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Apostila Fundamentos de Enfermagem – Prof.

Larissa Oliveira

O PACINTE INTERNADO
Uma das formas de avaliação da qualidade da assistência de enfermagem
prestada ao paciente hospitalizado acamado, relaciona-se às limitações físicas
instaladas durante este período.
Para a enfermeira corresponder à responsabilidade assumida e às expectativas
do paciente, ela deve primordialmente:
- ter conhecimento da doença - incluindo o tratamento e o prognóstico médico;
- relacionar-se com o paciente de modo a facilitar a interação enfermeira-
paciente, e por conseguinte identificar as necessidades individuais do seu
paciente - como pessoa e como portador de determinados problemas de ordem
física;
- manter comunicação constante com os demais membros da equipe de saúde,
com vistas ao atendimento das necessidades identificadas;
- aplicar princípios e utilizar-se de meios que permitam a prevenção de limitações
físicas.
Sabe-se que a doença pode predispor o paciente a atitude de passividade. Esta
pode ser considerada sob dois aspectos: atitude de "entrega", de aceitação total
de tudo que lhe acontece, ou então de passividade física, por impossibilidade de
mover-se. Colocados estes dois aspectos, e sabendo que a falta de uso de um
órgão ou de uma parte do corpo acarreta alterações, podendo levar à limitações
funcionais, parece-nos conveniente abordar o problema do ponto de vista da
assistência de enfermagem.
A pessoa, ao adoecer e ao se internar, perde a privacidade do lar ou do ambiente
onde vive, sofre uma redução do próprio espaço e abdica de sua autonomia. O
espaço de vida é modificado e o sujeito necessita criar novos espaços e pontes;
assim modificam-se horizontes. As referências do hospital são outras. Tudo é
estranho e o paciente sente-se estrangeiro dentro do seu próprio país, o que é
uma situação de profunda lástima. Maria do Carmo Prado (1991:81) afirma: “os
mistérios universais relacionados ao nascimento, sexo e morte sempre foram
cercados de tabus e mitos sociais, os sentimentos desconhecidos ligados a eles
mantendo-se secretos e poderosos através do desenvolvimento da
humanidade”. Internado, o paciente experimenta o sentimento de medo, de
isolamento, de dependência, de sofrimento, o que o pode tornar um ser diferente
e exigente. Ele se vê separado de tudo o que constitui sua vida habitual, de seus
laços afetivos. O paciente sente-se e torna-se dependente de todos. Dependente
do médico, cuja “ciência” o poderá salvar e que, por isto mesmo, o deseja todo
tempo perto de si. Dependente da equipe de cuidados para sua alimentação,
medicação e higiene. Dependente da família e dos amigos, que o vêm visitar. Na
internação, percebe-se a perda da autonomia na diferença de lavar-se e não
tomar banho, de alimentar-se e não comer, de esperar o médico na cama e não
ir às consultas, de tomar os remédios dados pela enfermagem e não pegá-los
na farmácia. No ambulatório, o paciente conduz o tratamento; na internação, as
rotinas acabam sendo pré-determinadas pela instituição, proporcionando ao
paciente uma relação mais dependente, com menos autonomia, mais regredida
e infantilizada. Devido à ameaça que o indivíduo sente pela quebra da rotina,
“observam-se regressões emocionais, negação da realidade ou apego afetivo a
funcionários do hospital, ou mesmo uma dependência do pessoal”, segundo
Therezinha Campos (1995:64). Surge o medo da incapacidade ou morte, como

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a ameaça à sua integridade física. Ele toma contato com sua limitação, com sua
dependência e sua impotência, o que muitas vezes o leva a crescer
emocionalmente, encarando a doença como uma tentativa de reequilíbrio.
O PACIENTE E SUAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
As necessidades humanas básicas são necessidades comuns a qualquer ser
humano. Horta (1979) conceitua necessidades humanas básicas com sendo
“estado de tensões conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios
hemodinâmicos dos fenômenos vitais”. Wanda ainda diz que são aquelas
condições ou situações que o indivíduo, família e comunidade apresentam
decorrentes do desequilíbrio de suas necessidades básicas que exijam uma
resolução, podendo ser aparentes, conscientes, verbalizadas ou não. Ela
considera ainda que, em estados de equilíbrio dinâmico as necessidades não se
manifestam, porém estão latentes e surgem com maior ou menor intensidade,
dependendo do desequilíbrio instalado.
Para Wanda Aguiar Horta (1979) problemas de enfermagem são situações ou
condições decorrentes dos desequilíbrios das necessidades básicas do
indivíduo, família e comunidade, e que exigem do enfermeiro sua assistência
profissional. Maslow em sua teoria das necessidades humanas básicas afirma
que todo ser humano possui necessidades comuns que motivam o seu
comportamento e estão organizadas em cinco níveis distintos e hierarquizados:
1.Necessidades Fisiológicas
2.Necessidade de segurança
3.Necessidade de amor
4. Necessidade de estima
5. Necessidade de auto-realização
Onde existem as necessidades primárias (básicas) que são as fisiológicas e as
de segurança e as necessidades secundárias, que são as sociais, estima e auto-
realização. Abaixo a explicação de cada uma delas:
1 – Necessidades fisiológicas: São aquelas que relacionam-se com o ser
humano como ser biológico. São as mais importantes: necessidades de manter-
se vivo, de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais,
etc
2 – Necessidades de segurança: São aquelas que estão vinculadas com as
necessidades de sentir-se seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, de
conservar o emprego etc. No trabalho: emprego estável, plano de saúde, seguro
de vida etc.
3 – Necessidades sociais: São necessidades de manter relações humanas com
harmonia: sentir-se parte de um grupo, ser membro de um clube, receber carinho
e afeto dos familiares, amigos e pessoas do sexo oposto.
4 – Necessidades de estima: Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas
capacidades por nós mesmos e o reconhecimento dos outros da nossa
capacidade de adequação. Em geral é a necessidade de sentir-se digno,
respeitado por si e pelos outros, com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho
etc. Incluem-se também as necessidades de auto-estima.
5 – Necessidades de auto-realização: Também conhecidas como necessidades
de crescimento. Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser
aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir.
Relaciona-se com as necessidades de estima: a autonomia, a independência e
o auto controle.
PRONTUÁRIO – ADMISSÃO, ALTA E TRAFERÊNCIA

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Prontuário do paciente
É definido no livreto do Conselho Regional de Enfermagem como o acervo
documental padronizado, organizado e conciso referente ao registro dos
cuidados prestados ao paciente por todos os profissionais envolvidos na
assistência. A palavra prontuário deriva do latim “promptuariu” que significa lugar
onde se guarda aquilo que deve estar à mão, o que pode ser necessário a
qualquer momento.
A resolução CFM 1.638/2002 define o prontuário como “documento único
constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas,
geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente
e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que
possibilita a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional e a
continuidade da assistência prestada ao indivíduo”.
Admissão
É a entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado período.
Tem por objetivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente hospitalar,
proporcionar conforto e segurança.
Na unidade de internação o paciente é recebido por um profissional da unidade
e encaminhado ao quarto ou enfermaria. Deve ser recebido com gentileza e
cordialidade para aliviar suas apreensões e ansiedades. Geralmente, o paciente
está preocupado com a sua saúde.
A primeira impressão recebida é fundamental ao paciente e seus familiares,
inspirando-lhes confiança no hospital e na equipe que o atenderá. Se recebido
atenciosamente, proporcionará sensação de segurança e bem estar, e deste
primeiro contato depende em grande parte a colaboração do paciente ao
tratamento.
Procedimentos:
1. Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas;
2. Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo o
conforto possível;
3. Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;
4. Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias;
horários das refeições; modo de usar a campainha; nome do médico e da
enfermeira chefe;
5. Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso; horário
de visita;
6. Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato da admissão,
se não for possível, colocá-los em um saco e grampear, identificando com um
impresso próprio e encaminhar para a sala de pertences;
7. Preparar o paciente em relação aos exames a que será submetido, a fim de
obter sua cooperação;
8. Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermeira não permitir o uso da
própria roupa;
9. Fazer o prontuário do paciente;
10. Verificar temperatura, pressão arterial, pulso e respiração, proceder ao
exame físico;
11. Anotar no relatório de enfermagem a admissão;
12. Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário.
Alta

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Alta Hospitalar é o encerramento da assistência prestada ao paciente no
hospital. O paciente recebe alta quando seu estado de saúde permitir ou quando
está em condições de recuperar-se e continuar o tratamento em casa.
A alta do paciente deve ser assinada pelo médico.
Procedimentos:
1. Certificar-se da alta no prontuário do paciente, que deve estar assinada pelo
médico;
2. Verificar no prontuário as medicações ou outros tratamentos a serem feitos
antes da saída do paciente;
3. Informar ao paciente sobre a alta, hora e de como será transportado;
4. Entregar ao paciente a receita médica e orientá-lo devidamente;
5. Auxiliar o paciente a vestir-se;
6. Reunir as roupas e objetos pessoais e colocá-los na mala ou sacola;
7. Devolver objetos e medicamentos ao paciente, que foram guardados no
hospital;
8. Providenciar cadeira de rodas ou maca para transportar o paciente até o
veículo;
9. Transportar o paciente;
10. Preparar a unidade para receber outro paciente.
Transferência interna do paciente
É a transferência do paciente de um setor para o outro, dentro do próprio
hospital. Poderá ser transferido quando necessitar de cuidados intensivos,
mudança de setor e troca do tipo de acomodação.
Procedimentos:
1. Após confirmação da vaga pela chefia, orientar o paciente;
2. Checar na prescrição toda a medicação que foi administrada e cuidados
prestados;
3. Separar medicamentos para encaminhá-los junto com o paciente;
4. Proceder as anotações de enfermagem no plano assistencial;
5. Fazer rol de roupas e pertences do paciente, entregando-os à família ou
encaminhando junto ao paciente;
6. Proceder o transporte do paciente, com auxílio;
7. Levar o prontuário completo, medicamentos e pertences;
8. Auxiliar na acomodação do paciente;
9. Retornar ao setor levando a maca ou cadeira de rodas;
10. Preparar a unidade para receber outro paciente.
Transferência externa
Transferência do paciente para outro hospital; referenciado pelo médico.
1. Motivo da transferência;
2. Data e horário;
3. Instituição de destino, forma de transporte e encaminhamento;
4. Procedimentos / cuidados realizados (punção de acesso venoso, instalação
de oxigênio, sinais vitais, etc.);
5. Condições na saída (maca, cadeira de rodas, nível de consciência, presença
de lesões);
6. Presença de acompanhante;
7. Queixas;
8. Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento e transferência.

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UNIDADE DE INTERNAÇÃO
É o conjunto de elementos destinados a acomodações do paciente internado e
que englobam facilidades adequadas a prestação de cuidados necessários a um
bom atendimento (TIMBY,2001).
Tem por finalidade Proporcionar ao paciente um ambiente propicio a sua rápida
recuperação. Oferecer a enfermagem condições que favoreçam um bom
desempenho de suas funções (TIMBY,2001);
Componentes Diferem de hospital para hospital, mas de uma maneira geral e
composto por: Posto de Enfermagem, sala de serviços, sala de enfermagem,
sala de utilidade, copa, enfermarias ou quartos, rouparia, banheiro de paciente
(com chuveiro, 1 sanitário) e banheiro de funcionários (POTTER, 1998).

O ato de internação é um procedimento complexo que deve receber toda


atenção e cuidados devidos. É importante esclarecer ao paciente que ele, de
forma alguma, está sendo “colocado”, “largado” ou “trancado” em um hospital e,
sim, que está iniciando um tratamento de grande valia para sua vida e de seus
entes queridos.

Há três tipos de internações:

• Voluntárias/ involuntária : internação voluntária, como o próprio nome diz, é


aquela realizada com o consentimento do paciente, o qual deve assinar uma
declaração de que é de sua espontânea vontade ser internado em uma
instituição de tratamento da dependência química.

A internação desse tipo acontece quando há uma solicitação formal do paciente


ou do médico responsável pelo acompanhamento do caso.

Em casos em que o paciente representa perigo para si mesmo e/ou terceiros, a


internação voluntária pode vir a tornar-se involuntária, mais uma vez segundo
determinação do médico responsável. Quando isso ocorre, o paciente perde o
direito de deixar o tratamento por decisão própria.

Nesse caso, temos a internação voluntária, que ocorre quando o dependente


consegue perceber que precisa de ajuda. Porém, quando isso não acontece, e
o indivíduo, devido à ação das substâncias psicoativas, não tem noção do risco
que representa a si mesmo e às pessoas à sua volta, é preciso recorrer à
internação compulsória ou involuntária.

• Compulsórias – Por ordem judicial. É feita apenas em casos extremos e não


precisa de autorização da família nem do paciente. É determinada após
avaliação do dependente químico por profissionais de saúde, com pedido formal
elaborado pelo médico. É preciso parecer do Ministério Público e autorização da
Justiça. Só é solicitada quando o paciente, extremamente debilitado, já não tem
mais domínio sobre sua condição psicológica e física

O setor de internação funciona 24 horas e tem vários protocolos e procedimentos


a seguir, pois cada instituição possui suas exigências. Primeiramente, todo o
paciente que for fazer sua internação junto ao hospital deverá levar consigo um
pedido do médico para sua internação (solicitação de internação do médico

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assistente) para, a partir daí, as pessoas que trabalham no setor o
encaminharem à internação.
A ação de internar demora aproximadamente 15 minutos, pois todas estas
informações são repassadas para o sistema do hospital, que são importantes
principalmente ao médico assistente e a todos os outros setores do hospital,
como enfermagem, farmácia, nutrição, laboratório, Raio-X, bloco cirúrgico,
fisioterapia, psicologia, assistência social, setor de tesouraria, faturamento.
PRINCIPAIS TERMOS UTILIZADOS EM ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM

-Abcesso: coleção de pus em cavidade anormal. -Afagia: impossibilidade de


deglutir. -Afasia: perda da palavra falada, escrita ou mímica, por alterações nos
centros nervosos. -Afonia: perda ou diminuição da voz por causas locais. -
Afecção: estado mórbido, enfermidade. -Algesia: sensibilidade à dor. -Algia: dor
de origem subjetiva, sem lesão anatômica ou orgânica apreciável. -Àlgico:
relativo a dor, doloroso. -Analgesia: perda da sensibilidade para a dor,
conservando a sensibilidade tátil. -Anasarca: edema generalizado. -Anisocoria:
desigualdade de diâmetro das pupilas. -Anóxia: estado que resulta da
insuficiência de oxigênio para satisfazer as necessidades normais dos tecidos. -
Antissepsia: conjunto de meios destinados a afastar ou destruir os germes
patogênicos e impedir infecção. -Anúria: supressão total da secreção urinária. -
Apatia: falta de sentimento ou interesse, indiferença, insensibilidade. -Apirexia:
falta de febre, cessação da febre. -Apnéia: detenção temporária da respiração. -
Arritmia: irregularidade do ritmo cardíaco (número, intervalo e força das batidas).
-Atrofia: diminuição adquirida do volume e do peso de um órgão que havia
alcançado seu tamanho normal.

