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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Apresentação.................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................... 7
Unidade I
CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL....................................................................................... 9
Capítulo 1
Introdução a Contabilidade Pública................................................................................. 9
Capítulo 2
Características qualitativas da Informação Contábil................................................. 15
Capítulo 3
Regimes e Princípios Contábeis.......................................................................................... 19
Unidade iI
Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais.......................................................... 24
Capítulo 1
Procedimentos contábeis orçamentários..................................................................... 24
Capítulo 2
Procedimentos contábeis patrimoniais............................................................................ 44
Unidade iII
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública................................................................... 52
Capítulo 1
Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP).................................................... 52
Capítulo 2
Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP).................................. 59
Referências................................................................................................................................... 87
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
O nosso material está dividido em três unidades, primeiramente vamos estudar o
estágio atual da Contabilidade Pública Brasileira, em seguida vamos introduzir o estudo
com o conceito, os objetivos e os usuários da Contabilidade Pública, na sequência
apresentaremos as características qualitativas da informação contábil, depois o conceito
da entidade que reporta a informação, em sequência os regimes e os princípios contábeis.
Dando continuidade, entraremos na parte mais técnica explorando os procedimentos
contábeis orçamentários e os patrimoniais, depois a parte da entrada e saída de dados
com o plano de contas aplicado ao setor público e por fim as Demonstrações Contábeis.
Objetivos
»» Identificar o Ambiente da Contabilidade Pública.
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CONTABILIDADE PÚBLICA – Unidade I
BASE CONCEITUAL
Capítulo 1
Introdução a Contabilidade Pública
No Brasil, esse processo iniciou-se pela contabilidade societária (área privada) com a
atualização da Lei no 6.404/1976 (Lei das Sociedades Anônimas), pelas Leis nos 11.638/2007
e 11.941/2009. Destaca-se, ainda, que atualmente tal convergência se encontra em um
nível avançado de implantação.
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UNIDADE I │ CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL
(inspiradas nas IPSAS), assim como pela edição em 2009, por parte da Secretaria
do Tesouro Nacional (STN), do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(MCASP), iniciou-se de fato o processo de convergência no setor público.
Além disso, ressalta-se que o MCASP prevê o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público
(PCASP) que é um plano de contas único para toda a federação, ou seja, União, estados,
Distrito Federal e municípios devem utilizar o mesmo plano de contas.
Em 2016, o processo de convergência passou para uma nova etapa, uma vez que foi
editada pelo CFC a Estrutura Conceitual da contabilidade aplicada ao setor público,
norma de fato convergida aos padrões internacionais, uma vez que as normas anteriores
eram apenas inspiradas nas IPSAS. Essa norma é importante, por ser a “mãe” das
demais, ela que dá o norte dos procedimentos contábeis que devem ser adotados na
área pública. Essa norma tem um peso grande, pois definiu a sociedade como usuária
principal da informação contábil, além de revogar as normas anteriores publicadas
em 2008 (NBC T 16.1 a 1.5) e a Resolução no 750/1993 que previa os princípios de
contabilidade.
Para entender mais sobre a Estrutura Conceitual você pode assistir à apresentação
do Coordenador-geral de Normas Aplicadas à Federação, da Secretaria do
Tesouro Nacional e membro do Grupo Assessor de Normas do Setor Público do
CFC, Leonardo Nascimento, realizada na ESAF no dia 28/9/2016.
http://assiste.serpro.gov.br/esaf/video.php?nome=209774
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CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL │ UNIDADE I
1997 Publicação das Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (IPSAS) pelo IFAC
2009 Publicação da 1ª edição do PCASP, junto com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
2016 Publicação da NBC TSP Estrutura Conceitual (primeira norma efetivamente convergida às normas internacionais)
Cabe destacar que o presente material utiliza duas fontes bibliográficas: a NBC TSP
Estrutura Conceitual (EC) e o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(MCASP), 7ª edição.
Da mesma forma, o MCASP (STN, 2016, p. 24) também traz sua abrangência:
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UNIDADE I │ CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL
A figura a seguir resume o alcance da Contabilidade Pública, cabe destacar que Empresas
Públicas e Sociedade de Economia Mista só estão abrangidas quando integram o
Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, ou seja, quando são dependentes.
Autarquias
Administração Fundações Públicas
indireta Empresas Públicas *
Sociedades de Economia Mista*
*Integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de STN, 2016.
Embora a Estrutura Conceitual seja a norma mãe, quando houver conflito com
outra NBC TSP, prevalecem as disposições específicas vigentes nesta última
em relação às constantes na primeira. Além disso, o MCASP está no topo da
hierarquia das normas aplicadas a Contabilidade Pública, ou seja, primeiro
busca-se a orientação no Manual, não atendida vai-se para as Normas Específicas
e por fim para a Estrutura Conceitual.
Conceito
O que será essa tal Contabilidade Pública? É uma Contabilidade diferente da do setor
privado? É a mesma coisa?
Sempre que se começa a estudar esta disciplina surgem essas dúvidas, e posso dizer
que ela já foi totalmente diferente da contabilidade do setor privado, antes do início
do processo de convergência destacado no tópico inicial do nosso estudo, o foco e um
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CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL │ UNIDADE I
dos objetos da contabilidade pública era o orçamento, o que a tornava bem distinta da
contabilidade societária. Com a convergência a contabilidade pública se aproximou da
do setor privado, o que diferencia são apenas as especificidades, tanto que passou a
ser denominada de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, é simplesmente mais um
ramo da contabilidade, e não mais uma “coisa” totalmente diferente.
Por sua vez, Piscitelli e Timbó (2014, p. 7) definem que a Contabilidade Pública:
Kohama (2006, p. 25) ainda acrescenta que “é o ramo da contabilidade que estuda,
orienta, controla e demonstra a organização e execução da fazenda pública; o patrimônio
público e suas variações”.
Objetivos
A NBC T Estrutura Conceitual, item 2.1, destaca que “os objetivos da elaboração e
divulgação da informação contábil estão relacionados ao fornecimento de informações
sobre a entidade do setor público que são úteis aos usuários” dos Demonstrativos
Contábeis, que a Estrutura Conceitual chama de Relatórios Contábeis de Propósito
Geral das Entidades do Setor Público (RCPGs), visando a “prestação de contas e a
responsabilização (accountability) dos gestores, além de subsidiar a tomada de decisão”
(CFC, 2016, p.10).
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UNIDADE I │ CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL
Cabe destacar que a informação contábil não deve ser um fim em si mesma. O propósito
é prover os usuários de informações que possam ser utilizadas no processo decisório.
