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Aula 04
Renato Borelli
AULA 04
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
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2 - Poderes Administrativos
Consoante mencionamos, os poderes administrativos são
prerrogativas concedidas aos agentes públicos para habilitá-los à
incessante busca de fins públicos.
O saudoso professor Hely Lopes Meirelles enumera a existência dos
seguintes poderes administrativos:
1) poder vinculado;
2) poder discricionário;
3) poder hierárquico;
4) poder disciplinar;
5) poder regulamentar; e
6) poder de polícia.
1 Em recente aprovado pelo CEBRASPE, o TRF5, no concurso para preenchimento de cargos de juiz
federal substituto, cobrou o seguinte tema na dissertação: DISCRICIONARIEDADE
ADMINISTRATIVA E CONTROLE JURISDICIONAL.
Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
Discricionariedade: ideia, natureza e características.
Discricionariedade e elementos do ato administrativo. Autovinculação.
Discricionariedade e conceitos jurídicos indeterminados.
Discricionariedade e atividade técnica.
Controle jurisdicional da discricionariedade.
Discricionariedade e improbidade administrativa.
Comentário:
Nem sempre os atos administrativos podem ser avocados ou delegados, conforme
se denota do art. 13 e 15 da Lei nº 9.784/99:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
___
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
Gabarito: Incorreta.
Comentário:
Não caracteriza exercício do poder hierárquico, mas tão somente descentralização,
haja vista que as entidades da administração indireta vinculam-se - e não se
Gabarito: Incorreta.
Comentários:
a) INCORRETA. O poder disciplinar destina-se a agentes públicos e a particulares
que estabeleçam vínculo jurídico específico com a Administração Pública. Em assim
sendo, é de se reconhecer que os empregados públicos, apesar de não ostentarem
vínculo estatuário com a Administração, mas sim celetista, celebram contrato de
trabalho, o qual constitui, sim, vínculo especial, a autorizar que se submetam à
disciplina interna da Administração.
A propósito do tema, registramos:
"EMBARGOS INFRINGENTES. DIREITO ADMINISTRATIVO. EMPREGADO
PÚBLICO. MÉDICO. DEMISSÃO. IMPROBIDADE. PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO. Evidenciada em regular procedimento administrativo a prática
de atos de improbidade por parte de médico contratado pelo regime celetista para a
prestação de trabalho perante o extinto INAMPS, restando confirmado inclusive o
cometimento de faltas graves na forma do Regulamento do Pessoal Empregado das
Autarquias do SINPAS, merece julgamento pela improcedência a ação visando à
desconstituição dos atos de lavra da Administração no exercício do poder
disciplinar." (TRF4, EIAC 9604525204, Segunda Seção, rel. Des. Fed. Marga Inge
Barth Tessler, DJ 22.11.2006)
Comentário:
O exercício do poder disciplinar destina-se à aplicação de sanções administrativas a
servidores públicos e a particulares que mantenham vínculo jurídico específico com
a Administração Pública, como os delegatários de serviços públicos (vínculo
contratual), alunos de escolas e de universidades públicas (vínculo decorrente da
matrícula), internos de penitenciárias, dentre outros. Tais pessoas estão submetidas
ao que se denomina de disciplina interna da Administração. A Lei nº 8.429/1992, por
sua vez, ao regulamentar os atos e as sanções decorrentes da prática de
improbidade administrativa, destina-se não apenas a agentes públicos, mas também
a particulares, e inclusive àqueles que não possuam qualquer vínculo jurídico
específico com a Administração. Veja-se, a propósito, o teor do art. 3º do
mencionado diploma. Qualquer particular que induza ou concorra para a prática de
um ato ímprobo, ou ainda dele se beneficie, direta ou indiretamente, será punido nos
termos da lei. Daí já se pode verificar que as penalidades previstas na Lei de
Improbidade Administrativa não poderiam ter como fundamento de validade o poder
disciplinar, como equivocadamente afirmado. Afinal, conforme visto, este se destina
a categorias peculiares de pessoas: servidores públicos e particulares que ostentem
vínculo específico com a Administração. Ademais, a Administração não está
autorizada a aplicar, sponte própria, as sanções elencadas na Lei de Improbidade,
diferentemente, uma vez mais, do que se dá quando exercido o poder disciplinar.