-Bacteremia: presença de bactérias patogênicas no sangue. -Bradicardia:


pulsação lenta do coração (abaixo de 60bpm). -Bradipnéia: respiração lenta. -
Bradisfigmia: lentidão anormal do pulso. -Broncoespasmo: espasmo dos
músculos bronquiais.

-Caquexia: estado mórbido caracterizado por magreza extrema, perda de peso,


sintomas de debilidade e anemia. -Cefaléia: dor de cabeça intensa e douradora.
-Cianose: coloração azul ou violácea da pele ou mucosa, devido a um excesso
de hemoglobina nos capilares. -Clister: enema, injeção de líquido no intestino,
pelo ânus. -Coma: estado de estupor profundo com perda total ou quase total da
consciência, da sensibilidade e da motilidade voluntária. -Consciência: estado
geral que nos torna aptos a julgar, refletir e decidir.
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-Desorientação: estado de confusão mental em que o indivíduo perde as noções
de lugar e tempo. -Diplegia: paralisia de partes similares nos dois lados do
corpo.Paralisia bilateral. -Diplopia: visão dupla dos objetos devido aos
transtornos da coordenação dos músculos motores oculares. -Disartria:
dificuldade na articulação da palavra. -Dispepsia: dificuldade na deglutição de
líquidos, dificuldade de matar a sede. -Disfagia: deglutição difícil, geralmente
dolorosa. -Dispnéia: respiração difícil, penosa ou irregular. -Disúria: micção difícil
ou dolorosa. -Diurese: eliminação de urina. -Dorsal: referente a dorso, costas.

-Edema: acumulação excessiva de líquidos nos espaços dos tecidos. -Êmese:


vômito. -Entérico: relativo ao intestino. -Enurese: incontinência urinária. -
Epigastralgia: dor na região epigástrica. -Epistaxe: fluxo de sangue pelas
narinas, hemorragia nasal. -Eupnéia: respiração normal, fácil.

-Ferida: solução de continuidade da pele, de mucosas, de serosas, que


espontaneamente evolui para cicatrização. -Filiforme: fino, em forma de fio. -
Flatulência: distensão do abdome provocada por gases intestinais. -Frontal:
relativo a fronte (testa).

-Gastralgia: dor no estômago -Glicemia: quota fisiológica de glicose no sangue.


-Glicosúria: eliminação de açúcar na urina. -Glútea: relativo a nádegas. -Glossa:
palavra grega que significa língua.

-Halitose: fetidez anormal do hálito. -Hemácia: glóbulo vermelho do sangue.


-Hematêmese: vômito de sangue procedente das vias digestivas. -Hematúria:
presença de sangue na urina. -Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo. -
Hemoptise: expulsão pela boca de sangue procedente do aparelho respiratório.
-Hipertermia: temperatura extraordinariamente elevada. -Hipotermia: descida
anormal da temperatura corporal. -Hiperglicemia: aumento anormal no nível de
glicose do sangue. -Hipoglicemia: diminuição do nível normal de glicose do
sangue.

I -Inter: prefixo que indica “entre”, “no meio” (ex: intercostal-entre duas costelas).
-Isocoria: igualdade no tamanho das pupilas. -Isquemia: deficiência local e
temporária de sangue.

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L
-Laceração: dilaceração. -Lipotímia: perda súbita dos movimentos, conservando-
se a respiração e a circulação; desmaio. -Lombar: relativo a lombo, ou região
que fica ao lado da espinha, sobre os rins, entre o tórax e a bacia.

-Mácula: mancha; região da pele corada, plana. -Melena: evacuação sanguínea,


dejeção negra que recorda a consistência e a cor de borra de café. -Mioplegia:
paralisia muscular. -Mialgia: dor muscular. -Midríase: dilatação da pupila. -Miose:
diminuição no diâmetro da pupila. -Menoplegia: paralisia de um membro. -
Mucopurulento: que contém muco e pus.

-Neuralgia: dor viva e paroxística a seguir o trajeto de um nervo. -Nictúria:


emissão de urina mais abundante ou freqüente à noite que durante o dia.
Enurese noturna. -Nistagmo: trêmulo espasmódico das pálpebras; oscilações do
globo ocular em torno de um de seus eixos.

-Odinofagia: deglutição dolorosa.


-Oligúria: secreção deficiente de urina. -Onicofagia: hábito mórbido de roer as
unhas. -Ortopnéia: dispnéia intensa que obriga o paciente a estar sentado ou em
pé, ou seja, com o tórax em posição perpendicular ao solo. -Otorragia:
hemorragia do ouvido.

-Paraplegia: paralisia de ambas extremidades inferiores do corpo. -Paresia:


paralisia incompleta ou parcial, debilidade de contração muscular;
desfalecimento. -Parenteral: que se realiza por via distinta da digestiva ou
intestinal. -Pelve: bacia (anel ósseo em forma de bacia). -Períneo: espaço
compreendido entre o ânus e os órgãos genitais externos. -Pirexia: acesso febril.
-Pirose: sensação de queimadura, de ardor que, partindo do estômago, se
estende ao longo do esôfago e chega a faringe. -Piúria: presença de pus na
urina. -Polaciúria: micção freqüente. -Precordial: situado ou que ocorre diante do
coração; epigástrio e superfície anterior da parte inferior do tórax. -Precordialgia:
dor na região precordial. -Prurido: coceira, comichão. -Ptialismo: salivação
exagerada.

8
R

-Regurgitação: retorno dos alimentos do estômago ou do esôfago á boca, sem


esforço de vômito. -Ressecamento: obstipação, prisão de ventre habitual.

-Seborréia: secreção exagerada das glândulas sebáceas, especialmente do


couro cabeludo. -Sialorréia: fluxo exagerado da saliva; salivação. -Síncope:
desfalecimento, perda súbita dos sentidos.

-Taquicardia: aceleração das pulsações cardíacas, acima de 85bpm, no adulto.


-Taquipnéia: respiração acelerada, que se apresenta em condições fisiológicas
ou patológicas. -Torpor: estado de sonolência, de apatia.

-Ùlcera: solução de continuidade da pele, de mucosas, de serosas de órgãos,


coim perda de substância.

-Vasoconstrictor: diz-se do agente ou nervo que estreita o calibre dos vasos. -


Vasodilatador: diz-se do agente ou nervo que aumenta o calibre dos vasos. -
Vertigem: perda ou perturbação do equilíbrio, com sensação de instabilidade do
corpo e dos objetos circundantes. -Vesical: referente à bexiga. -Volemia: nome
com que também se conhece a massa total do sangue.

-Xifóide: apêndice osteocartilaginoso que remata o esterno na parte inferior.

UNIDADE DO PACIENTE
E o conjunto de espaços e moveis destinados a cada paciente;
Componentes Diferem de hospital para hospital, mas basicamente, consta de:
cama com colchão, mesa de cabeceira equipada com os pertences do paciente,
uma cadeira, campainha, mesa de refeições, escadinha. Oxigênio. A disposição
dos moveis deverão ser de maneira que permita boa circulação ao redor.

TIPOS DE LIMPEZA: CONCORRENTE E TERMINAL

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A Limpeza Técnica é o processo de remoção de sujidades, mediante a aplicação
de agentes químicos, mecânicas ou térmicos, num determinado período de
tempo. Consiste-se na limpeza de todas as superfícies fixas (verticais e
horizontais) e equipamentos permanentes, das diversas áreas do recinto. Com
o objetivo de orientar o fluxo de pessoas, materiais, equipamentos e a frequência
necessária de limpeza, sendo imprescindível o uso de critérios de classificação
das áreas para o adequado procedimento de limpeza.

O ambiente hospitalar é classificado por três áreas específicas: área crítica, área
semicrítica e área não crítica. Cada uma delas apresenta um nível de risco sobre
a segurança profissional e requer um tipo de prevenção e cuidado.

Área crítica
São as áreas de maior risco para a aquisição de infecções, devido à presença
de pacientes mais susceptíveis ou pelo número de procedimentos invasivos
realizados; são também considerados como críticos os locais onde os
profissionais manipulam constantemente materiais com alta carga infectante.
Ex.: UTI, centro cirúrgico, centro obstétrico e de recuperação pós-anestésica,
isolamentos, setor de hemodiálise, banco de sangue, laboratório de análises
clínicas, banco de leite, dentre outros.

Área semicrítica
São as áreas ocupadas por pacientes que não necessitam de cuidados
intensivos ou de isolamento. Nesses ambientes, os profissionais não precisam
utilizar todos os materiais das áreas críticas, mas devem proteger as roupas com
jalecos para não levarem até os pacientes os microrganismos externos. Ex.:
Enfermarias, ambulatórios.

Área não crítica


São todas as áreas não ocupadas por pacientes. Ex.: Áreas administrativas,
almoxarifado.

Limpeza Concorrente

É o processo de limpeza diária de todas as áreas críticas, objetivando a


manutenção do asseio, o abastecimento e a reposição dos materiais de consumo
diário (sabonete líquido, papel higiênico, papel toalha interfolhado etc.), a coleta
de resíduos de acordo com a sua classificação, higienização molhada dos
banheiros, limpeza de pisos, superfícies horizontais e equipamentos mobiliários,
proporcionando ambientes limpos e agradáveis.

Limpeza Terminal

É o procedimento de limpeza e/ou desinfecção, de todas as áreas da Unidade,


objetivando a redução da sujidade e, consequentemente, da população
microbiana, reduzindo a possibilidade de contaminação ambiental. É realizada
periodicamente de acordo com a criticidade das áreas (crítica, semicrítica e não
crítica), com data, dia da semana e horário pré-estabelecidos em cronograma

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mensal. Inclui todas as superfícies e mobiliários. Portanto, é realizada em todas
as superfícies horizontais e verticais, das áreas críticas, semicríticas, não
críticas, infraestrutura e área comum.

Deverá ser realizada ao final de cada procedimento envolvendo pacientes.


PROTOCOLO DA LIMPEZA CONCORRENTE
Frequência que deverá ser realizada a limpeza concorrente:
Classificação das
Frequência Observação
áreas
Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas Críticas 1x por dia
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Semicrítica 1x por dia
sempre que
necessário
Data e horário pré-
1x por dia ou dias estabelecido, e
Não-Crítica
alternados sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas comuns 1x por dia
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas externas 2x por semana
sempre que
necessário

MÉTODO:
Limpeza úmida para todas as superfícies, utilizando baldes
de cores diferenciadas (um contendo solução detergente e
outro contendo água limpa);
- Trocar a solução dos baldes, a cada ambiente;
- Limpeza banheiro: lavar.

Técnica
Iniciar sempre da área mais limpa para a mais suja;
Utilizar movimento único, em um só sentido, para a limpeza
de todas as superfícies;
Do mais distante para o mais próximo;
Do fundo para a porta.

PROTOCOLO DA LIMPEZA TERMINAL


Frequência que deverá ser realizada a limpeza terminal:
Classificação das
Frequência Observação
áreas

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Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas Críticas Semanal
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Semicrítica Quinzenal
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Não-Crítica Mensal
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas comuns Mensal
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas externas Semanal
sempre que
necessário

MÉTODO:
Reunir e organizar todo o material necessário no carrinho de
limpeza;
Colocar o carrinho de limpeza do lado da porta de entrada do
ambiente, sempre do lado de fora;
Utilizar os EPIs necessários e indicados para a realização do
procedimento de limpeza;
Realizar, quando necessárias, a
desinfecção/descontaminação de matéria orgânica conforme
as normas vigentes;
Trocar as luvas para execução das demais etapas;
Recolher os sacos de lixo do local, separados, fechando-os
com dois nós e depositando-os, seguindo o Manual de
Gerenciamento de Resíduo;
Iniciar a limpeza pelo mobiliário com solução detergente para
remoção da sujidade;
Realizar o enxágue e sempre que necessário, realizar fricção
com álcool 70%;
Proceder a limpeza da porta, do visor e da maçaneta com
solução detergente;
Proceder a limpeza do piso com solução padronizada;
Realizar a limpeza do banheiro, iniciando pela pia, o vaso
sanitário e por último o piso e ralos (não se esquecer de
limpar o porta papel toalha, o porta papel higiênico, o
espelho, a válvula de descarga);
Reorganizar o ambiente;

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Desprezar as soluções dos baldes, no local indicado pela
chefia imediata;
Realizar a higienização dos baldes;
Proceder a limpeza do recipiente para resíduos, com solução
detergente, em local específico;
Repor os sacos de lixo, conforme Manual de Gerenciamento
dos Resíduos;
Retirar e lavar as luvas;
Lavar as mãos;
Repor os produtos de higiene pessoal (sabonete, papel
toalha e higiênico).

PRODUTOS DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO


Todos os produtos químicos apresentam algum risco para quem os manuseia.

O ideal é que a empresa responsável pelo fornecimento oriente e treine os


usuários, demonstrando como utilizar corretamente e sem riscos para a saúde
e/ou para as áreas a serem limpas, com o uso de medidas simples como a
utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual). Em qualquer diluição de
produtos concentrados, os usuários devem seguir as orientações do fabricante
para obter o resultado esperado. As diluições devem ser feitas com muito
cuidado, evitando respingos de produtos concentrados, tanto no auxiliar de
limpeza como no ambiente onde está sendo feita a manipulação. Alguns
produtos, principalmente os concentrados, podem causar irritação na pele,
olhos, mucosas e até queimaduras nos operadores. Deve-se estar atentos às
dosagens recomendadas, uma vez que nas dosagens manuais podem ocorrer
erros na diluição, o que inclusive compromete a eficácia do produto. O recipiente
onde está sendo diluído o produto deve estar limpo e ser lavado entre a diluição
de um produto e outro. As diluições devem ser feitas sempre acrescentado ao
produto água e não ao contrário, é obrigatório utilizar sempre um dosador para
proceder à diluição. O armazenamento deve ser feito em locais onde a
temperatura ambiente não apresente calor ou frio excessivos, distante de
crianças e animais e/ou conforme outras orientações do fabricante, além de
sempre estarem devidamente identificados. Produtos são conhecidos por seus
nomes e não por suas cores. Um cuidado adicional é o de armazenar a solução
de uso em recipientes fechados, evitando a contaminação do mesmo. Engano
comum no manuseio de produtos químicos para limpeza é achar que misturar
produtos aumenta eficácia, o que não é verdade. Essa mistura pode produzir
gases tóxicos, níveis de calor perigosos, danos à saúde e ao meio ambiente,
sem contar que a mistura pode neutralizar os produtos, invalidando a aplicação.
ARTIGOS HOSPITALARES
Denominam-se artigos hospitalares os materiais empregados com o objetivo de
prevenir danos à saúde das pessoas ou de restabelecê-la, necessários aos
cuidados dispensados. Eles têm grande variedade e as mais diversas
finalidades, podendo ser descartáveis ou permanentes, e esterilizáveis ou não.

A equipe de enfermagem tem importante papel na manutenção dos artigos


hospitalares de sua unidade de trabalho, seja em ambulatórios, unidades
básicas ou outros setores em que esteja atuando. Para sua previsão e provisão,

13
deve-se levar em consideração as necessidades de consumo, as condições de
armazenamento, a validade dos produtos e o prazo de esterilização. Os artigos
permanentes devem ter seu uso assegurado pela limpeza, desinfecção,
descontaminação e esterilização.

