SEX13NOV
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
Ano 45 • N.º 16173
Kz 45,00
Director: VÍCTOR SILVA
Director-Adjunto: CAETANO JÚNIOR
www.jornaldeangola.co.ao
NESTA EDIÇÃO
SOUSA JAMBA
Mentiras do Trump
OPINIÃO • 23
TEMPOS REVOLUCIONÁRIOS
Elias, o da Barba, cantou
para que as mães não
chorassem
ESPECIAL • 4
PROPOSTA É DISCUTIDA
Executivo quer alteração
do actual Código
Comercial
POLÍTICA • 6
IMPORTAÇÃO ILEGAL
40 camiões com sal
retidos em Santa Clara
ECONOMIA • 26
ANTIGO LÍDER DO GHANA
Jerry Rawlings morre
em Accra por doença
MUNDO • 24
CAMPANHA AGRÍCOLA
18 mil camponeses
vão receber apoios
SOCIEDADE • 25
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
INAUGURADA PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Academia Diplomática preparada
para formar quadros de excelência
Inaugurada ontem, na Centralidade do Kilamba, da extinção do Instituto Superior de Relações Inter-
a Academia Diplomática Venâncio de Moura está nacionais com o mesmo nome. Surgido em 2017,,
preparada para receber, anualmente, 1.800 for- a Academia propõe-se a formar quadros de qualidade
mandos, em três períodos. A instituição resulta para a diplomacia angolana. POLÍTICA • 5
AGÊNCIA BRITÂNICA
ÚLTIMAS 24 HORAS
Angola sobe 37 posições
104 infecções, três óbitos e 125 recuperações em índice de reputação
DESTAQUE • 10 | 11
Angola subiu 37 posições no índice de
reputação países da agência de comunicação
CHEFE DA MISSÃO PARA ANGOLA ESTÁ OPTIMISTA britânica FutureBrand, para 32º lugar, de
acordo com o estudo anual publicado
FMI destaca o empenho ontem. O avanço foi impulsionado pela
transição política e pela nova projecção
mundial. No ano passado, Angola estava
na diversificação económica em 69º lugar, abaixo de países como o
Sudão, Myanmar ou Casaquistão. No mais
O empenho do Executivo na diversificação da economia e das recente estudo, ultrapassou Argentina,
fontes de receita pública, para diminuir a dependência de Brasil, Grécia e China. “Angola teve uma
Angola das exportações de petróleo bruto, ao longo do tempo, mudança radical no último ano. Há muitos
mereceram o reconhecimento do chefe da Missão do FMI mais aspectos positivos a virem à superfície,
para Angola e do representante residente no país. Num artigo como a cultura e arte tradicionais. O que
conjunto, Mario de Zamaróczy e Marcos Souto afirmam, por Angola beneficia agora é de uma positi-
exemplo, que “não há solução mágica” e que a diversificação vidade em geral”, explicou o director de
da economia “é uma necessidade absoluta. ÚLTIMA • 32 Estratégia Global, Jon Tipple. ÚLTIMA • 32
OGE 2021
MÁRIO ROÇAS E
CARLOS GUIMARÃES Províncias vão
A Independência receber mais
pela lente dos 320 mil milhões
O orçamento das provín-
fotógrafos cias, para o próximo ano,
JOGA COM A RDC
teve um incremento de
mais 320,32 mil milhões
de kwanzas, aumento de Palancas reconhecem
16,4 por cento, em com- hoje Estádio dos Mártires
ESPECIAL • 3 paração com o OGE de DESPORTO • 31
2020 Revisto. ECONOMIA • 27
2 ESPECIAL
Fernando Oliveira
Tive a oportunidade, e o gran-
de privilégio, de participar
por dentro de alguns dos mo-
mentos marcantes dos dias
que antecederam a Indepen-
dência de Angola, no já dis-
tante 11 de Novembro de 1975.
