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NOOTRÓPICOS
INDÍCE

Definição de Nootrópicos 03
Mecanismos de ação 06
Crocus Sativos 09
Neurotransmissores 10
Dopamina 12
Serotonina 13
Acetilcolina 15
Gaba
16
Referências
18
NOOTRÓPICOS
Os nootrópicos podem ser definidos como
compostos que melhoram ou intensificam as
funções mentais, ou seja, melhoram a memória,
cognição, humor, concentração, facilitam o
processo de aprendizagem e diminuem a
ansiedade. Esses compostos são conhecidos
também como “Brain Booster”, o que significa que
os nootrópicos são substâncias com capacidade de
melhorar a performance cerebral.

Ainda, os nootrópicos devem


ser neuroprotetores, não
tóxicos, derivados de fontes
naturais e não sintéticos. Sabe-
se que existem as substâncias
conhecidas como “Smart
Drugs” que possuem a mesma
definição de nootrópico porém,
o que difere é que podem ter
origem sintética.

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Além disso, são necessários alguns critérios para
que uma substância possa ser classificada como
um nootrópico, sendo eles: não ter efeito na
pressão arterial; passar pela barreira
hematocefálica; ter mínimos efeitos colaterais;
aumentar o metabolismo cerebral; ter
comprovação científica na melhora da função
cerebral; aumentar o aprendizado e memória; ter
proteção cerebral em relação a danos físicos ou
químicos; ter baixa toxicidade.

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Quando relaciona-se nootrópicos e melhora da
cognição, pode-se destacar: ômega 3 com frações
de DHA em altas quantidades; curcumina pois
diminui a inflamação devido a ação antioxidante; a
Fosfatidilserina pois age estabilizando a membrana,
o que contribui para melhor sinalização sináptica; a
Colina na forma de Citicolina ou Alpha-GPC; acetil
L-carnitina; L-teanina; Bacopa monieri; creatina.

Porém, é de grande importância ter consciência de


que nem sempre por ser um nootrópico não vai
fazer mal à algum individuo, pois isso depende
muito do organismo e deficiências daquela pessoa,
e se for administrado um nootrópico errado no
momento errado, pode-se ter consequências ruins
para o indivíduo.

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Como Atuam e
MECANISMO DE AÇÃO

Os nootrópicos atuam de seis maneiras diferentes


no organismo. Essas substâncias podem gerar
impacto nos receptores de neurotransmissores;
Alterar os níveis de enzimas que degradam os
neurotransmissores; mudar a estrutura da
membrana celular, potencializando a sinalização
sináptica; aumentar a circulação sanguínea no
cérebro; afetar o desenvolvimento de neurônios e
regulação de hormônios; controlar o movimento
celular em relação a quais moléculas estão dentro
ou fora da célula.

Assim, pode-se dizer que os nootrópicos tem três


possíveis mecanismos de ação. O primeiro é pela
Modulação dos Neurotransmissores, como exemplo:
Gingko biloba, Mucuna prurines, Baacopa monieri, -L-
teanina, Acetil L- carnitina, entre outros. O segundo
mecanismo é por Neuroproteção e Modulação de Sinal de
Transmissão, e exemplos desses nootrópicos são: Gingko
biloba, Ashwagandha, Baacopa monieri, Centelia aziatica.
E o terceiro mecanismo é pela ação Anti-oxidante,
Vasodilatadora e Propriedade Adaptógena, e como
exemplo: Rhodiola rosea, Panax ginseng, Baacopa
monieri, Gingko biloba. Percebe-se então que existem
muitas substâncias que podem ser consideradas
nootrópicas, e ainda, que uma substância pode ter mais
de uma forma de atuação dentro do organismo.

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O nootrópico Acetil L-carnitina atua na
modulação dos neurotransmissores. A
Acetil L-carnitina tem função
neuroprotetora, que inclui o
fornecimento de Carnitina e do
neurotransmissor Acetilcolina. Ainda,
esse nootrópico tem efeito anti-
inflamatório, potencializa respostas
neuronais e estudos mostram que a
O CI P Ó R T O O N

Acetil L-carnitina induz a biogênese


mitocondrial. A Baacopa monieri e a
Gingko boliba são nootrópicos muito
versáteis e conhecidos, pois atuam nas 3
diferentes vias de mecanismo de ação,
ou seja, essas plantas agem realizando a
modulação dos neurotransmissores,
neuro proteção e modulação do sinal de
transmissão e ainda, atuam através da
sua ação antioxidante, vasodilatadora e
adaptógena. Assim, a Baacopa monieri e
a Gingko boliba são muito utilizadas para
diversos distúrbios do sistema nervoso,
como ansiedade e insônia, além de
melhorar a memória e aprendizagem.

