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Nº 4, Agosto de 2017

Documento Científico
Departamento Científico
de Aleitamento Materno

Uso de medicamentos e outras substâncias


pela mulher durante a amamentação
Departamento Científico de Aleitamento Materno
Presidente: Elsa Regina Justo Giugliani
Secretária: Graciete Oliveira Vieira
Conselho Científico: Carmen Lúcia Leal Ferreira Elias, Claudete Teixeira Krause Closs,
Roberto Mário da Silveira Issler, Rosa Maria Negri Rodrigues Alves,
Rossiclei de Souza Pinheiro, Vilneide Maria Santos Braga Diégues Serva
Colaboradores: Joel Alves Lamounier, Roberto Gomes Chaves

Introdução O número de mulheres que desmamam os


seus filhos para utilizar medicamentos é
significativo. Pesquisas em muitos países
O uso de medicamentos pela nutriz, uma
estimam que 90 a 99% das mulheres que
prática comum que se inicia ainda na mater-
amamentam receberão pelo menos alguma
nidade e persiste durante todo o período da
medicação durante a primeira semana pós-
lactação é, sabidamente, um fator de risco para parto. Outros estudos sugerem que o uso de
a interrupção precoce do aleitamento mater- medicamentos é uma das principais razões
no1,2,3. pelas quais as mulheres interrompem a
amamentação prematuramente3.
Os pediatras, apesar de não prescreverem
medicamentos para as nutrizes, são frequente-
mente questionados por elas ou por colegas de
outras especialidades sobre a segurança dos Uso de medicamentos pela nutriz
medicamentos para uso durante a lactação. como fator de risco para o desmame
O conhecimento científico, incluindo o
farmacológico, é dinâmico e mutável. Na atua- A interrupção da amamentação devido ao
lidade, vários fármacos são lançados no mer- uso materno de medicamento só deveria ocorrer
cado e numerosas pesquisas são publicadas quando o medicamento em questão fosse consi-
anualmente sobre a segurança do uso de me- derado, pela literatura científica, contraindicado
dicamentos e outras substâncias durante a para uso durante a lactação. Porém, outros fato-
lactação3. Assim, faz-se necessária a constante res relacionados ao uso de fármacos durante a
atualização acerca desse tema pelos pediatras. amamentação podem determinar o desmame de

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Uso de medicamentos e outras substâncias pela mulher durante a amamentação

forma desnecessária e danosa ao lactente, à nu- A interrupção da amamentação por mulheres


triz e à família (Quadro 1). que receberam a prescrição de medicamentos
comprovadamente seguros para uso durante a
lactação é relatada na literatura. Questionadas
Quadro 1. Fatores associados ao desmame desnecessário
a respeito do motivo para o desmame, as mães
devido ao uso materno de medicamentos
afirmaram ter receio de algum dano provocado
pelo medicamento à saúde do seu filho5. Tal re-
A prescrição para a nutriz é realizada por
médicos que não possuem conhecimento lato revela a necessidade da adoção de medidas
ou interesse sobre a segurança do uso de que visem ao aumento da adesão às orientações
medicamentos durante a lactação3. médicas, dentre elas a melhoria da relação mé-
dico-paciente.
O conteúdo das bulas dos medicamentos
comprovadamente seguros para uso pela
nutriz, frequentemente, recomenda a
Medicamentos que podem
interrupção da amamentação ou o não uso
alterar o gosto do leite materno
de medicamentos durante a lactação4.

O receio materno de que medicamentos Uma situação que raramente determina o


prescritos possam provocar efeitos adversos desmame, mas que pode dificultar a amamenta-
no seu filho5.
ção, é o uso de medicamentos que podem alterar
o gosto do leite materno. Medicamentos com sa-
bor desagradável podem alterar o gosto do lei-
Estudos científicos responsabilizam os mé- te materno e provocar “greve de amamentação”
dicos pelo desmame desnecessário quando pelo lactente3 (Quadro 2). Nesses casos, as nu-
prescrevem medicamentos não considerados trizes devem ser orientadas a evitar a amamen-
contraindicados para uso pela nutriz, pois, com tação no pico de concentração do medicamento
frequência, eles próprios aconselham suspender no leite que, frequentemente, coincide com o
a amamentação, sem avaliarem as possíveis con- pico sérico. Outra medida relevante é, quando
sequências para o lactente, a mãe e a família3. possível, usar o medicamento pelo menor tempo
possível.
As informações presentes em bulas de medi-
camentos acerca da segurança do medicamento
para uso durante a lactação não são considera- Quadro 2. Medicamentos com sabor desagradável que
podem alterar o gosto do leite materno
das confiáveis, uma vez que a sua redação visa
à proteção legal da indústria e não à divulgação Aciclovir Estavudina
do conhecimento científico6. Frequentemente, Anlodipina Famotidina
bulas de medicamentos compatíveis com a ama- Azelastina Fentermina
mentação contêm orientações que os contrain- Azitromicina Flecainide
dicam nesse período. Constata-se, também, a au- Captopril Hidroclorotiazida
sência de informação em muitas bulas, fato que Cetirizina Imipramina
dificulta o julgamento do profissional de saúde Ciprofloxacin Indinavir
ou da nutriz acerca da segurança do medica- Claritromicina Iodeto de potássio
mento para uso na lactação. Um estudo nacional Clindamicina Labetolol
encontrou discordância entre as informações da Clomipramina Lamivudina
indústria e as evidências científicas sobre a se- Cloranfenicol Metronidazol
gurança dos anti-inflamatórios não esteroides Cloreto de potássio Mexiletina
para uso na lactação em 90% das bulas desses Desipramina Nedocromil
medicamentos4. continua...

