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NA VIDA DA CRIANÇA
Professora:
Esp. Andressa Schiavone Pereira Aquaroni Vieira
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Apresentar o papel da família, assim como os deveres da família perante a
formação da criança. Discorrer que a família e escola devem ter um trabalho
em conjunto para que a criança se sinta acolhida.
•• Apresentar a importância da afetividade e rotina no âmbito familiar,
influenciando na vida da criança como um todo, formação de caráter,
formação pessoal e profissional.
•• Apresentar a diferença entre afetividade e superproteção, superproteção e
a falta de atenção, apresentando as possíveis consequências para o futuro
do indivíduo, principalmente na escola.
PLANO DE ESTUDO
introdução
6 Pós-Universo
INFLUÊNCIA DA
FAMÍLIA NA FORMAÇÃO
DA CRIANÇA
Pós-Universo 7
““
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão (EC no 65/2010) (BRASIL, 1988, p. 133)
““
DA FAMÍLIA NATURAL
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou
qualquer deles e seus descendentes.
Além disso, o ECA também especifica sobre a Família substitutiva no “Art. 28. A colocação
em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente
da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei” (2010, p. 24).
Desenvolvemos um pouco sobre a família baseado no estatuto e na legislação,
seja família natural ou substitutiva, têm o dever de zelar pela criança, mantendo
e garantindo a integridade, formação, educação de qualidade. Os diversos itens
especificados pela Constituição Federal de 1988, são os deveres da família perante a
criança. Mas afinal, qual o papel da família?
Independente de como ocorre a formação da família, ela tem a função de proteger
a criança, proporcionar uma vida de qualidade, com quesitos essenciais para a formação
da criança.
saiba mais
Quer conhecer mais sobre o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente?
É essencial conhecer mais sobre o Estatuto que ampara a criança e o
adolescente, para que possamos fazer sempre o melhor para nossos alunos.
Para saber mais, acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.
htm>.
Fonte: a autora.
Pós-Universo 9
““
Cabe, principalmente aos pais, adequar as manifestações das crianças que
são consideradas socialmente indesejáveis. No entanto, essa adaptação deve
ter um caráter educativo da busca de um raciocínio ajustado à faixa etária e
maturacional da criança e condizente com os objetivos e preceitos dos pais
e da família. O que parece óbvio para os pais, muitas vezes não faz sentido
para a criança infantil (2006, p. 13).
10 Pós-Universo
A autora discorre que muitas vezes um simples comando para o adulto pode ser
de difícil compreensão para a criança. Por isso, é importante que os pais expliquem
diversas vezes, se necessário, e de formas diferentes, para que a criança realmente
compreenda o comando estabelecido. Para Parolin (2006, p. 13), “explicar e demonstrar
expressivamente para eles o que se quer, quantas vezes forem necessárias, é atitude
amorosa de verdadeiros educadores”. Assim, a paciência é fundamental no processo
de crescimento da criança, para que os princípios sejam transmitidos no decorrer
da vida.
Uma das fases importantes na formação da criança é na fase escolar, em que a
criança passará do conhecimento prévio, estabelecidos no ambiente familiar e social,
para o conhecimento científico, ao qual inicia a função da escola.
A escola tem uma função muito importante para que o aluno tenha um processo
de ensino e aprendizagem adequado. E o professor é o responsável para que o
conhecimento científico seja uma aprendizagem significativa para o aluno. Sabemos
da importância da escola no processo de desenvolvimento cognitivo da criança e
da relevância para que o aluno tenha um futuro promissor. No entanto, para que o
processo educativo tenha valor na vida da criança, a família deverá desempenhar
seu papel, incentivando e mostrando que a escola é de suma importância para a
formação. Deve haver o elo entre escola e família, para que juntos contribuam para
esta formação efetiva.
Segundo Parolin (2006, p. 33),
““
O aluno que chega à escola, para construir conhecimento, necessita saber para
que veio estudar. Estar inteirado e participativo do projeto familiar, ter certeza
de sua posição na família. Reconhecer-se pertencente ao seu grupo familiar.
Caso o aluno não tenha este processo introdutório ao menos delineado, fica
muito difícil para a escola cumprir com as expectativas pedagógicas, já que,
para tal, é necessário um espaço de autoria que começa a sua construção
em casa, junto a família.