Portanto, os objetivos de se elaborar e divulgar a informação contábil devem ser
balizados pelos usuários dos demonstrativos contábeis, de forma a atender as suas
necessidades.
Os usuários primários são aqueles que não detêm a prerrogativa de exigir que as
informações dos demonstrativos contábeis atendam às suas necessidades específicas.
Esses usuários utilizam as informações dos RCPGs para verificar a utilização dos recursos
públicos, para tomar decisões e com vistas à responsabilização (accountability).
Já o outro grupo, o de usuários com propósitos distintos, são aqueles que fazem uso da
informação com o objetivo de atender as suas necessidades específicas.
Usuários Primários
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Capítulo 2
Características qualitativas da
Informação Contábil
Esse tópico é mais uma novidade trazida pela NBC TSP Estrutura Conceitual, as
características qualitativas da informação contábil. Destaca-se que essas características
já estão previstas também para a contabilidade societária, em sua respectiva estrutura
conceitual.
“As características qualitativas da informação incluída nos RCPGs são atributos que
tornam a informação útil para os usuários e dão suporte ao cumprimento dos objetivos
da informação contábil” (CFC, 2016, p. 17). Lembrando que o objetivo da elaboração
e da divulgação da inform ação contábil é dar suporte à prestação de contas e à
accountability, além de subsidiar a tomada de decisão.
Nos tópicos a seguir vamos detalhar cada uma das características qualitativas.
Relevância
A informação é tida como relevante quando é capaz de impactar no processo de tomada
de decisão do usuário da informação contábil. Significa dizer que exerce influência
suficiente a ponto de fazer cumprir com seus objetivos. Nesse contexto, a NBC T
Estrutura Conceitual acrescenta que “as informações financeiras e não financeiras são
capazes de exercer essa influência quando têm valor confirmatório, preditivo ou
ambos” (CFC, 2016, p.18). A informação pode ser relevante, ainda que algum usuário
opte por não considerá-la ou já tiver conhecimento dela.
Cabe destacar que a informação tem valor confirmatório quando tem a possibilidade
de confirmar expectativas, por exemplo, a expectativa de aumento na capacidade
produtiva oriunda da aquisição de um equipamento novo. Por sua vez, a informação
tem valor preditivo quando pode predizer (prever) eventos ou resultados futuros, ou
seja, refere-se às alocações futuras de recursos.
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UNIDADE I │ CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL
Figura 4. Relevância.
Valor Confirmatório
Relevância
Valor Preditivo
Representação Fidedigna
Uma outra característica qualitativa da informação contábil é a representação fidedigna,
a qual é “alcançada quando a representação do fenômeno é completa, neutra e livre
de erro material” (STN, 2016, p. 26). Cabe destacar a primazia da essência sobre a
forma, uma vez que a essência da transação deverá ser representada pela contabilidade,
independente da sua forma jurídica.
Representação Fidedigna
Compreensibilidade
Na sequência temos a compreensibilidade, a qual reflete a qualidade e a clareza da
informação, significa dizer que o usuário consegue compreender o que é apresentado.
Tempestividade
“Tempestividade significa ter informação disponível para os usuários
antes que ela perca a sua capacidade de ser útil para fins de prestação de
contas e responsabilização (accountability) e tomada de decisão” (CFC,
2016, p. 20).
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CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL │ UNIDADE I
Comparabilidade
Uma outra característica qualitativa da informação contábil é a Comparabilidade.
A informação é dita comparável quando “possibilita aos usuários identificar
semelhanças e diferenças entre dois conjuntos de fenômenos” (STN,
2016, p. 26). Além disso, a NBC T Estrutura conceitual deixar bem claro que
comparabilidade não se confunde com consistência e uniformidade, e não deve ser
analisada individualmente e sim para dois ou mais itens de informação.
Verificabilidade
Por fim, temos a última característica qualitativa da informação contábil a verificabilidade
que é “a qualidade da informação que ajuda a assegurar aos usuários que a informação
contida nas demonstrações contábeis representa fielmente os fenômenos econômicos ou
de outra natureza que se propõe a representar” (CFC, 2016, p. 26). A verificabilidade se
refere também à hipótese de observadores distintos, independentes entre si, chegarem
a um consenso geral quanto a informação apresentada.
Materialidade
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UNIDADE I │ CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL
Custo-benefício
A geração/obtenção da informação contábil acarreta custos, como por exemplo, os
gastos financeiros relativos a evidenciação ou ainda o tempo incorrido na análise e
interpretação dos dados. Nesse contexto, os benefícios oriundos dessa informação
devem ser suficientes para justificar os custos em auferi-la. Cabe ressalvar que “o fazer
essa avaliação, é necessário considerar se uma ou mais características qualitativas
podem ser sacrificadas até certo ponto para reduzir o custo” (CFC, 2016, p. 27).
Então para fecharmos este tópico apresento a figura a seguir que resume os assuntos
estudados:
Figura 6. Características Qualitativas.
Relevância
Representação
Compreensibilidade
Características
Qualitativas
Tempestividade
Comparabilidade
Verificabilidade
Materialidade
Restrições Custo-benefício
Equilíbrio
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Capítulo 3
Regimes e Princípios Contábeis
Regimes Contábeis
Esse tópico tem o objetivo de tratar de um assunto base para o que veremos mais a
frente, são os regimes aplicáveis a ciência contábil. A literatura contábil nos apresenta
dois regimes de reconhecimento da informação, o regime de competência e o regime
de caixa.
Por sua vez, o regime de caixa considera o fluxo de recebimentos e pagamentos, ou seja,
quando há afetação do caixa.
Exemplos:
Nesse contexto, cabe destacar que o regime de competência é o aceito pela Ciência
Contábil e previsto na NBC T Estrutura Conceitual do Setor Público.
Dessa maneira, a lei é bem específica ao determinar que a contabilidade deve evidenciar
os fatos ligados à execução financeira e patrimonial, ou seja, o resultado patrimonial
deve ser apurado e isso é feito por meio das contas de receitas e despesas, e não só isso,
mas também a composição patrimonial deve ser evidenciada. Os artigos 100 e 104 da
lei supracitada acrescentam:
[...]
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CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL │ UNIDADE I
RECEITA: RECEITA:
Regime de Competência Regime de Caixa
(Arrecadação)
DESPESA:
DESPESA:
Regime de Competência (ou
Regime de Competência
de empenho)
Princípios Contábeis
Outro ponto a se destacar antes de aprofundarmos o nosso estudo são os princípios
contábeis. Como já mencionado, a NBCTSP Estrutura Conceitual revogou a Resolução
CFC no 750/1993, a qual tratava dos princípios de contabilidade, quais sejam: entidade,
continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência e prudência.
