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FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não
o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas
Certificados, entidade que detém os direitos de autor.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Acrónimos
Art.º Artigo
BADF Bases de apresentação das demonstrações financeiras
CC Contabilista Certificado
CIRC Código do imposto sobre rendimentos pessoas coletivas
CNC Comissão de Normalização Contabilística
DL Decreto-lei n.º
EC Estrutura conceptual
ESNL Entidades do setor não lucrativo
FAQ Frequently asked questions (respostas a perguntas frequentes)
IES Informação empresarial simplificada
IRC Imposto sobre rendimento pessoas coletivas
NC-ME Norma contabilística para microentidades
NCM Normalização contabilística para microentidades
NCP Normas de contabilidade pública
NCP-PE Norma de contabilidade pública—pequenas entidades
NCRF Normas contabilísticas e de relato financeiro
NCRF–PE Norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades
NCRF–ESNL Norma contabilística e de relato financeiro para as entidades do setor não lucrativo
OCC Ordem dos Contabilistas Certificados
RETGS Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades
SNC Sistema de normalização contabilística
SNC-AP Sistema de normalização contabilística para as administrações publicas
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................................... 5
2. Âmbito de aplicação ......................................................................................................................... 8
3. Conceitos........................................................................................................................................... 12
3.1. Custos de empréstimos obtidos ................................................................................................ 12
3.2. Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização .............................................. 15
3.3. Ativo que se qualifica ................................................................................................................. 20
3.4. Método do juro efetivo ............................................................................................................... 23
4. Código de contas ............................................................................................................................. 25
5. Reconhecimento e mensuração .................................................................................................... 33
5.1. Empresas que aplicam o regime geral ..................................................................................... 33
5.2. Pequenas entidades .................................................................................................................... 39
5.3. Microentidades ............................................................................................................................. 41
5.4. Alteração de regime de normalização ..................................................................................... 42
5.5. Entidades do setor não lucrativo .............................................................................................. 44
5.6. Entidades que aplicam o SNC-AP .............................................................................................. 44
5.7. Pequenas entidades que aplicam o SNC-AP ............................................................................ 47
6. Interação com outras normas ........................................................................................................ 48
6.1. Ativos fixos tangíveis .................................................................................................................. 48
6.2. Ativos intangíveis ......................................................................................................................... 50
6.3. Propriedades de investimentos ................................................................................................. 51
6.4. Inventários .................................................................................................................................... 52
6.5. Contratos de construção ............................................................................................................ 53
6.6. Ativos biológicos .......................................................................................................................... 55
7. Apresentação e divulgação ............................................................................................................ 56
8. Implicações das medidas de proteção dos créditos das empresas ......................................... 62
9. Tratamento fiscal ............................................................................................................................ 65
10. Conclusões .................................................................................................................................... 78
Anexos - Normativos da Contabilidade ................................................................................................ 81
Anexos - Fiscalidade................................................................................................................................ 96
Referências Legislativas ....................................................................................................................... 100
Referências Bibliográficas .................................................................................................................... 101
Web Referências .................................................................................................................................... 103
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1. Introdução
Com a publicação em 02 de junho de 2015, do DL 98/2015, verificaram-se as primeiras
alterações ao Sistema da Normalização Contabilística, que estava em vigor desde 01 de
janeiro de 2010. Este processo de alteração culmina com a publicação, ainda em 2015, de
toda a legislação diretamente relacionada com aquele normativo, designadamente:
Assim, neste pacote legislativo foram republicadas todas as normas incluídas com o SNC,
designadamente as Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro, a Norma Contabilística e
de Relato Financeiro para Pequenas Entidades, a Norma Contabilística para Microentidades
e a Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Setor Não Lucrativo. De
referir que em alguns casos as alterações não foram muito relevantes, e por vezes, apenas
estavam relacionadas com a aplicação do acordo ortográfico.
Conforme já foi referido, destas alterações, muitas não foram muito relevantes, no entanto,
as verificadas na Norma Contabilística e de Relato Financeiro 10 – Custos de Empréstimos
Obtidos, foram alterações com importância e impacto nas demonstrações financeiras e no
resultado apresentado pelas entidades, por terem efeito nas regras de mensuração.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, sempre que ocorram alterações nas as normas internacionais, estas alterações não
serão acolhidas de imediato em Portugal, ou seja, as alterações às normas internacionais
apenas serão acolhidas em Portugal depois de alterado o aviso de publicação das normas
contabilísticas e de relato financeiro.
Para as empresas que, em detrimento do SNC optem por utilizar as Normas internacionais,
estas deverão utilizar sempre as versões mais recentes destas normas, o que implica que
deverão ter em consideração todas as alterações a estas normas.
Quanto ao SNC, será de referir que sempre que numa NCRF existam remissões para as
normas internacionais de contabilidade, entende -se que estas se referem às adotadas pela
União Europeia, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e
do Conselho de 19 de Julho e, em conformidade com o texto original do Regulamento (CE)
n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro. Mesmo com esta alteração do SNC a partir
de 01 de janeiro de 2016, as normas internacionais de contabilidade de referência, para o
caso de supressão de lacunas, por exemplo, continuam a ser as que já estavam a ser
utilizadas em 2010.
• entidades que apliquem o SNC – Regime geral, com 28 normas – NCRF 10;
• pequenas entidades – Ponto 10 da NCRF-PE;
• microentidades – Ponto 10 da NC-ME;
• entidades do setor não lucrativo - Ponto 10 da NCRF-ESNL, e
• entidades que aplicam o SNC-AP – NCP 7.
Posteriormente iremos verificar as contas do Código das Contas que estão relacionadas com
os movimentos dos custos dos empréstimos obtidos. Para além das contas de gastos e
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Este manual foi elaborado na altura de publicação das medidas de apoio às empresas por
causa do efeito que estas estão a sentir da pandemia Covid-19, que implicou a redução e
encerramento de algumas atividades. Assim, foi publicada a Lei n.º 10-J/2020, de 26 de
março, com medidas excecionais de proteção dos créditos das famílias, empresas,
instituições particulares de solidariedade social e demais entidades da economia social,
bem como um regime especial de garantias pessoais do Estado, no âmbito da pandemia da
doença COVID-19.
Neste manual, incluímos, em capítulo próprio exemplos do efeito destas medidas aplicáveis
às empresas.
Ainda que o título deste manual não refira o tratamento fiscal dos custos de empréstimos
obtidos, consideramos importante incluir no manual um capítulo com esta informação,
exemplificando as correções que podem ser necessárias na declaração de rendimentos
modelo 22 do ano em que a entidade regista os gastos de financiamento líquidos e os anos
seguintes.
De referir que na lei 32/2019, de 3 de maio, foi alterado o CIRC, com o objetivo de reforçar
o combate às práticas de elisão fiscal, transpondo para a legislação nacional a diretiva (UE)
2016/1164, de 12 de julho, com a redação que lhe foi dada pela diretiva (UE) 2017/952,
de 29 de maio. Esta legislação inclui alterações à <Lei Geral Tributária, ao Código de
Procedimento e de Processo Tributário e ao CIRC, onde foi alterado o previsto nos números
12 e 13 do art.º 67º daquele código.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
2. Âmbito de aplicação
Neste manual, iremos abordar os custos dos empréstimos obtidos, cujo tratamento está
prescrito na NCRF 10, que se reporta aos custos dos empréstimos obtidos, bem como
aqueles que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo
que se qualifica.
Assim, e conforme refere o §2 da NCRF 10, para as entidades de maior dimensão, e para as
entidades que, por opção aplicam o SNC regime geral, esta norma deve ser aplicada na
contabilização dos custos de empréstimos obtidos.
O âmbito de aplicação desta norma também tem muita importância para a justificação do
valor a apresentar na demonstração dos resultados. De referir que a consideração dos custos
dos empréstimos obtidos como sendo uma parte do ativo que se qualifica, implica o
reconhecimento destes no balanço no ativo, conjuntamente com o custo de produção do
ativo. Por outro lado, a consideração dos custos dos empréstimos obtidos como sendo um
gasto do período implica que estes sejam apresentados na Demonstração dos resultados,
nas linhas:
Neste mapa, podemos ler a diferença dos totalizadores: Resultado operacional entes de
gastos de financiamento e de impostos e Resultado antes de impostos, como sendo os gastos
de financiamento líquidos (gastos deduzidos de rendimentos), e que estão repartidos pelas
linhas:
• Juros e rendimentos similares obtidos
• Juros e gastos similares suportados.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Olhando apenas para a linha de juros e rendimentos similares obtidos, a CNC considerou
importante fazer uma explicação dos valores a incluir nesta linha, tendo publicado em 2012
a seguinte informação, que se aplica também às demonstrações financeiras preparadas para
os períodos que se iniciaram até 01 de janeiro de 2016 (destacamentos em bold nossos):
Assim, a CNC entende que sob a rubrica de "Juros e rendimentos similares obtidos"
da demonstração de resultados por natureza serão inscritas, primordialmente, as
quantias que figurem na conta 7915 – Juros, dividendos e outros rendimentos
similares – Juros obtidos – De financiamentos obtidos, devendo nessa rubrica da
Demonstração de resultados por naturezas ser também considerados outros
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http://www.cnc.min-financas.pt/SNC_projecto/SNC_MDF_observacoes.pdf
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Atualmente a CNC reviu esta opinião e publicitou em 2018 a seguinte opinião, agora restrita
à linha de Juros e rendimentos similares obtidos (sublinhado nosso):
Assim, ainda que com um enquadramento diferente, continua a ser essencial não incluir
nestas linhas da demonstração dos resultados, os gastos e rendimentos que registados nas
contas 69 – Gastos e perdas de financiamento2 e 79 – Juros, Dividendos e outros rendimentos
similares do código de contas, mas que tenham um carater operacional. Nestes casos, estes
gastos e rendimentos devem ser apresentados, na demonstração dos resultados, na linha de
outros gastos e de outros rendimentos.
Por outro lado, poderão existir gastos e rendimentos registados na conta 68 – Outros gastos
e na conta 78 – Outros rendimentos, que tenham uma natureza financeira, e como tal devem
ser apresentados nestas linhas da Demonstração dos Resultados.
O conceito de “natureza operacional” pode ser obtido na NCRF 2 – Demonstração dos fluxos
de caixa onde é referido que:
2
Consideramos que são situações pouco prováveis
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo:
No entanto, podemos desde já pensar numa empresa que tem um financiamento, pelo que
reconhece gastos relacionados com este financiamento. Se a empresa tiver
simultaneamente uma aplicação financeira, os juros recebidos não devem ser deduzidos ao
gasto de financiamento, por serem de natureza operacional. Assim, devem ser apresentados
na demonstração dos resultados na linha de outros rendimentos.
Exemplo:
Estas situações têm impacto no apuramento do EBITDA, bem como no tratamento fiscal dos
gastos de financiamento, conforme previsto no art.º 67º do CIRC.
Ainda considerando o âmbito da NCRF 10, uma entidade não tem a obrigação de aplicar a
NCRF 10 a custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de:
a) Um ativo que se qualifica mensurado pelo justo valor, por exemplo, um ativo biológico;
ou
b) Inventários que sejam fabricados, ou de outro modo produzidos, em grandes quantidades
de uma forma repetitiva.
Efetivamente esta norma aplica-se à decomposição destas linhas da demonstração dos
resultados, considerando a particularidade de permitir (agora é exigir) a capitalização
destes custos aos ativos que se qualifiquem.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
3. Conceitos
O ponto 5, a NCRF 10 – custos dos empréstimos obtidos, refere que uma entidade deve
capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de um ativo que se qualifica.