Do turbilhão, a um tempo
dramático e exaltante, dos fac-
tos e acontecimentos que então
todos e cada um de nós viveu,
nos diferentes palcos, propo-
nho-me aqui relembrar e des-
tacar, em breve excurso, os
que se prendem com o nas-
cimento da arquitectura jurídica
do novo País, da sua Consti-
tuição, dos seus símbolos, da
instituição formal do novo po-
der e de como tudo isso se
concretizou nos históricos dias
10 e 11 de Novembro, virar his-
toricamente acelerado da pá-
gina colonial que se vinha
escrevendo, com sangue e dor,
há quinhentos anos.
Este particular ângulo de
visão do meu envolvimento
pessoal resulta, não tanto da
minha condição de jurista –
e como eram escassíssimos
os juristas angolanos no País
naqueles tempos, poucos mais
do que os dedos de uma mão!
-, mas sobretudo da circuns-
tância de na altura eu ser o
director do gabinete do Dr.
Manuel Rui Monteiro, Ministro
da Informação, designado pelo
MPLA, do Governo de Tran-
sição. E este Ministério, tal co-
mo o Ministério da Justiça,
funcionava no Palácio, onde
estava instalado o Colégio Pre-
sidencial tripartido (MPLA,
FNLA e UNITA) e o Alto-co-
missário português.
Daí, a proximidade estreita
do acompanhamento do que
se passava no “centro do vul-
cão” de um poder que se ex-
tinguia e da emergência de
um novo poder.
Começando pela certidão
de nascimento do novo País
– a sua Constituição fundadora
-, é necessário recordar que,
na sequência do Acordo de
Alvor, havia sido elaborada
uma “Lei Fundamental”, bem
como uma “Lei Eleitoral”, que
foram publicadas no “Boletim
Oficial”, em Junho de 1975.
Promulgadas pelo Alto
Comissário, na sua feitura
consensual sobre a respon-
sabilidade dos três Movi-
mentos que integravam o
Governo de Transição, en-
volveram-se juristas por eles
indicados, destacando-se a
Dra Maria do Carmo Medina
e o Dr. Antero de Abreu, pelo
MPLA, o Dr. Onofre dos Santos,
pela FNLA e os Drs. Fernandes
Vieira e Fernando Fonseca
Santos, pela UNITA.
Mas, rapidamente, esse
projectado edifício jurídico
havia de se tornar letra
morta e irremediavelmente
ultrapassado.
O conflito interno agu-
dizou-se dramaticamente
na capital (começando pelo
que se chamou a “batalha
de Luanda”, em 9 de Julho)
e por todo o País.
As principais forças da FNLA
e da UNITA saem de Luanda
em meados de Julho; em 30
de Julho o então Alto Comis-
sário General Silva Cardoso
demite-se e é substituído pelo
Almirante Leonel Cardoso;
em 12 de Agosto, os Ministros
do Governo de Transição da
FNLA e da UNITA abandonam
Luanda e os seus cargos e, fi-
FERNANDO OLIVEIRA
MINISTRO DA AGRICULTURA
Testemunho
pessoal dos dias
da Dipanda
nalmente, em 22 de Agosto, é
publicado pelo Alto Comissário
o Dec.-Lei nº 458/A-75, que
procede à suspensão parcial
do Acordo de Alvor, “ficando
transitoriamente suspensa
a vigência do Acordo no que
diz respeito aos órgãos de
governo de Angola”.
Porém, nem esta suspen-
são legal por parte da potência
colonial administrante, nem
pela postura e comporta-
mento dos três Movimentos
e de todo o Povo Angolano,
alguma vez se pôs em causa
o facto definitivamente ad-
quirido de que a Indepen-
dência haveria de sobrevir a
11 de Novembro desse ano.
Daí que, logo a partir de
Setembro/Outubro, o MPLA
(e certamente também os ou-
tros dois Movimentos) come-
çou a trabalhar na preparação
dos instrumentos legais fun-
dadores da Independência
que se avizinhava.
