Você está na página 1de 20

A História dos

Viajantes

e as de outros remédios

Edward Bach

1
“A historia de Clematis” e “A historia de Centaury” foram escritas em 1933. “A
historia dos Viajantes”, “A historia de Oak” e a “Historia do Zodíaco” foram
escritas em 1934. “Walnut” escreveu em 1935.

Edição © The Bach Centre, 2014, 2015.

Está permitida cópia e distribuição desta publicação sem fins comerciais, sempre
que não modifique seu conteúdo. Todos os demais direitos se encontram
reservados.

1.0

Traduzido do espanhol por Kátia Carvalho Abreu.

Visite www.bachcentre.com y www.floresbach.com para acessar a mais textos e


informação gratuita sobre a obra do Centro Bach.

The Dr Edward Bach Centre


Mount Vernon
Bakers Lane
Brightwell-cum-Sotwell
Oxon OX10 0PZ
United Kingdom

2
Conteúdo
Página
Nota do editor 4
“A História dos Viajantes” 5
"A História de Clematis 10
“A História de Centaury” 12
“História do Zodíaco” 13
“A História de Oak” 17
“Walnut” 19

3
Nota do editor
Os curtos artigos aqui reunidos se referem brevemente às
indicações dos remédios. O primeiro, e mais longo, data de
princípios de 1934, quando o Dr. Edward Bach havia descoberto
dezesseis remédios que dividiu em doze “curadores” e quatro
“auxiliares”. O último e mais recente foi escrito em 1935, pouco
antes de Bach completar seu sistema e reclassificar os 38 remédios
em sete grupos, abandonando a estrutura curadores/auxiliares,
aperfeiçoando e modificando o enfoque das indicações para cada
flor.
Como os leitores modernos estão acostumados aos 38 remédios,
algumas das primeiras descrições podem lhes parecer confusas.
Seria correto, por exemplo, perguntar se Beech não seria o nome
mais adequado para o personagem de Rock Water nos “Os
Viajantes”? Porém, a considerar como um documento histórico,
incluso as indicações mais duvidosas resultam valiosas. Nos
oferecem um panorama da obra de Bach num tempo de mudanças,
quando seu criador se aproximava ao conhecimento simples e
definitivo que alcançou antes de sua morte.1
Bach Centre, 2014

1 Visite www.bachcentre.com/centre/simple.htm para obter mais


informação sobre o desenvolvimento histórico do sistema.

4
A História dos Viajantes

(1934)

5
Era uma vez, faz muito tempo, dezesseis viajantes que
empreenderam uma viagem pelo bosque.
Ao princípio tudo caminhava bem, mas logo após percorrer
certa distância, um deles, Agrimony, começou a preocupar-se por
saber se estavam no caminho correto. Logo a tarde, enquanto
ingressavam nas sombras, Mimulus começou a ter medo, medo de
que houvessem perdido o caminho. Ao por do sol, quando as
sombras eram mais profundas e se escutavam os sons da noite do
bosque, Rock Rose se aterrorizou e entrou em um estado de pânico.
No meio da noite, quando tudo era escuridão, Gorse perdeu as
esperanças e disse: “Não posso seguir, sigam sem mim; eu ficarei
assim como estou, até que a morte alivie meu sofrimento”.
Oak, por outro lado, ainda que sentisse que tudo estava perdido
e que nunca mais veriam a luz do sol, disse: “Lutarei até o final”, e
o fez com entusiasmo.
Scleranthus tinha esperança, mas às vezes sofria de incerteza e
indecisão, primeiro querendo tomar um caminho quase
imediatamente, outro.
Clematis caminhava lentamente, tranquilo e paciente, pois
pouco lhe importava se dormiria profundamente ou se saia do
bosque.2
Gentian por momentos alegrava o grupo, e outras vezes caia
num estado de desânimo e depressão.

6
Outros viajantes nunca temeram não poder lograr e a seu modo
tinham muita vontade de ajudar seus companheiros.
Heather estava seguro de conhecer o caminho e queria que todo
o grupo o seguira.3 Chicory não se importava com o final da
viagem, lhe preocupava que a seus companheiros não lhes
doessem os pés, estivessem cansados ou que tivessem suficiente
comida. Cerato não confiava muito no seu próprio critério e queria
provar todos os caminhos para estar seguro de não ir na direção
equivocada, e o pequeno e dócil queria aliviar o peso e estava
disposto a levar a bagagem de todos. Lamentavelmente, o pequeno
Centaury geralmente levava o peso de os que se encontravam em
melhor situação para carregar o seu, porque eram os que mais se
queixavam.
Rock Water, sempre entusiasmado por ajudar, deprimia um pouco
o grupo porque criticava cada cosa que faziam mal,4 e entretanto,
Rock Water conhecia o caminho. Vervain também conhecia muito
bem o caminho, e mesmo estando um pouco confuso, não parava
de dar detalhes sobre qual era a única saída do bosque. Impatiens
também estava seguro de qual era o caminho de casa, o conhecia
tão bem que ficava impaciente com os menos velozes que ele. Water
Violet já havia feito esse caminho e conhecia a rota adequada, mas
se sentia um tanto orgulhoso e menosprezava aos demais porque
eles não entendiam. Water Violet os considerava um tanto
inferiores.5
Y al final todos saíram do bosque.