A NCRF 10, identifica os custos dos empréstimos obtidos, de uma forma muito similar à que
consta da IAS 23. De acordo com a NCRF 10 os custos dos empréstimos obtidos incluem:
a) Gastos com juros calculados com base na utilização do método do juro efetivo, tal como
descrito na NCRF 27 — Instrumentos Financeiros;
b) Encargos financeiros relativos a locações financeiras reconhecidas de acordo com a NCRF
9 — Locações; e
c) Diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em moeda estrangeira até
ao ponto em que sejam vistos como um ajustamento do custo dos juros.
Aqui convém realçar que até 01 de janeiro de 2016, constavam nesta definição (na norma
aplicável até à data) as seguintes situações:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, na com a alteração do SNC a partir de 01 de janeiro de 2016, o referido na alínea (b)
e (c) acima deixou de constar como fazendo parte do custo de juros e o texto referido na
alínea (a) foi alterado.
Para efeitos de apuramento do lucro tributável, a definição que constava do CIRC, antes da
alteração da Lei 32/2019, de 3 de maio e da circular n.º 7/2013 estava em conformidade
com a definição da NCRF 10 que constava no SNC em vigor até 2010. Atualmente, com as
alterações introduzidas no CIRC pela Lei 32/2019, de 3 de maio, o conceito de custos dos
empréstimos obtidos é similar aos que consta na NCRF 10, na sua versão atual. No capítulo
8 deste manual este conceito encontra-se muito desenvolvido.
O custo dos empréstimos obtidos inclui a expressão “Gastos com juros”, pelo que é
importante esclarecer o que são gastos com juros.
O conceito de gastos com juros implica mais do que apenas os juros incorridos, ou seja, o
conceito de gastos com juros pretende refletir todos os gastos incorridos com a entidade
com determinado financiamento. Assim, os gastos com juros são todos os gastos associados
ao financiamento, os quais não existiriam caso a entidade não tivesse contratado o
financiamento, incluindo assim:
• Juros
• Imposto do selo
• Comissões bancárias pelo financiamento
• Gastos com garantias para o financiamento
• …..
Este conceito, ainda que não esteja expressamente referido nas normas, pode ser retirado
da noção de taxa de juro efetiva que consta no apêndice A da IFRS 9:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A IFRS 9 considera também a existência de uma taxa de juro efetiva ajustada, que define
como:
Naquela IFRS é considerado que na taxa de juro devem ser consideradas todos os termos
contratuais do instrumento financeiro. Ora se o instrumento financeiro for um contrato de
financiamento, os termos contratuais do contrato de financiamento incluem gastos para
além dos juros, que devem ser registados e apresentados nas demonstrações financeiras
como gastos de juros.
No que respeita ao SNC-AP, e porque este pacote legislativo publicado em 2015, teve como
base também as NCRF, tem uma definição de custos de empréstimos obtidos diferente da
que atualmente consta no SNC, e coincidente com a que anteriormente estava em vigor.
Assim, no âmbito do SNC-AP, os custos de empréstimos obtidos são juros e outros gastos
suportados por uma entidade relativos a empréstimos obtidos.
Para as entidades que aplicam o SNC-AP, os custos de empréstimos obtidos podem incluir:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Sempre que uma entidade contrai empréstimos especificamente com o fim de obter um
ativo que se qualifica, os custos dos empréstimos obtidos que estejam relacionados
diretamente com esse ativo que se qualifica podem ser prontamente identificados. Por
exemplo, se a entidade contrata um financiamento para adquirir um ativo que se qualifica
é fácil fazer esta associação, pelo é fácil identificar os custos que a entidade incorre por
ter tido acesso a este financiamento são custos de empréstimos obtidos elegíveis para
capitalização.
No entanto, reconhece-se que em determinados casos pode ser difícil fazer a associação
entre o financiamento e aquisição do ativo, sendo que nestes casos também poderá ser mais
difícil determinar o valor dos custos dos empréstimos elegíveis para capitalização.
Especificamente a NCRF 10 refere que pode ser difícil identificar um relacionamento direto
entre certos empréstimos obtidos e um ativo que se qualifica, nestes casos é difícil
determinar os empréstimos obtidos que poderiam de outra maneira ser evitados.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A quantia dos custos de empréstimos obtidos elegível para capitalização deve ser
determinada com base nos custos reais dos empréstimos obtidos incorridos com os
empréstimos durante o período menos qualquer rendimento de investimento temporário
desses empréstimos.
Exemplo Prático 1
Valor do empréstimo:
Valor recebido em 10-2019: 100.000,00 euros
Valor recebido em 01-2020: 500.000,00 euros
1ª Tranche 2ª Tranche
Pela utilização de crédito (0,6%) 600,00
Juros empréstimo (5%) 1.250,00
Imposto do selo s/juros (4%) 50,00
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1ª Tranche 2ª Tranche
Pela utilização de crédito (0,6%) 3.000,00
Juros empréstimo (5%) 1.250,00 6.250,00
Imposto do selo s/juros (4%) 50,00 250,00
Juros aplicação financeira 1% 562,50
Exemplo prático 2
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A empresa vai receber juros da aplicação financeira que fez com o empréstimo, sendo que
este rendimento deve ser deduzido aos gastos de juros.
A NCRF 10 refere que na medida em que os fundos sejam pedidos de uma forma geral e
usados com o fim de obter um ativo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos
obtidos elegíveis para capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de
capitalização aos dispêndios respeitantes a esse ativo.
A taxa de capitalização deve ser a média ponderada dos custos de empréstimos obtidos
aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que estejam em circulação no período,
que não sejam empréstimos contraídos especificamente com o fim de obter um ativo que
se qualifica.
A quantia dos custos de empréstimos obtidos capitalizados durante um período não deve
exceder a quantia dos custos de empréstimos obtidos incorridos durante o período.
É frequente que as empresas tenham vários empréstimos para fazer face às suas
necessidades de tesouraria, à aquisição de bens, e para o financiamento de ativos que se
qualificam. É nestes casos que a empresa tem que calcular a taxa de capitalização média.
Exemplo prático 3
Uma empresa contraiu vários empréstimos para fazer face às suas necessidades de
tesouraria e de investimento:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta empresa tem na sua conta de financiamentos valores de 475.000,00 euros, dos quais
35.000 euros estão afetos à aquisição de ativos que não se qualificam, 50.00 euros para
apoio à tesouraria, e 150.000 euros afetos a ativos que se qualificam.
O financiamento dos ativos que se qualificam, para além de ter sido feito com por recurso
aquele financiamento específico, também utilizou outros plafonds que a empresa tinha
disponíveis, apresentados como financiamentos com objetivo geral.
Assim, a empresa tem que calcular a taxa média de capitalização, considerando apenas os
empréstimos gerais:
6,5%*100.000+5,5%*75.000+4,75*65.000
= 5,71%
100.000+75.000+65.000
Como foi referido acima, podemos encontrar muitas situações em que é difícil determinar
o custo dos empréstimos obtidos, e outras em que têm que ser considerados pressupostos
que têm que ser cuidados. Assim, a NCRF 10 recomenda o bom senso na quantificação dos
custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização.
Quanto ao SNC-AP, a NCP 7 refere que sempre que uma entidade contrai empréstimos com
o fim específico de obter um determinado ativo que se qualifica, o que é muito frequente
na administração pública, os custos de empréstimos obtidos que estejam diretamente
relacionados com esse ativo podem ser prontamente identificados.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No entanto a NCP 7 refere que pode ser difícil identificar uma relação direta entre alguns
empréstimos obtidos e um ativo que se qualifica e determinar os empréstimos obtidos que
de alguma forma poderiam ter sido evitados.
A NCP 7 também alerta para as dificuldades na identificação dos custos associados a ativos
que se qualificam quando um grupo público usa uma variedade de instrumentos de dívida
para obter fundos a taxas de juro variáveis, e transfere esses fundos com base em critérios
diversos a outras entidades do grupo.
Nos casos em que os empréstimos sejam contraídos genericamente e usados com a finalidade
de obter um ativo que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegíveis
para capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de capitalização aos
dispêndios relativos a esse ativo. A taxa de capitalização deve ser a média ponderada dos
custos dos empréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que
estejam em aberto durante o período, e que não sejam empréstimos especificamente
contraídos para obter um ativo que se qualifica.
Claro que a quantia dos custos de empréstimos obtidos capitalizados durante um período
não deve exceder a quantia dos custos de empréstimos obtidos durante esse período,
considerando que todos os financiamentos estão associados a ativos que se qualificam.
A título de exemplo a NCRF 10, bem como a IAS 23, referem que os seguintes ativos podem
constituir ativos que se qualificam:
a) Inventários;
b) Instalações industriais;
c) Instalações de geração de energia;
d) Ativos intangíveis;
e) Propriedades de investimento.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Os ativos que estejam prontos para o seu uso pretendido ou para a sua venda quando
adquiridos não são ativos que se qualificam.
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Considerando as regras de capitalização deste ativo previstas nas normas, por exemplo na NCRF 6 – ativos intangíveis
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Porque existem ativos que se qualificam, cujo tratamento está prescrito noutras normas,
a NCRF 10 tem uma interação muito grande com essas normas.
Não podemos esquecer que para a administração publica, a NCP 7 tem uma importância
acrescida, porque estas entidades têm muitas obras que executam ao longo do tempo, por
administração direta ou por empreitada: Centros escolares, centros de saúde, hospitais,
infraestruturas rodoviárias, e que estão registadas no seu ativo, e que podem ser
classificadas como ativos que se qualificam.
• edifícios administrativos;
• hospitais;
• infraestruturas, tais como estradas, pontes;
• instalações de geração de energia;
• inventários que exijam um período substancial de tempo para serem colocados em
condições de uso ou venda.
Uma autarquia delibera, em 2017, fazer um parque industrial para atrair novos
investimentos e negócios locais.
Está previsto que a sua construção dure cerca de 30 meses até o parque industrial poder
ser utilizado.
O total de juros relativos aos financiamentos obtidos pela autarquia, o total de dispêndios
neste investimento e o total de dispêndios efetuados durante o período de construção são
os seguintes:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Valor dos custos com empréstimos obtidos a capitalizar como parte do custo do parque
industrial tem que ser calculada a taxa média de capitalização:
2018:
Período de capitalização 11 meses (início da capitalização em 02-2018)
48.000*(500.000/850.000)*11/12 = 25.882
25.882*73,33% = 18.979
2019:
Período de capitalização 12 meses
60.000*(650.000/900.000)*12/12 = 43.333
43.333 *73,33% = 31.776
2020:
Período de capitalização 6 meses (cessação da capitalização em 06-2018)
33.750*(350.000/500.000)*6/12 = 11.813
11.813*73,33% = 8.662
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A IAS 39 tem uma definição muito idêntica, sendo neste caso de acrescentar as definições
de taxa de juro efetiva e de taxa de juro efetiva ajustada, conforme referido no capítulo
3.1. deste manual.
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
4. Código de contas
O DL 158/2009, de 13 de Julho, alterado e republicado pelo DL 98/2015, de 2 de junho,
que aprova o SNC, refere que irá ser publicado por portaria um Código de Contas de
utilização generalizada, o Código de Contas específico das ESNL e o Código de Contas
específico das microentidades, que se pretende sejam documentos não exaustivos.
O efeito do registo dos custos de empréstimos obtidos tem impacto em várias contas, por
ser uma parte do custo dos seguintes ativos:
• Inventários;
• Ativos fixos tangíveis;
• Ativos intangíveis;
• Propriedades de investimento;
• Ativos biológicos;
• Contratos de construção.
