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Crimes envolvendo militares e militares

estaduais entre si. Qual a Justiça


competente?

CLAURO ROBERTO DE BORTOLLI

SUMÁRIO

1. Introdução. 2. A redação original do artigo 42


da CF/88. 3. A redação da Emenda Constitucional nº
18, de 5 de fevereiro de 1998. 4. O abuso de autori-
dade. 5. Conclusões.

1. Introdução
O assunto em tela certamente não é novo,
mas continua sendo um dos mais complexos
do direito instrumental, eis que ligado direta-
mente a duas profícuas discussões: a delimi-
tação de competência e a própria definição
de hipóteses caracterizadoras de crime mili-
tar, assunto já tão estudado, debatido e, pa-
radoxalmente, ainda em amplo processo de
discussão, ao lado de um quase completo
desconhecimento por parte daqueles que não
litigam no foro castrense.
Como bem se sabe, as competências das Jus-
tiças Militares, quer federal, quer estadual, es-
tão previstas na Constituição Federal de 3 de
outubro de 1988, em seus arts. 124 e 125, § 4º,
respectivamente, assim escritos:
Art 124. À Justiça Militar compete
processar e julgar os crimes militares de-
finidos em lei.
Art 125. Os Estados organizarão sua
Justiça, observados os princípios esta-
belecidos nesta Constituição.
§ 4º. Compete à Justiça Militar Esta-
dual processar e julgar os policiais milita-
res e bombeiros militares nos crimes mili-
tares definidos em lei, cabendo ao tribu-
nal competente decidir sobre a perda do
posto e da patente dos oficiais e da gra-
Clauro Roberto de Bortolli é Promotor da Justiça duação das praças.
Militar lotado na Procuradoria da Justiça Militar em De uma rápida análise do Texto Maior,
Santa Maria-RS. chega-se a duas conclusões primeiras:
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a) A Justiça Militar Estadual processa e jul- permanecendo em plena vigência, eis que espe-
ga unicamente os policiais e bombeiros milita- cífico para os efeitos daquele código, devendo
res nos crimes militares. prevalecer em razão de sua especialização, ao
b) A Constituição Federal não definiu o que contrário daquela redação original do artigo 42
é crime militar, que deve ser definido por lei. da Carta de 1988, que, embora de maior hierar-
Nesse último aspecto, tal tarefa coube ao quia, tinha caráter genérico e administrativo,
Código Penal Militar (Decreto nº 1.001, de 21 de eis que colocada dentro do título III que disci-
outubro de 1969), que, em seu famoso “Artigo plina a Organização do Estado, diferenciando o
nono”, define o que é crime militar, objeto de servidor militar em relação ao servidor público
processo e julgamento das Justiças Militares. civil, especificamente nas relações destes para
Consta, no inciso II, alínea a, daquele arti- com a Administração Pública.
go, serem militares os crimes praticados por mi- Em conseqüência, para a caracterização do
litar em situação de atividade contra outro mi- agente como militar para efeitos penais, inclusi-
litar, em idêntica situação. É aqui, parece-nos, ve para definição do que seja crime militar,
que se acende a polêmica: o policial militar esta- continuou valendo o disciplinado no citado ar-
dual é considerado “militar” para efeitos penais? tigo 22 do CPM, que foi recepcionado pela nor-
ma constitucional.
Temos então, agora, em uma linha que foi
2. A redação original do artigo 42 da sedimentada no Superior Tribunal Militar, que o
Constituição Federal de 1988 Policial Militar somente é considerado militar,
A redação original do artigo 42, caput, da para efeitos penais intra-corpore, ou seja, den-
CF/88 estabelecia que: tro de sua corporação, com relação a seus co-
“São servidores militares federais os legas milicianos e ao patrimônio ou à ordem
integrantes das Forças Armadas e servi- administrativa da Polícia Militar.
dores militares dos Estados, Territórios e Logo, a conduta que possui em seus pólos
