Você está na página 1de 41

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO......................................................................................6
PREVENÇÃO............................................................................................7
Como identificar uma blitz.....................................................................8
Não chame atenção............................................................................12
Registre tudo!......................................................................................13
SUBORNO...............................................................................................16
O que é o suborno?.............................................................................16
Mas então, como subornar?................................................................18
CHANTAGEM FUNCIONA?.....................................................................19
VALE A PENA FUGIR DE UMA BLITZ?...................................................22
O TESTE DO BAFÔMETRO....................................................................25
CAMUFLAGEM DA PLACA.....................................................................27
PRODUÇÃO DE PROVAS.......................................................................31
Posso evitar que meu carro seja recolhido?........................................32
COMO RECORRER DE MULTAS............................................................34
Como transformar multas em advertências.........................................37
Serviços online....................................................................................38
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................40
CRÉDITOS..............................................................................................41
AGRADECIMENTO.................................................................................42
5

"Atualmente, os governos se preocupam


majoritariamente não com criminosos, mas sim
com os cidadãos honestos. Cada cidadão é uma
vítima das táticas agressivas do governo... o
cidadão médio de hoje, cercado e ofuscado pelo
governo por todos os lados, descobre que está
infringindo várias leis durante o decorrer de um
só dia. E este fato faz com que ele deixe de ser
um cidadão honesto e se transforme em um
cidadão transgressor, o que o iguala a qualquer
criminoso de rua que, com efeito, transgride a lei
com objetivos agressivos."

Robert LeFevre
6

APRESENTAÇÃO
O estado possui o monopólio sobre a jurisdição de trânsito. Isso é,
ele mesmo cria todas as leis, julga e aplica. Em uma situação assim, as
pessoas começam a perder a noção do que é certo e do que é errado. Do
que é justo e do que é abuso. Afinal, elas não têm parâmetros, não
podem comparar o estado com nenhuma outra coisa, se não, no máximo,
outros estados. Isso cria uma espécie de tragédia dos comuns jurídicas,
mesmo que a lei lhe afete em alguns pontos, lhe beneficia em outros.
Quem discorda sobre quão grave é dirigir alcoolizado, por exemplo, pode
achar válido que motoristas sem capacete sejam multados. Então, para
garantir essa confusa economia de privilégios, as pessoas passam a
consentir, explícita ou tacitamente com as leis de trânsito.

Pior, elas passam a ver as leis como tão onipresentes e


inexoráveis que começam a tratar qualquer “transgressão” como um ato
imoral por si mesmo. A forma mais trivial de desobediência gera aquela
adrenalina que mistura prazer e malandragem. Evitar uma multa não é
fazer justiça, é “ser esperto”, dar o “jeitinho brasileiro”.

Esse guia não ensinará como se dar bem em cima dos outros,
muito menos como se safar de situações em que você realmente feriu a
vida ou a propriedade de alguém. Esse é um guia para pessoas
responsáveis, que sabem que o ato de dirigir é de extrema
responsabilidade, mas que não aceitam os abusos jurídicos do estado.

Boa leitura!
7

PREVENÇÃO

Provavelmente você descobriu esse documento através de um


amigo e agora deve estar ávido para saber como “se safar das multas”.
Mas, mais importante do que “se safar” é prevení-las! Esse é o capítulo
mais importante e, tomando os cuidados necessários, é possível que
você nunca precise das outras informações que trataremos nos outros
capítulos!

Vamos tratar da prevenção em três níveis: 1. Evadindo-se da


fiscalização policial; 2. Tornando-se menos “notório” e, 3. Tendo os
registros necessários para futuros processos jurídico-burocráticos.
8

Como identificar uma blitz


Existem vários meios de saber onde há uma blitz no seu trajeto,
praticamente todos consistem em apps que você pode ter no seu celular.
O melhor meio dependerá simplesmente da preferência dos motoristas da
região. Algo que você só descobrirá conhecendo cada um deles ou
simplesmente perguntando a outros motoristas.

Antes de mais nada, cabe perguntar: o uso desses apps é ilegal?


Resposta: é complicado.

Não existe qualquer lei que claramente enquadre o ato de informar


ou compartilhar informações desses tipo como crime. Embora já existam
projetos nesse sentido1. Ainda assim, é comum que policiais e outras
pessoas autoritaristas interpretem isso como uma infração do Art. 256 do
Código Penal2. Havendo, inclusive, casos de pessoas que foram detidas
por gerenciar contas que compartilhavam essas informações na internet3,
contudo, é pouco provável que o inquérito tenha levado à prisão. Em
casos assim, trata-se de puro terrorismo policial. O réu é liberado logo em
seguida para responder em liberdade4, e acaba não havendo
condenação.