Na verdade, a Resolução já deveria ter sido revogada em 2011 quando foi editada a
NBC TG Estrutura Conceitual (também conhecida como CPC 00), ou seja, a Estrutura
Conceitual da área privada, contudo não revogaram a Resolução dos princípios, pois
naquele momento era ela que dava base conceitual para a Contabilidade Pública.
Portanto, com a edição de uma Estrutura Conceitual para o setor público, não se fez
mais necessário uma resolução tratando de princípios.
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UNIDADE I │ CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL
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CONTABILIDADE PÚBLICA – BASE CONCEITUAL │ UNIDADE I
Cabe destacar, que os princípios não foram extintos, apenas se buscou uma unicidade
conceitual. Além disso, alguns ainda continuaram expressos no texto da Estrutura
Conceitual, como é o caso do princípio da continuidade e o da competência.
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Procedimentos
Contábeis Unidade iI
Orçamentários e
Patrimoniais
Capítulo 1
Procedimentos contábeis orçamentários
Princípios Orçamentários
E para começar a falar de orçamento, que tal começar pelo começo, ou melhor, pelo
princípio, ou ainda, pelos Princípios Orçamentários. Como bem diz o MCASP (STN,
2016) os Princípios Orçamentários visam estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a
fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência para os processos de elaboração,
execução e controle do orçamento público. Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário de todos os entes federativos – União, estados, Distrito Federal e municípios
– são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais, infraconstitucionais e
pela doutrina.
Unidade ou Totalidade
• Determina existência de orçamento único para cada um dos entes federados.
Universalidade
• Determina que a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e
despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público.
Anualidade ou Periodicidade
24 • Delimita o exercício financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das
receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir.
• Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil,
ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.
Unidade ou Totalidade
• Determina existência de orçamento único para cada um dos entes federados.
Universalidade
• Determina que a LOA de Procedimentos
cada ente federado deverá
Contábeis conter todas
Orçamentários │ UNIDADE
as receitas
e Patrimoniais e II
despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público.
Anualidade ou Periodicidade
• Delimita o exercício financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das
receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir.
• Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil,
ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.
Exclusividade
• A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa.
• Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de crédito suplementar e a
contratação de operações de crédito, nos termos da lei.
Orçamento Bruto
• O art. 6º da Lei nº 4.320/ 1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA pelo
valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções.
Legalidade
• A Constituição Federal de 1988, no art. 37, estabelece o princípio da legalidade e, no
seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis orçamentárias.
• Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II –
as diretrizes orçamentárias; e III – os orçamentos anuais.
Publicidade
• Deve ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação para conhecimento
público.
Transparência
• Aplica-se ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49 da
LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar o orçamento público de forma
ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução orçamentária e a gestão fiscal;
disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a arrecadação da receita e a
execução da despesa.
Caso você não tenha domínio do processo orçamentário, sugiro assistir os vídeos
elaborados pelo Senado Federal que explicam didaticamente todo o processo.
A coletânea se chama “Orçamento Fácil” e está disponível no link a seguir
https://www.youtube.com/playlist?list=PL-9WztagL54QsfnF65TdxBjk6yMZ_
WTfg
Receitas Orçamentárias
O MCASP (STN, 2016, p. 34) informa que “o orçamento é um importante instrumento
de planejamento de qualquer entidade, seja pública ou privada, e representa o fluxo
25
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
A receita orçamentária está detalhada no art. 3o, em conjunto com o art. 57, além do art.
35 da Lei no 4.320/1964:
De maneira geral, como disposto no MCASP (STN, 2016, p. 35) “os ingressos de recursos
financeiros nos cofres do Estado denominam-se receitas públicas”. Nesse sentido,
quando representar disponibilidade de recurso financeiro para o Estado, ou seja, se é
um recurso que o estado pode gastar deve-se reconhecer como receita orçamentária.
Por outro lado, quando forem apenas entradas de ordem compensatória (por exemplo,
caução), o reconhecimento deve se dar como ingressos extraorçamentários.
Quadro 1. Ingressos de Recursos Financeiros nos Cofres Públicos (Receitas Públicas em sentido amplo).
Receitas Orçamentárias
Ingressos Extraorçamentários (Receitas Públicas em sentido
estrito)
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Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
O MCASP (STN, 2016, p. 35) define que “quanto ao impacto na situação patrimonial
líquida, a receita pode ser ‘efetiva’ ou ‘não efetiva’”:
Esse tipo de receita ocorre quando o Estado “dá origem” a uma receita, como por exemplo,
quando aluga uma propriedade em troca de um valor.
Já a Receita derivada é aquela que “deriva” do poder coercitivo do Estado. Sob fundamento
legal, o Estado impõe ao particular sua vontade e aufere rendas que são advindas de
sua soberania, afirmando sua superioridade em relação ao particular. Exemplo é a
imposição ao contribuinte de pagar os tributos.
27
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
Nesse contexto, a receita primária (ou não financeira) é composta por ingressos que não
possuem como origem eventos que irão gerar encargos financeiros. Portanto, engloba
as receitas correntes e de capital, menos as receitas financeiras.
Por sua vez, as receitas financeiras são oriundas de transações no mercado financeiro,
por exemplo, operações de crédito e aplicações financeiras. São valores que criam para o
Estado uma obrigação futura de desembolso, ou extinguem um direito de recebimento
futuro.
Portanto, cabe destacar que a classificação da receita por natureza é obrigatória para
todos os entes da federação, além de representar o menor nível de detalhamento das
informações orçamentárias sobre as receitas públicas.
Essa classificação passou por uma alteração recentemente e já foi aplicada para o
governo federal na Lei Orçamentária de 2016, para os demais entes a implantação se
dará no orçamento de 2018, por conseguinte a proposta orçamentária que é trabalhada
em 2017 já leva em conta essa nova codificação. Em razão disso, vamos detalhar apenas
a codificação nova, a qual foi estabelecida pela Portaria STN/SOF no 5, de 25 de agosto
de 2015.
28
Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
C O E DDDD T
Categoria Desdobramentos para identificação de
Origem Espécie Tipo
Econômica peculiaridades da receita
O MCASP (STN, 2016, p. 37) apresenta como exemplo quando “o Imposto de Renda
Pessoa Física é recolhido dos trabalhadores, aloca-se a receita pública correspondente
na natureza de receita código “1.1.1.3.01.1.1”, segundo esquema a seguir”:
E Espécie 1 Impostos
DDDD Desdobramento para identificação das peculiaridades 3011 Impostos sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF
T Tipo 1 Principal
29
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
Por sua vez, as receitas de capital, via de regra, financiam bens de capital, mas são
ingressos que não afetam o patrimônio líquido (receitas não efetivas), embora represente
aumento nas disponibilidades do ente.