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EXEMPLOS DE
NOOTRÓPICOS
A Ashwagandha há muito tempo é utilizada e
conhecida, principalmente pela medicina
Ayurveda. Esse nootrópico atua através da
neuroproteção e modulação de sinal de
transmissão. Assim, a Ashwagandha é utilizada
para gerenciar estresse, ansiedade, depressão,
diabetes, além disso, tem propriedades anti-
inflamatórias, anticancerígenas e contribui para a
memória e cognição.

A Rhodiola rosea age na modulação de neurotransmissores, e


também é conhecida por sua ação antioxidante, vasodilatadora e
adaptógena. Esse nootrópico atua inibindo a degradação do
neurotransmissores no cérebro, assim age melhorando memória,
aprendizado e protegendo o cérebro. Além disso, essa planta tem
efeitos antidiabéticos, anticancerígenos, antienvelhecimento e
cardioprotetores.
NOOTRÓPICO
CROCUS
SATIVUS

O nootrópico Crocus sativus é uma planta, na qual


se extrai um tempero mundialmente conhecido, o
Açafrão. Assim, esse nootrópico tem grandes
ações antioxidantes e diversos estudos mostram
que essa planta possui propriedades
anticancerígenas, anti-inflamatórias, antidiabético,
neuroprotetor e imunorreguladora, além de
contribuir para melhora da ansiedade.

O nootrópico L-teanina, é utilizado quando existe a


necessidade do aumento do neurotransmissor
inibitório GABA, portanto seu mecanismo de ação
é através da modulação de neurotransmissores.
Assim, pode-se dizer que a L-teanina tem efeitos
relaxantes e antiestresse, tem efeitos protetores
contra lesões cerebrais e tem influência positiva na
memória e cognição.

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NEUROTRANSMISSORES
Para entender sobre nootrópicos e saber para
quem deve-se indicar determinado nootrópico, é
necessário entender também sobre
neurotransmissores. Os neurotransmissores são
substâncias que atuam na mediação do estímulo
ou inibição das funções neuronais através da
ligação com seus respectivos receptores. Cada vez
mais, estudos mostram as funções reguladoras dos
neurotransmissores em questões fisiológicas e
patológicas do organismo.

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Em relação ao mecanismo de ação dos
neurotransmissores, é importante entender
basicamente que, existe uma síntese e estoque de
neurotransmissores em vesículas dentro do
neurônio pré-sináptico, então em determinadas
circunstâncias, ocorrerá a liberação do
neurotransmissor na fenda sináptica e os receptores
pós-sinápticos irão captar seus respectivos
neurotransmissores. E antes do neurotransmissor se
ligar com um receptor pós-sináptico, ele pode sofrer
recaptação e voltar para dentro do neurônio.

Sabe-se que o desequilíbrio de neurotransmissores


pode causar diversas alterações no organismo,
como de comportamento, humor e aprendizado.
Por isso para cuidar e manter os neurotransmissores
equilibrados, é necessário limitar a ingestão de
estimulante, cuidar do intestino, evitar toxinas,
ingerir antioxidantes, equilibrar o cérebro com
nootrópicos, meditar, dormir bem, praticar
exercícios físicos e reparar os genes. Dentre todos
os neurotransmissores, pode-se citar quatro deles
como mais conhecidos: Dopamina, Serotonina,
Acetilcolina e GABA (Ácido Gamma Amino Butírico)

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DOPAMINA
A dopamina é conhecida como o neurotransmissor
do prazer e faz parte do grupo das Aminas
Biogênicas, mais especificamente, do grupo das
Catecolaminas. A dopamina é importante para a
regulação de funções importantes como movimento,
comportamento, regulação endócrina e funções
cardiovasculares. Em relação a parte bioquímica,
para a síntese de Dopamina é necessário a L- Dopa,
Vitamina B6 e o aminoácido Tirosina, que é um
precursor de Dopamina. Assim a Dopamina é
liberada para a fenda sináptica e pode também ser
transformada em Norepinefrina e segue para a fenda
sináptica para ser captada pelos receptores no
neurônio pós pós-sináptico. Quando ela está na
forma de Norepinefrina, pode aumentar seus níveis
de ansiedade.

A dominância de Dopamina pode causar motivação,


ambição, foco, concentração, autoconfiança. Quando
a Dopamina está e desequilíbrio para um excesso,
ela vai gerar impulsividade, hiperatividade,
dificuldade para dormir. E quando a Dopamina está
em desequilíbrio por falta, ela vai causar
desmotivação, fadiga, perda de memória. Como
opções para estimular a Dopamina, existem alguns
nootrópicos que podem ser utilizados.

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A Rhodiola rosea atua inibindo a degradação de
Dopamina; a Tirosina, Mucuna purines, Piridoxal 5
Fosfato (forma ativa da Vitamina B6) agem
estimulando a síntese de Dopamina; e ainda a
Maca peruana pode ser uma opção, já que é rica
no aminoácido precursor de Dopamina, que é a
Tirosina. Para o excesso de Dopamina, pode-se
utilizar o SAME para equilibrar os níveis, já que
tem capacidade de degradar esse
neurotransmissor.

