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Larissa Oliveira
O PACINTE INTERNADO
Uma das formas de avaliação da qualidade da assistência de enfermagem
prestada ao paciente hospitalizado acamado, relaciona-se às limitações físicas
instaladas durante este período.
Para a enfermeira corresponder à responsabilidade assumida e às expectativas
do paciente, ela deve primordialmente:
- ter conhecimento da doença - incluindo o tratamento e o prognóstico médico;
- relacionar-se com o paciente de modo a facilitar a interação enfermeira-
paciente, e por conseguinte identificar as necessidades individuais do seu
paciente - como pessoa e como portador de determinados problemas de ordem
física;
- manter comunicação constante com os demais membros da equipe de saúde,
com vistas ao atendimento das necessidades identificadas;
- aplicar princípios e utilizar-se de meios que permitam a prevenção de limitações
físicas.
Sabe-se que a doença pode predispor o paciente a atitude de passividade. Esta
pode ser considerada sob dois aspectos: atitude de "entrega", de aceitação total
de tudo que lhe acontece, ou então de passividade física, por impossibilidade de
mover-se. Colocados estes dois aspectos, e sabendo que a falta de uso de um
órgão ou de uma parte do corpo acarreta alterações, podendo levar à limitações
funcionais, parece-nos conveniente abordar o problema do ponto de vista da
assistência de enfermagem.
A pessoa, ao adoecer e ao se internar, perde a privacidade do lar ou do ambiente
onde vive, sofre uma redução do próprio espaço e abdica de sua autonomia. O
espaço de vida é modificado e o sujeito necessita criar novos espaços e pontes;
assim modificam-se horizontes. As referências do hospital são outras. Tudo é
estranho e o paciente sente-se estrangeiro dentro do seu próprio país, o que é
uma situação de profunda lástima. Maria do Carmo Prado (1991:81) afirma: “os
mistérios universais relacionados ao nascimento, sexo e morte sempre foram
cercados de tabus e mitos sociais, os sentimentos desconhecidos ligados a eles
mantendo-se secretos e poderosos através do desenvolvimento da
humanidade”. Internado, o paciente experimenta o sentimento de medo, de
isolamento, de dependência, de sofrimento, o que o pode tornar um ser diferente
e exigente. Ele se vê separado de tudo o que constitui sua vida habitual, de seus
laços afetivos. O paciente sente-se e torna-se dependente de todos. Dependente
do médico, cuja “ciência” o poderá salvar e que, por isto mesmo, o deseja todo
tempo perto de si. Dependente da equipe de cuidados para sua alimentação,
medicação e higiene. Dependente da família e dos amigos, que o vêm visitar. Na
internação, percebe-se a perda da autonomia na diferença de lavar-se e não
tomar banho, de alimentar-se e não comer, de esperar o médico na cama e não
ir às consultas, de tomar os remédios dados pela enfermagem e não pegá-los
na farmácia. No ambulatório, o paciente conduz o tratamento; na internação, as
rotinas acabam sendo pré-determinadas pela instituição, proporcionando ao
paciente uma relação mais dependente, com menos autonomia, mais regredida
e infantilizada. Devido à ameaça que o indivíduo sente pela quebra da rotina,
“observam-se regressões emocionais, negação da realidade ou apego afetivo a
funcionários do hospital, ou mesmo uma dependência do pessoal”, segundo
Therezinha Campos (1995:64). Surge o medo da incapacidade ou morte, como
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a ameaça à sua integridade física. Ele toma contato com sua limitação, com sua
dependência e sua impotência, o que muitas vezes o leva a crescer
emocionalmente, encarando a doença como uma tentativa de reequilíbrio.
O PACIENTE E SUAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
As necessidades humanas básicas são necessidades comuns a qualquer ser
humano. Horta (1979) conceitua necessidades humanas básicas com sendo
“estado de tensões conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios
hemodinâmicos dos fenômenos vitais”. Wanda ainda diz que são aquelas
condições ou situações que o indivíduo, família e comunidade apresentam
decorrentes do desequilíbrio de suas necessidades básicas que exijam uma
resolução, podendo ser aparentes, conscientes, verbalizadas ou não. Ela
considera ainda que, em estados de equilíbrio dinâmico as necessidades não se
manifestam, porém estão latentes e surgem com maior ou menor intensidade,
dependendo do desequilíbrio instalado.
Para Wanda Aguiar Horta (1979) problemas de enfermagem são situações ou
condições decorrentes dos desequilíbrios das necessidades básicas do
indivíduo, família e comunidade, e que exigem do enfermeiro sua assistência
profissional. Maslow em sua teoria das necessidades humanas básicas afirma
que todo ser humano possui necessidades comuns que motivam o seu
comportamento e estão organizadas em cinco níveis distintos e hierarquizados:
1.Necessidades Fisiológicas
2.Necessidade de segurança
3.Necessidade de amor
4. Necessidade de estima
5. Necessidade de auto-realização
Onde existem as necessidades primárias (básicas) que são as fisiológicas e as
de segurança e as necessidades secundárias, que são as sociais, estima e auto-
realização. Abaixo a explicação de cada uma delas:
1 – Necessidades fisiológicas: São aquelas que relacionam-se com o ser
humano como ser biológico. São as mais importantes: necessidades de manter-
se vivo, de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais,
etc
2 – Necessidades de segurança: São aquelas que estão vinculadas com as
necessidades de sentir-se seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, de
conservar o emprego etc. No trabalho: emprego estável, plano de saúde, seguro
de vida etc.
3 – Necessidades sociais: São necessidades de manter relações humanas com
harmonia: sentir-se parte de um grupo, ser membro de um clube, receber carinho
e afeto dos familiares, amigos e pessoas do sexo oposto.
4 – Necessidades de estima: Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas
capacidades por nós mesmos e o reconhecimento dos outros da nossa
capacidade de adequação. Em geral é a necessidade de sentir-se digno,
respeitado por si e pelos outros, com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho
etc. Incluem-se também as necessidades de auto-estima.
5 – Necessidades de auto-realização: Também conhecidas como necessidades
de crescimento. Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser
aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir.
Relaciona-se com as necessidades de estima: a autonomia, a independência e
o auto controle.
PRONTUÁRIO – ADMISSÃO, ALTA E TRAFERÊNCIA
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Prontuário do paciente
É definido no livreto do Conselho Regional de Enfermagem como o acervo
documental padronizado, organizado e conciso referente ao registro dos
cuidados prestados ao paciente por todos os profissionais envolvidos na
assistência. A palavra prontuário deriva do latim “promptuariu” que significa lugar
onde se guarda aquilo que deve estar à mão, o que pode ser necessário a
qualquer momento.
A resolução CFM 1.638/2002 define o prontuário como “documento único
constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas,
geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente
e a assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que
possibilita a comunicação entre os membros da equipe multiprofissional e a
continuidade da assistência prestada ao indivíduo”.
Admissão
É a entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado período.
Tem por objetivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente hospitalar,
proporcionar conforto e segurança.
Na unidade de internação o paciente é recebido por um profissional da unidade
e encaminhado ao quarto ou enfermaria. Deve ser recebido com gentileza e
cordialidade para aliviar suas apreensões e ansiedades. Geralmente, o paciente
está preocupado com a sua saúde.
A primeira impressão recebida é fundamental ao paciente e seus familiares,
inspirando-lhes confiança no hospital e na equipe que o atenderá. Se recebido
atenciosamente, proporcionará sensação de segurança e bem estar, e deste
primeiro contato depende em grande parte a colaboração do paciente ao
tratamento.
