Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Comissão Examinadora:
Agradeço ao meu núcleo familiar, meu pai Elias, minha mãe Sândra e meu
irmão, Sandro. Obrigado pelo incentivo, pelo sustento, e por serem sempre um
refúgio e uma fonte de inspiração nos momentos mais difíceis. Não conseguiria sem
vocês. Agradeço também aos demais familiares, pois saber que integro uma família
unida serve como motivação a cada dia.
À Hemeli Ligabue, por ter sido minha companheira nos dias e noites, de
algumas preocupações e muitas alegrias.
O Rio Guaíba, situado na porção leste do estado do Rio Grande do Sul, possui registros do
Holoceno depositados ao longo de cerca de seus 50 km de extensão. Está localizado entre
a borda leste do Escudo Cristalino e a borda oeste da Planície Costeira. A área cortada
pelos contribuintes do Rio Guaíba é composta por rochas vulcânicas, plutônicas e
sedimentares, transportando um grande volume de sedimentos através dos tributários Jacuí,
dos Sinos, Taquari e Gravataí. A fonte mais significativa de sedimentos magnéticos é a
Formação Serra Geral, localizada no norte do estado. Sedimentos que sofreram deposição
em corpos fluviais são capazes de incorporar as mudanças nos registros cronológicos,
físico-químicos e magnéticos relacionados às suas áreas-fonte e propriedades
mineralógicas e texturais. A fração de grãos magnéticos está sujeita a alterações causadas
por diferentes condições ambientais, que podem ocorrer em qualquer uma das etapas do
processo, isoladamente ou em progressão, somadas umas às outras. Estas mudanças
afetam as propriedades magnéticas que dependem do tamanho de grão e composição
mineralógica. Estudos de magnetismo ambiental nunca foram realizados no Rio Guaíba.
Neste trabalho são apresentados os dados de magnetismo ambiental de dois testemunhos
coletados no ano de 2014, a fim de obter as variações das propriedades magnéticas dos
sedimentos do rio, além de identificar o portador magnético nos mesmos. Foram realizadas
medidas de susceptibilidade magnética (χ), magnetização remanente anisterética (ARM),
magnetização remanente isotérmica de saturação (SIRM) e suas razões HIRM e S. Os
resultados mostram uma variação importante nos parâmetros de magnetismo ambiental (χ,
ARM e SIRM) do testemunho T02 (próximo à zona sul de Porto Alegre) e no testemunho
T04 (próximo à desembocadura do Rio Guaíba). Análises de microscopia eletrônica de
varredura (MEV) complementam a identificação dos diferentes minerais magnéticos e a sua
origem. Os sedimentos apresentam predominância de componentes de baixa coercividade
(e.g., titanomagnetita) indicados pela razão S próxima a 1. Entretanto, a maiores
profundidades, observou-se uma mistura de diferentes minerais com diferentes
coercividades, marcadas pela dissolução de titanomagnetita e produção de greigita. A
titanomagnetita detrítica pode ser o mineral magnético mais expressivo. Após a obervação
das propriedades magnéticas foi possível separar a coluna sedimentar em três zonas
magnéticas. As zonas foram distinguidas com base nos processos de dissolução causada
pelo soterramento dos sedimentos e atividade orgânica.
The Guaíba River, located in the eastern portion of the state of Rio Grande do Sul, has
Holocene records deposited along its 50 km of extension. It is located between the eastern
border of the Crystalline Shield and the western edge of the Coastal Plain. The area
intersected by the tributaries of the Guaíba River is composed of volcanic, plutonic and
sedimentary rocks, carrying a large volume of sediments through the tributaries Jacuí, Sinos,
Taquari and Gravataí. The most significant source of magnetic sediments is the Serra Geral
Formation, located in the north of the state. Detrital titanomagnetite may be the most
expressive magnetic mineral. Sediments that have been deposited in fluvial bodies are able
to incorporate changes in chronological, physical-chemical and magnetic records related to
their source areas and mineralogical and textural properties. The fraction of magnetic grains
is subordinated to changes caused by different environmental conditions, which may occur in
any of the stages of the process, alone or in progress, added to each other. These changes
affect the magnetic properties that depend on grain size and mineralogical composition.