Os artigos utilizados nos serviços de saúde são classificados em três categorias,


propostas pela primeira vez por Spaulding7, conforme o grau de risco de
provocar infecção nos pacientes, nas seguintes categorias: críticos, semicríticos
e não críticos. Esta classificação irá nortear a escolha do processo de
desinfecção ou esterilização a ser utilizado
Os artigos hospitalares são classificados em:

Artigos críticos
São assim denominados em função do alto risco de infecção, se estiverem
contaminados com qualquer microrganismo ou esporos (forma de resistência).
São artigos que entram em contato direto com tecidos ou tratos estéreis
devendo, portanto ser submetidos ao processo de esterilização. Ex. agulhas,
instrumentais cirúrgicos, soluções injetáveis, cateteres intravasculares e
dispositivos a eles conectados, como equipo de solução e torneirinhas.

Artigos semicríticos
São aqueles que entram em contato com a pele não íntegra e membranas
mucosas. Devem ser submetidos no mínimo à desinfecção. Em algumas
circunstâncias a esterilização é desejável pelo risco do artigo tornar-se crítico,
como em lesões acidentais de mucosas.
Dificuldades técnicas e riscos inerentes aos processos de desinfecção química
também concorrem para a indicação da esterilização. Ex.: sonda nasogástrica,
equipamentos respiratórios, equipamentos de anestesia e endoscópios.

Artigos não críticos – são artigos destinados ao contato com a pele íntegra do
paciente. Ex.: comadres (aparadores), cubas, aparelhos de pressão, entre
outros. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível. Deve-se
atentar para o risco de transmissão secundária por parte dos profissionais que
lidam com o artigo e entrem em contato com o paciente.

BIOSSEGURANÇA
Biossegurança é o conjunto de estudos e procedimentos que visam a evitar ou
controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos (substâncias
tóxicas), agentes físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais) e
agentes biológicos (agentes infecciosos) à biodiversidade.
Outra definição nessa linha diz que a biossegurança é o conjunto de ações
voltadas para a prevenção e proteção do trabalhador, minimização riscos
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais,
a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados.
A participação efetiva dos profissionais de saúde depende do nosso
conhecimento sobre a abrangência das infecções. Essa relação facilita o acesso
ao conhecimento sobre as infecções hospitalares.

14
Assepsia é o conjunto de medidas adotadas para impedir a introdução de
agentes patogênicos no organismo.

Antissepsia consiste na utilização de produtos (microbicidas ou


microbiostáticos) sobre a pele ou mucosa com o objetivo de reduzir os micro-
organismos em sua superfície. (ANVISA).

Os conceitos parecem simples, mas se pararmos para pensar nas atividades


desenvolvidas no dia-a-dia com nossos pacientes percebemos em quais a
antissepsia precisa estar presente.

Vários são os produtos utilizados, dentre eles destacamos o iodo povidona PVPI,
o qual é muito utilizado na antissepsia e degermação. Porém, os diferentes tipos
de PVPI são utilizados em diferentes superfícies, e, portanto, vamos conhecer
um pouco mais sobre cada um deles?

PVPI aquoso: Composto orgânico de iodo, não age na presença de materiais


orgânicos e eleva o nível sérico de iodo;

PVPI degermante: Utilizado somente em pele íntegra, com a finalidade de


remover sujidade e reduzir a flora transitória e residente. Deve ser retirado após
o uso. Tem indicação também na degermação da pele, mãos, área cirúrgica e
procedimentos invasivos.

PVPI alcoólico: Indicado para uso em pele íntegra, após degermação das mãos,
com a finalidade de fazer luva química e demarcar a área operatória, reduzindo
a flora da pele;

Como vimos anteriormente, o PVPI degermante é muito utilizado como


antisséptico dergemante.

Lembre-se, de que é utilizado somente em pele íntegra, antes de procedimentos


invasivos e nas mãos da equipe cirúrgica, com tempo residual de 2 a 3 horas.

Convém lembrar que o antisséptico clorexidine aquoso faz a antissepsia, antes


de procedimentos invasivos, com um tempo de ação residual de 5 a 6 horas. Já
o álcool a 70% glicerinado tem ação imediata e faz a antissepsia de
procedimentos que não necessitam de efeito residual por serem de curta
duração.

A antissepsia das mãos: em unidades de terapia intensiva, berçário de alto risco,


unidades de transplantes, hematologia e na realização de pré e de pós-
procedimentos e exames invasivos deve ser realizada utilizando-se a mesma
técnica de lavagem das mãos, incluindo os antebraços, porém, usando os
antissépticos acima citados.

Ao utilizar PVPI ou clorexidine não utilizar álcool a 70% imediatamente após,


pois este inativa a ação residual dos mesmos. O uso do PVPI é contraindicado
em recém-natos e grandes queimados devido a sua absorção transcutânea de

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iodo, podendo acarretar hipertireoidismo. A clorexidine deve ser utilizada em
caso de pacientes ou funcionários alérgicos ao iodo.

Assepsia: “conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de micro-


organismos em local que não os continha” (MS).

Conforme a definição, a prática da assepsia se utiliza de meios apropriados para


impedir a introdução de micro-organismos no organismo. Ela difere da
antissepsia, pelo fato de não empregar agentes terapêuticos.

Degermação: “é a remoção de sujidades, detritos, impurezas e microbiota


transitória da pele através do uso de sabão e detergentes sintéticos.” (MS).

Muito utilizado na degermação é o PVPI, usado apenas em pele íntegra, antes


de procedimentos invasivos e nas mãos da equipe cirúrgica, com tempo residual
de 2 a 3 horas.

Desinfecção: “destruição de agentes infecciosos que se encontram fora do


corpo, por meio de exposição direta a agentes químicos ou físicos”. (MS).

A desinfecção pode ser concorrente quando “a aplicação de medidas


desinfectantes ocorre o mais rápido possível, após a expulsão de material
infeccioso do organismo de uma pessoa infectada, ou depois que a mesma tenha
se contaminado com o referido material”. (MS).

Portanto, de acordo com esses conceitos, você pode verificar que a desinfecção
reduz ao mínimo o contato dos indivíduos com materiais ou objetos infectados.

Pode ainda ser desinfecção terminal “desinfecção feita no local em que esteve
um caso clínico ou portador, ocorrendo, portanto, depois que a fonte primária de
infecção deixou de existir (por morte ou por ter se curado), ou depois que ela
abandonou o local”. (MS).

• Álcool a 70% (etílico e isopropílico) e bactericida viruscida, tuberculocida não


destrói esporos bacterianos.

O nível de desinfecção desse produto é médio e baixo; é inflamável e deve ser


estocado em área fresca e ventilada; é volátil, evaporando facilmente. Faz-se
necessária a imersão do artigo (pinças, tesouras etc.), para que se alcance
tempo maior de contato. Considere-se, ainda, que este produto tem efeitos
desfavoráveis, deformando e endurecendo materiais de borracha e alguns
plásticos.

O álcool a 70% faz a desinfecção de superfície contaminada, dependendo de


seu uso após limpeza e fricção por 3 vezes consecutivas.

• Quaternário de amônio (composto de 1ª, 2ª e 3ª gerações, é bactericida,


viruscida (para vírus lipofílicos) e fungicida; não é tuberculocida; elimina o vírus
HIV 1 (AIDS); herpes simples 1 e 2 segundo estudos feitos pela Eviroment
Protection Agency (EPA). Confere desinfecção de baixo nível e é basicamente

16
indicado para fazer sanitarização de artigos não críticos (comadres, potes
plásticos).

• Hipoclorito líquido (hipoclorito de sódio); sólido (hipoclorito de cálcio) dicloroiso,


cianureto de cálcio, tem ação bactericida, viruscida, fungicida, tuberculocida,
destrói alguns esporos. Possui desinfecção de alto, médio e baixo níveis de
acordo com a concentração e tempo de contato. Deve ser estocado em
recipientes plásticos opacos e fechados. Indicado pela vigilância como único
desinfetante.
Desinfecção

É o método capaz de eliminar a maioria dos organismos causadores de doenças,


com exceção dos esporos. É classificada em vários níveis e possui alguns
fatores que influenciam na eficácia da sua operação.

Fatores que Interferem na Eficácia da Desinfecção


- Limpeza prévia mal executada
- Tempo de exposição ao germicida insuficiente
- Solução germicida com ação ineficaz
- Temperatura e pH do processo

Quanto aos níveis, a desinfecção é classificada em:


- Baixo Nível: Na desinfecção de baixo nível são destruídas bactérias em forma
vegetativa, alguns vírus e fungos. É eficaz, porém sobrevivem a este método
esporos bacterianos, o vírus da hepatite B (HBV), vírus lentos e o bacilo da
tuberculose. As soluções utilizadas neste nível são o álcool etílico, n-propílico e
isopropílico, o hipoclorito de sódio e o quaternário de amônia;

- Alto Nível: nesse nível de desinfecção são destruídas bactérias, fungos e


alguns esporos. Sobrevivem apenas alguns esporos bacterianos e os vírus
lentos. As soluções adotadas são o hipoclorito de sódio, glutaraldeído, solução
de peróxido de hidrogênio, cloro e compostos clorados, ácido peracético,
ortophtalaldeído, água superoxidada.

- Mista: é o tipo de desinfecção utilizada por alguns equipamentos como


máquinas de lavar roupa e louças (aquecidas com temperaturas que varia de
60° a 90°C).

- Médio Nível: promove desinfecção contra os mesmos tipos que a desinfecção


de baixo nível, porém, é eficaz também contra o bacilo da tuberculose, a maioria
dos vírus e fungos. Sobrevivem a esse método, os esporos e os vírus lentos. As
soluções utilizadas são p álcool etílico (70%) e isopropílico (92%), hipoclorito de
sódio, fenólicos e iodóforos.

- Não-Definido: engloba métodos como passar a ferro (aplicar calor seco), água
fervente por 30 minutos, pastilhas de formaldeído. O nível irá depender da
concentração dos germicidas e da temperatura aplicada.

Esterilização

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É o método que destrói todos os organismos patogênicos (bactérias, fungos,
esporos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos, químicos e físico-
químicos. Na escolha do método de esterilização é avaliado o material a ser
submetido ao processo, considerando sua natureza e a resistência do mesmo a
calor, vapor ou ambos.

Esterilizantes físicos: autoclaves, estufas, pasteurizadoras, radiação ultravioleta,


raios Gama, flambagem;

Esterilizantes químicos: aldeídos (glutaraldeído, formaldeído), ácido peracético


(utilizado no reprocessamento de dialisadores);

Esterilizantes físico-químicos: esterilizadoras a óxido de etileno, e plasma de


peróxido de hidrogênio.

Precaução respiratória

São indicadas para pacientes portadores de microrganismos transmitidos por


gotículas de tamanho superior a 5 microns, que podem ser geradas durante
tosse, espirro, conversação ou realização de diversos procedimentos. (Exemplo:
coqueluche, difteria, streptococos pneumoiae, neisseria meningitides e
caxumba).

Estas precauções consistem em:


1. Quarto privativo ou corte de pacientes com o mesmo agente etiológico. A
distância mínima entre dois pacientes deve ser de 1 metro. A porta pode
permanecer aberta;
2. Máscara deve ser utilizada se houver aproximação ao paciente, numa
distância inferior a um metro. Por questões operacionais, as máscaras podem
ser recomendadas para todas as vezes que o profissional entrar no quarto.
Devem-se incluir os visitantes e acompanhantes;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado ao mínimo indispensável e,
quando for necessário, o paciente deve usar máscara.

Precauções com aerossóis


São indicadas para pacientes com suspeita ou infecção comprovada por
microrganismos transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho < 5 microns)
que ficam suspensos no ar e que podem ser dispersos a longas distâncias.
(Exemplo: varicela, sarampo, tuberculose).

Consistem em:
1. Quarto privativo (ou coorte, que deve ser evitada) que possua pressão de ar
negativa em relação às áreas vizinhas; um mínimo de 06 trocas de ar por hora;
e, cuidados com o ar que é retirado do quarto (filtragem com filtros HEPA) antes
da recirculação em outras áreas do hospital. As portas devem ser mantidas
fechadas;

2. Proteção respiratória com máscara que possua capacidade adequada de


filtração e boa vedação lateral, máscara nº 95. Indivíduos suscetíveis a sarampo

18
e varicela não devem entrar no quarto de pacientes com suspeita ou portadores
destas infecções;

3. O transporte dos pacientes deve ser limitado, mas se for necessário eles
devem usar máscara (a máscara cirúrgica é suficiente).

Precauções de contatoEstão são indicadas para pacientes com infecção ou


colonização por microrganismos com importância epidemiológica e que são
transmitidos por contato direto (pele-a-pele) ou indireto (contato com itens
ambientais ou itens de uso do paciente). (Exemplo: infecções gastrintestinais,
respiratória, pele e ferida colonizada, entéricas e grandes abscessos).

Consistem em:
1. Quarto privativo ou coorte, quando os pacientes estiverem acometidos pela
mesma doença transmissível. Os recém-nascidos podem ser mantidos em
incubadora. Crianças e outros pacientes, que não deambulam, não requerem
quarto privativo, desde que as camas tenham um afastamento maior do que
1metro entre elas;

2. Uso de luvas quando entrar no quarto do paciente. Após o contato com


material que contenha grande concentração de microrganismos (por exemplo:
sangue, fezes e secreções), as luvas devem ser trocadas e as mãos lavadas.
Após a lavagem das mãos, deve-se evitar o contato com superfícies ambientais
potencialmente contaminadas;

3. Uso de avental limpo, não estéril, quando entrar no quarto, se for previsto
contato com o paciente que possa estar significativamente contaminando o
ambiente (diarréia, incontinência, incapacidade de higienização, colostomia,
ileostomia, ferida com secreção abundante ou não contida por curativo). O
avental deve ser retirado antes da saída do quarto, e deve-se evitar o contato
das roupas com superfícies ambientais potencialmente contaminadas;

4. O transporte de pacientes para fora do quarto deve ser reduzido ao mínimo.


As precauções devem ser mantidas durante o transporte;

5. Os itens que o paciente tem contato e as superfícies ambientais devem ser


submetidas à limpeza diária;

6. Equipamentos de cuidado com os pacientes e materiais como estetoscópio,


esfigmomanômetro ou cômoda ao lado do paciente, sempre que possível,
devem ser usados somente por um único paciente. Se não for possível, a
desinfecção deste material é recomendada entre o uso em um e outro paciente.
PRECAUÇÕES PADRÃO – Contato – Respiratório
(Gotículas, aerossóis)
1- Precauções Padrão
As Precauções Padrão (PP) representam um conjunto de medidas que devem
ser aplicadas no atendimento de todos os pacientes hospitalizados,
independente do seu estado presumível de infecção, e na manipulação de
equipamentos e artigos contaminados ou sob suspeita de contaminação. As PP
deverão ser utilizadas quando existir o risco de contato com: sangue; todos os

19
líquidos corpóreos, secreções e excreções, com exceção do suor, sem
considerar a presença ou não de sangue visível; pele com solução de
continuidade (pele não íntegra) e mucosas.
São recomendadas para aplicação em todas as situações e pacientes,
independente da presença ou ausência de doença transmissível comprovada.
- Higienização das mãos
Deve ser realizada antes e após contato com paciente, e entre dois
procedimentos realizados no mesmo paciente. Também é recomendada
lavagem de mãos após a retirada das luvas.
- Luvas
Recomenda-se uso de luvas, caso haja contato com sangue ou líquidos
potencialmente infectantes.
- Avental
Recomenda-se uso de avental, caso haja possibilidade de contato da pele ou
roupas do profissional com sangue ou líquidos potencialmente infectantes.
- Máscara, óculos, protetor facial
Recomenda-se uso de máscara e óculos ou protetor facial, caso haja
possibilidade de respingos de sangue ou líquidos potencialmente infectantes
atingirem a face do profissional de saúde.
- Prevenção de acidentes com materiais pérfuro-cortantes
Deve haver educação quanto ao uso e descarte destes materiais. O reencape é
proibido. As caixas de descarte devem ser dispostas em locais visíveis, de fácil
acesso. O transporte destes materiais deve ser feito com cuidado, evitando-se
acidentes.
- Descontaminação de superfícies
A descontaminação de superfícies deve ser feita caso haja presença de sangue
ou líquidos potencialmente infectantes em superfícies.
- Artigos e equipamentos
Artigos utilizados devem ser submetidos à limpeza e desinfecção ou
esterilização, antes de serem utilizados em outro paciente.
2- Precauções para transmissão através de contato
Os microorganismos podem ser transmitidos de uma pessoa a outra através do
contato com a pele ou mucosa. Podemos classificar este modo de transmissão
em duas categorias:
2.1- Contato direto
Ocorre quando um microorganismo é transmitido de um paciente a outro,
através do contato direto da pele, sem que haja a participação de um veículo
inanimado ou fômite como, por exemplo, herpes simples, Herpes zoster não
disseminado em imunocompetente, feridas com secreção abundante não
contida, diarréia infecciosa em paciente incontinente.
2.2- Contato indireto
Quando a transmissão ocorre pelo contato da pele e mucosas com superfícies
ambientais e nos artigos e equipamentos de cuidados aos pacientes
contaminados por microorganismos, como por exemplo, Enterococo resistente a
vancomicina.
Precauções para transmissão por via aérea ou respiratória
A transmissão de microorganismos por via aérea ou respiratória é dividida em
transmissão por gotículas ou por aerossóis.
Diferenças entre a transmissão por via aérea e a transmissão por partículas
aerossolizadas.