Dessa maneira, o quadro a seguir apresenta a codificação da receita por categoria econômica.
30
Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
»» Contribuições Sociais;
»» Contribuições Econômicas;
Por fim, temos o último dígito relativo ao Tipo, que tem o objetivo de retratar o tipo
de arrecadação a que aquela natureza se refere. Sendo que temos os seguintes tipos,
conforme prevê o MCASP (STN, 2016, p. 40):
31
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
Dígito: 1o 2o 3o 4o a 7o 8o
Desdobramentos
Cat. Econômica
Descrição-Padrão
Espécie
Origem
dos Códigos de Tipo:
Tipo
Significado:
0 Natureza Agregadora
1 Receita Principal
(Planejamento) (Execução)
Previsão
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Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
Lançamento
A Lei no 4.320/1964, em seu artigo 53, define que “o lançamento da receita é ato da
repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é
devedora e inscreve o débito desta”.
Nesse contexto, o art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN) define lançamento como
“procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível”.
Cabe destacar, conforme os artigos 142 a 150 do Código Tributário Nacional (CTN)
que a etapa do lançamento se refere à constituição de crédito tributário, logo deve ser
aplicada a impostos, taxas e contribuições de melhoria. Não lançamento, por exemplo,
em uma receita oriunda de uma doação.
Arrecadação
Recolhimento
33
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
Despesas Orçamentárias
O MCASP (STN, 2016, p. 69) define que “a despesa orçamentária pública é o conjunto
de dispêndios realizados pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção dos
serviços públicos prestados à sociedade”.
Por outro lado, temos o dispêndio extraorçamentário que como o próprio nome induz,
são aqueles não estão previstos no orçamento, “compreendendo determinadas saídas de
numerários decorrentes de depósitos, pagamentos de restos a pagar, resgate de operações
de crédito por antecipação de receita e recursos transitórios” (STN, 2016, p. 69).
Classificações da Despesa
Assim, como para a receita, para a Despesa orçamentária podemos atribuir diversas
classificações, as quais veremos a seguir.
Por sua vez, despesa orçamentária não efetiva é “aquela que, em geral, o comprometimento
do orçamento (empenho) constitui o reconhecimento de um bem, um direito ou uma
obrigação correspondente” (STN, 2016, p. 69). Logo, a despesa não efetiva, é aquela
que, no momento da sua realização, não reduz o patrimônio líquido da entidade,
constituindo um fato contábil permutativo. Por exemplo, a aquisição de um imóvel.
As despesas primárias são aquelas que possuem caráter não financeiro, composta por
desembolsos que o Estado realiza para desenvolver políticas públicas. Gastos com
custeio, pessoal e encargos sociais são exemplos típicos de despesas primárias.
Classificação Institucional
A classificação institucional tem um código composto por cinco dígitos, sendo os dois
primeiros referentes ao Órgão Orçamentário e os três últimos à UO.
Classificação Funcional
A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de
atuação do setor público. Normalmente tem relacionamento com atividade fim do
órgão, como por exemplo: saúde, educação, defesa.
35
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
Segundo a Portaria MOG no 42/1999 todos os entes devem ter seus trabalhos
organizados por programas e ações, contudo tem a autonomia para detalhar os seus
próprios programas e ações.
As ações, conforme suas características podem ser classificadas como atividades, projetos
ou operações especiais. A figura a seguir resume essa classificação.
36
Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
a. Categoria Econômica;
c. Elemento de Despesa.
Categoria Econômica
3 – Despesas Correntes
4 – Despesas de Capital
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UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
4. Investimentos
5. Inversões Financeiras
6. Amortização da Dívida
Modalidade de Aplicação
Assim como a receita possui etapas a serem cumpridas até o efetivo recolhimento aos
cofres públicos, a despesa também tem uma série de etapas até a saída de numerário
dos cofres públicos.
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Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
A etapa da execução inicia pelo empenho, que, de acordo com o art. 58 da Lei no
4.320/1964, é o “ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição”. Significa dizer
que o empenho é uma separação de parte do orçamento para ser utilizada com uma
determinada finalidade.
II – a nota de empenho;
Contudo, o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) (que será visto em
detalhes mais a frente) incluiu a fase da execução da despesa “em liquidação”, que
busca o registro contábil no patrimônio de acordo com a ocorrência do fato gerador,
não do empenho. Essa regra possibilita a separação entre os empenhos não liquidados
que possuem fato gerador dos que não possuem, evitando assim a dupla contagem para
fins de apuração do passivo financeiro.
Por fim, o último estágio da execução da despesa é o pagamento, que consiste na entrega
de numerário ao credor por meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou
crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa.
Planejamento Execução
Fixação Empenho
Em liquidação
Descentralização de Créditos
Orçamentários
Liquidação
Programação Orçamentária e
Financeira
Pagamento
Licitação e Contratação
Restos a pagar
Os restos a pagar equivalem às obrigações da entidade que, por algum motivo, passaram
pela etapa do empenho, mas não foram pagos até o final do exercício financeiro, ou seja,
“restou” a pagar, pois a administração pública reservou dotação orçamentária e firmou
compromisso financeiro com o fornecedor por meio do empenho, mas não realizou
o pagamento.
Cabe destacar que os restos a pagar se dividem em processados e não processados, sendo
que estes se referem a despesas empenhadas que não foram pagas e nem liquidadas, já
aqueles se referem a despesas empenhadas que não foram pagas, mas já foram liquidadas.
O MCASP (STN, 2016, p. 123) destaca que a inscrição de restos a pagar deve “observar
as disponibilidades financeiras e condições da legislação pertinente, de modo a prevenir
riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, conforme
estabelecido na LRF”. A seguir reproduzimos o artigo 42 da referida lei.
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos
últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de
despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja
suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
41
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
Suprimento de Fundos
Suprimento de fundos nada mais é que um adiantamento de “dinheiro” ao agente público,
com intuito de realizar despesas que, pela situação de necessidade da administração
pública e pelas características inerentes do gasto, não transitam pelas etapas normais
da despesa.
O suprimento de fundos deve ser utilizado, segundo o MCASP (STN, 2016, p. 134) nos
seguintes casos:
42
Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
Além disso, também destaca que não deve se conceder suprimento de fundos:
43
Capítulo 2
Procedimentos contábeis patrimoniais
a. Ativo.
b. Passivo.
Ativo
A NBC TSP – Estrutura Conceitual (CFC, 2016, p. 27) define ativo como “um recurso
controlado no presente pela entidade como resultado de evento passado”.