Procedimentos:
1. Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas;
2. Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo o
conforto possível;
3. Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;
4. Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias;
horários das refeições; modo de usar a campainha; nome do médico e da
enfermeira chefe;
5. Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso; horário
de visita;
6. Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato da admissão,
se não for possível, colocá-los em um saco e grampear, identificando com um
impresso próprio e encaminhar para a sala de pertences;
7. Preparar o paciente em relação aos exames a que será submetido, a fim de
obter sua cooperação;
8. Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermeira não permitir o uso da
própria roupa;
9. Fazer o prontuário do paciente;
10. Verificar temperatura, pressão arterial, pulso e respiração, proceder ao
exame físico;
11. Anotar no relatório de enfermagem a admissão;
12. Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário.
Alta
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Alta Hospitalar é o encerramento da assistência prestada ao paciente no
hospital. O paciente recebe alta quando seu estado de saúde permitir ou quando
está em condições de recuperar-se e continuar o tratamento em casa.
A alta do paciente deve ser assinada pelo médico.
Procedimentos:
1. Certificar-se da alta no prontuário do paciente, que deve estar assinada pelo
médico;
2. Verificar no prontuário as medicações ou outros tratamentos a serem feitos
antes da saída do paciente;
3. Informar ao paciente sobre a alta, hora e de como será transportado;
4. Entregar ao paciente a receita médica e orientá-lo devidamente;
5. Auxiliar o paciente a vestir-se;
6. Reunir as roupas e objetos pessoais e colocá-los na mala ou sacola;
7. Devolver objetos e medicamentos ao paciente, que foram guardados no
hospital;
8. Providenciar cadeira de rodas ou maca para transportar o paciente até o
veículo;
9. Transportar o paciente;
10. Preparar a unidade para receber outro paciente.
Transferência interna do paciente
É a transferência do paciente de um setor para o outro, dentro do próprio
hospital. Poderá ser transferido quando necessitar de cuidados intensivos,
mudança de setor e troca do tipo de acomodação.
Procedimentos:
1. Após confirmação da vaga pela chefia, orientar o paciente;
2. Checar na prescrição toda a medicação que foi administrada e cuidados
prestados;
3. Separar medicamentos para encaminhá-los junto com o paciente;
4. Proceder as anotações de enfermagem no plano assistencial;
5. Fazer rol de roupas e pertences do paciente, entregando-os à família ou
encaminhando junto ao paciente;
6. Proceder o transporte do paciente, com auxílio;
7. Levar o prontuário completo, medicamentos e pertences;
8. Auxiliar na acomodação do paciente;
9. Retornar ao setor levando a maca ou cadeira de rodas;
10. Preparar a unidade para receber outro paciente.
Transferência externa
Transferência do paciente para outro hospital; referenciado pelo médico.
1. Motivo da transferência;
2. Data e horário;
3. Instituição de destino, forma de transporte e encaminhamento;
4. Procedimentos / cuidados realizados (punção de acesso venoso, instalação
de oxigênio, sinais vitais, etc.);
5. Condições na saída (maca, cadeira de rodas, nível de consciência, presença
de lesões);
6. Presença de acompanhante;
7. Queixas;
8. Nome completo e Coren do responsável pelo procedimento e transferência.
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UNIDADE DE INTERNAÇÃO
É o conjunto de elementos destinados a acomodações do paciente internado e
que englobam facilidades adequadas a prestação de cuidados necessários a um
bom atendimento (TIMBY,2001).
Tem por finalidade Proporcionar ao paciente um ambiente propicio a sua rápida
recuperação. Oferecer a enfermagem condições que favoreçam um bom
desempenho de suas funções (TIMBY,2001);
Componentes Diferem de hospital para hospital, mas de uma maneira geral e
composto por: Posto de Enfermagem, sala de serviços, sala de enfermagem,
sala de utilidade, copa, enfermarias ou quartos, rouparia, banheiro de paciente
(com chuveiro, 1 sanitário) e banheiro de funcionários (POTTER, 1998).
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assistente) para, a partir daí, as pessoas que trabalham no setor o
encaminharem à internação.
A ação de internar demora aproximadamente 15 minutos, pois todas estas
informações são repassadas para o sistema do hospital, que são importantes
principalmente ao médico assistente e a todos os outros setores do hospital,
como enfermagem, farmácia, nutrição, laboratório, Raio-X, bloco cirúrgico,
fisioterapia, psicologia, assistência social, setor de tesouraria, faturamento.
PRINCIPAIS TERMOS UTILIZADOS EM ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
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-Desorientação: estado de confusão mental em que o indivíduo perde as noções
de lugar e tempo. -Diplegia: paralisia de partes similares nos dois lados do
corpo.Paralisia bilateral. -Diplopia: visão dupla dos objetos devido aos
transtornos da coordenação dos músculos motores oculares. -Disartria:
dificuldade na articulação da palavra. -Dispepsia: dificuldade na deglutição de
líquidos, dificuldade de matar a sede. -Disfagia: deglutição difícil, geralmente
dolorosa. -Dispnéia: respiração difícil, penosa ou irregular. -Disúria: micção difícil
ou dolorosa. -Diurese: eliminação de urina. -Dorsal: referente a dorso, costas.
I -Inter: prefixo que indica “entre”, “no meio” (ex: intercostal-entre duas costelas).
-Isocoria: igualdade no tamanho das pupilas. -Isquemia: deficiência local e
temporária de sangue.
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L
-Laceração: dilaceração. -Lipotímia: perda súbita dos movimentos, conservando-
se a respiração e a circulação; desmaio. -Lombar: relativo a lombo, ou região
que fica ao lado da espinha, sobre os rins, entre o tórax e a bacia.
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R
UNIDADE DO PACIENTE
E o conjunto de espaços e moveis destinados a cada paciente;
Componentes Diferem de hospital para hospital, mas basicamente, consta de:
cama com colchão, mesa de cabeceira equipada com os pertences do paciente,
uma cadeira, campainha, mesa de refeições, escadinha. Oxigênio. A disposição
dos moveis deverão ser de maneira que permita boa circulação ao redor.
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A Limpeza Técnica é o processo de remoção de sujidades, mediante a aplicação
de agentes químicos, mecânicas ou térmicos, num determinado período de
tempo. Consiste-se na limpeza de todas as superfícies fixas (verticais e
horizontais) e equipamentos permanentes, das diversas áreas do recinto. Com
o objetivo de orientar o fluxo de pessoas, materiais, equipamentos e a frequência
necessária de limpeza, sendo imprescindível o uso de critérios de classificação
das áreas para o adequado procedimento de limpeza.
O ambiente hospitalar é classificado por três áreas específicas: área crítica, área
semicrítica e área não crítica. Cada uma delas apresenta um nível de risco sobre
a segurança profissional e requer um tipo de prevenção e cuidado.
Área crítica
São as áreas de maior risco para a aquisição de infecções, devido à presença
de pacientes mais susceptíveis ou pelo número de procedimentos invasivos
realizados; são também considerados como críticos os locais onde os
profissionais manipulam constantemente materiais com alta carga infectante.
Ex.: UTI, centro cirúrgico, centro obstétrico e de recuperação pós-anestésica,
isolamentos, setor de hemodiálise, banco de sangue, laboratório de análises
clínicas, banco de leite, dentre outros.
Área semicrítica
São as áreas ocupadas por pacientes que não necessitam de cuidados
intensivos ou de isolamento. Nesses ambientes, os profissionais não precisam
utilizar todos os materiais das áreas críticas, mas devem proteger as roupas com
jalecos para não levarem até os pacientes os microrganismos externos. Ex.:
Enfermarias, ambulatórios.
Limpeza Concorrente
Limpeza Terminal
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mensal. Inclui todas as superfícies e mobiliários. Portanto, é realizada em todas
as superfícies horizontais e verticais, das áreas críticas, semicríticas, não
críticas, infraestrutura e área comum.
