a resultados muito ruins.
A CONVERSA PRÉVIA (01:33:30)
Se você for profissional de uma área específica da saúde, como psicólogo, enfermeira, médico, etc. evite usar a
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expressão "hipnose", pois isso vai traser uma bagagem de preconceito!
Caso você seja um hipnoterapeuta, então o sucesso da sua consulta é inteiramente dependente da sua conversa prévia.
Uma boa conversa prévia leva por volta de 30 minutos para atingir todos os pontos! Em geral, se você deixar para fazer
a conversa ao vivo, ela vai ficando cada vez menor conforme o dia vai passando e você vai tendo que se repetir!
A melhor dica é preparar um vídeo com a conversa prévia e fazer o cliente assistir antes de entrar para a consulta. A
recepcionista pode orientar a pessoa a perguntar suas dúvidas ao hipnoterapeuta após assistir ao video.
Isso tem muitas vantagens:
1. Mais tempo para a consulta com o cliente.
2. Seu tempo fica liberado para fazer outras coisas
3. O cliente sempre vai ter uma conversa prévia excelente, independente da hora do dia.
4. O cliente, vendo que a pessoa do vídeo está atendendo ela ao vivo, respeita mais o hipnoterapeuta.
A pergunta mais comum depois da pessoa ver o vídeo é: "Você não me engana! Eu já vi apresentações de hipnose de
palco e sei que a pessoa fica sob os domínios do hipnotista!"
A explicação é simples:
"Quando um hipnotista de palco chega na cidade, é tudo muito excitante! Muita gente gosta de hipnotismo de
palco... Assim, a casa de show acaba lotando bem rápido e quem você acha que são as pessoas que vão para o
espetáculo? Eu vou dizer: são pessoas que adorariam fazer parte do show! Pelo menos em sua maioria...
Muita gente só quer ter a oportunidade de se soltar e fazer bobagens sem ter que assumir responsabilidade por
seus atos. Como uma mulher que é namorada ou esposa de um cara muito ciumento! Ela sobe ao palco para
brincar! Se o namorado disser que ela fez papel de boba, então a desculpa é que o hipnotista obrigou ela a fazer
tudo!
Outro tipo de pessoa que adora subir no palco é o tipo que precisa se portar muito bem frente à sociedade e
adoraria uma oportunidade de se soltar. Pessoas muito ricas costumam ser assim!
E é assim que hipnose de palco funciona! Ninguém está fora de controle... Muitas vezes, o hipnotista precisa
retornar algumas pessoas à platéia justamente porque elas não querem brincar.
Um hipnotista de palco procura nas pessoas que chama ao palco por uma característica muito específica: uma
forte tendência exibicionista latente. São essas as pessoas que querem subir ao palco e brincar!"
PERGUNTAS:
Q: O que fazer com pessoas que não tem confiança ou estão muito assustadas para receber as sugestões de maneira
eficaz?
A: Diga para a pessoa que ela vai ficar bem e que vai prosseguir passo‐a‐passo durante a hipnose. A partir dai, comece a
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hipnose.
Durante a hipnose, reforce o tempo todo que ela está indo bem, que está fazendo um trabalho ótimo, etc. Além
disso, continue lembrando a pessoa sempre que possível que, quando ela ouvir uma sugestão, deve confiar
plenamente nela e ter certeza de que vai funcionar.
Logo logo, porque a pessoa está hipnotizada e altamente sugestionável, ela vai começar a reagir muito bem às
sugestões seguintes...
Note que isso é bom de se fazer com qualquer cliente, quer ele tenha começado a sessão desconfiado ou não.
Q: Como fazer se não houver tempo para uma conversa prévia? Como em uma demonstração, por exemplo? (VIDEO 3
‐ 00:31:00)
A: Você pode agir da seguinte maneira:
DEMONSTRAÇÃO:
Sheila! Você tem alguma dúvida sobre hipnose?
Não!
Isso é ótimo! (ENQUANTO APERTA A MÃO DA PESSOA)
Muita gente pensa que, quando estão em hipnose, elas vão ficar inconscientes e sob os meus poderes. E que
eu posso fazer com que elas façam qualquer coisa que eu quiser.
E não pode?!
Sheila!!! Poxa! Se eu pudesse fazer isso, você não acha que eu estaria em meu Iate particular na costa da
Espanha agora?
Claro que não!
Quando você está em hipnose, VOCÊ está no controle! Você fica mais poderosa. A sua mente fica mais
poderosa. Todos os seus 5 sentidos ficam mais poderosos. Você ouve melhor. Você enxerga melhor. Você
pode aceitar ou rejeitar as sugestões. Você é quem manda! Eu sou apenas um guia...
Puxa! Eu não sabia disso...
E é assim que você tira o medo da pessoa bem rapidamente... Nunca acredite que a pessoa não tem nenhuma
dúvida!
PALAVRAS QUE DEVERIAM SER PROIBIDAS (01:42:30)
Muitas palavras fazem parte historicamente do jargão da hipnose. Algumas, entretanto, deveriam cair em desuso pois
se originaram em um tempo onde não se sabia muito sobre a hipnose.
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"SOB" ‐ "Você agora está sob hipnose"
Sob é uma palavra muito pejorativa. Assume que a pessoa é inferior ou está sob o poder de alguém ou alguma coisa. É
uma palavra muito desconsertante e intimidadora para a mente subconsciente.
Ao invés de usar essa palavra, o ideal é dizer que que a pessoa está "em um estado de relaxamento mental e físico".
"ACORDE" ‐ "Quando eu contar de 1 até 3, você vai acordar!"
Se a pessoa não dormiu, não tem como acordar! Se uma sessão foi muito bem e a pessoa respondeu da melhor maneira
possível às sugestões do hipnotista, mas este tentou emergir a pessoa usando a palavra "acordar", automaticamente a
pessoa pode pensar: "Acordar? Mas eu não estava dormindo! Vai ver, eu nem estava hipnotizado... Puxa vida! Acho que
nada vai funcionar agora."
Uma sessão perfeita pode ser destruida só pelo uso dessa palavra.
"RESISTÊNCIA" ‐ "Você está resistindo à mim!"
Muitos hipnotistas podem dizer que a pessoa está resistindo à suas tentativas de hipnotizá‐la, mesmo que não
conscientemente.
A verdade é que, se a pessoa veio ao consultório e quer o tratamento, ela não está resistindo a nada! A palavra correta
para a dificuldade de uma pessoa entrar em transe é "INIBIÇÃO".
Como em uma festa, onde a pessoa pode se sentir inibida no início, mas depois vai se soltando com um drink ou dois, a
palavra inibição é mais fácil de ser entendida pelo cliente.
Se a pessoa admitir a inibição, o hipnotista pode perguntar "O que faz você se sentir inibido?".
A inibição normalmente tem sua raiz em um medo ou preocupação não esclarecida do cliente. Removendo este medo
ou preocupação, a hipnose virá naturalmente.
"PROFUNDO" ‐ "Eu vou contar de 10 até 1 e, a cada número você vai sentir que seu relaxamento se torna mais e mais
profundo..."