Significa dizer que o ativo é composto pelos bens e direitos do ente, que resultaram
de eventos passados, nos quais ela detém o controle. Cabe destacar que o fato de não
possuir direitos de propriedade não quer dizer que a entidade não registre o ativo em
44
Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
Tudo bem! Agora você me pergunta: E o que vem a ser Potencial de serviços? E benefícios
econômicos? Calma! Já vamos explicar!
Passivo
A NBC TSP – Estrutura Conceitual (CFC, 2016, p. 29) define passivo como “uma
obrigação presente, derivada de evento passado, cuja extinção deva resultar na saída
de recursos da entidade”.
A obrigação deve ser presente, de forma que a entidade não possa evitar, sendo que a
obrigação pode tanto decorrer por força de lei (obrigação legal ou legalmente vinculada)
ou não (obrigação não legalmente vinculada).
Por fim, o Patrimônio Líquido (PL) (ou Situação Patrimonial Líquida) nada mais é do
que “a diferença entre os ativos e os passivos após a inclusão de outros recursos e a
dedução de outras obrigações, reconhecida na demonstração que evidencia a situação
patrimonial como patrimônio líquido” (CFC, 2016, p. 31). O patrimônio líquido
pode apresentar um valor positivo ou negativo (também conhecido como passivo
a descoberto).
45
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
Neste tópico vamos detalhar Receita e Despesa, as quais, o MCASP, define respectivamente
como: Variação Patrimonial Aumentativa (VPA) e Variação Patrimonial Diminutiva
(VPD). A previsão é de que na próxima edição do MCASP os termos fiquem iguais ao da
NBC TSP – Estrutura Conceitual, no caso Receita e Despesa.
Segundo a NBC TSP – Estrutura Conceitual (CFC, 2016, p. 32) a contribuição dos
proprietários “corresponde a entrada de recursos para a entidade a título de contribuição
de partes externas, que estabelece ou aumenta a participação delas no patrimônio líquido
da entidade”. Exemplos: o aporte inicial de recursos na criação da entidade ou o aporte de
recursos subsequente, inclusive quanto da reestruturação advindos do Estado.
Por sua vez, a Distribuição aos proprietários conforme a NBC TSP – Estrutura
Conceitual (CFC, 2016, p. 32) “corresponde a saída de recursos da entidade a título
46
Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
Cabe destacar que o reconhecimento, nada mais é do que fazer com que um item conste
em um demonstrativo. A NBC TSP – Estrutura Conceitual (CFC, 2016, p. 33) define como:
Nesse sentido, segundo a NBC TSP – Estrutura Conceitual o item deve ser reconhecido
quando:
»» satisfizer a definição de elemento patrimonial. Os elementos são os
estudados no tópico anterior, ou seja: ativo, passivo, receita, despesa,
contribuição dos proprietários e distribuição aos proprietários;
Cabe destacar que há a possibilidade de alguma norma específica (NBC TSPs) que
determine o reconhecimento de recurso ou obrigação, que não satisfaça a definição
de elemento patrimonial, nas demonstrações contábeis. Nesses casos, tais elementos
devem ser reconhecidos como outros recursos ou outras obrigações, conforme o item
5.27 da NBC TSP – Estrutura Conceitual.
Contudo esses itens excetuados por alguma NBC TSP devem ser mensurados de maneira
que atendam às características qualitativas e às restrições sobre a informação.
47
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
definição de elemento. Por exemplo, um elemento para ser enquadrado como passivo
deve atender sua própria definição (obrigação presente, derivada de evento passado,
cuja extinção deva resultar na saída de recursos da entidade).
Evidenciação e reconhecimento
A NBC TSP – Estrutura Conceitual (CFC, 2016, p.34) responde! Esse tipo de falha não
pode ser convalidada com a mera evidenciação das políticas contábeis, ou mesmo em
nota explicativa. Contudo, é possível que a evidenciação venha fornecer informação
sobre itens que satisfazem muitas das características que definem o elemento, mas
nem todas. Ou, ainda, que venha fornecer informação sobre itens que satisfazem a
definição do elemento, mas que não podem ser mensurados de maneira que satisfaça
as características qualitativas.
Desreconhecimento
Claro que existe, e por óbvio é o contrário de reconhecimento. Significa dizer que a
entidade deve “avaliar se ocorreram mudanças, desde a data do relatório anterior,
que justifiquem a remoção de elemento que tenha sido previamente reconhecido nas
48
Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
demonstrações contábeis, bem como remover esse item se tais mudanças ocorrerem”
(CFC, 2016, p. 34).
Por fim, a NBC TSP – Estrutura Conceitual destaca que “ao se avaliar a incerteza
sobre a existência do elemento, os mesmos critérios devem ser utilizados para o
desreconhecimento, tais como aqueles utilizados no reconhecimento inicial”.
O MCASP (STN, 2016, p. 154) te responde que “é o processo que consiste em determinar os
valores pelos quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos
e apresentados nas demonstrações contábeis”.
Para o ativo temos as seguintes bases de mensuração: custo histórico; valor de mercado;
custo de reposição ou substituição; preço líquido de venda; e valor em uso. O quadro a
seguir resume cada uma dessas bases.
Específica,
Base de Entrada Observável, ou
Descrição ou não, à
mensuração ou saída não, no mercado
entidade
49
UNIDADE II │ Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais
Específica,
Base de Entrada Observável, ou
Descrição ou não, à
mensuração ou saída não, no mercado
entidade
Observável,
Base de Entrada Específica, ou
Descrição ou não, no
mensuração ou saída não, à entidade
mercado
* Aparentemente houve um erro de tradução das IPSAS, pois segundo a norma internacional esse é um valor de saída.
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Procedimentos Contábeis Orçamentários e Patrimoniais │ UNIDADE II
Avaliação e Mensuração
• Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo histórico ou pelo valor
realizável líquido, dos dois o menor. Exceção: estoques adquiridos por meio de
transação sem contraprestação (valor justo); e bens de almoxarifado (preço médio
Estoques ponderado das compras).
• Custo histórico ou pelo custo corrente de reposição, dos dois o menor, os estoques
mantidos para: distribuição gratuita ou de valor irrisório; Consumo no processo de
produção de bens a serem distribuídos gratuitamente ou por valor irrisório.
51
Entrada e Saída
de dados da Unidade iII
Contabilidade Pública
Capítulo 1
Plano de Contas Aplicado ao Setor
Público (PCASP)
Além disso, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), artigos 50 e 51, exige a consolidação
nacional das contas públicas, competência essa exercida pela STN (vide art. 7o do
Decreto no 6.976/2009), materializada por meio da publicação do Balanço do Setor
Público Nacional (BSPN).