1 http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/03/informar-barreiras-de-
transito-pode-virar-crime-com-projeto-do-detran-rs.html
2 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10605214/artigo-265-do-decreto-lei-n-
2848-de-07-de-dezembro-de-1940
3 http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/04/30/interna_gerais,379356/inf
ormar-blitz-em-redes-sociais-pode-ser-considerado-crime.shtml
4 http://www.tribunaonline.com.br/jovem-e-preso-por-avisar-sobre-blitz-pelo-
whatsapp/
9

A análise desses casos demonstra que apenas ser informado


sobre as blitz não configura crime de forma alguma e jamais alguém foi
detido, muito menos processado criminalmente, por simplesmente fazer
uso desses serviços. Contudo, se você vier a compartilhar desses dados,
através de meios rastreáveis (discussão a seguir), pode ser que você seja
cordialmente visitado por esses senhores.

Grupos no Whatsapp
Um dos métodos mais comuns, e que existem em praticamente
qualquer lugar, são os grupos no Whatsapp. Infelizmente não há uma
forma fácil de descobrir esses grupos, o que, por outro lado, NÃO garante
maior anonimato. Sendo assim o método que você mais deve evitar. De
qualquer forma, você precisará conversar com outros motoristas para
ingressar em um desses grupos, se ainda assim quiser.

Waze
10

O Waze5 já é bastante popular6, mas a maior parte das pessoas


usam apenas como GPS para chegar ao seu local de destino. Entre
várias outras funções interessantes ele também pode mostrar, através da
informação fornecida por outros usuários, onde há blitz policial e radares,
ocultos ou não. O ponto positivo do app é que ele permite quase total
anonimato para ver e compartilhar essas informações. Certamente é o
meio mais seguro!

O único problema é que a atualização não é perfeita. Levará


algum tempo para que ele receba as informações enviadas, e, por isso, é
comum ver “blitz fantasmas”, que não estão mais lá. Por isso, sempre
use essa função de forma estratégica, se possível combinando com
outros métodos.

5 https://play.google.com/store/apps/details?id=com.waze&hl=pt_BR
6 Se você não conhece o Waze, veja esse vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=DnDglG5fnN0
11

Twitter
Existem várias contas no Twitter7 que informam os motoristas
sobre o local de blitz policial. Não é o meio mais seguro, já que qualquer
pessoa pode ver quem está inscrito naquela conta, nem confiável, já que
a informação geralmente é retransmitida de terceiros, que finalmente
chegam ao administrador da conta que por sua vez faz a postagem. Mas
pode ser útil, em casos específicos, especialmente porque você pode
tentar se comunicar com outros usuários da conta (considere remover sua
postagem logo em seguida). Também não há uma forma fácil de
encontrar essas contas, você terá que pesquisar na internet, no próprio
Twitter, ou descobrir com ajuda de amigos. Algumas dessas contas,
inclusive, usam apelidos para dissuadir policiais. A conta @adoroblitz8,
por exemplo, chamam as blitz de “festas”.

Outros apps
Existem vários outros apps, maior parte deles exclusivos para
certas cidades, como o famoso Leis eca Maps9.Para procurá-los na loja
online do Android, busque apenas por “blitz”. Aparentemente a Apple não
aceita esses tipos de apps em sua loja de aplicativos10.

Nos próximos capítulos discutiremos como o uso desses apps em


contextos específicos.

7 https://play.google.com/store/apps/details?id=com.twitter.android&hl=pt_BR
8 https://twitter.com/adoroblitz
9 https://play.google.com/store/apps/details?id=brasil.rj.proapps.leiseca
10 http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/06/apple-proibe-aplicativos-que-
indicam-blitz-para-pegar-motoristas-bebados.html
12

Não chame atenção


A segunda coisa mais importante sobre prevenção, e aqui
poderemos parecer estar falando do óbvio ululante, é não chamar
atenção da polícia. Tanto na condução do veículo quanto na própria
caracterização, isso é, seu aspecto. Arranhões, batidas, perfurações, etc.
podem indicar que o veículo se envolveu em algum acidente, crime ou é
roubado. Modificações que são proibidas11 (por exemplo, uso de
lâmpadas xeon) também são um prato cheio para policiais a fim de
arrancar uns trocados “por fora”. Previna também infrações como faróis
quebrados, espelhos rachados, ou qualquer outra irregularidade
aparente12. Fazer mudanças bruscas na direção podem indicar seu
desespero por evitar a fiscalização. Mantenha-se calmo, e siga seu
caminho tranquilamente, mesmo que você venha a ignorar a ordem de
um policial para parar, ou mesmo quando vier a ser interrogado por ele.
Esses assuntos nós discutiremos mais profundamente nos próximos
capítulos.

11 http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/carros/noticia/2316204/vai-
modificar-seu-carro-veja-alguns-itens-que-sao-proibidos
12 https://economia.terra.com.br/carros-motos/meu-automovel/veja-quanto-
custam-multas-por-falta-de-manutencao-no-
carro,17e4ed31dc4ae310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html
13

Registre tudo!

Outra preocupação essencial que você deve ter é a de registrar


toda e qualquer abordagem policial13. Se possível, até mesmo manter o
registro das suas viagens com o veículo. Essa é uma prática que vem se
tornando comum em vários países, já que oferece inúmeros benefícios.