Environmental magnetism studies have never been conducted in the Guaíba River. In this
work the environmental magnetism data of two cores collected in 2014 are presented, in
order to obtain the variations of the magnetic properties of the sediments of the river, besides
identifying the magnetic carrier in them. Magnetic susceptibility measurements (χ),
anhysteretic remanent magnetization (ARM), isothermal saturation magnetization (SIRM)
and their HIRM and S ratios were performed. The results show a significant variation in
environmental magnetism parameters (χ, ARM and SIRM) of T02 (near the southern zone of
Porto Alegre) and T04 (near the end of the Guaíba River). Scanning electron microscopy
(SEM) analysis complement the identification of the different magnetic minerals and their
origin. The sediments are characterized by a predominance of low coercivity components
(e.g. titanomagnetite) indicated by the S-ratio close to 1. However, at deeper depths, a
mixture of different minerals with different coercivities, marked by the dissolution of
titanomagnetite and greigite production, was observed. Detrital titanomagnetite may be the
most expressive magnetic mineral. After observing the magnetic properties it was possible to
separate the sedimentary column in three magnetic zones. The zones were distinguished
based on the processes of dissolution caused by the burial of sediments and organic activity.
Figura 2 – Área de estudo, o Rio Guaíba e os municípios mais próximos (círculos brancos):
Porto Alegre, Guaíba, Eldorado do Sul e Viamão. ................................................................ 26
Figura 4 - Ciclo tectônico das rochas, extraído de Liu et al., (2012). Baseado em Wilson
(1966) e Whitmeyer et al., (2007). O retângulo tracejado destaca as etapas principais no
estudo do paleomagnetismo.................................................................................................. 31
Figura 29 - Plotagem dos parâmetros de dispersão (DP) versus a coercividade média (Bh)
das componentes magnéticas dos sedimentos do testemunho T04. .................................... 74
LISTA DE TABELAS
Tabela 2 – Compilação das técnicas utilizadas, juntamente com as informações obtidas ... 40
DP – índice de dispersão
H – campo magnético
M – magnetização adquirida
SP – superparamagnético
Segundo pesquisas do Profº Walter Spalding, o topônimo Rio Guaíba foi inserido
em 1750. Em registros de mapas do século XVII até o início do século XIX o Rio
Guaíba foi denominado de Rio Grande, definido como o acidente geográfico entre o
Rio Jacuí e a Barra de Rio Grande.
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 19
2. ESTADO DA ARTE........................................................................................................ 28
3. METODOLOGIA ............................................................................................................ 39
4. RESULTADOS ............................................................................................................... 50
5. DISCUSSÕES ................................................................................................................ 69
7. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 77
19
1. INTRODUÇÃO
Por estar situado entre a Planície Costeira, no litoral do Rio Grande do Sul, e o
Escudo Cristalino, na região central do estado, o Rio Guaíba tende a apresentar
sedimentos com uma mineralogia magnética variada, alterada por processos de
oxirredução devido ao soterramento progressivo. Somam-se também os sedimentos
provenientes da região norte do estado, transportados pelo Rio Jacuí.
Figura 2) estão locados de modo que seja possível relacionar as variações nas
propriedades magnéticas de acordo com sua distribuição.
O Rio Guaíba, situado na porção leste do estado do Rio Grande do Sul, possui
registros sedimentares do Holoceno depositados ao longo de cerca de seus 50 km
de extensão. Está localizado entre a borda leste do Escudo Cristalino e a borda
oeste da Planície Costeira. É exutório de oito sub-bacias que captam água das
regiões norte e nordeste do Rio Grande do Sul, incluindo ao todo cerca de 250
municípios, na região mais povoada do estado. Esta área dissecada pelos
contribuintes do Rio Guaíba é composta por rochas vulcânicas, plutônicas e
sedimentares, transportando um grande volume de sedimentos através dos rios
Jacuí, dos Sinos, Taquari e Gravataí.
Figura 2), distribuídos ao longo do mesmo (Tabela 1), com o intuito de investigar
as seguintes questões científicas: qual o portador magnético nos sedimentos de
25
22J
T02 474147 m E
6664138 m N
22J
T04 489690 m E
6645750 m N
26
Figura 2 – Área de estudo, o Rio Guaíba e os municípios mais próximos (círculos brancos):
Porto Alegre, Guaíba, Eldorado do Sul e Viamão. Os testemunhos coletados estão
representados pelos pontos amarelos. Imagem obtida com o auxílio do software Google
Earth Pro.
