Você está na página 1de 1

ENCALÇO

Um rastro pela casa.


Pés descalços, restos de mato
de terra
Sigo no encalço,
o gato nã o me segue. Espreita.
A casa cresce.
Atravesso cozinha, sala, quartos
corredores longínquos
cô modos inauditos
A casa, ú mida, escurece e exala
cheirodores malditos
feitiços, fogueira
O silêncio vira cis de cigarras,
elas chegam de toda parte,
o gato nã o caça.
Orquestra lancinante embala o passo.
Acabou-se o rastro.
Nã o há vestígio, nem fera, nem dom
Nã o há forma de casa,
tudo é mato.
Quando tropeço em galhos,
e, de sú bito, observo meus pés na terra,
Gargalho.
O eco assusta o gato,
escondido, sá bio.
Meus pés virados, caminhos inversos deixaram
Enquanto eu seguia o encalço,
enquanto esqueci meu destino.

Você também pode gostar