Para além destas contas, existem contas específicas onde podem estar registados custos
de empréstimos obtidos, designadamente as contas 69 – Gastos e perdas de financiamento4
e 79 – Juros, Dividendos e outros rendimentos similares:
4
Consideramos que são situações pouco prováveis
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De referir que as contas a serem utilizadas pelas empresas que utilizam o regime geral, de
28 normas, coincidem na totalidade com as contas a utilizar pelas pequenas entidades e
entidades do setor não lucrativo.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Por outro lado, a conta 7918 a ser utilizada pelas microentidades passa a ter a designação
de outros.
Adicionalmente, podem existir outras contas ondem podem estar registados gastos de
financiamento, conforme conceito referido no capítulo 3.1 deste manual. De relembrar
que as pequenas entidades, as micro entidades e as entidades do setor não lucrativo, se
tiverem como ativos imóveis cujo objetivo é a obtenção de rendimento, estas não os
registam como propriedades de investimento, mas sim como ativos fixos tangíveis.
Quanto às entidades que aplicam o SNC-AP, os códigos das contas a utilizar que constam
do plano de contas multidimensional são as seguintes:
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ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, não podemos abrir um exercício de uma empresa com base nos critérios
anteriores, por exemplo como uma microentidade, para depois no momento do
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A opção pelo sistema normativo a utilizar durante o exercício deve ser feita no início do
mesmo, e deverá ter em consideração as diferenças entre os vários sistemas de
normalização.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
5. Reconhecimento e mensuração
A título de exemplo apresentamos uma ficha com o resumo dos custos de produção, com
indicação dos custos diretos:
Quanto aos restantes custos de empréstimos obtidos (inclui custos de empréstimos afetos a
ativos que não se qualificam, por exemplo leasing de aquisição de um automóvel,
empréstimo para aquisição de um imóvel pronto a utilizar), estes devem ser registados como
um gasto no período em que sejam incorridos.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo prático 5
Imaginemos o caso de uma empresa que está a construir um equipamento industrial para
venda, cujo prazo de construção é substancial, que permite a sua classificação como sendo
um ativo que se qualifica.
A empresa faz um orçamento, no qual inclui os custos de empréstimos obtidos, nos custos
de produção, tendo em consideração uma taxa de juro prevista, e um prazo de produção
do equipamento expetável.
Tendo em consideração o preço de venda que este produto tem no mercado, a empresa tem
uma margem que lhe permite um lucro. O preço de venda no mercado é de 250.000,00
euros.
Depois do processo produtivo, e porque a taxa de juro que a empresa conseguiu obter para
o financiamento foi superior à prevista, foi apurado um custo com a produção deste
equipamento que ascende a 265.000,00 euros.
Assim, no pressuposto de a empresa ter este produto no seu inventário no fim do ano, a
empresa deverá registar na contabilidade um ajustamento, nos termos previstos na NCRF
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Débito Crédito
652 – Perdas por imparidade em inventários 15.000,00
349 – Perdas por imparidade em produtos acabados e
15.000,00
intermédios
Para efeito de apuramento do lucro tributável esta perda por imparidade só é aceite como
um gasto para efeitos de IRC se existir prova do valor de venda, conforme (art.º 28º e n.º 4
do art.º 26º do CIRC).
A empresa vai apresentar esta ativo no balanço, na linha de inventários, no caso de só ter
uma unidade deste produto para venda, o montante a apresentar no inventário tem que ser
de 250.000,00 euros.
No anexo vai referir que estes inventários têm um ajustamento de 15.000,00 euros e na
nota dos custos de empréstimos obtidos vai referir qual o montante de custos de
financiamento que foram capitalizados nos inventários.
Por outro lado, no anexo vai referir que a quantia de inventários é a seguinte:
Início da capitalização
A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que se
qualifica deve começar quando:
Conforme já foi referido, no caso de a empresa ter solicitado um empréstimo que ainda não
foi utilizado, porque ainda não iniciaram os pagamentos aos fornecedores, ou seja a
construção do ativo já iniciou, já existem terceiros a fornecer bens, a prestar serviços e em
consequência a emitir faturas, o empréstimo já foi disponibilizado, no entanto porque não
foi utilizado foi feita uma aplicação financeira que está a gerar rendimentos. Nestes casos
deve iniciar-se já a capitalização dos custos de empréstimos, sendo que também vão ser
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
De referir também que é comum que as atividades necessárias para preparar o ativo para o
seu uso pretendido ou para a sua venda tenham uma abrangência maior do que a construção
física do ativo.
Assim, o início de uma prestação de serviços relacionada com a obra é indício de início da
obra e como tal início da capitalização. Por outro lado, as aquisições relacionadas com a
obra (terreno, material…), não implicam o início da obre. Na verdade, estas aquisições
podem ser efetuadas para aproveitar oportunidades de negócio e a obra poderá ter início
em momento do tempo posterior. Desta forma, estas aquisição não são, por si, indícios de
que a obra se iniciou, e como tal deve ser iniciada a capitalização dos custos dos
empréstimos obtidos.
Suspensão da capitalização
A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa sempre que, durante
períodos extensos, o desenvolvimento das atividades que sejam necessárias para preparar
o ativo para o seu uso pretendido ou venda estejam em curso, sejam interrompidos.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Não existe na norma um conceito do que é um período extenso, sendo que esta situação
deve ser fundamentada pela empresa, tendo mais uma vez que existir bom senso.
Imaginemos uma obra que é embargada. Durante este período a obra não tem qualquer
desenvolvimento, sendo que a continuação da capitalização poderá implicar um desvio
substancial no valor de construção, porque o período de capitalização vai ser superior.
Assim, ficaríamos perante um ativo cujo valor não representa o seu verdadeiro valor. Por
isso se compreende a suspensão da capitalização. De referir que na preparação do
orçamento desta obra, não estava prevista esta paragem.
Cessação da capitalização
A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando substancialmente
todas as atividades necessárias para preparar o ativo elegível para o seu uso pretendido ou
para a sua venda estejam concluídas, ou seja, quanto um ativo está concluído, deve cessar
a capitalização dos custos de empréstimos obtidos.
Um ativo está normalmente pronto para o seu uso pretendido ou para a sua venda quando
a construção física do ativo estiver concluída mesmo se o trabalho administrativo de rotina
puder ainda continuar.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
indica que todas as atividades estão substancialmente concluídas, pelo que o ativo está
concluído, mesmo antes destas modificações.
Existem ativos cuja conclusão pode ocorrer por partes, por exemplo um empreendimento
ou uma zona industrial com várias fases de construção e como tal várias fases de conclusão.
Nestes casos, a capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas
as atividades necessárias para preparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda
estejam concluídas. Considera-se cada fase como sendo um ativo, para efeito de cessação
da capitalização relativa a essa fase.
Exemplo prático 6
Uma entidade resolveu proceder à construção de um edifício para uma nova unidade fabril.
A empresa capitalizou os custos dos empréstimos obtidos nos anos de 2017 a 2019, tendo
reconhecido os custos de empréstimos obtidos de 2020 como gasto do ano.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A linha dos juros e gastos suportados de 2020 não é comparável com os anos anteriores,
porque os custos de empréstimos obtidos passaram a ser reconhecidos como gasto do
exercício. Ainda que nos anos anteriores os valores dos custos de empréstimos obtidos
capitalizados estão divulgados na nota dos custos dos empréstimos obtidos. Assim, em 2020,
pode ter interesse divulgar esta cessação de capitalização de juros, para que o leitor das
demonstrações financeiras não seja induzido em erro.
Esta preocupação é maior porque existem diferenças entre estes normativos (NCRF-PE e o
SNC), que podem ter impacto das demonstrações financeiras apresentadas, e que
passaremos a identificar:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, apesar de existirem diferenças entre a NCRF-PE e o regime geral do SNC, no que se
reporta aos custos de empréstimos obtidos, não existem diferenças significativas entre os
dois regimes.
Uma pequena entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam
diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica,
como parte do custo desse ativo, quando seja provável que deles resultarão benefícios
económicos futuros para a entidade e tais custos possam ser fiavelmente mensurados.
Nas restantes situações, incluindo nos custos de empréstimos associados a ativos que não
se qualificam, as pequenas entidades reconhecem os custos de empréstimos obtidos como
um gasto, no período em que sejam incorridos.
Tal como referimos para as entidades de maior dimensão, como as pequenas entidades são
obrigadas a capitalizar os custos dos empréstimos obtidos, o que implicará um acréscimo
dos custos de aquisição/produção dos ativos que se qualificam.
Este acréscimo pode fazer com que exista necessidade de registar ajustamentos (perdas
por imparidade em inventários) ou uma perda por imparidade.
A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que se
qualifica deve começar quando:
A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa durante os períodos
extensos em que o desenvolvimento das atividades que sejam necessárias para preparar o
ativo para o seu uso pretendido ou venda estejam em curso, seja interrompido.
A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando substancialmente
todas as atividades necessárias para preparar o ativo elegível para o seu uso pretendido ou
para a sua venda estejam concluídas.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Quando a construção de um ativo que se qualifica for concluída por partes e cada parte
estiver em condições de ser usada enquanto a construção continua noutras partes, a
capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades
necessárias para preparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda estejam
concluídas.
5.3. Microentidades
Existem algumas diferenças entre a NC-ME e um conjunto completo de normas do SNC (28
NCRF), que podem ter impacto fiscal, e que também podem ter impacto na escolha de
normativo a utilizar, porque uma entidade com os limites de microentidade (à data do
balanço não ultrapassa 2 dos seguintes limites: 350.000 euros de total de balanço, 700.000
euros de volume de negócios líquido e 10 trabalhadores em média) deve utilizar a norma
contabilística para microentidades, no entanto pode optar por utilizar a norma
contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades ou pela utilização de um
conjunto completo de 28 normas (28 NCRF). Esta opção, justifica-se muitas vezes pela
obrigação de apresentar contas que apresentem de forma verdadeira e apropriada a
entidade.
Esta preocupação é maior porque existem diferenças entre estes normativos (NC-ME e o
SNC, que passaremos a identificar:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
NCRF-PE SNC
SNC NCRF-PE
Como foi referido, não existem diferenças entre a NCRF-PE e o regime geral, por isso uma
entidade que tenha elaborado as suas de acordo com a NCRF-PE e no ano seguinte as
pretenda elaborar (ou seja obrigado a elaborar) de acordo com o regime geral do SNC, não
tem preocupações com o “ajustamento de transição”, relativamente aos custos dos
empréstimos obtidos.
NC-ME SNC
NC-ME NCRF-PE
SNC NC-ME
NCRF-PE NC-ME
Uma microentidade que tenha ativos que se qualificam em construção, se no ano seguinte
optar por utilizar o SNC regime geral, ou a NCRF-PE, vai passar a ter que capitalizar, a
partir do momento que deixa de utilizar a NC-ME, os custos dos empréstimos como custo
de produção do ativo que se qualifica.
Estas situações implicam “ajustamentos de transição” que devem ser efetuados neste
processo de alteração de utilização de normativo de referência.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo Prático 7
Esta empresa, utilizando a MC-ME, reconheceu os custos com empréstimos obtidos em 2019
como gastos do período.
Assim, no valor final deste ativo, apenas estarão incluídos os custos dos empréstimos
obtidos a partir de 01-01-2020.
Uma pequena entidade que tenha ativos que se qualificam em construção, se no ano
seguinte optar por utilizar o NC-ME, esta entidade, que capitalizava os custos de
empréstimos obtidos, e vai deixar de os capitalizar, a partir do momento que passa a
utilizar a NC-ME.
