Você está na página 1de 5

As Ferramentas

POR MESTRE AFFONSO DOMINGUES · PUBLICADO EM 02/03/2010 · ACTUALIZADO


EM 30/05/2018

Um grupo de ferramentas
reuniu-se em assembleia numa Oficina para acertar suas diferenças.

Um Malhete estava exercendo a presidência, mas, alguns participantes


exigiram sua renúncia.

A Causa?

O Malhete fazia demasiado barulho, vivia golpeando, não deixava


ninguém falar e se achava dono do lugar.

O Malhete, revoltado, disse que ele e que estava sofrendo um golpe e


pediu a expulsão da Régua, do Maço e do Cinzel, um grupelho que
conspirava contra ele; a Régua queria controlar o trabalho e o
descanso físico e espiritual, segundo suas medidas sem dar satisfações
a ninguém como se fosse a única perfeita; o Maço e o Cinzel só
tratavam de asperezas, e, um sem auxílio do outro não tinha nenhum
valor.

A Régua não se conteve e transferiu as acusações para o Esquadro, o


Nível e o Prumo, pois, estes, não faziam o trabalho pesado e ainda
queriam aferir tudo; o Nível só trabalhava na horizontal – muito
descansado; o Prumo dizia que sua visão vinha de cima e não poderia
ser contestado; e o Esquadro, queria sempre ver tudo sobre todos os
ângulos… que prepotência…
O Esquadro aborrecido asseverou – Faço apenas o que está traçado na
Prancheta, que se queixem com o Compasso o Lápis e o Cordel que
são os culpados, eles e que maquinam tudo, dizem que juntos, e a
partir de um único ponto, projectam uma linha, um ângulo, um plano
e um sólido… como é possível?

Neste momento, todos, com respeito, se calaram, pois entrou na


Oficina o Mestre da Obra. Este juntou todas as ferramentas e,
apresentando a prancheta com o traçado e disse: – hoje vamos dar
continuidade a construção projectada pelo do Grande Geómetra.

Com a participação de todos, os trabalhos foram iniciados e realizados


em paz – com ordem e exactidão.

Ao final, o Fiscal da Obra constatou que estava tudo justo e perfeito.

Quando o Mestre foi embora as ferramentas voltaram a discussão.


Mas, a Prancheta adiantou-se e disse:

– Senhores, ficou demonstrado que todos temos defeitos, mas o


Mestre da Obra trabalha com nossas qualidades, ressaltando nossos
pontos valiosos… Portanto, em vez de pensar em nossas fraquezas,
devemos nos concentrar em nossos pontos fortes.

Então a assembleia entendeu que todos eram necessários, e, como


equipe, eram fortes precisos e exactos, por isto, capazes de produzir
com qualidade. Uma grande alegria tomou conta de todos pela
oportunidade que tiveram de trabalharem juntos. E assim despediram-
se, contentes e satisfeitos.

Quando buscamos defeitos em nossos Irmãos, a situação torna-se


tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca com sinceridade os
pontos fortes, florescem as melhores conquistas.

É fácil encontrar defeitos… Qualquer um pode fazê-lo! Mas, encontrar


qualidades? Isto é para os sábios!

Texto de Paulo Roberto Marinho de Almeida

Nota
Este texto foi inspirado do Original, “O Marceneiro e as Ferramentas”,
de autor desconhecido. Para adaptá-la a feição maçónica, em sua
construção, alteramos a narrativa, os nomes das ferramentas e
relacionamos a fantasia das contendas, com suas representações
maçónicas reais, considerando o simbolismo.

Símbolos do grau de mestre

Ensinamento moral que o Cordel traz ao Mestre: ele inspira o procedimento


reto, justo e perfeito em todo ser humano.

Ensina que toda obra de inteligência humana deve ser desenvolvida com base
em uma linha de ação em cada horizonte de planejamento que o Lápis nos
indicar.

