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CEULP/ULBRA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Projeto de Pavimentação
Rodoviária
AULA 1
Fernando Moreno Suarte Júnior
Engenheiro Civil, Arquiteto e Urbanista
Pós Graduado em Gestão Eficaz de Obras e Projetos
Mestre em Engenharia
Palmas – TO, 7 junho de 2010
COMPETÊNCIA

Desenvolver e analisar todos os elementos que integram


os Projetos de Pavimentação de rodovias e vias urbanas.
EMENTA

Superestrutura rodoviária. Tipos de pavimentos.


Características dos veículos. Cargas aplicadas aos
pavimentos. Características dos materiais para
pavimentação. Projeto e execução de pavimentos flexíveis
e rígidos. Avaliação e reabilitação de pavimentos flexíveis
e rígidos. Pavimentos com blocos.
HABILIDADE

- Determinar do Número de Operações do Eixo Padrão;


- Desenvolver e analisar estudos geotécnicos de rodovias;
- Dimensionar pavimentos asfálticos e rígidos;
- Determinar os quantitativos de projetos de pavimentação;
PROGRAMA

- INTRODUÇÃO AO CURSO: Definição de pavimento;


Finalidade do pavimento rodoviário; Estudo das camadas
do pavimento; Classificação dos pavimentos (pavimentos
flexíveis e pavimentos rígidos).

- CONSIDERAÇÕES SOBRE VEÍCULO E TRÁFEGO:


Eixo padrão rodoviário; Número N; Exercícios de fixação.

- ESTUDOS DE SUBLEITO E JAZIDA: Diretrizes do DNIT;


Análise Estatística dos Resultados; Exercícios de fixação.
PROGRAMA

- ENSAIOS DE LABORATÓRIO: Granulometria; Índices de


Consistência; Compactação; Índice de Suporte Califórnia.

- ESTUDOS DE COMPACTAÇÃO: Influência da água no


processo; Energia de compactação; Tipos de esforços de
compactação; Fases da compactação; Equipamentos de
compactação; Parâmetros de campo; Exercícios de
fixação.
PROGRAMA

- DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS:


Parâmetros de projeto; Critérios de ruptura; Cálculo das
espessuras de cada camada; Exercícios de fixação.

- DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS RÍGIDOS:


Parâmetros de projeto; Caracterização da fundação e sub-
base; Juntas; Critérios de ruptura; Cálculo das espessuras
de cada camada; Exercício de fixação.

- MATERIAIS BETUMINOSOS: Conceitos básicos; Asfalto


e Betume; Tipos de materiais betuminosos; Características
dos materiais betuminosos.
AVALIAÇÃO
Serão realizadas duas provas INDIVIDUAIS e SEM CONSULTA no
semestre. Também serão realizados dois TRABALHOS que irão compor a
nota final da seguinte maneira: (G1) = 0,30x NT + 0,70 x NP e (G2)= 0,30x
NT + 0,70 x NP
- A matéria das provas corresponderá ao conjunto de todo conteúdo
ministrado até a aula que precede a realização da prova;
- Conteúdo das provas de substituição de grau será toda matéria dada no
semestre;
- Não será permitido o empréstimo de materiais durante a realização das
provas;
- Não será permitido o uso de celulares ou qualquer aparelho eletrônico
durante a realização das provas nem durante as aulas.
METODOLOGIA

Aulas expositivas; visita aos laboratórios; trabalhos em


grupo e individual; atividades semipresenciais e
seminários.
Recursos audiovisuais utilizados: Data-show e lousa
branca.
BIBLIOGRAFIA
- Brasil Departamento Nacional de Estradas de Rodagem Diretoria de
Desenvolvimento Tecnológico Divisão. Manual de pavimentação. 2.
ed.. Rio de Janeiro: DNER. 1996. ( 5 ex.).
- Manual de técnicas de pavimentação. São Paulo: Pini. 1997. ( 5
ex.).
- Pinto, Carlos de Sousa. Curso básico de mecânica dos solos. São
Paulo: Oficina de Textos. 2000. ( 5 ex.).
- Pontes Filho, Glauco. Estrada de rodagem :. São Carlos: IPC. 1998.
( 3 ex.).
- Ricardo, Helio De Souza. Manual pratico de escavação :. 2. ed..
São Paulo: Pini. 1990. ( 5 ex.).
- Senço, Wlastermiler. Manual de técnicas de pavimentação. São
Paulo: Pini. 2001. ( 8 ex.).
- Souza, Murillo Lopes de. Pavimentação rodoviária. 2. ed.. Rio de
Janeiro: LTC. 1980. ( 5 ex.).
- Vargas, Milton. Introdução a mecânica dos solos. São Paulo:
McGraw-Hill. 1977. ( 22 ex.).
DEFINIÇÃO

