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- Alimentos que podem inibir a varfarina e diminuir o INR - (Alimentos ricos em vitamina K) -
Asparagus
brócolis
couve
repolho
couve-flor
espinafre
Couve-de-bruxelas
Grão-de-bico
Soja,
lentilha
alface
mostarda
nabo
beterraba
salsa
quiabo
Coleslaw
chucrute
ervilha
aipo
feijão verde
fígado
agrião
abacate
azeite de oliva
mamão
Esta lista não é definitiva. Vários outras drogas e alimentos interferem com a anticoagulação.
O perigo não está no uso concomitante de qualquer um dos alimentos ou drogas listadas. O
problema costuma ocorrer no momento em que se inicia ou se retira algum delas. Todo doente que
usa Varfarina e inicia uma nova droga ou altera sua dieta, deve dosar o INR com mais frequência
para identificar flutuações perigosas do mesmo. Pode ser necessário reduzir o aumentar a dose da
Varfarina para que o INR volte ao valor alvo.
Esse texto vai tratar das indicações e efeitos colaterais de todos os corticóides com especial
ênfase a prednisona, a droga mais usada da classe.
O hormônio produzido naturalmente pelo nosso organismo é o cortisol. Níveis normais são
essenciais para a saúde. O cortisol tem ação no metabolismo da glicose, nas funções metabólicas
do organismo, na cicatrização, no sistema imune, na função cardíaca, no controle do crescimento e
em muitas outras ações básicas do nosso corpo.
O cortisol é um hormônio de estresse. Ele recebe esse nome pois sua produção é aumentada toda
vez que nosso organismo encontra-se sob estresse físico. Podemos citar como exemplos,
traumatismos, infecções e cirurgias. O cortisol aumenta a disponibilidade de glicose e energia, eleva
a pressão arterial e prepara o organismo para sofrer e combater insultos.
Existem várias formulações sintéticas de corticóides, as mais usadas na prática médica são
a prednisona, prednisolona, hidrocortisona, dexametasona, metilprednisolona e beclometasona (via
inalatória).
Os corticóides sintéticos são mais potentes que o cortisol natural, exceto pela hidrocortisona que
apresenta potência semelhante.
Potência em relação ao cortisol :
• Hidrocortisona = Potência semelhante ao cortisol
• Deflazacort = 3x mais potente que o cortisol
• Prednisolona = 4-5x mais potente que o cortisol
• Prednisona = 4-5x mais potente que o cortisol
• Triamcinolona = 5x mais potente que o cortisol
• Metilprednisolona = 5-7.5x mais potente que o cortisol
• Betametasona = 25-30x mais potente que o cortisol
• Dexametasona = 25-30x mais potente que o cortisol
• Beclometasona = 8 pufs 4x por dia equivale a 14 mg de prednisona oral diária
Isso significa, por exemplo, que 60 mg de prednisona apresenta o mesmo efeito que 300mg do
cortisol natural. Devido a essa potência maior dos corticóides sintéticos, conseguimos administrar
doses supra-fisiológicas dos mesmos, essenciais no tratamento de algumas doenças.
A prednisona e os corticóides em geral são drogas que conseguem modular processos inflamatórios
e imunes do nosso organismo, tornando-se extremamente úteis em uma infinidade de doenças.
Só para se ter uma idéia da importância dos corticóides na prática médica, podemos citar como
indicação para a sua administração as seguintes doenças:
• Asma
• Esclerose múltipla (leia: SINTOMAS DA ESCLEROSE MÚLTIPLA)
• DPOC (leia: DPOC - ENFISEMA E BRONQUITE CRÔNICA)
• Alergias, principalmente anafilaxias (leia: CAUSAS E SINTOMAS DO CHOQUE
ANAFILÁTICO)
• Hepatite auto-imune (leia: AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES)
• Herpes Zoster (leia: CATAPORA (VARICELA) E HERPES ZOSTER)
• Lúpus (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO)
• Artrite reumatóide (leia: ARTRITE REUMATÓIDE)
• Leucemias e linfomas (leia: O QUE É UM LINFOMA ?)
• Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) (leia: PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA
IDIOPÁTICA (PTI))
• Mieloma múltiplo (leia: ENTENDA O MIELOMA MÚLTIPLO)
• Edema cerebral
• Paralisia facial de Bell (leia PARALISIA FACIAL | PARALISIA DE BELL | Causas e
Tratamento)
• Gota (leia. SINTOMAS DA GOTA E ÁCIDO ÚRICO)
• Sarcoidose
• Granulomatose de Wegener (leia: GRANULOMATOSE DE WEGENER)
• Doença inflamatória intestinal (leia: ENTENDA A DOENÇA DE CROHN E A RETOCOLITE
ULCERATIVA)
• Miastenia gravis
• Vasculites (leia: SAIBA O QUE É VASCULITE)
• Doença de Addison (insuficiência adrenal)
• Glomerulonefrites (leia: O QUE É UMA GLOMERULONEFRITE ?)
• Doenças de pele de origem inflamatória ou auto-imune
• Transplante de órgãos (SAIBA COMO FUNCIONA O TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS)
As doses diárias equivalentes a 5-10mg de prednisona são chamadas de doses fisiológicas por
serem compatíveis com a produção diária natural de cortisol. Nestas doses, os corticóides sintéticos
apresentam apenas efeito anti-inflamatório.
