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Estratégias e sua formulação

ENG01025
Empreendedorismo e gestão de empresas da
construção civil

Prof. Eduardo Luis Isatto


NORIE/UFRGS
O que é uma estratégia?

Plano (pretendido) ou padrão (realizado)

Posição (olhar para baixo e para fora) ou
perspectiva (olhar para cima e para dentro)

Truque ou manobra

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Tipos puros de estratégia

Pretendidas Deliberada Realizada

Não realizada

Emergente

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Comportamento estratégico
(Mintzberg, 1973)


Empreendedor:
Fortemente centralizada no dono

Adaptativo:
Inexistência de objetivos claros, caráter
reativo, tomadas de decisões incrementais e
desconexas

Planejado:
Processo sistemático e estruturado,
dependência no planejador, integração entre
as decisões estratégicas
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Formulação de estratégias

Duas vertentes principais:

Descritivas:
As estratégias são descritas a partir da observação
de padrões

Prescritivas:
As estratégias são planejadas na forma de planos
de ação

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As 10 escolas de pensamento
(Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, 2010)

Prescritivas:

Escola do Design

Escola do Planejamento

Escola do Posicionamento

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As 10 escolas de pensamento
(Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, 2010)

Descritivas:

Escola Empreendedora

Escola Cognitiva

Escola de Aprendizado

Escola do Poder

Escola Cultural

Escola Ambiental

Escola de Configuração*

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A Escola do Design

Formulação de estratégia = processo de concepção

Com base na avaliação externa (ambiente) e interna
(empresa), escolher uma dentre as possíveis
estratégias alternativas

Críticas:

Desconsiderar a estrutura atual e compromissos com o
passado

Inflexibilidade

Separar formulação e implementação

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A Escola do Planejamento

Formulação de estratégia = processo formal

Modelo básico

Objetivos e metas

Análises interna e externa (matriz SWOT)

Avaliação de estratégias (e escolha por uma delas)

Operacionalização da estratégia

Críticas: Falácias do planejamento

Falácia da predeterminação (imprevistos, que imprevistos?)

Falácia do desligamento (o topo planeja, a base faz)

Falácia da formalização (sistema formal x indivíduo)

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A Escola do Posicionamento

Formulação da estratégia = processo analítico

Ênfase da análise da posição da empresa no negócio
(estratégias competitivas)

Michael Porter: Modelo de Porter e estratégias genéricas

Críticas:

Foco: excessivamente quantitativo

Contexto: dinamicidade e tempo para tomada de decisão

Processo: Ficar em casa e calcular, ao invés de ir lá fora e
aprender

Estratégia: Estratégias genéricas ou inovadoras?

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A Escola Empreendedora

Formulação da estratégia = processo visionário

Foco no indivíduo e sua visão, processo intuitivo

Tanto a visão como a organização são maleáveis

Críticas:

Qual é o processo?

Subjetividade e viés do empresário

(Excessiva) importância do líder: “Um infarto pode
literalmente acabar com o principal estrategista da
organização”

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A Escola Cognitiva

Formulação de estratégia = processo mental

O que ocorre na mente do estrategista?

Percepção, viés, processamento de informações, estrutura
mental, intuição

Principal contribuição: a ênfase na criatividade e no
indivíduo

Críticas:

Como se formam os conceitos na mente do estrategista?

Afinal, qual a melhor estratégia?

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A Escola de Aprendizado

Formulação de estratégia = processo emergente

Formulação vs. formação: reconhecimento explícito do
ambiente dinâmico e das oportunidades e iniciativas
internas (empreendedor interno – intrapreneurship)

Críticas:

Inexistência da estratégia (“vale-tudo”)

Estratégia perdida (“sapo na fervura”)

Estratégia errada (aprender com os erros, mas a que custo?)

Cuidados com a aprendizagem: sobre o que aprender,
quando custa, comprometimento com o passado

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A Escola do Poder

Formulação de estratégia = processo de negociação

Importância do poder e da política

Duas faces:

Interesses, persuasão, poder de barganha, jogos
políticos

Cooperação, redes e alianças

Críticas:

Poder é importante, mas não somente ele

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A Escola Cultural

Formulação de estratégia = processo coletivo

Base na antropologia (coletivo vs. individual)

Processo de interação social baseado nas crenças e
interpretações comuns aos membros de uma
organização

Críticas:

Pode desencorajar as mudanças necessárias

Cultura é difícil de construir, mas fácil de destruir

Risco da arrogância e miopia

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A Escola Ambiental

Formulação de estratégia = processo reativo

Relação entre o ator e o ambiente é muito
complexa para ser antecipada. Melhor é esperar
e reagir.

Críticas:

Como duas empresas bem sucedidas e concorrentes
se distinguem no mesmo ambiente?