Exemplo Prático 8
Até 31-12-2019 esta entidade capitalizava os custos com empréstimos obtidos, e a partir
de 01-01-2020 deixa de o fazer, passando a registar os custos de empréstimos obtidos como
gasto do ano de 2020.
No processo de transição, este ativo transita pela sua quantia escriturada, ou seja, com os
custos de empréstimos obtidos capitalizados até à data da transição para o NC-ME.
Assim, no valor final deste ativo, apenas estarão incluídos os custos dos empréstimos
obtidos até de 31-12-2019.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Uma entidade do setor não lucrativo deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que
sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo que se
qualifica, como parte do custo desse ativo, quando seja provável que deles resultarão
benefícios para o desenvolvimento de atividades futuras da entidade e tais custos possam
ser fiavelmente mensurados.
Nos restantes casos a entidade deve reconhecer os custos de empréstimos obtidos como
gasto do período que ocorrem.
Nos casos destes ativos que se qualificam, pode existir a necessidade de verificar se a
quantia escriturada ou o custo final esperado do ativo que se qualifica excede a sua quantia
recuperável ou o seu valor realizável líquido. Sempre que a quantia escriturada for superior
quantia recuperável ou o seu valor realizável líquido, deve ser reconhecida uma perda por
imparidade, ou um ajustamento (perda por imparidade em inventários).
A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que se
qualifica deve começar quando:
A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa durante os períodos
extensos em que o desenvolvimento das atividades que sejam necessárias para preparar o
ativo para o seu uso pretendido ou venda estejam em curso seja interrompido.
A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando substancialmente
todas as atividades necessárias para preparar o ativo elegível para o seu uso pretendido ou
para a sua venda estejam concluídas.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta norma exige que tais custos sejam considerados como gastos do período. Porém, a
Norma permite, como tratamento alternativo, a capitalização de custos de empréstimos
obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo
que se qualifica.
A NCP 7 refere que os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto
no período em que são suportados independentemente de como esses empréstimos são
aplicados.
No entanto, no caso dos custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à
aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica devem ser capitalizados
como parte do custo desse ativo.
Por outro lado, estes custos devem ser capitalizados como parte do custo do ativo quando
for provável que deles resultem benefícios económicos futuros ou potencial de serviço para
a entidade e os custos possam ser mensurados com fiabilidade.
No caso de opção pela capitalização dos custos de empréstimos obtidos, esse tratamento
deve ser aplicado de forma consistente a todos os custos de empréstimos obtidos que sejam
diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de todos os ativos que se
qualifica da entidade.
Nestas entidades que aplicam o SNC – AP, a quantia escriturada ou o custo final esperado do
ativo que se qualifica exceder a sua quantia recuperável ou valor realizável líquido. Nestes
casos, a quantia escriturada deve ser reduzida ou anulada de acordo com os requisitos da
NCP 9 — Imparidade de Ativos.
Início da capitalização
A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que se
qualifica deve começar quando:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A NCP 7 esclarece que as atividades necessárias para preparar o ativo para o seu uso
pretendido ou venda envolvem mais do que a sua construção física, incluindo o trabalho
técnico e administrativo anterior ao começo da construção física, tal como as atividades
associadas à obtenção de licenças.
Suspensão da capitalização
A capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve ser suspensa quando o
desenvolvimento do ativo estiver interrompido por períodos extensos, devendo durante esses
períodos ser registados como gastos.
Existindo paragens no processo produtivo do ativo que se qualifica, que estão previstas, por
serem normais, certas e expectáveis, a capitalização de custos de empréstimos não é
suspensa.
Cessação da capitalização
A capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades
necessárias para preparar o ativo que se qualifica para o seu uso pretendido ou venda estão
substancialmente concluídas.
Em geral um ativo está pronto para o seu uso pretendido ou venda quando a respetiva
construção física estiver concluída, mesmo se algum trabalho administrativo de rotina
continuar.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Se a construção de um ativo que se qualifica for concluída por fases e cada dessas fases
estiver em condições de ser usada enquanto as restantes estão a ser construídas, a
capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades
necessárias para preparar essa parte para o seu uso pretendido ou venda estiverem
substancialmente concluídas. Assim, se cada uma das fases for independente das restantes,
a capitalização dos custos dos empréstimos deve cessar na data em que cada fase fica
concluída.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, resta saber o que dizem as restantes normas sobre os custos de aquisição/produção
de ativos.
a) For provável que futuros benefícios económicos associados ao item fluam para a
entidade; e
b) O custo do item puder ser mensurado fiavelmente.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Há custos que nunca podem ser custos de um item do ativo fixo tangível, que são:
A NCRF 7 remete para a NCRF 10 — Custos de Empréstimos Obtidos, que estabelece critérios
para o reconhecimento do juro como componente da quantia escriturada de um item do
ativo fixo tangível construído pela própria entidade.
Se o pagamento for diferido para além das condições normais de crédito, a diferença entre
o equivalente ao preço em dinheiro e o pagamento total é reconhecida como juro durante
o período de crédito a não ser que esse juro seja reconhecido na quantia escriturada do
item de acordo com o tratamento previsto na NCRF 10.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Ser identificável;
• Ser controlado pela entidade;
• Gerar benefícios económicos futuros que fluam para a entidade
A NCRF 6 exemplifica dispêndios que não fazem parte do custo de um ativo intangível e
que são:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
6.4. Inventários
O objetivo da NCRF 18 é o de prescrever o tratamento para os inventários. Um aspeto
primordial na contabilização dos inventários é a quantia do custo a ser reconhecida como
um ativo e a ser escriturada até que os réditos relacionados sejam reconhecidos.
Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais
baixo.
a) o preço de compra;
b) direitos de importação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente
recuperáveis das entidades fiscais pela entidade); e
c) custos de transporte, manuseamento; e
d) outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de bens, de materiais e de serviços.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
6.4. Inventários
O objetivo da NCRF 18 é o de prescrever o tratamento para os inventários. Um aspeto
primordial na contabilização dos inventários é a quantia do custo a ser reconhecida como
um ativo e a ser escriturada até que os réditos relacionados sejam reconhecidos.
Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais
baixo.
a) o preço de compra;
b) direitos de importação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente
recuperáveis das entidades fiscais pela entidade); e
c) custos de transporte, manuseamento; e
d) outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de bens, de materiais e de serviços.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
b) os gastos gerais de produção fixos e variáveis que sejam incorridos ao converter matérias
em produtos acabados.
Os gastos gerais de produção fixos são os custos indiretos de produção que permaneçam
relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a
depreciação e manutenção de edifícios e de equipamento fabris e os custos de gestão e
administração da fábrica. Os gastos gerais de produção variáveis são os custos indiretos de
produção que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção tais
como materiais indiretos.
Nos custos dos inventários, outros custos são incluídos até ao ponto em que sejam incorridos
para os colocar no seu local e condição atuais.
Há custos excluídos do custo dos inventários e que devem ser reconhecidos como gastos do
período em que sejam incorridos, que são:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Estes custos devem ser reduzidos por qualquer rendimento inerente que não esteja incluído
no rédito do contrato como, por exemplo, o rendimento proveniente da venda de materiais
excedentários e da alienação de instalações e equipamentos no fim do contrato.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nos custos que podem ser atribuíveis à atividade do contrato em geral e que podem ser
imputados a contratos específicos, incluem-se:
a) Seguros;
b) Os custos de conceção e assistência técnica que não estejam diretamente relacionados
com um contrato específico; e
c) Gastos gerais de construção.
Os custos que possam ser atribuíveis à atividade do contrato em geral e possam ser
imputados a contratos específicos também incluem os custos de empréstimos obtidos nos
termos previstos na NCRF 10 — Custos de Empréstimos Obtidos.
Há custos que nunca são atribuídos à atividade do contrato ou que não lhe possam ser
imputados são excluídos dos custos de um contrato de construção. Tais custos incluem:
Uma entidade deve reconhecer um ativo biológico ou produto agrícola quando, e quando:
A capitalização de custos de empréstimos obtidos aplica-se aos ativos biológicos que estão
mensurados pelo modelo de custo, ainda que este processo de mensuração seja excecional
e aplicável quendo não é possível mensurar fiavelmente o justo valor dos ativos.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7. Apresentação e divulgação
Como já referimos a NCRF 10 e o referido na NCRF-PE e na NC-ME tem aplicação na
mensuração de diversos ativos, designadamente inventários, ativos fixos tangíveis, ativos
intangíveis, propriedades de investimento e ativos biológicos. Assim, no ativo existem muitas
linhas que na sua mensuração tiveram em consideração o referido nas disposições sobre
custos de empréstimos obtidos.
Nunca será demais referir que, e tendo em consideração a NCRF 1 – Estrutura e Conteúdo
das Demonstrações Financeiras, os modelos que constam da portaria 220/2015, 24 de julho,
incluem a informação mínima a apresentar.
Assim, linhas de itens adicionais, títulos e subtotais podem ser apresentados na face do
balanço quando tal apresentação for relevante para uma melhor compreensão da posição
financeira da entidade.
Por outro lado, uma entidade deve divulgar, ou na face do balanço ou no anexo, outras
subclassificações das linhas de itens apresentadas, classificadas de uma forma apropriada
para as operações da entidade.
Todas as linhas sem qualquer valor no ano ou no ano anterior devem ser eliminadas.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Entidade: ……………………………………………………………..
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL OU CONSOLIDADA) DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
unidade
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 200N monetária
DATAS
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS
31 XXX N 31 XXX N-1
….
Resultado antes de depreciações, gastos de
financiamento e impostos
…….
…….
Do mesmo modo, que é referido para o balanço, a NCRF 1, refere que os modelos que constam
da portaria 220/2015, de 24 de julho, incluem a informação mínima a apresentar. Desta forma,
linhas de itens adicionais, títulos e subtotais podem ser apresentados na face da demonstração
dos resultados, quando tal apresentação for relevante para uma melhor compreensão do
desempenho financeiro da entidade.
Todas as linhas sem qualquer valor no ano ou no ano anterior devem ser eliminadas.
De referir que as normas atualmente em vigor, não incluem qualquer capítulo com as
divulgações a efetuar no anexo, sendo que estas passaram a constar unicamente no modelo de
anexo às contas, exceto para as microentidades, que estão dispensadas de elaborar o anexo.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Assim, as entidades que aplicam o regime geral do SNC devem proceder à seguintes divulgações
no anexo:
Nesta divulgação basta fazer um quadro que pode ter a seguinte estrutura:
Se a empresa o entender, pode ser feita uma descriminação ainda maior dos custos de
empréstimos por cada ativo.
A nível de referência cruzada o número desta nota deve ser apresentado, no balanço,
na coluna de notas de todos os ativos aqui referidos.
Quanto aos custos dos empréstimos, nesta divulgação devem ser referidos os critérios
de capitalização, ou seja, se os custos dos empréstimos foram capitalizados ou
reconhecidos como custo do ano.
Podem existir entidades que pretendam desenvolver as divulgações das suas políticas
contabilísticas na nota respetiva a cada área.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Nesta divulgação basta fazer um quadro que pode ter a seguinte estrutura:
Se a empresa o entender, pode ser feita uma descriminação ainda maior dos custos de
empréstimos por cada ativo.
A nível de referência cruzada o número desta nota deve ser apresentado, no balanço,
na coluna de notas de todos os ativos aqui referidos.
Quanto aos custos dos empréstimos, nesta divulgação devem ser referidos os critérios
de capitalização, ou seja, se os custos dos empréstimos foram capitalizados ou
reconhecidos como custo do ano.
Podem existir entidades que pretendam desenvolver as divulgações das suas políticas
contabilísticas na nota respetiva a cada área.