Também se estende de uma coluna à outra, obedecendo aos critérios de


horizontalidade e verticalidade da alvenaria em construção. Ele mostra a linha
de ação a ser seguida para garantia dos atributos citados e de acordo com o
traçado definido pelo Lápis.

Nenhuma ação humana deve ser iniciada sem a clara determinação das metas
a serem realizadas e dos objetivos a serem alcançados.

Utilidade operativa do lápis: é o utensílio usado para o traçado das linhas, da


planta, das formas estruturais e instrumentais do Templo, e a subsequente
redação do memorial descritivo correspondente.

Utilidade operativa do Cordel: também chamado de "linha do construtor" ou


"linha de pedreiro". O Cordel é um instrumento formado por um eixo central de
onde é retirado um fio forte e pouco deformável utilizado para marcar o terreno
e os ângulos da construção, para que fiquem iguais e retos e possam suportar
com solidez a estrutura que será erguida.

Importância operativa do Compasso: ele garante a exatidão na projeção e no


transporte de medidas retilíneas e angulares no planejamento da obra.

Nos 3 graus Simbólicos, o compasso deve ser aberto a 45°, podendo chegar
ao limite máximo de 90° nos Filosóficos, por esse modo, o limite que o homem
não seria capaz de ultrapassar.
Isoladamente, o Compasso representa a Justiça, mantendo-nos nos devidos
limites das nossas relações com todos os homens e, especialmente, com
nossos IIr.’., ensinando-nos onde começam e onde terminam nossos direitos.

Ensinamento moral que o Lápis traz para o Mestre Maçom: ele ensina que o
planejamento antecede à ação. Ilustra as anotações e observações legais,
empíricas e científicas que orientam a execução da obra.

Esta operação revela a importância mental do planejamento, que anota,


qualifica e quantifica todos os aspectos condicionadores da estabilidade e
funcionalidade do Templo, suas estruturas, formas e funções.

Adverte o Mestre Maçom para que planeje com prudência suas ações, tendo
em vista que seus atos e palavras são observados pelos AApr.’., CComp.’.,
pelos profanos que convivem na sua vida cotidiana e, em especial, pelo G.’. A.’.
D.’. U.’. a quem deverá prestar contas.

CORDEL

O Compasso simboliza a mente humana trabalhando a inteligência consciente


e lendo as inspirações da virtude, para a transformação do poder iniciático em
poder construtivo do bem, alcançado pelo Obreiro em sua jornada de
aperfeiçoamento moral e intelectual.

COMPASSO

LÁPIS

- LÁPIS. Todo Maçom deve ser igual a um Lápis. Há cinco qualidades nele que
você deve ter atingido no final de seus ensinamentos, o que fará de você uma
pessoa capaz de viver em paz com o mundo:

- Primeira: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que
existe uma mão que guie seus passos. Essa mão chamamos de G.'.A.'.D.'.U.'.,
e ele deve sempre conduzi-lo em direção á sua vontade.

- Segunda: de vez em quando é preciso apontá-lo. Isso faz com que o lápis
sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar
algumas dores, porque, elas o farão ser uma pessoa melhor.
- Terceira: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar
aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é
necessariamente algo mau, mas algo necessário para nos manter no caminho
da justiça.

- Quarta: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou seu formato,


mas a grafite que está dentro. Assim, sempre cuide daquilo que acontece
dentro de você.

- Quinta e ultima qualidade: ele sempre deixa marcas. Da mesma maneira,


saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar marcas, desse modo procure
ser consciente de cada ação que fizeste.

Ir.: Amarildo José Faria

1º Vig.: ARLS FRATERNIDADE DE COMODORO N° 85 Comodoro – MT.

OS INSTRUMENTOS DO MESTRE MAÇOM

Trabalho de Terceiro Grau

Ir:. James Lueders

Confederação Maçônica Brasileira – COMAB

Grande Oriente de Santa Catarina - GOSC

Templários do Vale nº119

Rito Escocês Antigo e Aceito

Você também pode gostar