A realidade é que ninguém está se aprofundando em nada. A pessoa está apenas se tornando mais e mais sugestionável.
Mas o uso da palavra não está de todo errado pois o cliente consegue entender bem a intenção do hipnotista. Fica aqui
somente uma ressalva para que, dentro da cabeça do hipnotista, fique o entendimento de que ninguém está "se
aprofundando" em nada.
TEORIA SOBRE O FATOR CRÍTICO (01:49:30)
Quando a pessoa nasce, ela não tem Fator Crítico. Ele é formado entre os 5 e 6 anos da pessoa. Depende da velocidade
em que a pessoa amadurecer.
As sugestões dadas até o Fator Crítico ser desenvolvido serão a base da personalidade da pessoa. Suas crenças e valores
morais, em geral, são desenvolvidas a partir das crenças e valores morais dos pais, por exemplo.
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Através de estudos com regressão, hipnotistas hoje já sabem, por exemplo, que a memória da pessoa se inicia a partir
do terceiro mês de gestação. A criança ouve muito bem, pois está imersa em água. Quando sua linguagem se
desenvolve, as informações armazenadas desde essa época intra uterina acaba influenciando a pessoa.
Além disso, crianças são muito sensíveis à sentimentos e percebem emoções nas pessoas muito bem.
Outras coisas que ultrapassam o fator crítico incluem:
MÉDICOS
Médicos sempre ultrapassam o fator crítico das pessoas. Até mesmo quando em uma situação social, fora do
consultório! Se um médico diz a um paciente que sua condição é grave e que vai tentar fazer seu melhor para curá‐lo, a
recuperação deste paciente será, na maioria das vezes, muito mais demorada do que se o médico tivesse dito que a
condição é grave, porém muito fácil de curar!
RELIGIÃO
Quando o padre, pastor ou sacerdote sobe ao altar, o fator crítico da maioria das pessoas é ultrapassado.
TELEVISÃO
Comerciais tentam ultrapassar seu fator crítico o tempo todo para injetar sugestões sem que você saiba e assim fique
mais propenso a comprar os produtos anunciados.
AMOR
O maior ultrapassador de fator crítico de todos! Quando a pessoa está apaixonada, tudo o que a outra pessoa fala
ultrapassa o seu fator crítico.
BEGINNER INTERMEDIATE HYPNOSIS ‐ VÍDEO 03
O PODER DA MENTE DE UMA PESSOA (00:05:10)
DEMONSTRAÇÃO:
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Vamos mostrar o poder da mente de uma pessoa. Nesse momento, não vamos nem nos preocupar com
hipnose. Eu quero que você faça uma coisa que você fazia muito bem quando menina. E agora vai voltar a fazer
como uma senhora de idade! E essa coisa é fingir de conta.
Lembra‐se de quando era uma menina e podia fingir muito bem? Depois que crescemos, acaba ficando muito
difícil continuar fingindo de conta e dizer, "legal!"
E depois quando está em férias, na praia, na varanda da sua casa, você volta a brincar de faz de conta porque é
um mundo de fantasia gostoso de se estar.
Agora... O que eu vou fazer é pedir que você faça de conta que o que eu vou dizer é verdade.
OK!
Vou dizer exatamente o que vamos fazer com antecedência para que não haja nenhuma surpresa, ok?
Hmm‐humm.
Daqui a pouco, eu vou pedir para fechar seus olhos e tudo o que eu vou pedir é que finja de conta, que finja que
é verdade que seus olhos estão completamente presos nessa posição fechada. Como se um dos alunos tivesse
vindo aqui e posto algumas gotas de super‐cola nas suas pálpebras.
E é só isso que eu quero que faça! Mas eu quero que faça isso com o poder que aquela garotinha era capaz de
fingir.
Lembra‐se quando você era pequena e brincava de bonequinhas quando criança? Parecia mesmo verdade, não
é? Então... Este é o poder com o qual eu quero que você finja.
Você estaria disposta a fazer isso?
OK!
Legal!
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Agora feche seus olhos.
Agora entra nessa porque é legal.
OK...
Agora faça de conta, com o poder que aquela garotinha era capaz de fingir, que as suas pálpebras, por alguma
razão, que não é nem um pouco assustadora, apenas um pouco interessante, que as suas pálpebras estão
presas nesta posição fechada.
E que, por alguns momentos, nada que você possa fazer ou dizer poderia abrí‐los... Mas isso não é problema
para você.
Mas finja com esse poder que isso está acontecendo agora. Você está fazendo isso?
Hmm‐humm...
Agora isso é tudo o que eu quero que faça, Carol. Mas eu quero que continue fazendo isso...
Enquanto você faz isso, eu vou trabalhar no seu braço aqui. Você pode sentir que eu estou aqui. Você pode
saber que eu estou aqui. Você pode me sentir aqui.
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Mas enquanto estiver fingindo tão bem quanto você está, que seus olhos estão presos nessa posição fechada,
nada que eu faça aqui poderá afetar ou perturbar você de qualquer forma.
Você só vai saber que eu estou nesta área (ESFREGANDO UMA ÁREA DA PELE DELA COM OS DEDOS) tocando
você aqui.
Apenas continue se concentrando com o poder dessa menininha e nada do que eu fizer aqui vai te incomodar
ou perturbar você. (BELISCÃO)
OK! Nós lavamos a super‐cola e agora deixamos os olhos abrir. (TAPINHAS NA TESTA)
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Agora... Você sabia que eu estava trabalhando aqui, não é?
Hmm‐humm...
Me diga o que sentiu?
Nada. Eu senti você me tocando...
Nenhum desconforto.
Não, não...
Talvez um pouco de pressão?
Hmm‐humm...
Mas nenhum desconforto, certo? Dê uma olhada aqui. Acha que deveria ter sentido pelo menos um pouco de
desconforto?! (ELA VÊ AS MARCAS DE UNHA E COMEÇA A DAR RISADA!)
Explicação da demonstração:
Para ter esse tipo de analgesia, é preciso de um nível muito profundo de hipnose! Gerald poderia ter ido atrás
de anestesia, mas ele queria que ela soubesse que estava ali. Para bloquear essa quantidade de desconforto, é
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preciso pelo menos um estado de sonambulismo ou mais baixo.
Agora, o interessante de notar é que Gerald não falou para a pessoa relaxar em momento algum. Esse não foi
um fator para que ela chegasse ao sonambulismo.
O que aconteceu, passo a passo foi o seguinte:
1. Quando ele pediu para ela fingisse com o poder da crença de uma garotinha que os olhos estavam
grudados, ESSE foi o momento em que o Fator Crítico foi ultrapassado! É como se o Fator Crítico
dissesse: "Como assim eles estão presos? Meu Deus! Eu não consigo abrir os olhos! Eles estão MESMO
presos! Deixe‐me sair da frente e observar o que está acontecendo..."
