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Maneio diário e
bem-estar do cavalo
Cláudia Rachão
Dezembro de 2020
ÍNDICE
PLANO DE FORMAÇÃO ......................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4
1. ALIMENTOS ...................................................................................................................... 5
1.1. Energia fornecida pelo Alimento ............................................................................... 5
1.2. Qualidade de um alimento .......................................................................................... 6
1.3. Tipos de Alimentos ...................................................................................................... 6
1.4. Exigências de nutrição .............................................................................................. 13
1.5. Atividades reprodução e lactação ............................................................................ 14
1.6. Crescimento ............................................................................................................... 15
1.7. Trabalho ou exercício................................................................................................ 15
1.8. Maneio alimentar ...................................................................................................... 16
1.9. Regras Gerais: ........................................................................................................... 16
1.10. Como e quando alimentar um cavalo .................................................................. 17
1.11. Frequência e horário das refeições ...................................................................... 17
1.12. Alimentação em grupo .......................................................................................... 18
1.13. Alimentação Individual......................................................................................... 19
1.14. Estimativa do peso vivo......................................................................................... 19
2. CUIDADOS E MANUTENÇÃO DOS CAVALOS, DAS INSTALAÇÓES E DOS
EQUIPAMENTOS .................................................................................................................... 21
2.1. Limpeza de instalações.............................................................................................. 21
2.2. Limpeza de arreios e acessórios ............................................................................... 23
2.3. Limpeza dos cavalos .................................................................................................. 24
2.4. Arreios e equipamentos utilizados ........................................................................... 28
2.5. Aparelhação ............................................................................................................... 31
2.6. Aplicação de diversos equipamentos ....................................................................... 37
2.7. Verificação do estado físico do cavalo ..................................................................... 49
2.8. Constantes fisiológicas normais do cavalo .............................................................. 50
3. REGRAS DE TRANSPORTE, EMBARQUE, TRANSPORTE E DESEMBARQUE
DE CAVALOS EM ATRELADO E CAMIÃO ...................................................................... 51
3.1. Outras informações relativas ao Transporte de Animais: ..................................... 52
3.2. Preparar o cavalo para uma viagem........................................................................ 53
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 59
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 60
PLANO DE FORMAÇÃO
Designação da Formação: 3450 - Maneio diário e bem-estar do cavalo
• Alimentação
Conteúdos
o Métodos de alimentação
Programáticos
o Rações
o Horários e quantidades
o Atitudes dos cavalos
• Cuidados e manutenção dos cavalos, das instalações e equipamentos
o Limpeza de instalações
o Limpeza das camas
o Limpeza de arreios e acessórios
o Limpeza dos cavalos
o Arreios e equipamentos utilizados
o Aparelhação
o Verificação do estado físico do cavalo
o Regras de transporte
o Preparar o cavalo para uma viagem
o Embarque, transporte e desembarque de cavalos em atrelado e
camião
INTRODUÇÃO
O cavalo é um animal que foi feito para viver livre. Ao longo de muitos anos o
cavalo se adaptou ao meio ambiente e se desenvolveu a fim de estar sempre pastando,
atento para fugir de predadores e ter a sensação de proteção e bem-estar quando está junto
ao seu bando.
Hoje, a grande maioria dos cavalos domésticos vive em estábulos, com horários
fixos de alimentação e com socialização intraespecífica restrita ou quase nula. Conhecer
mais profundamente o comportamento natural do cavalo capacita-nos a compreendê-los
melhor, reconhecer as suas necessidades psicológicas e fisiológicas, e entender o motivo
de não conseguirmos o que estamos requisitando dele.
O tratador, o equitador, o instrutor de equitação, o terapeuta de equitação, o
médico veterinário e todas as outras pessoas que têm o mínimo de contato com os equinos
deveriam aprender mais sobre os conceitos básicos do comportamento equino.
Este domínio possibilitará ao homem bem instruído, adotar estratégias de maneio,
a fim de evitar causar medo, stress e dor a estes animais, além de fazer-se compreender
pelo cavalo e conseguir "ler" a sua peculiar linguagem corporal.
Ou seja, é fundamental para todos os que amam esse exímio animal!
Volumosos
Deve-se fornecer a cada cavalo um mínimo de 0,75 kg a 1 kg de volumosa por
100 kg de peso corporal por dia sob a forma de feno ou pastagem de boa qualidade. Os
cavalos que tenham acesso a pastagem durante, pelo menos, 4 horas diárias, consumirão
uma quantidade suficiente de volumoso para reduzir significativamente as necessidades
de feno. O volumoso adiciona grande volume à dieta e tende a diluir os alimentos
concentrados, prevenindo assim a fermentação rápida no intestino, o que poderia causar
cólica ou laminite.
As foragens são os alimentos mais comuns e mais utilizados, e mais económicos.
Contudo o seu valor nutricional é o mais difícil de precisar.
Entre as forragens, podemos distinguir as forragens verdes, que podem constituir
a totalidade da ração na pastagem, e as forragens conservadas, que são os fenos, silagens
e palha, mais frequentemente complementadas com os alimentos concentrados.
mais ou menos endurecidos e ocos por dentro, do tipo de cana, as flores são pequenas e
pouco vistosas. Fazem parte desta família todos os cereais como o arroz, o centeio, o
milho, o trigo, a cevada, o milho-miúdo, o sorgo, etc.
Quanto maior for o número de grãos de uma forragem, maior é o seu valor
nutritivo.
O ideal é ter uma pastagem contendo gramíneas e leguminosas, que não só fornece
a maior quantidade e equilíbrio dos nutrientes totais como permite uma estação mais
longa de pastoreio.