Tudo isto se processou
aceleradamente, no meio
da voragem das batalhas e
vicissitudes do conflito ar-
mado que entretanto se ge-
n e ra l i za ra ( a i nva sã o e
ocupação ao norte pelas tro-
pas do Zaíre e do ELP por-
tuguês e a invasão da parte
sul do País, ocupação e pro-
gressão do exército sul-afri-
cano); das tentativas de
solução bilateral entre os
Movimentos (encontro entre
Lopo do Nascimento e José
Ndele, em Lisboa, em 25 de
Agosto); diversas interven-
ções diplomáticas africanas,
desde a visita a Angola de
uma delegação da OUA, em
20 de Outubro, até à Cimeira
da OUA, realizada in extre-
mis em Kampala, em 2/4
de Novembro. Entretanto,
as colónias irmãs ascendiam
à sua independência: Mo-
çambique, a 25 de Junho,
Cabo Verde, a 5 de Julho;
S.Tomé e Príncipe, a 12 de
Julho. Em Angola, a par das

% Å!
ł 2g
O NASCIMENTO DA NAÇÃO
sucessivas batalhas e ocu-
pações no terreno, assistia-
s e a o g iga n te s c o êxo d o
humano da "ponte aérea”,
em que, entre 17 de Julho e
31 de Outubro, abandonaram
o País cerca de trezentas mil
p e s s o a s ( o f i c i a l m e n te ,
2 3 5 . 3 1 5 p a ra P o r t u g a l ,
30.000 para a África do Sul
e 17.000 para o Brasil). Com
esta dimensão, a paisagem
humana modificava-se ra-
dicalmente, num curtíssimo
espaço de tempo.
Na incerteza da realidade
que mudava a cada instante,
obrigando a quase uma “na-
vegação à vista”, pelo lado do
MPLA foi-se trabalhando na
preparação daqueles instru-
mentos fundamentais, a saber,
a Constituição e a Lei da Na-
cionalidade, o texto solene da
Proclamação da Independên-
cia e e a confecção dos sím-
bolos do novo Estado.
Essa tarefa foi obra de um
núcleo muito reduzido de di-
rigentes e militantes e desen-
rolou-se, principalmente, num
marco espacial centrado na
Cidade Alta, no Palácio do Go-
verno, onde funcionavam o
Ministério da Informação e o
Ministério da Justiça, e o ad-
jacente Bairro do Saneamento,
por detrás do Palácio, onde
residiam os Ministros, nomea-
damente Manuel Rui Monteiro,
Carlos Rocha Dilowla, Saydi
Mingas e Augusto Lopes Tei-
xeira (alguns Ministros da Unita
e da Fnla já tinham abandonado
as suas casas vizinhas, saíndo
de Luanda).
O “trabalho de casa” foi
feito, literalmente, na casa do
Manuel Rui, onde, pela noite
adentro, encontravam-se ou
apareciam juristas como a Dra
Antonieta Coelho, o Dr. Aníbal
Espírito Santo e o Dr. Orlando
Rodrigues, dirigentes como
Lúcio Lara, Lopo do Nasci-
mento, Saydi Mingas e Hen-
rique Santos Onambwe.
Bem próximo, solitaria-
Ÿ
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£¡õ› ž ž
Dedico este texto à memória dos companheiros
juristas que já partiram, Diógenes Boavida,
Maria do Carmo Medina, Antero de Abreu,
Adérito Correia e aos que persistem na
caminhada, Aníbal Espírito Santo, Antonieta
Coelho, Orlando Rodrigues, Paulette Lopes e,
por todos, Manuel Rui Monteiro
mente na sua casa, Dilowla
esboçava o que viria a ser a
parte económica da Consti-
tuição, concertando-se com
Saydi Mingas. Nos últimos
dias, também deu o seu sábio
contributo o Dr. Óscar Mon-
teiro, jurista moçambicano
que, seu amigo pessoal e colega
de Coimbra, estava alojado na
residência do Manuel Rui.