2. A segunda parte é o "estabelecimento do pensamento seletivo aceitável". Ou seja, a sugestão. Gerald
disse: "Você vai saber que eu estou trabalhando aqui, mas NADA que eu fizer vai afetar ou perturbar
você de forma alguma." E assim criou‐se a analgesia. Note que foi evitado o uso da palavra "dor", já que
esta é uma "tainted word" (palavra )
A primeira parte da frase determina que a pessoa vai sentir que está sendo manipulada. Para ter anestesia,
onde não haveria sensibilidade ao toque, essa parte deveria ser mudada.
Esse tipo de sugestão e técnica são as mesmas usadas quando Gerald costumava doar seu tempo aos
paramédicos, fornecendo sua ajuda aos pacientes durante emergências nas ruas. Nessa época, Gerald chegou a
ajudar a fazer três amputações de braço usando apenas hipnose como anestesia!
DEMONSTRAÇÃO:
O que você acha de ter o poder de anestesiar qualquer parte do seu corpo, a qualquer momento? Qualquer
parte ou você por completa, a qualquer momento que quiser, instantaneamente. Você gostaria de ter essa
habilidade?
Claro!
Bom! Então eu vou ensinar você a fazer isso. Se você continuar fazendo o que eu pedir de você.
Isso significaria que você nunca mais teria que se preocupar sobre o dentista novamente. O que acha disso? Não
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ia ser legal?
Isso seria ótimo, pois eu tenho medo de dentistas!
Claro!
Ou, como eu, que fui ao meu médico, deitei‐me na maca e disse: "Vai em frente! Pode cortar fora esses cístos
semáceos das minhas costas..."
E foi o que o meu médico fez enquanto tinhamos uma conversa maravilhosa. E esse é o poder que eu vou te dar
se você fizer exatamente o que eu pedir para você fazer.
É um processo em três partes e você já fez o processo número 1. Então você é uma ótima candidata para isso.
Você quer prosseguir para a parte número 2?
Hmm‐humm...
Agora... Vamos continuar com esse tema. Por exemplo. No passado, quando você tinha que ir ao dentista para
um tratamento. Quando ele ia adormecer este lado da sua mandíbula. (Gerald passa a mão na bochecha dela)
Você sabe o que ele ia fazer. Ao invés de fazer como médicos ou enfermeiras, que te dão uma injeção de uma
vez... Ah não! Eles fazem outra coisa!
Eles pedem para você abrir a boca e aí eles te dão uma espetada aqui, outra ali e aí sim eles te dão "A
ESPETADA". Que normalmente é no céu da boca...
Normalmente, nesse momento, eles sempre dão uma ótima sugestão: "Ok! Agora isso vai espetar um
pouquinho, mas eu vou pegar leve contigo!" Nessa hora, você sabe que chegou a vez da injeção no céu da
boca...
E aí... Todo o seu corpo fica completamente enrigecido, os seus dedos apontando diretamente para baixo. E aí,
depois de agredir o seu corpo desse jeito, o que ele faz?
Ele dá as costas e vai embora! Vai embora sem mais nem menos! Isso é que é ser largado na mão... Coisa
horrível para se fazer com alguém.
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Cinco a dez minutos depois ele volta e a sua boca está totalmente anestesiada quimicamente. E o que acontece?
Bom...
"Você não consegue falar muito bem, não é? Claro que não!" (falando mole como se a boca realmente estivesse
anestesiada)
E quando vai bochechar com água e cuspir o que acontece? Talvez o cuspe vá para um lado ou outro...
Além disso, talvez, depois de sair do consultório, você tenha medo de morder a sua língua ou o interior da boca
e nem perceber! Você já teve essa sensação?
Hmm‐humm...
A razão de eu estar explicando isso é que a diferença entre a anestesia química, que é o que isso se trata, e
anestesia mental, que é o que nós vamos ensinar a ela, é que com anestesia mental, a sensação é identica a que
você tem normalmente. Você não sente diferença nenhuma.
Em outras palavras, você vai poder mascar chiclete, assobiar, comer biscoito, beber água, sentir o toque... Mas a
única coisa que você não vai sentir, é desconforto de qualquer natureza.
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E essa não seria uma maneira melhor de fazer isso?
Com certeza!
Quer ver o quão rápido pode fazer isso?
Hmm‐humm! (Balança a cabeça afirmativamente)
Eu vou pedir para que você fixe a sua mente em uma sugestão que eu vou dar a você. Você estaria disposta a
fazer isso?
Hmm‐humm! Sim!
Agora, quando vocês lidarem com um cliente, é importante ter certeza de que a sua definição da palavra é a
mesma que definição dele da palavra, para que não haja erro algum.
Deixe‐me explicar para você o que eu quero dizer com "fixar sua mente".
"Fixar sua mente" significa que é a verdade absoluta! Não há dúvidas. É isso aí. É preto no branco. E não há
dúvida alguma na sua mente. Entendeu bem?
Sim...
Ok... É assim que eu quero que fixe a sua mente. Agora a sugestão que eu quero te dar, talvez você nunca tenha
ouvido falar, talvez já tenha. Mas isso não importa! É a verdade absoluta. Você estaria disposta a fazer isso?
Sim...
Eu quero que você fixe a sua mente em uma sugestão. Em um momento eu vou passar a minha mão no seu
rosto deste geito. (PASSA A MÃO LENTAMENTE)
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Cada vez que eu fizer isso, mais da sua anestesia natural dada por Deus vai fluir para essa mandíbula...
Pela segunda vez que eu passar a mão, ela vai ficar mais profundamente anestesiada do que qualquer médico
poderia fazer com segurança.
E pela terceira vez, ela estará TOTALMENTE anestesiada.
Mas você ainda será capaz de sentir o toque, só não vai mais sentir desconforto nenhum. Entendeu?
Ok, agora fixe a sua mente na sugestão... Nós já demos a sugestão, não é? Então veja acontecendo!
(PRIMEIRA PASSADA) UM! Agora a sua anestesia mental está fluindo profundamente para essa parte do seu
corpo e você pode ou não sentir alguma coisa. Não importa! Não importa nem um pouco...
(SEGUNDA PASSADA) DOIS! Agora está ainda mais profundamente anestesiado, se é que nós vamos usar essa
palavra, do que um médico poderia fazer com segurança. Nesse momento, algumas pessoas podem sentir uma
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sensação gelada e outras pessoas uma sensação quente. Algumas pessoas também podem não sentir nada. E
isso não importa nem um pouco...
(TERCEIRA PASSADA) Agora a última. TRÊS! Agora essa parte está completamente anestesiada mas você
continua sentindo normal, não é?
Agora eu vou vir aqui e eu não vou fazer nada que vá desfigurar o seu rosto...
Eu só vou trabalhar aqui e nada vai incomodar você de maneira nenhuma... (ESFREGANDO A ÁREA PARA DEPOIS
APLICAR UM BELISCÃO, PORÉM SEM AS UNHAS, PARA NÃO MARCAR)
Como você se sente?
OK!
Nenhum desconforto, não é mesmo?
Não...
Ótimo! Você está indo muito bem! Estou orgulhoso de você!
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Você está indo muito bem!
Agora, só para treinar, eu quero que você pense... "Não. Eu não consigo fazer isso. A mente humana não tem
essa capacidade. É simplesmente impossível."