Palha
Constituída quase exclusivamente de colmos maturos, tem uma fraca
digestibilidade. Para a alimentação do cavalo é preferível a palha de aveia, que ao ser
menos celulósica, é ligeiramente mais digestível. No entanto a palha de trigo é a mais
usada, por ser a mais comum, sendo também utilizada muito frequentemente para a cama
dos cavalos.
Silagem ou fenação
Para se obter uma silagem, as forragens, de milho, sorgo e pequenos cereais ou
grãos, são cortadas sem serem secas (ou são humedecidas). As plantas inteiras, talos,
folhas e grãos, são então picadas e compactadas, sendo de seguida colocadas em
estruturas que as protegem da exposição ao ar, denominadas por silos. Este meio permite
obter um rendimento máximo de nutrientes por unidade de solo.
A silagem, quando é de boa qualidade, é altamente nutritiva. Por outro lado, se
estiver estragada ou mofada, pode ser tóxica para os cavalos. Como é um alimento
fermentado, alguns cavalos podem não querer comê-lo até se habituarem. Não deve
constituir mais de metade da forragem na ração animal.
Nem todos os equinos têm a mesma necessidade de nutrientes, assim sendo pode-
se usar diferentes fenos (de diferentes espécies: gramíneas X leguminosas; ou de
diferentes estádios de maturidade) para as diferentes categorias.
Éguas e cavalos adultos usados para atividades de recreação têm baixas exigências
nutricionais quando comparados com éguas lactantes, potros em crescimento e animais
submetidos a grandes esforços.
O fornecimento de um feno de melhor densidade de nutrientes para animais com
baixa exigência nutricional pode fazer com que o animal engorde ou então fazer com que
o animal comendo menos supra as suas exigências.
Este último especto, em um primeiro momento pode parecer muito bom porque
dá uma impressão de economia. Entretanto, essa restrição na quantidade ingerida pode
fazer com que o apetite do animal não seja satisfeito e levá-lo a mastigar outras coisas
como pedaços de madeira, cercas, árvores, etc., criando um comportamento indesejável.
Concentrados
Grãos de cereais
Os grãos de cereais ocupam um lugar crescente na ração do cavalo à medida que
se elevam as necessidades energéticas, principalmente pelo aumento da intensidade do
trabalho. Assim, uma vez, que estes grãos são utilizados principalmente como fonte de
energia, o custo em relação à energia oferecida deve ser o fator mais importante a
considerar na escolha do tipo de grão. A maioria dos equinos prefere alimento ao qual
está habituado e, por isso, a ingestão de grãos de cereais, muitas vezes, é diminuída
quando se muda o tipo de grão fornecido.
Como os grãos de cereais mais comuns podemos encontrar a aveia, o milho, a
cevada, o trigo, o centeio e sorgo.
• Cenouras – podem ser dadas até 10 kg/cavalo/dia, não são nefastas para a
saúde, mas quando dadas em excesso podem ter efeito laxante, devido ao
seu volume podem diminuir o apetite do cavalo e fazê-lo baixar o nível de
alimentação global
• Mel – O mel é uma fonte energética muito apetente e menos rápida de ser
usada pelo músculo que o açúcar.
• Óleo – A adição de óleo vegetal na ração (60 ml, 2 vezes por dia) torna o
pêlo do cavalo mais brilhante. Os óleos vegetais são ricos em ácidos
gordos.
Alimentos completos
O alimento completo permite assegurar a cobertura de todas as necessidades
nutritivas dos cavalos. Os alimentos completos permitem fornecer rações bem ajustadas
tanto a nível qualitativo como quantitativo.
1.4. Exigências de nutrição
A ração deve ser sempre avaliada seguindo esta ordem. Deve sempre começar por
garantir que a água é suficiente e que os hidratos de carbono e gorduras do alimento
garantem a manutenção das exigências energéticas do animal. De seguida, assegurar que
a ração contém quantidades adequadas de outros nutrientes para que todas as necessidades
sejam atingidas. É indispensável ter em conta que as exigências nutricionais variam com
a idade, com o trabalho a que os animais estão sujeitos e no caso das fêmeas, nos períodos
de gestação e lactação.
Energia
As exigências podem ser medidas em Megacalorias de Energia Digestível (ED) e
a mudança de peso é a maneira mais fácil de avaliar a adequação ou não do consumo de
energia.
A avaliação desse parâmetro deve ser incorporada na rotina diária de avaliação do
animal e deve-se fazer ajustes no consumo de concentrado entre 10 e 15 % do que está
sendo atualmente consumido para que se consiga o ajuste no ganho ou perda do peso.
Conforme a qualidade do volumoso oferecido, muitas vezes animais adultos em
manutenção podem satisfazer as suas exigências somente com a forragem.
Proteína
As exigências de proteína para animais em manutenção são baixas e normalmente
podem ser satisfeitas com uma forragem de boa qualidade. O consumo de proteína acima
das exigências é desnecessário, caro e transformado em energia, podendo prejudicar o
animal em determinadas situações. Há algumas pesquisas que mostram um efeito
negativo sobre o balanço de líquidos e desempenho de animais que participam de provas
de resistência quando são alimentados com dietas de altos teores de proteína.
Cabe ressaltar que um leve excesso não tem comprovação científica de que irá
prejudicar o animal visto que as proteínas são compostas de carbono, hidrogênio,
oxigênio e nitrogênio onde os 3 primeiros compostos são transformados em
energia e o último excretado via urina.
Minerais
Como na maioria dos alimentos (com exceção de rações comerciais) os níveis de
sódio são abaixo das exigências, sugere-se que seja oferecido um sal mineralizado de boa
qualidade aos animais.
As forragens normalmente possuem concentração média/alta de cálcio e fósforo
para animais em manutenção. Dietas onde a relação cálcio: fósforo esteja entre 1,5 ou
2,0: 1 podem ser adequadas para a maior parte das categorias de animais e nunca deve ser
inferior a 1: 1. Entretanto, para animais adultos essa relação pode chegar até 5: 1.