Não escolher pode reduzir drasticamente as opções
futuras

Não escolher já é uma escolha...
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A Escola de Confguração

Formulação de estratégia = processo de transformação

Alternância entre estados (configurações) através da
geração de estratégias (transformações)

Alia as demais escolas, cada uma tendo seu momento,
promovendo salto de um estado para outro

Críticas:

Infinidade de padrões (configurações)

Percepção do padrão depende do observador

A verdadeira riqueza está entre os padrões

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Síntese

Não existe apenas uma escola

Nenhuma escola é perfeita, cada uma enfatiza
um aspecto importante

A adoção da escola de planejamento
estratégico é uma opção (estratégia?) da
disciplina para explicar a formulação de
estratégias em um ambiente da construção
civil

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Estratégia competitiva

Conjunto de ações coordenadas visando
a atingir determinados objetivos de
longo prazo

Explícita x implícita

Resultado de forças políticas x Visão do
empreendedor

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Questões centrais na formulação de
estratégias

Não é possível ser bom em tudo ao mesmo
tempo! (trade-offs)


Criatividade em conceber novas formas de
competição.

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Campos e armas da competição
(Contador, 1995)


Campos da competição: Atributos que
interessam ao consumidor, são a arena da
competição. São: preço, produto, prazo,
assistência técnica e imagem.

Armas da competição: São os meios que a
empresa utiliza para competir, e geralmente
não interessam ao consumidor. Algumas delas:
produtividade, qualidade no processo,
tecnologias, estoque reduzido e pessoal
capacitado e participativo.

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Estratégicas genéricas

Vantagem em custos: desenvolvimento de
atividades a custo menor que os concorrentes
para um mesmo conjunto de benefícios

Diferenciação: oferta de benefícios
diferenciados, viabilizando um sobre-preço

Enfoque: nicho específico do mercado
Posição de foco x Mercado como um todo

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Outras estratégias genéricas...

Competição baseada no tempo:
Foco em fazer rápido.

Competências essenciais (core competences):
Foco naquilo que a empresa sabe fazer melhor
que a concorrência, e é valorizada pelo seu
mercado

???????

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Fundamentos da formulação de
estratégias

Ajustamento estratégico (“strategic fit”):
as empresas bem sucedidas são aquelas que
estão bem ajustadas ao meio em que operam

Paradigma SCP (estrutura-comportamento-
desempenho – structure-conduct-
performance):

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Análise do ambiente

A interação entre as duas dimensões (externa
e interna) vai dizer como o ambiente externo
vai afetar a competitividade da empresa

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Como se dá a competição: Modelo
das 5 Forças de Porter

Ameaça de novos Novos


Novos
entrantes entrantes
entrantes
Intensidade da
rivalidade

Fornecedores
Fornecedores Competidores
Competidores Clientes
Clientes
Poder de barganha Poder de barganha
dos fornecedores dos clientes

Produtos
Produtos Ameaça de produtos
substitutos
substitutos substitutos

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Análise do ambiente externo

Oportunidades: situações externas, atuais ou
futuras, que, se aproveitadas
adequadamente, podem influenciar a
empresa positivamente.

Ameaças: situações externas, atuais ou
futuras, que, se não eliminadas, minimizadas
ou evitadas, podem influenciar a empresa
negativamente

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Exemplo de análise do ambiente
externo

Oportunidades: nichos de mercado, formas
alternativas de financiamento, crise de
energia

Ameaças: aumento da competição,
achatamento salarial, incerteza quanto a
fontes de financiamento

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A visão da empresa baseada em
recursos

RBV (Resource Based View of the firm)

Sustenta que a competitividade da empresa
reside naqueles recursos que possui e que
determinam a vantagem competitiva, aos quais
somente alguns concorrentes tem acesso.

A questão da competitividade reside em
identificar tais recursos, obtê-los e, se possível,
impedir que os concorrentes tenham acesso aos
mesmos.

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Análise do ambiente interno

Pontos fortes: características da empresa,
tangíveis ou não, que podem ser
potencializadas para melhorar seu
desempenho

Pontos fracos: características da empresa,
tangíveis ou não, que devem ser minimizadas
para evitar influência negativa no seu
desempenho

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Porter vs. RBV

O Modelo de Porter dá mais atenção ao
ambiente externo, ao passo que a RBV enfatiza
o ambiente interno

Os dois são complementares!

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Exemplo de análise do ambiente
interna

Pontos fortes: situação financeira,
cumprimento de prazos, organização, novas
tecnologias, imagem da empresa

Pontos fracos: desqualificação de pessoal,
elevados índices de reclamações de clientes,
falta de planejamento

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Ambiente interno x externo

Pontos
Pontosfortes
fortes Pontos
Pontosfracos
fracos
Oportunidades

Pontos
Pontosfortes
fortesque Pontos
Pontosfracos
fracosque
Oportunidades

que que
potencializam
potencializam inibem
inibem
oportunidades
oportunidades oportunidades
oportunidades

Pontos
Pontosfortes
fortesque
que Pontos
Pontosfracos
fracosque
que
Ameaças
Ameaças

neutralizam
neutralizam expõe
expõe
ameaças
ameaças às
àsameaças
ameaças

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Ambiente interno x externo

Pontos fracos Pontos fortes


(fraquezas) (competências)

Ponto fraco

Ponto fraco

Ponto fraco

Ponto fraco
Ponto fraco

Ponto forte

Ponto forte

Ponto forte

Ponto forte

Ponto forte
Ameaça √ √ √

Ameaça √ √

Ameaças Ameaça √ √

Ameaça √

Ameaça √ √

Oportunidade √ √

Oportunidade √ √ √

Oportunidades Oportunidade √

Oportunidade √ √

Oportunidade √

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