Entendeu a idéia?
(ENQUANTO DÁ TAPINHAS NA TESTA DELA COM O DEDO) Agora acredite de verdade nisso com o mesmo tipo
de fixação da sua mente. Está fazendo isso?
Hmm‐humm...
Ótimo! Agora vejam como a semântica muda tudo!
Eu vou trabalhar aqui, mas não seja "machona"! Eu quero que me diga quando sentir a menor dor, desconforto,
destruição celular ou esmagamento das paredes da pele.
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Nós não estamos aqui para causar dor. Só me avise quando sentir a primeira dor. (INÍCIO DE UMA PRESSÃO)
Sim... Ai mesmo.
E eu mal toquei nela ainda! A palavra "dor" é uma "palavra pintada". Toda a vez que você usa a palavra "dor", a
palavra invoca a dor.
Agora fixe a sua mente novamente! (FECHA OS OLHOS DELA COM A MÃO)
E agora essa parte está completamente anestesiada. Sem problemas. Você sabe que está lá. Sabe que tem essa
habilidade.
Me diga quando tiver feito isso...
OK...
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(BELISCÃO COM FORÇA)
Como você está?
OK...
Muito fácil, não é?
Facinho! hehehe.
Você está indo bem!
Agora a anestesia foi embora e está tudo normal aqui denovo.
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Agora! Você fez tudo tão bem, que eu acho que vai fazer essa próxima coisa lindamente... Mas antes eu preciso
fazer uma pergunta!
Hmm‐humm...
E você precisa responder a essa pergunta com muita honestidade!
Hmm‐humm!
Você pode não contar a verdade para mim... Você pode não contar a verdade para eles, mas você não pode não
contar a verdade para si própria, pois você sabe a resposta!
Hmm‐humm!
Eu quero que seja totalmente honesta comigo, pois a sua resposta vai determinar se eu vou poder ensinar isso
para você ou não, ok?
Ok!
Você acredita, sem brincadeira, que se você soubesse a técnica, a sua mente tem a habilidade de te dar
anestesia em qualquer lugar que você gostaria em qualquer momento que você gostaria, e ela estaria lá?
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Sim!
E é verdade! Se nossos pais tivessem nos ensinado essa técnica, então todos teríamos esta habilidade, ao invés
de programar o oposto...
Daí todos teríamos essa habilidade pois essa é apenas uma rotina da forma que somos.
Ok! Então nós vamos ensinar a fazer isso com você mesma. Nós vamos usar uma palavra âncora.
OK...
Nós vamos usar a palavra "adormeça". Agora... Você sabe que isso não tem nada a ver com dormência, não é?
OK...
É só uma palavra fácil de lembrar.
De agora em diante, sempre que quiser anestesiar uma parte do seu corpo, você vai dizer a palavra "adormeça"
e vai preencher a lacuna.
OK...
"Adormeça braço direito", "Adormeça perna esquerda", "Adormeça mão esquerda" e assim por diante...
Entendeu a idéia?
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OK...
Agora, o segredo de quando você disser isso, é fazer isso com absoluta convicção de que isso é a verdade
absoluta. (TAPINHAS COM O DEDO NA TESTA DELA)
Não há nada que possa tirar isso de você. É o seu direito de ter ela e por Deus você vai tê‐la! Entendeu a idéia?
Sim...
E a palavra só vai funcionar quando você quiser que ela funcione para anestesia. Se disser a palavra "adormeça"
para outra coisa, não vai funcionar, ok?
OK...
Tudo bem! Agora eu vou explicar o que eu quero que faça.
Você vai dizer a palavra "adormeça", mas diga silenciosamente para você mesma, porém com intensidade na
sua mente. (TAPINHAS COM O DEDO NA TESTA DELA)
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Do contrário, quando você for praticar as pessoas poderiam pensar que você é estranha...
OK...
Então... Agora mesmo, eu quero que diga "Adormeça braço direito" e me diga quando tiver feito isso. Apenas
saiba que vai está lá, ok?
Tudo bem...
Agora, sem mais nenhuma sugestão... (BELISCÃO NO BRAÇO DIREITO)
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Ok... Agora "Adormeça mandibula esquerda!"
Espera ai! Eu estou me concentrando... (PEQUENA PAUSA) OK...
(BELISCÃO NA MANDIBULA ESQUERDA)
Bom... Estou orgulhoso de você!
Ok... Nós não podemos deixar você andando por aí com uma mandibula e um braço adormecidos! Nós
precisamos ensinar a você como se livrar disso quando não for mais necessário...
Para isso, basta fazer a mesma coisa! Mas desta vez você vai falar a palavra "normal".
"Braço direito normal", "Mandibula esquerda normal" e (ESTALA OS DEDOS) o efeito vai embora assim!
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Agora, quando estiver pronta, diga: "Braço direito normal", "Mandibula esquerda normal".
(PEQUENA PAUSA) OK...
(ELA SE ENCOLHE QUANDO ELE TENTA BELISCAR COM MAIS FORÇA) Viu? Nada!
Agora, se você quiser ter isso para o resto da sua vida, você vai precisar praticar 20 vezes por dia.
OK...
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Por uma semana!
Agora... Isso não vai tomar nenhum tempo da sua vida!
Porque você pode simplesmente fazer assim: "adormeça braço direito", "legal!", "braço direito normal".
Rápido assim! (ESTALA OS DEDOS) É com essa rapidez que isso vai se apresentar e ir embora...
Você não testa a si mesma por uma semana. Mas você pode pedir para um colega de turma testar você uma vez
por dia. Porque você testa a si própria para construir um sistema de crença. E isso é uma sobrecarga de sistema
de crença, para que se enraize e fique bem forte.
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Se você for um dos testadores... Use BOM SENSO. Você não está aqui para desfigurar. Entende o que eu estou
dizendo?
Você não vai dizer "adormeça mão direita" e depois enfiar a mão dela no fogo!
Não!
Um bom beliscão com força vai ser mais do que o suficiente para o teste...
Mas tem um problema com isso...
Agora. Nós demos uma habilidade para você que, com um pouquinho de prática, você vai ter para o resto da sua
vida.
Mas nós não pusemos nenhum controle apropriado para isso. O que nós vamos fazer é programar você para
que isso dure apenas uma hora. E aí o efeito vai embora.
Porque, se você anestesiar alguma parte para ter tempo de ir até o médico e se tratar, então está tudo bem.
Mas você pode se machucar muito se deixar o problema para lá e a anestesia mascarar alguma coisa grave.
Vamos fazer com que o efeito vá embora depois de uma hora. Você pode reativar por mais uma hora, mas daí
você vai saber se você precisa ir ao médico ou não. Entendeu a idéia?
OK...
É muito importante que façamos isso...
A única excessão a esta regra será, no caso em que você disser a um médico que você tem esta habilidade e ele
quiser extender a duração por mais tempo, então as instruções dela ou dele vão valer ao invés das minhas.
Em outras palavras, se o médico disser: "Eu quero essa anestesia por 3 horas." Então este vai ser o tempo que a
anestesia vai durar. Entendeu a idéia?
Hmm... Hummm...