Pós-Universo 11
A escola deve estar ciente da influência da família no ambiente escolar, e fazer com
muita cautela que a família esteja ciente do seu papel no processo e na formação da
criança. Por isso, é fundamental discutirmos sobre questões pertinentes relacionadas
à família, para que a escola possa fazer um excelente trabalho com o apoio da família.
O papel da família na formação do indivíduo, seja pessoal, educacional ou profissional
é de suma importância. E Parolin (2006, p. 33) complementa que “cabe à família dar
rumos e instrumentos para que a criança e o adolescente reconheça seu lugar no
mundo. A escola é um destes espaços, aliás (importantíssimo), escolhido pela família”.
A família irá buscar a escola adequada, incentivar a criança aos estudos, transmitir
princípios essenciais para sua formação, assim como acompanhar diariamente a
vida escolar, acolhendo, estimulando, investigando, enfim, observando a criança
diariamente, as facilidades e possíveis dificuldades que irá deparar no decorrer do
processo educativo.
Valmaseda (2004, p. 87) apresenta inúmeras questões referentes aos problemas
de aprendizagem, mas especifica sobre a relação entre família e escola. E que a família
poderá complementar os estudos escolares, contribuindo com a aprendizagem. Para
a autora “é muito importante que as intervenções individuais coordenem-se o mais
estreitamente possível com os ambiente familiar e escolar”, pois neste ambientes que
mais convivem. A autora ainda complementa:
““
a hora da refeição, o parque, os passeios extraescolares, o pátio, a visita a outros
familiares, etc. oferecem inúmeras oportunidades para ‘pôr em prática’ e exercitar
as aprendizagens e para potencializar novas aprendizagens impossíveis de se
conseguir em uma situação formal de intervenção (VALMASEDA, 2004, p. 87).
saiba mais
Quer conhecer mais as leis? A Constituição Federal de 1988 abrange
inúmeras questões envolvendo a família e a educação. Assim, é importante
que a escola tenha acesso às leis que regem questões essenciais no Brasil.
Para saber mais, acesse: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1988/
constituicao-1988-5-outubro-1988-322142-publicacaooriginal-1-pl.html>.
Fonte: a autora.
Pós-Universo 13
IMPORTÂNCIA DO AFETO
FAMILIAR E ROTINA NA
VIDA DA CRIANÇA
14 Pós-Universo
Para Rossini (2004, p. 9), “as crianças que possuem uma boa relação afetiva são
seguras, têm interesse pelo mundo que as cerca, compreendem melhor a realidade e
apresentam melhor desenvolvimento intelectual”. A autora garante que a criança feliz
desenvolve melhor na escola, e, complementa, “portanto, aprender deve estar ligado
ao ato afetivo: deve ser gostoso, prazeroso...”. E ainda complementa que devemos
investir na afetividade como o meio que levará a um futuro melhor.
““
A afetividade domina a atividade pessoal na esfera instintiva, nas percepções,
na memória, no pensamento, na vontade, nas ações, na sensibilidade corporal
– é componente do equilíbrio e da harmonia da personalidade (ROSSINI,
2004, p. 9).
Em outras palavras, a afetividade faz parte da vida diária das crianças e é o “componente”
que irá proporcionar equilíbrio e a “harmonia” da personalidade. As relações afetivas
influenciarão na personalidade e formação de caráter do indivíduo. Para Rossini (2004,
p.15) “As crianças devem ter oportunidade de desenvolver sua afetividade. É preciso
dar-lhes condições para que seu emocional floresça, se expanda, ganhe espaço”.
Uma relação afetiva saudável requer atenção, orientação, limites, gestos de carinho,
incentivo, motivação, conselhos, respeito, cuidados, observação, contato físico (abraço,
beijo), enfim, são inúmeras questões que irão refletir no emocional da criança e,
consequentemente, na vida social, escolar, pessoal e profissional do indivíduo. A falta
do afeto poderá acarretar em rejeição, carência, atitudes agressivas, dificuldades de
autoaceitação, dentre outros tipos de problemas educacionais que poderão ocorrer
no decorrer da vida.
López (2004, p. 115) explica:
““
Os problemas emocionais costumam manifestar-se na escola em forma de
ansiedade ou de angústia, acompanhadas de manifestações de tristeza,
choro retraimento social, dificuldades de estabelecer relações satisfatórias,
desinteresse acadêmico, dificuldades de concentração, mudanças no
rendimento escolar e relação inadequada com o professor e com os colegas.