MÉTODO:
Limpeza úmida para todas as superfícies, utilizando baldes
de cores diferenciadas (um contendo solução detergente e
outro contendo água limpa);
- Trocar a solução dos baldes, a cada ambiente;
- Limpeza banheiro: lavar.
Técnica
Iniciar sempre da área mais limpa para a mais suja;
Utilizar movimento único, em um só sentido, para a limpeza
de todas as superfícies;
Do mais distante para o mais próximo;
Do fundo para a porta.
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Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas Críticas Semanal
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Semicrítica Quinzenal
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Não-Crítica Mensal
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas comuns Mensal
sempre que
necessário
Data e horário pré-
estabelecido, e
Áreas externas Semanal
sempre que
necessário
MÉTODO:
Reunir e organizar todo o material necessário no carrinho de
limpeza;
Colocar o carrinho de limpeza do lado da porta de entrada do
ambiente, sempre do lado de fora;
Utilizar os EPIs necessários e indicados para a realização do
procedimento de limpeza;
Realizar, quando necessárias, a
desinfecção/descontaminação de matéria orgânica conforme
as normas vigentes;
Trocar as luvas para execução das demais etapas;
Recolher os sacos de lixo do local, separados, fechando-os
com dois nós e depositando-os, seguindo o Manual de
Gerenciamento de Resíduo;
Iniciar a limpeza pelo mobiliário com solução detergente para
remoção da sujidade;
Realizar o enxágue e sempre que necessário, realizar fricção
com álcool 70%;
Proceder a limpeza da porta, do visor e da maçaneta com
solução detergente;
Proceder a limpeza do piso com solução padronizada;
Realizar a limpeza do banheiro, iniciando pela pia, o vaso
sanitário e por último o piso e ralos (não se esquecer de
limpar o porta papel toalha, o porta papel higiênico, o
espelho, a válvula de descarga);
Reorganizar o ambiente;
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Desprezar as soluções dos baldes, no local indicado pela
chefia imediata;
Realizar a higienização dos baldes;
Proceder a limpeza do recipiente para resíduos, com solução
detergente, em local específico;
Repor os sacos de lixo, conforme Manual de Gerenciamento
dos Resíduos;
Retirar e lavar as luvas;
Lavar as mãos;
Repor os produtos de higiene pessoal (sabonete, papel
toalha e higiênico).
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deve-se levar em consideração as necessidades de consumo, as condições de
armazenamento, a validade dos produtos e o prazo de esterilização. Os artigos
permanentes devem ter seu uso assegurado pela limpeza, desinfecção,
descontaminação e esterilização.
Artigos críticos
São assim denominados em função do alto risco de infecção, se estiverem
contaminados com qualquer microrganismo ou esporos (forma de resistência).
São artigos que entram em contato direto com tecidos ou tratos estéreis
devendo, portanto ser submetidos ao processo de esterilização. Ex. agulhas,
instrumentais cirúrgicos, soluções injetáveis, cateteres intravasculares e
dispositivos a eles conectados, como equipo de solução e torneirinhas.
Artigos semicríticos
São aqueles que entram em contato com a pele não íntegra e membranas
mucosas. Devem ser submetidos no mínimo à desinfecção. Em algumas
circunstâncias a esterilização é desejável pelo risco do artigo tornar-se crítico,
como em lesões acidentais de mucosas.
Dificuldades técnicas e riscos inerentes aos processos de desinfecção química
também concorrem para a indicação da esterilização. Ex.: sonda nasogástrica,
equipamentos respiratórios, equipamentos de anestesia e endoscópios.
Artigos não críticos – são artigos destinados ao contato com a pele íntegra do
paciente. Ex.: comadres (aparadores), cubas, aparelhos de pressão, entre
outros. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível. Deve-se
atentar para o risco de transmissão secundária por parte dos profissionais que
lidam com o artigo e entrem em contato com o paciente.
BIOSSEGURANÇA
Biossegurança é o conjunto de estudos e procedimentos que visam a evitar ou
controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos (substâncias
tóxicas), agentes físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais) e
agentes biológicos (agentes infecciosos) à biodiversidade.
Outra definição nessa linha diz que a biossegurança é o conjunto de ações
voltadas para a prevenção e proteção do trabalhador, minimização riscos
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais,
a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados.
A participação efetiva dos profissionais de saúde depende do nosso
conhecimento sobre a abrangência das infecções. Essa relação facilita o acesso
ao conhecimento sobre as infecções hospitalares.
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Assepsia é o conjunto de medidas adotadas para impedir a introdução de
agentes patogênicos no organismo.
Vários são os produtos utilizados, dentre eles destacamos o iodo povidona PVPI,
o qual é muito utilizado na antissepsia e degermação. Porém, os diferentes tipos
de PVPI são utilizados em diferentes superfícies, e, portanto, vamos conhecer
um pouco mais sobre cada um deles?
PVPI alcoólico: Indicado para uso em pele íntegra, após degermação das mãos,
com a finalidade de fazer luva química e demarcar a área operatória, reduzindo
a flora da pele;
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iodo, podendo acarretar hipertireoidismo. A clorexidine deve ser utilizada em
caso de pacientes ou funcionários alérgicos ao iodo.
Portanto, de acordo com esses conceitos, você pode verificar que a desinfecção
reduz ao mínimo o contato dos indivíduos com materiais ou objetos infectados.
Pode ainda ser desinfecção terminal “desinfecção feita no local em que esteve
um caso clínico ou portador, ocorrendo, portanto, depois que a fonte primária de
infecção deixou de existir (por morte ou por ter se curado), ou depois que ela
abandonou o local”. (MS).
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indicado para fazer sanitarização de artigos não críticos (comadres, potes
plásticos).
- Não-Definido: engloba métodos como passar a ferro (aplicar calor seco), água
fervente por 30 minutos, pastilhas de formaldeído. O nível irá depender da
concentração dos germicidas e da temperatura aplicada.
Esterilização
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É o método que destrói todos os organismos patogênicos (bactérias, fungos,
esporos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos, químicos e físico-
químicos. Na escolha do método de esterilização é avaliado o material a ser
submetido ao processo, considerando sua natureza e a resistência do mesmo a
calor, vapor ou ambos.
Precaução respiratória
Consistem em:
1. Quarto privativo (ou coorte, que deve ser evitada) que possua pressão de ar
negativa em relação às áreas vizinhas; um mínimo de 06 trocas de ar por hora;
e, cuidados com o ar que é retirado do quarto (filtragem com filtros HEPA) antes
da recirculação em outras áreas do hospital. As portas devem ser mantidas
fechadas;
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e varicela não devem entrar no quarto de pacientes com suspeita ou portadores
destas infecções;
3. O transporte dos pacientes deve ser limitado, mas se for necessário eles
devem usar máscara (a máscara cirúrgica é suficiente).
Consistem em:
1. Quarto privativo ou coorte, quando os pacientes estiverem acometidos pela
mesma doença transmissível. Os recém-nascidos podem ser mantidos em
incubadora. Crianças e outros pacientes, que não deambulam, não requerem
quarto privativo, desde que as camas tenham um afastamento maior do que
1metro entre elas;
3. Uso de avental limpo, não estéril, quando entrar no quarto, se for previsto
contato com o paciente que possa estar significativamente contaminando o
ambiente (diarréia, incontinência, incapacidade de higienização, colostomia,
ileostomia, ferida com secreção abundante ou não contida por curativo). O
avental deve ser retirado antes da saída do quarto, e deve-se evitar o contato
das roupas com superfícies ambientais potencialmente contaminadas;
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líquidos corpóreos, secreções e excreções, com exceção do suor, sem
considerar a presença ou não de sangue visível; pele com solução de
continuidade (pele não íntegra) e mucosas.