A observação dos componentes da dieta é muito importante. Por exemplo, feno
de alfafa ou de outras leguminosas ricas em cálcio podem ter relações Ca: P de até 15: 1,
Vitaminas
Normalmente as exigências de manutenção podem ser satisfeitas também com
uma forragem de boa qualidade.
Entretanto, há variações nas concentrações de vitaminas entre os vários tipos de
alimentos, há perdas de vitaminas durante os processos usados para fazer a conservação
de alimentos (por ex: feno) de forma que muitas vezes se faz necessário a suplementação.
Outro aspeto importante é que os equinos sintetizam as vitaminas do complexo B e para
animais em manutenção a suplementação é praticamente desnecessária.
Água
Um suprimento adequado de água é essencial para os equinos. O conteúdo de água
corporal é relativamente constante (68 a 72% do peso do corpo desengordurado). Um dos
principais fatores influenciando o consumo de água é o consumo de alimentos (segundo
a literatura, 2 a 3 litros de água para cada kg de matéria seca consumida).
Dependendo do exercício praticado as exigências de água podem ser aumentadas entre
20 e 300%.
1.6. Crescimento
Deve-se sempre incluir forragens (bons pastos, fenos) na dieta dos animais para
que seja mantido um bom funcionamento do trato digestivo.
Como regra geral, a exigência de forragem pode ser preenchida fornecendo-se em
torno de 1 % do peso vivo do animal (ex: feno).
Em algumas situações onde exige-se muito dos animais ou, com fêmeas lactantes,
é necessário fornecer algum tipo de concentrado (incluindo aqui rações comerciais) que
são mais digestíveis do que as forragens. Assim sendo, a formulação da parte concentrada
da dieta deve levar em consideração as exigências nutricionais da categoria em questão e
a proporção dessas exigências que serão preenchidas pelo volumoso (forragem).
Como regra geral, quando os animais são alimentados com feno de alfafa
(leguminosa rica em proteína), pode-se sugerir uma ração (concentrado) com um menor
teor de proteína bruta. Já se a forragem for um feno de gramínea (Tifton, Coast-Cross,
etc.., que possuem menores teores de proteína) pode-se sugerir uma ração (concentrado)
com um teor maior de proteína bruta.
A manutenção de um padrão dos alimentos que compõem a dieta é muito
importante na alimentação de equinos. Se houver necessidade de mudança, faça-a de
forma gradual.
Lembre-se que há uma variabilidade individual muito grande e que o olho do
tratador é uma ferramenta muito importante principalmente para definir se a ingestão de
energia está sendo adequada.
Como o animal é alimentado quer dizer em que tipo de sistema de alimentação ele é
mantido: em grupo ou individual. Quando o animal é alimentado inclui o número e
horário das refeições. Uma boa prática de alimentação irá fazer com que o animal
consuma a dieta adequadamente, tendo um mínimo desperdício.
Apesar de não ser tão exato como a balança, pode-se estimar o peso do cavalo utilizando
uma fita métrica e fazendo os cálculos necessários.
2º passo: Calcular
Adulto
Ou seja, multiplicar o valor que obteve da cilha por ele próprio (cilha x cilha) e depois
deve multiplicar pelo valor que obteve do comprimento (cilha x cilha x comprimento) e
de seguida dividir por 11900 (cilha x cilha x comprimento / 11900).
Exemplificando, um cavalo que mede 170 cm na cilha e 160 de comprimento deverá ter
perto de 388 kg – 170 x 170 x 160 / 11900
Potro
Existem outros cálculos mais exatos, mas a dificuldade de execução é elevada. Para o
cálculo de dosagem de alimentos, medicamentos ou comparação de pesos antes/depois
de uma viagem ou competição, estes cálculos são suficientes.
Para saber se um cavalo está em forma, pode fazer uma apalpação às seguintes zonas:
garrote, pescoço, atrás dos ombros e costelas. Um cavalo gordo tem estas zonas cobertas
com gordura, um cavalo magro tem essas zonas demasiado expostas. Num cavalo com o
peso ideal, as costelas não estão visíveis, mas podem ser sentidas com o passar dos
dedos.
2. CUIDADOS E MANUTENÇÃO DOS CAVALOS, DAS
INSTALAÇÓES E DOS EQUIPAMENTOS
Pisos: Os pisos mais indicados são os de cimento recoberto com serrim ou aparas de
madeira ou papel, e o piso sintético de borracha. São os mais fáceis para a desinfeção e
limpeza diária, impedindo a proliferação de bactérias e fungos oportunistas. O piso de
terra é o menos indicado por apresentar maior contaminação para os animais.
Cama: A cama deve ser examinada pelo menos duas vezes ao dia (de manhã e à tarde).
Com o garfo retire todo o esterco e toda a parte molhada pela urina, lembrando que toda
a cama retirada junto com o esterco e com a urina deve ser reposta, para que não haja
desníveis. Mesmo com essa limpeza diária deve-se ficar de olho nos níveis de amônia. A
amônia é um composto nitrogenado presente na urina dos cavalos, mas em níveis altos
pode ser nociva, causando condições inflamatórias nas vias aéreas dos equídeos. Boa
ventilação e estratégias de higiene práticas, como citamos, são necessárias para livrar
umas boxes de amônia.
Comedouro e bebedouro: Devem ser lavados com água corrente duas vezes ao dia.
Deve-se limpar o comedouro de ração após cada refeição, com a ajuda de uma escova
para tirar partículas de alimento que sobraram, evitando que elas apodreçam e sejam
ingeridas pelo seu cavalo na próxima refeição.