Tive a
oportunidade, e o
grande privilégio,
de participar por
dentro de alguns
dos momentos
marcantes dos dias
que antecederam a
Independência de
Angola
Por outro lado, a Lei da Na-
cionalidade que, no essencial
recolhia o acordado em Alvor
e, mesmo antes, em Mombaça
– a consagração do ius soli -
, ia sendo preparada no gabi-
nete do Dr. Diógenes Boavida,
já então Ministro da Justiça,
com a colaboração principal
do Dr. Antero de Abreu e da
Dra Maria do Carmo Medina.
Naquelas longas e tensas
noites, e também no mesmo
local, trabalhava-se na fei-
tura dos símbolos da futura
República: o hino “Angola
Avante”, em que à bela letra
do Manuel Rui se juntava,
estrofe a estrofe, a harmonia
dos acordes do Rui Mingas;
a bandeira e a insígnia, com
as ideias e matrizes iniciais
do Henrique Santos
“Onambwe” e o traço es-
merado do Marcos Almeida
“Kito”, sob a supervisão do
Helder Neto.
Como é evidente, todos es-
tes projectos eram depois le-
vados à aprovação da direcção
do MPLA, designadamente
do Presidente Agostinho Neto,
que se encontrava as mais das
vezes no chamado “Estado
Maior”, no Morro da Luz, na
Samba. E o “estafeta” era nor-
malmente o Dr. Manuel Rui
Monteiro. Já a sua execução
material era feita na Direcção
Geral de Informação do Mi-
nistério da Informação, no
rés-do-chão do Palácio, então
chefiada por Luís de Almeida,
que viria a ser, mais tarde e
por décadas, o decano dos
Embaixadores angolanos.
Foi no seu gabinete que
se ultimou também o texto
da “Proclamação da Inde-
pendência”, cuja matriz ini-
cial foi da autoria de Carlos
Rocha Dilowla, beneficiando
dos contributos de Lopo do
Nascimento, José Eduardo
dos Santos e também, na
versão “literária” final do
Manuel Rui e de mim próprio.
Aprovadas, por aclamação,
pelo Comité Central do MPLA
no próprio dia 10 de Novem-
bro, a Lei Constitucional da
República Popular de Angola
e a Lei da Nacionalidade,
ainda nesse mesmo dia hou-
ve que as dar à estampa na
Imprensa Nacional, cujos ti-
pógrafos estavam natural-
mente a postos, de modo a
que, no dia seguinte, fosse
publicado o nº 1 do novo
“Diário da República”.
O que efectivamente veio
a acontecer (embora com tan-
tas gralhas que, logo no dia
12, saía uma extensa corrigenda
no nº 2…). Esse nº 1 do novo
jornal oficial da República es-
tampava os dois documentos
fundadores do novo Estado,
a sua certidão de nascimento:
a Lei Constitucional, vertida
em sucintos mas fundamentais
sessenta artigos, e a Lei da Na-
cionalidade, em oito curtos
artigos, definindo a nova ci-
dadania angolana.
Aquela mesma emergên-
cia marcou a confecção ma-
t e r i a l d a b a n d e i ra e d a
insígnia e o primeiro ensaio
de entoação do Hino, por um
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
coro improvisado pelo Carlos
Lamartine, na então Emis-
sora Oficial de Angola, pri-
meiro com Rui Mingas, Catila
Mingas e o próprio Manuel
Rui e depois com um grupo
de jovens apressadamente
encontrados para o efeito...
Ao meio dia do dia 10, o
Alto Comissário Leonel Car-
doso, num acto realizado no
salão nobre do Palácio, para
o qual convocara a imprensa,
declarava solenemente que
Portugal se retirava de Angola
e “entregava a soberania ao
Povo Angolano”.