A gravidade desses problemas emocionais é muito variável, pois tanto podem
ser psicoses infantis ou manifestações de situações conjunturais de estresse
mais relacionadas a vida cotidiana, familiar, escolar ou social.
16 Pós-Universo
““
Porque é a base da vida. Se o ser humano não está bem afetivamente, sua ação
como ser social estará comprometida, sem expressão, sem força, sem vitalidade.
Isto vale para qualquer área da atividade humana, independentemente de
idade, sexo, cultura.
““
[...] pode-se afirmar que um sujeito se constitui, define seu modo de ser-
mundo, a partir da internalização das relações sociais que vivencia e da
qualidade afetiva que perpassa tais relações. São os fenômenos afetivos que
marcam a qualidade das interações sociais e transferem à internalização dos
objetos culturais um sentido afetivo (GROTA, 2000, p. 25 apud SOUZA, 2011,
p. 225).
Pós-Universo 17
Cada pessoa tem uma personalidade diferente, e a família é formada por pessoas
diferentes, com personalidades diferentes. Por isso, não existe manual para educar,
mas possibilidades variadas para ensinar. Cada indivíduo tem suas individualidades,
facilidades e dificuldades. Isto vale não somente para a família, mas também para
reflexão do professor que tem em sala de aula crianças com personalidades variadas,
além de contextos familiares diversos que refletem na sala de aula. Por isso, é essencial
que ocorra o elo entre família e escola. Enfim, lidar com personalidades diferentes
não é uma tarefa fácil, pois a maneira de ensinar será diferenciada de acordo com as
necessidades. Agora sabemos que iremos lidar com personalidades e temperamentos
variados, mas como a família poderá contribuir na formação de caráter?
A formação de caráter se dá por atitudes da família nas situações diárias: os
ensinamentos, a maneira em lidar com as situações, os princípios, a atenção, o afeto,
enfim, são questões diárias que irão refletir nesta formação. O caráter é formado
até os 7 anos de idade, por isso a base e a responsabilidade deve ser da família. No
entanto, a família poderá ter o apoio da escola, apresentando aos pais as observações,
o desenvolvimento, as dificuldades, a ajuda da escola é em alertar quando houver
necessidade.
A melhor maneira de transmitir princípios e boas atitudes é com as próprias
atitudes. Por exemplo: os pais que não querem atender uma ligação e diz aos filhos
“Se alguém me ligar, diz que não estou” é mentira que irá refletir em mentiras futuras
da criança. Um outro exemplo é não atender as leis de transito: passar sinal vermelho,
falar ao celular enquanto dirige etc. O que as crianças aprendem? Simplesmente que
não precisa cumprir leis ou ordens, ou até mesmo que pode fazer de tudo quando
ninguém observa. São inúmeras atitudes que irão influenciar na formação do indivíduo,
por isso as ATITUDES são importantes.
A maneira como explicar à criança o certo e errado também é importante. Ter
paciência para ensinar que algo é errado, mas reforçar apontando o motivo do
errado e possíveis consequências do ato. É essencial que a criança faça a relação e
tenha compreensão dos ensinamentos. A conversa e a explicação do fato facilitarão
na compreensão da criança nas atitudes. Assim, boas atitudes, boa comunicação
e afetividade contribuirão para que o processo da formação de caráter ocorra da
melhor maneira.
18 Pós-Universo
Importância da Rotina
Discutimos anteriormente que a formação de caráter depende principalmente da
família, que é a base para a educação do indivíduo. A criança deve estar inserida na
rotina familiar, como forma de aprimorar o contato entre eles. Parolin (2006, p. 60)
especifica que,
““
[...] a família precisa assumir o seu papel de formador. A criança necessita saber
a que família ela pertence, como seus pais pensam, quais são seus sonhos
e ideais, o tipo de trabalho que os pais executam, o que eles estudaram
ou estudam, qual a importância do conhecimento na família e como ele
circula entre eles. É importante que a criança tenha clareza acerca dos papéis
parentais, de suas funções, para compreender a autoridade dentro e fora da
família, para entender, tratar e submeter-se as regras e para cumprir as suas
tarefas de estudantes.
A criança deve estar ciente que tem hora para tudo: para dormir, para acordar,
tem momento da higiene, tomar café, almoçar, jantar, lanchar, ir à escola, passear,
brincar, tomar banho, enfim, quando a criança está ciente da sua rotina, consegue
organizar suas ideias. De acordo com Parolin (2006, p. 54):
““
o papel do aprendiz se constrói em família e desde muito cedo. À medida que
a criança vai demonstrando maturidade e interesse, os pais devem transferir
responsabilidades para ela e, quando essa passagem de responsabilidades
e tarefas ocorrem no tempo adequado, a criança vai desenvolvendo e
amadurecendo o seu papel de aprendiz.