Fique atento ao limo que pode se desenvolver no fundo do bebedouro e trazer problemas
para a saúde digestiva dos equinos. Portanto esvazie o bebedouro e esfregue o fundo e as
laterais para limpá-lo.
Uma vez entendido a importância de cada estrutura que compõe uma boxe e o
ponto crítico de cada espaço, podemos citar como cada estrutura deve ser limpa e o que
temos para essa desinfeção. Para a desinfeção da boxe, a periodicidade com que se deverá
ser feita depende principalmente de condições ambientais, do tipo de piso, sendo que nos
pisos de terra a desinfeção deve ser mais frequente, e se houve ou não animais doentes
naquela instalação.
Desinfeção do piso com cal: A cal possui potente ação germicida, ou seja, é capaz de
destruir todos os microrganismos. As vantagens da cal são o baixo custo, o fácil acesso
no comércio, a boa eficácia e a fácil aplicação. Uso da cal em piso de cimento: primeiro
faça a limpeza seca com uma vassoura para remover toda a sujeira, depois lave o piso
com água corrente e espelhe a cal virgem (1 kg/m2) por toda a superfície ainda húmida,
se necessário borrife mais água. O tempo de ação é de aproximadamente 2 horas. Por fim
remova toda a cal sem deixar resíduos significantes. A cal pode ser usada também para a
desinfeção de pisos de terra.
Nos comedouros e bebedouros deve-se fazer a limpeza seca primeiro, retirando
toda a sujeira. Depois com água corrente e auxílio de um detergente esses comedouros
devem ser lavados. Lembrando que para que a desinfeção seja eficaz é necessário a
remoção de toda matéria orgânica. O recomendado é utilizar uma solução de detergente,
para facilitar a limpeza. Esses detergentes devem ser substâncias com ação humedecedora
e surfactante que com adição de água aumentam seu poder de remoção de sujeira. Além
disso, deve ter efeito emulsionante dissolvendo e saponificando as gorduras, para que
essas não voltem a se depositar na superfície.
Com a baia corretamente desinfetada, seu animal estará mais confortável e com
menos stress, o que o deixará menos tenso e irritado facilitando o maneio, proporcionando
ganho de peso e uma vida mais saudável a ele.
Todas as pessoas que possuem ou trabalham com cavalos devem ser responsáveis também
pelo material usado pelos cavalos. Devemos lembrar de tudo que o cavalo necessita para viver,
incluindo os materiais de cocheira que fazem parte do maneio destes animais.
Limpeza da Sela
• O ideal é limpar o material após cada uso; neste caso, é suficiente a limpeza com sabão de
glicerina.
• O uso do óleo será mensal ou quinzenal, conforme o estado do couro, ou ainda após exposição
intensa a água, suor ou lama;
• Quando a limpeza de material é esporádica, o óleo pode ser usado com mais frequência, até
mesmo a cada limpeza, desde que seja empregado com moderação, sem encharcar o couro;
• Para a limpeza, molhar a esponja e espremê-la em seguida, deixando-a apenas ligeiramente
húmida. Passar o sabão na esponja, com a intenção de fazer um “creme” que será aplicado no
couro.
• O sabão não deve fazer espuma, nem deixar traços de humidade no couro; se isto acontece, a
esponja está molhada demais;
• A esponja deve ser enxaguada frequentemente no balde sempre que ficar suja. O pano pode ser
usado para retirar excesso de humidade;
• Se o material está muito sujo, é preciso limpá-lo primeiro com a esponja mais molhada, secando-
o logo em seguida com o pano, e se necessário deixando-o secar à sombra antes de continuar;
• Periodicamente, é necessário retirar os detritos das costuras, utilizando palitos de dente ou uma
escovinha húmida;
• Também esporadicamente, é aconselhável limpar os metais (estribos, fivelas, argolas) com bom-
bril, tendo em atenção para não danificar o couro. Em alpaca e latão, pode passar-se “Silvo” ou
produto similar;
• Uma boa maneira de passar óleo, especialmente em material limpo frequentemente, é colocar
uma gota de óleo na esponja húmida, junto com o sabão de glicerina. Assim, os dois produtos são
aplicados simultaneamente, poupando tempo;
Limpeza da Cabeçada
• Caso a embocadura seja lavada após cada uso, não é necessário retirá-la da cabeçada; se a
embocadura estiver muito encardida, desmontá-la e deixar de molho no balde, deixando sua
limpeza para o final;
• Pendurar a cabeçada num gancho ou cabide próprio, afastando entre si cabeçada, rédeas, peitoral
e gamarras;
• Aplicar a esponja com sabão de glicerina, e eventualmente óleo, da maneira descrita acima,
abrindo fivelas e passadores, e dando especial atenção às áreas em contato com metal, bem como
aquelas mais expostas ao suor do cavalo;
• Uma boa limpeza se caracteriza pelo fato de a cabeçada imediatamente ficar com melhor aspeto,
destacando-se das demais;
• Por último, limpar a embocadura e recolocá-la na cabeçada; pendurar a cabeçada da mesma
maneira que é posta no cavalo (cabeçada-rédeas-peitoral), alinhando testeira, focinheira e
embocadura; É possível enrolar cisgola e focinheira em volta da cabeçada, o que aumenta a
organização e facilita o transporte do material;
• Caneleiras, cloches e outros protetores de material sintético devem ser lavados com água e sabão
logo após o trabalho - por exemplo, no duche, após o cavalo - e deixados a secar à sombra;
• Caneleiras e protetores de boleto de couro devem ser lavadas com água e sabão de glicerina, e
depois tratadas com óleo conforme a necessidade;
• As mantas devem ser escovadas diariamente, depois de secas, retirando os pêlos e parte da
sujidade. Devem ser lavadas no mínimo quinzenalmente;
A limpeza diária é um cuidado necessário ao pêlo, pele, crina e cauda e também aos cascos
do cavalo que está recolhido. Um tratador experiente demora de meia a três quartos de
hora nesta tarefa. Um novato precisará provavelmente de mais tempo devido a fadiga
causada por um trabalho a que não está habituado. No entanto um trabalho bem feito tem
as suas compensações, já que haverá poucas coisas que agradam mais do que um cavalo
bem tratado.