27
1.3. JUSTIFICATIVA
1.4. OBJETIVOS
2. ESTADO DA ARTE
O estado do Rio Grande do Sul pode ser dividido em três grandes regiões
hidrográficas: Região Hidrográfica do Litoral, que ocupa a porção leste do território
gaúcho, a Região Hidrográfica do Uruguai, situada nas regiões norte e oeste, e, por
fim, a Região Hidrográfica do Guaíba, que abrange o centro e nordeste do estado.
Nesta última região encontra-se a Bacia Hidrográfica do Rio Guaíba (BHRG), no
leste do Rio Grande do Sul.
Villwock (1972) indica que os rios que drenam a região da Formação Serra Geral,
no planalto do Rio Grande do Sul, transportam uma maior quantidade de carga em
suspensão em relação aos rios que percorrem a região do Escudo Cristalino. Estes
últimos são rios maturos, que contribuem de forma menos significativa em relação
àqueles.
(Jickells et al., 2005; Maher et al,. 2010), até transformações locais de óxidos de
ferro como a magnetita, maghemita, goethita, sulfetos de ferro, comuns em solos, e
sedimentos eólicos, com ou sem influência biológica de micróbios (Cornell &
Schwertmann, 2003; Malki et al., 2006).
Figura 4 - Ciclo tectônico das rochas, extraído de Liu et al., (2012). Baseado em Wilson
(1966) e Whitmeyer et al., (2007). O retângulo tracejado destaca as etapas principais no
estudo do paleomagnetismo.
O magnetismo ambiental tem como foco de estudo processos que guiam o ciclo
do ferro na superfície terrestre ou a profundidades rasas, sejam elas intemperismo,
formação de solos, erosão, transporte e acumulação de sedimentos e reações de
diagênese incipiente.
Nos solos, os óxidos de ferro mais abundantes (em volume) são a goethita (α-
FeOOH) e a hematita (α-Fe2O3) (e.g., Maxbauer et al., 2016a). Ambos são
antiferromagnéticos, produzindo fracas magnetizações permanentes. Já a magnetita
(Fe3O4) e a maghemita (γ-Fe2O3), que são ferrimagnéticas com forte magnetização,
são muito menos abundantes. Contudo, apesar da menor concentração, costumam
responder muito melhor às medidas magnéticas.
Dunlop and Ozdemir (1997). Esta propriedade torna-os ótimos registros do campo
magnético terrestre. Tipicamente, os minerais SD são de alta coercividade e
remanência.
3. METODOLOGIA
Histerese
Informação Técnica
- ARM100mT
Tamanho de grão do
- Razão ARM100mT/SIRM
mineral magnético
- χFD
- SIRM
Mineralogia magnética - Razão-S
- HIRM
(1)
(2)
Neste trabalho foram utilizadas imagens produzidas por SE, por ser uma técnica
com excelente aplicabilidade para a geração de imagens topográficas em altas
magnificações.
4. RESULTADOS
210
Os testemunhos T02 e T04 foram datados com a utilização do método Pb pelo
Doutorando em Geociências Michel Ivanoff (em fase de elaboração). Estas datações
fazem parte da sua Tese de Doutoramento. Apesar de cada testemunho ter tido
suas propriedades magnéticas analisadas em sua totalidade, ou seja, até a
profundidade máxima, as datações foram tomadas como limitadoras (Tabela 3). O
210
método de datação por Pb possui um limite máximo de 250 anos. Assim, os
dados foram interpretados até as profundidades onde existem as respectivas
14
datações. Para os sedimentos mais profundos serão utilizadas datações por C,
que não fazem parte do escopo deste trabalho.