São recomendadas para aplicação em todas as situações e pacientes,
independente da presença ou ausência de doença transmissível comprovada.
- Higienização das mãos
Deve ser realizada antes e após contato com paciente, e entre dois
procedimentos realizados no mesmo paciente. Também é recomendada
lavagem de mãos após a retirada das luvas.
- Luvas
Recomenda-se uso de luvas, caso haja contato com sangue ou líquidos
potencialmente infectantes.
- Avental
Recomenda-se uso de avental, caso haja possibilidade de contato da pele ou
roupas do profissional com sangue ou líquidos potencialmente infectantes.
- Máscara, óculos, protetor facial
Recomenda-se uso de máscara e óculos ou protetor facial, caso haja
possibilidade de respingos de sangue ou líquidos potencialmente infectantes
atingirem a face do profissional de saúde.
- Prevenção de acidentes com materiais pérfuro-cortantes
Deve haver educação quanto ao uso e descarte destes materiais. O reencape é
proibido. As caixas de descarte devem ser dispostas em locais visíveis, de fácil
acesso. O transporte destes materiais deve ser feito com cuidado, evitando-se
acidentes.
- Descontaminação de superfícies
A descontaminação de superfícies deve ser feita caso haja presença de sangue
ou líquidos potencialmente infectantes em superfícies.
- Artigos e equipamentos
Artigos utilizados devem ser submetidos à limpeza e desinfecção ou
esterilização, antes de serem utilizados em outro paciente.
2- Precauções para transmissão através de contato
Os microorganismos podem ser transmitidos de uma pessoa a outra através do
contato com a pele ou mucosa. Podemos classificar este modo de transmissão
em duas categorias:
2.1- Contato direto
Ocorre quando um microorganismo é transmitido de um paciente a outro,
através do contato direto da pele, sem que haja a participação de um veículo
inanimado ou fômite como, por exemplo, herpes simples, Herpes zoster não
disseminado em imunocompetente, feridas com secreção abundante não
contida, diarréia infecciosa em paciente incontinente.
2.2- Contato indireto
Quando a transmissão ocorre pelo contato da pele e mucosas com superfícies
ambientais e nos artigos e equipamentos de cuidados aos pacientes
contaminados por microorganismos, como por exemplo, Enterococo resistente a
vancomicina.
Precauções para transmissão por via aérea ou respiratória
A transmissão de microorganismos por via aérea ou respiratória é dividida em
transmissão por gotículas ou por aerossóis.
Diferenças entre a transmissão por via aérea e a transmissão por partículas
aerossolizadas.
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Isolamento protetor ou reverso
Será instituído principalmente em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos,
a fim de garantir a proteção do paciente contra infecções.
INFECÇÃO COMUNITÁRIA X INFECÇÃO HOSPITALAR
Princípios:
Critérios gerais:
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c) as infecções no recém-nascido são hospitalares com exceção das
transmitidas de forma transplacentária.
Operações Limpas:
Operações Infectadas:
CCIH
A CCIH diz respeito a um grupo de profissionais da área de saúde, de nível
superior, formalmente designado para, juntamente com a Direção do Hospital,
planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar o Programa de Controle de
Infecção Hospitalar – um conjunto de ações desenvolvidas com o objetivo de
reduzir ao máximo possível a incidência das infecções hospitalares. A CCIH deve
ser adequada às características e necessidades do Estabelecimento de
Assistência à Saúde – EAS, sendo constituída de membros consultores e
executores.
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Quais ações são desempenhadas pela CCIH?
• Realização da vigilância epidemiológica para detecção de casos de infecção
hospitalar, seguindo critérios de diagnósticos previamente estabelecidos, a fim
de entender sua ocorrência e planejar ações de melhoria em conjunto com a
direção hospitalar e equipe assistencial;
Elaboração de diretrizes para a prevenção das infecções relacionadas à
assistência à saúde, que devem sem incorporadas nas normas e rotinas de
atendimento ao paciente e serviços de apoio, com o objetivo de diminuir os riscos
de ocorrência de uma infecção relacionada à assistência à saúde.
Colaboração no treinamento de todos os profissionais da saúde no que se refere
à prevenção e controle das infecções hospitalares;
• Elaboração de orientações para prescrição adequada de antibióticos e
implantação de ações que contribuam para o controle de seu uso, evitando que
os mesmos sejam prescritos de maneira indevida;
• Estabelecimento de recomendações quanto às medidas de precaução e
isolamento para pacientes com doenças transmissíveis ou portadores de
bactérias resistentes a antibióticos, a fim de reduzir o risco de transmissão
desses agentes entre pacientes ou profissionais de saúde;
• Oferecer apoio técnico à administração hospitalar para a aquisição correta de
materiais e equipamentos e para o planejamento adequado da área física dos
estabelecimentos de saúde.
A Lei Federal n° 6.431, de 06 de janeiro de 1997, instituiu a obrigatoriedade da
existência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e de um
Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), sendo esse um
conjunto de ações a serem desenvolvidas com o objetivo de reduzir ao máximo
a incidência e a gravidade das infecções. Em 12 de maio de 1998, o Ministério
da Saúde publicou a Portaria n° 2.616, regulamentando a criação das CCIH.
Essa Portaria define critérios para organização das CCIH, bem como para o
diagnóstico das infecções hospitalares, orientações sobre a vigilância das
infecções hospitalares, recomendações sobre a higiene das mãos e outros
temas como: o uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia. Ainda,
segundo o Artigo 6° dessa mesma portaria, o regulamento deve ser adotado em
todo o território nacional pelas pessoas jurídicas e físicas, de direito público e
privado, envolvidas nas atividades hospitalares de assistência à saúde.
Quais os profissionais que participam de uma CCIH?
É necessário que os profissionais que participam de uma CCIH possuam
treinamento para a atuação nessa área. Há exigência legal para manutenção de
pelo menos um médico e um profissional enfermeiro na CCIH de cada hospital.
Isso está regulamentado em portaria do Ministério da Saúde. Outros
profissionais do hospital também devem participar da CCIH. Eles contribuem
para a padronização correta dos procedimentos a serem executados. Esses
profissionais devem possuir formação de nível superior e são: farmacêuticos,
microbiologistas, epidemiologistas, representantes médicos da área cirúrgica,
clínica e obstétrica. Representantes da administração do hospital também
devem atuar na CCIH para garantir a estrutura necessária para a implantação
das recomendações.
RSS – RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Dentro do grupo dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), são encontrados
os resíduos oriundos de hospitais (lixo hospitalar), drogarias, consultórios
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médicos e odontológicos, laboratórios de análises clínicas, dentre outros
estabelecimentos que prestam serviços semelhantes a estes.
As pessoas que manipulam os RSS têm sua saúde exposta a riscos, sendo que
o manejo de forma incorreta destas, pode levar a um aumento do número de
casos de infecções hospitalares. Já em relação à questão ambiental, os RSS
quando presentes nos lixões poluem lençóis freáticos e corpos hídricos devido
ao chorume formado pelo acumulo do lixo.
Classificação
No Brasil, há alguns anos atrás, os RSS eram manejados da mesma forma que
os resíduos domiciliares e públicos, ou seja, sua coleta, transporte, tratamento e
local de despejo em ambos as situações eram iguais. Mas no dia 7 de setembro
de 2004 entrou em vigor a Resolução da Diretoria Colegiada, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA, n° 306, onde estão definidas as
classificações dos RSS e qual o devido gerenciamento a ser dado para cada
grupo.