As microentidades, como já foi referido, estão dispensadas de elaborar o anexo, desde que
preparem a informação adicional/complementar, e desde que nesta informação também façam
referência às quotas/ações próprias, estando também dispensadas de elaborar o relatório de
gestão.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No entanto, uma microentidade pode pretender preparar o anexo, sendo que neste caso deverá
utilizar a minuta do anexo para as pequenas entidades, por serem as que por dimensão lhe
estão mais próximas. Neste caso a microentidade também deverá preparar o relatório de
gestão.
As entidades do setor não lucrativo, que aplicam o regime geral para estas entidades previsto
na NCRF-ESNL devem proceder à seguintes divulgações no anexo:
Nesta divulgação basta fazer um quadro que pode ter a seguinte estrutura:
Se a empresa o entender, pode ser feita uma descriminação ainda maior dos custos de
empréstimos por cada ativo.
Quanto aos custos dos empréstimos, nesta divulgação devem ser referidos os critérios
de capitalização, ou seja, se os custos dos empréstimos foram capitalizados ou
reconhecidos como custo do ano.
A nível de referência cruzada o número desta nota deve ser apresentado, no balanço,
na coluna de notas de todos os ativos aqui referidos
Assim, as entidades que aplicam o regime geral do SNC-AP devem proceder à seguintes
divulgações no anexo:
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• Se algum dos empréstimos tiver sido utilizado para financiar a aquisição, construção ou
produção de um ativo nos termos previstos da NCP 7 – custo de empréstimos obtidos, a
quantia de juros suportados que foram capitalizados, isto é, acrescidos ao custo do
ativo, bem como a taxa de capitalização utilizada.
• A quantia de juros de mora que tenham sido debitadas incluídos na coluna de juros, se
relevante.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Claro que estas medidas tiveram um impacto nefasto na economia, pelo que surgiu a
necessidade de implementar diversas medidas de apoio à economia. De entre estas medidas
verificou-se a necessidade de criar medidas tendo em vista a proteção das empresas
nacionais para assegurar o reforço da sua tesouraria e liquidez, atenuando os efeitos da
redução da atividade económica.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
garantir que não haja outros encargos para além dos que possam decorrer da
variabilidade da taxa de juro de referência subjacente ao contrato, sendo igualmente
prolongados todos os elementos associados aos contratos abrangidos pela medida,
incluindo garantias
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
No caso de a empresa optar pela suspensão da prestação capital e juros, então deverão
existir alguns cuidados no registo do custo dos empréstimos obtidos.
Efetivamente durante o período de 27 de março a 30 de setembro, este empréstimo não
implicará o pagamento de juros, no entanto estes continuam a ser incorridos, e ainda que a
empresa não os pague, os juros devem ser estimados e registados nos gastos do exercício se
estiverem relacionados com financiamentos de tesouraria, ou financiamentos relacionados
com ativos que não de qualificam. Se os financiamentos estiverem associados a ativos que
se qualificam, os gastos destes empréstimos apenas deverão ser registados como fazendo
parte do custo de produção do ativo (ou sejam, capitalizados) depois de serem pagos.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
9. Tratamento fiscal
A ideia de que a fiscalidade poderia interferir na estrutura de capital das empresas, no
sentido de reduzir o nível de endividamento passou a ser uma realidade. O normal é que as
empresas necessitem de financiamento, próprio ou alheio, para fazer face aos seus
compromissos.
Os gastos de financiamento, que de acordo com a alínea c) do n.º 2 do art.º 23º do CIRC, são
gastos os de natureza financeira, tais como juros de capitais alheios aplicados na exploração,
descontos, ágios, transferências, diferenças de câmbio, gastos com operações de crédito,
cobrança de dívidas e emissão de obrigações e outros títulos, prémios de reembolso e os
resultantes da aplicação do método do juro efetivo aos instrumentos financeiros valorizados
pelo custo amortizado, são gastos fiscalmente aceites.
Até ao ano de 2013, existiam regras de subcapitalização, que foram eliminadas da legislação
fiscal, passando a ser aplicáveis por todas os sujeitos passivos de IRC, com exceção das
entidades sujeitas à supervisão do Banco de Portugal e da Autoridade de Supervisão de
Seguros e Fundos de Pensões5. A tributação existente à data permitia que as empresas
utilizassem o financiamento, não só como um apoio para lhes possibilitar a assunção de
compromissos, mas também como uma vantagem fiscal, designadamente dando mais
importância ao financiamento por recurso a capital alheio em detrimento do financiamento
por recurso a capital próprio. Esta situação era como uma vantagem fiscal para algumas
empresas, situação que passou a ser alterada em 2013, com a introdução no CIRC da
limitação à dedutibilidade dos gastos financeiros.
Assim, a partir de 2013, passou a estar incluída no CIRC uma limitação à dedutibilidade dos
gastos financeiros. Efetivamente, de acordo com o disposto no art.º 67º do CIRC, os gastos
de financiamento líquidos concorrem para a determinação do lucro tributável até ao maior
dos seguintes limites:
a) 1.000.000,00 euros6; ou
Sempre que o período de tributação seja inferior a 1 ano (por força do início de atividade
ou cessação de atividade), o limite de 1.000.000 euros (apenas este limite) deve ser
5
Antigo Instituto de Seguros de Portugal
6
Inicialmente eram 3.000.000,00 euros
7
A disposição transitória referia que em 2013 os gastos de financiamento poderiam ascender a 70% do resultado
antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento líquidos e impostos, sendo que esta percentagem
foi sendo reduzida gradualmente até que a partir de 2017 passou a ser de 30%
65
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Por força da disposição transitória prevista no n.º 7 do art.º 12º da Lei 2/2014, de 16 de
janeiro, o valor de 30% do resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de
financiamento líquidos e impostos, só se aplica para os períodos de tributação de 2017 e
seguintes.
Para efeitos da debilidade dos gastos de financiamento, o CIRC considerava (até à publicação
da Lei n.º 32/2019, de 3 de maio), ou seja, até ao apuramento do lucro tributável de 2018,
gastos de financiamento líquidos as importâncias devidas ou associadas à remuneração de
capitais alheios, deduzidos dos rendimentos de idêntica natureza, designadamente:
Este conceito de gastos de financiamento deverá ser completado com o referido na circular
da AT n.º 7/2013 de 19 de agosto, que refere que os gastos de financiamento líquidos são as
importâncias devidas ou associadas à remuneração de capitais alheios deduzidos dos
rendimentos de idêntica natureza, englobando-se neste conceito, a título exemplificativo os
seguintes:
66
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
A diferença destes dois conceitos (n.º 12 do art.º 67º do CIRC e circular n.º 7/2013) é que na
circular é referido o que os juros relativos a operações de factoring com recurso também
entram para este conceito de gastos de financiamento líquidos.
Por outro lado, quer o CIRC quer a circular, referem situações exemplificativas de gastos de
financiamento líquidos, não sendo referências exaustivas.
Convém também referir que a circular da AT n.º 7/2013 refere que os rendimentos ou gastos
relativos a um instrumento financeiro, designado como instrumento financeiro de cobertura9
de um endividamento devem ser considerados no cálculo dos gastos de financiamento
líquido.
No entanto, no dia 3 de maio de 2019 foi publicada a Lei n.º 32/2019, para os exercícios
concluídos a partir desta data, bem como para o apuramento do lucro tributável de 2019,
que reforça o combate às práticas de elisão fiscal, transpondo para a legislação nacional a
diretiva (UE) 2016/1164, de 12 de julho, com a redação que lhe foi dada pela diretiva (UE)
8
No factoring com recurso o risco da operação é assumido pela empresa (aderente), ou seja, a instituição financeira não assume
o risco de insolvência dos Clientes da empresa (devedores). Por outro lado, as instituições financeiras têm o direito de regresso
sobre os adiantamentos efetuados à empresa aderente em caso de insucesso das cobranças aos seus Clientes.
9
Conforme §5 da NCRF 27, um instrumento financeiro de cobertura é um derivado designado ou (apenas para a cobertura de
risco de alterações nas taxas de câmbio de moeda estrangeira) um ativo financeiro não derivado designado ou um passivo
financeiro não derivado cujo justo valor ou fluxos de caixa se espera que compense as alterações no justo valor ou fluxos de
caixa de um item coberto designado.
67
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Passam também a estar definidos os gastos de financiamento líquidos, como sendo os gastos
de financiamento que concorram para a formação do lucro tributável após a dedução, até à
respetiva concorrência, do montante dos juros e outros rendimentos de idêntica natureza,
sujeitos e não isentos.
Para efeito fiscal, e para o cálculo do resultado antes de depreciações, amortizações, gastos
de financiamento líquidos e impostos (EBITDA), que constava do nº 13 do art.º 67º do CIRC
(antes da publicação da Lei n.º 32/2019, de 3 de maio), este era o apurado na contabilidade,
corrigido de:
a) Ganhos e perdas resultantes de alterações de justo valor que não concorram para a
determinação do lucro tributável;
b) Imparidades e reversões de investimentos não depreciáveis ou amortizáveis;
10
De acordo com as definições no site da CMVM, temos que Capital nocional, também designado por nocional ou valor nocional (notional
principal amount), é o capital de referência (ou montante teórico) de um instrumento derivado. Assim, por exemplo, num swap (contrato de
permuta de cash flows) é sobre este capital nocional que são calculados os juros e, portanto, a que estão indexados ambos os fluxos monetários
do swap. Ainda como exemplo, se um contrato de futuros sobre um índice um ponto de índice corresponder a EUR 250, adquirir um único
contrato de futuros por 1000 pontos é semelhante ao investimento de EUR 250 000 (250 x EUR 1000). Donde, EUR 250 000 é o valor nocional
subjacente ao contrato de futuros adquirido.
68
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Com a publicação da Lei n.º 32/2019, de 03 de maio, o nº 13 do art.º 67º do CIRC passa a
referir que o resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento
líquidos e impostos corresponde ao lucro tributável ou prejuízo fiscal sujeito e não isento,
adicionado dos gastos de financiamento líquidos e das depreciações e amortizações que
sejam fiscalmente dedutíveis.
Ou seja, o valor do EBITDA, que anteriormente era apurado pelo valor apresentado na
demonstração dos resultados na linha abaixo, e depois corrigido nos termos do referido no
CIRC:
69
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
EBITDA - DR
Passa a ser calculado com base no lucro tributável, ou prejuízo fiscal, obtido no quadro 07
da declaração modelo 22 de IRC, acrescido dos gastos de financiamento líquidos e das
depreciações e amortizações que sejam fiscalmente dedutíveis. Este valor não considera os
montantes apresentados na demonstração dos resultados, obtidos de acordo com a
contabilidade.
70
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Dados os limites previstos no art.º 67º do CIRC, no caso de as empresas terem encargos de
financiamento superiores a 1.000.000,00 euros, devem verificar o enquadramento neste
artigo, de modo a verificar se os gastos financeiros são dedutíveis na totalidade.
Por outro lado, nos casos em que o montante dos gastos de financiamento deduzidos seja
inferior a 30% do EBITDA, calculado nos termos do CIRC, a parte não utilizada até este limite
acresce ao montante máximo dedutível até ao 5.º período de tributação posterior. A circular
n.º 7/2013 chama a este efeito a constituição de um crédito (“folga”).
De referir que se a empresa cessar a sua atividade, e ainda existirem valores de gastos de
financiamento líquidos, tributados em períodos anteriores, a deduzir em períodos seguintes,
aplica-se a regra geral, ou seja, tem que se considerar as limitações referidas no art.º 67º,
extinguindo-se o direito à dedução dos que não forem passíveis de dedução.