Profundidade Datação na
Profundidade
Testemunho limite com profundidade limite
máxima (cm)
datação (cm) (anos)
χ1 (976 Hz)
Máxima (m3/kg) Mínima (m3/kg) Média (m3/kg)
Figura 13 - Parâmetros de magnetismo ambiental para o testemunho T02. (A) Susceptibilidade magnética na frequência F1 – 976 Hz (χ1). (B)
Susceptibilidade magnética na frequência F2 – 15616 Hz (χ2). (C) Variação percentual da susceptibilidade dependente da frequência (χFD). (D)
Magnetização remanente anisterética em 100 mT (ARM100mT). (E) Magnetização remanente de isotérmica de saturação (SIRM). (F)
Magnetização remanente isotérmica “forte” (HIRM). (G) Razão ARM100mT/SIRM. (H) Razão-S. As setas indicam o posicionamento das amostras
utilizadas para as medidas de histerese e curvas de aquisição da magnetização remanente isotérmica (IRM). Os resultados foram classificados
em três diferentes zonas, onde: a zona 1 (em amarelo claro) representa a região óxica rica em minerais magnéticos detriticos; zona 2 (em
verde claro) que representa a região de transição subóxica, ou ferruginosa; e a zona 3 (em laranja) a região anóxica onde predominam os
minerais magnéticos produtos da alteração da magnética.
53
Este mesmo padrão é observado para os valores de SIRM (Figura 13E) e HIRM
(Figura 13F). Quando o sedimento sofre dissolução, a mudança no tamanho dos
grãos afeta a SIRM. O parâmetro HIRM apresenta valores altos no topo e uma
diminuição gradual dos valores em direção a base. Esse comportamento sugere que
a concentração dos minerais magnéticos controla em boa medida esse parâmetro,
sugerindo a presença de material altamente coercivo no topo do testemunho.
caracterizada por valores médios de Bh entre 1,60 e 1,69 (40,08 – 50,08 mT) e DP
entre 0,33 e 0,31. Esta é a componente magnética com maior contribuição para o
conteúdo ferromagnético das amostras estudadas, que sugere a magnetita SD como
portador magnético mais importante ao longo de todo o testemunho. A componente
2 apresenta valores médios de Bh entre 2,78 e 3,38 (614-2414 mT) e DP entre 0,31
e 0,39, que corresponde à fase com coercividades mais elevadas, e foi interpretada
como hematita e/ou greigita. A componente 3 possui valores médios de Bh entre
0,99 e 1,30 (9,85 – 20,22 mT) e DP entre 0,15 e 0,31, que apresenta a fase
magnética de mais baixa coercividade, que foi atribuída à magnetita e/ou
titanomagnetita detrítica. A componente 4 está presente apenas na amostra da zona
3 e apresenta valor de Bh de 2,26 (181,97 mT) e DP de 0,21, e foi interpretada como
representante da ocorrência de greigita. A componente 4 que se encontra na base
do testemunho também apresenta uma contribuição maior de uma fase
superparamagnética (SP), provavelmente relacionada à greigita.
χ1 (976 Hz)
Máxima (m3/kg) Mínima (m3/kg) Média (m3/kg)
2,6 x10-5 2,4 x10-7 7,6 x10-6
χ2 (15616 Hz)z)
2,4 x10-5 2,2 x10-7 7,2 x10-6
Profundidade (cm) 8,0 38,5 -
63
Figura 21 - Parâmetros de magnetismo ambiental para o testemunho T04. (A) Susceptibilidade magnética na frequência F1 – 976 Hz (χ1). (B)
Susceptibilidade magnética na frequência F2 – 15616 Hz (χ2). (C) Variação percentual da susceptibilidade dependente da frequência (χFD). (D)
Magnetização remanente anisterética em 100 mT (ARM100mT). (E) Magnetização remanente de isotérmica de saturação (SIRM). (F)
Magnetização remanente isotérmica “forte” (HIRM). (G) Razão ARM100mT/SIRM. (H) Razão-S. As setas indicam o posicionamento das amostras
utilizadas para as medidas de histerese e curvas de aquisição da magnetização remanente isotérmica (IRM). Os resultados foram classificados
em três diferentes zonas, onde: a Zona 1 (em amarelo claro) representa a região óxica rica em minerais magnéticos detriticos; Zona 2 (em
verde claro) que representa a região de transição subóxica; e a Zona 3 (em vermelho claro) a região anóxica onde predominam os minerais
magnéticos produtos da alteração da magnética.