Deve, isto sim, postular sua aplicação pelo Poder Judiciário, valendo-se, para tanto,
da propositura de ação específica, nos moldes do art. 17, da Lei nº 8.429/1992 (LIA).
Gabarito: Incorreto.
Comentários:
O poder disciplinar está previsto em todos os órgãos do Poder Judiciário e do
Ministério Público, pois quando estes exercem função administrativa está presente a
hierarquia.
Gabarito: Incorreta.
Regulamento executivo
Há leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições suficientes
para sua execução, enquanto outras reclamam um regulamento para
serem executadas. Contudo, em tese, qualquer lei poderá ser
regulamentada, até mesmo aquelas cuja execução não dependa de
regulamento, bastando que o Chefe do Poder Executivo entenda
conveniente detalhar-lhe a execução.
O regulamento executivo é norma geral e abstrata. É geral
porque não tem destinatários determinados ou determináveis, atingindo
quaisquer pessoas que se ponham nas situações reguladas; é abstrata
porque dispõe sobre hipóteses que, se e quando verificadas no mundo
concreto, gerarão as consequências abstratamente previstas. Assim,
podemos afirmar que o regulamento possui conteúdo material de lei, mas
com ela não se confunde sob o aspecto formal.
O regulamento executivo possui importantes funções, quais sejam:
1.º) disciplinar a discricionariedade administrativa; e
2.º) uniformizar os critérios de aplicação da lei.
Comentário:
Gabarito: Incorreta.
Comentário:
Inicialmente, é preciso pontuar que a assertiva a ser julgada, a despeito do que
consta do enunciado da questão, é aquela que se encontra proposta logo abaixo,
vale dizer: "As portarias são qualificadas como atos de regulamentação de segundo
grau."
Referida classificação encontra fundamento na doutrina de José dos Santos
Carvalho Filho, que assim se manifesta sobre o assunto:
"Há também atos normativos que, editados por outras autoridades
administrativas, podem caracterizar-se como inseridos no poder regulamentar. É o
caso de instruções normativas, resoluções, portarias etc. Tais atos têm
frequentemente um círculo de aplicação mais restrito, mas, veiculando normas
gerais e abstratas para a explicitação das leis, não deixam de ser, a seu modo,
meios de formalização do poder regulamentar.
Por esse motivo é que, considerando nosso sistema de hierarquia normativa,
podemos dizer que existem graus diversos de regulamentação conforme o patamar
em que se aloje o ato regulamentador. Os decretos e regulamentos podem ser
considerados como atos de regulamentação de primeiro grau; outros atos que a eles
se subordinem e que, por sua vez, os regulamentem, evidentemente com maior
detalhamento, podem ser qualificados como atos de regulamentação de segundo
grau, e assim por diante. Como exemplo de atos de regulamentação de segundo
grau, podemos citar as instruções expedidas pelos Ministros de Estado, que têm por
objetivo regulamentar as leis, decretos e regulamentos, possibilitando sua
execução."
O detalhe, contudo, é que o enunciado da questão narrou hipótese em que a
portaria ministerial teria sido editada com apoio direto na Constituição, de sorte que,
em tal situação específica, não teria caráter de ato de regulamentação de segundo
grau, eis que ausente até mesmo lei a ser regulamentada, quanto mais um primeiro
ato regulamentar (de primeiro grau).
Gabarito: Correta.
Comentário:
De fato, o Congresso Nacional, nos termos no art. 49, V, ostenta competência para
sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar
os dos limites da delegação legislativa.
Assim sendo, e considerando a inexistência de lei instituidora da hipotética
gratificação (visto que foi editada a portaria com apoio direto na Constituição),
estaria o Congresso amplamente respaldado para sobrestar os efeitos do
mencionado ato normativo infralegal.
Gabarito: Correto.
Técnicas de ordenação
As técnicas de atuação do poder de polícia podem ser divididas em
três grandes categorias:
1ª) técnica de informação;
2ª) técnica de condicionamento; e
3ª) técnica sancionatória.