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... continuação gurança para a criança e para a mulher, possíveis


Óleo de fígado de efeitos sobre as crianças amamentadas e sobre a
Dextrometorfano lactação, além de fármacos alternativos a serem
bacalhau
Didadosina Oxipentifilina considerados.
Dietilpropiona Penicilinas
Na língua portuguesa, uma obra abrangente
Diltiazem Prednisolona
foi publicada em 2010 pelo Ministério da Saú-
Dissulfiram Procainamida
de, a segunda edição do manual “Amamenta-
Donepezil Propafenona
ção e uso de medicamentos e outras substân-
Doxepin Propranolol
cias”, disponível para download gratuito no site
Doxiciclina Ritonavir
do Ministério da Saúde8: www.bvsms.saude.
Efavirenz Saquinavir
gov.br/bvs/publicacoes/amamentacao_uso_
Sulfametoxazol +
Emedastina medicamentos_2ed.pdf.
Trimetoprim
Enalapril Tinidazol O mais recente estudo de revisão foi publica-
Enoxacin Valaciclovir do por Hale e Rowe em 20173 na obra “Medica-
Eritromicina Zidovudina tions and Mother’s Milk” onde os autores classifi-
Fonte: Hale e Rowe, 2017. cam a segurança do uso de fármacos na lactação
conforme mostrado abaixo:
• Compatíveis: medicamentos sem relato de
efeitos adversos sobre o lactente. Estudos con-
Orientação e prescrição de trolados em mulheres que amamentam não
medicamentos para a nutriz demonstraram risco para as crianças e a possi-
bilidade de danos às crianças que estão sendo
Recomendações sobre a interrupção ou não amamentadas é remota. Também estão incluí-
da amamentação para mães que irão ser subme- dos nessa categoria fármacos com biodisponi-
tidas a procedimentos diagnósticos com uso de bilidade oral desprezível.
fármacos ou terapia medicamentosa devem le- • Provavelmente compatíveis: medicamentos
var em conta os benefícios para a criança e para sem estudos controlados em nutrizes. Entre-
a mãe contra o potencial risco para a criança da tanto, é possível a ocorrência de efeitos inde-
exposição ao fármaco através do leite materno, sejáveis para os lactentes, ou estudos controla-
ou mesmo da supressão láctea. Diante do limi- dos mostram apenas efeitos adversos mínimos
tado número de medicamentos contraindicados, e não ameaçadores. As drogas devem ser admi-
um substituto adequado pode, frequentemente, nistradas apenas se o benefício justificar o ris-
ser encontrado. co potencial para a criança. Novos medicamen-
tos que não têm absolutamente nenhum dado
A mais abrangente e atualizada fonte de in- publicado são automaticamente classificados
formação sobre a segurança dos medicamentos nesta categoria, independentemente de quão
para uso materno durante a lactação é a Biblio- seguros eles podem ser.
teca Nacional de Medicina dos Estados Unidos,
• Possivelmente perigosos: existem evidências
denominada LactMed7. LactMed é um serviço
de risco para o lactente ou para a produção
gratuito, disponível na língua inglesa, devida-
láctea, mas o seu uso pode ser aceitável após
mente referenciado e continuamente atualizado.
a avaliação da relação riscos versus benefí-
O acesso pode ser realizado através de aplicati-
cios.
vos para os sistemas operacionais Android e IOS
ou pelo site https://toxnet.nlm.nih.gov/newto- • Perigosos: estudos em nutrizes demonstraram
xnet/lactmed.htm. Os dados para cada fármaco que há risco significativo e documentado para
incluem um sumário sobre seu uso, nível de se- os lactentes ou o medicamento tem alto risco

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Uso de medicamentos e outras substâncias pela mulher durante a amamentação

de causar danos significativos aos lactentes. O Quadro 3 mostra a classificação dos princi-
O risco do uso do medicamento claramente pais medicamentos utilizados pelas nutrizes se-
supera qualquer possível benefício da ama- gundo a classe farmacológica e a segurança para
mentação. O aleitamento materno está con- uso na lactação, conforme a publicação de Hale
traindicado durante o uso do fármaco. e Rowe3, adaptada.

Classificação de risco para uso durante a lactação


Classes
farmacológicas Possivelmente Possivelmente
Compatíveis Perigosos
compatíveis perigosos
Fármacos que atuam no Sistema Nervoso Central
Antidepressivos Amitriptilina Bupropiona Moclobenida Doxepin
Citalopram Desvenlafaxina Nefazodona
Clomipramina Duloxetina
Desipramina Eszopiclone
Fluoxetina Maprotilina
Fluvoxamina Milnacipran
Imipramina Mirtazapina
Nortriptilina Sulpiride
Paroxetina Trazodona
Sertralina Vilazodona
Venlafaxina
Antiepiléticos Carbamazepina Clonazepam Ácido valpróico
Fenitoína Etotoína Etossuximida
Fosfenitoína Lacosamina Felbamato
Gabapentina Oxcarbazepina Fenobarbital
Lamotrigina Tiagabina Parametadiona
Levetiracetam Topiramato Primidona
Vigabatrina Trimetadiona
Zonizanida
Hipnóticos e Midazolam Alprazolam Flunitrazepam Ácido Gama
Ansiolíticos Oxazepam Buspirona Clorazepato Aminobutírico
Quazepam Clobazam Flurazepam
Zaleplon Clordiazepóxido Oxibato de sódio
Zopiclone Eszoplicone Secobarbital
Lorazepam
Meprobamato
Prazepam
Hidrato de cloral
Diazepam
Estazolam
Ramelteon
Temazepam
Triazolam
Zolpidem
Neurolépticos Olanzapina Aripiprazol Carbonato de lítio
Quetiapina Clorpromazina Loxapina
Risperidona Clozapina Pimozide
Ziprasodona Flufenazina Tioridazina
Haloperidol Tiotixeno
Iloperidona Trifluoperazina
Lurasidona
Paliperidona
Perfenazina
Zuclopentixol
Analgésicos e anti-inflamatórios
Analgésicos Paracetamol AAS Dipirona
antipiréticos
Analgésicos opioides Alfentanil Hidromorfona Codeína
Buprenorfina Morfina Meperidina
Butorfanol Oxicodona
Metadona Oximorfona
Nalbufina Pentazocina
Propoxifeno Remifentanil
Tapentadol
Tramadol
continua...