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Isolamento protetor ou reverso
Será instituído principalmente em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos,
a fim de garantir a proteção do paciente contra infecções.
INFECÇÃO COMUNITÁRIA X INFECÇÃO HOSPITALAR

nfecção comunitária: é a infecção constatada ou em incubação no ato de


admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no
mesmo hospital.

São também comunitárias:


a) a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já
presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos ou sinais ou
sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção;

b) a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é


conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento
(exemplo: Herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e
AIDS).

Infecção hospitalar: é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente


e que se manifeste durante a internação, ou mesmo após a alta, quando puder
ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.

Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar

Princípios:

O diagnóstico de infecções hospitalares deverá valorizar informações oriundas


de: evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise
de seu prontuário; resultados de exames de laboratório, ressaltando-se os
exames microbiológicos, a pesquisa de antígenos e anticorpos e métodos de
visualização; e evidências de estudos com métodos de imagem; endoscopia;
biópsia e outros.

Critérios gerais:

a) quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária,


for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas
do paciente, o caso deverá ser considerado como infecção hospitalar.

b) quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não


houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da
admissão, considera-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de
infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a
admissão.

Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes


de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos
diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados depois da mesma.

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c) as infecções no recém-nascido são hospitalares com exceção das
transmitidas de forma transplacentária.

Classificação das Cirurgias por Potencial de Contaminação

As infecções pós-operatórias devem ser analisadas conforme o potencial de


contaminação da ferida cirúrgica, entendido como o número de microrganismos
presentes no tecido a ser operado. A classificação das cirurgias deverá ser feita
no final do ato cirúrgico.

Operações Limpas:

São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação,


na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas
grosseiras, cirurgias eletivas e traumáticas com cicatrização de primeira intenção
e sem drenagem. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos
digestivo, respiratório ou urinário.

Operações Potencialmente Contaminadas:

São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco


numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de processo
infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório.
Cirurgias limpas com drenagem se enquadram nesta categoria. Ocorre
penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação
significativa.
Operações Contaminadas:

São aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos,


colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou
impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas
grosseiras, na ausência de supuração local. Presença de inflamação aguda na
incisão e cicatrização de segunda intenção, grande contaminação a partir do
tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária.

Operações Infectadas:

São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão,


em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, corpos
estranhos e feridas de origem suja.

CCIH
A CCIH diz respeito a um grupo de profissionais da área de saúde, de nível
superior, formalmente designado para, juntamente com a Direção do Hospital,
planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar o Programa de Controle de
Infecção Hospitalar – um conjunto de ações desenvolvidas com o objetivo de
reduzir ao máximo possível a incidência das infecções hospitalares. A CCIH deve
ser adequada às características e necessidades do Estabelecimento de
Assistência à Saúde – EAS, sendo constituída de membros consultores e
executores.

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Quais ações são desempenhadas pela CCIH?
• Realização da vigilância epidemiológica para detecção de casos de infecção
hospitalar, seguindo critérios de diagnósticos previamente estabelecidos, a fim
de entender sua ocorrência e planejar ações de melhoria em conjunto com a
direção hospitalar e equipe assistencial;
Elaboração de diretrizes para a prevenção das infecções relacionadas à
assistência à saúde, que devem sem incorporadas nas normas e rotinas de
atendimento ao paciente e serviços de apoio, com o objetivo de diminuir os riscos
de ocorrência de uma infecção relacionada à assistência à saúde.
Colaboração no treinamento de todos os profissionais da saúde no que se refere
à prevenção e controle das infecções hospitalares;
• Elaboração de orientações para prescrição adequada de antibióticos e
implantação de ações que contribuam para o controle de seu uso, evitando que
os mesmos sejam prescritos de maneira indevida;
• Estabelecimento de recomendações quanto às medidas de precaução e
isolamento para pacientes com doenças transmissíveis ou portadores de
bactérias resistentes a antibióticos, a fim de reduzir o risco de transmissão
desses agentes entre pacientes ou profissionais de saúde;
• Oferecer apoio técnico à administração hospitalar para a aquisição correta de
materiais e equipamentos e para o planejamento adequado da área física dos
estabelecimentos de saúde.
A Lei Federal n° 6.431, de 06 de janeiro de 1997, instituiu a obrigatoriedade da
existência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um
Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), sendo esse um
conjunto de ações a serem desenvolvidas com o objetivo de reduzir ao máximo
a incidência e a gravidade das infecções. Em 12 de maio de 1998, o Ministério
da Saúde publicou a Portaria n° 2.616, regulamentando a criação das CCIH.
Essa Portaria define critérios para organização das CCIH, bem como para o
diagnóstico das infecções hospitalares, orientações sobre a vigilância das
infecções hospitalares, recomendações sobre a higiene das mãos e outros
temas como: o uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia. Ainda,
segundo o Artigo 6° dessa mesma portaria, o regulamento deve ser adotado em
todo o território nacional pelas pessoas jurídicas e físicas, de direito público e
privado, envolvidas nas atividades hospitalares de assistência à saúde.
Quais os profissionais que participam de uma CCIH?
É necessário que os profissionais que participam de uma CCIH possuam
treinamento para a atuação nessa área. Há exigência legal para manutenção de
pelo menos um médico e um profissional enfermeiro na CCIH de cada hospital.
Isso está regulamentado em portaria do Ministério da Saúde. Outros
profissionais do hospital também devem participar da CCIH. Eles contribuem
para a padronização correta dos procedimentos a serem executados. Esses
profissionais devem possuir formação de nível superior e são: farmacêuticos,
microbiologistas, epidemiologistas, representantes médicos da área cirúrgica,
clínica e obstétrica. Representantes da administração do hospital também
devem atuar na CCIH para garantir a estrutura necessária para a implantação
das recomendações.
RSS – RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Dentro do grupo dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), são encontrados
os resíduos oriundos de hospitais (lixo hospitalar), drogarias, consultórios

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médicos e odontológicos, laboratórios de análises clínicas, dentre outros
estabelecimentos que prestam serviços semelhantes a estes.

As pessoas que manipulam os RSS têm sua saúde exposta a riscos, sendo que
o manejo de forma incorreta destas, pode levar a um aumento do número de
casos de infecções hospitalares. Já em relação à questão ambiental, os RSS
quando presentes nos lixões poluem lençóis freáticos e corpos hídricos devido
ao chorume formado pelo acumulo do lixo.

Classificação
No Brasil, há alguns anos atrás, os RSS eram manejados da mesma forma que
os resíduos domiciliares e públicos, ou seja, sua coleta, transporte, tratamento e
local de despejo em ambos as situações eram iguais. Mas no dia 7 de setembro
de 2004 entrou em vigor a Resolução da Diretoria Colegiada, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA, n° 306, onde estão definidas as
classificações dos RSS e qual o devido gerenciamento a ser dado para cada
grupo.

Grupo A: dentro deste grupo são encontrados resíduos que possivelmente


possuem agentes biológicos, desta maneira, apresentando riscos de causar
infecções. Divide-se em 5 subgrupos (A1,A2,A3,A4 e A5), baseado nas
diferenças entre os tipos de RSS que possuem estes agentes.
Grupo B: nestes resíduos estão presentes substâncias químicas que,
possivelmente, conferem risco à saúde pública ou ao meio ambiente.
Grupo C: englobam materiais oriundos de atividades humanas que possuem
radionuclídeos em quantidades acima dos limites aceitáveis segundos as
normas do CNEN.
Grupo D: neste grupo estão presentes os resíduos que não apresentam risco
químico, biológico e nem radioativo para a saúde dos seres vivos, muito menos
ao meio ambiente, como por exemplo, papel de uso sanitário, fraldas, restos
alimentares de paciente, entre outros.
Grupo E: grupo onde estão os materiais perfurocortantes ou escarificantes.
Etapas do recolhimento
A realização de um devido gerenciamento dos RSS é de extrema importância na
neutralização dos possíveis riscos à saúde dos seres humanos e também ao
meio ambiente. Este gerenciamento é feito através de um conjunto de ações que
tem seu início no manejo interno, onde é realizada uma segregação adequada
dentro das unidades de serviços de saúde, visando à redução do volume de
resíduos infectantes. Dentro deste manejo existem etapas:

Segregação: é feita através da separação dos resíduos no instante e local de


sua geração.
Acondicionamento: embalar em sacos impermeáveis e resistentes, de maneira
adequada, todos os resíduos que foram segregados, segundo suas
características físicas, químicas e biológicas.
Identificação: esta medida indica os resíduos presentes nos recipientes de
acondicionamento.

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Armazenamento temporário: acondiciona temporariamente os recipientes onde
estão contidos os resíduos, próximo ao ponto em que eles foram gerados. Esta
medida visa agilizar o recolhimento dentro do estabelecimento.
Armazenamento externo: refere-se à guarda dos recipientes no qual estão
contidos os resíduos, até que seja realizada a coleta externa.
Coleta e transporte externos: refere-se ao recolhimento dos RSS do
armazenamento externo, sendo encaminhado para uma unidade de tratamento
e destinação final.
Tratamentos dos Resíduos de Serviços de Saúde
O tratamento dos RSS é de extrema importância, pois consiste na
descontaminação dos resíduos, através de meios químicos ou físicos que devem
ser feitos em locais seguros. Esta etapa pode ser realizada através de diversas
maneiras:

Processos térmicos: através da realização da autoclavagem, incineração,


pirólise, ou até mesmo uso de aparelhos de microondas.
Processos químicos: previamente os matérias à passarem por este processo
devem ser triturados para que haja um aumento na eficiência deste. Em seguida
à trituração os RSS são imersos em desinfetantes por alguns minutos.
Irradiação: neste caso, há uma excitação da camada externa dos elétrons das
moléculas, devido à radiação ionizante, deixando-as carregadas, sendo assim
haverá um rompimento do material genético (DNA ou RNA) dos microrganismos,
resultando na morte dos mesmos.
Por fim, após todos estes processos, o material resultante é encaminhado para
um aterro sanitário que possua licenciamento ambiental. Nos casos de
municípios que não possuem esta opção, vem sendo muito utilizada a
implementação de valas sépticas, onde os RSS são depositados nestas valas
escavada no solo, que em seguida é revestida por uma manta plástica
impermeável, protegendo assim contra possíveis contaminações ao meio
ambiente.
DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS
A produção exacerbada de resíduos — aquilo que chamamos de lixo — é um
dos grandes problemas causados pela sociedade moderna, especialmente se
eles não tiverem destinação adequada. A fim de evitar a contaminação do meio
ambiente, a disseminação de doenças e minimizar os impactos ambientais,
existem normas que regulamentam a destinação final ambientalmente adequada
de resíduos.

Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei Nº 12.305),


entende-se por destinação final ambientalmente adequada a destinação de
resíduos que inclui a reciclagem, a compostagem, a recuperação, o
aproveitamento energético ou outras destinações, entre elas a disposição final
(isto é, a distribuição ordenada de rejeitos em aterros), observando normas
operacionais específicas de modo a minimizar os impactos.
Ainda segundo a PNRS a seguinte ordem de prioridade deve ser seguida na
gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos: não geração, redução,
reutilização, reciclagem, tratamento e, por fim, a disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos.

Reutilização e reciclagem

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Se a geração de lixo é inevitável, a reutilização e a reciclagem são as melhores
opções seguindo a lista de prioridades. A reutilização consiste em reaproveitar
os resíduos sem transformá-los física, físico-química ou biologicamente. Já a
reciclagem consiste na transformação de resíduos sólidos em novos insumos ou
produtos, alterando suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas.
Para facilitar o encaminhamento para reciclagem, a coleta seletiva é
importantíssima. Geralmente os materiais que são encaminhados para este
processo são plástico, vidro, papel e metal. Alguns materiais não podem ser
reciclados ainda por questões tecnológicas.
Tratamento
Existem diversas formas possíveis de tratamento de resíduos a fim torná-los
menos agressivos para a disposição final. São exemplos de métodos de
tratamento de lixo a compostagem, a digestão anaeróbica, a incineração e a
pirólise.

A compostagem consiste num processo biológico aeróbio (isto é, que ocorre na


presença de oxigênio) no qual a matéria orgânica é degradada, transformando-
se em um produto que pode ser usado como adubo, o composto orgânico. Já a
digestão anaeróbia é um processo biológico que ocorre na ausência de oxigênio
e resulta na formação de gases e líquidos.

A incineração e a pirólise são processos no qual os resíduos são submetidos à


queima em altas temperaturas. Mas, enquanto a incineração ocorre em ambiente
rico em oxigênio, a pirólise se dá na ausência deste gás. Através desses
processos é possível reaproveitar a energia liberada na queima para diversos
fins.

Disposição final
Após esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação dos
resíduos, os rejeitos devem ser dispostos em aterros sanitários.

LAVAGEM DAS MÃOS


A lavagem das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, mais eficaz, e de
maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções,
devendo ser praticada por toda equipe, sempre ao iniciar e ao término de uma
tarefa.