Meios de atuação
Conforme afirmado anteriormente, o poder de polícia, em seu sentido
amplo, abrange tanto atividades do Poder Legislativo quanto do Executivo.
Assim, os meios de atuação do poder de polícia compreendem a edição de
atos normativos gerais e abstratos, estabelecendo restrições ao exercício
Ciclo de polícia
A função de polícia é exercida em quatro fases: pela ordem de
polícia, pelo consentimento de polícia, pela fiscalização de polícia e
pela sanção de polícia.
A ordem de polícia vem a ser a norma legal que estabelece a
obrigação de fazer ou deixar de fazer algum comportamento em razão do
interesse público. Já o consentimento de polícia é o ato administrativo de
anuência do Poder Público, que possibilita a utilização da propriedade
particular ou o exercício de alguma atividade privada, em conformidade
com a ordem de polícia. Por sua vez, a fiscalização de polícia consiste em
Atributos
A doutrina dominante aponta alguns atributos peculiares ao poder de
polícia, quais sejam: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a
coercibilidade. No entanto, vale ressaltar que nem todas essas
características estão presentes simultaneamente em todos os atos de
polícia, como será visto a seguir.
Autoexecutoriedade
O atributo da autoexecutoriedade consiste na faculdade de a
Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus
próprios meios, sem intervenção do Judiciário. Por exemplo, se um
estabelecimento comercial estiver vendendo alimentos deteriorados, o
Poder Público poderá apreendê-los e incinerá-los, não necessitando para
tanto de qualquer ordem judicial. Entretanto, tal fato obviamente não
impede o particular, que se sentir prejudicado pelo excesso ou desvio de
poder, de recorrer ao Poder Judiciário para fazer cessar o ato de polícia
abusivo.
Coercibilidade
A coercibilidade é o atributo do poder de polícia que faz com que o
ato seja imposto ao particular, independentemente de sua concordância.
Em outras palavras, o ato de polícia, como manifestação do ius imperii
estatal, não depende da concordância do particular para que seja válido e
eficaz. A coercibilidade é indissociável da autoexecutoridade, e o ato de
polícia só é autoexecutável porque dotado de força coercitiva.
Com efeito, a coercibilidade (ou imperatividade), definida como a
obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, se confunde com a
definição dada de exigibilidade (resultante do desdobramento do atributo
da autoexecutoriedade).
Prescrição
A Lei nº 9.873/1999 dispõe que na Administração Pública
Federal, direta e indireta, prescreve em cinco anos a ação punitiva
para apuração da infração e a consequente aplicação da sanção de
polícia, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração
permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado (art. 1.º). No
entanto, se o fato objeto da ação punitiva da Administração Pública
também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na
lei penal (art. 1º, § 2º).
Além disso, a Lei estabelece que prescreve em cinco anos a ação
de execução da administração pública federal relativa a crédito não
tributário decorrente da aplicação de multa por infração à legislação
em vigor, contados da constituição definitiva do crédito (Lei nº
9.873/1999, art. 1.º-A).
Por fim, é preciso mencionar que o ato praticado com abuso de poder
pode ser invalidado pela própria Administração (autotutela) ou pelo
Poder Judiciário (controle judicial).
Comentário:
ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
PODER DE POLÍCIA. TRÂNSITO. SANÇÃO PECUNIÁRIA APLICADA POR
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. A
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que
não é possível a aplicação de sanções pecuniárias por sociedade de economia
mista, facultado o exercício do poder de polícia fiscalizatório. Precedentes: EDcl no
REsp 817.534/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado
em 25/5/2010, DJe 16/6/2010, AgRg no AREsp 539.558/MG, Rel. Ministro Benedito
Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 25/11/2014, DJe 3/12/2014, AgRg na Rcl
9.850/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em
14/11/2012, DJe 20/11/2012. 2. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no
AREsp 541.532/MG, Rel. Ministra DIVA MALERBI (DESEMBARGADORA
CONVOCADA TRF 3ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA, julgado em 16/08/2016, DJe
23/08/2016)
Gabarito: Correto.