Nesse contexto, a STN editou o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP),
que se trata de um plano de contas único que deve ser utilizado por todos os entes
da federação (União, estados, Distrito Federal e municípios) e que está alinhado aos
padrões internacionais de contabilidade pública.
Aspectos Gerais
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Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
Objetivos
53
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/pcasp
Estrutura do PCASP
O MCASP (STN, 2016, p. 342) informa que o PCASP foi estruturado por meio da
divisão do plano em “grandes grupos com base nas características dos atos e fatos nelas
registrados. Essa estrutura possibilita a escrituração de forma organizada e a análise
das informações de acordo com sua natureza”.
54
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
Dígito Nível
X Classe (1 dígito)
X Grupo (1 dígito)
X Subgrupo (1 dígito)
X Título (1 dígito)
X Subtítulo (1 dígito)
XX Item (2 dígitos)
XX Subitem (2 dígitos)
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de STN, 2016 .
55
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Os entes só poderão detalhar a conta contábil nos níveis posteriores ao nível apresentado
na relação de contas do PCASP. “Por exemplo, se uma conta estiver detalhada no PCASP
até o 6o nível (item), o ente poderá detalhá-la apenas a partir do 7o nível (subitem),
sendo vedada a alteração dos 6 primeiros níveis” (STN, 2016, p. 344).
O MCASP (STN, 2016, p. 344) alerta que “os planos de contas dos entes da Federação
deverão ter pelo menos 7 níveis. Eventuais níveis não detalhados deverão ser codificados
com o dígito ‘0’ (zero)”. Isso significa dizer, que em havendo necessidade o ente tem
a discricionariedade de desdobrar as contas contábeis além do 7o nível (subitem).
Exemplo disso são as naturezas de receita e despesa orçamentária que não tem relação
com as contas de receita (VPA) e despesa (VPD) e nem com as de controle orçamentário
(classes 5 e 6), mas podem ser controladas no nível posterior ao 7o, também comumente
chamados de “conta corrente”.
5o Nível – Consolidação
Compreende os saldos que não serão excluídos nos demonstrativos consolidados do orçamento fiscal e da
x.x.x.x.1.xx.xx CONSOLIDAÇÃO
seguridade social (OFSS).
Compreende os saldos que serão excluídos nos demonstrativos consolidados do Orçamento Fiscal e da
x.x.x.x.2.xx.xx INTRA OFSS
Seguridade Social (OFSS) do mesmo ente.
INTER OFSS – Compreende os saldos que serão excluídos nos demonstrativos consolidados do Orçamento Fiscal e da
x.x.x.x.3.xx.xx
UNIÃO Seguridade Social (OFSS) de entes públicos distintos, resultantes das transações entre o ente e a União.
INTER OFSS – Compreende os saldos que serão excluídos nos demonstrativos consolidados do Orçamento Fiscal e da
x.x.x.x.4.xx.xx
ESTADO Seguridade Social (OFSS) de entes públicos distintos, resultantes das transações entre o ente e um estado.
56
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
Compreende os saldos que serão excluídos nos demonstrativos consolidados do Orçamento Fiscal e
INTER OFSS –
x.x.x.x.5.xx.xx da Seguridade Social (OFSS) de entes públicos distintos, resultantes das transações entre o ente e um
MUNICÍPIO
município.
Quando a transação envolver uma empresa privada, ou seja, não pertencente ao OFSS,
deve-se utilizar o “1” no 5o nível. Já se a operação for entre unidades do mesmo ente,
por exemplo, no âmbito da União uma transação entre o Ministério da Educação e a
Imprensa Nacional deve-se utilizar o 5o nível “2” e essa conta será excluída no momento
da consolidação das contas da União. O mesmo raciocínio se aplica nas transações que
envolvem União, estados e municípios, e utilizam-se os dígitos “3”, “4” ou “5”.
Atributos Conceituais
O MCASP (STN, 2016, p. 371) prevê os seguintes Atributos Conceituais da Conta Contábil.
a) Código: estrutura numérica que identifica cada uma das contas que
compõem o plano de contas.
Atributos Legais
A seguir serão apresentados dois Atributos Legais das Contas Contábeis, o que
indica o superávit financeiro e o da dívida consolidada líquida, contudo os entes
podem criar outros conforme as suas necessidades para o atendimento a legislação
em vigor.
57
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Art. 43 [...]
O MCASP (STN, 2016) sugere que se controle a alternância do atributo permanente (P)
para o atributo financeiro (F) por meio da conta corrente da conta contábil ou ainda
utilizando contas que diferenciem essa informação. A título de exemplo a União utiliza
a informação complementar por meio de conta corrente da conta contábil.
“O PCASP utiliza as letras (F) ou (P) para indicar se são contas de ativo
ou passivo financeiro ou permanente, respectivamente. Quando a conta
puder conter saldos com atributo (F) e (P), constará na descrição da
conta do PCASP a letra (X)” (STN, 2016, p. 350).
As obrigações consideradas na DCL serão controladas pelo atributo com valor zero (0)
e as excluídas do cálculo serão controladas pelo atributo com valor um (1).
58
Capítulo 2
Demonstrações Contábeis Aplicadas
ao Setor Público (DCASP)
Introdução à DCASP
As demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público (DCASP) representam as saídas
das informações geradas pela Contabilidade Pública. Por meio desses demonstrativos,
conforme o MCASP (STN, 2016, p. 363), objetiva-se:
a. Balanço Orçamentário;
b. Balanço Financeiro;
c. Balanço Patrimonial;
d. Demonstração das Variações Patrimoniais;
e. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); e
f. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
Cabe destacar que as estruturas das DCASP contidas nos anexos da Lei no 4.320/1964
foram atualizadas pela Portaria STN no 438/2012, em conformidade com os novos
padrões de Contabilidade Pública, e serão detalhadas nos tópicos a seguir.
59
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Conforme a NBC T 16.6 (CFC, 2012, p. 28), “a divulgação das demonstrações contábeis
e de suas versões simplificadas é o ato de disponibilizá-las para a sociedade e compreende,
entre outras, as seguintes formas”:
a. Quadro Principal;
60
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
os créditos extraordinários e especiais que foram abertos nos últimos quatro meses do
exercício anterior, uma vez que esses créditos terão os saldos reestabelecidos e farão
parte do orçamento vigente.