Agora, eu vou programar isso em você através de um método um pouco diferente de hipnose. Podemos fazer
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um pouco de hipnose de olhos fechados?
Hmm... Hummm...
Tudo bem... Fique um pouco mais de frente desta maneira (GIRA ELA UM POUCO NA DIREÇÃO CORRETA)
Faça uma inspiração bem profunda, preencha seus pulmões e prenda e... (ENQUANTO ERGUE A MÃO NA
FRENTE DELA DEVAGAR)
Espere um momento!
Eu só queria que soubesse que, conforme formos trabalhando juntos aqui, às vezes as pessoas vão em hipnose
tão rapidamente e tão profundamente que elas simplesmente "FLAMP"! Caem!
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Conforme nós trabalhamos, as suas pernas sempre vão se manter firmes embaixo de você e você sempre vai ser
capaz de se manter em pé o tempo todo, ok?
OK...
Ok! Vamos tentar novamente!
(ENQUANTO ERGUE A MÃO NA FRENTE DELA DEVAGAR)
Faça uma inspiração bem profunda, encha seus pulmões e...
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Agora exale e...
DURMA! (ESTALA OS DEDOS NA FRENTE DELA DE REPENTE, DEPOIS COLOCA A MÃO NA TESTA E SEGURA A
CABEÇA, GIRANDO‐A DEVAGAR...) (00:24:00)
Aqui vamos nós... Relaxe cada músculo agora... Conforme eu rotaciono a sua cabeça, deixe que cada músculo do
seu corpo fique solto... e relaxado... e preguiçoso... (ROTACIONANDO A CABEÇA DEVAGAR...)
Deixe a sua mente ficar calma e tranquila... Conforme eu rotaciono a sua cabeça, sinta ondas maravilhosas de
relaxamento fluindo do topo da sua cabeça até a ponta dos seus pés. A sua mente relaxa... O seu corpo relaxa...
Seus braços relaxam... Suas pernas relaxam... E você se sente confortável... Ficando muito mais profundamente
relaxada com cada expiração que você faz.
Deixe que cada músculo fique completamente solto... (PEGA A MÃO ESQUERDA DELA, BALANÇA UM POUCO,
LEVANTA E DEPOIS SOLTA)
Totalmente preguiçoso...
(PEGA A MÃO DIREITA DELA E FAZ O MESMO...) Bem profundo agora....
Muito bem... Você está indo bem...
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Agora, ouça‐me... (COMEÇA A MASSAGEAR A TESTA DELA ENQUANTO DIZ A SUGESTÃO A SEGUIR)
Se for tudo bem contigo, o que eu gostaria de fazer é o seguinte...
Porque demorou um pouquinho para levar você a este estado, o que eu gostaria de fazer é condicionar você ao
que chamamos de "re‐indução pós‐hipnótica".
Isso simplesmente significa que, sempre que eu olhar para você com a intenção de hipnotizar você, e se for tudo
bem para você entrar em hipnose nesse momento, eu vou simplesmente te dar um sinal.
Para você eu vou simplesmente tocar o meu nariz...
Quando eu olhar para você com a intenção de hipnotizar você, eu vou simplesmente tocar o meu nariz... E se for
tudo bem para você, nesse instante, os seus olhos vão fechar, a sua cabeça vai tombar para frente no seu peito
e você vai voltar diretamente a esse estado, e até mais profundamente, todas as vezes.
Se alguma vez eu usar esta técnica, e você não quiser entrar em hipnose, então não vai haver efeito algum.
Nada vai acontecer. E só vai funcionar dentro da sala de aula. Você estaria disposta a aceitar essa sugestão? (ELA
BALANÇA A CABEÇA)
Tudo bem... Vamos programar isso. Em um momento eu vou contar até três, os seus olhos vão abrir, você vai
olhar para mim, eu vou tocar o meu nariz, seus olhos vão fechar e você vai voltar direto para o estado.
A cada vez que fizermos isso, será ainda mais profundo do que na vez anterior. Tudo bem?
Então... 1... 2... 3... Abrindo... Abrindo... Abrindo... Olhe aqui... (ELA OLHA PARA ELE E ELE TOCA O PRÓPRIO
NARIZ. ASSIM QUE VÊ ISSO, ELA VOLTA AO TRANSE)
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Bem mais profundo... Muito bem! Deixe‐se levar pra valer... (GIRANDO A CABEÇA DELA)
E de novo! 1, 2, 3... Abrindo, abrindo, abrindo... (ELA OLHA PARA ELE E ELE TOCA O PRÓPRIO NARIZ. ASSIM QUE
VÊ ISSO, ELA VOLTA AO TRANSE) (OBS: A VELOCIDADE DO COMANDO É UM POUCO MAIS RÁPIDA)
Bem mais profundo... Muito bem! Deixe‐se levar! (GIRANDO A CABEÇA DELA)
E de novo! 1, 2, 3! Abrindo! Abrindo! Abrindo! (ELA OLHA PARA ELE E ELE TOCA O PRÓPRIO NARIZ. ASSIM QUE
VÊ ISSO, ELA VOLTA AO TRANSE) (OBS: A VELOCIDADE DO COMANDO É UM POUCO MAIS RÁPIDA)
Bem mais profundo... Muito bem! (GIRANDO A CABEÇA DELA)
E de novo! 1, 2, 3! Abrindo! Abrindo! Abrindo! (ELA OLHA PARA ELE E ELE TOCA O PRÓPRIO NARIZ. ASSIM QUE
VÊ ISSO, ELA VOLTA AO TRANSE) (OBS: A VELOCIDADE DO COMANDO É UM POUCO MAIS RÁPIDA)
E REALMENTE deixe‐se ele vir! É isso aí! (GIRANDO A CABEÇA DELA)
Estão vendo como ela está cada vez respondendo melhor? (GIRANDO A CABEÇA DELA)
E de novo! 1, 2, 3! Abrindo! Abrindo! Abrindo! (ELA OLHA PARA ELE E ELE TOCA O PRÓPRIO NARIZ. ASSIM QUE
VÊ ISSO, ELA VOLTA AO TRANSE) (OBS: A VELOCIDADE DO COMANDO É UM POUCO MAIS RÁPIDA)
Bem mais profundo... (GIRANDO A CABEÇA DELA)
E de novo! 1, 2, 3! Abrindo! Abrindo! Abrindo! (ELA OLHA PARA ELE E ELE TOCA O PRÓPRIO NARIZ. ASSIM QUE
VÊ ISSO, ELA VOLTA AO TRANSE) (OBS: A VELOCIDADE DO COMANDO É UM POUCO MAIS RÁPIDA)
Bem mais profundo... Muito bem! (GIRANDO A CABEÇA DELA)
Cada vez que eu olhar para você, com a intenção de hipnotizar você, e for tudo bem para você, eu vou tocar o
meu nariz, os seus olhos vão fechar e você vai voltar a este estado, cada vez... mais profundo do que antes.
Ok! Lentamente você vai deixar seus olhos abrirem e enquanto você faz isso, o seu corpo relaxa mais ainda!
