capazes de julgar e de decidir conscientemente. O ser humano, nessa Indústria Cultural, não passa de mero instrumento de trabalho e de consumo, ou seja, objeto. O S.H. é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho. Portanto, o S.H. ganha um coração-máquina. Tudo que ele fará, fará segundo o seu coração-máquina, isto é, segundo a ideologia dominante.
Na Indústria Cultural, tudo se torna negócio. Enquanto negócios, seus fins
comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados culturais. Um exemplo disso é o cinema. O que antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma arte, agora se tornou um meio eficaz de manipulação. Pode-se dizer que a Indústria Cultural exerce um papel especifico: o de ser portadora da ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema. O domínio da razão humana, que no Iluminismo era como uma doutrina, passou a dar lugar para o domínio da razão técnica. Os valores humanos haviam sido deixados de lado em troca do interesse econômico. O que passou a reger a sociedade foi a lei do mercado, e com isso, quem conseguisse acompanhar esse ritmo e essa ideologia de vida, talvez, conseguiria sobreviver.
Aquele que não conseguisse
acompanhar esse ritmo e essa ideologia de vida ficava a mercê dos dias e do tempo, isto é, seria jogado à margem da sociedade.
Nessa corrida pelo ter, nasce o
individualismo, que, segundo o nosso filósofo, é o fruto de toda essa Indústria Cultural. Em essência, significa a A Indústria Cultural representa a transformação da mercadoria em expansão das relações mercantis a cultura e da cultura em todas as instâncias da vida humana. mercadoria. Nos tornamos sujeitos Os meios de comunicação passivos, acríticos, que não (veículos da indústria se julgam preparados para cultural) nos prometem, pensar e desejam ouvir dos através da publicidade e da especialistas da mídia o propaganda, colocar a que devem fazer, aceitam felicidade imediatamente todos os produtos (em em nossas mãos, por meio formas de publicidade e da compra de alguma propaganda) que a mídia mercadoria: O público, oferece. infantilizado, procura avidamente satisfazer seus Ser humano é “coisificado”. Ana desejos. Hickmann falar sobre como vê a si mesma: "Sempre me considerei um Produz alienação ao indivíduo produto. Parece cruel, mas é verdade" que não pensa sobre si mesmo Alê, marido/sócio: “A gente vai entregar nem sobre a totalidade do meio para o mercado uma Ana Hickmann em que vive. Ex. clássico: Homer diferente, sem esses problemas” Simpson. (dificuldade de dicção, que estão sendo corrigidos por uma fonoaudióloga). Sociedade do Espetáculo
O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre
pessoas, mediatizada por imagens. Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação.
O espetáculo é o coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as
Sociedade do suas formas particulares de informação ou Espetáculo propaganda, publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a afirmação onipresente da escolha já feita na produção, e no seu corolário — o consumo. O espetáculo é o capital a um tal grau de acumulação que se toma imagem. As pessoas representam em vez de viver. Do TER ao PARECER ou APARECER. A sociedade esta contaminada pelas imagens, sombras do que efetivamente existe, onde se torna mais fácil ver e verificar a realidade no reino das imagens e não no plano da própria realidade.
Pela mediação das imagens e mensagens dos meios de comunicação de
massa, os indivíduos em sociedade abdicam da dura realidade dos acontecimentos da vida, e passam a viver num mundo movido pelas aparências e consumo permanente de fatos, notícias, produtos e mercadorias.
O espetáculo consiste na multiplicação de ícones e imagens, principalmente
através dos meios de comunicação de massa, mas também dos rituais políticos, religiosos e hábitos de consumo, de tudo aquilo que falta à vida real do S.H. comum: celebridades, atores, políticos, personalidades, gurus, mensagens publicitárias – tudo transmite uma sensação de permanente aventura, felicidade, grandiosidade e ousadia. O espetáculo é a aparência que confere integridade e sentido a uma sociedade esfacelada e dividida. É a forma mais elaborada de uma sociedade que desenvolveu ao extremo o ‘fetichismo da mercadoria’ (felicidade identifica-se a consumo). Os meios de comunicação de massa são apenas ‘a manifestação superficial mais esmagadora da sociedade do espetáculo, que faz do indivíduo um ser infeliz, anônimo e solitário em meio à massa de consumidores’. Ampliando a temática, Debord reconhece que o domínio do espetáculo é o grande vencedor e integrador de toda a sociedade: tudo o que se apresenta aos cidadãos e consumidores somente pode ser confirmado, cada vez mais, pelas imagens e o marketing, tendo o público de certa forma de confiar naquilo que foi "criado" para ele. Ou seja, o critério da verdade e da validade da realidade é tudo aquilo que foi noticiado. Se a mídia em geral não noticiou e nada foi comentado em público sobre determinado acontecimento, as pessoas tornam-se céticas quanto à veracidade da informação. Por mais que tenham vivenciado determinado acontecimento, fica no ar a pergunta: "Será que isso realmente aconteceu?" Em outras palavras, se o fato não foi noticiado, divulgado, não teve registro imagético, não deve ter acontecido. É a realidade transformada em imagem, o espetáculo, em realidade. É o reino do espetáculo suplantando a realidade.