O mínimo que você deve fazer é começar a gravar a conversa


com seu smartphone (supondo que tenha um), se possível, use a câmera,
deixe-a apontada para o rosto do policial, mas de forma que ele não
perceba e/ou não se intimide. Se realmente não for possível, faça apenas

13 Embora polícia brasileira seja particularmente despreparada e agressiva,


seguindo quase à risca o lema “shoot first, ask later” (atire primeiro, pergunte
depois), há pouca discussão sobre isso no Brasil, em português. Se souber
inglês, veja esse vídeo que sintetiza a importância da gravação das ações
policiais. https://www.youtube.com/watch?v=LvDWrIDrQnw Notícia em
português: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/07/1790216-gravar-
abuso-policial-se-torna-comum-mas-eficacia-e-dubia.shtml
14

uma gravação de voz, seu sistema provavelmente já acompanha um app


para isso.

Também é recomendado usar mais que um aparelho de gravação.


Note que o policial pode simplesmente tomar seu aparelho, e fazer
qualquer tipo de abuso. Eles não gostam de ser filmados, e
provavelmente dirão que você não tem direito de fazer isso ou
simplesmente não pode filmá-los, embora isso não tenha embasamento
legal14. Então, tenha sempre uma segunda ferramenta à disposição. Por
exemplo, um daqueles aparelhos MP315 que se vendem em qualquer
comércio informal, quase de graça.

Ter uma câmera registrando toda sua movimentação com o


veículo, oferece ainda mais benefícios. Você pode escapar de multas e
outros problemas causados pela falsificação de placas, pode justificar
uma infração causada por circunstâncias adversas (em que você foi
“forçado” a cometer a infração, como para evitar um acidente), entre
muitas outras coisas. E, diferente do que pode parecer, essas câmeras
têm um preço muito mais acessível do que se imagina16.

14 Para uma maior discussão sobre essa questão:


http://caldeiraojuridico.blogspot.com.br/2013/07/o-direito-de-imagem-e-acao-
da-policia.html
15 http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-699400340-mp3-player-shuffle-clip-
fm-cabo-usb-fone-suporta-ate-8g-_JM
16 http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-690817448-cmera-dvr-veicular-
filmadora-automotiva-carro-full-hd-_JM
15

“Se uma lei é injusta, um homem está não apenas


certo em desobedecê-la, ele é obrigado a fazê-lo”

Thomas Jefferson
16

SUBORNO

O que é o suborno?

Imagine que um ladrão aborda seu veículo no sinal vermelho de


um semáforo. Ele então declara a seguinte ameaça “ou você me dá o
celular, ou levo o carro com tudo!”. Você obviamente cederia, e não há
crime algum nisso. Imagine ainda outra situação, esse mesmo ladrão
tenta arrastar sua filha, agora você mesmo ofereceria algo em troca, “leve
o carro, por favor, mas deixe minha filha!”. Também não há crime algum
aqui. Na linguagem política, a situação descrita acima, quando aplica às
ações do estado, são chamadas de “suborno”, independente da
moralidade do contexto da situação.
17

As leis de trânsito presumem punições para infrações contra


ordem e a segurança dos transeuntes, e há também crimes (do Código
Penal). Como o estado também é detentor exclusivo das legislações de
todas as vias (mesmo as pedagiadas), cria-se um limbo moral, uma
tragédia dos comuns legislativa, ao qual as pessoas não sabem
responder, preferindo consentir explícita ou tacitamente.

Onde traçar a linha? Para fins práticos, vamos aceitar como


ilegítima toda punição para “crime sem vítima”17. Isso é, todo aquela
infração ou crime que não afete terceiros reais. Como andar sem cinto de
segurança ou capacete, estacionar na contramão, ficar sem gasolina, etc.
Todas as circunstâncias em que você, de fato, agredir alguém pacífico
(colisão, atropelamento, etc.) nós não trataremos aqui por se tratarem de
“crimes com vítima”, embora, a interpretação de alguns deles seja
questionável, como a interpretação de que quem é responsável numa
colisão traseira é o condutor de trás. Essas questões fogem ao nosso
escopo, mas poderão ser discutidas em futuras edições desse livro.

Retomando o raciocínio inicial, o suborno18, no contexto da


ameaça de extorsão praticada pelos guardas de trânsito, é o mal menor

17 Alguns exemplos de infrações absurdas: transportar combustíveis, como um


botijão de gás (45); estar sem água no limpador de parabrisas ; digirir “sem
atenção” (169); jogar água sobre outro veículo ao passar por uma possa
(171); São tantas as infrações que é praticamente impossível que numa
simples viagem entre a casa e o trabalho você não tenha infrigido ao menos
meia-dúzia de leis: http://www.transitorecursosdemultas.com.br/nova-tabela-
preco-multas-2014-2015.php
18 Para uma discussão sobre a questão da ética do suborno per se:
http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=21
18

que você estaria disposto a pagar para ser “menos roubado”. Subornar
um guarda de trânsito, nesse contexto, é perfeitamente ético e sempre
que possível e necessário deve ser feito.