SEROTONINA
A serotonina é um neurotransmissor sintetizados
por neurônios específicos, mas maior parte da
produção é feita pela microbiota intestinal. Esse
neurotransmissor é fundamental para importantes
funções comportamentais e cognitivas, como o
sono, memória, emoções, apetite, humor, entre
outras. Além disso, a Serotonina desempenha
outras funções como, respostas imunológicas,
secreção de insulina, agregação plaquetária.

Sobre a bioquímica da Serotonina, é essencial a


presença de Vitamina B6 e do aminoácido
Triptofano, que é o precursor desse
neurotransmissor pois é o responsável pela
transformação em 5-HT, que é a Serotonina. A
dominância de Serotonina está relacionada a
indivíduos responsáveis, que acordam dispostos,
que são um pouco impulsivos e que gostam de
atividades
ao ar livre.

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Quando existe um desequilíbrio para o excesso
de Serotonina, ela vai gerar nervosismo,
ansiedade e extremos emocionais. E quando o
desequilíbrio é para a falta de Serotonina,
percebe-se apatia, tristeza e vontade de comer
doces.

Em relação aos nootrópicos que estimulam a


serotonina, pode-se citar a Griffonia simplicifolia
(5-HTP) que atua estimulando a síntese de
Serotonina; o Crocus sativus que inibe a
recaptação de Serotonina; a Bacopa monieri que
age potencializando o efeito pela melhora da
sinalização sináptica; a cúrcuma que atua com
seu efeito anti-inflamatório.

Sobre a bioquímica da Serotonina, é essencial a


presença de Vitamina B6 e do aminoácido
Triptofano, que é o precursor desse
neurotransmissor pois é o responsável pela
transformação em 5-HT, que é a Serotonina. A
dominância de Serotonina está relacionada a
indivíduos responsáveis, que acordam dispostos,
que são um pouco impulsivos e que gostam de
atividades
ao ar livre.

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ACETILCOLINA
A Acetilcolina é o neutransmissormais conhecido
do sistema colinérgico e é sintetizado a partir da
colina. Sobre o metabolismo da Acetilcolina, o seu
precursor é a Colina e a enzima que faz a
degradação de Acetilcolina é a Acetilcolinesterase,
por isso esta não pode estar em grandes
quantidades.

A dominância de Acetilcolina pode deixar o


indivíduo mais criativo, com mais facilidade de
aprendizagem comunicador, perceptivo, com boa
memória, artístico. Quando ocorre desequilíbrio
para o excesso desse neurotransmissor, pode
ocorrer ansiedade em em casos mais graves,
síndrome do pânico e paranoia. E quando se tem
desequilíbrio por falta de Acetilcolina, é comum
falta de atenção e de memória, dificuldade de
aprendizado e inflexibilidade.

Em relação aos nootrópicos que atuam


estimulando a Acetilcolina, pode-se citar a Acetil L-
carnitina, Citcolina, Alpha GPC são formas
diferentes de Colina que conseguem atravessar a
barreira hematocefálica e agir diretamente no
cérebro; a CoEnzima q10 e o Pqq tem ação
antioxidante; a Bacopa monieri que atua na
sinalização; e ainda o DHA, Gingko biloba, Creatina.

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GABA
O neurotransmissor GABA é o principal
neurotransmissor do tipo inibitório. Em relação ao
metabolismo do GABA, pode-se perceber relação
próxima com o metabolismo do Glutamato, já que o
próprio Glutamato pode ser convertido para GABA
dependendo do ciclo. O que determina se será
Glutamato ou GABA são os receptores, por isso
muitos dos nootrópicos que ativam o GABA agem
inibindo o receptor NMDA, que é o receptor
específico de Glutamato, pois assim a opção restante
é a formação de GABA. Além disso, a Glicina é
precursora do GABA e por isso indispensável no
metabolismo desse neurotransmissor.

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A dominância de GABA trás características como
calma, paciência, organização, estabilidade
emocional e pouco gosto por exercícios físicos.
Quando ocorre desequilíbrio por excesso de GABA,
percebe-se falta de produtividade, sono constante,
falta de atitude, preguiça. E quando existe
desequilíbrio por falta de GABA, predomina
irritação, nervosismo, impaciência, insônia,
ansiedade.

Sobre os nootrópicos que estimulam o GABA, a L-


teanina, a Glicina, o Magnésio treonato e o
Magnésio bisglicinato agem inibindo os receptores
NMDA de Glutamato; a Taurina e o cogumelo Reishi
agem estimulando o GABA; a Ashwagandha que
tem ação inibitória e relaxante.

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REFERÊNCIAS
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