Distrito Federal os integrantes de suas militares das Forças Armadas e policiais milita-
polícias militares e de seus corpos de res estaduais, cometendo crime uns contra os
bombeiros militares”. outros, não será crime militar pela submissão ao
Não se olvide, porém, que o Código Penal inciso II, alínea a, do art 9º do CPM. Poderá ser,
Militar estabelecia, desde l969, o seguinte em isso sim, se a hipótese for enquadrada em outra
seu art. 22, especificamente com relação à apli- situação elencada naquele artigo, pois, em rela-
cação daquele “codex”: ção à hipótese retromencionada, serão consi-
“É considerado militar, para efeito da derados “não-militares” entre si, havendo crime
aplicação deste Código, qualquer pes- comum, tão-somente de alçada da Justiça Ordi-
soa que, em tempo de paz ou de guerra, nária Estadual, eis que, inexistindo crime militar,
seja incorporada às Forças Armadas, para inexiste competência da Justiça Militar.
nelas servir de posto, graduação, ou su- É o que acontece quando um militar do Exér-
jeição à disciplina militar”. (grifos meus) cito, por exemplo, não estando em área sob a
Revogava, então, a Constituição de l988 o art. Administração militar federal, nem em serviço
22 do CPM, passando a considerar como milita- ou fardado, perpetra crime contra policial mili-
res, para efeitos de aplicação do Código Penal tar, mesmo que este esteja fardado e em serviço.
Militar, tanto os integrantes das Forças Arma- Diferente é a hipótese, porém, se o policial
das (Marinha de Guerra, Exército Brasileiro e Ae- militar, fardado e em serviço, comete crime con-
ronáutica Militar), como os integrantes das Polí- tra o militar do Exército, em trajes civis, fora de
cias e Corpos de Bombeiros Militares Estaduais? serviço, em área não-sujeita à Administração
O Superior Tribunal Militar chegou a perfi- Militar. É crime militar, em virtude do disposto
lar tal entendimento, taxando que o Policial na letra c do inciso II do art. 9º do CPM, apli-
Militar Estadual é considerado Militar da Ati- cando-se o art 125, § 4º, da CF/88, com compe-
va para efeitos penais. (Recurso Criminal nº tência da Justiça Militar Estadual para proces-
5.941-0/DF, de 6 de setembro de 1990.) sá-lo e julgá-lo. Mas, note-se bem, assim o é por
Tal decisão, entretanto, foi isolada e, ainda, causa da situação de em serviço do PM, e não
tomada por maioria, não chegando a formar ju- pela condição de militar do agente ativo ou do
risprudência. ofendido.
E, realmente, o art. 22 do CPM não foi derro- Questão que então se coloca é se existe a
gado pela redação do artigo 142 da Carta Maior, possibilidade de julgamento de policial militar
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pela Justiça Militar Federal. A resposta, tam- como militar propriamente dito. Deriva
bém no entendimento do Egrégio STM, da qual o feito in tela de roubo de armamento
compartilho, é positiva, desde que enquadrada perpetrado contra sentinela de Quartel do
em outra hipótese que não a listada no art. 9º, Exército, resultando a mesma, do ocorri-
II, a, do CPM, notadamente no disciplinado do, ferido por arma de fogo. Envolvimen-
no inciso III daquele artigo, quando existirá to do recorrente caracteriza-se por mo-
ofensa à Instituição Militar e, aí sim, crime mili- mento em que não desenvolvia atividade
tar, com o deslocamento de competência (que, policial militar stricto sensu e nem utiliza-
num primeiro relance, seria da Justiça Militar Es- ção de arma de sua corporação. Respon-
tadual, ex vi do art. 125, § 5º, da CF/88) para a de processoalmente como civil. Patente,
Justiça Militar da União. in casu, a competência da Justiça Mili-
Como exemplo do relatado, destacamos o tar da União, à luz do art. 9º, inciso III,
Recurso Criminal nº 6.136-6DF, Relator: Minis- alínea b, do CPM. Improvido o recurso.