Mas então, como subornar?


O suborno é tipificado como crime de corrupção ativa e passiva,
de acordo com Art. 33319 e 31720 do Código Penal. Para você, que
comete a corrupção ativa por oferecer suborno ao funcionário público, a
pena é de dois a doze anos de prisão, além de muta.

Assim, a última coisa que você deve fazer é oferecer o suborno ao


policial. Você deve induzí-lo a lhe pedir o suborno. Com isso, você escapa
do crime de corrupção ativa e deixa o oficial sujeito aos crimes de
extorsão21, ou, mais precisamente, concussão22. Não que você queira
denunciá-lo, é claro, afinal, ele está sendo “menos ruim” por lhe oferecer
uma oportunidade de ser “menos roubado” e arcando para si com os
riscos jurídicos dessa “facilitação”.

Por fim, lembre-se de manter tudo registrado, como


recomendamos no capítulo anterior. No próximo capítulo vamos discutir
melhor sobre esse processo de “apelação”,
19 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10597330/artigo-333-do-decreto-lei-n-
2848-de-07-de-dezembro-de-1940
20 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10598684/artigo-317-do-decreto-lei-n-
2848-de-07-de-dezembro-de-1940
21 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618981/artigo-158-do-decreto-lei-n-
2848-de-07-de-dezembro-de-1940
22 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10598813/artigo-316-do-decreto-lei-n-
2848-de-07-de-dezembro-de-1940
19

CHANTAGEM FUNCIONA?
A chantagem obedece critérios completamente subjetivos do
condutor e do oficial que o abordou. Sendo assim, não existem fórmulas,
tudo depende do humor dos envolvidos e da pura sorte.

A chantagem emocional é a segunda etapa da interação que pode


evoluir, ou não, para o suborno e a ameaça:

1ª ETAPA
PRESUMIR INOCÊNCIA
2ª ETAPA
CHANTAGEM EMOCIONAL
3ª ETAPA
INDUÇÃO À CONCUSSÃO
4ª ETAPA
AMEAÇA

A primeira etapa consiste em presumir sua própria inocência,


SEMPRE, ao interagir com o oficial. NUNCA, em hipótese alguma, admita
culpa. Não é sua responsabilidade admitir culpa, você não ganha
QUALQUER benefício ou conivência por admitir culpa. Ao admitir culpa,
de qualquer forma, ou mesmo criar provas contra si mesmo23, você está
apenas se condenando gratuitamente. Muitas pessoas acham que por
parecer sensato, admitir o erro, etc. o oficial pode ser compreensivo e

23 Você tem o direito legal de não produzir provas contra si mesmo.


Discutiremos mais a fundo sobre essa questão nos próximos capítulos.
20

ignorar a infração. Isso pode até acontecer, mas, mesmo assim, você está
apostando alto demais.

Você deve ser perspicaz na sua interação com o oficial. Muitos


policias são capciosos o suficiente para induzir você a produzir provas
contra si mesmo. Por exemplo, ao ser abordado, começar perguntando
“por que você estava correndo acima do limite permitido nessa via?”. Em
condições normais, essa simples pergunta induziria você à tentativa de se
auto-justificar, com argumentos inúteis para o caso, como alegar que a via
estava vazia. Fazendo assim com que você “admita” a culpa por excesso
de velocidade.

Responda perguntas com outras perguntas para perceber quão


munido e interessado o oficial está em lhe prejudicar. Por exemplo, para a
pergunta acima, pergunte de volta em que velocidade você estava. Se o
policial não usou um radar, ou qualquer instrumento de registro, ele vai
21

estar menos inclinado a lhe multar, porque sabe que você terá maior
vantagem na apelação.

Se esse diálogo inicial não funcionar, parta para a chantagem


emocional. Demonstre instabilidade emocional, chore, se for bom ator,
alegue que a multa lhe tratá problemas maiores, etc. Persista nisso até
perceber que a paciência dele está se esgotando.

Quando perceber que ele não está mais aberto ao diálogo,


comece a induzí-lo a lhe pedir suborno, ou qualquer troca de favores.
Pergunte apenas se não há nada que vocês possam fazer para resolver
esse problema. Mostre-se solícito em “contribuir” para a resolução do
problema e persista até, novamente, perceber que sua paciência está se
esgotando.

Por fim, se você não tem mais alternativas, apele à autoridade.


Use argumentos jurídicos, ou alegue conhecer pessoas importantes que
poderiam prejudicar a vida do policial. Mas faça isso de forma sutil, quase
subliminar. Não o ameace frontalmente. Você também pode apelar à
famosa carteirada, o famoso “você sabe quem eu sou?” (verdadeiro ou
não), embora isso não seja exatamente crime24, seja ainda mais sutil e
“subliminar” ao usar esse truque, ou você pode causar atrito
desnecessário com o oficial.