PAVIMENTO DO PONTO DE VISTA ESTRUTURAL E FUNCIONAL

Pavimento é uma estrutura de múltiplas camadas de


espessuras finitas, construída sobre a superfície final de
terraplenagem, destinada técnica e economicamente a resistir aos
esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima, e a propiciar aos
usuários melhoria nas condições de rolamento, com conforto,
economia e segurança.

O pavimento rodoviário classifica-se tradicionalmente em dois


tipos básicos:
- Rígidos
- Flexíveis
- Semi - rígidos
DEFINIÇÃO

Nomenclatura:
Pavimento Rígido: pavimentos de concreto de cimento Portland
(ou simplesmente concreto-cimento)
Pavimento Flexível: pavimentos asfálticos, respectivamente, para
indicar o tipo de revestimento do pavimento.
PAVIMENTO DE CONCRETO
O revestimento é uma placa de concreto de cimento Portland.
Nesses pavimentos a espessura é fixada em função da resistência à
flexão das placas de concreto e das resistências das camadas
subjacentes.

As placas podem ser armadas ou não com barras de aço. É


usual designar-se a subcamada desse pavimento como sub-base, uma
vez que a qualidade do material dessa camada equivale à sub-base de
pavimentos asfálticos.
PAVIMENTO ASFÁLTICO

Os pavimentos asfálticos são aqueles em que o revestimento é


composto por uma mistura constituída basicamente de agregados e
ligantes asfálticos.
É formado por quatro camadas principais:
- revestimento asfáltico,
- base,
- sub-base
- reforço do subleito.
PAVIMENTO ASFÁLTICO

O revestimento asfáltico pode ser composto por camada de


rolamento – em contato direto com as rodas dos veículos e por
camadas intermediárias ou de ligação.
Dependendo do tráfego e dos materiais disponíveis, pode-se
ter ausência de algumas camadas. As camadas da estrutura repousam
sobre o subleito, ou seja, a plataforma da estrada terminada após a
conclusão dos cortes e aterros.
O revestimento asfáltico é a camada superior destinada a
resistir diretamente às ações do tráfego e transmiti-las de forma
atenuada às camadas inferiores, impermeabilizar o pavimento, além de
melhorar as condições de rolamento (conforto e segurança).
PAVIMENTO SEMI RÍGIDOS

São pavimentos cujo o revestimento é composto de uma camada


asfáltica e com a base estabilizada quimicamente através da utilização
da cal e cimento.
ESTRUTURA DE PAVIMENTOS

As camadas do pavimento são:


- Revestimento;
- Base;
- Sub-base;
- Reforço do Subleito;

Segundo (Medina, 1997) as deformações permanente e outros


defeitos pode ser atribuída ao revestimento asfáltico.
Nos pavimentos asfálticos, as camadas de base, sub-base e
reforço do subleito são de grande importância estrutural.
Limitar as tensões e deformações na estrutura do pavimento,
por meio da combinação de materiais e espessuras das camadas
constituintes, é o objetivo da mecânica dos pavimentos.
CAMADAS DO PAVIMENTO

CAMADA REGULARIZAÇÃO: camada localizada sobre o subleito, tem a


função de corrigir as falhas da camada final de terraplanagem ou de um leito
antigo de estrada sem revestimento.

REFORÇO DO SUBLEITO: trata-se da camada de espessura constante


sobre o subleito regularizado, tipicamente é um solo argiloso com
qualidades superiores a do subleito (pode ou não existir).

SUB-BASE: camada localizada entre o subleito e a base, constituída de


material de boa qualidade com capacidade de suporte das cargas.