Comentário:
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de que a Taxa
de Serviços Metrológicos, decorrente do poder de polícia do INMETRO em aferir a
regularidade de balanças, visa a preservar as relações de consumo, sendo
imprescindível verificar se o equipamento objeto de aferição é essencial ou não à
atividade desempenhada pela empresa.
(...) Por não se tratar de equipamento essencial ao funcionamento e às atividades
econômicas das farmácias, as balanças utilizadas gratuitamente pelos clientes não
se expõem à fiscalização periódica do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO. Inteligência das Leis nº 5.966/73 e
9.933/99, e da Resolução nº 11/88. (REsp 1.384.205, DJe 12/03/2015).
Gabarito: Incorreto.
Comentários:
a) INCORRETA. Em regra, o poder de polícia tem uma atuação discricionária, mas
há exceções. De acordo com a professora Maria Sylvia Z. Di Pietro, “licença é o ato
Comentários:
a) INCORRETA. Pois não se admite delegação ou avocação somente dos atos
normativos, de matérias de competência exclusivas e decisões de recursos
administrativos.
b) INCORRETA. Poder de polícia.
c) INCORRETA. O ciclo amplo de polícia inclui editar leis.
Comentários:
a) INCORRETA. O poder de rever atos e decisões e de decidir conflitos de
competência entre subordinados são desdobramentos ou decorrências do poder
disciplinar.
O poder disposto na assertiva é o poder hierárquico, que representa o
escalonamento de atribuições e funções dentro da estrutura interna da
Administração Pública, surgindo, assim, a possibilidade de dar ordens; rever e
fiscalizar atos de um subordinado; delegar e avocar competência. Já o poder
disciplinar é o poder da Administração Pública de apurar e punir as faltas funcionais
de seus agentes públicos ou de particulares que estejam sujeitos à disciplina
administrativa.
b) INCORRETA. As multas decorrentes do poder de polícia devem ser
executadas na via administrativa.
Comentários:
a) CORRETA. O poder disciplinar trata da atribuição pública de aplicação de
sanções àqueles que estejam sujeitos à disciplina do ente estatal. Com efeito, é o
poder de aplicar sanções e penalidades, apurando infrações dos servidores –
REGRA GERAL - ou outros que são submetidas à disciplina da Administração, ou
seja, a todos aqueles que tenham vínculo de natureza especial como Estado.
b) INCORRETA. É uma decorrência do exercício do Poder de Polícia, de
âmbito administrativa (Poder de Polícia Administrativa - o Poder Público interfere na
órbita do interesse privado para salvaguardar o interesse público, restringindo
direitos individuai, é exercido, por exemplo, pela Vigilância Sanitária quando do
recolhimento de mercadorias vencidas de determinado estabelecimento comercial
do ramo alimentício).
c) INCORRETA. É uma decorrência do exercício do Poder de Polícia, de
âmbito judiciária (Poder de Polícia Judiciária - trata dos crimes e contravenções, é
exercido, por exemplo, pela Polícia Federal).
d) INCORRETA. É uma decorrência do Poder Regulamentar, que pode emitir
decretos autônomos nas hipóteses previstas ''constitucionalmente''.
e) INCORRETA. Decorrência do Poder Hierárquico que, avoca atribuições
somente de pessoas subordinadas e delega para pessoas, subordinadas ou não.
Gabarito: Letra “a”.
Questão 15 (FMP Concursos, MPE-RO, Promotor de Justiça Substituto)
Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao poder de polícia.
a) É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício do
poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição de sanções
administrativas previstas em lei.