AFETIVIDADE E
SUPERPROTEÇÃO: ÂMBITO
FAMILIAR E ESCOLAR
Pós-Universo 21
A afetividade é importante para a criança, para que perceba a partir das atitudes
carinhosas o seu papel, conhecendo a si mesma, respeitando as pessoas, adquirindo
valores e conseguindo desenvolver nos diversos aspectos: cognitivo, emocional, físico
e social. Entretanto, a afetividade não deve ser confundida com superproteção. Para
muitos pais superprotetores, a explicação é ser muito afetivo e amoroso. Por outro lado,
temos a omissão dos pais ou a falta de afetividade. Assim, os extremos prejudicam
o desempenho da criança. Assim, especificaremos a diferença entre afetividade
e superproteção. E apresentar os extremos Superproteção e a falta de atenção,
apresentando as possíveis consequências para o futuro do indivíduo, principalmente
na escola.
Superproteção
A família superprotetora “peca” pelo excesso de proteção. Tudo em excesso é prejudicial,
como: comer de mais ou de menos, beber de mais, ficar muito no sol, exceder nas
atividades físicas, no limite de velocidade, ficar muito em pé ou muito deitado, enfim,
tudo que fazemos deve ser moderado, balanceado, para que o excesso não interfira
na nossa rotina. Com o excesso de proteção não é diferente, pois a família “acha” que
está facilitando, cuidando e livrando dos “perigos” e dificuldades diárias, porém não
permitem que seus filhos desenvolvam e tenham autonomia.
Pode parecer que não, mas muitas famílias superprotetoras afetam o
desenvolvimento da criança por simplesmente não deixar que a criança faça suas
próprias tarefas diárias, desde os pequenos até os maiores. As responsabilidades devem
ir progredindo com o passar do tempo, fazendo que a criança tenha autonomia, para
conseguir desempenhar seu papel na escola e na sociedade.
““
[...] Esse processo inicia-se com os cuidados pessoais da criança: comer,
tomar banho, escovar os dentes e os cabelos, limpar-se amarrar os sapatos,
guardar os brinquedos, as roupas e se substancia da escola, construindo seus
conhecimentos. Essas tarefas, que para nós são muito simples e, muitas vezes,
as fazemos pelos filhos para diminuir o tempo que elas ocupam e para nos
liberar mais cedo, são importantes para o desenvolvimento da autonomia da
criança e, posteriormente, para o adequado desempenho escolar (PAROLIN,
2006, p. 54).
22 Pós-Universo
A superproteção inicia com tarefas diárias, que deveriam ser realizadas pela criança,
mas que a família acaba realizando por achar a criança muito pequena ou para facilitar
a rotina, adiantar os afazeres da casa, dentre muitos outros motivos, que infelizmente
prejudicam o desenvolvimento do indivíduo. A autora complementa que as crianças
que não realizam as tarefas básicas pessoais, geralmente está relacionada a adultos
que acabam apressados e ansiosos para que tudo aconteça com rapidez e que
superprotegem as crianças.
““
A criança que insiste em não cumprir essas tarefas, sabe que, em algum
momento de sua trajetória, alguém fez por ela. Essa cadeia de a criança não
fazer e alguém fazer em seu lugar, se estabelece como norma, como conduta
esperada. A criança não entende que a mãe ou o pai, em um determinado dia,
fizeram por ela porque estavam com pressa, ou porque entenderam que ela
não conseguiria fazer. Ela acaba estabelecendo um modelo de aprendizagem
em que alguém deve alimentá-la, ou acordá-la, ou fazer suas lições.
Os costumes diários são inseridos na rotina da criança pela própria família. “Poupar”
a criança de certas atividades, não permitem os estímulos necessários para o
desenvolvimento, independente da faixa etária e classe social, todas as crianças
necessitam de estímulos.
reflita
Temos que refletir sobre a clareza dos papéis da família e escola, para que
a família não culpe a escola por frustações e vice-versa. A escola deve estar
preparada para orientar as famílias no que for necessário, para que a criança
tenha um desenvolvimento escolar adequado.