Quando lavar as mãos


- No início e no fim do turno de trabalho.
- Antes de preparar medicação.
- Antes e após o uso de luvas.
- De utilizar o banheiro.
- Antes e depois de contato com pacientes.
- Depois de manusear material contaminado, mesmo quando as luvas tenham
sido usadas.
- Antes e depois de manusear catéteres vasculares, sonda vesical, tubo
orotraqueal e outros dispositivos
- Após o contato direto com secreções e matéria orgânica.
- Após o contato com superfícies e artigos contaminados.
- Entre os diversos procedimentos realizados no mesmo paciente.

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- Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente.
- Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para espirrar,
manusear dinheiro
- Antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.
- Após manusear quaisquer resíduos.
- Ao término de cada tarefa.
- Ao término da jornada de trabalho.

Técnica de lavagem das mãos


1. Retirar anéis, pulseiras e relógio.
2. Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia.
3. Colocar nas mãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser,
de preferência, líquido e hipoalergênico.
4. Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos.
5. Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços
interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas
deverá ser feito com atenção).

6. Os antebraços devem ser lavados cuidadosamente, também por 15


segundos.
7. Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente abundante, retirando
totalmente o resíduo do sabão.
8. Enxugar as mãos com papel toalha.
9. Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha;
ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos.

Proteja-se:
- Lave corretamente as mãos;
- Utilize corretamente os equipamentos de proteção individual - EPI.

Lembretes técnicos:
- O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos.
- Manter líquidos anti-sépticos para uso, caso não exista lavatório no local.
- Tem-se comprovado que a contagem de microrganismos sob as unhas e
quando se está usando anéis, relógios e pulseiras é mais alta.
- Mantenha as unhas tão curtas quanto possível, e remova todas as jóias antes
da lavagem das mãos.
- Realize o mesmo procedimento a cada paciente ou ensaio.
- A lavagem das mãos deve ser feita em uma pia distinta daquela usada para a
lavagem do instrumental, vidrarias ou materiais de laboratório.
- Deve-se evitar lesionar as mãos. Caso as luvas sejam rasgadas ou
puncionadas durante quaisquer procedimento, elas devem ser removidas
imediatamente, e as mãos devem ser lavadas cuidadosamente.
- Profissionais com lesões nas mãos ou dermatites devem abster-se, até o
desaparecimento dessas lesões, de cuidar de pacientes e de manipular
instrumentos, aparelhos ou quaisquer materiais potencialmente contaminados.

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TÉCNICA PARA CALÇAR LUVAS ESTÉRIL
O procedimento de calçar um par de luvas estéril requer técnica correta, para
evitar a contaminação da luva, fato este que pode ocorrer com facilidade, por
isso requer muita atenção.
As luvas estéreis devem ser utilizadas sempre que ocorrer a necessidade de
manipulação de áreas estéreis. Existem vários procedimentos que exigem a
utilização de luvas estéreis, entre eles os procedimentos cirúrgicos, aspiração
endotraqueal, curativos extensos, que se tornam difíceis realizar somente com o
material de curativo.
Resumindo, em qualquer ocasião que for necessário o auxílio manual em locais
estéreis ou em lesões, usa-se as luvas esterilizadas.
Podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em tamanhos
numerados como 6.0, 6.5, 7.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o fabricante.
Após realizar a lavagem correta das mãos, abra o pacote de luvas sobre uma
superfície limpa, à altura confortável para sua manipulação.

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Observe que existem abas nas dobras internas da embalagem das luvas.
Elas existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de tocar
nas luvas e contaminá-las. Então, segure nas abas abra os dois lados que
revestem as luvas, conforme a figura abaixo.

As luvas estão dispostas corretamente a sua frente, onde: a luva da mão direita
está a sua direita, e a luva da mão esquerda, está a sua esquerda. Isso na
maioria dos fabricantes. A maioria das luvas não tem lado anatômico, mas ficam
dispostas nesse sentido, devido a dobra existente do polegar.
Agora, prepare-se para calçar a luva na mão dominante. Com sua mão não
dominante, segure a luva pela face interna da luva (que vem dobrada
propositalmente).
Lembre-se: enquanto você estiver sem luvas, segure apenas pela face onde a
luva irá entrar em contato com sua pele, ou seja, face interna.

Agora, introduza os dedos da mão dominante, calmamente, procurando ajustar


os dedos internamente. Realize esta etapa da melhor maneira possível, mas não
se preocupe se os dedos ficarem mal posicionados dentro da luva. Continue o

29
procedimento mesmo com os dedos posicionados de forma errada (é muito
arriscado tentar arrumar a posição dos dedos, você pode contaminá-la).

Após esta etapa, introduza até que sua mão entre completamente na luva,
sempre a segurando pela face interna.

Agora que você colocou a primeira luva estéril (na mão dominante), vamos
colocar a luva na mão esquerda (não-dominante). Lembre-se, que agora
estamos com uma luva estéril na mão dominante, não podemos tocar em lugares
que não sejam estéreis, sejam eles a nossa pele, superfícies ou objetos ao nosso
redor. Com a mão dominante (enluvada), segure a outra luva pela face externa
(ou seja, por dentro da dobra existente). Esta dobra existente no punho da luva
servirá de apoio para segurar a luva, sem que ocorra o risco de contaminar a
luva, mesmo que imperceptivelmente.

Sempre segurando pela dobra do punho da luva, introduza calmamente sua mão
esquerda (não-dominante) na luva, semelhante ao realizado na primeira, mas
agora, com a cautela de não tocar com a luva na pele da mão esquerda ou em
locais não-estéreis.

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Siga esta etapa, até introduzir toda a mão esquerda na luva.

Agora, havendo a necessidade de posicionar os dedos corretamente, ou até


mesmo melhorar o calçamento da luva, faça com ambas as luvas, porém evite
manipular a luva na região dos punhos, caso esta não possua mais as dobras
de segurança.
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
É a verificação do peso corporal, de altura e circunferência abdominal. Tem como
objetivos acompanhar a evolução de doenças tais como: insuficiência cardíaca
congestiva, insuficiência renal crônica, cirrose hepática. E calcular dosagens de
medicamentos.

Peso e altura:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Informar ao paciente o que vai ser feito e encaminha-lo até o local da balança;
4. Forrar o piso da balança com papel toalha;
5. Tarar a balança;
6. Abaixar o pino da trave;
7. Pedir ao paciente para retirar o penhoar ou roupão e chinelos, subir na balança
e ficar no centro da mesma;
8. Destravar a balança e dispor o massor de quilos na escala graduada até o
número estimado;
9. Movimentar o massor de gramas até o número em que o fiel da balança fique
nivelado;
10. Ler corretamente o peso indicado, colocando-se a frente do paciente;
11. Abaixar o pino da trave e retornar os massores ao ponto zero;

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12. Pedir ao paciente para ficar com as costas para o antropômetro, unir os
calcanhares e manter-se ereto;
13. Erguer a régua, com o braço voltado para um dos lados do paciente, até
acima da cabeça. Girar o braço da régua até a frente do paciente e abaixá-lo
lentamente, até que o ângulo reto da régua encoste-se à cabeça;
14. Ler a escala graduada a altura do paciente;
15. Virar o braço da régua para um dos lados até voltá-lo a posição anterior;
16. Auxiliar o paciente a descer da balança. Calçar os chinelos e vestir o roupão;
17. Retirar o papel da balança e desprezar;
18. Anotar no prontuário, e comparar com os dados anteriores.

Circunferência abdominal:
1. Fazer planejamento;
2. Levar à unidade do paciente fita métrica em bandeja;
3. Colocar o biombo ao redor do leito do paciente;
4. Manter o paciente deitado;
5. Expor a região abdominal do paciente;
6. Pegar na ponta da fita métrica e passar por trás do paciente;
7. Pegar a fita métrica do lado oposto do paciente e unir com o restante da fita
na região umbilical;
8. Verificar o número que indica na fita;
9. Manter o paciente confortável e a unidade em ordem;
10. Realizar a limpeza da fita métrica com álcool 70% e guardá-la;
11. Anotar no prontuário do paciente.

HIGIENIZAÇÃO DO PACIENTE: TIPOS DE BANHO A higiene do paciente é


uma atividade atribuída à equipe de enfermagem, tem um fator importante na
recuperação do paciente a fim de evitar doenças infecciosas, no momento deve
se fazer a troca de roupas e arrumação do leito. Seguindo como sequencia da
cabeça aos pés.

Higiene Oral
Recomendação:
Consiste em manter a boca, bochechas, língua e gengivas limpas, afim de
prevenir cáries, gengivite, periodontite, halitose, formação de placas bacterianas.
Uma higiene oral bem feita proporciona ao paciente uma sensação de bem estar
e estimula o apetite.
Descrição do procedimento:
É necessário explicar ao paciente o procedimento que será realizado, se o
paciente for consciente, porém impossibilitado de realizar a higiene bucal,
coloque-o em uma posição confortável, elevando a cabeceira, se o paciente for
inconsciente coloque-o em decúbito lateral, peça ao paciente para abrir a boca,
caso esteja inconsciente abra com o auxílio de uma espátula, use uma escova
de dentes ou uma espátula com gazes com anti-séptico bucal ou creme dental
para a higiene, faça a limpeza com cuidado para não ferir a gengiva do paciente.
Enxague a boca do paciente, caso tenha usado solução anti-séptica, não é
necessário o enxague. Descarte os materiais usados no lixo, anote no prontuário
o procedimento realizado e relate qualquer alteração na cavidade bucal do
paciente. Na realização deste procedimento deve ser utilizado pelo profissional
de enfermagem luvas de procedimento e máscara facial.

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Higiene Corporal
Recomendação:
Além da limpeza do corpo, o banho também assegura ao paciente o bem estar
e a auto estima, estimula a circulação sanguínea que ajuda na prevenção de
úlceras de pressão.

Descrição do procedimento:
A água deve estar em uma temperatura agradável, e o profissional deve
promover a privacidade do paciente com um biombo ou fechando a porta do
quarto. Após o banho o profissional de enfermagem deve ter o cuidado de retirar
todo o sabão ao enxaguar o paciente e enxugar completamente, principalmente
nas regiões genitais, proporcionando a maior privacidade possível ao paciente.
Existe alguns tipos de banho, isso varia de acordo com a patologia e o estado
geral que se encontra o paciente:

Banho de Aspersão (banho de chuveiro)


Banho de Imersão (banho na banheira)
Banho no Leito (usado para pacientes acamados ou em repouso absoluto)
Na realização deste procedimento deve ser utilizado pelo profissional de
enfermagem luvas de procedimento e avental.
Higiene dos cabelos e couro cabeludo
Recomendação:
Promove a higiene e o conforto do paciente.

Descrição do procedimento:
Explique ao paciente o procedimento a ser realizado, promova a privacidade dele
com um biombo ou feche a porta do quarto. Use água morna em uma bacia,
massageie bem o couro cabeludo com shampoo, podendo repetir a lavagem,
tomando cuidado para não ir espuma nos olhos do paciente. Enxague com água
morna até a retirada total do shampoo e condicionador caso tenha usado. Seque
bem os cabelos e penteie. Despreze a água utilizada, retire o biombo do quarto,
organize e encaminhe o material usado para o expurgo. Anote o procedimento
realizado no prontuário do paciente, registrando o aspecto do couro cabeludo.
Na realização deste procedimento deve ser utilizado pelo profissional de
enfermagem luvas de procedimento e avental.

Higiene com unhas


Recomendação:
Promove a higiene do paciente e evita acumulo de microorganismos que podem
originar uma infecção e odores.
Descrição do procedimento:
O profissional de enfermagem deve manter as unhas dos pés e das mãos do
paciente sempre aparadas e limpas, quando o paciente encontra-se
impossibilitado de fazer essa higiene, evitando assim que os microorganismos
se acumulem em baixo das extremidades das unhas.

Higiene íntima

Recomendação:

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Promove a higiene do paciente, elimina odores, previne infecções e proliferação
de fungos.
Descrição do procedimento:
Quando o paciente encontra-se impossibilitado de fazer sua própria higiene,
explique o procedimento que será realizado, promova a privacidade dele, com
biombo ou feche a porta do quarto.
Recomenda-se que a higiene seja feita preferencialmente três vezes ao dia com
água e sabonete especial.
BANHO NO LEITO

Material necessário

Jarro com água morna; balde


Roupa de uso pessoal; material para higiene oral
Luvas de banho;toalha
Desodorante;sabonete;cuba rim forrada com papel
Talco ou creme; roupa de cama
Pente;comadre ou papagaio
Saboneteira ou cuba rim;luvas de procedimento
Bacia;biombo

Técnica para o banho no leito

• Lavar as mãos;

• explicar o procedimento e finalidade ao paciente;

• fechar as portas e janelas;

• proteger com biombo a unidade;

• desocupar a mesa‐de‐cabeceira;

• reunir o material e colocá‐lo sobre a mesa‐de‐cabeceira;

• calçar luvas de procedimento;

• oferecer a comadre ao paciente;

• desprender a roupa de cama;

• colocar a roupa dobrada e na ordem em que vai ser usada, sobre o espaldar
da cadeira aos pés da cama;

• fazer a higiene oral do paciente;

Material:

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Escova de dente; dentifrício; copo descartável com água; toalha de rosto; cuba-
rim; espátula; canudo s/n; lubrificante labial (vaselina); anti-septico oral
(Cepacol); luva de procedimento; gaze.

Caso não tenha escova, utilizar uma espátula enrolada com gaze.

Procedimento (paciente com pouca limitação)

em posição de Fowler e com a cabeça lateralizada; proteger o tórax com a toalha


de rosto;colocar a cuba-rim sob a bochecha; solicitar para que abra a boca ou
abri-la com auxíliio da espátula;utilizar a escova com movimentos da raiz em
direção à extremidade dos dentes. Fazer cerca de 6 a 10 movimentos em cada
superfície dental, com pressão constante da escova; repetir esse movimento na
superfície vestibular e lingual, tracionando a língua com espátula protegida com
gaze, s/n; oferecer copo com água para enxaguar a boca; utilizar canudo s/n.