Estojo de limpeza:
Antes de começar a limpar o seu cavalo, todos os cavaleiros devem ter uma noção do
que um estojo de limpeza deve conter.
Cardoa – Para tirar a sujidade maior, lama agarrada e poeira, tendo bastante
aplicação na limpeza do cavalo em geral.
Para limpar os cascos, o cavaleiro deve colocar-se ao lado dos membros, tomando
sempre muita atenção aos membros posteriores. De seguida, o cavaleiro deve passar a
mão no membro, pedindo ao cavalo que ele o levante. O cavaleiro deve segurar o casco
do cavalo com uma mão e com a outra limpar com o ferro de cascos no sentido contrário
ao vértice da ranilha.
No final da limpeza, o cavaleiro deve guardar o ferro de cascos e passar o unto,
em todo o casco (na palma e muralha), com o pincel próprio.
Dicas:
Se não conseguir que o seu cavalo levante o membro, peça ajuda ao tratador ou
ao seu monitor.
Se o cavalo for novo, vá com calma, faça com que ele se sinta confortável com o
seu toque. Acaricie-o no corpo, nos membros anteriores e posteriores e só quando ele
estiver à vontade e descontraído, peça para ele levantar a mão ou o pé.
Por vezes os insetos podem atrapalhar na tarefa, se for o caso, utilize o spray
para insetos no seu cavalo.
O cavalo deve ser limpo sempre de cima para baixo e de frente para trás. O
cavaleiro pega na almofaça e na brussa, passando a primeira três vezes em movimentos
circulares, no pêlo do cavalo (se o cavalo for muito sensível, é aconselhável que se utilize
a almofaça de borracha) e a segunda deve-se passar no pêlo com movimentos curtos e a
cada três passagens o cavaleiro precisa de passá-la na almofaça para extrair o pó e a
sujidade. No fim de passar a almofaça e a brussa, o cavaleiro deve pegar na cardoa e em
movimentos leves e curtos, deve repetir o processo de limpeza de cima para baixo e de
frente para trás. No final passe a luva para brilho em todo o corpo, deve utilizar esta luva,
também nos membros, pois ela retira a poeira e dá brilho.
Dicas:
Antes de escovar o pêlo o cavaleiro deve começar na crina, depois sim passar para
o corpo e no final passar para a rabada. Deve pegar na cardoa e passar madeixa a madeixa
para retirar a sujidade e o pó. Se desejar entrançar as crinas ou se elas estiverem muito
embaraçadas, deve passar com o amaciador de crina e rabada e com o pente para fazer a
divisão correta para entrançar.
Quando passar para a rabada tenha atenção para não se colocar atrás do cavalo,
em vez disso, coloque-se ao lado de um dos membros posteriores do cavalos, pegue a
rabada com uma mão e puxe-a até si, depois vá largando pequenas madeixas para as
limpar. Para limpar a rabada, o cavaleiro pode passar a cardoa, primeiro para tirar restos
de palha ou de aparas. Depois passe o amaciador de crina e rabada e a escova, limpando
sempre primeiro a parte de baixo da rabada, até estar desembaraçada e assim
sucessivamente até chegar ao topo, desta maneira não vão cair muitos fios da rabada.
2.4. Arreios e equipamentos utilizados
Cabeçada
As cabeçadas são ajustáveis nas fivelas porque as cabeças dos cavalos não são todas do mesmo
tamanho, mas o desejável é que cada cavalo tenha a sua cabeçada de trabalho, tal como a de
prisão.
• Cachaceira: Parte do arreio que passa por detrás das orelhas do animal;
• Testeira: Parte da cabeçada que cinge a testa. Não é regulável e, por isso, deve ser
escolhida com tamanho suficiente para não comprimir a testa, o que leva a cachaceira a
magoar as orelhas;
• Cisgola ou Sisgola: Parte do arreio que passa pela parte inferior da goela e que evita que
a cachaceira possa deslizar para a frente. Normalmente mais fina não pode, em caso
algum, comprimir o topo da garganta ou a goela do cavalo, devendo caber uma mão entre
ambas;
• Focinheira: Peça da cabeçada destinada a impedir que o cavalo abra a boca e se furte ao
efeito dos ferros ou embocaduras. Serve para limitar a abertura e não para fechar a boca.
Por isso o seu ajustamento é delicado porque, se insuficiente, não serve para nada, mas
se excessivo é, muitas vezes, a causa direta de instabilidade da cabeça e enervamento do
cavalo. Em qualquer dos vários modelos existentes devemos ter a noção que ajustar, não
é apertar nem a boca nem as narinas.
• Embocadura: Peças que estão colocadas na boca do cavalo. O Mais vulgar é o bridão
ou o freio com o bridão. Na gíria também se lhe chama ferros.
• Bridão: Peça metálica do arreio de cabeça que é constituída por um bocado articulado
com argolas que afivelam nas faceiras e/ou rédeas. Atua sobre as comissuras labiais,
magoa menos que o freio.
Selas
Existem 3 tipos básicos de sela:
Patilha- É a parte traseira da sela. Deve sempre ser mais alta que o cepilho.
Coxim- Deve ser ligeiramente inclinado para frente, a fim de aliviar o lombo do cavalo e distribuir
o peso do cavaleiro mais próximo à cernelha, onde passa a vertical do centro de gravidade do
cavalo, mantendo, assim, um perfeito equilíbrio do conjunto.