Estrutura
61
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Quadro Principal
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL
Exercício: 20XX
Déficit (VI)
___________ ___________ ___________ ___________
TOTAL (VII) = (V + VI)
62
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS
Exercício: 20XX
Inscritos
Em Exercícios Em 31 de Dezembro do
Liquidados Pagos Cancelados Saldo
Anteriores Exercício Anterior
(a) (b) (c) (d) (e) (f) = (a+b-d-e)
Despesas Correntes
Pessoal e Encargos Sociais
Juros e Encargos da Dívida
Outras Despesas Correntes
Despesas de Capital
Investimentos
Inversões Financeiras
Amortização da Dívida
___________ ___________ ___________ ___________ ___________ ___________
TOTAL
63
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR PROCESSADOS E NÃO PROCESSADOS LIQUIDADOS
Exercício: 20XX
Inscritos
Em Exercícios Em 31 de Dezembro do Pagos Cancelados Saldo
Anteriores Exercício Anterior
(a) (b) (c) (d) (e) = (a+b-c-d)
Despesas Correntes
Pessoal e Encargos Sociais
Juros e Encargos da Dívida
Outras Despesas Correntes ___________ ___________ ___________ ___________ ___________
Despesas de Capital
Investimentos
Inversões Financeiras
Amortização da Dívida ___________ ___________ ___________ ___________ ___________
Elaboração
MODO 1
Saldo em Espécie para o Exercício Seguinte
(-) Saldo em Espécie do Exercício Anterior.
= Resultado Financeiro do Exercício
MODO 2
Receitas Orçamentárias
(+) Transferências Financeiras Recebidas
(+) Recebimentos Extraorçamentários
(-) Despesa Orçamentária
(-) Transferências Financeiras Concedidas
(-) Pagamentos Extraorçamentários
= Resultado Financeiro do Exercício
65
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
negativo, também não quer dizer que a gestão financeira da entidade foi insatisfatória.
A regra é que o resultado financeiro indique equilíbrio ou desequilíbrio financeiro, a
depender se ele for superavitário ou deficitário. Porém, nem sempre isso vai acontecer,
pois devemos considerar outros aspectos, como os patrimoniais e os orçamentários.
Estrutura
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
BALANÇO FINANCEIRO
EXERCÍCIO: 20XX
INGRESSOS
Exercício Exercício
Nota
Atual Anterior
Receita Orçamentária (I)
Ordinária
Vinculada
Recursos Vinculados à Educação
Recursos Vinculados à Saúde
Recursos Vinculados à Previdência Social (RPPS)
Recursos Vinculados à Previdência Social (RGPS)
Recursos Vinculados à Assistência Social
(…)
Outras Destinações de Recursos
Transferências Financeiras Recebidas (II)
Transferências Recebidas para a Execução Orçamentária
Transferências Recebidas Independentes de Execução Orçamentária
Transferências Recebidas para Aportes de recursos para o RPPS
Transferências Recebidas para Aportes de recursos para o RGPS
Recebimentos Extraorçamentários (III)
Inscrição de Restos a Pagar Não Processados
Inscrição de Restos a Pagar Processados
Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados
Outros Recebimentos Orçamentários
Saldo do Exercício Anterior (IV)
Caixa e Equivalentes de Caixa
Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados
TOTAL (V) = (I + II + III + IV)
66
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
EXERCÍCIO: 20XX
DISPÊNDIOS
Exercício Exercício
Nota
Atual Anterior
Despesa Orçamentária (VI)
Ordinária
Vinculada
Recursos Destinados à Educação
Transferências Financeiras Concedidas (VII)
Transferências Concedidas para a Execução Orçamentária
Pagamentos Extraorçamentários (VIII)
Pagamentos de Restos a Pagar Não Processados
67
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Elaboração
O MCASP (STN, 2016, p. 381) traz de que forma as informações no BF devem ser
segregadas:
68
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
Segundo o MCASP (STN, 2016) o Balanço Patrimonial é composto pelo Quadro Principal
e por mais três quadros auxiliares, que visam atender exigências da Lei no 4.320/1964,
são eles:
Estrutura
Quadro Principal
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
BALANÇO PATRIMONIAL
Exercício: 20XX
Ativo Circulante
Caixa e Equivalentes de Caixa
Créditos a Curto Prazo
Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo
Estoques
VPD Pagas Antecipadamente ________________ ________________
Total do Ativo Circulante
69
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Passivo Circulante
Obrigações Trab., Prev. e Assistenciais a Pagar a Curto Prazo
Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo
Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo
Obrigações Fiscais a Curto Prazo
Obrigações de Repartições a Outros Entes
Provisões a Curto Prazo
Demais Obrigações a Curto Prazo
________________ ________________
Total do Passivo Circulante
Patrimônio Líquido
Patrimônio Social e Capital Social
Adiantamento Para Futuro Aumento de Capital
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Demais Reservas
Resultados Acumulados
(-) Ações / Cotas em Tesouraria
________________ ________________
Total do Patrimônio Líquido
________________ ________________
TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
70
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
QUADRO DOS ATIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS E PERMANENTES
(Lei no 4.320/1964)
Exercício: 20XX
Passivo (II)
Passivo Financeiro
Passivo Permanente ________________ ________________
Total do Passivo
________________ ________________
Saldo Patrimonial (III) = (I – II)
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
QUADRO DAS CONTAS DE COMPENSAÇÃO
(Lei no 4.320/1964)
Exercício: 20XX
71
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
QUADRO DO SUPERÁVIT / DÉFICIT FINANCEIRO
(Lei no 4.320/1964)
Exercício: 20XX
Definições
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/mcasp
Elaboração
O Quadro Principal do BP será construído com os saldos das contas contábeis de classe
“1” (Ativo) e “2” (Passivo e Patrimônio Líquido) do PCASP.
72
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
O MCASP (STN, 2016, p. 391) alerta que “os saldos das contas dos ativos e passivos são
apresentados no quadro principal por seus valores líquidos das respectivas deduções,
como, por exemplo, as contas de ativo imobilizado líquidas das depreciações”.
A DVP será construída com os saldos das contas contábeis de classe “3” (despesa ou
VPD) e “4” (receita ou VPA) do PCASP. Para fins de consolidação da demonstração
as contas intraorçamentárias devem ser excluídas, porém para as demonstrações de
apenas uma unidade ou órgão, não há necessidade da exclusão.