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Como foi a sensação quando eu toquei o meu nariz? Foi interessante, não é?
Foi interessante!
Como foi a sensação?
Relaxante!
Relaxante?
Sim!
Você acha que foi hipnotizada?
(LONGA PAUSA ONDE ELA CONSIDERA A PERGUNTA)
Olhe para mim... (ELA OLHA PARA ELE, ELE TOCA O NARIZ E ELA VOLTA AO TRANSE, DANDO RISADA)
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Isso mesmo... Apenas continue a relaxar... (GIRANDO A CABEÇA DELA)
É interessante! As pessoas choram melhor quando em hipnose. Elas riem melhor quando em hipnose. Tudo fica
melhor quando a pessoa está em hipnose e funciona ótimo.
Carol, eu quero que você me ouça. (MASSAGEANDO A TESTA DELA)
Eu quero te dar algumas sugestões, mas você sabe que, se quiser que elas durem, vai ter que ter aquela atitude
mental de "Eu gosto! Eu quero".
Primeiro eu quero te dar algumas sugestões gerais que eu acho que vão ser muito boas para você...
Nessa noite e em todas as noites de agora em diante... Quando não houver mais nada para você fazer. O
trabalho do dia está feito. A diversão do dia acabou. E está na hora de você entrar em um estado natural de
sono profundo e revitalizador... Você vai se acomodar na sua posição favorita debaixo das cobertas, vai fazer
uma inspiração bem profunda e gostosa e depois expirar. Conforme você expira, a sua mente e corpo começam
a relaxar.
Você faz uma segunda inspiração profunda e, se os seus olhos ainda não estiverem fechados eles vão fechar... E
a sua mente e corpo vão ficar cada vez mais calmos e tranquilos... E nesse momento você vai começar uma
jornada tranquila e gostosa até um nível de sono gostoso e profundo.
Você vai dormir a noite toda... Transitando entre os níveis mais profundos e mais leves de sono, tal como
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fazemos naturalmente... Dormindo a noite toda e acordando no momento em que você disse a si mesma que ia
acordar...
Você vai fazer isso melhor do que qualquer alarme jamais seria capaz.
Nunca mais você vai acordar sonolenta. Você vai acordar de olhos bem abertos, com muita disposição! Excitada
com as coisas que estão por vir no seu dia!
Agora é claro...
Se qualquer coisa necessitar da sua atenção durante a noite, você vai ficar ciente disso imediatamente. Seus
olhos vão abrir, você vai ficar completamente alerta, tomar as medidas apropriadas para resolver a situação e ai
então você vai voltar diretamente para a cama novamente, respirar profundamente duas vezes e retornar
diretamente para esse nível profundo e revitalizante de sono.
Você vai praticar a sua auto‐hipnose 20 vezes por dia e a cada vez que pratica, você vai notar que ela fica melhor
e mais poderosa do que a vez anterior.
A anestesia vai durar por 1 hora; 60 minutos. Ao final desses 60 minutos ela vai desaparecer instantaneamente.
Isso vai te dar o conhecimento de se é necessário procurar um médico ou não. Se perceber que não precisa e
que é apenas uma coisa pequena, então você vai poder anestesiar facilmente a mesma área novamente...
Mas você vai saber se precisar ir a um médico. E você VAI... Procurar um médico.
Isso é apenas para pequenas coisas como dar uma topada com o dedão do pé ou acertar o dedo da mão com
um martelo e coisas assim...
Mas a anestesia vai se tornar mais e mais profunda e poderosa a cada vez que a usar.
Você vai tê‐la pelo resto de sua vida. E vai ser maravilhoso para você.
No consultório do Dentista, você vai ficar tão orgulhosa quando disser a ele que não precisa da anestesia dele.
Que está bem sem ela. "Pode guardar a sua agulhinha..."
E você vai ser capaz de anestesiar a sua mente completamente. E nunca mais vai precisar enfrentar essa agulha
do Dentista novamente. E vai ser maravilhoso para você...
A cada dia que se passa, a sua habilidade se torna ainda mais forte do que no dia anterior.
Conforme você prossegue com o curso hoje e pelo resto da semana, você vai perceber que tudo o que for
ensinado para você vai se implantar poderosamente na sua mente subconsciente e se tornar instantaneamente
disponível a qualquer momento, conforme precisar.
Vai ser tal como água brotando da fonte... A informação vai ser transportada da sua mente subconsciente para a
consciente na forma perfeita para que você a use. Vai ser uma habilidade maravilhosa.
Você começa a vida como hipnotista e vai se tornar uma das melhores que existem por ai...
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Tudo bem... No futuro, todas as vezes que eu tocar o meu nariz com a intenção de hipnotizar você, e estiver
tudo bem por você... Você vai fechar os seus olhos... Deixar sua cabeça tombar para frente no seu peito... E se
deixar levar a um estado ainda mais profundo do que o que você está agora.
Você vai ficar ótima. Basta treinar e você vai ficar bem. E você vai ficar animada para praticar.
Tudo bem! Agora, quando eu contar até 3, e não antes, você vai abrir seus olhos, ficar completamente alerta,
totalmente renovada e se sentir ótima.
Ok... 1... Lentamente e com tranquilidade, você começa a voltar ao seu modo normal de atenção.
2... Você ainda está relaxada e calma, mas os seus olhos sob as suas pálpebras ficam mais claros e refrescados,
como se estivessem sendo banhados pelas águas cristalinas de um riacho... Você se sente bem!
Na próxima contagem, os seus olhos vão abrir, você vai se tornar completamente alerta, totalmente renovada e
se sentir ótima. Se sentindo fantástica com a sua habilidade nova e muito especial!
Se prepare agora! Tudo bem...
Número 3! Agora abra esses olhos e note como você está se sentindo bem!
Como você se sente?!
Me sinto bem!
Que ótimo!
Muito obrigado por ter me dado a habilidade!
Essa habilidade é ótima para dar a qualquer pessoa que cruze o seu caminho ou como uma curiosidade para se fazer em
uma festa chata. :)
PERGUNTAS SOBRE A DEMONSTRAÇÃO (00:32:50)
Q: Eu notei que você toca o ombro da pessoa e as vezes dá tapinhas na testa. Eu gostaria de saber por que?
A: Existem muitas razões poderosas do porquê eu toco as pessoas.
Algumas pessoas, principalmente no campo da medicina, pregam que não se deve tocar nas pessoas. Eu passei a
minha vida profissional inteira tocando as pessoas.
Quando eu toco desta ou da outra forma, dando tapinhas, etc. Não há nenhum tipo de conotação diferente da
profissional. O que importa é a forma que tocamos.
Algumas pessoas dizem também que não se deve tocar as pessoas se você não se sentir confortável com isso.
Eu vou explicar porque eu faço isso...
Antes do meu infarto, eu não tinha cadeiras no meu consultório. Eu gostava de fazer o meu trabalho em pé, com a
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pessoa em pé. Independentemente do que seria tratado na terapia, o trabalho era sempre em pé.
Muitas vezes, a pessoa precisa passar por uma regressão e reviver um momento muito difícil de suas vidas. Quando
elas fazem isso, estão sozinhas na situação!