Comentário:
DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PODER DE
POLÍCIA. IMPOSIÇÃO DE MULTA DE TRÂNSITO. GUARDA
MUNICIPAL.CONSTITUCIONALIDADE. 1. Poder de polícia não se confunde
com segurança pública (letra d). O exercício do primeiro não é prerrogativa
exclusiva das entidades policiais, a quem a Constituição outorgou, com
exclusividade, no art. 144, apenas as funções de promoção da segurança
pública. 2. A fiscalização do trânsito, com aplicação das sanções
administrativas legalmente previstas, embora possa se dar ostensivamente,
constitui mero exercício de poder de polícia, não havendo, portanto, óbice ao
seu exercício por entidades não policiais. 3. O Código de Trânsito Brasileiro,
observando os parâmetros constitucionais, estabeleceu a competência comum
dos entes da federação para o exercício da fiscalização de trânsito. 4. Dentro
de sua esfera de atuação, delimitada pelo CTB, os Municípios podem
determinar que o poder de polícia que lhe compete seja exercido pela guarda
municipal.
5. O art. 144, §8º, da CF, não impede que a guarda municipal exerça funções
adicionais à de proteção dos bens, serviços e instalações do Município. (letra
b) Até mesmo instituições policiais podem cumular funções típicas de
segurança pública com exercício de poder de polícia. Entendimento que não foi
alterado pelo advento da EC nº 82/2014. (letra e)
6. Desprovimento do recurso extraordinário e fixação, em repercussão geral, da
seguinte tese: é constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício
de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções
administrativas legalmente previstas. (letra a) (STF, RExt 658.570, red. p/ o
acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015, repercussão geral, INFO
802)
Comentários:
Comentário:
Gabarito: Incorreta.
Questão 18 (FCC, SEGEP-MA, Procurador do Estado, 2016)
A atividade de polícia administrativa
a) pode ser exemplificada pela atuação das corregedorias, ao
fiscalizar a atividades dos órgãos públicos.
b) sempre é exercida de forma discricionária, sendo que tal
característica é impositiva, em razão do princípio da
proporcionalidade.
c) nem sempre é prestada de forma gratuita pela Administração,
havendo situações que implicam em onerosidade de seu exercício.
d) é irrenunciável, de modo que não é possível a revogação de
medidas de polícia administrativa, uma vez que tenham sido
aplicadas pela autoridade competente.
e) é dotada do atributo de imperatividade, que consiste na
possibilidade que a Administração tem de executar suas decisões com
seus próprios meios, sem necessidade de provocação do Poder
Judiciário.
Comentário:
Comentário:
b) CORRETA.
Características:
- Atividade restritiva
- Limita liberdade e propriedade
- Natureza discricionária (regra geral)
- Atua em ilícitos administrativos
- Pode ser preventiva ou repressiva
- Regida pelo Direito Administrativo.
Desse modo, como a remoção foi utilizada com fim diverso (punição) daquele
para a qual foi criada (suprir a carência de servidores), deverá ser anulada pela
Comentários:
Assertiva I está INCORRETA. Não se trata do poder regulamentar, e sim da
iniciativa legislativa, ou seja, de processo legislativo,
A assertiva II está CORRETA. A primeira parte também se insere no processo
legislativo ("sancionar, promulgar e fazer publicar as leis”), porém, a parte final
(“expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução") é a aplicação do poder
regulamentar.
Comentários:
A polícia administrativa pode agir de forma preventiva, assim ela atua por meio
de normas limitadoras ou sancionadoras da conduta dos que utilizam bens ou
exercem atividades que possam afetar a coletividade, outorgando alvarás aos
particulares que cumpram as condições e requisitos para o uso da propriedade e
exercício das atividades que devam ser policiadas.
O alvará pode ser de licença ou autorização. A licença é o ato administrativo
vinculado e definitivo pela qual a administração reconhece que o particular detentor
de um direito subjetivo preenche as condições para o seu gozo. Assim as licenças
dizem respeito a direitos individuais e não podem ser negadas quando o requerente
satisfaça os requisitos legais p/ sua obtenção. Ou seja, nesse caso não há margem
de escolha à disposição do administrador público.
Gabarito: Correta.
