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Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos


construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios do
processo de alfabetização em questão no Brasil”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

No Brasil, 7% da população com 15 anos ou mais é considerada analfabeta, de acordo


com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2017,
o que representa 11,5 milhões de pessoas.
Além disso, 34% das crianças brasileiras chegam no final do 3º ano sem ler ou escrever
adequadamente, de acordo com dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA). A
alfabetização é um pilar fundamental, ao longo da vida, para o desenvolvimento pleno
das crianças.
A alfabetização com qualidade é um direito de todas elas. Pessoas que têm um nível
insuficiente de alfabetização ficam à margem da sociedade, possuem menos
oportunidades, profissionais ou pessoais e não têm acesso aos seus direitos. O
analfabetismo exclui uma parcela da população do acesso às informações mais básicas.
Futura & Educação: Podemos dizer que as taxas de analfabetismo ainda são altas
no país?
Inês Miskalo: São bastante altas sim, infelizmente. Dados do Índice de Alfabetismo
Funcional de 2018 (INAF) mostram que tivemos redução no índice de analfabetismo no
Brasil, mas estudos mostram que a redução acontece mais na faixa etária de pessoas
idosas.
Cerca de 13% dos que concluíram o ensino médio são analfabetos funcionais. No ensino
superior, esse índice é de 4%. Temos uma falha muito grande no processo de
alfabetização.
Há muitos anos, temos várias propostas e programas para superar essa falha, mas ainda
não chegamos lá. A gente precisa olhar para o jovem de 15 anos que é analfabeto
funcional e deveria estar dentro de escola. Temos que ver o que aconteceu com ele e o
porquê dele ter abandonado ou saído da escola. Muitas vezes, ele abandona a escola
porque não consegue acompanhar os anos sequenciais, principalmente no 6º ano que
muda o sistema de ensino.
Mais de 50% dos alunos do 3º ano têm nível insuficiente em leitura e matemática, de
acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep). As crianças não chegaram onde elas deveriam chegar. Isso gera um
aumento de índice de distorção/idade serie, reprovação, abandono e também impacta
na renda. Afinal, quanto maior o nível de escolaridade maior a renda da pessoa.
Futura & Educação: Qual a diferença entre uma pessoa que é analfabeta funcional
e uma que é analfabeta?
Inês Miskalo: O analfabeto funcional é aquela pessoa que consegue ler e juntar as
palavras, mas não consegue ter um nível de compreensão e uso da língua de um modo
mais aprofundado. A capacidade de comunicação é bastante reduzida. Ele tem
fragilidade em relação à língua.
“A alfabetização é muito importante para dar liberdade e autonomia para as
pessoas.”
É importante frisar que o analfabeto funcional domina o código – ou seja, junta letras e
palavras – mas não tem o aprofundamento do uso dessa propriedade que ele adquiriu.
Ele precisaria ler, escrever e usar mais isso para ser uma pessoa alfabetizada.

Disponível em: https://www.futura.org.br/alfabetizacao-por-ines-miskalo/

TEXTO II

Analfabetismo no país cai de 11,5% para 8,7% nos últimos oito anos
O analfabetismo de jovens e adultos vem sendo reduzido no Brasil — passou de 11,5%
em 2004 para 8,7% em 2012, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad).
Essa redução é ainda mais intensa no Norte e Nordeste, onde estão localizados os
maiores índices de analfabetismo do país. Na faixa de 15 a 19 anos, a Pnad de 2012
registra taxa de analfabetismo de 1,2%, muito inferior à média geral, o que demonstra a
efetividade das políticas em curso para a educação básica.
Ao longo da última década, o Ministério da Educação construiu uma política sistêmica
de enfrentamento do analfabetismo. O programa Brasil Alfabetizado é uma ação do
governo federal desenvolvida em colaboração com estados, Distrito Federal e
municípios. O programa garante recursos suplementares para a formação dos
alfabetizadores; aquisição e produção de material pedagógico; alimentação escolar e
transporte dos alfabetizandos. Prevê, ainda, bolsas para alfabetizadores e coordenadores
voluntários do programa.
Entre 2008 e 2012, 6,7 milhões de jovens e adultos foram beneficiados pelo Brasil
Alfabetizado, o que representou investimento de R$ 1,4 bilhão.
É importante destacar que, para uma ação efetiva, a alfabetização deve estar integrada
a uma política de educação de jovens e adultos, para que os estudantes deem
continuidade a seu processo educacional.
A inclusão da educação de jovens e adultos no Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
(Fundeb) foi um passo importante nesse sentido. Além disso, foi ampliado o
financiamento para abertura de novas turmas de educação de jovens e adultos, com foco
nas populações do campo, quilombolas, indígenas, egressos do Brasil Alfabetizado e
pessoas em privação de liberdade.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34167


TEXTO III

Quantos analfabetos o Brasil tem? A taxa de analfabetização mais atual no Brasil foi
divulgada pelo IBGE em junho de 2019 na última Pesquisa por Amostra de Domicílios
Contínua. O Brasil tem pelo menos 11,3 milhões de pessoas com mais de 15 anos
analfabetas (6,8% de analfabetismo). No mundo, mais de 750 milhões permanecem
nessa situação.
Taxa de analfabetismo em 2018
População de 15 anos ou mais

Disponível em: https://infograficos.gazetadopovo.com.br/educacao/taxa-de-analfabetismo-no-


brasil/ (Adaptado)

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