Procedimento (paciente com prótese)

Solicitar que retire a prótese ou fazer por ele, utilizando a gaze;

Colocá-la na cuba rim;

Escovar a gengiva, palato e língua, se o paciente não puder fazê-lo;

Oferecê-la para que o paciente coloque-a ainda molhada.


molhar a luva de banho;

• lavar os olhos, limpando do canto interno para o externo, usando uma parte
diferente do pano de banho

para cada olho;

• ensaboar a luva de banho;

• lavar, enxaguar e enxugar o rosto, pescoço e orelhas;

• remover a camisola ou a camisa do pijama, mantendo o tórax protegido com o


lençol;

• colocar a toalha sob o braço mais distante de você;

• lavar e enxaguar o braço com movimentos

colocar a mão do paciente na bacia, lavar e enxugar;

• repetir a mesma sequência para o outro braço e mão;

• colocar a toalha sobre o tórax e abdome do paciente, afastando o lençol até o


púbis;

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• erguer a toalha com uma das mãos e com a outra lavar e enxaguar o tórax e
abdome com movimentos

circulares;

• enxugar a parte limpa e observar as condições da pele e mamas;

• cobrir com lençol o tórax e abdome, retirando a toalha;

• retirar a calça do pijama;

• colocar a toalha sob a perna mais distante de você;

• lavar e enxaguar a perna com movimentos longos e firmes do tornozelo à raiz


da coxa;

• enxaguar a perna e a coxa;

• repetir a mesma sequência para a outra perna;

• colocar a toalha dobrada sob os pés do paciente;

• aproximar dos pés do paciente a bacia e cuba rim com sabonete;

• colocar um dos pés na bacia;

• lavar, enxaguar e enxugar o pé, principalmente nos espaços interdigitais,


observando condições das unhas

e interdígitos;

• repetir a mesma sequência para o outro pé;

• Retirar a bacia e cuba rim da cama;

• virar o paciente em decúbito lateral, colocando a toalha sob suas costas e


nádegas, mantendo‐o nesta

posição, se necessário, com auxílio de outra pessoa; lavar, enxaguar e


massagear as costas, nádegas e cóccix do paciente;

• posicionar a comadre e virar o paciente em decúbito dorsal, fazendo‐o ficar


com a genitália e períneo sobre a comadre;

• realizar higiene íntima do paciente (ver técnica de lavagem externa);

• proceder à arrumação da cama com paciente acamado;

• vestir o paciente;

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• colocar o lençol de cima sobre o que está cobrindo o paciente e retirar o de
baixo;

• deixar o lençol de cima solto, fazendo uma dobra sobre os pés;

• recompor a unidade;

• retirar as luvas;

• lavar as mãos;

• fazer as anotações no prontuário.


BANHO DE ASPERÇÃO
Materiais Necessários
2 pares de Luvas de Procedimento (Um para cada profissional);
Hamper;
Xampu;
Creme Condicionador;
1 par de luvas de banho;
1 Sabonete – Ideal que seja do próprio paciente devido ao risco de infecção
cruzada (infecção de um paciente para outro);
Roupa íntima, pijama ou camisola;
Cadeira de banho, caso o paciente tenha dificuldade locomotora;
Materiais para higiene oral como pasta de dente e escova. Deverá ser pessoal;
Lençol, fronha e colcha para arrumação da cama do paciente.

Técnica
Por finalidade didática vamos separar a técnica de aspersão em 3 fases:

Preparação;
Realização prática da técnica;
Reorganização.
Preparação
Essa fase aborda toda a preparação para realizar a técnica com a finalidade de
garantir a segurança e efetividade do procedimento de acordo com a prescrição
de enfermagem.

Higienizar as mãos de acordo com a técnica;


Reunir todo o material e dirigir-se para o leito do paciente;
Verificar a identidade do paciente observando a pulseira de identificação;
Explicar ao paciente e acompanhamento sobre o procedimento bem como a sua
importância;
Verificar as condições do banheiro de modo a garantir a segurança do paciente;
Fechar portas e janelas para fins de evitar correntes de ar e promover conforto;

Realização prática da técnica

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Após preparar todo o material e certificar a segurança, agora é o momento da
realização da técnica.

Calçar as luvas;
Auxiliar o paciente na deambulação até o banheiro. Caso seja necessário, utilize
o auxílio de uma cadeira de banho;
Auxiliar o paciente a despir-se;
Caso o paciente tenha riscos de queda, realizar o banho na cadeira;
Se o paciente tem autonomia para banhar-se sem auxílio, pode-se utilizar esse
tempo para arrumar o leito do mesmo;
Auxiliar o paciente a enxugar-se e a vestir-se;
Auxiliar o paciente a realizar a higiene oral;
Encaminhar o paciente a voltar ao leito;

Reorganização
Após realizar o procedimento, este será o momento da reorganização dos
materiais utilizados, descarte dos roupas sujas e de cama e realização das
anotações de enfermagem.

Desprezar as roupas de cama e de banho no hamper;


Entregar para o acompanhante as roupas sujas do paciente;
Organizar os materiais (xampu, creme condicionador, bucha, sabonete) nos
seus devidos lugares;
Retirar luvas;
Higienizar as mãos conforme técnica;
Checar prescrição de enfermagem e proceder anotação;
Solicitar á equipe de limpeza que proceda à limpeza do banheiro.

Considerações Importantes
Importante que a equipe de enfermagem esteja atenta para que se cumpra os
itens a se seguir:

A higienização das mãos e descarte de materiais deverão seguir procedimento


padrão do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Unidade.
No pré-operatório, o paciente deverá ser encaminhado para o banho de
aspersão;
Nunca deixar o paciente sozinho;
Não deixar o paciente com a porta trancada no banheiro;
Sempre realizar a desinfecção da cadeira de banho antes de utilizá-la;
Caso seja necessário a transferência do paciente para a cadeira de banho,
solicitar ajuda de outro profissional para evitar acidentes;
Pacientes que estejam no leito por grande período de tempo, deverão sempre
banhar-se com o auxílio da cadeira de banho devido ao risco de quedas;
Durante o banho, observar o couro cabeludo e a necessidade de higienização;
O horário de banho pode ser padronizado pela Unidade de Saúde devendo
sempre, se possível, respeitar os horários de preferência do paciente;

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Após o banho, auxiliar o paciente a promover a higiene oral e a hidratação da
pele por meio de hidratante corporal.

ARRUMAÇÃO DA UNIDADE DO PACIENTE


É o conjunto de elementos destinados a acomodações do paciente internado e
que englobam facilidades adequadas a prestação de cuidados necessários a um
bom atendimento (TIMBY,2001).Tem por finalidade Proporcionar ao paciente um
ambiente propicio a sua rapida recuperação. Oferecer a enfermagem condições
que favoreçam um bom desempenho de suas funções (TIMBY,2001);

Componentes Diferem de hospital para hospital, mas de uma maneira geral e


composto por: Posto de Enfermagem, sala de serviços, sala de enfermagem,
sala de utilidade, copa, enfermarias ou quartos, rouparia, banheiro de paciente (
com chuveiro, 1 sanitário) e banheiro de funcionários (POTTER, 1998).

Tipos de Unidades: unidades médicas, cirurgicas, pediatricas, isolamento,


tratamento intensivo, etc.

UNIDADE DO PACIENTE

É o conjunto de espaços e moveis destinados a cada paciente;Componentes


Diferem de hospital para hospital, mas basicamente, consta de: cama com
colchão, mesa de cabeceira equipada com os pertences do paciente, uma
cadeira, campainha, mesa de refeições, escadinha. oxigênio. A disposição dos
móveis deverão ser de maneira que permita boa circulação ao redor
(TIMBY,2001).

LIMPEZA DE UNIDADE

É a limpeza realizada na Unidade do Paciente, pode ser: Limpeza concorrente e


Limpeza Terminal (TIMBY,2001).

Limpeza concorrente: É feita diariamente apos o banho do paciente e arrumação


do seu leito. Consiste na limpeza de parte do mobiliário da unidade do paciente
(TIMBY,2001).

Limpeza Terminal: É a limpeza completa da unidade do paciente, após: Alta,


óbito ou transferência (TIMBY,2001).

NORMAS

01 - A limpeza terminal da unidade do paciente deve ser realizada após alta,


transferência ou óbito;

02 - A limpeza concorrente da unidade do paciente deve ser realizada uma vez


a cada plantão;

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03 - O produto utilizado para a limpeza terminal da unidade devera ser fenol
sintético. No caso da limpeza concorrente, usar álcool a 70%;

04 - A limpeza do carrinho de banho, carrinho de parada, carrinhos de medicação


e de curativo, devera ser feita uma vez por plantão pela enfermagem, com fenol
sintético;

05 - Os panos de limpeza utilizados na limpeza terminal ou concorrente, deverao


ser enxaguados quantas vezes forem necessárias na bacia utilizada para este
fim;

06 - Ao realizar a limpeza concorrente, limpar a unidade com água e sabão, caso


estiver suja de sangue ou secreção;

07 - Utilizar movimentos simples e amplos em um so sentido;

08 - Observar a seguencia da limpeza (do mais limpo para o mais contaminado,


evitando sujar as areas limpas);

09 - Evitar molhar o chao.

LIMPEZA TERMINAL

Material:

Solução desinfetante (fenol),

01 par de luvas de procedimento,

Panos de limpeza,

Hamper e sanito (saco plástico),

Bacia.

Técnica:

01 - Lavar as mãos;

02 - Reunir o material;

03 - Colocar o material sobre a mesa de cabeceira;

04 - Calçar luvas;

05 - Desprender a roupa de cama e despreza-la no hamper, evitando


movimentos bruscos;

06 - Recolher materiais e equipamentos (ambú, umidificador, aspirador,


comadre, papagaio) e encaminha-los ao expurgo;

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07 - Afastar a cama da parede, deixando espaço suficiente para realização da
limpeza;

08 - Iniciar a limpeza do leito pela parte superior do colchão, da cabeceira para


o centro, inclusive as laterais do colchão, sempre do mais distante para o mais
próximo;

09 - Continuar a limpeza do colchão, do centro para os pés, inclusive as laterais


do colchão, sempre do mais distante para o mais próximo;

10 - Dobrar o colchão ao meio e limpar o estrado iniciando da cabeceira para o


centro. Elevar o estrado e limpar a parte inferior do mesmo, inclusive espaldar e
pes;

11 - Limpar a parte posterior do colchão, da cabeceira para o centro, retorna-lo


em cima do estrado;

12 - Dobrar o colchão para o lado contrario e limpar a outra metade do estrado,


do centro para os pés segundo a técnica, não se esquecendo da parte inferior
do estrado;

13 - Realizar a limpeza da parte posterior do colchão iniciando do centro para os


pés;

14 - Passar para o lado mais distante e limpar a lateral do leito, grade e pés do
leito;

15 - Passar para o lado mais próximo e limpar a lateral do leito, grade e pés do
leito;

16 - Limpar com a solução de fenol a mesa de cabeceira iniciando pela parte


interna da mesma;

17 - Limpar com a solução de fenol a parte externa da mesa de cabeceira;

18 - Limpar com pano embebido na solução de fenol o suporte de soro (retirando


fitas adesivas e esparadrapos que porventura estiverem colados);

19 - Retirar as luvas;

20 - Arrumar o leito conforme técnica descrita anteriormente;

21 - Encaminhar material utilizado ao expurgo;

22 - Montar o painel de gases;

23 - Lavar a mãos.

ARRUMAÇÃO DO LEITO

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Cama aberta - quando esta ocupada por paciente.

Cama fechada - quando o leito está vago.

Cama de operado - quando esta aguardando o retorno do paciente do centro


cirurgico.

NORMAS

01 - O leito dever ser trocado quantas vezes forem necessárias durante o


plantão;

02 - O leito dever ser preparado de acordo com a sua finalidade;

03 - Abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho;

04 - Utilizar lençois limpos, secos e sem pregas;

05 - Caso os lençois sejam reutilizados, não deixar migalhas, fios de cabelos;

06 - Observar o estado de conservação dos colchões e travesseiros;

07 - Não sacudir as roupas de cama;

08 - Não arrastar as roupas de cama no chão.

PREPARO DO LEITO SEM O PACIENTE (cama fechada)

Material:

Luvas de procedimento,

02 Lençois,

01 Travesseiro,

01 Fronha,

01 Forro,

01 Cobertor, se necessário,

Hamper.

Técnica:

01 - Lavar as mãos;

02 - Preparar o material;

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03 - Colocar o material no carrinho de banho ou mesa de cabeceira;

04 - Retirar a roupa de cama suja e coloca-los no hamper próximo do leito;

05 - Desprezar as luvas;

06 - Estender o lencol sobre o leito, amarrando as pontas do lençol na cabeceira


e nos pés;

07 - Estender o forro sobre o leito prendendo-o sob o lençol na parte mais


próxima;

08 - Estender o viril e fazer uma meia dobra na cabeceira;

09 - Fazer o canto do viril nos ps da cama;

10 - Passar para o lado mais distante e proceder a arrumação do forro e virol;

11 - Colocar a fronha no travesseiro;

12 - Colocar o travesseiro na cama;

13 - Recompor a unidade;

14 - Lavar as mãos.

PREPARO DO LEITO COM O PACIENTE (Cama Aberta)

Material:

01 travesseiro,

02 lençois,

01 cobertor (se necessário),

01 fronha,

01 lençol para fralda,

01 rolo para costas (se necessário),

Camisola ou pijama,

01 forro.

Técnica:

01 - Lavar as mãos;

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02 - Colocar a roupa na mesa de cabeceira;

03 - Explicar o que se vai fazer ao paciente;

04 - Colocar o hamper próximo a cama;

05 - Desprender a roupa do leito, do lado do paciente e depois vir e ir soltando


do outro lado;

06 - Colocar o travesseiro sem fronha na mesa de cabeceira;

07 - Colocar o paciente em decubito dorsal protegido com o lençol de cima;

08 - Enrolar o forro e lençol de baixo separadamente, ate o meio da cama e sob


o corpo do paciente;

09 - Substituir o lençol de baixo, e o forro, pela roupa limpa;

10 - Virar o paciente para o lado pronto, nunca expondo-o;

11 - Passar para o lado oposto;

12 - Retirar a roupa usada, retirar as luvas, e esticar os lençois limpos,


prendendo-os e fazendo os cantos;

13 - Colocar a fronha no travesseiro, acomodando o paciente;

Obs: Se o paciente for totalmente dependente, a troca de cama dever ser feita
por duas pessoas.