O MCASP (STN, 2016, p. 393) destaca que a DVP poderá ser elaborada de acordo com
um dos dois modelos a seguir:
73
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Estrutura
Modelo Sintético
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
Exercício: 20XX
Contribuições
Pessoal e Encargos
Tributárias
________________ ________________
RESULTADO PATRIMONIAL DO PERÍODO (III) = (I – II)
74
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
Modelo Analítico
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
Exercício: 20XX
Nota Exercício Atual Exercício Anterior
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS
Contribuições
Contribuições Sociais
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico
Contribuição de Iluminação Pública
Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais
75
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Reavaliação de Ativos
Ganhos com Alienação
Ganhos com Incorporação de Ativos
Desincorporação de Passivos
Reversão de Redução ao Valor Recuperável
Pessoal e Encargos
Remuneração a Pessoal
Encargos Patronais
Benefícios a Pessoal
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas - Pessoal e Encargos
76
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
Tributárias
________________ ________________
RESULTADO PATRIMONIAL DO PERÍODO (III) = (I – II)
77
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Cabe destacar que embora este demonstrativo não esteja no rol dos previstos na lei
no 4.320/1964 é de caráter obrigatório, uma vez que está previsto na NBC T 16.6 e no
MCASP.
A DFC no modelo constituído para o setor público será construída com os saldos das
contas contábeis de classe “6” (Controles da Execução do Planejamento e Orçamento) do
PCASP, selecionadas pelas naturezas de receita e despesa, além de filtradas por funções
e subfunções. Caso haja necessidade podem ser utilizados outros filtros para rastrear
a movimentação extraorçamentária (exemplo do depósito em caução) que porventura
possa ter transitado pelo caixa.
A DFC é composta pelo quadro principal e por mais quatro quadros auxiliares, a saber:
Estrutura
Quadro Principal
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Exercício: 20XX
Ingressos
Receitas derivadas e originárias
Transferências correntes recebidas
Desembolsos
Pessoal e demais despesas
Juros e encargos da dívida ________________ ________________
Transferências concedidas
Fluxo de caixa líquido das atividades operacionais (I)
Ingressos
Alienação de bens
Amortização de empréstimos e financiamentos concedidos
Desembolsos
Aquisição de ativo não circulante
Concessão de empréstimos e financiamentos
Outros desembolsos de investimentos
Ingressos
Operações de crédito
Integralização do capital social de empresas dependentes
Transferências de capital recebidas
Outros ingressos de financiamento
79
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Desembolsos
Amortização /Refinanciamento da dívida
Outros desembolsos de financiamentos
________________ ________________
Fluxo de caixa líquido das atividades de financiamento (III)
________________ ________________
GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA (I+II+III)
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
Exercício: 20XX
Receita Tributária
Receita de Contribuições
Receita Patrimonial
Receita Agropecuária
Receita Industrial
Receita de Serviços
Remuneração das Disponibilidades
Outras Receitas Derivadas e Originárias
________________ ________________
Total das Receitas Derivadas e Originárias
80
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
QUADRO DE TRANSFERÊNCIAS RECEBIDAS E CONCEDIDAS
Exercício: 20XX
Intergovernamentais
da União
de Estados e Distrito Federal
de Municípios
Intragovernamentais
TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS
Intergovernamentais
a União
a Estados e Distrito Federal
a Municípios
Intragovernamentais
81
UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
QUADRO DE DESEMBOLSOS DE PESSOAL E DEMAIS DESPESAS POR FUNÇÃO
Exercício: 20XX
Legislativa
Judiciária
Essencial à Justiça
Administração
Defesa Nacional
Segurança Pública
Relações Exteriores
Assistência Social
Previdência Social
Saúde
Trabalho
Educação
Cultura
Direitos da Cidadania
Urbanismo
Habitação
Saneamento
Gestão Ambiental
Ciência e Tecnologia
Agricultura
Organização Agrária
Indústria
Comércio e Serviços
Comunicações
Energia
Transporte
Desporto e Lazer
Encargos Especiais
________________ ________________
Total dos Desembolsos de Pessoal e Demais Despesas
por Função
82
Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
QUADRO DE JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA
Exercício: 20XX
Elaboração
A ciência contábil prevê a elaboração da DFC pelo método direto e pelo indireto, porém
no setor público a elaboração deve ser pelo direto, com a finalidade de demonstrar as
alterações no caixa (engloba equivalentes de caixa) ocorridas no período. Para tal, as
movimentações no caixa podem se segregadas nos seguintes fluxos, de acordo com as
atividades da entidade: a) operacionais; b) de investimento; e c) financiamento.
O MCASP (STN, 2016, p. 405) informa que “a soma dos três fluxos deverá corresponder
à diferença entre os saldos iniciais e finais de Caixa e Equivalentes de Caixa do exercício
de referência”.
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UNIDADE III │ Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública
Além disso, a DMPL permite cumprir as exigências da LRF (art. 4o), uma vez que
complementa o Anexo de Metas Fiscais (AMF), integrante do Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).
Estrutura
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Exercício: 20XX
Adiantamento para Futuro Aumento de
Ações/Cotas em Tesouraria
Resultados Acumulados
Reservas de Lucros
Reserva de Capital
Demais Reservas
Capital (AFAC)
Capital social
Pat. Social/
TOTAL
ESPECIFICAÇÃO
Saldos iniciais
Ajustes de exercícios anteriores
Aumento de capital
Resgate/Reemissão de Ações e Cotas
Juros sobre capital próprio
Resultado do exercício
Ajustes de avaliação patrimonial
Constituição/Reversão de reservas
Dividendos a distribuir (R$ ... por ação)
Saldos finais
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Entrada e Saída de dados da Contabilidade Pública │ UNIDADE III
Elaboração
A DMPL será construída com os saldos das contas contábeis de classe “2” e grupo “3”
do PCASP, ou seja, as contas iniciadas em “23”.
O MCASP (STN, 2016, p. 409) destaca alguns detalhes sobre a apresentação da DMPL:
Notas Explicativas
As Notas Explicativas (NE) nada mais são do que informações adicionais às apresentadas
pelas Demonstrações Contábeis, ou seja, elas explicam as informações contidas nos
demonstrativos, facilitam a sua compreensão. Em razão disso, tanto o MCASP quanto a
NBC T 16.6 enfatizam que as notas NE são parte integrante das demonstrações contábeis.
Segundo a NBC T 16.6 (CFC, 2012, p. 30), “as informações contidas nas notas explicativas
devem ser relevantes, complementares ou suplementares àquelas não suficientemente
evidenciadas ou não constantes nas demonstrações contábeis”.
Estrutura
A NBC T 16.6 prevê que as Notas Explicativas devem incluir:
Por sua vez, o MCASP (STN, 2016, p. 409) sugere que as notas explicativas sejam
apresentadas na seguinte ordem.
a. Informações gerais:
https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/-/balanco-geral-da-uniao
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Referências
BRASIL. Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 dez. 1976.
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Referências
KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
SILVA, Lino Martins. Contabilidade governamental. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
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Referências
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