Suadouro- É a parte inferior da sela, que exerce pressão direta sobre a região dorso-lombar do
cavalo, apoiando-se sobre a manta. Por isso, deve ter enchimento perfeito para atuar como
amortecedor.
Abas e abinhas- As abas devem ser suficientemente longas para dar apoio perfeito às pernas e,
normalmente, têm uma saliência acolchoada na frente, destinada a apoiar os joelhos. As abinhas
são curtas, cobrindo o apoio dos loros e dando mais estética às selas.
Cilha- É a peça de couro, algodão ou náilon que passa pelo tórax do cavalo, tendo a finalidade de
ajustar a sela, dando segurança ao cavaleiro. Deve passar atrás do codilho para não causar
ferimentos.
Loros- São tiras de couro que sustentam os estribos, colocados de preferência na vertical que
passa pelo centro de gravidade do cavalo.
Estribos- Servem de apoio aos pés do cavaleiro, devendo sempre ficar perpendiculares ao corpo
do cavalo, para facilitar a flexão e a solidez do cavaleiro.
Equipamentos de proteção
Todos os tipos de proteção são indispensáveis para manter a boa saúde das articulações,
tendões e ligamentos.
Impedem o contato da ferradura com áreas sensíveis do animal, evitando cortes e lesões.
Protegem as articulações do impacto com obstáculos ou durante o transporte.
2.5. Aparelhação
Preparativos - A sela:
Preparativos - A cabeçada:
Fale ao cavalo à medida que se aproxima e aparelhe-o pelo lado esquerdo, se o cavalo
lhe for desconhecido, caso contrário mantenha o hábito de o fazer em ambos os lados.
É usual por primeiro a gamarra, o colar e depois o arreio, com a cilha levantada, e
finalmente a cabeçada; isto permite a sela acomodar-se no dorso do cavalo e, no tempo
frio, aquecer. Também evita que o cavalo se impaciente ou que tente mordê-lo, o que viria
a acontecer mais cedo ou mais tarde, se este for aparelhado e apertado logo de seguida.
Quanto mais próximo se mantiver da espádua do cavalo menos probabilidades terá de
apanhar com um coice.
Procedimento – A sela:
➢ Solte o cavalo, ponha a gamarra, com a fivela do colar do lado esquerdo, e volte
a prendê-lo.
➢ Alise o pêlo com as mãos no sítio onde vão assentar a sela e a cilha, certificando-
se que não têm sujidade, suor seco ou qualquer corpo estranho que cause
ferimentos.
➢ Segurando a arcada da frente com a mão esquerda e a detrás com a mão direita,
coloque a sela suavemente, mas bem afrente do garrote.
➢ Deixe-a escorregar para trás numa posição que não fique nem no garrote nem nos
rins do cavalo. Nunca faça a sela deslizar para a frente contra o correr do pêlo.
➢ Verifique se a aba suadora da sela não está dobrada e tudo está liso e direito sobre
as abas.
➢ Se usar um xairel, veja se está direito e bem puxado, com folga sob arcada da
frente.
➢ Indo por baixo ou pela frente vá rápido, mas calmamente até ao pescoço do cavalo,
do lado direito. Baixe a cilha e veja se tudo está também direito sobre esta. É muito
importante que vá de volta para fazer isto, já que não pode verificar corretamente
por cima do arreio.
➢ Voltado para o lado esquerdo e mantendo o ombro perto da espádua do cavalo,
dobre-se e pegue na cilha, enfie na argola da gamarra e afivele-a de maneira a que,
não ficando apertada, o esteja suficientemente para que a sela não escorregue.
Para uma confirmação deve conseguir passar a mão entre a cilha e o cavalo.
Certifique-se que a pele não faz nenhuma prega por trás dos codilhos e de que as
fivelas da cilha estão à mesma altura.
➢ Depois de apertar a cilha, deve ter ainda mais quatro furos na correia da cilha
acima da fivela, também do lado esquerdo. Se não houver, é porque a cilha é
demasiado comprida. Deixe as proteções das fivelas para cima até a cilha ser
definitivamente apertada. O aperto da cilha deve ser verificado periodicamente
durante o trabalho, especialmente no caso de um cavalo que se contraia. A cilha
deve estar suficientemente apertada, de maneira a assegurar-se que o arreio não
vai escorregar, mas não tão apertada que cause desconforto desnecessário.
Procedimento – A rabicheira:
Procedimento – A cabeçada:
A figura que se segue ilustra 2 métodos. Os primeiros passos são os mesmos para qualquer
deles:
➢ Tire a cabeçada de onde a tinha pendurado, ponha a mão esquerda sobre a testeira
e cachaceira e coloque a cabeçada sobre o braço com a testeira perto do cotovelo.
➢ Coloque as fivelas das rédeas à frente da cachaceira no braço esquerdo, deixando
as duas mãos livres.
➢ Enfie as rédeas na cabeça e pescoço do cavalo. Assim poderá segurar o cavalo
quando retirar o cabeção de prisão.
➢ Retire o cabeção de prisão e pendure-o – não o deixe cair simplesmente num lugar
em que tanto você como o cavalo o possam pisar.
➢ Se o cavalo estiver na boxe ou cavalariça, vire-o para a luz e continue seguindo o
método 1 ou o método 2.
Método 1
➢ Aperte a cisgola, permitindo que toda a sua mão passe entre esta o lado da maxila,
quando a cabeça do cavalo está levantada. Nunca deverá ficar tão apertada que
interfira com a respiração ou movimento da cabeça.
➢ Ponha-se de frente e certifique-se de que: A testeira está direita, imediatamente
abaixo das orelhas, mas não tocando nas mesmas, e de um comprimento que não
interfira com a cabeçada puxando-a para a frente; a focinheira está direita; a
cabeçada está toda ela direita e a embocadura estão direitas na boca do cavalo.