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Classificação de risco para uso durante a lactação


Classes
farmacológicas Possivelmente Possivelmente
Compatíveis Perigosos
compatíveis perigosos
Analgésicos e anti-inflamatórios (continuação)
Corticosteroides Metilprednisolona Betametasona
Prednisona Budesonida
Prednisolona Ciclesonida
Flunisolina
Fluticasona
Dexametasona
Hidrocortisona
Triancinolona
Fármacos usados Almotriptano Ergotamina
na enxaqueca Eletriptano Flunarizina
Frovatriptano
Isometepteno
Naratriptano
Rizatriptano
Sumatriptano
Zolmitriptano
Anestésicos e Benzocaína Articaína
indutores anestésicos Bupivacaína Benoxinato
Lidocaína Dibucaína
Propofol Hidrocodona
Ropivacaína Quetamina
Mentol
Mepivacaína
Metoexital
Óxido Nitroso
Pramoxina
Procaína
Sevoflurano
Tiopental
Relaxantes musculares Baclofeno Carisoprodol Clorzoxazona
Ciclobenzaprina Dantrolene
Metaxalona Tizanidina
Metocarbamol
Mivacúrio
Orfenadrina
Antihistamínicos Carbinoxamina Azelastina Clemastina
Cetirizina Bronfeniramina Trimeprazina
Desloratadina Cetotifeno
Dimenidrinato Clorfeniramina
Difenidramina Ciproheptadina
Fexofenadina Dexbronfeniramina
Hidroxizine Dextroclorfeniramina
Levocetirizina Doxilamina
Loratadina Epinastina
Triprolidina Levocabastina
Feniramina,
Feniltoloxamina
Prometazina
Pirilamina

continua...

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Uso de medicamentos e outras substâncias pela mulher durante a amamentação

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Classificação de risco para uso durante a lactação


Classes
farmacológicas Possivelmente Possivelmente
Compatíveis Perigosos
compatíveis perigosos
Anti-infecciosos
Antibióticos Amicacina Ácido nalidíxico Cloranfenicol
Amoxicilina Besifloxacin Clorhexedina
Amoxicilina + Clavulanato de Ceftarolina Dapsona
potássio Ciprofloxacin, Grepafloxacin
Ampicilina Dalfoprostin + Tigeciclina
Ampicilina + Sulbactam Quinupristin Trovafloxacin
Azitromicina Doripenem
Aztreonam Doxiciclina
Bacitracina Eritromicina
Carbenicilina Fidaxomicina
Cefaclor Fosfomicina
Cefadroxil Gatifloxacin
Cefazolina Gramicidina
Cefdinir Hidroxiquinolina
Cefditoren Linezolida
Cefepime Lomefloxacin
Cefixime Meropenem
Cefoperazona Metenamina
Cefotaxime Micociclina
Cefotetan Moxifloxacin
Cefoxitina Neomicina
Cefpodoxima Netilmicina
Cefprozil Norfloxacin
Ceftazidima Retapamulina
Ceftizoxima Rifaximina
Ceftriaxona Sulfadiazina de prata
Cefalexina Estreptomicina
Cefalotina Sulfametoxazol
Cefapirina Telitromicina
Ceftibuten Tetraciclina
Cefuroxima
Cilastatina
Claritromicina
Clindamicina
Cloxacilina
Daptomicina
Dicloxacilina
Gentamicina
Imipenem
Levofloxacin
Metronidazol
Mupirocina
Nitrofurantoína
Nafcilina
Ofloxacin
Oxacilina, Penicilina G
Pipercacilina
Polimixina B
Sulfisoxazol
Tazobactam
Ticarcilina
Tobramicina
Trimetoprim
Vancomicina
Antifúngicos Cetoconazol Ácido undecilênico Flucitosina
Clotrimazol Anfotericina B
Fluconazol Anidulafuncin
Itraconazol Butenafina
Miconazol Butoconazol
Nistatina Capsofungin
Terbinafina Ciclopirox olamina
Econazol
Griseofulvina
Micafungin
Naftifina
Posaconazol
Sulconazol
Terconazol
Tioconazol,
Voriconazol
continua...