24
Armazenamento temporário: acondiciona temporariamente os recipientes onde
estão contidos os resíduos, próximo ao ponto em que eles foram gerados. Esta
medida visa agilizar o recolhimento dentro do estabelecimento.
Armazenamento externo: refere-se à guarda dos recipientes no qual estão
contidos os resíduos, até que seja realizada a coleta externa.
Coleta e transporte externos: refere-se ao recolhimento dos RSS do
armazenamento externo, sendo encaminhado para uma unidade de tratamento
e destinação final.
Tratamentos dos Resíduos de Serviços de Saúde
O tratamento dos RSS é de extrema importância, pois consiste na
descontaminação dos resíduos, através de meios químicos ou físicos que devem
ser feitos em locais seguros. Esta etapa pode ser realizada através de diversas
maneiras:
Reutilização e reciclagem
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Se a geração de lixo é inevitável, a reutilização e a reciclagem são as melhores
opções seguindo a lista de prioridades. A reutilização consiste em reaproveitar
os resíduos sem transformá-los física, físico-química ou biologicamente. Já a
reciclagem consiste na transformação de resíduos sólidos em novos insumos ou
produtos, alterando suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas.
Para facilitar o encaminhamento para reciclagem, a coleta seletiva é
importantíssima. Geralmente os materiais que são encaminhados para este
processo são plástico, vidro, papel e metal. Alguns materiais não podem ser
reciclados ainda por questões tecnológicas.
Tratamento
Existem diversas formas possíveis de tratamento de resíduos a fim torná-los
menos agressivos para a disposição final. São exemplos de métodos de
tratamento de lixo a compostagem, a digestão anaeróbica, a incineração e a
pirólise.
Disposição final
Após esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação dos
resíduos, os rejeitos devem ser dispostos em aterros sanitários.
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- Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente.
- Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para espirrar,
manusear dinheiro
- Antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.
- Após manusear quaisquer resíduos.
- Ao término de cada tarefa.
- Ao término da jornada de trabalho.
Proteja-se:
- Lave corretamente as mãos;
- Utilize corretamente os equipamentos de proteção individual - EPI.
Lembretes técnicos:
- O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos.
- Manter líquidos anti-sépticos para uso, caso não exista lavatório no local.
- Tem-se comprovado que a contagem de microrganismos sob as unhas e
quando se está usando anéis, relógios e pulseiras é mais alta.
- Mantenha as unhas tão curtas quanto possível, e remova todas as jóias antes
da lavagem das mãos.
- Realize o mesmo procedimento a cada paciente ou ensaio.
- A lavagem das mãos deve ser feita em uma pia distinta daquela usada para a
lavagem do instrumental, vidrarias ou materiais de laboratório.
- Deve-se evitar lesionar as mãos. Caso as luvas sejam rasgadas ou
puncionadas durante quaisquer procedimento, elas devem ser removidas
imediatamente, e as mãos devem ser lavadas cuidadosamente.
- Profissionais com lesões nas mãos ou dermatites devem abster-se, até o
desaparecimento dessas lesões, de cuidar de pacientes e de manipular
instrumentos, aparelhos ou quaisquer materiais potencialmente contaminados.
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TÉCNICA PARA CALÇAR LUVAS ESTÉRIL
O procedimento de calçar um par de luvas estéril requer técnica correta, para
evitar a contaminação da luva, fato este que pode ocorrer com facilidade, por
isso requer muita atenção.
As luvas estéreis devem ser utilizadas sempre que ocorrer a necessidade de
manipulação de áreas estéreis. Existem vários procedimentos que exigem a
utilização de luvas estéreis, entre eles os procedimentos cirúrgicos, aspiração
endotraqueal, curativos extensos, que se tornam difíceis realizar somente com o
material de curativo.
Resumindo, em qualquer ocasião que for necessário o auxílio manual em locais
estéreis ou em lesões, usa-se as luvas esterilizadas.
Podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em tamanhos
numerados como 6.0, 6.5, 7.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o fabricante.
Após realizar a lavagem correta das mãos, abra o pacote de luvas sobre uma
superfície limpa, à altura confortável para sua manipulação.
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Observe que existem abas nas dobras internas da embalagem das luvas.
Elas existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de tocar
nas luvas e contaminá-las. Então, segure nas abas abra os dois lados que
revestem as luvas, conforme a figura abaixo.
As luvas estão dispostas corretamente a sua frente, onde: a luva da mão direita
está a sua direita, e a luva da mão esquerda, está a sua esquerda. Isso na
maioria dos fabricantes. A maioria das luvas não tem lado anatômico, mas ficam
dispostas nesse sentido, devido a dobra existente do polegar.
Agora, prepare-se para calçar a luva na mão dominante. Com sua mão não
dominante, segure a luva pela face interna da luva (que vem dobrada
propositalmente).
Lembre-se: enquanto você estiver sem luvas, segure apenas pela face onde a
luva irá entrar em contato com sua pele, ou seja, face interna.
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procedimento mesmo com os dedos posicionados de forma errada (é muito
arriscado tentar arrumar a posição dos dedos, você pode contaminá-la).
Após esta etapa, introduza até que sua mão entre completamente na luva,
sempre a segurando pela face interna.
Agora que você colocou a primeira luva estéril (na mão dominante), vamos
colocar a luva na mão esquerda (não-dominante). Lembre-se, que agora
estamos com uma luva estéril na mão dominante, não podemos tocar em lugares
que não sejam estéreis, sejam eles a nossa pele, superfícies ou objetos ao nosso
redor. Com a mão dominante (enluvada), segure a outra luva pela face externa
(ou seja, por dentro da dobra existente). Esta dobra existente no punho da luva
servirá de apoio para segurar a luva, sem que ocorra o risco de contaminar a
luva, mesmo que imperceptivelmente.
Sempre segurando pela dobra do punho da luva, introduza calmamente sua mão
esquerda (não-dominante) na luva, semelhante ao realizado na primeira, mas
agora, com a cautela de não tocar com a luva na pele da mão esquerda ou em
locais não-estéreis.
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Siga esta etapa, até introduzir toda a mão esquerda na luva.
Peso e altura:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Informar ao paciente o que vai ser feito e encaminha-lo até o local da balança;
4. Forrar o piso da balança com papel toalha;
5. Tarar a balança;
6. Abaixar o pino da trave;
7. Pedir ao paciente para retirar o penhoar ou roupão e chinelos, subir na balança
e ficar no centro da mesma;
8. Destravar a balança e dispor o massor de quilos na escala graduada até o
número estimado;
9. Movimentar o massor de gramas até o número em que o fiel da balança fique
nivelado;
10. Ler corretamente o peso indicado, colocando-se a frente do paciente;
11. Abaixar o pino da trave e retornar os massores ao ponto zero;
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12. Pedir ao paciente para ficar com as costas para o antropômetro, unir os
calcanhares e manter-se ereto;
13. Erguer a régua, com o braço voltado para um dos lados do paciente, até
acima da cabeça. Girar o braço da régua até a frente do paciente e abaixá-lo
lentamente, até que o ângulo reto da régua encoste-se à cabeça;
14. Ler a escala graduada a altura do paciente;
15. Virar o braço da régua para um dos lados até voltá-lo a posição anterior;
16. Auxiliar o paciente a descer da balança. Calçar os chinelos e vestir o roupão;
17. Retirar o papel da balança e desprezar;
18. Anotar no prontuário, e comparar com os dados anteriores.
Circunferência abdominal:
1. Fazer planejamento;
2. Levar à unidade do paciente fita métrica em bandeja;
3. Colocar o biombo ao redor do leito do paciente;
4. Manter o paciente deitado;
5. Expor a região abdominal do paciente;
6. Pegar na ponta da fita métrica e passar por trás do paciente;
7. Pegar a fita métrica do lado oposto do paciente e unir com o restante da fita
na região umbilical;
8. Verificar o número que indica na fita;
9. Manter o paciente confortável e a unidade em ordem;
10. Realizar a limpeza da fita métrica com álcool 70% e guardá-la;
11. Anotar no prontuário do paciente.
Higiene Oral
Recomendação:
Consiste em manter a boca, bochechas, língua e gengivas limpas, afim de
prevenir cáries, gengivite, periodontite, halitose, formação de placas bacterianas.