64
5. DISCUSSÕES
Na base do testemunho (Zona 3), uma contribuição de fração com uma mistura
SP/SD é corroborada através da susceptibilidade muito baixa, curvas de histerese
características, e MEV (Rowan & Roberts, 2006; Roberts et al., 1995). No topo do
testemunho (zonas 1 e 2), uma fração ferromagnética é representada por minerais
de alta e baixa coercividade, como mostram as curvas de aquisição de IRM, que,
modeladas usando o software desenvolvido por Maxbauer et al. (2016b), mostram
três diferentes componentes. A razão-S calculada indica a presença de minerais
magnéticos de baixa coercividade nas porções superficial e intermediária dos
sedimentos, com maiores contribuições de minerais de alta coercividade nos
sedimentos mais profundos.
70
O testemunho T04 possui a mesma fomatação das zonas propostas (Figura 27).
Contudo, sua zona óxica é menos profunda, compreendendo do topo do testemunho
até a profundidade de 8 cm. A partir de 8 cm até 24 cm surge a zona intermediária
transicional, onde ocorre a dissolução da titanomagnetita com aumento da
disponibilidade de Fe+2. Por fim, a zona sulfídica inicia-se a 24 cm de profundidade,
até a base do testemunho. É importante observar que a zona 3 é mais ampla neste
testemunho, o que pode ter sido causado pela maior disponibilidade de matéria
orgânica no testemunho em questão (Roberts, 2015).
Figura 28 – Plotagem dos parâmetros de dispersão (DP) versus a coercividade média (Bh)
das componentes magnéticas dos sedimentos do testemunho T02. Os símbolos na cor
verde (BC) indicam as componentes de baixa coercividade. Os símbolos na cor azul (MC)
indicam as componentes de coercividade intermediária, enquanto os símbolos vermelhos
(AC) indicam alta coercividade.
74
Figura 29 - Plotagem dos parâmetros de dispersão (DP) versus a coercividade média (Bh)
das componentes magnéticas dos sedimentos do testemunho T04. Os símbolos na cor
verde (BC), indicam as componentes de baixa coercividade. Os símbolos na cor azul (MC)
indicam as componentes de coercividade intermediária, enquanto os símbolos vermelhos
(AC) indicam alta coercividade.
Desde seu início, nos anos 1970 (Thompson et al., 1980), estudos
paleomagnéticos são utilizados para a reconstrução climática e da evolução
ambiental de ambientes marinhos e continentais (e.g. Evans & Heller, 2003).
Segundo Mohamed et al. (2011), a mobilidade de elementos terras raras em
sedimentos é controlada pelo estado redox em ambientes de água rasa (Caetano et
al., 2009).
75
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS
Andrade Neto, J. S. D., Rigon, L. T., Toldo Junior, E. E., & Schettini, C. A. F.
(2012). Descarga sólida em suspensão do sistema fluvial do Guaíba, RS, e sua
variabilidade temporal. Pesquisas em Geociências, Porto Alegre. Vol. 39, n. 2
(maio/ago. 2012), p. 161-171.
Ao, H., Deng, C., Dekkers, M. J., & Liu, Q. (2010). Magnetic mineral dissolution
in Pleistocene fluvio-lacustrine sediments, Nihewan Basin (North China). Earth and
Planetary Science Letters, 292(1), 191-200.
Bazylinski, D. A., Garratt-Reed, A. J., Abedi, A., & Frankel, R. B. (1993). Copper
association with iron sulfide magnetosomes in a magnetotactic bacterium. Archives
of Microbiology, 160(1), 35-42.
Caetano, M., Prego, R., Vale, C., de Pablo, H., & Marmolejo-Rodríguez, J.
(2009). Record of diagenesis of rare earth elements and other metals in a transitional
sedimentary environment. Marine Chemistry, 116(1), 36-46.
Cornell, R. M., & Schwertmann, U. (2003). The iron oxides: structure, properties,
reactions, occurrences and uses. John Wiley & Sons.
Dunlop, D. J. (2002). Theory and application of the Day plot (Mrs/Ms versus
Hcr/Hc) 1. Theoretical curves and tests using titanomagnetite data. Journal of
Geophysical Research: Solid Earth, 107(B3).
