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Direito Penal

Fontes do Direito Penal

Aspecto formal: Conjunto de normas;


Aspecto Material: Comportamentos altamente reprováveis ou danosos.
Aspecto sociológico/dinâmico: Mais um instrumento de controle social visando assegurar a
necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade. Nessa tarefa de
controle atuam vários ramos do direito. O que diferencia a norma penal da demais, é a espécie
de consequência jurídica. O Direito Penal trabalha com pena privativa de liberdade. O direito
penal é ultima ratio, a derradeira trincheira.
Missões do direito penal:
Obs.: Se de um lado, o Estado controle o cidadão, impondo-lhe limites, de outro, é necessário
também limitar seu próprio poder de controle, evitando a hipertrofia da punição.
Missão mediata: Busca o controle social e ao mesmo tempo limitar o poder punitivo do Estado;
Missão imediata:
Direito penal de emergência: Criado para atender demandas de criminalização. O Estado cria
normas de repressão, ignorando garantias do cidadão: Ex: Lei 8072/90 (Regime integral
fechado) com a finalidade de atender a demandas da sociedade;
Direito penal promocional, político ou demagogo: O Estado visa a consecução dos seus
objetivos políticos, emprega leis penais desconsiderando o princípio da intervenção mínima
com a finalidade de usar o direito penal para a transformação social.
Direito penal simbólico: Lei sem meios para implementação/aplicação.
Fontes do direito penal: Lugar de onde vem e como se exterioriza o direito penal:
Fonte Material: Lugar de onde vem (Fábrica): Fonte de produção de norma penal. União: Art.
22, I C.F. Obs: Art. 22 C.F.
Obs: A doutrina diz que o artigo 22 da C.F., abrange somente temas de interesse local.
Fonte Formal: A forma como se propaganda o produto fabricado: É o instrumento de
exteriorização do direito penal, o modo como as regras são reveladas (Fonte de
conhecimento/cognição).
A Doutrina clássica diz que a fonte formal imediata é a lei, e as mediatas os costumes e os
princípios gerais do Direito.
A Doutrina moderna diz que as fontes imediatas são a lei, C.F. Tratados internacionais de
direitos humanos, jurisprudência, princípios e os atos administrativos, e tem como fonte mediata
a doutrina.
Lei: A única fonte incriminadora (que pode criar crime e cominar pena);
Constituição federal: Fonte formal imediata, mas não cria crime ou comina pena, mas pode
estabelecer patamares mínimos para que seja observado pelo legislador quando o faça. Ex: Art.
5º, XLII, CF.
Existem mandados constitucionais de criminalização implícitos?
Sim, quando garante a todos a vida, implicitamente está imputando ao legislador a
criminalização do homicídio.
Tratados internacionais de direitos humanos: Não pode criar crime ou cominar pena para o
direito interno. O Legislador deve seguir os mandados internacionais e cria-los;
Jurisprudência: Fonte formal imediata. (Ex: Súmulas vinculante)
Princípios: Fonte formal imediata: Ex: Princípio da insignificância.
Atos Administrativos: Fonte formal imediata quando complementa norma penal em branco (Ex:
Lei de drogas é complementada por uma portaria) A portaria revela o que vem a ser drogas.
Das fontes citadas, só a lei cria crime e comina pena.
Doutrina: Fonte formal mediata.

Interpretação da lei penal:

O ato de interpretar é necessariamente feito por um sujeito que empregando um determinado


modo, chega a um resultado.
A interpretação se dá quanto ao sujeito, ao modo, ou quanto ao resultado.
Interpretação quanto ao sujeito (origem): Pode ser autêntica ou legislativa: Aquela fornecida
pela própria lei. Ex: Art. 327 do Código Penal
Pode ser dividida em contextual ou posterior:
Contextual: Editada conjuntamente com a norma penal que conceitua;
Posterior: Lei distinta e posterior conceitua objeto da interpretação.
Interpretação doutrinária: Feita pelos estudiosos (doutrinária ou científica).
Interpretação jurisprudencial: Significado dado às norma pelos tribunais.
A exposição de motivos do código penal é interpretação doutrinária, feito pelos doutos que
trabalharam no projeto do código penal.

Interpretação quanto ao modo

Interpretação gramatical/filológica/literal: O interprete considera o sentido literal das palavras.


Interpretação teleológica: O intérprete pesquisa a intenção objetivada na lei.
Interpretação histórica: Indaga-se a origem da lei.
Intepretação sistemática: Intepretação em conjunto com a legislação em vigor e com os
princípios gerais do Direito.
Interpretação progressiva ou evolutiva: Busca o significado legal de acordo com o progresso da
ciência.

Interpretação quanto ao resultado:

a) Declarativa ou declaratória: É aquela em que a letra da lei corresponde exatamente


àquilo que o legislador quis dizer;
b) Restritiva: Reduz o alcance das palavras para corresponder à vontade do texto;
c) Extensiva (a que mais cai): Amplia-se o alcance das palavras para que corresponda à
vontade do texto.
É possível interpretação extensiva contra o réu?
Corrente que prevalece (Zaffaroni): Em regra, não cabe interpretação extensiva contra o
réu, salvo quando interpretação diversa resultar num escândalo por sua notória
irracionalidade.
Ex: Definição de arma branca no pacote anticrime.
OBS: Interpretação extensiva não se confunde com interpretação analógica.

Analogia não se confunde com interpretação analógica, pois a analogia não é forma de
interpretação, e sim de integração, uma vez que pressupõe lacuna ou omissão.

A analogia no direito penal deve observar dois pressupostos:

1) Certeza de que sua aplicação será favorável ao réu;


2) Existência de uma efetiva lacuna a ser preenchida. (Omissão involuntária)

Princípios relacionados com a missão fundamental do direito penal.

Princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos: O direito penal deve servir para proteger
bens jurídicos relevantes.

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