Resumindo, tenha uma postura proativa diante da abordagem


policial, não tenha medo, mas seja prudente. Não se incrimine, nem
produza provas contra si mesmo. Vá até onde puder e se sentir seguro.
Não crie mais problemas do que o necessário.

24 https://jus.com.br/artigos/6885/carteirada-e-crime
22

VALE A PENA FUGIR DE UMA BLITZ?


Provavelmente você já se perguntou o que aconteceria se você
simplesmente ignorasse o pedido de um policial para encostar, numa
blitz, por exemplo.

“Furar” blitz policial geralmente é interpretada como infração do


Art. 21025 do CTB, mas os termos não estão tão claros, já que o artigo é
bem vago. Uma blitz não é exatamente uma “barreira”, à semelhança do
artigo 20926, que sugere uma real interdição na via (um espaço pelo qual
os veículos não podem percorrer). A infração é gravíssima e sujeita à
multa de R$ 191,54, apreensão do veículo e recolhimento da carteira.

25 http://www.ctbdigital.com.br/index.php?p=Artigos&artigo=210
26 Discussão: http://www.viacertanatal.com/2013/09/o-art-209-do-ctb-fala-sobre-
3-infracoes.html
23

A reação da polícia dependerá do contexto. Em blitz urbanas, em


que os veículos circulam em baixa velocidade, é provável que você seja
ignorado ou simplesmente perseguido, ordenado que pare. Nesse caso,
basta parar o quanto antes e desculpar-se pelo ocorrido, alegando
qualquer desculpa satisfatório.

Já em blitz noturnas, ou situações em que o veículo está em alta


velocidade, a reação pode ser outra… embora os policias recebam
ordens para não atirar, não é raro que respondam com fogo quando o
veículo realmente tenta se evadir27. Em ambos os casos, você deve
analisar a situação e calcular friamente as possíveis consequências e
oportunidades.

Considere que quanto mais “limpo” estiver seu veículo, maior a


probabilidade de que o “furo” ao bloqueio não dê em nada, já que o
policial terá poucas ou nenhuma razão para desconfiar de sua
idoneidade. Outrora você estará apenas agravando sua situação.

Ao invés de “furar” um bloqueio, você pode preferir simplesmente


abandonar seu veículo alguns metros antes da blitz. Essa decisão coloca
você numa completa “zona cinza” legal, onde tudo dependerá do humor
dos policiais e da sua própria capacidade de lidar com a situação, embora
seja um método eficiente de evitar problemas com a lei, já que a única
alternativa prática dos policiais é rebocar seu veículo, algo que eles

27 https://noticias.terra.com.br/brasil/policia/agentes-federais-estao-proibidos-de-
atirar-em-quem-furar-
blitz,7b184fc7b94fa310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
24

também não podem fazer sem uma razão legal28. Você, por fim, pode
voltar au seu veículo quando a bliz for desmontada, um risco que
dependerá das circunstâncias do local.

28 Os policias não podem arrombar seu veículo, tudo que podem fazer é
rebocá-lo a partir de alguma infração constatável a partir da sua placa. Se
estiver tudo regular, em tese, eles não podem fazer nada.
25

O TESTE DO BAFÔMETRO

O teste do bafômetro ficou famoso com a Lei Seca29, existem duas


circunstâncias em que você pode ser penalizado, uma prevista no Art.
165 do CTB30, e outra no Art. 30631. A diferença de uma pra outra é que,
no segundo caso, você apresenta sinais visíveis de comprometimento
psicomotor na condução do veículo, sendo assim crime, com pena de até
três ano32s.

29 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11705.htm
30 http://www.ctbdigital.com.br/?p=Artigos&artigo=165
31 http://www.ctbdigital.com.br/?p=Artigos&artigo=306
32 A pena geralmente é revertida em formas mais brandas, como serviços
comunitários.
26

Ao ser abordado, o policial pedirá que você faça o teste do


bafômetro ou o teste clínico, com profissionais médicos que poderão estar
no mesmo local da blitz. Você pode e deve se negar a realizar ambos os
testes se consumiu álcool, outrora estará produzindo provas contra si
mesmo! O problema é que o Art. 165 também presume que é infração se
negar a realizar o teste! Sendo a pena aplicada da mesma forma!

Veja bem, se você bebeu e realizou o teste, que obviamente dará


positivo, você acabou de se incriminar. Não há recursos (embora você
possa fazê-lo formalmente, mas é quase impossível que consiga ganho
de causa). Se você se negou à realizar o teste, o mais importante é que
você tornou mais difícil enquadrá-lo no artigo 306, escapando assim da
pena criminal, já que o STF passou a interpretar o mero ato de dirigir
alcoolizado como condução perigosa. Além disso, não submeter-se ao
teste permite que você tenha menos provas contra você e, assim, mais
chances de defesa.