tro Eduardo Pires Gonçalves, de onde se desta- Decisão majoritária” (Recurso Crimi-
ca a seguinte parcela da ementa: nal nº 6.277-2/PE. Relator: Ministro Car-
“Incompetência da Justiça Militar Fe- los Eduardo Cézar de Andrade, sem gri-
deral. Lesão corporal praticada por mili- fos no original).
tar do Exército contra policial militar do O que temos, porém, na quase totalidade dos
Distrito Federal, ambos da ativa. Local casos que chegam ao nosso conhecimento, são
não sujeito à Administração Militar. situações envolvendo policiais militares em ser-
O fato de o eventual delito ter sido viço de policiamento ostensivo e militares do
praticado por integrante das Forças Ar- Exército, à paisana, fora de área sob Adminis-
madas contra policial militar, ambos em tração Militar, em atividades particulares. Obvi-
situação de atividade, não é suficiente amente, então, não há, efetivamente, uma lesão
para firmar a competência da Justiça Mili- à Instituição Militar, e sim o envolvimento de
tar Federal. um membro seu, mas em atividade essencial-
Para que a infração noticiada nes- mente privada. Como, conforme já disposto, o
ses autos pudesse ser considerada de na- militar estadual não é militar fora de sua corpo-
tureza militar, seria necessário que a mo- ração, não se pode aplicar o art. 9º, II, a, do
tivação do agente guardasse vinculação CPM, restando tão-somente a caracterização do
entre a causa geradora de delito e a ati- crime como militar pela situação de serviço em
vidade militar, ou que a conduta fosse que se encontra o miliciano (art. 9º, II, c, do
capaz de atingir ou ofender efetivamen- CPM), e, não havendo lesão à Instituição Mili-
te a instituição militar, enquanto bem tar, não há como deslocar-se aquela competên-
juridicamente tutelado pela lei penal cia definida no já citado art. 125, § 4º, da CF/88,
militar...” (sem grifos no original). devendo o PM ser processado e julgado pela
Recentemente, em 14 de abril de 1996, no Justiça Militar Estadual.
julgamento do Recurso Criminal nº 6.277/2/PE, O militar das Forças Armadas, caso cometa
o STM novamente manifestou-se a respeito do o crime nas condições retro, será processado e
assunto, declarando competente a Justiça Mili- julgado pela Justiça Estadual comum, eis que
tar Federal para processar e julgar policial mili- não se apresentará nenhuma situação elencada
tar acusado de perpetrar furto de armamento de no art. 9º do CPM ( O policial militar, em relação
sentinela do Exército: ao militar das Forças Armadas, repise-se, será
“Exceção de incompetência. Proces- considerado como se civil fosse), não havendo
so contra policial militar. Competência da que se falar em crime militar.
Justiça Militar da União. Tese defensiva
colocando exceptio incompetentiae 3. A redação da Emenda Constitucional nº 18,
quanto a processo e julgamento de mili-
ciano estadual pela Justiça Militar da
de 5 de fevereiro de 1998
União, sob alegação de o acusado reves- Toda essa discussão, profícua e extensa, com
tir-se de toda plenitude do status Cas- inúmeros conflitos competenciais instaurados,
trense, cabendo-lhe, portanto, foro da perdeu razão com a promulgação, em 05 de feve-
Justiça Militar Estadual. Caudalosa faz- reiro de 1998, da Emenda Constitucional nº 18.
se a Jurisprudência do Magno Pretório Tal texto constitucional, ao nosso ver, pôs
que não reconhece o policial militar por terra as razões defendidas pelos que en-
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tendiam como crime militar os praticados pelos O motivo, parece-nos, é muito simples: ocor-
militares estaduais e federais, entre si, unica- re que a redação do artigo 9º do Código Penal
mente pelo status de militar dos agentes e ofen- Militar (que define quais condutas devem ser
didos. consideradas como crime militar) disciplina que
A citada Emenda Constitucional nº 18 modi- somente são considerados crimes militares os