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Classificação de risco para uso durante a lactação


Classes
farmacológicas Possivelmente Possivelmente
Compatíveis Perigosos
compatíveis perigosos
Anti-infecciosos (continuação)
Antivirais Aciclovir Alvimopan Adefovir Abacavir
Lavimudina Amantadina Boceprevir Delavirdina
Oseltamivir Docosanol Entecavir Didadonisa
Valaciclovir Fanciclovir Ribavirina Efavirenz
Ganciclovir Telbivunide Emtricitabina
Rimantadina Etravirena
Tenofovir Foscarnet
Valganciclovir Indinavir
Lopinavir
Nevirapina
Raltegravir
Ritonavir
Saquinavir
Estavudina
Zidovudina
Anti-helmínticos Albendazol Ivermectina
Praziquantel Mebendazol
Nitaxozanida
Pirantel
Tiabendazol
Antiprotozoários Metronidazol Atovaquona
Nitaxozanida
Paromomicina
Tuberculostáticos Rifampicina Ácido aminosalicílico Cicloserina
Etambutol
Isoniazida
Pirazinamida
Antimaláricos Cloroquina Primaquina Pirimetamina
Fármacos cardiovasculares
Antianginosos Verapamil Diltiazen d Nitroglicerina
initrato de isossorbida Nitroprussiato
Mononitrato de
isossorbida
Antiarrítmicos Adenosina Dronedarona Tocainida Amiodarona
Disopiramida Flecainida
Mexiletina, Propafenona
Quinidina
Anti-hiperlipêmicos* Colesevelam Atorvastatina*
Colestiramina Ezetimiba*
Colestipol Fenofibrato*
Fluvastatina*
Genfibrozil*
Lovastatina*
Pravastatina*
Rosuvastatina*
Sinvastatina*

continua...

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Classificação de risco para uso durante a lactação


Classes
farmacológicas Possivelmente Possivelmente
Compatíveis Perigosos
compatíveis perigosos
Fármacos cardiovasculares (continuação)
Anti-hipertensivos Benazepril Acebutolol Alfuzosin
Captopril Aliskiren Ambrisentan
Enalapril Amlodipina Bosentan
Hidralazina Atenolol Nadolol
Labetalol Barnidipina Sotalol
Metildopa Benzenapril Telmisartan
Metoprolol Betaxolol Terasozin
Nicardipina Bisoprolol
Nifedipina Candesartan
Nimodipina Carteolol
Nitrendipina Carvedilol
Quinapril Clonidina
Propranolol Doxazosin
Eprosartan
Esmolol
Felodipina
Fendolopam
Fosinopril
Iloprost
Irbesartan
Isradipina
Lisinopril
Losartan
Minoxidil
Nebivolol
Nisoldipina
Olmesartan
Pindolol
Prazosin
Ramipril
Silodosin
Tansulosin
Valsartan
Cardiotônicos Digoxina
Adrenérgicos e Desmopressina Dextroanfetamina Atomoxetina,
vasopressores Dobutamina Midodrina Dextemetomidina
Dopamina Efedrina
Epinefrina
Diuréticos Acetazolamida Ácido etacrínico Bendroflumetazida
Hidroclorotiazida Amilorida Clortalidona
Espirolonactona Bumetamida
Clorotiazida
Eplerenona
Furosemida
Indapamida
Manitol
Torsemide
Triantereno
Fármacos hematológicos
Anticoagulantes Dalteparina Ácido tranexâmico
Heparina Argatroban
Lepirudina Enoxaparina
Warfarin Fondaparinux
Rivaroxaban
Ticagrelor
Tinzaparina
Antiagregantes Dabigratan AAS Anagrelida
plaquetários Clopidrogrel
Dipiridamol
Eptifibatide
Prasugrel

continua...

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Classificação de risco para uso durante a lactação


Classes
farmacológicas Possivelmente Possivelmente
Compatíveis Perigosos
compatíveis perigosos
Fármacos para o aparelho respiratório
Antiasmáticos Salbutamol Arformoterol
Brometo de ipatrópio Formoterol
Cromoglicato de sódio Montelucaste
Isoproterenol Pirbuterol
Levalbuterol Teofilina
Salmeterol Zafirlucaste
Terbutalina Zileuton
Antitussígenos, Dextrometorfano Alfa dornase Benzonatato
mucolíticos e Guaifenesina Iodeto de potássio
expectorantes
Descongestionantes Eucalipto (extrato)
nasais Fenilefrina
Nafazolina
Pseudoefedrina
Oxitemazolina
Fármacos para o trato digestório
Antiácidos e Cimetidina Rabeprazol
antissecretores ácidos Deslanzoprazol
Esomeprazol
Famotidina
Lansoprazol
Nizaditina
Omeprazol
Pantoprazol
Ranitidina
Sucralfato
Antieméticos e Domperidona Cinarizina Dronabinol
gastrocinéticos Metoclopramida Ciclizina Nabilona
Ondasetrona Dolasetrona
Droperidol
Granisetrona
Palonosetrona
Proclorperazina
Trimetobenzamida
Antiespasmódicos Escopolamina
Hioscina
Laxantes Bisacodil Óleo de castor
Docusato Glicerina
Psilium Lactulose
Laxantes salinos Óleo mineral
Hidróxido de magnésio Polietilenoglicol
Meticelulose Prucaloprida
Sena
Hormônios e antagonistas
Antidiabéticos orais Insulinas Ascarbose Glimepirida
e insulina Glipizida Clorpropamida Repaglinida
Gliburida Exenatida
Metformin Linagliptina
Miglitol Liraglutida
Nateglinida
Pioglitazona
Pramlintide
Rosiglitazona
Sitagliptina
Tolbutaminda
Hormônios Levotiroxina Sais de iodo
tireoideanos e Tirotropina
antagonistas Liotironina
Metimazol
Propiltiouracil

continua...

