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DOCUMENTO DE AMPLIAÇÃO

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Nome:_________________________________ N.º______ Turma_____ Data: ____/____/____

“bullying”

O Observatório para a Segurança Escolar questiona o conceito “bullying” na realidade


portuguesa. Um responsável por aquele organismo salientou que o termo “inclui tudo”.
“É tão abrangente que se torna muito indefinido e acaba por dizer pouco, além de que não é
sensível às diferenças culturais”.
O “bullying” é um comportamento agressivo e intencional de alunos mais velhos, fortes ou
populares, sobre colegas mais novos e com menos popularidade, vítimas de rejeição social,
insultos diários e até maus tratos físicos, segundo a definição de Allan Beane, um especialista
norte-americano em Educação, que esteve recentemente em Portugal.
As crianças vítimas deste tipo de comportamentos são, geralmente, pertencentes a famílias
pobres, grupos marginalizados ou têm características pessoais particulares, incluindo deficiências.
O “bullying” é frequentemente repetitivo e insidioso.
Beane desafiou Portugal a criar uma campanha nacional contra a violência verbal, física e
social praticada reiteradamente entre alunos, uma situação que, no seu país de origem, afeta
entre 20% a 58% dos estudantes.
Esta forma de violência é cada vez mais comum nas escolas norte-americanas, tendo-se
tornado já uma das principais causas de absentismo escolar, levando mais de 160 mil alunos a
faltar às aulas com medo.

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Os rapazes são os principais praticantes do
“bullying” físico, ameaçando, empurrando ou batendo
em colegas mais fracos, enquanto as raparigas
preferem o “bullying” social, cometido com recurso a
ofensas, humilhação, disseminação de boatos
maldosos e rejeição de outros jovens.
Diariamente sujeitas a humilhações, as vítimas de
“bullying” caracterizam-se por terem baixa auto-
estima, ansiedade e depressão, que muitas vezes
substituem por sentimentos de raiva, ódio e
vingança.
Segundo Allan Beane, a mudança repentina na
assiduidade e no desempenho escolar, perda de apetite, sintomas físicos como dores de barriga,
pesadelos, quebra de auto-estima e súbitas mudanças de humor são alguns dos principais sinais
evidenciados pelas vítimas, a que pais e professores devem estar alerta.
Em Portugal, estas situações têm sido controladas por professores atentos às atitudes dos
mais jovens. Nos EUA, as escolas já foram palco de tiroteio com origem em problemas de
“bullying”.
A Convenção sobre os Direitos da Criança exige que os Estados tomem medidas adequadas
para garantir que a disciplina escolar seja administrada em conformidade, tendo em conta que
milhões de crianças em todo o Mundo passam mais tempo na escola do que em qualquer outro
local. Salienta-se a importância da criação de programas que tenham em conta o ambiente
escolar, incluindo aspetos como a resolução de conflitos de modo não violento e políticas de
combate ao “bullying”.
A família desempenha um papel fundamental, já que a experiência tida em família influenciará
intensamente os comportamentos que assumirão como adultos. É em casa que as crianças
devem experimentar o amor, a paz e a compreensão recíproca. Mas as crianças têm, também, o
direito de receber uma formação específica para a paz, na escola e demais estruturas educativas.
Revista Audácia, fevereiro de 2007 (adaptado)

Proposta de exploração
1. Define “bullying”, segundo Allan Beane.
2. Indica as características das crianças que habitualmente são vítimas de “bullying”.
3. Refere a principal característica deste comportamento violento.
4. O “bullying” é um fenómeno vulgar nas escolas norte-americanas. Já constataste a ocorrência
deste comportamento na tua escola ou na tua turma?
4.1. Se respondeste sim, sugere uma forma de o resolver. (Não deves esquecer que problemas
desta gravidade devem ser tratados de uma forma sigilosa e com a ajuda de professores.)
5. Comenta o último parágrafo do texto.

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