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CDI

A adaptação portuguesa do CDI foi desenvolvida por Ferreira Marques e Luís Caeiro,

tendo chegado à versão definitiva do Inventário de Desenvolvimento Vocacional, em

1982.

O CDI é um instrumento de escolha múltipla, constituído por 120 itens que é

administrado pelo pesquisador.

O CDI avalia a prontidão para fazer decisões vocacionais e educacionais, apresentando

duas formas, uma para alunos do 8º ao 12º ano, e outra aplicada a estudantes

universitários.

Relativamente à adaptação portuguesa dirigida para estudantes do secundário, é

constituída por 70 itens e compreende quatro escalas: Planeamento da Carreira,

Exploração da Carreira, Tomada de Decisão e Informação sobre a Carreira e o Mundo

do Trabalho.

A escala Planeamento de Carreira é composta por duas subescalas:

 Planeamento Geral (A1) e Conhecimento da Profissão Preferida (A2), somando um

total de dezanove (19) questões.

 A Exploração de Carreira inclui também duas subescalas. Perceção de Utilidade das

Fontes de Informação (B1) e Recurso às Fontes de Informação (B2) perfazendo um

somatório de 18 questões.

Neste estudo foram incluídos mais dois (2) itens, totalizando assim um conjunto de

vinte (20) questões. Para medir o Planeamento de Carreira, é usado uma escala de Likert

com 5 pontos (A, B, C, D e E) enquanto para avaliar a Exploração de Carreira, a escala

de Likert tem 4 pontos (A, B, C e D).

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONTEXTO DE CARREIRA
O CDI revela ser uma boa medida da maturidade vocacional que, pelos seus vários

estudos longitudinais, confere grande consistência entre os instrumentos de medida

deste construto. Ao nível da avaliação, permite adaptar a intervenção às necessidades

dos sujeitos; ao nível da intervenção pode estimular o planeamento na carreira a partir

da reflexão de alguns itens, bem como ser ponto de partida para a elaboração de

programas de orientação vocacional (Cardoso, 1999).

O Inventário do Desenvolvimento da Carreira (CDI) pode ser aplicado em grupo ou

individualmente, sendo utilizado no aconselhamento psicológico individual e em grupo,

no planeamento e avaliação de programas e na investigação. Este instrumento apresenta

uma durabilidade na sua aplicação, aproximadamente de 20 minutos.

Relativamente à cotação, é realizada manualmente, com uma duração de 5 minutos.

A validade de conteúdo está justificada em todas as escalas, a validade preditiva do CDI

é apresentada pela diferenciação de anos de escolaridade, sexo (nas escalas cognitivas) e

currículo e resultados pré e pós teste em programas, e a validade do construto nos dados

da análise fatorial, que indicam 2 fatores com correspondência às escalas atitudinais e

cognitivas. Verifica-se alfas nas escalas de atitudes .71 a .86 e escalas cognitivas .16 e .

70 (Afonso, 1987).

Em relação às normas do CDI, podemos encontrar tabelas com percentis para cada ano

de escolaridade em subgrupos dos sexos dentro de cada ano.

Certos autores referem acerca do CDI que, este instrumento é sensível especificando a

sua presteza em avaliar as escolhas tanto educacionais como vocacionais, (Savickas &

Hartung, 1996).

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONTEXTO DE CARREIRA
Relativamente às suas limitações, autores referem que pode ser considerado pouco

representativo da população, particularmente de minorias (Kape J. T e Whitfields E.A,

2001), recomendando-se uma maior investigação e atenção aos resultados das escalas

cognitivas, atualmente desatualizadas, e igualmente à validade preditiva, ainda pouco

investigada.

Podemos enumerar algumas potencialidades, uma vez que, o CDI é um instrumento

vantajoso para o incitamento dos estudantes no planeamento da carreira e elaboração de

programas que conduzam os indivíduos nas suas escolhas de carreira.

Deste modo, mensura várias dimensões do desenvolvimento da carreira e da maturidade

vocacional a partir de uma moldura para a intervenção no âmbito do aconselhamento

psicológico, predizendo a perseverança das escolhas de carreira, um componente

comportamental da maturidade neste âmbito, e também das dificuldades académicas.

O manual está bem conseguido e organizado (Kape J., 2001) exibindo um caso e

respetiva análise, contribuindo assim, no auxílio do profissional para compreender como

deva prócer à sua aplicação e interpretação dos dados recolhidos.

Referências

Afonso, M., & Taveira, M.C. (2001). Exploração vocacional de jovens. Condições

do contexto relacionadas com o estatuto socioeconómico e com o género. Relatórios de

Investigação. Braga: CEEP

Cardoso, P.M. (1999). Perceção de Barreiras na Carreira e Atitudes face à Exploração e

Planeamento na Carreira em Alunos do Ensino Secundário. Dissertação de Mestrado,

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade de Lisboa.

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONTEXTO DE CARREIRA
Kape J. T e Whitfields E.A, (2001). A Counselor’s Guide Assessment Instruments - 4

thEdition. National Career Development Association.

Janeiro, I.N., & Marques, J.F. (2010). Career coping styles: differences in career

attitudes among secondary school students. International Journal of Educational and

Vocational Guidance, 10, 35–48.

Savickas, M., & Hartung, P. (1996). The Career Development Inventory in review:

Psychometric and research findings. Journal of Career Assessment, 4(2), 171-188. doi:

10.1177/106907279600400204

Super, D., Thompson, A., Lindeman, R., Jordaan, J.P., & Myers, R. (1982). Career

Development Inventory (Volume 1 – User’s Manual). NY: Teachers College, Columbia

University.

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM CONTEXTO DE CARREIRA

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