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... continuação

Classificação de risco para uso durante a lactação


Classes
farmacológicas Possivelmente Possivelmente
Compatíveis Perigosos
compatíveis perigosos
Hormônios e antagonistas (continuação)
Contraceptivos Desogestrel Etinilestradiol
Dinoprostona Mestranol
Drospirenona
Etonogestrel (implante)
Levonorgestrel
Nonoxinol 9
(espermicida)
Norelgestromina
Noretindrona
Noretinodrel
Ulipristal
Imunossupressores e Ifosfamida Aldescleucin Aminopterin
antineoplásicos Interferon Alemtuzumab Anastrozol
Alfa 2b Altretamina Asparaginase
Mercaptopurina Bleomicina Busulfan
Ofatumumab Cetuximab Capecitabina
Toremifeno Fluoruracil Carboplastina
Flutamida Carmustina
Gencitabina Clorambucil
Hidroxiureia Cisplatina
Imatinib Cladribina
Lapatinib Ciclofosfamida
Metotrexate Citarabina
Nilotinib Dacarbazina
Sunitinib Cactinomicina
Teniposide Daunorubicina
Talidomida Docetaxel
Doxorubicina
Epirubicina
Erlotinib
Etoposida
Everolimus
Exemestane
Mefalan
Mitomicina
Oxalipatina
Paclitaxel
Pazopanib
Pentostatin
Temozolomida
Vimblastina
Vincristina\
Vinorelbina
Fármacos para pele e mucosa
Escabicidas e Benzoato de benzila Ivermectina
pediculicidas Deltametrina
Enxofre
Permetrina
Antiacneicos Adapaleno Ácido azelaico Isotretinoína
Peróxido de benzoíla Tretinoína (oral)
Anti-inflamatórios Pimecrolimus
Tacrolimus
Anti-seborreicos Piritionato de zinco
Sulfato de selênio
Antipruriginosos Calamina Cânfora
Óxido férrico Doxepin creme
Antipsoriáticos Alefacept
Clareadores Hidroquinona

continua...

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Classificação de risco para uso durante a lactação


Classes
farmacológicas Possivelmente Possivelmente
Compatíveis Perigosos
compatíveis perigosos
Fármacos para pele e mucosa (continuação)
Fármacos para uso Olopatadina Fluoresceína
oftalmológico Sulfacetamina sódica Trifluridina
Tropicamida
Verteporfina
Antiglaucoma Dipivefrin Bimatoprost
Timolol Brimonidina
Dorzolamida
Lapatinib
Levobunolol
Pilocarpina
Vitaminas e análogos Ácido ascórbico (C) Betacaroteno
Ácido fólico (B9) Calcitriol (D)
Ácido pantotênico (B5) Coenzima Q10
Biotina (B7) Doxercalciferol (D)
Cianocobalamina (B12) Leucovorin
Fitonadiona (K) Niacina (B3)
Piridoxina (B6) Paricalcitol (D)
Riboflavina (B2) Vitamina A
Tiamina (B1)
Vitamina D
Vitamina E
Agentes diagnósticos Diatrizoato Ácido ioxitalâmico Cobalto 57 Gálio 67
Gadopentato Gadobenato Índio 110 Azul de metileno
Dimeglumina Gadobutrol Índio 111
Iohexol Gadodiamida Isosulfan azul
Metrizamida Gadoterato Octreotide
Metrizoato Gadoteridol Ragadenoson
Metipona Gadoversetamida Tálio
PPD (teste tuberculínico) Gadoxetato
Dissódico
Histamina
Indocianina verde
Inulina
Iodipamida
Iodixanol
Iopamidol
Iopentol
Iopromida
Iotalamato
Ioversol
Ioxaglato
Ioxilan
Mangafodipir
Metacolina proteína
Perflutren tipo A
Tecnécio 99
Tiopanoato
Xenônio 133
Drogas de vício e abuso
Drogas lícitas Nicotina Álcool
Drogas ilícitas Cocaína
Crack
Maconha
Haxixe
Heroína
LSD
Metanfetamina
*Diversas publicações não recomendam o uso de anti-hiperlipêmicos, inibidores da enzima de hidroximetilgluratil CoA redutase durante a
lactação devido à carência de estudos que avaliem a segurança e também ao risco de bloqueio do metabolismo dos lipídeos no lactente7.

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Uso de medicamentos e outras substâncias pela mulher durante a amamentação

