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Editora Figueirinhas
OBJECTIVOS DO ROTEIRO:
· Interagir com o universo textual para a elaboração dos vários sentidos do texto;
· Experimentar uma prática de leitura diversa e complementar, que conduza à
construção de sentidos;
· Alargar a capacidade de leitura, através de uma actividade lúdica;
· Identificar os acontecimentos principais;
· Ler na pista de um pormenor;
· Localizar a acção no espaço e no tempo;
· Descobrir características e comportamentos das personagens, a partir das suas
falas e do que é dito pelo narrador;
· Viajar no espaço e no tempo através da consulta de sites da Internet sobre
aspectos relativos à Geografia, História e Sociedade, referidos na obra;
· Conhecer a Biografia da autora da obra;
· Contactar com outras manifestações estéticas: pintura, escultura, música, artes
decorativas e arquitectura, referidas na obra;
Capa da obra - Editora Figueirinhas · Contactar com outras obras literárias referidas na obra;
· Localizar e seleccionar informação relevante para a concretização deste Projecto de Trabalho;
· Apropriar-se de estratégias que permitam aprofundar a relação afectiva e intelectual com a obra;
· Reflectir criticamente sobre os documentos consultados;
· Emitir opiniões pessoais sobre a obra lida;
INTRODUÇÃO
A obra O Cavaleiro da Dinamarca, de Sophia de Mello Breyner Andresen, é uma narrativa infanto-juvenil que procura
traçar o percurso de um Cavaleiro dinamarquês que, deixando a sua família, enceta uma peregrinação à Terra Santa.
A narrativa conta-nos as peripécias dessa viagem, bem como o seu regresso ao lar.
INSTRUÇÕES DO ROTEIRO:
Para a realização deste Roteiro pressupõe-se que já leste a obra O Cavaleiro da Dinamarca
e que a deves ter junto de ti, para que possas responder às questões colocadas.
Este Roteiro foi realizado com base na obra publicada pela Editora Figueirinhas, pelo que
todas as páginas indicadas se referem a essa edição.
Para realizares este Roteiro deves ler as questões, consultar os sites indicados, bem como
as páginas da obra referidas, só depois deves responder às perguntas, de acordo com as
informações que obteres.
Mapa da Europa
"... a maior festa do ano, a maior alegria era no Inverno, na noite
comprida de Natal."
3.2. Como sabes, o Natal é uma festa típica dos países cristãos. É
festejada de forma diferente, de acordo com a cultura de cada país.
5. Depois da ceia de Natal e das histórias, o Cavaleiro informa a sua família que daí a um ano não festejaria o Natal
com eles.
5.1. Consulta as páginas 10/11 e 12 e indica as razões pelas quais ele não passaria o próximo Natal com a sua família.
6. " Na Primavera o Cavaleiro deixou a sua floresta e dirigiu-se para a cidade mais próxima, que era um porto de mar.
Nesse porto embarcou ... chegando muito antes do Natal às costas da Palestina. Dali seguiu com outros peregrinos
para Jerusalém." ( páginas 12/13 )
6.1. Consulta a página 12 e o site indicado e visualiza os locais por ele visitados.
12. Em Florença o Cavaleiro fica na casa do banqueiro Averardo, amigo do mercador veneziano.
Num jantar dado pelo banqueiro falou-se de Giotto e de Cimabué. ( páginas 31 a 34 )
12.1. Consulta os sites indicados e responde às questões:
13. Nesse jantar em que falam de Giotto, alguém refere que ele foi amigo de Dante, que se referiu a ele no seu poema
mais famoso. (páginas 34 a 40 )
13.1. Consulta o site indicado e responde às questões:
15.1. Numa das suas viagens veio a Lisboa, onde embarcou numa caravela
para as costas de África.
( páginas 48 a 57 ) - Consulta o site indicado e responde às questões:
Retrato de Dante por ...
15.1.1. Onde fica Lisboa?
15.1.2. Qual a sua capital? E o rio que a banha?
15.1.3. Indica alguns dos monumentos mais importantes de Lisboa.
15.1.4. Quais já visitaste?
15.2. Partiram de Lisboa, dirigindo-se para sul, passando pelo Cabo Bojador e ancoraram no Cabo Branco.
Continuaram a sua viagem para sul, ancorando em vários locais e contactando com os povos locais. Desses contactos,
o negociante flamengo salientou a história do português Pero Dias e do seu encontro com um povo nativo africano.
( páginas 49 a 57 ) - Consulta estas páginas e os sites indicados, e responde às questões:
Meter foto 10
15.2.1. Onde fica o Cabo Bojador? E o Cabo Branco?
15.2.2.Como decorreu o encontro entre Pero Dias e um nativo com quem contactou?
15.2.3. Como terminou o encontro? Porquê?
15.2.4. Que conclusões tiraram os outros marinheiros quando viram o sangue de ambos?
15.2.4.1. E que pensas tu da opinião dos marinheiros? Estás de acordo ou não? Porquê?
16. Depois de ter passado algum tempo na Flandres, e apesar do convite do negociante para que viajasse nos seus
navios, o Cavaleiro decide regressar à Dinamarca. Partiu embora fosse Inverno. Caminhou durante longas semanas,
até que chegou a uma povoação perto da sua casa. ( páginas 60 e 61 )
16.1. Consulta as páginas indicadas e responde às questões:
18. Apesar do frio e das contrariedades queria chegar, sem falta, à sua casa. No entanto, havia o perigo dos lobos, a
que ele não deu importância. Continuou o percurso. Os esquilos, raposas e veados já estavam nas suas tocas.
Também ouviu o ronco de um urso. ( páginas 66 a 68 )
18.1. Consulta estas páginas e os sites indicados, e responde às questões:
18.1.1. Alguma vez viste estes animais ao vivo? Onde? De qual gostaste mais?
Porquê?