Uma higiene oral bem feita proporciona ao paciente uma sensação de bem estar
e estimula o apetite.
Descrição do procedimento:
É necessário explicar ao paciente o procedimento que será realizado, se o
paciente for consciente, porém impossibilitado de realizar a higiene bucal,
coloque-o em uma posição confortável, elevando a cabeceira, se o paciente for
inconsciente coloque-o em decúbito lateral, peça ao paciente para abrir a boca,
caso esteja inconsciente abra com o auxílio de uma espátula, use uma escova
de dentes ou uma espátula com gazes com anti-séptico bucal ou creme dental
para a higiene, faça a limpeza com cuidado para não ferir a gengiva do paciente.
Enxague a boca do paciente, caso tenha usado solução anti-séptica, não é
necessário o enxague. Descarte os materiais usados no lixo, anote no prontuário
o procedimento realizado e relate qualquer alteração na cavidade bucal do
paciente. Na realização deste procedimento deve ser utilizado pelo profissional
de enfermagem luvas de procedimento e máscara facial.
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Higiene Corporal
Recomendação:
Além da limpeza do corpo, o banho também assegura ao paciente o bem estar
e a auto estima, estimula a circulação sanguínea que ajuda na prevenção de
úlceras de pressão.
Descrição do procedimento:
A água deve estar em uma temperatura agradável, e o profissional deve
promover a privacidade do paciente com um biombo ou fechando a porta do
quarto. Após o banho o profissional de enfermagem deve ter o cuidado de retirar
todo o sabão ao enxaguar o paciente e enxugar completamente, principalmente
nas regiões genitais, proporcionando a maior privacidade possível ao paciente.
Existe alguns tipos de banho, isso varia de acordo com a patologia e o estado
geral que se encontra o paciente:
Descrição do procedimento:
Explique ao paciente o procedimento a ser realizado, promova a privacidade dele
com um biombo ou feche a porta do quarto. Use água morna em uma bacia,
massageie bem o couro cabeludo com shampoo, podendo repetir a lavagem,
tomando cuidado para não ir espuma nos olhos do paciente. Enxague com água
morna até a retirada total do shampoo e condicionador caso tenha usado. Seque
bem os cabelos e penteie. Despreze a água utilizada, retire o biombo do quarto,
organize e encaminhe o material usado para o expurgo. Anote o procedimento
realizado no prontuário do paciente, registrando o aspecto do couro cabeludo.
Na realização deste procedimento deve ser utilizado pelo profissional de
enfermagem luvas de procedimento e avental.
Higiene íntima
Recomendação:
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Promove a higiene do paciente, elimina odores, previne infecções e proliferação
de fungos.
Descrição do procedimento:
Quando o paciente encontra-se impossibilitado de fazer sua própria higiene,
explique o procedimento que será realizado, promova a privacidade dele, com
biombo ou feche a porta do quarto.
Recomenda-se que a higiene seja feita preferencialmente três vezes ao dia com
água e sabonete especial.
BANHO NO LEITO
Material necessário
• Lavar as mãos;
• desocupar a mesa‐de‐cabeceira;
• colocar a roupa dobrada e na ordem em que vai ser usada, sobre o espaldar
da cadeira aos pés da cama;
Material:
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Escova de dente; dentifrício; copo descartável com água; toalha de rosto; cuba-
rim; espátula; canudo s/n; lubrificante labial (vaselina); anti-septico oral
(Cepacol); luva de procedimento; gaze.
Caso não tenha escova, utilizar uma espátula enrolada com gaze.
• lavar os olhos, limpando do canto interno para o externo, usando uma parte
diferente do pano de banho
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• erguer a toalha com uma das mãos e com a outra lavar e enxaguar o tórax e
abdome com movimentos
circulares;
e interdígitos;
• vestir o paciente;
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• colocar o lençol de cima sobre o que está cobrindo o paciente e retirar o de
baixo;
• recompor a unidade;
• retirar as luvas;
• lavar as mãos;
Técnica
Por finalidade didática vamos separar a técnica de aspersão em 3 fases:
Preparação;
Realização prática da técnica;
Reorganização.
Preparação
Essa fase aborda toda a preparação para realizar a técnica com a finalidade de
garantir a segurança e efetividade do procedimento de acordo com a prescrição
de enfermagem.
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Após preparar todo o material e certificar a segurança, agora é o momento da
realização da técnica.
Calçar as luvas;
Auxiliar o paciente na deambulação até o banheiro. Caso seja necessário, utilize
o auxílio de uma cadeira de banho;
Auxiliar o paciente a despir-se;
Caso o paciente tenha riscos de queda, realizar o banho na cadeira;
Se o paciente tem autonomia para banhar-se sem auxílio, pode-se utilizar esse
tempo para arrumar o leito do mesmo;
Auxiliar o paciente a enxugar-se e a vestir-se;
Auxiliar o paciente a realizar a higiene oral;
Encaminhar o paciente a voltar ao leito;
Reorganização
Após realizar o procedimento, este será o momento da reorganização dos
materiais utilizados, descarte dos roupas sujas e de cama e realização das
anotações de enfermagem.
Considerações Importantes
Importante que a equipe de enfermagem esteja atenta para que se cumpra os
itens a se seguir:
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Após o banho, auxiliar o paciente a promover a higiene oral e a hidratação da
pele por meio de hidratante corporal.
UNIDADE DO PACIENTE
LIMPEZA DE UNIDADE
NORMAS
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03 - O produto utilizado para a limpeza terminal da unidade devera ser fenol
sintético. No caso da limpeza concorrente, usar álcool a 70%;
LIMPEZA TERMINAL
Material:
Panos de limpeza,
Bacia.
Técnica:
01 - Lavar as mãos;
02 - Reunir o material;
04 - Calçar luvas;
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07 - Afastar a cama da parede, deixando espaço suficiente para realização da
limpeza;
14 - Passar para o lado mais distante e limpar a lateral do leito, grade e pés do
leito;
15 - Passar para o lado mais próximo e limpar a lateral do leito, grade e pés do
leito;
19 - Retirar as luvas;
23 - Lavar a mãos.
ARRUMAÇÃO DO LEITO
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Cama aberta - quando esta ocupada por paciente.
NORMAS
Material:
Luvas de procedimento,
02 Lençois,
01 Travesseiro,
01 Fronha,
01 Forro,
01 Cobertor, se necessário,
Hamper.
Técnica:
01 - Lavar as mãos;
02 - Preparar o material;
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03 - Colocar o material no carrinho de banho ou mesa de cabeceira;
05 - Desprezar as luvas;
13 - Recompor a unidade;
14 - Lavar as mãos.
Material:
01 travesseiro,
02 lençois,
01 fronha,
Camisola ou pijama,
01 forro.
Técnica:
01 - Lavar as mãos;
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02 - Colocar a roupa na mesa de cabeceira;
Obs: Se o paciente for totalmente dependente, a troca de cama dever ser feita
por duas pessoas.