Eu perdi a conta das vezes em que ouvi de clientes que, graças à minha mão estar lá, elas se sentiram seguras e
confiantes.
Uma segunda razão, principalmente quando estou trabalhando com a pessoa de pé, a minha mão esquerda, pois eu
sou canhoto, está na nuca da pessoa. Isso é porque eu quero sentir os músculos do pescoço!
Os músculos do pescoço são os últimos a relaxar e os primeiros a se tensionarem. Assim, se eu fizer uma indução
rápida e sentir que esses músculos não estão completamente soltos eu apenas vou trabalhando com eles,
rotacionando a cabeça enquanto dou sugestões para aprofundar o transe. Assim, quando eu perceber que os
músculos estão bem soltos, eu já fico sabendo que a pessoa está em um transe bem profundo.
Tocar uma pessoa também é outra forma de comunicação!
E essa não é uma via de mão única. O cliente vai mostrar como está se sentindo através da tensão de seus músculos
e coisas desse tipo.
Mas muita gente não se sente confortável fazendo isso. Se você não estiver confortável, então fique fora disso, pois
do contrário não vai fazer corretamente...
Q: Existe alguma razão especial para tocar ou dar tapinhas na testa? (00:36:10)
A: Com certeza! Eu faço muito isso!
A sua mente consciente consegue prestar atenção somente em uma coisa de cada vez. Como ela muda de foco em
microsegundos, dá a impressão de que podemos nos concentrar em várias coisas, mas a realidade não é bem essa.
Por isso, se existir alguma sugestão que eu queira dar na qual o cliente tenha a tendência de analisar demais, o que
eu faço é dar tapinhas na testa! Enquanto a mente consciente fica com a atenção presa nesses tapinhas, eu vou
passando as sugestões diretamente para a mente subconsciente e elas tem um efeito muito mais poderoso!
Assim, se você se sentir confortável fazendo isso, os tapinhas são uma maneira muito poderosa de distrair a mente
consciente. Se não estiver confortável com isso, então NÃO FAÇA! Pois vai ser sentido tanto por você quanto pelo
cliente como algo que não se encaixa na situação em que estão.
Agora, tem pessoas que eu jamais toco! JAMAIS!
Se uma mulher vier se tratar comigo para curar uma disfunção sexual, eu não só não vou tocar ela, como eu também
não vou ficar sozinho na mesma sala que ela!
Ou então se eu pressentir algo estranho sobre aquela pessoa e não achar apropriado então eu também não vou
tocar.
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Essas pessoas são muito raras.
De qualquer maneira, na conversa prévia e enquanto estou trabalhando, eu normalmente pergunto se não teria
problemas de tocar a pessoa nesse ou naquele lugar.
Pois muitas vezes eu gosto de por "pontos de exclamação" nas sugestões...
Ex: "E é ASSIM (tapinha) que tem que ser!"
E isso adiciona força e energia para a sugestão...
Q: Por que sugeriu que ela dormisse bem? (00:38:45)
A: Por que não? Nunca encontrei alguém que não gostaria de dormir bem. Mas eu já achei muita gente que tem
problemas para dormir, que pensam demais,etc. É só um agrado que eu gosto de fazer.
Q: Esse tipo de coisa funciona com qualquer pessoa, em qualquer língua? Qual a chance de uma pessoa ser
hipnotizada? (00:40:50)
A: Sim funciona. A chance é tipo 99, alguma coisa. Eu só falhei 3 vezes na minha vida profissional e as 3 vezes foram por
minha causa. Eu basicamente selecionei pessoas que não queriam isso. E foi ai que eu percebi que era melhor tentar
sentir se elas gostariam ou não de fazer isso, antes de chamá‐las.
Q: É muito difícil imaginar que é possível fazer o que você fez só de pedir para a pessoa fixar a mente em uma
sugestão... Eu já vi você fazendo isso em vídeos e estava super ansiosa de ver se você REALMENTE estava
beliscando a pessoa. Por isso eu nunca tive coragem de fazer o mesmo com meus clientes. Talvez eu deva
desaprender algumas das coisas que eu aprendi anteriormente... Pelo que eu aprendi no outro treinamento, para
ter esse nível de anestesia, você precisaria colocar a pessoa no nível 5 no mínimo! E eu li o livro do Dave Elman e
eu tive problemas em aceitar o livro. Eu tive dificuldades de acreditar que aquilo era possível mesmo... E como eu
mesma poderia fazer isso. (00:40:30)
A: Ok! Venha aqui na frente!
DEMONSTRAÇÃO (00:43:00):
É tudo uma questão de se a pessoa quer trabalhar contigo ou não.
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Quando você era uma menininha, você trabalhava com bonecas também?
Não... (CARA DE VERGONHA)
OK... Quando você era uma meninha, você tinha uma habilidade maravilhosa de fingir de conta, não é?
Sim.
E talvez não fosse com bonecas, mas você tinha outra coisa na qual tinha uma habilidade maravilhosa de fingir,
não é?
Sim. Hum‐humm...
Talvez alguma aventura incrível... Você era uma... heroina. Salvando o mundo! Me dê alguma coisa para
trabalhar aqui... Sobre o que você fazia de conta quando você era uma menininha?
Que eu podia voar.
E isso era tão real para você não é?
Hum‐humm... Eu acreditava mesmo que eu estava fazendo isso!
Ok. Feche os olhos... Agora é só isso que eu quero que faça novamente!
Eu quero que EXPULSE... Essa sua mente analítica que você carrega por ai.
Eu quero que EXPULSE... Esse seu eu analítico.
E eu quero que seja novamente essa garotinha dentro da sua mente...
E eu quero que você se permita fingir com o mesmo poder que aquela garotinha era capaz de fingir. E isso é o
que eu quero que você faça de conta, agora...
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Que esses seus olhos estão totalmente travados na posição fechada.
Não é uma coisa assustadora... (TOM CASUAL) Você sabe que, se quisesse, poderia abrí‐los.
Mas faça de conta que aquele mesmo poder... que aquela menininha voadora tinha... É agora a mesma
energia... Que agora permite que você finja que os seus olhos estão presos nessa posição fechada...
Você está fazendo isso?
(BALANÇA A CABEÇA AFIRMATIVAMENTE)
Então, isso é tudo o que eu quero que você faça!
E você vai ser sempre capaz de se manter em pé em equilíbrio perfeito, sem nenhum problema sequer. E
continue a se concentrar nos seus olhos...
Enquanto você está se concentrando nos seus olhos, eu vou trabalhar aqui, você sabe que eu estou aqui...
(ESFREGANDO UMA PARTE DO BRAÇO)
Mas quer saber? Contanto que você continue a fingir que seus olhos estão completamente travados nessa
posição... (CHAMA A ATENÇÃO DOS ALUNOS PARA O FATO DE QUE OS OLHOS DELA ESTÃO TREMENDO...)
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Nada que eu fizer vai afetar ou incomodar você de forma alguma. Você só vai saber que eu estou aqui nesta
área e nada vai incomodar você... Não tem nada demais mesmo... (ESFREGANDO UMA PARTE DO BRAÇO E
DEPOIS APLICANDO UM BELISCÃO COM A UNHA COM MUITA FORÇA!)