Emiroglu, S., Rey, D., & Petersen, N. (2004). Magnetic properties of sediment in
the Ría de Arousa (Spain): Dissolution of iron oxides and formation of iron
sulphides. Physics and Chemistry of the Earth, Parts A/B/C, 29(13), 947-959.
Heslop, D., Dekkers, M. J., Kruiver, P. P., & Van Oorschot, I. H. M. (2002).
Analysis of isothermal remanent magnetization acquisition curves using the
expectation-maximization algorithm. Geophysical Journal International, 148(1), 58-
64.
Heslop, D., & Dillon, M. (2007). Unmixing magnetic remanence curves without a
priori knowledge. Geophysical Journal International, 170(2), 556-566.
Jickells, T. D., An, Z. S., Andersen, K. K., Baker, A. R., Bergametti, G., Brooks,
N., ... & Kawahata, H. (2005). Global iron connections between desert dust, ocean
biogeochemistry, and climate. Science, 308(5718), 67-71.
Kao, S. J., Horng, C. S., Roberts, A. P., & Liu, K. K. (2004). Carbon–sulfur–iron
relationships in sedimentary rocks from southwestern Taiwan: influence of
geochemical environment on greigite and pyrrhotite formation. Chemical
Geology, 203(1), 153-168.
Karlin, R., & Levi, S. (1985). Geochemical and sedimentological control of the
magnetic properties of hemipelagic sediments. Journal of Geophysical Research:
Solid Earth, 90(B12), 10373-10392.
80
Karlin, R., Lyle, M., & Heath, G. R. (1987). Authigenic magnetite formation in
suboxic marine sediments. Nature, 326(6112), 490-493.
Kawamura, N., Oda, H., Ikehara, K., Yamazaki, T., Shioi, K., Taga, S., ... & Torii,
M. (2007). Diagenetic effect on magnetic properties of marine core sediments from
the southern Okhotsk Sea. Earth, planets and space, 59(2), 83-93.
Larrasoaña, J. C., Roberts, A. P., Musgrave, R. J., Gràcia, E., Piñero, E., Vega,
M., & Martínez-Ruiz, F. (2007). Diagenetic formation of greigite and pyrrhotite in gas
hydrate marine sedimentary systems. Earth and Planetary Science Letters, 261(3),
350-366.
Lins, U., Keim, C. N., Evans, F. F., Farina, M., & Buseck, P. R. (2007). Magnetite
(Fe3O4) and greigite (Fe3S4) crystals in multicellular magnetotactic
prokaryotes. Geomicrobiology Journal, 24(1), 43-50.
Liu, J., Zhu, R., Roberts, A. P., Li, S., & Chang, J. H. (2004). High‐resolution
analysis of early diagenetic effects on magnetic minerals in post‐middle‐Holocene
81
continental shelf sediments from the Korea Strait. Journal of Geophysical Research:
Solid Earth, 109(B3).
Liu, Q., Roberts, A. P., Larrasoana, J. C., Banerjee, S. K., Guyodo, Y., Tauxe, L.,
& Oldfield, F. (2012). Environmental magnetism: principles and applications. Reviews
of Geophysics, 50(4).
Maher, B. A., Prospero, J. M., Mackie, D., Gaiero, D., Hesse, P. P., & Balkanski,
Y. (2010). Global connections between aeolian dust, climate and ocean
biogeochemistry at the present day and at the last glacial maximum. Earth-Science
Reviews, 99(1), 61-97.
Maher, B. A., Ahmed, I. A., Davison, B., Karloukovski, V., & Clarke, R. (2013).
Impact of roadside tree lines on indoor concentrations of traffic-derived particulate
matter. Environmental science & technology, 47(23), 13737-13744.
Martins, I. R., Villwock, J. A., Martins, L. R., & Bemvenuti, C. E. (1989). The
Lagoa dos Patos estuarine ecosystem (RS, Brazil). Pesquisas, 22, 5-44.
Maxbauer, D. P., Feinberg, J. M., Fox, D. L., & Clyde, W. C. (2016b). Magnetic
minerals as recorders of weathering, diagenesis, and paleoclimate: A core–outcrop
comparison of Paleocene–Eocene paleosols in the Bighorn Basin, WY, USA. Earth
and Planetary Science Letters, 452, 15-26.