Leve sempre em consideração que os próprios policiais servem


como testemunha nesses casos. Por isso, dependendo das circunstância
e do seu nível de embriaguez, evite falar com os policiais. Peça que
alguém no veículo fale por você33, ou apenas fique calado, literalmente,
calado do começo ao fim.

33 Por lei, a única prova que você é obrigado a produzir contra si mesmo é a
entrega dos seus documentos de identificação pessoal, por mais que os
policiais insistam, você tem o direito de ficar calado, e, na verdade, eles estão
preparados para realizar a operação independente da sua cooperação.
27

CAMUFLAGEM DA PLACA
Sobre a placa do seu veículo, há ao menos 3 coisas que você
pode fazer:
1. Não ter a placa
2. Camuflar a placa
3. Adulterar a placa
Exceto pelos primeiros 15 dias após a aquisição de um veículo
novo34, você não pode trafegar sem placa, sujeito à infração gravíssima
do artigo 230 do CBT35, cuja pena é multa de R$ 191,54 e apreensão do
veículo. Já a camuflagem36 deveria ser enquadrada no mesmo artigo,
sujeito à mesma pena, mas é frequentemente associada como infração
do artigo 311 do CP, como discutiremos a seguir.

Nesses casos, sua única alternativa é tentar justificar o ocorrido.


Alegar que a placa foi retirada por vândalos, por exemplo. Obviamente
você deve levar isso em consideração na hora de produzir o disfarce ou

34 http://portaldotransito.com.br/noticias/duvida-e-possivel-trafegar-sem-placa/
35 http://www.ctbdigital.com.br/?p=Artigos&artigo=230
36 É possível que você seja acusado de “adulterar” a placa, ao tentar camuflá-la,
sendo, inclusive, preso em flagrante! Embora essa acusação tenha sido
sucessivamente derrubada. Caso: http://www.conjur.com.br/2009-mai-
21/ocultar-placa-carro-escapar-fiscalizacao-nao-crime-tj-sp
28

remover a placa. Algo que recomendaríamos apenas em último caso, já


que você se torna muito mais notório ao dirigir um veículos assim, dando
ao policial ampla razão para lhe investir mais a fundo, inclusive prendê-lo.
Existem, contudo, dispositivos que ocultam a placa, levantando,
ou escondendo-a37, por exemplo. O seu uso não implica em nenhum
agravante em particular, logo, é a forma mais segura de disfarçar sua
placa. O único problema é que é difícil achar o produto no Brasil, e
geralmente os preços são exorbitantes. Mas você pode encontrá-lo em
lojas online, como eBay, Amazon, entre outras.

37 http://www.tecmundo.com.br/invencao/85716-ha-espertao-video-mostra-
dispositivo-esconde-placas-carros.htm & https://www.amazon.com/Electric-
Powered-License-Plate-Frame/dp/B001TLLZ4E
29

Adulterar a placa do veículo é crime, previsto no Códio Penal,


artigo 31138, com pena de três a seis anos, além de multa. Não há muito o
que discutir sobre isso, exceto pela confusão feita entre disfarçar e
adulterar, que ainda tem sido feito por muitos oficiais, especialmente
quando presumem que o disfarce foi feito para ocultar um veículo
roubado.

38 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10599300/artigo-311-do-decreto-lei-n-
2848-de-07-de-dezembro-de-1940
30

“Cedo ou tarde as pessoas desse país irão


descobrir que o governo não dá a mínima
para elas. O governo não se importa com
você. Tudo que eles estão interessados é em
manter e expandir seus próprios poderes.”
George Carlin
31

PRODUÇÃO DE PROVAS
Embora nossa constituição não deixe absolutamente claro, é
amplamente aceito o princípio “nemo tenetur se detegere" (o direito de
não produzir provas contra si mesmo)39. Mas, infelizmente, esse princípio
acaba sendo desrespeitado de inúmeras formas. Isso é, acaba-se
criminalizando a mera objeção à produzir essas provas.

Como discutimos antes, o Art. 165 do CTBm, por exemplo,


presume que a mera objeção aos testes de embriaguez tipificam uma
infração. Ou seja, muito embora não haja qualquer sinal de embriaguez
ou qualquer prova aparente disso, você será penalizado por simples e
meramente abjetar produzir provas contra si mesmo!

39 Discussão: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/7447/O-direito-de-nao-
produzir-prova-contra-si-mesmo-em-materia-tributaria
32

No contexto do trânsito, há ao menos 4 circunstâncias em que


essa objeção é criminalizada:
1. Ao negar-se a entregar documentos “obrigatórios”;
2. Objetar-se permitir que um policial inspecione seu veículo;
3. Ao negar-se a prestar “esclarecimentos” ou “busca pessoal”;
4. Negar-se a realizar “testes”;

Em todos esses casos, a objeção é penalizada. O primeiro,


enquadra-se no artigo 238 do CTB40. Uma vez apreendido, o veículo só
pode ser retirado mediante apresentação documental, ou seja, presume-
se culpa, algo que deveria ser inconstitucional. Os demais são
presumidos legalmente, no emaranhado de códigos legais, havendo
pouco esclarecimento sobre a jurisprudência em caso de objeção.
Até onde pudemos investigar, não existem casos conhecidos de
processos legais baseados na objeção à esses abusos institucionais.
Então, deduzimos que ninguém ousou ir contra a autoridade policial, ou
simplesmente, quando feito, os sujeitos são logo dispensados, havendo
assim subnotificação dos eventos41.