bagismo materno é menos prejudicial à criança


Uso de drogas de abuso pela nutriz
que o uso de fórmulas infantis. Há relatos de al-
teração do sabor do leite materno14 e redução da
Mulheres devem ser fortemente desenco- produção láctea15 em mães tabagistas. Portanto,
rajadas a utilizarem drogas de abuso durante a o ganho ponderal dos lactentes de mães tabagis-
gestação, no intuito de reduzir os danos à saúde tas deve ser acompanhado com maior atenção. O
do seu filho. Tal recomendação deve ser mantida uso materno de gomas de mascar ou de adesivos
após o nascimento da criança, pois a exposição contendo nicotina na tentativa de abandono do
ao álcool e às drogas psicoativas como cocaína, vício é considerado seguro para uso durante a
crack, maconha, anfetaminas, ectasy, LSD e hero- amamentação e deve ser incentivado3.
ína podem prejudicar o julgamento da mãe e in- Mães usuárias regulares de drogas de abu-
terferir no cuidado com o seu filho, além do risco so ilícitas não devem amamentar seus filhos. As
de toxicidade para o lactente amamentado. usuárias ocasionais devem suspender a ama-
O álcool ou etanol é uma droga depressora mentação por um período variável após o consu-
do sistema nervoso central. Apesar de uma quan- mo da droga em questão (Quadro 4). A Organiza-
tidade significativa ser secretada no leite, essa ção Mundial da Saúde orienta que as mães sejam
droga não é considerada perigosa para o lacten- alertadas para não utilizar essas drogas e tenham
te em doses e períodos limitados. Contudo, es- a oportunidade de amamentar e serem apoiadas
tudos mostram que a ingestão de 0,3 g/kg de ál- durante sua abstinência através da inserção em
cool, conteúdo presente em uma lata de cerveja programas de tratamento de abuso de drogas16.
(350 ml) pode reduzir em até 23% a ingestão de Contudo, a baixa qualidade da assistência em
leite pela criança9. Além disso, há relatos de al- saúde aos usuários de drogas lícitas e ilícitas no
teração do odor e do sabor do leite materno após Brasil não garante que a mãe dependente quími-
uso de bebidas alcoólicas, podendo levar à recu- ca fique realmente abstinente das drogas. Tal re-
sa do leite pela criança10. Apesar de a Academia alidade dificulta muito a tomada de decisão pelo
Americana de Pediatria considerar o álcool com- profissional de saúde no momento da orientação
patível com a amamentação11, deve-se ressaltar sobre a manutenção do aleitamento materno ou
que seu uso deve ser desaconselhado e, caso do desmame.
utilizado, o consumo deve ser esporádico e em
doses baixas, principalmente por mães que não Quadro 4. Recomendações sobre o tempo de interrupção
possuem o hábito de beber, devido à baixa ativi- da amamentação após o uso de droga de abuso pela
dade das enzimas que metabolizam o álcool. nutriz

O tabagismo materno tem sido associado à Período de interrupção


Drogas
da amamentação
redução da produção láctea, ao menor tempo de
aleitamento materno e ao risco de síndrome de 2 horas para cada drink*
Álcool (etanol)
morte súbita do lactente (SMSL). Porém, reco- consumido
menda-se que nutrizes tabagistas mantenham a Anfetamina e ecstasy 24 a 36 horas
amamentação, pois filhos de mulheres tabagis- Cocaína e crack 24 horas
tas amamentados apresentam menor risco de
Fenciclidina 1 a 2 semanas
doenças respiratórias que filhos de tabagistas
não amamentados12. Além disso, há evidência Heroína e morfina 24 horas
de que os efeitos negativos da exposição intrau- LSD 48 horas
terina ao tabaco no desempenho cognitivo das
Maconha 24 horas
crianças aos 9 anos de idade eram limitados às
* Um drink corresponde a 340 ml de cerveja, 141,7 ml de vinho,
crianças que não foram amamentadas13. Assim,
42,5 ml de bebidas destiladas.
acredita-se que a amamentação associada ao ta- Fonte: Adaptado de Hale, 200517.

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Departamento Científico de Aleitamento Materno • Sociedade Brasileira de Pediatria

pesando os riscos e os benefícios potenciais, e


Medicamentos que podem alterar
sempre informando a mulher sobre as dúvidas
o volume do leite materno
existentes quanto à eficácia desses medicamen-
tos e os seus potenciais paraefeitos. O estímulo
Há medicamentos que podem alterar a sín- mecânico do complexo aréolo-mamilar pela suc-
tese do leite materno produzido pela lactante, ção do lactente e a extração do leite, manual ou
aumentando ou diminuindo o volume disponível mecânica são os estímulos mais importantes à
para a criança. indução e manutenção da lactação8.

Galactagogos, ou agentes para estimular a Vários são os fármacos com relato de supres-
lactação, são frequentemente utilizados no in- são da produção láctea. Há risco potencial de
tuito de estimular a produção láctea, particular- redução da síntese de leite com o uso de estró-
mente em mães de prematuros e mães adotivas. genos, bromocriptina, cabergolina, ergotamina,
As evidências científicas sobre a eficácia desses ergometrina, lisurida, levodopa, pseudoefedrina,
agentes, incluindo domperidona, metocloprami- álcool, nicotina, brupropiona, diuréticos e testos-
da e ervas, são inconsistentes18. Entretanto, al- terona. O uso de qualquer uma dessas substân-
gumas pesquisas, com amostras compostas por cias pode representar risco potencial de déficit
pequeno número de participantes, encontraram ponderal no lactente amamentado, principal-
efeito da domperidona superior ao do place- mente durante o puerpério imediato, período
bo19,20,21, sobretudo em mães de crianças prema- mais sensível para a supressão da lactação. De-
turas. Apesar dos estudos não terem encontra- ve-se, portanto, evitar o uso ou retardar ao máxi-
ram efeitos colaterais da domperidona em doses mo a introdução dessas substâncias. Caso sejam
terapêuticas e por curto período20,22,23, os efeitos utilizadas, o cres¬cimento do lactente deve ser
adversos atribuídos à domperidona sobre a mu- rigorosamente acompanhado31.
lher e sobre o lactente têm sido motivo de preo-
cupação para sua indicação como galactagogo. O
uso endovenoso de domperidona foi relaciona-
do à ocorrência de arritmia ventricular, prolon-
Uso de cosméticos e outras
gamento do intervalo QT24 e até mesmo morte
substâncias utilizadas em
procedimentos estéticos
súbita em adultos25. O tratamento, por via oral,
de recém-nascidos e crianças foi associado ao
prolongamento do intervalo QT26,27. Assim, Várias É crescente o número de mulheres que, ainda
agências de saúde têm alertado sobre o uso da jovens, se submetem a procedimentos estéticos
domperidona em qualquer apresentação28. Nos Após a gravidez, é natural que a mulher queira in-
Estados Unidos, o Food and Drug Administration vestir na melhoria de sua aparência, o que é sau-
(FDA) proibiu a comercialização desse fármaco e dável, uma vez que eleva sua autoestima. Nesse
alerta para os riscos elevados de seu uso como sentido, muitas mães buscam recursos cosméti-
galactagogo29. No Brasil, assim como em todos cos ou estéticos que incluem escovas, tinturas
os países que comercializam a domperidona, a para cabelos, cremes e toxina botulínica. Assim, é
sua prescrição como galactagogo é realizada off fundamental que a nutriz e o profissional de saú-
label. A sulpirida, muito utilizada no Brasil como de tenham conhecimento dos riscos que esses
galactogogo, deve ser evitada com esse propó- recursos cosméticos e estéticos podem oferecer
sito, devido à carência de estudos que demons- para a amamentação e para os lactentes.
trem sua eficácia como galactagogo e, sobretudo,
ao risco de importantes efeitos adversos sobre a
Tinturas para cabelo
nutriz30. Assim, diante das evidências existentes
até o momento, o profissional de saúde deve ser Os profissionais de saúde são, frequente-
cauteloso ao prescrever qualquer galactogogo, mente, questionados pelas nutrizes sobre a