Pós-Universo 23
Quando a família realiza atividades para a criança, não permite que esta desenvolva
autonomia. Crianças superprotegidas podem ter um futuro de frustações, por não
conseguirem realizar suas próprias tarefas, dependendo sempre de outras pessoas
para concretizar algo. A superproteção está presente em outras atitudes como:
•• Não deixar comer sozinha: segundo Parolin (2006, p. 55), “a criança que
não come sozinha, não se limpa, não toma banho etc., precisa aprender
a fazer estas tarefas sozinhas, e ainda mais, entender que elas são em seu
benefício e que fazem parte da vida”. Os benefícios são pessoais, sociais e
educacionais, contribuindo para a formação de modo geral.
Poderíamos citar inúmeras atitudes que ocorrem diariamente e que sem perceber a
família limita o desenvolvimento da criança, mas estes exemplos ajudarão assimilar
os prejuízos que pequenas atitudes podem refletir na vida da criança. Ao privá-
la em excesso, poderá ter uma criança com muitas dificuldades, dentre elas, de
relacionamento, comportamento, até mesmo no desenvolvimento escolar. Não estou
afirmando que os pais não devem interferir nas atividades diárias, pelo contrário, a
família deve, sim, ajudar, ensinar, alertar, impor limites, determinar tarefas, mas ensinar
como realizá-las. Deve-se ter o bom senso e percepção do que deve ser exigido à
criança. Muitas vezes, a criança terá dias que estará exausta, mas os pais poderão
conversar e combinar que irá ajudá-la na atividade, explicando o motivo e enfatizando
que a responsabilidade ainda é dela. Assim, proporcionando ao indivíduo uma criação
balanceada, sem excessos, mas sempre com muita atenção e carinho.
Omissão da Família
Deparamo-nos com famílias que entendem que o amor pela criança é tão grande
que deveriam poupá-las de muitos afazeres, a famosa frase “excesso de amor”. O
amor deve ser balanceado, buscando que as pessoas mais próximas sejam felizes e
tenham o presente e o futuro brilhante. Por outro lado, há o extremo de famílias que
são omissas na vida diária da criança e com falta de afeto.
Atualmente, na maioria dos lares, todos os integrantes da família trabalham para
ajudarem no sustento da família, é comum que consigam relacionar a profissão com
a família. A nossa discussão não é referente aos pais que trabalham o dia todo, mas
os pais que nunca tem tempo para os filhos. Trabalhar não exime a responsabilidade
da família em atender as necessidades das crianças, em acompanhar o rendimento
escolar, em ensinar, transmitir princípios, dar afeto, carinho, amor, enfim, a família
deve assumir as responsabilidades com a vida da criança.
Pós-Universo 25
Há pessoas que trabalham, mas que conseguem conciliar seu tempo com a
família, proporcionando tempo de qualidade. O trabalho é algo muito importante
que faz parte do cotidiano, mas que deve ser conciliado com o tempo para a família,
conseguindo acompanhar as necessidades, dificuldades, alegrias e diversos outros
momentos que são importantes ter o acompanhamento da família para a formação
da criança. Acompanhar a rotina, os momentos de conversas são essenciais para o
processo de ensino e aprendizagem.
Infelizmente, a omissão ocorre, muitas vezes, pelo excesso de trabalho ou falta
de interesse, falta de maturidade e até mesmo a falta de orientação, deixando os
filhos aos cuidados de outras pessoas que não tem a obrigação da criação como:
avós, tios, amigos, babás, empregadas, enfim, pessoas que não tem o dever para
com a criança, mas que muitas vezes acolhem com muito carinho. Por exemplo: a
responsabilidade dos avós é diferente da responsabilidade que os pais devem ter
com os filhos, até porque os avós já passaram pela fase da criação e deveriam “curtir”
os netos. A responsabilidade de educação familiar deve ser dos pais, ou dos adultos
que tenham a guarda da criança. Para Parolin (2006, p. 53):
““
Os pais necessitam ter claro que seus filhos são seus dependentes. Que por
mais que sejam muitos inteligentes, precisam de orientação e base para
seus raciocínios. Que compreender o mundo e seu funcionamento requer
um trabalho de associação em que a família tem papel primordial. De nada
adianta crianças bem nascidas e sadias, se não têm código ético e moral, se
desconhecem como seus pais pensam e agiriam em determinados momentos.
Quantas crianças sequer sabem o que fazem seus pais?