Posso evitar que meu carro seja recolhido?


Não42.

40 http://www.ctbdigital.com.br/?
p=Comentarios&Registro=249&campo_busca=&artigo=238
41 Para uma maior discussão:
http://uj.novaprolink.com.br/doutrina/3807/abordagem_policial_blitz_e_os_dir
eitos_do_cidadao & http://www.megajuridico.com/busca-pessoal-e-
abordagem-policial/
33

Em alguns casos, como estacionar em local proibido, você deveria


ser capaz de retirar o veículo, ficando apenas com a multa, contudo, isso
dependerá do humor dos policiais. O máximo que você pode fazer é
tentar convencer o oficial da lei que está tentando apreender seu veículo
que aquela operação é ilegal43 e você entrará com alguma ação judicial
contra ele. Depois disso, resta apenas apelar em 1ª e 2ª instância, e, se
não der certo, apelar à justiça comum.

42 Para discussões sobre esse assunto:


I. http://www.blogpenadigital.com/2011/06/seu-carro-foi-apreendido-de-forma-
legal.html
II. http://www.blogpenadigital.com/2014/05/duvidas-sobre-guinchamento-de-
veiculos.html
43 http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=APREENS
%C3%83O+ILEGAL+DE+VE%C3%8DCULO+AUTOMOTOR
34

COMO RECORRER DE MULTAS


Aqui encontra-se o cerne de toda questão sobre como “se safar de
multas”, se nada do que discutimos antes impediu que você fosse
multado, ou tivesse seu veículo apreendido, aqui estão algumas
instruções básicas sobre a apelação, como proceder e algumas
peculiaridades.
Esse capítulo será basicamente uma síntese de um excelente
artigo de “Marcelo Vaes”, disponível online44, recomendamos sua leitura
integral, já que aqui colocaremos apenas as informações mais
importantes.

I. Você pode recorrer de QUALQUER multa de trânsito.


II. Você pode recorrer mesmo que tenha pago a multa, assinado a
notificação, ou feito qualquer outra coisa. Nada disso presume sua
culpa, mas recomendamos fortemente não produzir qualquer
evidência documental que possa ser usada contra você.
III. Não há garantias de que você vai ganhar um recurso, dependerá
especialmente da existência de uma prova concreta e inequívoca
do não cometimento da infração. E ainda assim tem a
possibilidade de não ganhar por causa da arbitrariedade dos
julgadores dos órgãos de trânsito, que creio eu ás vezes não
analisam a defesa ou o recurso como deveriam.

44 http://vaesmarcelo.jusbrasil.com.br/artigos/316010183/47-perguntas-e-
respostas-que-voce-precisa-saber-antes-de-elaborar-a-sua-defesa-ou-
recurso-contra-multas-de-transito
35

IV. Os argumentos que você deve utilizar para recorrer da multa são
variados e depende da analise de cada caso. Por exemplo, se
houver provas do não cometimento da infração, ou se existem
erros processuais ou formais.
V. No caso das multas de trânsito é possível recorrer em 3 instâncias
administrativas:
1. Defesa Prévia ou Defesa de Autuação;
2. Recurso em 1ª instância;
3. Recurso em 2ª instância.
Por fim, você também pode recorrer à justiça comum.
VI. Geralmente o MANDADO DE SEGURANÇA seria a ação ideal
para tentar cancelar uma infração de trânsito, porque é a ação, em
tese mais rápida. Todavia, no mandado de segurança é
necessário você ter as provas logo de início.

Leis e normas que você deve estudar para que possa obter mais
conhecimento em recuso de multas:

• Lei 9.503/97 Código de Trânsito Brasileiro


• Lei 9.784/99 Regula o processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal
• Resolução 404/12 do CONTRAN: Dispõe sobre padronização
dos procedimentos administrativos na lavratura de Auto de
Infração, na expedição de notificação de autuação e de
notificação de penalidade de multa e de advertência, por
infração de responsabilidade de proprietário e de condutor de
36

veículo e da identificação de condutor infrator, e dá outras


providências.
• Resolução 182/05 do CONTRAN: Dispõe sobre uniformização
do procedimento administrativo para imposição das penalidades
de suspensão do direito de dirigir e de cassação da Carteira
Nacional de Habilitação.
• Resolução 299/08 do CONTRAN: Dispõe sobre a padronização
dos procedimentos para apresentação de defesa de autuação e
recurso, em 1ª e 2ª instâncias, contra a imposição de
penalidade de multa de trânsito.
• Resolução 396/11 do CONTRAN: Dispõe sobre requisitos
técnicos mínimos para a fiscalização da velocidade de veículos
automotores, reboques e semirreboques, conforme o Código de
Trânsito Brasileiro.
• Resolução 432/13 do CONTRAN: Dispõe sobre os
procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trânsito
e seus agentes na fiscalização do consumo de álcool ou de
outra substância psicoativa que determine dependência, para
aplicação do disposto nos arts. 165, 276, 277 e 306 da Lei nº
9.503, de 23 de setembro de 1997 – Código de Trânsito
Brasileiro (CTB).