Conforme a dose vai sendo elevada, a prednisona, ou qualquer outro corticóide, começa a
apresentar efeitos imunossupressores, o que justifica os seu uso nas doenças auto-imunes e no
transplante de órgãos.
Em doenças auto-imunes e glomerulonefrites podemos usar até 80mg de prednisona por dia. Em
casos graves lançamos mão de um procedimento chamado pulsoterapia que consiste na
administração venosa de até 1000mg de metilprednisolona por 3 dias seguidos. Essa pulsoterapia
pode ser usada em vasculites graves, em casos de rejeição de órgãos transplantados e no
tratamento de doenças auto-imunes descompensadas como o Lúpus, por exemplo.
Os corticóides podem ser administrados por várias vias. Corticóides sistêmicos são aqueles
tomados por via oral ou via intravenosa. Na asma é muito comum a administração do corticóide
inalatório. Na rinite e sinusite a via é a intra-nasal (leia: SINUSITE / RINOSSINUSITE). Nas doenças
de pele, o corticóide é tópico, ou seja, em cremes ou pomadas. Pode haver corticóides em colírios e
em soluções para administração nos ouvidos. Nas artrites a via pode ser diretamente intra-articular
(infiltração).
Ao mesmo tempo que são drogas extremamente úteis em uma variedade de doenças graves, os
corticóides apresentam, principalmente se usados a longo prazo, uma lista imensa de efeitos
colaterais indesejáveis, que variam desde problemas estéticos até infecções graves por
imunossupressão.
Os efeitos colaterais estão intimamente relacionados a dose e ao tempo de uso. Em muitos casos
os efeitos adversos são menos graves do que as doenças que se pretende tratar. O uso esporádico
e por pouco tempo não é capaz de levar ao efeitos descritos a seguir.
Entre os mais comuns podemos citar a equimose e a púrpura associadas ao corticóide. São
pequenas hemorragias que ocorrem em baixo da pele, normalmente em áreas expostas ao sol,
como mãos e antebraços.
O uso contínuo de corticóides sistêmicos, normalmente por mais de 1 ano com doses maiores que o
equivalente a 10mg de prednisona pode levar a alterações oftalmológicas como a catarata e
glaucoma (leia: GLAUCOMA | Sintomas e tratamento). Tanto os corticóides usados por via oral,
usados por via nasal (spray nasal para asma ou bronquite) ou como forma de colírios podem causar
ambas doenças.
Se quiser saber mais sobre corticóides e olho, leia o blog Oftalmologia e Saúde Ocular: Corticóides -
Efeitos Colaterais nos olhos
O uso de corticóides em um primeiro momento pode causar uma sensação de bem-estar e euforia.
Porém, a longo prazo está associado a uma maior incidência de quadros psiquiátricos como psicose
e depressão, além de insônia e alterações da memória.
A imunossupressão causada pela corticoterapia é um efeito desejável nos casos das doenças auto-
imunes, mas pode também ser um grande problema por facilitar a ocorrência de infecções. É
preciso saber balancear bem os risco com os benefícios.
O risco de infecção ocorre naqueles que tomam o equivalente a 10mg/dia ou mais de prednisona
por vários dias, sendo muito elevado em doses acima de 40mg por dia. O risco de infecção torna-se
significativo a partir de uma dose acumulada de 700mg de prednisona ou equivalente.
Doentes submetidos a altas doses de corticóides devem evitar tomar vacinas compostas por vírus
vivos sob o risco de desenvolver infecções vacinais. Vacinas com vírus mortos podem ser
administradas, porém, a corticoterapia também pode impedir a formação de anti-corpos fazendo
com que a vacina apresente pouca eficácia. Muitas vezes são necessárias doses maiores para um
eficaz imunização.
Os efeitos adversos mais comuns são locais e devido a precipitação do corticóide na cavidade oral.
Entre eles podemos citar a rouquidão e a candidíase oral (leia: O QUE É A CANDIDÍASE ?)
Retenção de líquidos, alterações menstruais, gastrite e úlcera péptica (leia: GASTRITE E ÚLCERA
GÁSTRICA), esteatose hepática (leia: O QUE É ESTEATOSE HEPÁTICA?), pancreatite
(leia: PANCREATITE CRÔNICA E PANCREATITE AGUDA) e infertilidade.
O uso de prednisona ou similares por muito tempo, inibe a produção natural de cortisol pela supra-
renal. Como os corticóides sintéticos têm uma meia-vida de algumas horas apenas, a suspensão
abrupta faz com que após 2 ou 3 dias os níveis de cortisol fiquem próximo de zero. Quando a supra-
renal fica muito tempo inibida pelo administração de corticóides exógenos, ela demora até voltar a
produzir o cortisol natural. Em geral, tratamentos que duram menos de 3 semanas, não costumam
causar grandes efeitos colaterais, nem causam inibição prolongada das supra-renais.
Como o cortisol é um hormônio essencial para a vida, o paciente que suspende o corticóide
abruptamente entra em um estado chamado de insuficiência supre-renal, podendo evoluir para
choque circulatório (leia: CHOQUE CIRCULATÓRIO. O QUE É ISTO ?), coma e óbito se não for
rapidamente atendido.
Por isso, a retirada dos corticóides após uso prolongado deve ser sempre feita de modo lento e
gradual. Nunca se deve suspender o tratamento sem conhecimento médico.