71
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
acrescidos nos 5 anos anteriores, podem ser deduzidos desde que se observem os limites de
dedução, na declaração de rendimentos modelo 22 na linha 795.
Os ajustamentos a efetuar nos anos seguintes aos gastos de financiamento (até ao 5º período
de tributação seguinte), deixam de ser aplicáveis quando se verificar, à data do termo do
período de tributação em que é efetuada a dedução ou acrescido o limite, que, em relação
àquele a que respeitam os gastos de financiamento líquidos ou a parte do limite não
utilizada, se verificou a alteração da titularidade de mais de 50% do capital social ou da
maioria dos direitos de voto do sujeito passivo, exceto no caso de ser aplicável o disposto
no n.º 9 do art.º 52º do CIRC ou de ser obtida autorização do membro do Governo responsável
pela área das finanças em caso de reconhecido interesse económico, mediante requerimento
a apresentar na Autoridade Tributária e Aduaneira, nos prazos previstos nos n.ºs 13 e 14 do
art.º 52º do CIRC, consoante os casos.
A Acrescer
Linha 748 – Limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento líquidos (art.º 67º)
A Deduzir
Linha 795 – Reporte dos gastos de financiamento líquidos de períodos de tributação
anteriores (art.º 67º)
72
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo prático 9
Conforme disposto no art.º 67º do CIRC, os encargos financeiros incorridos pela empresa
estão limitados ao maior dos seguintes valores:
• 1.000.000 euros
• 30% do resultado antes de depreciações, gastos de financiamento líquidos e impostos,
calculado nos termos do CIRC
A acrescer:
Limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento
Linha 748 256.000 €
líquidos (art.º 67º)
Este acréscimo pode ser considerado na determinação do lucro tributável de um ou mais dos
cinco períodos de tributação posteriores (2020 a 2024), conjuntamente com os gastos
financeiros desse mesmo período, observando-se as limitações previstas na legislação, por
dedução da linha 795 da declaração de rendimentos modelo 22 a apresentar nos anos de
2020 a 2024.
73
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Exemplo prático 10
Conforme disposto no art.º 67º do CIRC, encargos financeiros incorridos pela empresa estão
limitados ao maior dos seguintes valores:
• 1.000.000 euros
• 30% do resultado antes de depreciações, gastos de financiamento líquidos e impostos,
calculado nos termos do CIRC
Neste caso em concreto a totalidade dos gastos financeiros, no montante de 1.150.000 euros,
é aceite como gasto de IRC do ano em apreço, conforme prevê a alínea c) do n.º 2 do art.º
23º do CIRC e por não estar limitado pelo art.º 67º do CIRC.
Exemplo prático 11
Conforme disposto no art.º 67º do CIRC, encargos financeiros incorridos pela empresa estão
limitados ao maior dos seguintes valores:
74
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
• 1.000.000 euros
• 30% do resultado antes de depreciações, gastos de financiamento líquidos e impostos,
calculado nos termos do CIRC
Neste caso em concreto a totalidade dos gastos financeiros, no montante de 1.025.000 euros,
é aceite como gasto de IRC do ano em apreço, conforme prevê a alínea c) do n.º 2 do art.º
23º do CIRC e por não estar limitado pelo art.º 67º do CIRC.
A acrescer:
Limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento
Linha 748 0€
líquidos (art.º 67º)
A Deduzir:
Reporte dos gastos de financiamento líquidos de
Linha 795 25.000 €
período de tributação anteriores (art.º 67º)
75
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Valores que a empresa tem para reportar para o futuro o montante de 250.000 euros:
No fim da análise fiscal desta situação, será de referir que o disposto no art.º 67º do CIRC
apenas se aplica aos gastos registados na contabilidade.
Assim, existindo custos de empréstimos obtidos que foram incluídos no custo de produção
dos ativos que se qualificam, ou seja, que são capitalizados, estes não contribuem para os
limites do art.º 67º do CIRC.
Esta informação pode ser confirmada pela leitura do ponto 2 alínea e) da circular n.º 7/2013,
que refere que os gastos de financiamento líquidos não incluem os juros e outros gastos de
financiamento que sejam capitalizados, nos termos da NCRF 10.
Existindo um grupo de sociedades, com opção pelo regime especial de tributação dos
grupos de sociedades, a sociedade dominante pode optar, para efeitos da determinação do
lucro tributável do grupo, pela aplicação do disposto no art.º 67º do CIRC (limitação à
dedutibilidade dos gastos de financiamento) aos gastos de financiamento líquidos do grupo
nos seguintes termos:
b) quando superior, ao valor de 30% do EBITDA, calculado nos termos do CIRC, com base
na soma algébrica dos resultados antes de depreciações, amortizações, gastos de
financiamento líquidos e impostos das sociedades que compõem o grupo;
d) quando os encargos foram inferiores a 30% do EBITDA, calculado nos termos do CIRC,
a parte do limite não utilizado, por sociedades do grupo em períodos de tributação
anteriores à aplicação do regime apenas pode ser acrescido nos termos daquele número
ao montante máximo dedutível dos gastos de financiamento líquidos da sociedade a que
respeitem, calculado individualmente;
76
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Esta opção, bem como a renuncia, devem ser comunicadas à Autoridade Tributária e
Aduaneira através do envio, por transmissão eletrónica de dados, de declaração de
alterações, nos termos ao art.º 118º do CIRC, até ao fim do 3.º mês do período de tributação
em que se pretende iniciar a respetiva aplicação ou dela renunciar.
Caso exista a opção pela tributação pelo Regime Especial de Tributação dos Grupos de
Sociedades (RETGS), deve ser adotado o seguinte procedimento:
• Cada uma das sociedades que integra o grupo, incluindo a sociedade dominante, deve
preencher o Quadro 07 da sua declaração de rendimentos modelo 22, por forma a
apurar o respetivo resultado fiscal como se o RETGS não fosse aplicável. Assim, deve
aplicar as regras gerais do art.º 67.º para efeitos do apuramento do seu lucro
tributável, acrescendo, sendo caso disso, os gastos de financiamento líquidos que
excedam o maior dos limites previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1 do art.º 67.º do
CIRC.
• Nos termos do n.º 1 do art.º 70.º, a sociedade dominante calcula o lucro tributável
do grupo através da soma algébrica dos lucros tributáveis e dos prejuízos fiscais
apurados nas declarações periódicas individuais de cada uma das sociedades do
grupo, inscrevendo-o no campo 380 do Quadro 09.
Se a sociedade dominante exercer a opção prevista no art.º 67.º, nos termos e prazos
referidos, conforme referido acima, ou seja se a sociedade dominante optar pela aplicação
do regime de limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento aos gastos de
financiamento líquidos do grupo, o resultado fiscal do grupo deve ser corrigido, sendo caso
disso, do efeito da aplicação da opção.
77
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
10. Conclusões
O registo do custo dos empréstimos obtidos deixou de ter um regime de opção entre o
reconhecimento como gasto ou a capitalização como custo de um ativo que se qualifica.
Assim, a partir de 01 de janeiro de 2016, para as empresas que aplicam o regime geral do
SNC, bem como para as empresas que aplicam a NCRF-PE, estas passam a ser obrigadas a
capitalizar os custos de empréstimos obtidos relacionados com ativos que se qualificam.
Esta alteração pode ter um impacto muito grande nos resultados das empresas e no valor
dos ativos que se qualificam. Podem existir situações que que o elevado grau de
financiamento, que implicará a capitalização de custos de empréstimos obtidos elevados,
irá aumentar o valor dos ativos de tal forma que estes possam apresentar uma quantia
escriturada superior à sua quantia recuperável, o que dará origem a quantificação e o registo
de uma perda por imparidade, tendo em consideração o disposto na NCRF 12 ou NCRF 18.
Existe assim a diferentes formas de registo dos custos dos empréstimos obtidos, consoante
o sistema de normalização adotado pelas empresas:
78
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Estas diferenças podem fazer com que as microentidades, que pretendam capitalizar os
custos de empréstimos obtidos como fazendo parte do custo do ativo, utilizem a NCRF-PE,
exercendo a opção de utilização das normas que se encontra definida na legislação
Nas medidas de apoio à economia, por força do COVID-19, estão definidas medidas com
impacto nos gastos de financiamento, existindo necessidade de concertar os registos
contabilísticos com estas medidas. Por outro lado, a necessidade de divulgações de apoios
do estado é necessária se estamos perante empréstimos obtidos com aval do Estado.
Assim, por força da pandemia COVID-19, podem existir registos e divulgações específicas a
efetuar nas demonstrações financeiras de 2020, e eventualmente nas demonstrações
financeiras de 2019, no ponto dos eventos subsequentes.
O tratamento Fiscal dos gastos líquidos de financiamento, para as microentidades não tem
qualquer ajustamento a efetuar, porque, em princípio, uma microentidade não deverá
atingir o valor de 1.000.000,00 euros de gastos líquidos de financiamento.
79
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1.000.000,00 euros, estas verificar e quantificar o valor dos gastos não aceites para efeitos
de IRC, bem como os valores a deduzir no futuro.
Nestes casos as empresas devem controlar o valor do reporte disponível para utilizar nos
anos futuros, pelo que sugerimos que seja incluído no dossier fiscal, preparado e organizado
nos termos do art.º 130º do CIRC, e tendo em consideração a portaria n.º 92-A/2011, de 28
de fevereiro (alterado pela portaria n.º 94/2013, de 04 de março e portaria n.º 51/2018, de
16 de fevereiro, os seguintes elementos:
• Cálculo do valor dos gastos de financiamento líquidos aceite para efeito de IRC, bem
como do valor a acrescer;
• Controlo do valor do reporte disponíveis para utilização no ano e nos 5 anos seguintes,
podendo ser utilizado um quadro do género:
De referir que com as alterações ao n.º 13 do art.º 67º do CIRC, o cálculo do EBITDA passa a
ser efetuado de forma diferente sendo este valor calculado adicionando ao lucro tributável
ou prejuízo fiscal sujeito e não isento, aos gastos de financiamento líquidos e às
depreciações e amortizações que sejam fiscalmente dedutíveis.
80
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Objetivo
Âmbito
2 — Esta Norma deve ser aplicada na contabilização dos custos de empréstimos obtidos.
3 — Esta Norma não trata do custo real ou imputado do capital próprio, incluindo o capital
preferencial não classificado como passivo.
4 — Uma entidade não tem a obrigação de aplicar a Norma a custos de empréstimos obtidos
que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de:
a) Um ativo que se qualifica mensurado pelo justo valor, por exemplo, um ativo biológico; ou
Definições
5 — Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados: Ativo
que se qualifica: é um ativo que leva necessariamente um período substancial de tempo para
ficar pronto para o seu uso pretendido ou para venda.
Custos de empréstimos obtidos: são os custos de juros e outros incorridos por uma entidade
relativos aos pedidos de empréstimos de fundos.
a) Gastos com juros calculados com base na utilização do método do juro efetivo, tal como
descrito na NCRF 27 — Instrumentos Financeiros;
81
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
7 — Dependendo das circunstâncias, qualquer dos seguintes elementos podem constituir ativos
que se qualificam:
a) Inventários;
b) Instalações industriais;
d) Ativos intangíveis;
e) Propriedades de investimento.
Reconhecimento
8 — Uma entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente
atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica como parte do
custo desse ativo. Uma entidade deve reconhecer outros custos de empréstimos obtidos como
um gasto no período em que sejam incorridos.