A questão essencial sobre a apelação é que você deve produzir


provas ao seu favor, isso requer conhecimento prévio e alguma
experiência prática. Mas, em alguns casos, basta usar a imaginação.Tudo
consiste em elaborar justificativas que pareçam factuais e plausíveis.
Lembrando que, independente disso, tudo depende depende do “humor”
37

do juiz que analisará seu caso, não importa quão bem fundadas sejam
suas provas.

Em futuras edições desse documento, vamos abordar diversos


exemplos, a partir da experiência concreta dos nossos leitores. Mas,
apenas ilustrativamente, considere esses dois casos:

Multa por estacionar em local indevido


a) Alegar defeito mecânico – compre uma peça qualquer para seu
veículo e apresente a nota fiscal. A nota deve constar, obviamente,
a mesma data e hora da multa.
b) Alegar debilidade física – apresente um atestado médico, ou
qualquer prova documental de que você teve que estacionar
naquele local por razões de saúde. Uma nota fiscal de um
medicamento pode servir.
Multa por excesso de velocidade
a) Alegar que estava prestando socorro médico – apresente um
atestado ou qualquer prova documental do ocorrido.

Como transformar multas em advertências


É possível transformar multas em advertências por escrito. Você
perde pontos na carteira, mas não paga o valor cobrado. Para isso, a
multa precisa ser média ou leve, e você não pode ser reincidente naquela
infração nos últimos 12 meses. Além disso, deve estar com sua CNH
regular.
O requerimento pode ser feito pela internet, através do DETRAN
do seu estado, mas também poder ser feito pelos correios ou em alguma
38

unidade do órgão. O pedido deve ser feito até a data do término do prazo
para a apresentação da defesa da autuação45.

Serviços online
Existem diversos profissionais e até alguns sites especializados no
recursos judiciais, como o “minhamulta detran”. Esses sites fornecem
desde consultoria jurídica personalizada até modelos prontos de recursos,
com base em experiências bem sucedidas.

45 Para uma discussão sobre o Art 267 do CTB que habilita essa “conversão”:
http://suzannamacedo.jusbrasil.com.br/artigos/234274114/conversao-de-
multa-em-advertencia
39

“O verdadeiro remédio para a maioria dos


males não é outro senão a liberdade.
Liberdade ilimitada e completa, liberdade
em cada campo da ação humana.”

Gustavo de Molinari
40

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Buscamos ser consistentes nesse documento e fazer dele mais
que um simples compêndio de “truques” e “macetes”. Por isso, deixamos
muita coisa de fora, maior parte delas, especulações sem qualquer
evidência factual. Nosso objetivo foi trazer uma discussão sólida, que
possa nortear suas decisões no trânsito e no procedimento com os
oficiais da leis.

É importante frisar que nosso objetivo não é incentivar ações


criminosas, MUITO MENOS colocar a vida de pessoas inocentes em
risco. Acreditamos – talvez até mais que o próprio sistema legal – que é
sua responsabilidade integral velar pela sua própria segurança e
daqueles potencialmente envolvidos no trânsito. Também acreditamos,
contudo, que o caminho para resolver os problemas no trânsito não é a
ampliação infinita de leis, esse é apenas um mal hábito colateral da nossa
ignorância política e social. O caminho está por uma completa
reestruturação moral e institucional, e de amplas ampliações em nossas
liberdades. Assumir uma postura proativa quanto ao exercício da sua
liberdade é essencial nesse processo. Não espere que políticos tornem
sua vida mais fácil, eles não irão.
41

CRÉDITOS

Foto da capa: jesuscm

Todas as demais referências estão citadas no rodapé das suas


respectivas páginas.

https://www.flickr.com/photos/simicdario/3074471853/
https://www.flickr.com/photos/degu_andre/
https://www.flickr.com/photos/sashomasho/
https://www.flickr.com/photos/nddot/

Imagens não creditadas são de “domínio público” ou não foram


encontradas informações sobre sua origem autoral.
42

AGRADECIMENTO
Essa obra só foi possível graças à contribuição de Filipe, através
do crowdfunding no site BitcoinStarter. Nosso muito obrigado!

Se você também deseja contribuir com o aprimoramento desse


projeto, envie qualquer quantia em Bitcoins para o seguinte endereço:
1NdUcXR6R4rDWCmwHcd45MuzdM5sY3oV87. Ou faça parte do nosso
Patreon: http://patreon.com/user?u=3717986

Visite nossa página – Agorismo.org

Você também pode gostar