13
Uso de medicamentos e outras substâncias pela mulher durante a amamentação

segurança do uso de tinturas para cabelo no Toxina botulínica


período da amamentação. A prática de tingir os
A utilização da toxina botulínica do tipo A (Bo-
cabelos é considerada segura nesse período,
tox® ou Dysport®) para fins cosméticos cresceu
desde que o produto utilizado não contenha
muito entre as mulheres, mesmo entre as mais
chumbo. Desde 2008, a presença desse metal
jovens. Há carência de estudos que avaliem a se-
pesado em tinturas é aprovada pela Agência Na-
gurança desse fármaco durante a amamentação.
cional de Vigilância Sanitária (ANVISA) na con-
Entretanto, há relato de que um lactente foi ama-
centração máxima de 0,6% para uso somente
mentado com segurança durante um episódio de
em cabelos do couro cabeludo32. Contudo, seu
botulismo materno, não tendo sido detectada a
uso é contraindicado durante a amamentação
toxina botulínica no leite materno ou no lacten-
devido à ausência de estudos sobre sua segu-
te35. A ocorrência de efeitos adversos sobre o lac-
rança para uso nesse período. A informação de
tente é improvável, uma vez que a terapia medi-
que tinturas contendo amônia devem ser evita-
camentosa materna é realizada com doses muito
das durante a lactação, frequentemente divul-
inferiores àquelas que causam a doença7. Além
gada em fontes não científicas, não encontra
disso, a excreção da toxina botulínica pelo leite
respaldo na literatura.
é considerada desprezível em face às suas ca-
racterísticas farmacocinéticas. Uma recente pu-
Escovas progressivas blicação considera a toxina botulínica do tipo A
As escovas progressivas podem ser realiza- provavelmente compatível com a amamentação3.
das pelas nutrizes desde que não contenham
formol. O formol é um produto acrescentado em Tatuagens
fórmulas caseiras com função alisante na con-
O uso de tatuagens na aréola e nos mamilos
centração de 3,5%. A Anvisa permite o uso do
é uma prática cada vez mais frequente entre as
formol em cosméticos apenas como conservan-
mulheres, principalmente entre as adolescen-
te, com concentração de 0,2%, ou como agente
tes. Não há informações disponíveis sobre a se-
para endurecimento de unhas na concentração
gurança das tatuagens durante a amamentação.
de 5%. O uso do formol com funções diferentes
Preocupações teóricas estão relacionadas à ex-
e em limites acima dos permitidos pode causar
creção de pigmentos das tintas no leite mater-
danos à saúde, sendo proibido em produtos cos-
no. Nos Estados Unidos, por precaução, a doação
méticos33. Assim, seu uso como alisante não é
de sangue não é permitida por 12 meses após
autorizado em qualquer pessoa, sobretudo em
a realização da tatuagem7. Especialistas não re-
nutrizes.
comendam a realização de tatuagens durante a
amamentação36. Tatuagens com tintas tipo hen-
Clareamento de manchas na pele
na estão frequentemente associadas à derma-
A hidroquinona é um fármaco indicado no tite local; assim, não devem ser realizadas nas
clareamento gradual de manchas na pele, como mamas durante o período de amamentação37.
melasmas, sardas, melanoses solares e outras
condições em que ocorre hiperpigmentação por
produção excessiva de melanina. Apesar de o
Pontos-chaves em
uso tópico da hidroquinona não ter sido estuda-
Medicamentos e Amamentação
do durante a amamentação, o seu uso não é con-
traindicado nesse período7. Alguns especialistas
desaconselham sua aplicação no mamilo ou na Os estudos que procuram determinar a se-
aréola durante o período da amamentação7, bem gurança dos medicamentos para uso durante
como o seu uso por longos períodos devido ao a amamentação são realizados com pequenas
seu acúmulo no leite humano34. amostras ou são relatos de casos. Assim, o princí-

14
Departamento Científico de Aleitamento Materno • Sociedade Brasileira de Pediatria

pio fundamental da prescrição de medicamentos saúde materna e os riscos da terapêutica para


para nutrizes baseia-se, sobretudo, na avaliação o lactente e para a produção láctea. O Quadro
do risco versus benefício. Os aspectos a serem 5 apresenta recomendações a serem utilizadas
avaliados incluem os benefícios da amamenta- para a prescrição medicamentosa e orientação
ção, o alívio dos sintomas e da doença sobre a às nutrizes.