➢ Agora, afivele a focinheira, deixando dois dedos de espaço estre esta e o chanfro
do cavalo, permitindo assim que o cavalo abra um pouco a boca e relaxe as
maxilas. Ajuste o comprimento da focinheira do lado esquerdo de maneira a que
fique no meio, entre as ganachas e a boca. Verifique se tudo está ajustado de
maneira a que as faceiras não toquem nos olhos do cavalo.
➢ Quando usar gamarra de argolas desfivele as rédeas – quando usar uma cabeçada
de freio-bridão ou pelham – passe-as pelas argolas e volte a afivelá-las.
➢ Ajuste o bridão de ambos os lados, contando os furos para se assegurar que não
fica torcido.
➢ Colocar e ajustar a barbela: Prenda o primeiro elo ao gancho do lado direito; tem
de se ter em atenção que a barbela fique lisa de encontro à barbada. A argola que
existe no meio deve estar solta; Mantendo a barbela torcida para a direita e
mudando a mão de maneira a que o seu polegar direito fique por detrás e por
baixo, reponha o ultimo elo no gancho; Ajuste-a até ao comprimento requerido,
do lado esquerdo, a não ser que lhe sobrem mais de três elos, neste caso, encurte
a barbela dos dois lados na mesma proporção.
Método 2
➢ Ponha a mão direita sob o maxilar do cavalo, envolvendo o focinho até onde
puder, imediatamente acima das narinas.
➢ Agarre ambas as faceiras nesta mão, mantendo-as perto da cabeça do cavalo.
➢ Com o polegar esquerdo abra-lhe a boca e ponha a embocadura como no método
1, com a sua mão direita puxe, suavemente a cabeçada para cima.
➢ Com as duas mãos passe a cachaceira para além das orelhas do cavalo.
➢ Daqui em diante continue como no método 1. O método 2 dá-lhe mais controlo,
já que está mais perto do cavalo e dispões da mão direita para o acalmar e evitar
que se mova. É também mais seguro quando se coloca a cabeçada a um cavalo
novo.
As figuras que se seguem mostram uma cabeçada de bridão e outra de freio-bridão postas
corretamente.
Finalmente:
➢ Verifique a cilha e as proteções das fivelas ajustando-as, se necessário. Como
precaução sensata ponha-se de pé em frente ao cavalo e peça-lhe que levante uma
mão de cada vez, alisando alguma ruga que possa haver na zona do cilhadouro.
➢ Se têm de deixar o cavalo aparelhado, passe as rédeas por debaixo dos estribos,
coloque o cabeção de prisão sobre a cabeçada e prenda-o. De outra maneira o
cavalo pode passar as rédeas por cima da cabeça e pisá-las ou, ainda pior, esposar-
se e estragar o arreio.
➢ Limpe os cascos do cavalo se ele está numa boxe ou cavalariça.
➢ Acabe de arranjar o seu próprio equipamento, toque, luvas, chibata, etc.
➢ Quando estiver pronto para montar, desprenda o cavalo e tire-lhe o cabeção de
prisão.
➢ Quando o levar para fora, passe as rédeas por cima da cabeça do cavalo, certifique-
se que os estribos estão levantados e evite que batam nalguma saliência,
particularmente nas portas. Pendure a cabeçada de prisão num prego ou no fecho
da porta de maneira a estar á mão quando voltar.
➢ Verifique rapidamente se o cavalo está corretamente aparelhado.
Cabeçadas
Sela
Embocaduras
➢ Bridões
Pela sua suavidade o bridão é a primeira e a última de todas as embocaduras. A
primeira por ser a indicada para potros, ainda com pouca confiança na mão do cavaleiro.
A última por ser para o cavalo bem-ensinado a que menos o incomoda.
Deve-se usar sempre o bridão com os anéis de borracha para proteger a comissura
dos lábios.
Em posição normal, a articulação do bridão descansa sobre a língua do cavalo.
Quando o cavaleiro fecha os dedos gerando tensão nas rédeas, a articulação central
do bridão fecha-se e os dois tramos do bridão apoiam-se sobre as barras inferiores do
maxilar. Normalmente, o cavalo defende-se da dor
procurando abrir a boca, razão pela qual se usa sempre a focinheira para que a flexão
exigida atue no maxilar inferior e Na
nuca, pois esta ativa toda a coluna vertebral: pescoço, dorso, lombo garupa e membros
posteriores.
➢ Freio Pelham
O freio pelham condensa numa só peça o bridão com cambas e barbela atuando, assim,
como freio. É uma embocadura suave, sem muita precisão, predispondo a uma colocação
baixa da cabeça e própria para uma equitação simples. A rédea superior atua como bridão;
a rédea inferior aciona a camba, atuando em alavanca como freio.
➢ Freio e Bridão
➢ Peitoral
Esta peça serve para impedir que o arreio se movimente para trás, deslocando-o do
local ideal.
Como colocar
➢ Gamarras
Como colocar
Deve ser regulada na altura da linha que liga a rédea da boca do cavalo à mão do
cavaleiro, porém nunca mais baixa.
Colocação Mal regulada
Bem colocado
➢ Chambons
Como colocar
O equipamento consta de uma peça de couro presa à cachaceira com duas argolas
laterais, uma corda de náilon de 1,35m de cada lado, presa com um mosquetão no bridão,
passando pela argola superior da peça de couro presa na cachaceira, fixando-se na rédea
central da parte inferior da cilha entre os anteriores do cavalo.
➢ Rédeas Gogue Independente
Pode ser usada para os trabalhos de guia ou montados com rédeas normais, pois
acalma o cavalo.
Como Colocar
É análoga ao Chambon, com a diferença que seus extremos não estão presos às
argolas do bridão, mas, passando por elas, vão fixar-se à rédea central que está presa na
parte inferior da cilha entre os anteriores do cavalo.