ficou a redação do já falado artigo 42 da Consti- constantes daquele codex, definidos de forma
tuição Federal de 1988, que disciplinava rela- diversa da lei penal comum ou nela não previs-
ções administrativas entre a Administração Pú- tos (inciso I do artigo 9º), ou, caso tenham igual
blica e seus servidores, sendo que os policiais e definição na lei penal comum, somente conside-
bombeiros militares, antes chamados de servi- rados militares se preencherem determinadas
dores militares dos Estados, Territórios e Dis- condições, listadas no próprio artigo (inciso II
trito Federal, passaram a ser denominados uni- do artigo 9º).
camente de militares dos Estados, Territórios e Mas, de qualquer forma, só é considerado
Distrito Federal. Os integrantes das Forças crime militar se previsto no Código Penal Mi-
Armadas, ao seu turno, tiveram suas disposi- litar. Caso constante em outro texto legal não
ções deslocadas para um § 3º do artigo 142, poderá estar afeto à Justiça Militar, a quem só
com a denominação simples de militares. compete, conforme já disposto, processar e jul-
Temos então que, ao invés de uma classe de gar unicamente os crimes militares (previstos
servidores militares, federais e estaduais, há que no Código Penal Militar e nas condições ali elen-
se focalizar duas classes de militares, os propri- cadas).
amente ditos, que são os membros das Forças Nesse sentido, é pacífica a jurisprudência
Armadas, e os militares dos estados, que são pátria, conforme nota-se nas ementas abaixo
os policiais e bombeiros militares. Sutil, mas pro- transcritas.
funda mudança. ABUSO DE AUTORIDADE – POLI-
Relembre-se, por oportuno, que o artigo 9º CIAL MILITAR – CONCURSO COM
do Código Penal Militar, em seu inciso II, alínea LESÕES CORPORAIS. COMPETÊNCIA
a, considera como crime militar o praticado por DA JUSTIÇA COMUM PARA O PRIMEI-
militar (que agora, constitucionalmente, deve RO E DA MILITAR PARA O SEGUNDO.
ser lido integrante das Forças Armadas) da ati- “Competência da Justiça Militar Es-
va contra outro militar da ativa. tadual para o julgamento do crime de le-
Cristalino, ao nosso ver, o fato de que os sões corporais, cometido por policiais mi-
integrantes das Forças Armadas e os milicianos litares em serviço e da Justiça Comum
estaduais são considerados “não-militares” en- para o julgamento do abuso de autori-
tre si, o que já acontecia, embora com vozes dade, não previsto como crime militar”.
contrárias, antes do novo texto constitucional, (STJ. 3ª seção.V.u Cf. Competência nº 3.320-
que, afinal, ao nosso ver, dirimiu as dúvidas ain- 1 – RS. Reator: Ministro Assis Toledo. DJU,
da existentes. 19 out. 1992, p. 18.214). (Grifos meus)
Todas as argumentações dispendidas ga- “Abuso de autoridade. Competência.
nharam em força com esta recente Emenda Cons- Crime praticado por policiais militares no
titucional nº 18, espancando a possibilidade de exercício de função administrativa civil
reconhecimento como crime militar, tão-só pela (Lei nº 4.898, de 9/12/65, arts 3º, 4º e 6º).
existência da situação do artigo 9º, II, a, do Có- Tratando-se do delito previsto apenas
digo Penal Militar, os praticados pelos agora na lei penal comum e não na militar, a
denominados militares e militares estaduais, competência para o processo e julga-
uns contra os outros. É crime comum, da alçada mento é da justiça comum. Precedentes
da Justiça Ordinária Estadual. do Supremo Tribunal Federal” (STF. RHC
nº 63.145-2-MG. Relator: Ministro Sydney
Sanches – grifei).
4. O abuso de autoridade
Outro crime que pode ser cometido nas hi- 5. Conclusões
póteses em tela é o de abuso de autoridade.
Nesse caso, eis que não constando do Có- Isto posto, chega-se às seguintes conclu-
digo Penal Militar, mas sim de lei extravagante sões:
(Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965), a aná- a) A denominação correta para o integrante
lise da questão será, também, da Justiça Comum da polícia e bombeiros militares, conforme Emen-
Estadual, eis que crime comum e não militar. da Constitucional nº 18, de 5 de fevereiro de
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1998, é militar estadual, enquanto que o inte- dicamente tutelado pelo codex penal militar
grante das Forças Armadas é denominado uni- (art. 9º, inciso III, do CPM).
camente de militar. f) Nos crimes de abuso de autoridade prati-
b) Integrantes da Polícia Militar, o patri- cados por policiais militares (militares estadu-
mônio sob a administração da Polícia Militar ais) contra militares (integrantes das Forças Ar-
e a ordem administrativa da Polícia Militar, madas), ou vice-versa, a competência é da Jus-
para definição de “crime militar”, são consi- tiça Comum Estadual porque, não estando pre-
derados militares apenas “intra-corpore”, ou visto no Código Penal Militar, não podem tais
seja, em relação aos seus integrantes, pelo que crimes serem considerados militares.
um crime perpetrado por civil ou militar das For- Para encerrar, realçando a complexidade do
ças Armadas (militar propriamente dito) contra tema, traga-se à baila lição emanada há mais
aqueles será considerado crime comum, de com- de um século, que, embora a mudança de legis-
petência da Justiça Ordinária Estadual. lação nesse período, resta ainda atualizada:
c) O Militar (integrante das Forças Arma- “No processo do conselho de guerra
das) poderá vir a ser processado por crime mili- a que respondeu um soldado do Exército,
tar praticado contra a Polícia Militar (integran- por ter, em estado de embriaguez, promo-
tes, patrimônio ou ordem administrativa daque- vido desordens, ferindo com uma faca a
la como ofendido) apenas se incluído em outra um official da Brigada Policial da Capital
hipótese do art. 9º do CPM, que não a da alínea Federal. O Supremo Tribunal Militar em
a do inciso II, eis que se desconsidera, para 24 de setembro de 1897, considerando
caracterização de crime militar, nessas hipóte- que o crime militar ratione personnae
ses, a situação do ofendido. A competência, sómente se verifica quando praticado por
nesse caso, será da Justiça Militar da União. militares contra seus camaradas; que o
d) Os integrantes das Milícias Estaduais (os vocabulo – camarada – da technologia
militares estaduais) poderão cometer crime mi- militar sómente abrange os cidadãos ao
litar contra integrantes das Forças Armadas, serviço do Exercito e da Armada, ou de
desde que o caso esteja previsto em outra hipó- outras forças assemelhadas, quando in-
tese que não a do art. 9º, II, a, do CPM. A com- corporadas ás ditas classes militares, e
petência, via de regra, será da Justiça Militar portanto pertencendo o réo ao Exercito e
Estadual, conforme art. 124, § 5º, da Constitui- o offendido á Brigada Policial, isto é, a
ção Federal de 1988. corporações diversas, extranhas uma da
e) Para existir competência da Justiça Militar outra, escapa áquella jurisdicção do fôro
da União para o processamento de policiais mi- especial militar, reconhece-se incompeten-
litares que tenham cometido crime tido por mili- te na espécie dos autos, e manda que te-
tar, necessário se faz uma lesão efetiva ao pa- nham os mesmos autos o competente des-
trimônio ou à ordem administrativa militar fe- tino. Ordem do dia n. 886 de 15 de outu-
deral, ou que a motivação do agente guardas- bro de 1897”. (CASTELLO BRANCO,
se vinculação entre a causa geradora do deli- Candido Borges. Consultor militar. 3. ed.
to e a atividade militar, ou, ainda, que existis- Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1898,
se ofensa à Instituição Militar, como bem juri- p. 124)

Brasília a. 35 n. 139 jul./set. 1998 159

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