11 — Pode ser difícil identificar um relacionamento direto entre certos empréstimos obtidos e
um ativo que se qualifica e determinar os empréstimos obtidos que poderiam de outra maneira
ser evitados. Tal dificuldade ocorre, por exemplo, quando a atividade financeira de uma
entidade seja centralmente coordenada. Também surgem dificuldades quando um grupo usa
uma variedade de instrumentos de dívida para pedir fundos emprestados a taxas de juro
82
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
variáveis e empresta esses fundos em bases variadas a outras entidades no grupo. Outras
complicações surgem através do uso de empréstimos estabelecidos em ou ligados a moedas
estrangeiras, quando o grupo opera em economias altamente inflacionárias, e de flutuações em
taxas de câmbio. Como consequência, a determinação da quantia dos custos de empréstimos
obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição de um ativo que se qualifica é difícil
sendo de exigir o exercício de bom senso.
12 — Até ao ponto em que sejam pedidos fundos emprestados especificamente com o fim de
obter um ativo que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegível para
capitalização nesse ativo deve ser determinada como os custos reais dos empréstimos obtidos
incorridos nesse empréstimo durante o período menos qualquer rendimento de investimento
temporário desses empréstimos.
13 — Os acordos de financiamento de um ativo que se qualifica podem fazer com que uma
entidade obtenha fundos pedidos de empréstimo e incorra em custos de empréstimos
associados antes de alguns ou todos os fundos serem usados para dispêndios no ativo que se
qualifica. Em tais circunstâncias, os fundos são muitas vezes temporariamente investidos
aguardando o seu dispêndio no ativo que se qualifica. Ao determinar a quantia dos custos de
empréstimos obtidos elegíveis para capitalização durante um período, qualquer rendimento do
investimento gerado de tais fundos é deduzido dos custos incorridos nos empréstimos obtidos.
14 — Na medida em que os fundos sejam pedidos de uma forma geral e usados com o fim de
obter um ativo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos elegíveis para
capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de capitalização aos dispêndios
respeitantes a esse ativo. A taxa de capitalização deve ser a média ponderada dos custos de
empréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que estejam em
circulação no período, que não sejam empréstimos contraídos especificamente com o fim de
obter um ativo que se qualifica. A quantia dos custos de empréstimos obtidos capitalizados
durante um período não deve exceder a quantia dos custos de empréstimos obtidos incorridos
durante o período.
16 — Quando a quantia escriturada ou o custo final esperado do ativo que se qualifica exceda
a sua quantia recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quantia escriturada é reduzida ou
anulada de acordo com as exigências de outras Normas. Em certas circunstâncias, a quantia da
redução ou do abate é revertida de acordo com essas outras Normas.
Início da capitalização
83
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
17 — A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que
se qualifica deve começar quando:
c) As atividades que sejam necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido ou venda
estejam em curso.
19 — As atividades necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido ou para a sua
venda englobam mais do que a construção física do ativo. Elas englobam o trabalho técnico e
administrativo anterior ao começo da construção física tais como as atividades associadas com
a obtenção de licenças antes do começo da construção física. Porém, tais atividades excluem
a detenção de um ativo quando nenhuma produção ou ação que altere a condição do ativo
esteja a ter lugar. Por exemplo, os custos de empréstimos obtidos incorridos enquanto um
projeto esteja em fase de desenvolvimento são capitalizados durante o período em que as
atividades relacionadas com o desenvolvimento estejam a decorrer. No entanto, os custos de
empréstimos obtidos incorridos enquanto terrenos adquiridos para fins de construção sejam
detidos sem qualquer atividade associada de desenvolvimento, não são elegíveis para
capitalização.
Suspensão da capitalização
20 — A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa durante períodos
extensos em que o desenvolvimento das atividades a que se refere o parágrafo 17(c) seja
interrompido.
84
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
águas atrasam a construção de uma ponte, se tais níveis de água altos são usuais durante o
período da construção na região geográfica envolvida.
Cessação da capitalização
22 — A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando substancialmente
todas as atividades necessárias para preparar o ativo elegível para o seu uso pretendido ou para
a sua venda estejam concluídas.
23 — Um ativo está normalmente pronto para o seu uso pretendido ou para a sua venda quando
a construção física do ativo estiver concluída mesmo se o trabalho administrativo de rotina
puder ainda continuar. Se modificações menores, tais como a decoração de uma propriedade
conforme as especificações do comprador ou do utente, sejam tudo o que está por completar,
isto indica que todas as atividades estão substancialmente concluídas.
24 — Quando a construção de um ativo que se qualifica for concluída por partes e cada parte
estiver em condições de ser usada enquanto a construção continua noutras partes, a
capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades
necessárias para preparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda estejam concluídas.
25 — Um parque empresarial compreendendo vários edifícios em que cada um deles pode ser
usado individualmente é um exemplo de um ativo que se qualifica relativamente ao qual cada
parte está em condições de ser usada embora a construção continue noutras partes. Um
exemplo de um ativo que se qualifica que necessita de estar concluído antes de que cada parte
possa ser usada é uma instalação industrial que envolve vários processos que sejam executados
em sequência em diferentes partes da fábrica dentro do mesmo local, tal como uma laminagem
de aço.
Data de eficácia
26 — Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie em ou
após 1 de janeiro de 2016.
28 — Esta Norma substitui a NCRF 10 — Custos de Empréstimos Obtidos, constante do Aviso n.º
15655/2009, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 173, de 7 de setembro de 2009.
85
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Ponto 10 da NCRF-PE
Reconhecimento
10.2 — Uma entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente
atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica, como parte do
custo desse ativo, quando seja provável que deles resultarão benefícios económicos futuros
para a entidade e tais custos possam ser fiavelmente mensurados.
10.3 — Uma entidade deve reconhecer outros custos de empréstimos obtidos como um gasto,
no período em que sejam incorridos.
10.5 — Até ao ponto em que sejam pedidos fundos emprestados especificamente com o fim de
obter um ativo que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegível para
capitalização nesse ativo deve ser determinada como os custos reais dos empréstimos obtidos
incorridos nesse empréstimo durante o período menos qualquer rendimento de investimento
temporário desses empréstimos.
10.6 — Na medida em que os fundos sejam pedidos de uma forma geral e usados com o fim de
obter um ativo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos elegíveis para
capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de capitalização aos dispêndios
respeitantes a esse ativo. A taxa de capitalização deve ser a média ponderada dos custos de
empréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que estejam em
circulação no período, que não sejam empréstimos contraídos especificamente com o fim de
obter um ativo que se qualifica. A quantia dos custos de empréstimos obtidos capitalizados
durante um período não deve exceder a quantia dos custos de empréstimos obtidos incorridos
durante o período.
86
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
10.7 — Quando a quantia escriturada ou o custo final esperado do ativo que se qualifica exceda
a sua quantia recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quantia escriturada é reduzida ou
anulada de acordo com as exigências de outros capítulos da presente Norma. Em certas
circunstâncias, a quantia da redução ou do abate é revertida de acordo com esses outros
capítulos.
Início da capitalização
10.8 — A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que
se qualifica deve começar quando:
c) As atividades que sejam necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido ou venda
estejam em curso.
Suspensão da capitalização
10.10 — A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa durante os
períodos extensos em que o desenvolvimento das atividades a que se refere o parágrafo 10.8
(c) seja interrompido.
Cessação da capitalização
10.11 — A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando
substancialmente todas as atividades necessárias para preparar o ativo elegível para o seu uso
pretendido ou para a sua venda estejam concluídas.
10.12 — Quando a construção de um ativo que se qualifica for concluída por partes e cada parte
estiver em condições de ser usada enquanto a construção continua noutras partes, a
capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades
necessárias para preparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda estejam concluídas.
Ponto 10 da NC-ME
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
10.2 — Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto no período
em que sejam incorridos.
Ponto 10 da NCRF-ESNL
Reconhecimento
10.2 — Uma entidade deve capitalizar os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente
atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo que se qualifica, como parte do
custo desse ativo, quando seja provável que deles resultarão benefícios para o desenvolvimento
de atividades futuras da entidade e tais custos possam ser fiavelmente mensurados.
10.3 — Uma entidade deve reconhecer outros custos de empréstimos obtidos como um gasto,
no período em que sejam incorridos.
10.5 — Até ao ponto em que sejam pedidos fundos emprestados especificamente com o fim de
obter um ativo que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegível para
capitalização nesse ativo deve ser determinada como os custos reais dos empréstimos obtidos
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
10.6 — Na medida em que os fundos sejam pedidos de uma forma geral e usados com o fim de
obter um ativo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos elegíveis para
capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de capitalização aos dispêndios
respeitantes a esse ativo. A taxa de capitalização deve ser a média ponderada dos custos de
empréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que estejam em
circulação no período, que não sejam empréstimos contraídos especificamente com o fim de
obter um ativo que se qualifica. A quantia dos custos de empréstimos obtidos capitalizados
durante um período não deve exceder a quantia dos custos de empréstimos obtidos incorridos
durante o período.
10.7 — Quando a quantia escriturada ou o custo final esperado do ativo que se qualifica exceda
a sua quantia recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quantia escriturada é reduzida ou
anulada de acordo com as exigências de outros capítulos da presente Norma. Em certas
circunstâncias, a quantia da redução ou do abate é revertida de acordo com esses outros
capítulos.
Início da capitalização
10.8 — A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que
se qualifica deve começar quando:
c) As atividades que sejam necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido ou venda
estejam em curso.
10.10 — A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa durante os
períodos extensos em que o desenvolvimento das atividades a que se refere o parágrafo 10.8
(c) seja interrompido.
Cessação da capitalização
10.11 — A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando
substancialmente todas as atividades necessárias para preparar o ativo elegível para o seu uso
pretendido ou para a sua venda estejam concluídas.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
10.12 — Quando a construção de um ativo que se qualifica for concluída por partes e cada parte
estiver em condições de ser usada enquanto a construção continua noutras partes, a
capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades
necessárias para preparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda estejam concluídas.
I - Objetivo
II - Definições
2—Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados indicados: Ativo que
se qualifica é um ativo que necessita de um período substancial de tempo para ficar disponível
para o uso pretendido ou para venda. São exemplos de ativos que se qualificam: edifícios
administrativos, hospitais, infraestruturas tais como estradas, pontes e instalações de geração
de energia, e inventários que exijam um período substancial de tempo para serem colocados
em condições de uso ou venda. Outros investimentos bem como os inventários que sejam
produzidos de forma rotineira durante um curto período de tempo não são ativos elegíveis. Os
ativos que quando adquiridos estão prontos para o uso pretendido ou para venda também não
são ativos elegíveis. Custos de empréstimos obtidos são juros e outros gastos suportados por
uma entidade relativos a empréstimos obtidos. Estes podem incluir:
III - Reconhecimento
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
4—Os custos de empréstimos obtidos que sejam diretamente atribuíveis à aquisição, construção
ou produção de um ativo que se qualifica devem ser capitalizados como parte do custo desse
ativo. Estes custos são capitalizados como parte do custo do ativo quando for provável que
deles resultem benefícios económicos futuros ou potencial de serviço para a entidade e os
custos possam ser mensurados com fiabilidade.
7—Pode ser difícil identificar uma relação direta entre alguns empréstimos obtidos e um ativo
que se qualifica e determinar os empréstimos obtidos que de alguma forma poderiam ter sido
evitados. Tal dificuldade ocorre, por exemplo, quando a atividade financeira da entidade é
coordenada centralmente. Também surgem dificuldades quando um grupo público usa uma
variedade de instrumentos de dívida para obter fundos a taxas de juro variáveis, e transfere
esses fundos com base em critérios diversos a outras entidades do grupo. Os fundos que tenham
sido pedidos a nível central podem ser transferidos para outras entidades dentro do grupo como
um empréstimo concedido, um subsídio ou uma injeção de capital. Estas transferências podem
ser feitas sem juros ou exigir que apenas uma parte do custo real de juro seja recuperado.