TIPOS DE LEITOS
Os leitos hospitalares são classificados em:
2.1 Leito de Internação;
2.2 Leito Complementar de internação;
2.3 Leito de Hospital Dia; e
2.4 Leito de Observação.
2.1 - LEITO DE INTERNAÇÃO
É a cama numerada e identificada destinada à internação de um paciente,
localizada em um quarto ou enfermaria, que se constitui no endereço exclusivo
de um paciente durante sua estadia no hospital e que está vinculada a uma
unidade de internação ou serviço, no sentido de atender a ambiência hospitalar
necessária para a execução do processo assistencial, qualificado e humanizado
em conformidade a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 50/2002, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

2.2 LEITOS COMPLEMENTARES DE INTERNAÇÃO


São leitos de internação destinados a pacientes que necessitam de assistência
especializada exigindo características especiais, tais como: as unidades de

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isolamento, isolamento reverso e as unidades de tratamento intensiva e semi
intensiva.
Os leitos complementares de internação são classificados em:
2.2.1 Leito de Isolamento;
2.2.2 Leito de Isolamento Reverso;
2.2.3 Leito de Cuidados Intensivos (UTI); e
2.2.4 Leito de Cuidados Intermediários (UCI).
2.3 - LEITO HOSPITAL DIA
É um leito hospitalar destinado ao atendimento do paciente adulto ou pediátrico
na unidade, por um período até 12 horas, para a realização de tratamento clínico,
cirúrgico, diagnóstico ou terapêutico.
Observação: O leito de hospital dia de acordo com a legislação vigente é
considerado como leito de internação mas para fins do cálculo da taxa de
ocupação hospitalar, esses leitos não são incluídos.
2.4 - LEITO HOSPITALAR DE OBSERVAÇÃO
É o leito destinado a paciente sob supervisão multiprofissional para fins
diagnósticos ou terapêuticos, por período inferior a 24 horas, não sendo
considerado como leito hospitalar de internação. Os leitos de observação são
classificados como:
2.4.1 Leitos de Recuperação Pós-Anestésica (RPA);
2.4.2 Leitos de Apoio para Procedimentos Diagnósticos e/ou Terapêuticos;
2.4.3 Leitos de Urgência e Emergência; e
2.4.4 Leitos de Pré-Parto;
CLASSIFICAÇÃO DO LEITO DE INTERNAÇÃO POR CONDIÇÕES DE USO
3.1 - LEITO DE INTERNAÇÃO ATIVO (OPERACIONAL)
É o leito habitualmente utilizado para internação, mesmo que eventualmente não
possa ser utilizado por período de até 30 dias, por qualquer razão.
3.2 - LEITO BLOQUEADO
Leitos de internação ativos que não podem ser utilizados por qualquer razão
(características de outros pacientes que ocupam a mesma enfermaria,
manutenção predial ou de mobiliário, falta transitória de pessoal, higienização).
O tempo de bloqueio não deverá ser superior a 30 (trinta) dias, a partir deste
período será considerado leito desativado.
Destaca-se que os leitos bloqueados devem ser considerados no cálculo da taxa
de ocupação.
3.3 - LEITO EXTRA PARA INTERNAÇÃO
É a cama ou maca que não é utilizada para internação, mas que em situações
de extrema excepcionalidade (calamidades e epidemias) é colocada em
funcionamento em áreas que habitualmente não seriam destinadas à internação,
ou em áreas que passam a comportar mais leitos do que sua capacidade. Estes
leitos são disponibilizados em situações de excepcionalidade, mas devem contar
com profissionais, insumos e equipamentos mínimos necessários para
atendimento ao paciente. O número de leitos extras não deve ser considerado
no cálculo da taxa de ocupação.
3.4 LEITO EM ATENÇÃO DOMICILIAR
Leito não hospitalar em ambiente domiciliar sob supervisão e retaguarda
hospitalar referenciada realizado por equipe multiprofissional e equipamentos
básicos.
TRANSPORTE DO PACIENTE ACAMADO

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É a transferência do paciente de um local a outro, utilizando-se de maca ou
cadeira de rodas.

Para se fazer o transporte ou remoção do paciente de um determinado lugar


para outro, nas dependências do hospital, exige-se que a pessoa que realiza o
transporte tenha noções básicas de como atuar de forma correta e adequada.

Cuidados gerais com o transporte:


1. O transporte do paciente deve ser feito com muito cuidado. A movimentação
mal feita pode provocar lesões, às vezes irreversíveis;
2. Para que o transporte seja eficiente deve-se agir com rapidez e segurança,
porém com cuidado;
3. Observar constantemente o estado geral do paciente durante o transporte;
4. Movimentos suaves ao manipular o paciente diminuem as vibrações,
solavancos, dor e desconforto;
5. Não mova local fraturado ou suspeito de fratura, nestes casos, uma pessoa
deverá apoiar apenas este segmento (perna, braço, etc.);
6. Ao se movimentar ou transportar pacientes politraumatizados, os cuidados
devem ser redobrados: pacientes com trauma crânio-encefálico devem ser
movimentados com máxima atenção, sem movimentos de flexão e rotação e com
maior número de pessoas;
7. Ao proceder transporte com maca:
• Descer e subir rampas com a cabeça do paciente para cima, exceto quando o
paciente estiver em estado de choque;
• Conduzir a maca pelo corredor com o paciente sempre olhando para frente. Se
for preciso subir a rampa ou entrar em elevador, virar a maca após, para conduzir
o paciente sempre na posição correta;
• Ao entrar no elevador, nivelar o mesmo e travar a porta. Entrar primeiro com a
cabeceira da maca, desta maneira já saíra na posição correta;
• Transporte a maca com a grade, principalmente quando for transportar
pacientes anestesiados, inconscientes, agitados e crianças;
• Transportar o paciente sempre coberto com lençol, se necessário.
8. Ao proceder transporte com cadeiras de rodas:
• Descer a rampa, transportar sempre a cadeira de ré;
• Subir a rampa com o paciente olhando para frente;
• Solicitar auxílio, sempre que necessário, para subir e descer a rampa;
• Entrar no elevador puxando a cadeira, de ré. Desta forma, ao sair do elevador
estará na posição correta.
9. Cuidados com portas e paredes;
10. Transportar paciente sempre coberto com lençol e cobertor, se necessário.

Cuidados específicos:
1. Paciente com soro:
• Cuidado para não obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre em
altura adequada para gotejamento uniforme;
• Não tracionar o equipo, para que a agulha ou cateter não se desloque, e para
evitar desconexão;
• Se houver formação de soroma (infiltração de soro no tecido subcutâneo),
interromper o gotejamento. Comunicar o responsável pela medicação assim que
chegar à unidade;

46
• Caso haja desconexão dos cateteres, procurar o posto de enfermagem mais
próximo.

Paciente com sonda vesical:


• Verificar se a sonda está corretamente fixada na coxa do paciente, prevenindo
lesões uretrais devido a tração acidental;
• Manter a bolsa coletora sempre em nível abaixo do paciente, para evitar retorno
de urina à bexiga. Pode-se também pinçar o prolongamento para poder elevar o
coletor.

Paciente com dreno de tórax:


• Pinçar o dreno e o prolongamento com 2 pinças próprias;
• O frasco só poderá ser elevado acima do nível do tórax do paciente quando o
dreno e o prolongamento estiverem pinçados;
• Cuidado para não tracionar o dreno;
• Coloque o frasco entre os pés em transporte de cadeira; e em caso de maca,
colocar entre os membros inferiores;
• Retirar as pinças imediatamente após a chegada do paciente ao destino,
observando que o frasco esteja em nível mais baixo que o tórax do paciente.

Paciente com tubo endotraqueal:


• Transportar sempre com cilindro de oxigênio e ambú. O enfermeiro deve
acompanhar o transporte;
• Cuidado para não tracionar o tubo;
• Se o paciente também estiver com sonda nasogástrica e apresentar náuseas
ou sinal de refluxo, abrir imediatamente a sonda.

Pacientes agitados, confusos:


• Proceder sempre o transporte em maca com grade;
• Restringir o paciente se necessário.

Pacientes anestesiados:
• Proceder sempre o transporte em maca com grade;
• Não movimentar muito o paciente, pois pode provocar vômito. Nestes casos,
lateralizar a cabeça do paciente, para evitar aspiração. Se o paciente estiver som
sonda nasogástrica abri-la.

FERIDAS

O que é uma ferida?


Ferida – ou lesão - é quando ocorre a perda da continuidade dos tecidos. Ela
modifica a estrutura normal da pele, o maior órgão de nosso corpo, cuja função
é proteger de atritos, ajudar no controle da nossa temperatura corporal, dentre
outras. A pele é formada por três camadas: a) epiderme, a camada mais externa,
formada por várias camadas de células, cada uma com uma função; b) derme,
composta de colágeno, que proporciona elasticidade à pele e onde há os vasos
sanguíneos e linfáticos e as terminações nervosas; c) tecido subcutâneo, onde
estão as células adiposas e é a parte que une a pele a outros órgãos.
Dependendo de quais camadas uma ferida atinge, ela pode ser apenas

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superficial ou pode ser profunda. Normalmente, uma ferida fecha em até seis
semanas.

Mas e se não fechar em seis semanas? Se a ferida continua evoluindo e em até


seis semanas não dá mostras de que vai cicatrizar, ela pode se transformar em
uma úlcera.

É importante lembrar que quando pensamos em "ferida", costumamos pensar


que basta limpar o local com água ou soro fisiológico, aplicar uma pomada,
colocar uma gaze e esperar que ela cicatrize e melhore – e fica tudo bem.
Acontece que não é bem assim, pois há alguns fatores que tornam cada ferida
específica, e a partir disso é que se determina o tipo de tratamento. As feridas
têm graus de contaminação diferentes, assim como tempo de traumatismo,
profundidade e causa da lesão. Isso demanda que a pessoa tenha o
conhecimento adequado para tomar os cuidados corretos e conseguir tratar
adequadamente e curar de forma efetiva cada tipo de ferida.

Por isso existem os cursos a distância que tratam desse assunto. Sabemos que
é preciso um profundo conhecimento do que se faz, principalmente quando se
trata de saúde. Uma ferida que não é bem cuidada pode trazer graves problemas
à saúde. Nos cursos EAD sobre cuidados aplicados a ferimentos, aprende-se
desde a limpeza de feridas, até os melhores tipos de curativos a serem usados
em cada caso.

Já citamos anteriormente os tipos de feridas, mas vamos aprofundar um


pouquinho:

Agudas: são as feridas recentes e que estão nas camadas mais próximas à
superfície (epiderme e derme). São normalmente causadas por fatores externos,
como traumas biológicos, químicos ou físicos. Elas podem ainda serem
causadas por cirurgias – neste caso, se não tratadas de forma adequada, podem
ser transformar em crônicas.

Crônicas: são as feridas cujo cicatrização demora mais do que o esperado,


levando o tecido a demorar para se restabelecer, porque atingem camadas mais
profundas, além das camadas mais externas, que são a epiderme e a derme.
São, normalmente, causadas por fatores internos como infecções ou doenças
vasculares ou metabólicas. Outro motivo pode transformá-las em crônicas: a
falta de cuidados adequados, que as deixam expostas a organismo externos e
acabam complicando a cicatrização.
Classificação das feridas
As feridas são classificadas de acordo com os mesmos fatores que as causam,
divididos nas seguintes propriedades: cirúrgicas, patológicas e traumáticas.

Feridas cirúrgicas
São normalmente causadas de forma premeditada e se originam de algum
tratamento específico. Devem ser feitas de forma asséptica (livre de
contaminação), e empregando os cuidados corretos, através de profissionais da
área médica.

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Feridas patológicas
São as resultantes de fatores sistêmicos: deficiências proteicas ou doenças pré-
existentes, como Diabetes Melito (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).
O "pé diabético" é um exemplo de ferida patológica.

Feridas traumáticas
As feridas podem ser classificadas de acordo com o que a causou:

Laceração: quando o tecido é esmagado por um excesso de pressão.

Escoriação: é uma lesão que ocorre na epiderme (superfície da primeira camada


da pele), em que o tecido é retirado.

Corte ou incisão: quando é causada por algum tipo de lâmina - faca ou bisturi,
por exemplo.

Contusão: são as esquimoses, fraturas ou luxações, causadas por objetos que


causam trauma ou choque nos tecidos.

Perfuração: são as feridas causadas pela perfuração em um ou em vários


tecidos, como a causada por armas de fogo.

As causadas por queimaduras, calor ou radiação, úlceras por pressão e outros.

Graus de contaminação das feridas


Já mencionamos que os tipos de feridas são definidos também pelo seu grau de
contaminação. Conheça alguns deles:

Ferida limpa: as cirúrgicas são exemplos de feridas limpas. Como são realizadas
em ambientes cirúrgicos e esterilizados, acredita-se não terem o risco de contato
com microrganismos.

Ferida limpa-contaminada: esse tipo tem grande chance de ser contaminada.


São as feridas causadas por acidentes ou abertas por até seis horas antes do
atendimento. Encaixam-se aqui também as cirurgias que envolvem cavidades.

Ferida contaminada: são as que têm reação inflamatória. Essa reação pode ser
causada pelo contato com terra ou algum outro tipo de matéria contaminada.

Ferida infectada: esses tipos apresentam sinais claros de infecção, como


edemas, vermelhidão, dor, alteração de temperatura e presença de pus. Úlceras,
feridas crônicas ou as que demoram a cicatrizar são bastante suscetíveis a ter
um agente infeccioso no local, causando uma reação inflamatória e destruindo
tecidos.

Como você pode observar, até mesmo quando são "apenas arranhões", as
feridas são classificadas (escoriações). Também conhecemos por "esfolar".
Fatores de risco para o desenvolvimento de uma ferida
Os paciente que têm Diabetes Melito (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS), são considerados como candidatos em potencial ao desenvolvimento de

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feridas crônicas. Isso porque esse grupo têm complicações vasculares mais
frequentes, principalmente se houver a presença de fatores como obesidade e
tabagismo. Além de aumentar o risco de desenvolver lesões, ainda há um
agravante: dificulta a cicatrização das mesmas.

Há outros tipos de pacientes que precisam ter cuidados redobrados: os


acamados ou os que usam cadeiras de rodas. Mas por quê? Esses pacientes
podem desenvolver uma úlcera por pressão, ou escara, como também é
chamada. Pessoas que ficam por muito tempo na mesma posição têm seus
tecidos moles pressionados a uma proeminência óssea por longos períodos de
tempo, o que acaba causando um edema, isquemia local e até mesmo ter os
mediadores de inflamação ativados – tudo isso acaba resultando na morte
celular. Esse ponto é bem importante e faz parte do conteúdo disponibilizado em
cursos online.

Paralelo a isso, alguns motivos podem interferir no processo de cicatrização de


uma ferida crônica: o estado nutricional do paciente e a idade. Nesses casos,
pode-se esperar um tratamento contínuo e prolongado.

As lesões crônicas mais comuns: lesão por doenças autoimunes; pé diabético,


úlceras vasculogênicas, feridas oncológicas e estomas.
LESÃO POR PRESSÃO
Muito comum em pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida, as lesões por
pressão ocorrem devido à pressão constante, principalmente em pontos com
proeminências ósseas que ficam em constante contato com a cama
(calcanhares, por exemplo). Também conhecidas como escaras, esse tipo de
ferida pode ser superficial – atingindo apenas a epiderme – ou mais profunda –
comprometendo músculos, tendões, ossos e até mesmo órgãos.

A principal causa desse tipo de lesão é a falta de movimentação, já que a pressão


constante no mesmo ponto diminui consideravelmente a circulação sanguínea
do paciente acamado. Os locais mais comprometidos são:

Região sacral (acima do cóccix)


Trocânteres (parte superior e lateral do fêmur)
Maléolos (osso lateral dos pés)
Calcanhares (devido ao constante contato com a cama)
Como evitar?

Mude da posição do paciente na cama, movimentando-o sequencialmente a


cada 3 horas;
Avalie diariamente a pele das regiões mais suscetíveis às lesões;
Para mudar a posição, nunca arraste o paciente sobre a cama;
Procure orientação profissional sobre tecnologias terapêuticas que diminuem a
cronicidade das lesões.
Estágios das Lesões por Pressão

Estágio I: pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não
embranquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pele de cor escura pode
não paresentar embranquecimento visível (sua cor pode diferir da pele ao redor).

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Estágio II: perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como úlcera
superficial com o leito de coloração vermelho pálida, sem esfacelo. Pode
apresentar-se, ainda, como uma bolha (preenchida com exsudato seroso),
intacta ou rompida.

Estágio III: perda de tecido em sua espessura total. A gordura subcutânea pode
estar visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode estar
presente sem prejudicar a identificação da profundidade da perda tissular. Pode
incluir descolamento e túneis.

Estágio IV: perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão.
Pode haver presena de esfacelo ou escara em algumas partes do leito da ferida.
Frequentemente, inclui descolamento e túneis.

Escaras que não podem ser classificadas: lesão com perda total de tecido, cuja
base está coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou
castanho) e/ou há escara (marrom, castanha ou negra) no leito da lesão.