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Abra os seus olhos, pode parar de fingir...
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(ELA ABRE OS OLHOS E ELE MOSTRA O BRAÇO MARCADO PARA ELA. A CARA DELA É IMPAGÁVEL!)
O que você está olhando?
Estou olhando para marcas de unha...
Bem profundas!
Marcas de unha...
Sulcos grandes e profundos, não é?
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Sim...
Você foi bem! Não está orgulhosa de si mesma? O que você sentiu?
Eu não senti marcas de unha tão profundas... Eu senti alguma coisa mas...
PRESSÃO!
Sim... Mas eu não senti...
Nenhum desconforto, não é?
Não...
Acha que deveria ter sentido um pouquinho de desconforto?
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(ELA SE BELISCA)
SIM!
Bom, então vai embora!
Nós vamos ajudar você o caminho todo mais para frente, mas por agora esse foi um tira gosto!
Para chegar a esse nível de anestesia, você com certeza estava em sonambulismo!
INDUÇÕES (00:46:40)
Induções são a parte menos importante de todas no processo hipnótico. É, inclusive, muito fácil inventar suas próprias
induções.
Existem 3 coisas necessárias para qualquer indução ter efeito. Uma vez que tenha essas coisas, então qualquer coisa
servirá como indução.
1. Você precisa aguçar a imaginação do indivíduo.
Faça‐os imaginar que vão ser bem sucedidos. Isso só requer algumas palavras.
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2. Crie a expectativa mental
"O que a mente espera acontecer, tende a acontecer." A pessoa deve antecipar que ficará hipnotizada.
Uma maneira muito simples de conseguir estes dois primeiros quesitos é dizendo: "Você gostaria de entrar em hipnose?
(espere a pessoa dizer que sim) Ótimo! Porque, se você fizer exatamente o que eu disser, você vai conseguir entrar em
um estado de hipnose profunda."
3. Estabeleça um "contrato hipnótico"
Esta é a mais importante.
faça será uma indução.
DEMONSTRAÇÃO (00:52:00):
Eu quero que você foque o seu olhar bem aqui, na ponta da caneta.
Conforme você olha para ela, eu quero que você deixe seu corpo e mente relaxarem. Deixe‐se bem acomodado
e confortável na cadeira.
Daqui a pouco, eu vou deixar esta caneta cair. (LONGA PAUSA)
Quando você ouvir ela tocar o solo... Eu quero que faça o seguinte... (PAUSA)
Eu quero que feche seus olhos... Deixe que sua cabeça tombe confortavelmente no seu peito...
Permita que a sua mente e corpo comecem a relaxar... Muito Profundamente...
Permita que cada vez que você expirar esse relaxamento aumente ainda mais.
E você vai gostar. Eu vou emergir você desse estado depois de alguns momentos. Isso vai servir para que você
tenha um gostinho de relaxamento.
Agora... Foque os seus olhos na ponta da caneta.
Quando ela cair no chão, os seus olhos vão fechar e sua cabeça vai tombar para frente no seu peito. Seu corpo e
mente vão ser enviados para um estado profundo de relaxamento, paz e tranquilidade.
(LONGA PAUSA ‐ 10 SEGUNDOS ‐ DEPOIS ELE SOLTA A CANETA)
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Mantenha o foco na sua respiração...
Permita que cada músculo relaxe mais profundamente com cada respiração que fizer...
O toque da minha mão ajuda a você a relaxar mais ainda...
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O toque da minha mão e o som da minha voz ajudam você a relaxar mais ainda... Quanto mais profundo você
for, melhor você vai se sentir... Quanto melhor você se sentir, mais e mais você vai ser capaz de relaxar...
Sempre com sentimentos de conforto, tranquilidade e calma... Pela sua mente... Pelo seu corpo...
Apenas deixe‐se relaxar ainda mais... Cada respiração leva você a relaxar mais e mais...
Deixe‐se levar... Entregue‐se a esta sensação maravilhosa de paz e serenidade.
Eu quero que você note uma coisa dentro de você. (PAUSA)
Eu quero que você note agora. Deixe a sua mente se focar tranquilamente nisso.
Cada vez que você fizer uma expiração suave, você se sente maaais e maaaais relaxado.
A sua mente fica mais e mais em paz com o mundo... Você se sente melhor.
Cada vez que entrar neste estado, você vai relaxar muito mais facilmente do que da vez anterior.
Cada vez que você entra neste estado, você começa a perceber que, quanto mais você se permite entrar neste
estado... melhor você se sente.
Mais você será capaz de realizar... em todas as áreas da sua vida.
Tudo bem! Na contagem de 3, você vai deixar seus olhos abrirem.
Deixe a sua mente ficar mais clara e note como você se sente bem!
1... 2... (PAUSA) 3...
Agora abra os olhos e veja como se sente bem! (PAUSA) Como se sente?
TIPOS DE INDUÇÃO (01:00:30)
Existem três tipos básicos de indução. Como hipnotista, você deve aprender todas elas para saber qual usar dependendo
da personalidade de cada cliente. É como um carpinteiro que tem várias ferramentas em sua caixa de ferramentas. Se
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ele tivesse apenas uma, então não poderia resolver todos os problemas de sua profissão.
1. A INDUÇÃO POR RELAXAMENTO PROGRESSIVO
A pessoa é colocada em uma posição bem confortável e depois você vai mandando ela relaxar. Normalmente você inicia
de um lado do corpo e termina no outro, sem importar muito qual.
Ex: (VOZ MONÓTONA E ARRASTADA) Perceba uma sensação maravilhosa de relaxamento fluindo a partir da
planta dos seus pés... Essa sensação percorre os seus pés e passa pelos tornozelos... Depois até as canelas...
Depois até os joelhos... Depois até as cochas... etc. etc. etc.
CONTRAS:
Normalmente não é uma indução indicada, pois demora muito tempo!
É ruim para pessoas muito analíticas. Elas demoram para digerir a primeira sugestão de relaxamento, pois
analisam demais. Quando finalmente aceitam, o hipnotista já fez cinco, seis sugestões que a pessoa não prestou
atenção!
Se a pessoa for do tipo agitado, que gosta das coisas feitas com velocidade e eficiência, esse tipo de indução vai
tirá‐las do sério.
Ao terminar a indução, você fica sem saber em que nível de transe a pessoa está.
2. INDUÇÃO RÁPIDA
Uma indução que vai levar uma pessoa do seu estado normal de consciência até o estado sonambúlico em 4 minutos ou
menos.
3. INDUÇÕES INSTANTÂNEAS
Uma indução que vai levar uma pessoa do seu estado normal de consciência até o estado sonambúlico
instantaneamente.
DEVER DE CASA DO DIA 01 (01:08:30)
Ler e se tornar familiarizado com a indução do Dave Elman.
Ler e se tornar familiarizado com as técnicas de Aprofundamento de Transe.
Ler e se tornar
FIM DO DIA 01 (01:10:00)
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