Questão 48 (FCC, DPE-SP, Defensor Público, 2009)
Em relação aos poderes administrativos, assinale a alternativa que
apresenta ordem de ideias verdadeira.
a) O regulamento autônomo, sobre temática não prevista em lei, de
autoria dos chefes do Executivo é válido e está dentro do âmbito do
chamado Poder Regulamentar.
b) Caracterizam-se como atributos do poder de polícia discricionário o
juízo de conveniência e oportunidade, a auto-executoriedade e a
coercibilidade, obedecidos os requisitos da competência, objeto,
forma, finalidade e motivo, bem assim os princípios da administração
pública, consistentes na legalidade, moralidade, proporcionalidade e
vinculação.
c) Normas gerais e abstratas editadas pela Administração Pública de
forma independente ou autônoma em relação a regras gerais não são
Comentários:
a) INCORRETA. Exceto casos especiais previstos no texto da Constituição
Federal, não há regulamento autônomo, porque só a lei pode obrigar e porque os
decretos só existem para assegurar a fiel observância das leis, conforme artigo 84,
IV, da Constituição Federal:
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;”
b) INCORRETA. Não ocorre vinculação!
c) CORRETA. Estabelece o artigo 84, VI, da Constituição Federal:
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Nova redação dada pela EC nº 32, de
2001).
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída
pela EC nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela EC nº
32, de 2001)”
Comentários:
a) INCORRETA. O poder que permite a punição por parte da autoridade
superior é o poder disciplinar. Ademais, é necessária a previsão legal (princípio da
legalidade) estabelecendo a punição.
b) INCORRETA. A imposição de sanções depende de expressa previsão legal
- princípio da legalidade.
c) CORRETA. Os "decretos autônomos", trazidos pela EC nº 32/2001, que
alterou o artigo 84, VI da CRFB, e possibilitou ao chefe do executivo normatizar
sobre determinadas matérias.
d) INCORRETA. A discricionariedade administrativa não deve ser confundida
com arbitrariedade. O poder discricionário encontra limites na lei, e não é dado ao
administrador o poder de inovar, estabelecendo direitos ou deveres que não sejam
elencados pela legislação.
Comentários:
a) INCORRETA. Segundo lições do professor José dos Santos Carvalho Filho,
a delegação do poder de polícia pode ocorrer desde que cumpridos três requisitos:
I - a delegação do poder de polícia somente se dar por lei;
II - só se admite a delegação da fiscalização de polícia. Ordem de polícia e
sanção de polícia não podem ser delegadas;
III - quem recebe a delegação tem que ser entidade privada que integre a AP
Indireta porque ela sofre controle do PP.
Conclusão: o aspecto da fiscalização pode ser exercido por agente público
sujeito ao regime celetista.
b) INCORRETA. Poder de polícia originário é aquele exercido pelas pessoas
políticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Poder de polícia
delegado (outorgado) é aquele executado pelas pessoas administrativas do Estado,
integrantes da chamada Administração Pública Indireta.
c) INCORRETA. No exercício do poder de polícia, a Administração Pública
atua por meio de atos concretos previamente definidos em lei e também por meio de
atos abstratos, quando, por exemplo, normativa uma situação (poder preventivo).
d) CORRETA. Quando a Administração Pública consente numa atividade
(exemplo: concede licença para construir) e coloca condicionantes (exemplos:
respeitar o meio ambiente; não construir acima de certa altura), visando preservar o
interesse público.
e) INCORRETA. A Administração Pública nunca modifica a ordem jurídica, pois
somente pratica atos infralegais.
Gabarito: Letra “d”.
****
Bem, por hoje é só.
Bons estudos!
Renato Borelli
a) Poder-dever de agir;
b)Dever de eficiência;
c) Dever de probidade;
d)Dever de prestar contas.
a) Poder vinculado: é aquele que si dispõe à administração pública para a prática de atos
administrativos em que existe uma mínima liberdade de atuação (para a prática de atos
vinculados);
b)Poder discricionário: é aquele que confere à administração pública uma pequena
liberdade de atuação em situações determinadas (atos discricionários = motivo oportunidade e
conveniência; e objeto conteúdo previsto na lei. Também há discricionariedade quando a
administração pública se depara com conceitos jurídicos indeterminados.
c) Poder hierárquico: decorre da existência de subordinação entre órgãos e agentes
públicos, sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. São decorrência deste princípio as
prerrogativas, exercidas pelo superior em relação ao subordinado, dar ordens, fiscalizar,
controlar, aplicar sanções, delegar e avocar competências. Ou seja, em outras palavras, é a
prerrogativa que a Administração Pública tem de organizar, estruturar, escalonar e dispor sobre
o funcionamento da atividade administrativa, o exercício das competências e a conduta dos
agentes. O poder hierárquico aplica-se às relações funcionais de subordinação (relações
verticalizadas) ou de coordenação (relações horizontalizadas).