18.1.2. Como decorreu o "encontro" inesperado entre o Cavaleiro e o urso?
18.1.2.1. Como conseguiu o Cavaleiro impedir que o urso o atacasse?
19. O Cavaleiro continuou o seu caminho, apesar de ser noite e não ver nada à sua frente. Já estava desesperado
quando se lembrou de Jerusalém, de Baltasar, Gaspar e Melchior. Então, o Cavaleiro rezou a oração dos Anjos e
voltou a ganhar confiança. ( páginas 69/70 )
19.1. Consulta o site indicado e responde às questões:
20. De repente, e no meio da escuridão, o Cavaleiro viu uma pequena claridade. A luz continuava a crescer à medida
que se aproximava. ( páginas 70 a 73 )
21. Dá a tua opinião sobre este conto de Sophia de Mello Breyner Andresen. Gostaste ou não? E porquê?
Resumo
«Serão poemas que devem traduzir o que há de vital na relação dos homens com a terra, o mar e o cosmos. Não
haverá fuga ou evasão, mas presença no mundo. Falamos do real, essa poesia traduzirá o mágico que há na nossa
relação com as coisas, o que é próprio do acto de criar, quando o poeta acede à imanência do sagrado.»
«E é por isso que a poesia é uma moral. E é por isso que o poeta é levado a buscar a justiça pela própria natureza
da sua poesia. E a busca da justiça é desde sempre uma coordenada fundamental de toda a obra poética.»
Sophia de Mello Breyner Andresen
Em Sophia, encontramos uma filosofia existencial muito própria em que a Natureza tem uma dimensão
particularmente forte. À Natureza estão ligadas as ideias de pureza, originalidade, perfeição e antiguidade. O objectivo
do sujeito poético (quando nos referimos à obra poética) ou das personagens principais (da obra narrativa, para
crianças ou para adultos) é quase sempre a comunhão com a Natureza nas suas mais diversas formas. Muitas
vezes, a união perfeita e sublime do homem com a Natureza acontece graças aos sentidos, que proporcionam uma
apropriação dos elementos naturais. É, por isso, comum encontrar uma preferência por espaços naturais,
predominantemente aquáticos (o destaque vai para os marítimos), mas é também possível observar muitas referências
a jardins e a florestas.
É o que acontece em O Cavaleiro da Dinamarca. A personagem principal, originária da floresta, vai mover-se num
conjunto de espaços diferentes, numa grande viagem que funciona como a acção principal, na qual são encaixadas
uma série de outras histórias diferentes. Cada um desses espaços, de forma muito peculiar, dá conta de uma faceta da
humanidade e apresenta-se como local de eleição para o Cavaleiro. Vamos, por isso, percorrer com ele o caminho
simbólico que vai da Dinamarca (terra natal) à Terra Santa e fazer também o longo percurso de regresso, passando
pelas principais cidades italianas e ainda pelo norte da Europa.
Assim, trataremos também da simbologia desta viagem de peregrinação, feita de um movimento de ida, seguido
de um de regresso que anula e encerra o primeiro. As diferenças entre um e outro são claras e gritantes, como
teremos oportunidade de comprovar. Trata-se ainda de uma viagem de obtenção de conhecimentos, de descobertas e
de elevação espiritual. O enriquecimento do Cavaleiro acontece a vários níveis e de várias formas: pela descoberta de
novas terras, hábitos e costumes e pelo contacto com outros homens, com outros conhecimentos e com as suas
histórias, fruto de outras realidades.
Ligada quer ao espaço, quer à viagem, surge a problemática temporal. Também aqui, vamos encontrar uma
circularidade que acabará por resultar na perfeição da ordem natural das coisas. Assim, à semelhança das viagens
que unem o local de partida e o local de regresso, também o tempo estabelece a continuidade entre princípio e fim,
completando um círculo e iniciando logo outro.
Outra questão fulcral no conto em análise é a da religiosidade. São vários os momentos em que as personagens,
sobretudo o Cavaleiro, dão conta do seu Cristianismo, da sua Fé inabalável e do seu amor a Deus e são por Ele
recompensadas com milagres ou outros acontecimentos que denotam uma intervenção divina. Esta é, talvez, a chave
interpretativa do conto, no qual Cristianismo (aqui entendido no seu sentido primitivo) e Humanismo dão as mãos na
tentativa da construção de um mundo melhor, para todos os Homens de boa vontade, onde valha a pena viver. A este
aspecto ligam-se também o amor e a noção de família como valores primordiais na vida do Homem, neste caso do
Cavaleiro. Apesar de ausente durante grande parte da narrativa, a família do Cavaleiro permanece na sua memória,
fazendo-o correr todos os riscos necessários ao cumprimento da promessa de regresso a casa.
Toda a narrativa se organiza, em termos simbólicos, à volta de um conjunto de dicotomias que vão sendo mais ou
menos desenvolvidas ao longo do texto e que permitem traçar um quadro da Humanidade, dos valores essenciais ao
Homem e dos vários percursos possíveis. Essa bipolaridade (também associada à circularidade da narrativa) está
patente nas relações luz/sombra; Inferno/Paraíso; interior/exterior; ida/volta; ascensão/queda; feminino/masculino;
saúde/doença; fala/silêncio, entre outras.
À semelhança de outros textos narrativos, bem como de grande parte da sua poesia, estão aqui presentes os
grandes vectores orientadores da poética de Sophia, ligados à valorização da Natureza, da Arte e do Humanismo
como ideais supremos capazes de conduzir o Homem à reconciliação consigo mesmo e com o Universo, enfim, ao
estado edénico, primitivo e perdido.