2 Se levamos em conta todo o sistema, provavelmente poderíamos interpretar isto


como um estado Wild Rose. Veja www.bachcentre.com/healers, página 20.
3 As indicações nos rascunhos de Bach sobre Heather incluíam características que
logo veria melhor refletidas em Vine.
4 Veja a nota introdutória da página 4.

7
Agora servem de guia para aqueles caminhantes que não
realizaram antes a viagem e, como sabem que há uma saída, e
porque sabem que a escuridão do bosque é tão somente a sombra
da noite, caminham como “valentes cavalheiros”. Cada um dos
dezesseis viajantes ensina sua própria lição, o exemplo necessário.
Agrimony caminha despreocupado, e faz piadas por qualquer
coisa. Mimulus não conhece o medo; Rock Rose, nos momentos
mais escuros, é a imagem da coragem, calmo e sereno. Gorse, nas
noites mais escuras, lhes conta o progresso que farão quando saia
o sol pela manhã.
Oak permanece firme no mais forte temporal; Scleranthus
caminha com perfeita certeza; os olhos do Clematis enxergam o
final da viagem com alegria, e nenhuma dificuldade ou
contratempo podem desanimar o Gentian.
Heather aprendeu que cada viajante deve percorrer seu próprio
caminho e marcha tranquilo adiante, para mostrar que é possível.6
Chicory, sempre pronto para estender uma mão, mas só quando
lhe pedem, e o faz com tranquilidade. Cerato conhece muito bem
os caminhos que não conduzem a nada, e Centaury sempre busca
ao mais débil, ao que tem dificuldade de levar a carga.

5 Compare as últimas indicações para Water Violet, onde a


autossuficiência e a independência são mais características desta
personalidade, que o orgulho e a arrogância. Veja
www.bachcentre.com/healers, página 23.
6 Assim como no estado negativo, a qualidade positiva aqui associada a
Heather também se afina mais com as descrições posteriores que Bach
fez com respeito ao Vine.

8
Rock Water esqueceu de acusar, simplesmente incentiva.7
Vervain já não faz sermão, se não que mostra o caminho em silêncio.
Impatiens não conhece a pressa, fica entre os últimos para lhes
seguir o passo; e Water Violet, mais anjo que pessoa, percorre o
grupo como um cálido sopro de vento ou um glorioso raio de sol,
bem dizendo a cada uno deles.

7 Novamente, veja a nota introdutória da página 4.

9
A História de Clematis

(1933)

10
Se preguntarão por que quero fugir. Vejam, fixei meus
pensamentos em coisas terrenas, em pessoas terrenas, e se estas se
vão, quero lhes seguir. Simplesmente quero lançar-me a voar e estar
onde eles estão. Podem me culpar? Meus sonos, meus ideais,
minhas aventuras românticas. Por que não deveria querer tudo
isso? Podem oferecer-me coisa melhor? Nada, pelo o que posso ver.
Só me oferecem o frio materialismo, a vida na terra, com todas as
suas adversidades e tristezas. Lá ao longe está meu sonho, meu
ideal. Posso ser culpado por ir buscá-los?
E Clematis veio e disse: “São teus ideais os ideais de Deus?
Estás seguro de que serves a Aquele que te formou, Quem te criou,
Quem te deu a vida, ou simplesmente escutas a outro ser humano
que tenta reivindicar e esquece que és filho de Deus, com toda Sua
Divindade dentro de tua alma, e em vez de gozar desta gloriosa
realidade, te sentes atraído por outro ser humano?
“Sei como ansiamos voar a reinos mais maravilhosos,
entretanto, irmãos do mundo dos irmãos, primeiro cumpramos
com nosso dever e não somente nosso dever, senão também nossa
alegria, e desta maneira adornar os lugares onde vivem e lutar para
embelezá-los da mesma forma como eu me esforço para embelezar
as cercas, para que possam chamar-me 'A Alegria dos Viajantes'.”8

8 Alegria dos Viajantes é um nome que se da à Clematis vitalba no campo.

11
A História de Centaury

(1933)

12
Sou débil, sim, sei que sou débil, mas por que? Porque aprendi
a odiar a força e o poder e o domínio, e se me inclino um pouco
para o lado da debilidade, lhes peço perdão, pois é tão somente
uma reação de repulsa a lastimar a outros, e logo aprenderei a
entender como encontrar o equilíbrio entre não causar nem sofrer
danos. Por hora prefiro que seja eu a sofrer, antes que causar um
único momento de dor a meu irmão.
Seja paciente com a pequena Centaury, ela é débil, eu sei, mas é
uma debilidade para o lado bom, e logo serei maior, mais forte e
mais bela, até que me admires pela força que te proporcionarei.