- O poder hierárquico permite dar ordens, rever atos, fiscalizar, controlar, revogar, anular e
convalidar os atos administrativos.
Existe a figura do regulamento autorizado (ou delegado) que ocorre quando o legislativo, na
própria lei, autoriza o executivo a disciplinar determinadas situações nela não reguladas. A
existência dos regulamentos autorizados não possui previsão na constituição federal (diferente
do que ocorre com os regulamentos de execução), da mesma forma inovam o direito ( o que
também não ocorre com os regulamentos de execução); a lei autoriza a complementação legal
por parte do executivo envolvendo órgãos e entidades administrativos de perfil técnicos ligados
à área que deve ser tratada. Os regulamentos de execução, lembrando, são de competência
privativa do chefe do Executivo, indelegáveis e não se restringem a assuntos de ordem técnica,
podendo tratar de qualquer assunto administrativo. O regulamento autorizado é ato legislativo
secundário, infralegal, podendo ser modificado ou revogado por outro ato infralegal como ele.
f) Poder de polícia: é o poder de que se dispõe a administração pública para na forma da lei,
condicionar ou restringir o uso de bens, o exercício de direitos e a prática de atividades privadas,
visando proteger interesses sociais da coletividade.
Cabe diferenciar a polícia administrativa (que é preventiva) da judiciária (é repressiva)
como características genéricas. O poder de polícia administrativa exercido de forma preventiva
se materializa pelas normas que limitam a utilização de bens ou exercício de atividades privadas.
Cabe ao particular exteriorizar interesses junto a administração e provar o preenchimento dos
requisitos legais para a administração lhe conceder o uso da propriedade ou o exercício da
atividade passiva de controle estatal; a anuência da administração é exteriorizada por meio de
alvará que pode ser de licença ou de autorização. A licença é ato vinculado e definitivo, se refere
a direitos individuais reconhecidos com o simples reconhecimento de satisfação dos requisitos
legais. A autorização é concedida a um particular que tenha interesse mais não um direito
subjetivo, é um ato discricionário e precário podendo ser revogado a qualquer tempo (ex.: porte
de arma, uso de bens públicos e o trânsito em determinados locais). Outra forma de atuar de
forma repressiva é com a aplicação de sanções administrativas (é ato auto executório). Não
existem sanções administrativas que impliquem reclusão ou detenção de pessoas. O exercício do
poder de polícia não pode ser delegado a entidades privadas. O poder de polícia possui 4 fases:
Existe uma decisão do STJ que diz que a fase legislativa e a sancionatória por derivarem do
poder de coerção do poder público são indelegáveis ao contrário da fase de fiscalização e do
consentimento.
=>Poder de polícia X Polícia Judiciária (onde lê-se Polícia leia-se Atividade de modo a
não confundir polícia civil e federal com a atividade de polícia judiciária, que é apenas uma das
atividades das polícias).
Abuso de poder
Obs:. a omissão também pode configurar abuso de poder, desde que o agente competente
tenha o dever de agir, condições para fazer e não o fez.
Formas de convalidação:
b) por ratificação ocorre quando o próprio órgão ou autoridade que praticou o ato corrige
vício sanável dele (só pode convalidar a forma).
c) por saneamento - ocorre quando a convalidação do ato somente pode ser feita por
manifestação do particular ou administrado interessado.
Convalidação X Conversão
São coisas distintas, A Conversão é a troca de um ato administrativo por outro de outra
categoria, mas com requisitos semelhantes a se encaixar melhor à situação fática. Já a
Convalidação é a preservação de um mesmo ato administrativo viciado, tornando-o adequado.
Portanto, a chamada conversão consiste em um ato privativo da administração pública mediante
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