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Dois eventos marcaram o inicio da luta armada pela independência:
a revolta da UPA e o assalto do MPLA ao estabelecimento de reclusão
militar
A guerra de África ou a guerra colonial, na versão dos portugueses de diferentes
quadrantes, ou a guerra de libertação, na descrição dos africanos
independentistas, opôs durante mais de uma década forças governamentais
portuguesas e forças militares dos movimentos de libertação naquelas que eram
conhecidas por províncias ultramarinas, como Angola.
Em Angola, o início da luta armada pela independência foi marcado por dois
acontecimentos: a revolta da União das Populações de Angola (UPA), que mais
tarde passaria a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), e o ataque do
MPLA ao estabelecimento de reclusão militar, quartel da PSP e à delegação da
emissora nacional em Luanda.
"Apesar de algumas tentativas do novo regime (de) manter não direi em todas
as antigas colónias, mas pelo menos em Angola, manter uma situação que
durasse… isso não foi avante. E entretanto criou-se a situação que permitiu a
independência de Angola", lembra Correia de Barros.
Ao contrário das outras então colónias, a de Angola contava com mais de que
um movimento de libertação.
Bonavena reitera ter havido uma igreja que "tentou conciliar uma teoria de
libertação".
Aquele cientista político conclui dizendo que tanto no seio da Igreja Católica
como no de algunas igrejas protestantes, "houver sempre alguns que se
compactuavam com o poder e outros que, como os católicos e metodistas, que se
opuseram ao fascismo e se engajaram na luta pela independência.
O jornalista e historiador angolano José Goncalves, nota que quando se deu o
golpe de Estado em Portugal, a guerra de libertação em Angola era de "muito
baixa intensidade", mas ao mesmo tempo começavam a surgir grupos
clandestinos que poderiam lançar iniciativas armadas nas cidades.
“O contexto em 1974 era de confrontos de muito baixa intensidade e até nem sei
se houve algum choque no mês de Abril de 1974”, disse Gonçalves que recordou
que “a guerra em Angola começou com muita intensidade em 1961” talvez
demasiado alta.
“As forças nacionalistas não tinham logística para manter esse nível inicial
muito alto e caiu bastante para subir de novo em 1969 no leste do país, depois
de receber os primeiros apoio da Zâmbia”, recordou o historiador para quem a
abertura dessa frente no leste “foi o grande problema” de então.
“Escolheu-se uma zona de combate que era favorável à repressão, uma zona
onde não foi possível a dissimulação, o que é fundamental na guerra
assimétrica”, sublinhou.
Entretanto, explica que “graças ao grande apoio popular e à própria forma como
se comportavam as autoridades coloniais", havia receios de que surgissem
explosões em centros urbanos importantes, ao contrário da Guiné-Bissau e
Moçambique, onde a guerrilha estava a ter um sucesso não existente em Angola.
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Emblema da UPA
Em 1966, Jonas Savimbi, então membro da FNLA, entra em rota de colisão com Holden
Roberto acusando-o de cumplicidade com os Americanos e da sua política Imperialista, e
cria a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), apoiada
ocasionalmente pela Zâmbia e pela África do Sul, com ligações à PIDE (a partir de 1969;
Savimbi chegou a fazer um acordo para combater contra o MPLA no Leste de Angola),
à CIA e à China.[85][94] Savimbi fez parte do GRAE como Ministro das Relações Exteriores e
representava o grupo étnico ovimbundo, do planalto central e províncias do sul.[91]
As forças da UNITA eram as que tinham o menor número de guerrilheiros: 500, de acordo
com os militares portugueses; cerca de 4000, de acordo com a própria UNITA. [5] A sua área
de actuação limitou-se ao Leste de Angola e o seu armamento sempre foi de fraca
qualidade.[5] As dificuldades sentidas pela UNITA, levaram Savimbi a fazer compromissos
com Portugal e a Zâmbia.[5] Parte da sua luta foi contra o MPLA, a favor do qual perdia
terreno; as suas acções de guerrilha limitavam-se a ataques pontuais a viaturas, raptos e
intimidações.[5][96]