Mohamed, K. J., Rey, D., Rubio, B., Dekkers, M. J., Roberts, A. P., & Vilas, F.
(2011). Onshore–offshore gradient in reductive early diagenesis in coastal marine
sediments of the Ria de Vigo, Northwest Iberian Peninsula. Continental Shelf
Research, 31(5), 433-447.
Nicolodi, J. L., Toldo Junior, E. E., & Farina, L. (2010). Dinâmica e ressuspensão
por ondas no Lago Guaíba (RS, Brasil) e implicações nos locais de captação de
água para abastecimento humano.
Nowaczyk, N. R., Harwart, S., & Melles, M. (2001). Impact of early diagenesis
and bulk particle grain size distribution on estimates of relative geomagnetic
palaeointensity variations in sediments from Lama Lake, northern Central
Siberia. Geophysical Journal International, 145(1), 300-306.
Nowaczyk, N. R., Minyuk, P., Melles, M., Brigham-Grette, J., Glushkova, O.,
Nolan, M., ... & Forman, S. L. (2002). Magnetostratigraphic results from impact crater
Lake El'gygytgyn, northeastern Siberia: a 300 kyr long high-resolution terrestrial
palaeoclimatic record from the Arctic. Geophysical Journal International, 150(1), 109-
126.
Ortega, B., Caballero, M., Lozano, S., Vilaclara, G., & Rodríguez, A. (2006). Rock
magnetic and geochemical proxies for iron mineral diagenesis in a tropical lake: Lago
Verde, Los Tuxtlas, East–Central Mexico. Earth and Planetary Science
Letters, 250(3), 444-458.
83
Pereira, F. F., Fragoso Jr, C. R., Uvo, C. B., Collischonn, W., & Motta Marques,
D. M. L. (2013). Assessment of numerical schemes for solving the advection–
diffusion equation on unstructured grids: case study of the Guaíba River, Brazil.
Nonlinear Processes in Geophysics, 20(6), 1113-1125.
Reinholdsson, M., Snowball, I., Zillén, L., Lenz, C., & Conley, D. J. (2013).
Magnetic enhancement of Baltic Sea sapropels by greigite magnetofossils. Earth and
Planetary Science Letters, 366, 137-150.
Rey, D., López-Rodríguez, N., Rubio, B., Vilas, F., Mohamed, K., Pazos, O., &
Bógalo, M. F. (2000). Magnetic properties of estuarine-like sediments. The study
case of the Galician Rias. Journal of Iberian Geology, 26, 151-170.
Rey, D., Mohamed, K. J., Bernabeu, A., Rubio, B., & Vilas, F. (2005). Early
diagenesis of magnetic minerals in marine transitional environments: Geochemical
signatures of hydrodynamic forcing. Marine Geology, 215(3), 215-236.
Roberts, A. P., Chang, L., Rowan, C. J., Horng, C. S., & Florindo, F. (2011).
Magnetic properties of sedimentary greigite (Fe3S4): An update. Reviews of
Geophysics, 49(1).
Skinner, B. J., Grimaldi, F. S., & Erd, R. C. (1964). Greigite Thio-Spinel of Iron-
New Mineral. American Mineralogist, 49(5-6), 543.
Thompson, R., Stober, J. C., Turner, G. M., Oldfield, F., Bloemendal, J., Dearing,
J. A., & Rummery, T. A. (1980). Environmental applications of magnetic
measurements. Science, 207(4430), 481-486.
Toldo Jr, E. E., Dillenburg, S. R., Correa, I. C., & Almeida, L. E. (2000). Holocene
sedimentation in Lagoa dos Patos Lagoon, Rio Grande do Sul, Brazil. Journal of
Coastal Research, 816-822.
Vasiliev, I., Franke, C., Meeldijk, J. D., Dekkers, M. J., Langereis, C. G., &
Krijgsman, W. (2008). Putative greigite magnetofossils from the Pliocene
epoch. Nature Geoscience, 1(11), 782-786.
Whitmeyer, S. J., Fichter, L. S., & Pyle, E. J. (2007). New directions in Wilson
cycle concepts: Supercontinent and tectonic rock cycles. Geosphere, 3(6), 511-526.
Wilson, J. T. (1966). Did the Atlantic close and then re-open?. Nature.