BASE: camada localizada abaixo do revestimento, fornece suporte


estrutural para o pavimento.
CAMADAS DO PAVIMENTO

REGULARIZAÇÃO BASE

SUB - BASE IMPRIMAÇÃO


HISTÓRIA

Estudar a história da pavimentação nos faz estudar a própria


história da humanidade.
As estradas pode ser definida como “via mais larga que um
caminho, que atravessa certa extensão territorial, ligando dois ou mais
pontos através da qual as pessoas, animais ou veículos transitam. O
pavimento é a camada constituída por um ou mais materiais que se coloca
sobre o terreno natural ou terraplenado, para aumentar sua resistência e
servir para a circulação de pessoas ou veículos.
Na história as estradas realizavam as ligações passando por
povoados, conquistas territoriais, intercâmbios comercial, cultural e religioso,
além da urbanização e desenvolvimento.
HISTÓRIA

EGITO: Uma das mais antigas estradas pavimentadas implantadas não se


destinou a veículos com rodas, mas a pesados trenósdestinados ao
transporte de cargas elevadas. Para construção das pirâmides(2600-2400
AC), vias com lajões justapostos em base com boa capacidade de suporte.
Atrito era amenizado com umedecimento constante (água, azeite, musgo
molhado)

ÁSIA:
Estrada de Semíramis (600 a.C.): ligava as cidades da Babilônia à
Ecbatana (região da Mesopotâmia), cruzava o Rio Tigre, atualmente está
asfaltada.
Estrada Real: localizada na Ásia Menor, ligando Iônia do Império Grego ao
centro do Império Persa, vias com até 2000km de extensão.

CHINA: 200 a.C, estrada de Seda, rota importante de comércio.


HISTÓRIA

As obras de pavimentação são reconhecidas


mundialmente com os sistemas de estradas para
fins religiosos e comerciais, o maiores feitos
relacionadas ao planejamento e construções
viárias ficam atribuídas aos romanos.

As obras tinham propósito militares, foram


construídas amplamente no território do Império,
foram obras com sistemas robusto com elevado
nível de critério técnico.
HISTÓRIA

Das vias romanas, a mais conhecida de todas, a Via Ápia, foi a


primeira a ser nomeada em homenagem ao seu construtor, Appius Claudius,
que a criou em 312 a.C., durante a segunda Guerra Samnita. O objetivo era
ligar Roma a Cápua (195km), permitindo ao exército romano chegar
rapidamente, durante o período não-invernoso, às áreas de Campania e
Samnium, retornando a Roma no inverno. A via atravessa os pântanos de
Pontino por meio de um aterro de 28km construído sobre estrado de
pranchas de madeira. Após o sucesso da Via Ápia, foi realizada uma série
de outros projetos viários.
HISTÓRIA

A França foi a primeira, desde os romanos, a reconhecer o efeito do


transporte no comércio, dando importância à velocidade de viagem. No final
dos anos 700 e início dos anos 800, modernizou a França,
semelhantemente aos romanos, em diversas frentes: educacional, cultural e
também no que diz respeito ao progresso do comércio por meio de boas
estradas
Já à época havia uma grande preocupação com diversos aspectos
hoje sabidamente importantes de se considerar para uma boa
pavimentação.

* drenagem e abaulamento: “o convexo da superfície da estrada é


necessário para que as águas, que chovem sobre ela, escorram mais
facilmente para os fossos, por ser esta expedição mais conveniente à
solidez da estrada”;
HISTÓRIA

* erosão: “quando o sítio não contém pedra, ou que ela não se consegue
sem longo carreto, pode suprir-se formando os lados da estrada com um
marachão de terra de grossura de quatro pés, na superfície do lado externo,
formando uma escarpa; se devem semear as gramas ou outras quaisquer
ervas, das que enlaçam as raízes”;
* distância de transporte: “o carreto de terras, que faz a sua maior mão-de-
obra”;
* compactação: “é preciso calcar artificialmente as matérias da composição
da estrada, por meio de rolos de ferro”;
* sobrecarga: “devia ser proibido, que em nenhuma carroça de duas rodas
se pudessem empregar mais de dois bois, ou de duas bestas, e desta forma
se taxava a excessiva carga; liberdade para o número de forças vivas,
empregadas nos carros de quatro rodas, ... peso então se reparte, e causa
menos ruína”;
* marcação: “todas as léguas devem estar assinaladas por meio de marcos
de pedra”.
HISTÓRIA

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