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*mmedeiros@ufmg.br
Departamento de Química, Instituto de Ciências Exatas, Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO: Neste trabalho foi realizada uma pesquisa na Web, listando e analisando alguns sítios com conteúdos que
podem contribuir de maneira significativa para o ensino de química. Vídeos, simulações e animações foram os alvos
do trabalho. Percebeu-se que há muito material para ser aplicado no ensino de química, em português, e que é
importante a participação do professor, no processo de ensino-aprendizagem, desde a escolha do material até a
aplicação, pois o computador ou a Internet, por si só, não promovem melhoras no ensino.
INTRODUÇÃO
Tendo em vista as possibilidades que a Web pode prover para o ensino de química,
foram realizadas uma análise e avaliação de sítios que fornecem simulações, vídeos e animações,
de forma a mostrar algumas fontes de recursos, em idioma português, para aplicação de maneira
significativa no ensino.
RESULTADOS E D ISCUSSÃO
Este trabalho objetivou avaliar e analisar vídeos, animações e simulações que podem
contribuir de maneira significativa para o ensino de química, no Ensino Médio. Como Ponte
(1992) e Pachane (2003) observa m, o computador (ou a Web) por si só podem ser tanto uma
contribuição positiva como negativa para o processo de ensino-aprendizagem, em sala de aula,
pois é a maneira como eles são utilizados que determinará a sua contribuição. Sendo assim,
propomos algumas alternativas para que os professores possam selecionar, avaliar e determinar
se a contribuição que o material oferece é o que ele propõe para o ensino.
(i) Vídeos
os estudantes podem visualizar os fenômenos e criar as suas próprias “teorias” para explicar o
observado. A partir daí, o professor pode trabalhar a idéia do aprendiz, de maneira a explicar o
fenômeno observado e mostrar os erros e acertos na teoria. Entretanto, na maior parte das
escolas, de educação básica do país, não há laboratórios de ciências, o que poderia frustrar a
idéia de experimentação, se não fosse a possibilidade de visualização de vídeos, presentes na
Web.
contextualizados.
É interessante notar que embora alguns destes sítios apresentem textos no idioma inglês,
uma barreira para muitos, os vídeos não possuem locução, sendo de fácil entendimento. E
aqueles que possuem algum texto no idioma inglês, podem oferecer uma boa oportunidade de
interdisciplinaridade com o conteúdo de inglês, também lecionado na educação básica.
Além dos vídeos que abordam experimentos químicos, podem-se encontrar também na
Web, dezenas de vídeos que abordam fenômenos químicos presentes no cotidiano.
Outra fonte de vídeos na Web, que pode conter materia is úteis para o ensino de química
é o sítio YouTube (http://www.youtube.com). Entretanto, é necessário uma busca avançada no
sistema YouTube, para conseguir localizar os vídeos desejados.
Para todos os sítios da Web que oferecem vídeos sobre experimentos ou fenômenos
químicos, é necessária uma avaliação criteriosa pelos professores, pois erros conceituais podem
ser transmitidos. Além disso, é fundamental que os professores ao buscarem os vídeos, façam
uma seleção e adequação dos materiais aos objetivos que se desejam atingir, ao projeto
pedagógico adotado e também, às características dos estudantes. Essa é uma atitude essencial,
pois os professores terão em suas mãos uma valiosa biblioteca de vídeos, que tem a possibilidade
de fornecer um grande auxílio no processo de ensino aprendizagem de química, desde que
utilizada no momento certo.
(ii) Simulações
Na Web é possível encontrar diversas simulações que podem ser aplicadas no ensino de
química e, que podem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Algumas dessas simulações
podem ser agentes propiciadores de discussões e reflexões sobre um fenômeno ou conceito
químico, em conjunto com os colegas e o professor.
Caso um professor de ensino médio, que irá lecionar o conteúdo cinética química,
deseje utilizar uma simulação para facilitar o entendimento do conteúdo ou para auxiliar na
construção do conhecimento, pode-se utilizar a simulação disponibilizada em:
http://www.chem.iastate.edu/group/Greenbowe/sections/projectfolder/flashfiles/kinetics2/rxnRat
e01.html. A partir dessa simulação, pode-se calcular a velocidade da reação de decomposição de
água oxigenada, na presença de três distintos catalisadores (KI, FeCl3 e KCl), tendo como
referência, a produção de oxigênio gasoso.
Além das três ultimas simulações descritas anteriormente, uma série de outras podem
ser acessadas no sítio do grupo de pesquisa do professor Thomas J. Greenbowe, da Universidade
de Iowa, nos Estados Unidos da América, a partir do endereço:
http://www.chem.iastate.edu/group/Greenbowe/html%20%20files/resrch-simanim-content.html.
É possível encontrar simulações sobre termoquímica, lei dos gases ou eletroquímica, na qual
pode-se visualizar, de forma esquemática, a corrosão de alguns metais. Essas simulações não
apresentam sons e os textos, quando aparecem, são poucos. Dessa maneira, é necessária a
criação de um roteiro de uso para as simulações, ou a interdisciplinaridade com o conteúdo de
Inglês será bem vinda.
(iii) Animações
É possível encontrar diversos sítios da Web que disponibilizam animações sobre algum
conteúdo químico, entretanto, são poucos os que fornecem materiais que podem contribuir de
maneira significativa para o processo de ensino-aprendizagem de química.
CONCLUSÃO
Na Web são encontrados os mais diversos tipos de materiais que podem auxiliar, de
maneira significativa, no processo de ensino-aprendizagem de química. Entre esses recursos,
pode-se citar: os vídeos, as simulações e as animações, que são encontrados gratuitamente e
rodam em quaisquer computadores com acesso à Internet e que possuam alguns plugins
gratuitos, disponibilizados quando necessário, na própria página do material.
REFERÊNCIAS
_____. Ministério da Educação – MEC, Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Semtec.
PCN + Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares
Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/Semtec,
2002.
Munford, D., Lima, M.E.C.C. Ensinar ciências por investigação: em quê estamos de acordo?
Ensaio – Pesq. Educ. Ciênc. vol. 9, nº 1, jul. 2007.
Viera, S.L., Silva, D. Simulação de fenômenos de química e física para o ensino médio. II
Seminário de Teses e Dissertações da Faculdade de Educação (Unicamp), outubro, 2003.
Ponte, J. O computador: um instrumento da educação. Lisboa: Texto, 1992.
Pachanne, G. G. Educação Temática Digital, Campinas, vol.5, nº 1, 40 – 48, dez. 2003.
Hasse, S. H. Informática na educação:mito ou realidade? In: Lombardi, J.C. Pesquisa em
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