TIPOS DE LEITOS
Os leitos hospitalares são classificados em:
2.1 Leito de Internação;
2.2 Leito Complementar de internação;
2.3 Leito de Hospital Dia; e
2.4 Leito de Observação.
2.1 - LEITO DE INTERNAÇÃO
É a cama numerada e identificada destinada à internação de um paciente,
localizada em um quarto ou enfermaria, que se constitui no endereço exclusivo
de um paciente durante sua estadia no hospital e que está vinculada a uma
unidade de internação ou serviço, no sentido de atender a ambiência hospitalar
necessária para a execução do processo assistencial, qualificado e humanizado
em conformidade a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 50/2002, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
44
isolamento, isolamento reverso e as unidades de tratamento intensiva e semi
intensiva.
Os leitos complementares de internação são classificados em:
2.2.1 Leito de Isolamento;
2.2.2 Leito de Isolamento Reverso;
2.2.3 Leito de Cuidados Intensivos (UTI); e
2.2.4 Leito de Cuidados Intermediários (UCI).
2.3 - LEITO HOSPITAL DIA
É um leito hospitalar destinado ao atendimento do paciente adulto ou pediátrico
na unidade, por um período até 12 horas, para a realização de tratamento clínico,
cirúrgico, diagnóstico ou terapêutico.
Observação: O leito de hospital dia de acordo com a legislação vigente é
considerado como leito de internação mas para fins do cálculo da taxa de
ocupação hospitalar, esses leitos não são incluídos.
2.4 - LEITO HOSPITALAR DE OBSERVAÇÃO
É o leito destinado a paciente sob supervisão multiprofissional para fins
diagnósticos ou terapêuticos, por período inferior a 24 horas, não sendo
considerado como leito hospitalar de internação. Os leitos de observação são
classificados como:
2.4.1 Leitos de Recuperação Pós-Anestésica (RPA);
2.4.2 Leitos de Apoio para Procedimentos Diagnósticos e/ou Terapêuticos;
2.4.3 Leitos de Urgência e Emergência; e
2.4.4 Leitos de Pré-Parto;
CLASSIFICAÇÃO DO LEITO DE INTERNAÇÃO POR CONDIÇÕES DE USO
3.1 - LEITO DE INTERNAÇÃO ATIVO (OPERACIONAL)
É o leito habitualmente utilizado para internação, mesmo que eventualmente não
possa ser utilizado por período de até 30 dias, por qualquer razão.
3.2 - LEITO BLOQUEADO
Leitos de internação ativos que não podem ser utilizados por qualquer razão
(características de outros pacientes que ocupam a mesma enfermaria,
manutenção predial ou de mobiliário, falta transitória de pessoal, higienização).
O tempo de bloqueio não deverá ser superior a 30 (trinta) dias, a partir deste
período será considerado leito desativado.
Destaca-se que os leitos bloqueados devem ser considerados no cálculo da taxa
de ocupação.
3.3 - LEITO EXTRA PARA INTERNAÇÃO
É a cama ou maca que não é utilizada para internação, mas que em situações
de extrema excepcionalidade (calamidades e epidemias) é colocada em
funcionamento em áreas que habitualmente não seriam destinadas à internação,
ou em áreas que passam a comportar mais leitos do que sua capacidade. Estes
leitos são disponibilizados em situações de excepcionalidade, mas devem contar
com profissionais, insumos e equipamentos mínimos necessários para
atendimento ao paciente. O número de leitos extras não deve ser considerado
no cálculo da taxa de ocupação.
3.4 LEITO EM ATENÇÃO DOMICILIAR
Leito não hospitalar em ambiente domiciliar sob supervisão e retaguarda
hospitalar referenciada realizado por equipe multiprofissional e equipamentos
básicos.
TRANSPORTE DO PACIENTE ACAMADO
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É a transferência do paciente de um local a outro, utilizando-se de maca ou
cadeira de rodas.
Cuidados específicos:
1. Paciente com soro:
• Cuidado para não obstruir a agulha ou cateter, mantendo o soro sempre em
altura adequada para gotejamento uniforme;
• Não tracionar o equipo, para que a agulha ou cateter não se desloque, e para
evitar desconexão;
• Se houver formação de soroma (infiltração de soro no tecido subcutâneo),
interromper o gotejamento. Comunicar o responsável pela medicação assim que
chegar à unidade;
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• Caso haja desconexão dos cateteres, procurar o posto de enfermagem mais
próximo.
Pacientes anestesiados:
• Proceder sempre o transporte em maca com grade;
• Não movimentar muito o paciente, pois pode provocar vômito. Nestes casos,
lateralizar a cabeça do paciente, para evitar aspiração. Se o paciente estiver som
sonda nasogástrica abri-la.
FERIDAS
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superficial ou pode ser profunda. Normalmente, uma ferida fecha em até seis
semanas.
Por isso existem os cursos a distância que tratam desse assunto. Sabemos que
é preciso um profundo conhecimento do que se faz, principalmente quando se
trata de saúde. Uma ferida que não é bem cuidada pode trazer graves problemas
à saúde. Nos cursos EAD sobre cuidados aplicados a ferimentos, aprende-se
desde a limpeza de feridas, até os melhores tipos de curativos a serem usados
em cada caso.
Agudas: são as feridas recentes e que estão nas camadas mais próximas à
superfície (epiderme e derme). São normalmente causadas por fatores externos,
como traumas biológicos, químicos ou físicos. Elas podem ainda serem
causadas por cirurgias – neste caso, se não tratadas de forma adequada, podem
ser transformar em crônicas.
Feridas cirúrgicas
São normalmente causadas de forma premeditada e se originam de algum
tratamento específico. Devem ser feitas de forma asséptica (livre de
contaminação), e empregando os cuidados corretos, através de profissionais da
área médica.
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Feridas patológicas
São as resultantes de fatores sistêmicos: deficiências proteicas ou doenças pré-
existentes, como Diabetes Melito (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).
O "pé diabético" é um exemplo de ferida patológica.
Feridas traumáticas
As feridas podem ser classificadas de acordo com o que a causou:
Corte ou incisão: quando é causada por algum tipo de lâmina - faca ou bisturi,
por exemplo.
Ferida limpa: as cirúrgicas são exemplos de feridas limpas. Como são realizadas
em ambientes cirúrgicos e esterilizados, acredita-se não terem o risco de contato
com microrganismos.
Ferida contaminada: são as que têm reação inflamatória. Essa reação pode ser
causada pelo contato com terra ou algum outro tipo de matéria contaminada.
Como você pode observar, até mesmo quando são "apenas arranhões", as
feridas são classificadas (escoriações). Também conhecemos por "esfolar".
Fatores de risco para o desenvolvimento de uma ferida
Os paciente que têm Diabetes Melito (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS), são considerados como candidatos em potencial ao desenvolvimento de
49
feridas crônicas. Isso porque esse grupo têm complicações vasculares mais
frequentes, principalmente se houver a presença de fatores como obesidade e
tabagismo. Além de aumentar o risco de desenvolver lesões, ainda há um
agravante: dificulta a cicatrização das mesmas.
Estágio I: pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não
embranquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pele de cor escura pode
não paresentar embranquecimento visível (sua cor pode diferir da pele ao redor).
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Estágio II: perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como úlcera
superficial com o leito de coloração vermelho pálida, sem esfacelo. Pode
apresentar-se, ainda, como uma bolha (preenchida com exsudato seroso),
intacta ou rompida.
Estágio III: perda de tecido em sua espessura total. A gordura subcutânea pode
estar visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode estar
presente sem prejudicar a identificação da profundidade da perda tissular. Pode
incluir descolamento e túneis.
Estágio IV: perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão.
Pode haver presena de esfacelo ou escara em algumas partes do leito da ferida.
Frequentemente, inclui descolamento e túneis.