13
História do Zodíaco

(1934)

14
Quando nosso Senhor, o Grande Irmão da raça, considerou que
era tempo de nos dar a conhecer outra lição do grande Livro da
Vida, o mensageiro chegou brilhando na escuridão da noite, no frio
do inverno, quando a vida física se retrai, e deu a conhecer a nova
revelação de outro aspecto do Amor para o qual o ser humano já
estava preparado. Entretanto, os homens estavam muito
assustados com a Luz e os Anjos, em vez de sentirem júbilo e
alegria, se lhes teve que dizer que não temessem, que a Paz e a
Benevolência lhes seriam concedidas. Escutaram estas noticias de
joelhos, com o olhar baixo, para certificar-se que a terra segura, que
eles conheciam, se encontrava ainda abaixo de seus pés, e com isto
estavam seguros. Agora o solo no qual viviam e lhes proveria
comida em abundancia, tinha muitas ervas para sua cura, mas eles
mesmos teriam que encontrá-las.
Os sábios Irmãos da raça, que há tempos haviam recebido a
alegre notícia das estrelas, buscaram essas ervas,9 essas verdadeiras
amigas do homem, que tinham poderes para sanar, e encontraram
aos Doze Curadores através da virtude dos Quatro Auxiliares.

9 A busca de Bach de uma relação entre os remédios e os signos astrológicos


poderia ter uma origem de sua conjetura inicial de que existiriam doze
remédios principais, ainda que uma carta escrita em 1933 já expressava
duvidas: “Estou sendo cauteloso com respeito à astrologia… não desejo
que me associem com nada dogmático, enquanto não estiver”. Por 1936
estava claro que a astrologia era uma das peças dos “andaimes” que usou
Bach para ajudar a construir o sistema, entretanto, com o sistema
terminado não fazia sentido.

15
Os Quatro Auxiliares eram a fé em um mundo melhor, que
esperavam alcançar algum dia, agora refletida no brilhante arbusto
de Gorse. A perseverança de Oak, que enfrentava a todas as
tempestades y oferecia refugio e apoio para os mais débeis. A
disposição para servir de Heather, que se alegrava de encher com
sua simples beleza os espaços áridos sacudidos pelo vento, e a água
pura de manancial, que emergia das rochas,10 dando brilho e
frescura a aqueles esgotados e doloridos depois da batalha.

10 Referencia ao remédio Rock Water, o único remédio de Bach que no


emprega flores.

16
A História de Oak

(1934)

17
Um dia, há não muito tempo, um homem estava recostado em
um carvalho num velho parque de Surrey, e escutou o que o
carvalho estava pensando. Isto pode soar raro, mas na realidade as
árvores pensam, e algumas pessoas podem entender o que elas
estão pensando.
Este velho carvalho, e era um carvalho muito velho, dizia a si
mesmo: “Como invejo essas vacas no prado, que podem caminhar
pelo campo, e eu aqui; e tudo o que me rodea é tão belo, tão
maravilhoso, o brilho do sol, as brisas e a chuva e eu enraizado a
este lugar!”.
Anos mais tarde, o homem descobriu que as flores do carvalho
tinham um grande poder, o poder de curar muita gente enferma.
Então colheu as flores do carvalho e as transformou em remédios,
e muita, mas muita gente se curou e voltou a estar bem.
Algum tempo depois, numa calorosa tarde de verão, o homem
se encontrava descansando na borda de um milharal, a ponto de
adormecer, e ouviu uma árvore que pensava, já que algumas
pessoas podem escutar o que as árvores pensam. A árvore falava
consigo mesma, muito tranquila e dizia: “Já não invejo as vacas que
caminham pelos prados, porque agora posso ir aos quatro cantos
do mundo curar aos enfermos”; o homem levantou a vista e viu
que quem pensava era um carvalho (oak).

18
Walnut

(1935)

19
Este remédio, Walnut, é o remédio para as etapas de evolução:
dentição, puberdade, mudanças na vida.
Também para as decisões importantes tomadas ao longo da
vida, como mudança de religião, mudança de ocupação, mudança
de país.
É o remédio para uma mudança grande. O remédio para
aqueles que decidiram dar um grande passo adiante na vida. A
decisão de evoluir, romper com os velhos costumes, deixar velhos
limites e restrições, e começar de uma maneira nova e melhor,
muitas vezes traz consigo o sofrimento físico pelos leves lamentos,
as pequenas rupturas do coração ao romper velhas ataduras,
velhas associações, velhos pensamentos.
Este remédio oferecerá alivio e ajudará a abolir as reações físicas
que existam nestas circunstancias, seja que se trate de um passo
adiante de natureza mental ou física.
É o remédio que nos ajuda a atravessar tais estados sem
lamentar-nos, sem recordações do passado, sem medos a cerca do
futuro, e, portanto, nos salva do sofrimento mental e físico ao qual
muitas vezes se associam tais situações.
Sem dúvida um grande rompe feitiços, tanto de cosas do
passado comumente chamadas herança, como de circunstancias do
presente.

20

Você também pode gostar