Como consequência, torna-se difícil determinar a quantia de custos de empréstimos obtidos
que sejam diretamente atribuíveis à aquisição de um ativo que se qualifica exigindo o exercício
de julgamento.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
10 — Apenas os custos suportados com os empréstimos obtidos pela entidade podem ser
capitalizados. Quando uma entidade que controla obtém empréstimos que são transferidos para
uma entidade controlada sem qualquer imputação ou com imputação parcial de custos desses
empréstimos, a entidade controlada apenas pode capitalizar os custos de empréstimos que ela
própria suportou. Quando uma entidade controlada receber uma contribuição de capital isenta
de juro ou um subsídio de capital, não suportará quaisquer custos de empréstimos.
11 — Quando uma entidade que controla transferir fundos para uma entidade controlada com
imputação parcial de custos, esta última pode capitalizar a parte dos custos de empréstimos
que ela suportou. Nas demonstrações financeiras do grupo público, a quantia total dos custos
de empréstimos pode ser capitalizada no ativo que se qualifica desde que tenham sido feitos
os ajustamentos de consolidação apropriados para eliminar os custos capitalizados pela
entidade controlada.
12 — Quando uma entidade que controla transferiu fundos para uma entidade controlada sem
imputação de custos, nenhuma delas satisfaz os critérios de capitalização de custos de
empréstimos. Porém, se o grupo público satisfizer os critérios para capitalização, pode fazê-
lo, em relação aos ativos que se qualificam, nas suas demonstrações financeiras.
14 — Quando a quantia escriturada ou o custo final esperado do ativo que se qualifica exceder
a sua quantia recuperável ou valor realizável líquido, a quantia escriturada deve ser reduzida
ou anulada de acordo com os requisitos da NCP 9 — Imparidade de Ativos. Em determinadas
circunstâncias, a quantia da redução ou anulação pode ser revertida de acordo com aquela
norma.
92
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
15 — A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que
se qualifica deve começar quando:
(c) As atividades necessárias com vista a preparar o ativo para o uso pretendido ou venda
estejam em curso.
16 — Os dispêndios num ativo que se qualifica incluem apenas os que tenham resultado em
pagamentos em dinheiro, transferências de outros ativos ou na assunção de passivos que gerem
juros. A quantia média do ativo registada durante um período, incluindo os custos já
capitalizados de empréstimos obtidos, é normalmente uma aproximação razoável dos
dispêndios aos quais a taxa de capitalização é aplicada nesse período.
17 — As atividades necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido ou venda
envolvem mais do que a sua construção física, incluindo o trabalho técnico e administrativo
anterior ao começo da construção física, tal como as atividades associadas à obtenção de
licenças. Porém, tais atividades excluem a detenção de um ativo quando nenhuma produção
ou desenvolvimento que altere a sua condição esteja a ocorrer. Por exemplo, os custos de
empréstimos suportados enquanto um terreno está em preparação são capitalizados durante o
período em que estejam a decorrer atividades relacionadas com a mesma. Porém, os custos de
empréstimos obtidos enquanto um terreno adquirido para fins de construção está detido sem
qualquer atividade de preparação associada não são elegíveis para capitalização.
19 — Podem ser suportados custos de empréstimos obtidos durante um período alargado no qual
as atividades necessárias para preparar um ativo para o seu uso pretendido ou venda são
interrompidas. Estes custos são custos de detenção de ativos parcialmente concluídos e não são
elegíveis para capitalização. Porém, a capitalização de custos de empréstimos obtidos
normalmente não é suspensa durante um período em que está a ser executado trabalho técnico
e administrativo significativo. A capitalização de custos de empréstimos também não é suspensa
quando uma interrupção temporária constitui uma fase necessária do processo para preparar
um ativo para o seu uso pretendido ou venda. Por exemplo, a capitalização continua durante o
período necessário para os inventários estarem prontos ou o período durante o qual os altos
níveis da água atrasam a construção de uma ponte, se tais níveis de água são comuns durante
o período de construção na região envolvida.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
20 — A capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades
necessárias para preparar o ativo que se qualifica para o seu uso pretendido ou venda estão
substancialmente concluídas.
21 — Em geral um ativo está pronto para o seu uso pretendido ou venda quando a respetiva
construção física estiver concluída, mesmo se algum trabalho administrativo de rotina
continuar. Se tudo o que faltar concluir forem pequenas modificações, tais como a decoração
de uma propriedade de acordo com a especificação do comprador ou do utilizador, isso significa
que todas as atividades estão substancialmente concluídas.
22 — Quando a construção de um ativo que se qualifica for concluída por partes e cada parte
estiver em condições de ser usada enquanto contínua a construção de outras, a capitalização
dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades necessárias para
preparar essa parte para o seu uso pretendido ou venda estiverem substancialmente concluídas.
23—É exemplo de um ativo que se qualifica relativamente ao qual cada parte está em condições
de ser usada embora a construção continue noutras partes, um parque empresarial
compreendendo vários edifícios em que cada um deles pode ser usado isoladamente. São
exemplos de ativos elegíveis que necessitam de estar concluídos antes que qualquer parte possa
ser usada, um bloco operatório num hospital quando toda a construção tem de ser concluída
para o bloco poder ser usado, uma instalação de tratamento de efluentes onde vários processos
são usados em sequência em diferentes partes da instalação, e uma ponte que faça parte de
uma autoestrada.
88 — Custos de empréstimos obtidos são juros e outros gastos suportados por uma entidade
relativos a empréstimos obtidos. Estes podem incluir:
Reconhecimento
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
91 — Ativo que se qualifica é um ativo que necessita de um período substancial de tempo para
ficar disponível para o uso pretendido ou para venda.
94 — Quando a quantia escriturada ou o custo final esperado do ativo que se qualifica exceder
a sua quantia recuperável ou o valor realizável líquido, a quantia escriturada deve ser reduzida
ou anulada de acordo com os requisitos de outros capítulos da presente Norma. Em
determinadas circunstâncias, a quantia da redução ou anulação pode ser revertida de acordo
com esses mesmos capítulos.
Início da capitalização
95 — A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um ativo que
se qualifica deve começar quando:
95
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
(c) As atividades necessárias com vista a preparar o ativo para o uso pretendido ou venda
estejam em curso.
96 — Os dispêndios num ativo que se qualifica incluem apenas os que tenham resultado em
pagamentos em dinheiro, transferências de outros ativos ou na assunção de passivos que gerem
juros. A quantia média do ativo registada durante um período, incluindo os custos já
capitalizados de empréstimos obtidos, é normalmente uma aproximação razoável dos
dispêndios aos quais a taxa de capitalização é aplicada nesse período.
Suspensão da capitalização
Cessação da capitalização
98 — A capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades
necessárias para preparar o ativo que se qualifica para o seu uso pretendido ou venda estão
substancialmente concluídas.
99 — Quando a construção de um ativo que se qualifica for concluída por partes e cada parte
estiver em condições de ser usada enquanto continua a construção de outras, a capitalização
dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as atividades necessárias para
preparar essa parte para o seu uso pretendido ou venda estiverem substancialmente concluídas.
Anexos - Fiscalidade
a) 1.000.000 €; ou
2. Os gastos de financiamento líquidos não dedutíveis nos termos do número anterior podem
ainda ser considerados na determinação do lucro tributável de um ou mais dos cinco
períodos de tributação posteriores, após os gastos de financiamento líquidos desse mesmo
período, observando-se as limitações previstas no número anterior.
96
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
3. Sempre que o montante dos gastos de financiamento deduzidos seja inferior a 30% do
resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento líquidos e
impostos, a parte não utilizada deste limite acresce ao montante máximo dedutível, nos
termos da alínea b) do n.º 1, até ao 5.º período de tributação posterior.
5. Nos casos em que exista um grupo de sociedades sujeito ao regime especial previsto
no artigo 69.º, a sociedade dominante pode optar, para efeitos da determinação do
lucro tributável do grupo, pela aplicação do disposto no presente artigo aos gastos de
financiamento líquidos do grupo nos seguintes termos:
c) A parte do limite não utilizado, a que se refere o n.º 3, por sociedades do grupo em
períodos de tributação anteriores à aplicação do regime apenas pode ser acrescido
nos termos daquele número ao montante máximo dedutível dos gastos de
financiamento líquidos da sociedade a que respeitem, calculado individualmente;
6. A opção da sociedade dominante prevista no número anterior deve ser mantida por um
período mínimo de três anos a contar da data em que se inicia a sua aplicação, o qual é
automaticamente prorrogável por períodos de um ano, exceto no caso de renúncia.
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
8. O previsto nos n.ºs 2 e 3 deixa de ser aplicável quando se verificar, à data do termo do
período de tributação em que é efetuada a dedução ou acrescido o limite, que, em
relação àquele a que respeitam os gastos de financiamento líquidos ou a parte do limite
não utilizada, se verificou a alteração da titularidade de mais de 50% do capital social
ou da maioria dos direitos de voto do sujeito passivo, salvo no caso de ser aplicável o
disposto no n.º 9 do artigo 52.º ou de ser obtida autorização do membro do Governo
responsável pela área das finanças em caso de reconhecido interesse económico,
mediante requerimento a apresentar na Autoridade Tributária e Aduaneira, nos prazos
previstos nos n.ºs 13 e 14 do artigo 52.º, consoante os casos.
10. Sempre que o período de tributação tenha duração inferior a um ano, o limite previsto
na alínea a) do n.º 1 é determinado proporcionalmente ao número de meses desse
período de tributação.
11. O disposto no presente artigo não se aplica às entidades sujeitas à supervisão do Banco
de Portugal e do Instituto de Seguros de Portugal, às sucursais em Portugal de
instituições de crédito e outras instituições financeiras ou empresas de seguros, e às
sociedades de titularização de créditos constituídas nos termos do Decreto-Lei n.º
453/99, de 5 de novembro.
98
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Referências Legislativas
Circular da Autoridade Tributária n.º 7/2013 de 19 de agosto
Código do Imposto sobre rendimento das pessoas coletivas (IRC), com a alteração da Lei n.º
32/2019, de 3 de maio
Lei n.º 8/2020, de 10 de abril - Primeira alteração, por apreciação parlamentar, ao Decreto-
Lei n.º 10 -J/2020, de 26 de março, que estabelece medidas excecionais de proteção dos
créditos das famílias, empresas, instituições particulares de solidariedade social e demais
entidades da economia social, bem como um regime especial de garantias pessoais do Estado,
no âmbito da pandemia da doença COVID -19
NCRF 9 - Locações
100
NCRF 10 - Custo dos empréstimos obtidos
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
NCRF 18 – Inventários
NCRF 20 - Rédito
Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades - Aviso n.º 8.257/2015,
de 29 de julho e declaração de retificação n.º 915/2015, de 19 de outubro;
Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Setor Não Lucrativo- Aviso n.º
8.259/2015, de 29 de julho e declaração de retificação n.º 916/2015, de 19 de outubro;
Referências Bibliográficas
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Liberato, Margarida, Paiva, Inna Sousa (2017) Contabilidade Pública – As novas Demonstrações
financeiras para Relato em Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações
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Web Referências
www.portaldasfinancas.gov.pt
www.cmvm.pt
www.iapmei.pt
103
ANCRF 10 - dos
tributação Custo dos eempréstimos
artistas obtidos
desportistas em sede de IRS, IRC e IVA - vertente nacional e internacional
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
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