Suspeita de lesão tissular profunda: área localizada de pele intacta de coloração


púrpura ou castanha ou bolha sanguinolenta devida a dano no tecido mole,
decorrente de pressão ou cisalhamento.

Tratamento

Para o tratamento da lesão por pressão deve-se avaliar, antes de tudo, o


comprometimento tecidual da região afetada. Feridas profundas e com necrose
(tecido morto) necessitam de limpeza rigorosa da lesão, realizada pelo médico
ou enfermeiro estomaterapeuta. Para o sucesso do tratamento, é importante
utilizar curativos que acelerem a cicatrização da pele e promovam o bem-estar
do paciente.

A Membrana Regeneradora Porosa Membracel é muito indicada para o


tratamento de lesões por pressão (grau II e grau III), pois protege a região
lesionada e favorece a formação do tecido de granulação, etapa essencial do
processo de cicatrização. Para aplicar, é importante que a membrana fique em
contato com todo o leito da ferida. Após a aplicação, é necessário um curativo
secundário com gaze, que irá drenar o exsudato (secreção) da lesão.

Importante: o curativo de gaze deve ser trocado diariamente ou sempre que


estiver saturado (úmido). Durante essas trocas, não é necessário retirar a
Membracel, basta realizar a limpeza cuidadosa e aplicar um novo curativo de
gaze. O tempo de permanência da membrana na lesão aumenta conforme a
evolução do tratamento, podendo chegar a até 15 dias.

Além de não precisar de trocas constantes, a membrana regeneradora porosa


protege as terminações nervosas, diminuindo instantaneamente a dor. O
conjunto dessas ações promove mais qualidade de vida ao paciente, o que
auxilia diretamente no sucesso do tratamento.

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PACIENTE OSTOMIZADO
É uma cirurgia para construção de um novo trajeto para saída de fezes e urina.
Quando é realizada no intestino grosso, chamamos de COLOSTOMIA.
Dependendo do lugar onde será feita, será diferente a frequência de evacuações
e também a consistência das fezes.
Quando é realizada no intestino delgado (fino), chamamos de ILEOSTOMIA.
Neste tipo de ostomia as fezes são inicialmente líquidas, passando, após um
período de adaptação, a ser semi-líquidas ou semi-pastosas.
Chamamos de UROSTOMIA quando é colocado um estoma para saída de urina.
O QUE É OSTOMIA INTESTINAL E URINÁRIA?
Você precisará de uma bolsa coletora para coletar as fezes e a urina, pois não
terá como controlar a saída destes materiais.
TIPOS DE BOLSA
Há diversos tipos de bolsas para atender melhor às diferentes necessidades e
tamanhos de ostomas. Podem ser, basicamente, de dois tipos, de acordo com a
finalidade – as INTESTINAIS (que coletam fezes), e as URINÁRIAS (que
armazenam urina).
Elas podem ser:
QUAIS SÃO OS TIPOS DE BOLSAS?
FECHADAS (Não drenáveis)
São descartadas após o uso. ABERTAS (drenáveis) Podem ser esvaziadas
quando necessário.
CUIDADOS COM A BOLSA Use sempre a bolsa adequada ao seu tipo de
estoma (intestinal ou urológico), de acordo com as orientações e indicações do
profissional especializado. Certifique-se de que o tamanho do seu estoma está
correto. O orifício de abertura da sua bolsa deve ser igual ou no máximo 3
milímetros maior que o seu estoma. Guarde suas bolsas de reserva em lugar
arejado, limpo, seco e fora do alcance da luz solar.
QUANDO ESVAZIAR A BOLSA?
Isto dependerá do tipo de ostomia que você tem. Dispositivos para ileostomias e
urostomias deverão ser esvaziados quando estiverem com pelo menos 1/3 de
seu espaço preenchido. É necessário esvaziar constantemente para que ele não
pese muito e descole da pele. Dispositivos para colostomias podem ser
esvaziados sempre que necessário, geralmente uma ou duas vezes por dia.

É necessário conhecer a durabilidade e o ponto de saturação (ponto máximo de


durabilidade da bolsa). A coloração da placa protetora (resina sintética) é
amarela. Trocar o dispositivo quando ela estiver ficando quase completamente
branca (chamamos de saturação). A partir daí há risco de descolamento da placa
e vasamento do conteúdo. Fazer a troca preferencialmente na hora do banho,
pois é mais fácil descolar o adesivo.
IMPORTANTE
Para seu conforto e segurança, sempre que sair de casa leve com você um kit
contendo bolsas de reserva, toalha de mão, sabonete neutro, um recipiente
contendo água limpa e um saco plástico.
CUIDADOS COM O ESTOMA
Observar sempre a cor (deve ser vermelho vivo), o brilho, a umidade, a presença
de muco, o tamanho e a forma. A limpeza do estoma deve ser feita
delicadamente. Não é necessário nem aconselhável esfregá-lo.
CUIDADOS COM A PELE AO REDOR DO ESTOMA

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A limpeza da pele ao redor do estoma deve ser feita com água e sabonete
neutro, sem esfregar com força, nem usar esponjas ásperas. Os pêlos ao redor
do estoma devem ser aparados bem curtos, com tesoura. Exponha a pele ao
redor do estoma (sempre que possível) ao sol da manhã, de 15 a 20 minutos por
dia. Tenha cuidado de sempre proteger o estoma com gaze umedecida. Não
utilize substâncias agressivas à pele, como álcool, benzina, colônias, tintura de
benjoim, mercúrio, merthiolate, pomadas e cremes. Estes produtos podem
ressecar a pele, ferindo-a e causando reações alérgicas.

CURATIVOS: TIPOS E FINALIDADE


Um bom curativo começa com uma boa preparação do carro de curativos. Este
deve ser completamente limpo. Deve-se verificar a validade de todo o material a
ser utilizado.

A limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a área mais
contaminada, evitando-se movimentos de vaivém Nas feridas cirúrgicas, a área
mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas
feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida.

Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro
fisiológico em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver
sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo
com atadura ou esparadrapo.

Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à mobilidade


(articulações), presença de pêlos (couro cabeludo) ou secreções. Nesses locais
devem-se utilizar ataduras. Esta vede ser colocada de maneira que não afrouxe
nem comprima em demasia. O enfaixamento dos membros deve iniciar-se da

53
região dista para a proximal e não deve trazer nenhum tipo de desconforto ao
paciente.
O esparadrapo deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e,
então, pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso
evita-se o tracionamento excessivo da pele e futuras lesões.

O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pêlos,
desengordurada e seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de
colocar o esparadrapo. As bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda
livre do curativo em 3 a 5 cm; a aderência do curativo à pele deve ser completa
e sem dobras. Nas articulações o esparadrapo deve ser colocado em ângulos
retos, em direção ao movimento.

Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas para


baixo, prevenindo a contaminação; deve-se usar cada gaze uma só vez e evitar
conversar durante o procedimento técnico.

Os procedimentos para realização do curativo, devem ser estabelecidos de


acordo com a função do curativo e o grau de contaminação do local.

Os tipos de curativos:
Curativo limpo
Ferida limpa e fechada
O curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
Após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
Utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.

Curativo com dreno


O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser
realizado será sempre o do local menos contaminado.
O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o
número de trocas está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.
Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24
horas e após este período poderá permanecer exposta e lavada com água e
sabão.
Sistemas de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos
ocluídos com bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas. Após este período,
a manutenção da bolsa estéril fica a critério médico.
Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos
penrose, pois enferrujam facilmente e propiciam a colonização do local.
A mobilização do dreno fica a critério médico.
Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.

Curativo contaminado

Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de
substância, com ou sem infecção. Por estarem abertas, estas lesões são
altamente susceptíveis à contaminação exógena.

O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco.

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O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de
drenagem, devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
O curativo deve ser protegido durante o banho.
A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
A anti-sepsia deve ser realizada com PVP-I tópico.
As soluções anti-sépticas degermantes são contra-indicadas em feridas abertas,
pois os tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares,
produzem hemólise e são absorvidos pelas proteínas, interferindo
prejudicialmente no processo cicatricial.
Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de
prevenir aderência nos tecidos.
Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab),
para monitorização microbiológica.

Conceitos do curativo
É um meio que consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma
ferida, quando necessário, com finalidade de promover a rápida cicatrização e
prevenir contaminação e infecção.

1. Objetivos:

Tratar e prevenir infecções; eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a


cicatrização e prolongam a convalescência, aumentando os custos do
tratamento; diminuir infecções cruzadas, através de técnicas e procedimentos
corretos

2. Finalidades:
Remover corpos estranhos
Reaproximar bordas separadas
Proteger a ferida contra contaminação e infecções
Promover hemostasia
Preencher espaço morto e evitar a formação de sero-hematomas
Favorecer a aplicação de medicação tópica
Fazer desbridamento mecânico e remover tecido necrótico
Reduzir o edema
Absorver exsudato e edema
Manter a umidade da superfície da ferida
Fornecer isolamento térmico
Proteger a cicatrização da ferida
Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida
Dar conforto psicológico
Diminuir a intensidade da dor.
Para que se faça a escolha de um curativo adequado é essencial uma avaliação
criteriosa da ferida. Essa análise deve incluir : condições físicas, idade e
medicamentos; localização anatômica da ferida; forma, tamanho, profundidade ,
bordas, presença de tecido de granulação, presença e quantidade de tecido
necrótico e presença de drenagem na ferida.

Conceitos nos tipos de curativos

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O tipo de curativo varia com a natureza, a localização e o tamanho da ferida. Em
alguns casos é necessária compressão; em outros, lavagem com soluções
fisiológicas ou anti-sépticos. Alguns exigem imobilização com faixas elásticas ou
mesmo gesso. Nos curativos de orifícios de drenagem de fístulas entéricas, a
proteção da pele sã em torno da ferida é o objetivo principal.
A seleção de um curativo é feita com base em suas propriedades físicas de
proteção e manutenção de medicamentos e/ou enzimas em contato com a ferida.
Ainda não surgiu o curativo ideal, mas um curativo bem feito pode resultar em
uma cicatrização melhor, tanto estática como funcional

1. Semi-Oclusivo

Este tipo de curativo é absorvente e comumente é utilizado em feridas cirúrgicas.


Ele tem várias vantagens

Permite a exposição da ferida ao ar;


Absorve exsudato da ferida;
Isola o exsudato da pele saudável adjacente

2. Oclusivo
Não permite a passagem de ar ou fluidos, seno uma barreira contra bactérias.
Tem como vantagens:

Vedar a ferida, a fim de impedir pneumotórax;


Impede a perda de fluidos
Promove o isolamento térmico e de terminações nervosas
Impede a formação de crostas

3. Compressivo

É utilizado para reduzir o fluxo sangüíneo, ou promover estase, e ajudar na


aproximação das extremidades do ferimento.

4. Sutura com fita adesiva

Após limpeza da ferida, as bordas do tecido seccionado são unidas e fixa-se a


fita adesiva, Este tipo de curativo é apropriado para cortes superficiais e de
pequena extensão.

5. Curativos Abertos
São realizados em ferimentos descobertos e que não tem necessidade de serem
ocluídos. Algumas feridas cirúrgicas (após 24 horas), cortes pequenos ou
escoriações, queimaduras etc. são exemplos deste tipo de curativo.

TECNICA DE REALIZAÇÃO DE CURATIVO SIMPLES


TÉCNICA BÁSICA DE CURATIVO

Lavar as mãos com água e sabão, secar e friccionar álcool 70% glicerinado;

Reunir o material necessário e levá-lo até o paciente;

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Explicar-lhe o que será feito;

Descobrir ou cobrir o paciente conforme a necessidade;

Colocar a cuba-rim ou bandeja de inox próxima ao local do curativo protegida


com papel toalha;

Abrir os pacotes de curativo com técnica asséptica, dispor as pinças em ordem


de uso. Delimitar imaginariamente espaço livre no campo para separar o material
contaminado da área estéril;

Abrir os pacotes de gaze;

Remover o curativo anterior (em caso de troca), o que poderá ser feito com as
mãos enluvadas ou com pinças;

Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução
que contenha sabão, o que removerá mecanicamente alguns patógenos e vai
também melhorar a fixação do curativo à pele.

Fazer um chumaço de gaze e embebê-lo com soro fisiológico, mantendo uma


distância em torno de 20cm entre o frasco e o chumaço. Proceder à limpeza da
área seguindo o princípio do menos para o mais contaminado: a limpeza deve
ser feita da área menos contaminada para a mais contaminada, evitando-se
movimentos de vaivém. Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele
localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais
contaminada é a do interior da ferida.
Secar toda a área com chumaços secos de gaze;
Fazer novo chumaço, embebê-lo com solução anti-séptica (PVPI tópico) e
aplicar na ferida;
Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado, lavar as feridas com soro
fisiológico em jato ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver
sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais)
Em feridas contaminadas, deve-se iniciar a anti-sepsia da área mais distante
para a mais próxima da ferida;
Secar toda a área na mesma seqüência;
OBS: quando necessário usar pomadas, aplicar sobre a espátula e esta sobre a
ferida.

Cobrir o ferimento com gazes abertas ou dobradas e atadura conforme a


extensão da ferida; Desprezar as pinças na cuba-rim;
Fixar as gazes com esparadrapo ou micropore; em certos locais o esparadrapo
não deve ser utilizado, devido à mobilidade (articulações), presença de pêlos ou
secreções. Nesses locais deve-se utilizar ataduras, estas devem ser colocadas
de maneira que não afrouxem nem comprimam em demasia. O enfaixamento
dos membros inicia-se da porção distal para a proximal e não deve ocasionar
nenhum tipo de desconforto ao paciente.
Identificar um esparadrapo sobre o curativo com o nome de quem o realizou,
data, hora e assinatura;

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Confortar o paciente;
Desprezar o material contaminado em sacos de lixo distintos conforme
determinado pela Vigilância Sanitária;
Encaminhar o material usado à Central de Esterilização de Materiais;
Lavar as mãos e friccionar com álcool 70% glicerinado;
Anotar o procedimento no prontuário do paciente.
RETIRADA DE PONTOS

Definição: consta da retirada de fios, colocados para aproximar as bordas de


uma lesão, com intuito de facilitar a cicatrização. O tempo destinado à retirada
de pontos está ligado a localização no corpo e à força tênsil da mesma

- face: 1 a 3 dias

- pescoço: 2 a 4 dias

- couro cabeludo: após 7 dias

- tronco e extremidades: 6 a 10 dias

- articulações: 8 a 12 dias

Curativos com pontos

Os tipos de sutura podem ser:

- fios não absorvíveis: poliéster, seda, suturas da pele

- fios absorvíveis: catgut ou fibra sintética.

Material utilizado

- pacote de curativo (se necessário)

- pacote para retirada de pontos

- SSI 0,9%

- Cuba rim

- Lixo

Procedimentos:

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Lavar as mãos

Preparo do cliente e do material

Retirar curativo, se houver

Limpar a incisão cirúrgica

Cortar a extremidade mais curta do ponto o mais próximo possível da pele

Coloque os pontos retirados sobre uma gaze

Cobrir a ferida somente se houver necessidade

Orientar o paciente a realizar a higiene em domicílio

Desprezar o material adequadamente

Anotar dados no prontuário.

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