Como Colocar:
➢ Rédeas Alemãs
São duas rédeas fixadas uma em cada lado na parte média da cilha e que passam
pela argola do bridão e voltam às mãos do cavaleiro, combinando as funções de rédea e
gamarras abaixadores.
Aumentam a potência da embocadura, limitam a flexão lateral do pescoço e os
movimentos de elevação do focinho.
A sua maior eficácia é alcançada com atuação de uma rédea direta ativa e outra
reguladora, para as mudanças de direção.
Fixadas na parte inferior da cilha entre os anteriores, podem encapotar o cavalo,
tornando-as prejudiciais.
Como colocar
INCORRECTO CORRECTO
Proteções
➢ suficientemente apertada para evitar que a proteção caia. A fita de baixo evita que
rode, mas deve estar suficientemente larga para não limitar os movimentos.
➢ Pólo – De vários modelos, geralmente maiores que as proteções normais e
concebidas especificamente contra ressaltos de bolas de pólo e de sticks,
alcançadelas, pisadelas, etc...
➢ Rodilhas – Ajustadas à volta da coroa para evitar que o casco magoe o codilho
quando o cavalo está deitado (codilheira). Só são necessárias quando o cavalo já
está ferido, não como precaução normal.
Colocação
Cuidados
As proteções devem ser bem limpas depois de usadas, já que a sujidade, areias ou
quaisquer corpos estranhos podem causar graves problemas. Mantenha as pontas o mais
maleáveis possível.
Se ficarem rígidas ou duras, à parte do perigo de poderem estalar e partir, terá
bastante dificuldade em apertá-las e desapertá-las. Deve ter-se cuidado com as proteções
que tenham fechos de metal, já que se bater com eles, podem abrir-se.
que vive em grupo a existência de outros animais dentro do carro poderá ajudar a “quebrar
o gelo”. Em qualquer circunstância e se o seu animal vai viajar com um transportador não
se esqueça de fornecer toda a informação relevante, pois só desta forma ele saberá melhor
como lidar com a situação.
A limpeza representa uma pedra basilar para evitar problemas de saúde durante
ou após a viagem. Isto é tanto mais verdade quanto maior for a duração da mesma, pois
aumenta o tempo de exposição. A viagem por si só constitui um desafio ao sistema
imunitário do seu cavalo. O espaço de viagem é confinado e como tal a proximidade com
a pele, boca e mucosa nasal é elevada. Estas são as principais portas de entrada para um
qualquer agente patogénico. É importante certificar-se que a viatura está absolutamente
limpa antes de a utilizar na viagem seguinte (Foto 4). A utilização de aparas ou outro
material absorvente é recomendável uma vez que concentra a urina e as fezes facilitando
a sua remoção.
Os cavalos são uma espécie perfeitamente adaptada ao frio e como tal deveremos
ter sempre esta ideia presente na altura de tomar decisões (Foto 5). Como regra, os cavalos
viajam melhor sem manta. O calor produzido pelos seus corpos e pela sua respiração é
suficiente para elevar a temperatura de forma considerável no espaço de viagem. Dito
isto, se a temperatura no interior do carro for inferior a 10ºC a utilização de uma manta
fina poderá ser adequada para um animal tosquiado, deixando de fazer sentido no caso de
o pêlo se encontrar no seu tamanho natural. Tenha presente que a temperatura tem
tendência a subir tanto mais depressa quanto maior for o número de animais
transportados; do mesmo modo também existe uma tendência para a temperatura subir
durante o dia e baixar durante a noite. Com temperaturas superiores a 10ºC a utilização
de mantas provoca, regra geral, um aumento da sudação com o inconveniente de o cavalo
permanecer molhado, num espaço onde a humidade relativa é sempre bastante alta, em
consequência da sua respiração.
Estes aspetos deverão ser tidos em conta antes de optar pela utilização de uma
manta de viagem. Todavia não se esqueça que nos meses de Inverno, nos locais de
descanso, as temperaturas poderão baixar drasticamente ou ser bastante inferiores ao
compartimento de viagem, pelo que o envio de mantas adequadas para colocação nestas
circunstâncias é aconselhado.
Ventilação durante a viagem
Este ponto representa talvez o aspeto mais importante por forma a garantir que o
seu cavalo não adoece durante ou depois do transporte. No Verão a temperatura no
compartimento de viagem não poderá ultrapassar os 35ºC. Para tal, deverão ser abertas
janelas e claraboias por forma a garantir uma boa circulação do ar. Em carros equipados
com ventilação mecânica esta deverá ser utilizada em temperaturas superiores a 20ºC. A
vantagem destes equipamentos consiste na remoção da camada de ar mais quente que se
encontra na parte superior do compartimento. Se as temperaturas ultrapassarem os 35.ºC
pondere a possibilidade de efetuar a viagem durante a noite. A qualidade do ar é outro
aspeto favorecido pela ventilação; como regra geral e em caso de dúvida mais vale
ventilar a mais do que a menos. Em transportes partilhados esta é inquestionavelmente a
forma mais eficaz de reduzir a contaminação cruzada entre os animais.
Alimentação e Abeberamento
Regra geral os cavalos deverão ter sempre feno à disposição durante a viagem,
não nos devendo esquecer que os equinos são animais de ingestão contínua (Foto 7). Em
viagens de curta duração uma rede ou saco de feno representa uma distração e, como tal,
é sempre bem recebida por eles. Habitualmente são utilizados sacos ou redes com uma
malha fina (3x3cm) de modo a reduzir o desperdício que cai para o chão, enquanto
prolongamos a duração da mesma.
Manual Prático de Equitação, pela The British Horse Society e The Poney Club,
Edições Habitat.