Escaras que não podem ser classificadas: lesão com perda total de tecido, cuja
base está coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou
castanho) e/ou há escara (marrom, castanha ou negra) no leito da lesão.
Tratamento
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PACIENTE OSTOMIZADO
É uma cirurgia para construção de um novo trajeto para saída de fezes e urina.
Quando é realizada no intestino grosso, chamamos de COLOSTOMIA.
Dependendo do lugar onde será feita, será diferente a frequência de evacuações
e também a consistência das fezes.
Quando é realizada no intestino delgado (fino), chamamos de ILEOSTOMIA.
Neste tipo de ostomia as fezes são inicialmente líquidas, passando, após um
período de adaptação, a ser semi-líquidas ou semi-pastosas.
Chamamos de UROSTOMIA quando é colocado um estoma para saída de urina.
O QUE É OSTOMIA INTESTINAL E URINÁRIA?
Você precisará de uma bolsa coletora para coletar as fezes e a urina, pois não
terá como controlar a saída destes materiais.
TIPOS DE BOLSA
Há diversos tipos de bolsas para atender melhor às diferentes necessidades e
tamanhos de ostomas. Podem ser, basicamente, de dois tipos, de acordo com a
finalidade – as INTESTINAIS (que coletam fezes), e as URINÁRIAS (que
armazenam urina).
Elas podem ser:
QUAIS SÃO OS TIPOS DE BOLSAS?
FECHADAS (Não drenáveis)
São descartadas após o uso. ABERTAS (drenáveis) Podem ser esvaziadas
quando necessário.
CUIDADOS COM A BOLSA Use sempre a bolsa adequada ao seu tipo de
estoma (intestinal ou urológico), de acordo com as orientações e indicações do
profissional especializado. Certifique-se de que o tamanho do seu estoma está
correto. O orifício de abertura da sua bolsa deve ser igual ou no máximo 3
milímetros maior que o seu estoma. Guarde suas bolsas de reserva em lugar
arejado, limpo, seco e fora do alcance da luz solar.
QUANDO ESVAZIAR A BOLSA?
Isto dependerá do tipo de ostomia que você tem. Dispositivos para ileostomias e
urostomias deverão ser esvaziados quando estiverem com pelo menos 1/3 de
seu espaço preenchido. É necessário esvaziar constantemente para que ele não
pese muito e descole da pele. Dispositivos para colostomias podem ser
esvaziados sempre que necessário, geralmente uma ou duas vezes por dia.
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A limpeza da pele ao redor do estoma deve ser feita com água e sabonete
neutro, sem esfregar com força, nem usar esponjas ásperas. Os pêlos ao redor
do estoma devem ser aparados bem curtos, com tesoura. Exponha a pele ao
redor do estoma (sempre que possível) ao sol da manhã, de 15 a 20 minutos por
dia. Tenha cuidado de sempre proteger o estoma com gaze umedecida. Não
utilize substâncias agressivas à pele, como álcool, benzina, colônias, tintura de
benjoim, mercúrio, merthiolate, pomadas e cremes. Estes produtos podem
ressecar a pele, ferindo-a e causando reações alérgicas.
A limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a área mais
contaminada, evitando-se movimentos de vaivém Nas feridas cirúrgicas, a área
mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas
feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida.
Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro
fisiológico em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver
sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo
com atadura ou esparadrapo.
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região dista para a proximal e não deve trazer nenhum tipo de desconforto ao
paciente.
O esparadrapo deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e,
então, pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso
evita-se o tracionamento excessivo da pele e futuras lesões.
O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pêlos,
desengordurada e seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de
colocar o esparadrapo. As bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda
livre do curativo em 3 a 5 cm; a aderência do curativo à pele deve ser completa
e sem dobras. Nas articulações o esparadrapo deve ser colocado em ângulos
retos, em direção ao movimento.
Os tipos de curativos:
Curativo limpo
Ferida limpa e fechada
O curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
Após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
Utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.
Curativo contaminado
Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de
substância, com ou sem infecção. Por estarem abertas, estas lesões são
altamente susceptíveis à contaminação exógena.
54
O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de
drenagem, devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
O curativo deve ser protegido durante o banho.
A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
A anti-sepsia deve ser realizada com PVP-I tópico.
As soluções anti-sépticas degermantes são contra-indicadas em feridas abertas,
pois os tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares,
produzem hemólise e são absorvidos pelas proteínas, interferindo
prejudicialmente no processo cicatricial.
Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de
prevenir aderência nos tecidos.
Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab),
para monitorização microbiológica.
Conceitos do curativo
É um meio que consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma
ferida, quando necessário, com finalidade de promover a rápida cicatrização e
prevenir contaminação e infecção.
1. Objetivos:
2. Finalidades:
Remover corpos estranhos
Reaproximar bordas separadas
Proteger a ferida contra contaminação e infecções
Promover hemostasia
Preencher espaço morto e evitar a formação de sero-hematomas
Favorecer a aplicação de medicação tópica
Fazer desbridamento mecânico e remover tecido necrótico
Reduzir o edema
Absorver exsudato e edema
Manter a umidade da superfície da ferida
Fornecer isolamento térmico
Proteger a cicatrização da ferida
Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida
Dar conforto psicológico
Diminuir a intensidade da dor.
Para que se faça a escolha de um curativo adequado é essencial uma avaliação
criteriosa da ferida. Essa análise deve incluir : condições físicas, idade e
medicamentos; localização anatômica da ferida; forma, tamanho, profundidade ,
bordas, presença de tecido de granulação, presença e quantidade de tecido
necrótico e presença de drenagem na ferida.
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O tipo de curativo varia com a natureza, a localização e o tamanho da ferida. Em
alguns casos é necessária compressão; em outros, lavagem com soluções
fisiológicas ou anti-sépticos. Alguns exigem imobilização com faixas elásticas ou
mesmo gesso. Nos curativos de orifícios de drenagem de fístulas entéricas, a
proteção da pele sã em torno da ferida é o objetivo principal.
A seleção de um curativo é feita com base em suas propriedades físicas de
proteção e manutenção de medicamentos e/ou enzimas em contato com a ferida.
Ainda não surgiu o curativo ideal, mas um curativo bem feito pode resultar em
uma cicatrização melhor, tanto estática como funcional
1. Semi-Oclusivo
2. Oclusivo
Não permite a passagem de ar ou fluidos, seno uma barreira contra bactérias.
Tem como vantagens:
3. Compressivo
5. Curativos Abertos
São realizados em ferimentos descobertos e que não tem necessidade de serem
ocluídos. Algumas feridas cirúrgicas (após 24 horas), cortes pequenos ou
escoriações, queimaduras etc. são exemplos deste tipo de curativo.
Lavar as mãos com água e sabão, secar e friccionar álcool 70% glicerinado;
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Explicar-lhe o que será feito;
Remover o curativo anterior (em caso de troca), o que poderá ser feito com as
mãos enluvadas ou com pinças;
Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução
que contenha sabão, o que removerá mecanicamente alguns patógenos e vai
também melhorar a fixação do curativo à pele.
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Confortar o paciente;
Desprezar o material contaminado em sacos de lixo distintos conforme
determinado pela Vigilância Sanitária;
Encaminhar o material usado à Central de Esterilização de Materiais;
Lavar as mãos e friccionar com álcool 70% glicerinado;
Anotar o procedimento no prontuário do paciente.
RETIRADA DE PONTOS
- face: 1 a 3 dias
- pescoço: 2 a 4 dias
- articulações: 8 a 12 dias
Material utilizado
- SSI 0,9%
- Cuba rim
- Lixo
Procedimentos:
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Lavar as mãos
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