26 Pós-Universo
É uma triste realidade, mas comum nos dias atuais. Reforço que a base familiar é
essencial para a formação da criança em todos os sentidos. A falta de contato, a correria
do dia a dia, prejudicam a base que toda criança deveria ter. Parolin ainda reforça que
““
toda criança deseja ter um pai e/ou mão presente, companheiro e que esteja
disposto a ajudar a pensar na vida e nos rumos a serem tomados. Esta parceria
gera segurança, pois a criança sabe que seus pais estão prontos a dar limite
necessário e adequado. Só que esta pareceria e amizade se constrói ao longo
da vida, em qualquer momento. E, como estes momentos geralmente são
muito fugazes, eles correm o risco de passar despercebidos pelos pais (2006,
p. 53).
I) Cabe, principalmente aos pais, adequar as manifestações das crianças que são
consideradas socialmente indesejáveis.
II) A adaptação deve ter um caráter educativo da busca de um raciocínio ajustado à
faixa etária e maturacional da criança e condizente com os objetivos e preceitos
dos pais e da família.
III) Cabe, somente a escola, adequar as manifestações das crianças que são consideradas
socialmente indesejáveis.
IV) Para a autora, toda atitude da criança é aceitável socialmente, pois aprenderão
futuramente com a escola como deverão se comportar.
a) É importante um olhar atento da escola, para que possa fazer os alertas à família,
quando influenciar no rendimento escolar.
b) A escola deve intervir na rotina familiar, impondo as regras a serem seguidas.
c) A escola não deve de maneira alguma orientar a família sobre a rotina.
d) É importante que a escola não interfira na vida da criança, pois escola e família
não devem caminhar juntos.
e) Nenhuma alternativa está correta.
atividades de estudo
Neste estudo, apresentamos o papel da família, a importância que esta tem na vida da criança.
Assim como, a exposição do amparo à família e a criança na Constituição Federal de 1988 e ECA –
Estatuto da criança e do adolescente. Expor brevemente sobre este amparo na lei, nos faz refletir
sobre os deveres da família perante a formação da criança. A formação do indivíduo dependerá
da primeiramente a família e a escola complementará este trabalho, valorizando o conhecimento
prévio em conhecimento científico. Desta forma, a parceria entre família e escola, contribuirão
para a formação do indivíduo.
E por fim, apresentamos sobre a superproteção e a falta de atenção, enfatizando os prejuízos que o
excesso poderá influenciar na formação da criança. O excesso de proteção e a falta de proteção são
extremos, que nos fazem refletir sobre a influência das atitudes dos adultos no desenvolvimento
da criança. Toda criança precisa e merece muito amor, carinho, cuidado, orientação e respeito, e
a família é o principal fator que influenciará na vida da criança. A falta de atenção, também reflete
as possíveis consequências para o futuro do indivíduo, principalmente na escola. A omissão dos
pais por não acompanhar o desenvolvimento, dificultam este processo, por não terem o afeto
necessário para incentivar, apoiar, acompanhar, ensinar e orientar, para que as dificuldades sejam
superadas e suas virtudes valorizadas.
material complementar
Comentário: o filme relata a história real da educadora Stacey Bess, a qual foi muito criativa
em todos os sentidos, contribuindo não apenas com a aprendizagem das crianças, mas com
a vida delas, buscando orientar os pais na busca por um desenvolvimento adequado.
referências
______. ECA – Estatuto da criança e do Adolescente. In: PINTO, A. L. T.; WINDT, M. C. V. S.; CÉSPEDES,
L. (col.) 9. ed. atual. e ampl. Manuais Vade-mécuns. São Paulo: Saraiva, 2010.
CHALITA, G. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2001.
LEITE, S. A. S. (org.). Afetividade e práticas pedagógicas. 2. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
LÓPEZ, F. Problemas afetivos e de conduta na sala de aula. In: In: COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J.
(org.). Desenvolvimento psicológico e educação: Transtornos de desenvolvimento e necessidades
educativas especiais. v. 3. 2. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004.
PAROLIN, I. Pais e educadores: é proibido proibir. 4. ed. Porto Alegre: Mediação, 2006.
VALMASEDA, M. Os problemas de linguagem na escola. In: COLL, C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. (org.).
Desenvolvimento psicológico e educação: Transtornos de desenvolvimento e necessidades
educativas especiais. v. 3. 2. ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2004.
resolução de exercícios
2. a) É importante um olhar atento da escola, para que possa fazer os alertas à família,
quando influenciar no rendimento escolar.