Quadro 5. Pontos-chaves para orientação e prescrição de medicamento para nutrizes

Tenha sempre em local acessível uma fonte de consulta sobre a compatibilidade dos medicamentos
com a lactação. Sugerimos o aplicativo Lactmed7 (língua inglesa) ou a publicação do Ministério da
Saúde “Amamentação e uso de Medicamentos e outras substâncias”8 na língua portuguesa.

Evite prescrever medicamentos que não são necessários. Vários medicamentos existentes no mercado
carecem de evidências científicas sobre sua eficácia.

Escolha medicamentos comprovadamente seguros para uso na lactação, evitando optar por fármacos
recentemente introduzidos no mercado.

Medicamentos comprovadamente seguros para uso por lactentes são seguros para uso materno durante
a lactação.

Avalie a idade do lactente. Prematuros que ainda não atingiram 40 semanas de idade corrigida e recém-
nascidos apresentam maior risco para efeitos adversos.

Fármacos utilizados nos primeiros 3 a 4 dias pós-parto geralmente produzem níveis desprezíveis no
lactente devido ao pequeno volume de leite materno ingerido.

Considere o quadro clínico da criança. Lactentes instáveis, com doenças graves estão mais expostos aos
efeitos adversos dos medicamentos utilizados pelas mães.

Opte por fármacos com meia vida curta, alta afinidade por proteínas plasmáticas, baixa biodisponibilidade
oral e elevado peso molecular.

Indicar o tratamento por menor tempo possível. Os riscos da terapia em longo prazo é sabidamente
maior que os de uma terapia em curto prazo.

Evite a prescrição de medicamentos que podem reduzir a produção do leite materno.

Programar o horário de administração do medicamento à mãe a fim de evitar que o pico do medicamento
no sangue e no leite materno coincida com o horário da amamentação. Em geral, a exposição do
lactente ao fármaco pode ser diminuída, prescrevendo-o para a mãe imediatamente antes ou logo após
a mamada. Outra opção é ministrar o medicamento antes do maior período de sono da criança.

A maioria dos medicamentos disponíveis é segura para uso na lactação. Os riscos das fórmulas infantis
são bem conhecidos e documentados.

Levar em consideração o tipo de alimentação do lactente. Aqueles em aleitamento materno exclusivo


estarão mais expostos ao medicamento do que aqueles que já iniciaram a alimentação complementar.

Recomende o tratamento de mães que apresentam depressão ou transtornos afins. Os medicamentos


utilizados para tratamento dessas doenças são seguros.

Adaptado de Hale e Rowe, 20173

ceitável que o médico indique o desmame mera-


Considerações finais
mente por desconhecimento acerca da segurança
do medicamento para uso na lactação, privando
A terapia medicamentosa é, na grande maio- a criança e a mãe dos efeitos positivos da ama-
ria das vezes, compatível com a amamentação. As- mentação sobre sua saúde. Os riscos da alimenta-
sim, raramente o desmame deve ser indicado por ção da criança pequena com fórmulas infantis são
causa do uso de medicamento pela nutriz. É ina- significativos e não devem ser banalizados.

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Uso de medicamentos e outras substâncias pela mulher durante a amamentação

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Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: Carmen Lúcia Bonnet (PR) Altacílio Aparecido Nunes (SP)


Luciana Rodrigues Silva (BA) Adriana Seber (SP) Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG)
1º VICE-PRESIDENTE: Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) Flávio Diniz Capanema (MG)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Fabiana Carlese (SP) EDITOR DO JORNAL DE PEDIATRIA
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EDITOR REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
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Sidnei Ferreira (RJ) Maria Marluce dos Santos Vilela (SP)
EDITOR ADJUNTO REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
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Maternidade e Paternidade: DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Luciana Rodrigues Silva (BA)
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Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Edson Ferreira Liberal (RJ)
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GRUPOS DE TRABALHO: COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO Susana Maciel Wuillaume (RJ)
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Doenças Raras: Maria Fernanda Branco de Almeida (SP)
Ruth Guinsburg (SP) DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) Cláudio Barsanti (SP)
Atividade Física COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA
Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Coordenadores: Gilberto Pascolat (PR)
Ricardo do Rêgo Barros (RJ) Kátia Laureano dos Santos (PB)
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Luciana Rodrigues Silva (BA) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA Isabel Rey Madeira (RJ)
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Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA Valmin Ramos da Silva (ES)
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Jorge Mota (Portugal) Flávio Diniz Capanema (MG) CONSELHO FISCAL
Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA Titulares:
Colaborador: José Maria Lopes (RJ) Núbia Mendonça (SE)
Dirceu Solé (SP) Nélson Grisard (SC)
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
Metodologia Científica: Altacílio Aparecido Nunes (SP) Suplentes:
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) João Joaquim Freitas do Amaral (CE) Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Cláudio Leone (SP) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS João de Melo Régis Filho (PE)
Pediatria e Humanidade: Luciana Rodrigues Silva (BA) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) Dirceu Solé (SP) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Luciana Rodrigues Silva (BA) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Presidente:
Christian Muller (DF) Joel Alves Lamounier (MG) José Martins Filho (SP)
João de Melo Régis Filho (PE) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Vice-presidente:
Transplante em Pediatria: Fábio Ancona Lopez (SP) Álvaro de Lima Machado (ES)
Themis Reverbel da Silveira (RS) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Secretário Geral:
Irene Kazue Miura (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Reinaldo de Menezes Martins (RJ)

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