Foi a solução, algo ficcio-
nal, que em Lisboa o Governo
português, largamente di-
vidido sobre a situação em
Angola, encontrou para se
recusar a reconhecer for-
malmente o novo Estado e o
novo governo instituído na
capital. Feita essa proclama-
ção unilateral de uma inde-
pendência difusamente sem
destinatário, o Alto Comis-
sário e o seu staff abando-
naram o Palácio, dirigiram-se
à Fortaleza, onde arrearam
a “ultima bandeira portu-
guesa em solo angolano” e
daí saíram para a base naval
na Ilha de Luanda, onde
embarcaram nas “ultimas
caravelas”, os navios “Nias-
sa” e “Uíge”, duas fragatas
e uma corveta.
Por circunstâncias que não
interessa agora revelar (fora
incumbido de entregar a ban-
deira portuguesa arreada na
base de Belas ao Tenente da
Marinha portuguesa Soares
Rodrigues), tive a oportunidade
de assistir à retracção do último
dispositivo militar português
em terra, ao longo da Ilha, e
recordo o quadro ímpar a que
assisti: quando entrei na base,
ainda havia na porta de armas
fuzileiros portugueses; quando
saí, uma escassa meia hora
depois, todos tinham embar-
cado, a porta de armas estava
escancarada e as crianças e o
ESPECIAL Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
 ł 
povo da Ilha entravam por ali
dentro, com manifestações
indescritíveis de alegria.
Sabe-se que, depois, num
desígnio de afirmação mais
simbólico do que real, os
navios portugueses terão
permanecido nas águas ter-
ritoriais angolanas (que na
altura tinham uma extensão
legal de 20 milhas…) até às
zero horas do dia 11. Mas a
sede do poder, o Palácio, havia
ficado vazia desde as catorze
horas, entregue aos serven-
tuários angolanos, mais velhos
de impecável libré branco,
“criados do Senhor Gover-
nador”. Por volta das dezas-
s ei s hora s , Hermínio
Escórcio, com um pequeno
destacamento militar que
fora buscar à Vila Alice, tinha
lá ido preencher esse vazio,
assegurando depois, com o
seu proverbial optimismo,
de que “estavam criadas to-
das as condições” e de que
“estava tudo no papo”…
Cerca das seis da tarde,
Manuel Rui dirigia-se à Te-
levisão e aí fazia um apelo
à serenidade para a noite
que se avizinhava. E bem
necessária era essa inter-
venção acalmante: chega-
vam à cidade os ruídos e
os rumores da batalhas em
Kifangondo, no “Morro da
cal”, e muita gente tinha
nos ouvidos o que, ainda
nessa mesma tarde, amea-
çava pela rádio Holden Ro-
b erto : “ Estaremo s em
Luanda até à meia noite.
Até logo, Luanda!”. Todas
as atenções, e todo o ajun-
tamento humano, conver-
giam para o Largo 1º de
Maio (hoje, Largo da In-
dependência) onde se iria
passar o histórico acto. En-
tretanto, 400 aparelhos de
televisão haviam sido ins-
talados pelo Ministério da
Informação nas Comissões
de Bairro e outros locais
públicos, em toda a cidade,
principalmente nos mus-
seques, para que toda a
gente pudesse assistir em
directo ao acontecimento.
Antes de chegar ao Largo
(mais precisamente ao pe-
queno palanque próximo
situado do lado direito da
Estrada de Catete), as três
viaturas que conduziam o
Presidente Neto e seus fa-
miliares, andaram por ali
perdidos e às voltas até
encontrarem a entrada pa-
ra a tribuna, tal era a con-
centração e a confusão
reinante no local.
Mas, por fim, ao som da
parafernália de tiros festivos
disparados para o ar e dos cân-
ticos a palavras de ordem di-
fundidas pelos altifalantes,
“às zero horas do dia 11 de No-
vembro”, tal como estabele-
cido no Acordo de Alvor, pela
voz de Agostinho Neto, “em
nome do Povo angolano, o
Comité Central do Movimento
Popular de Angola (MPLA),
proclama solenemente, pe-
rante a África e o mundo, a
Independência de Angola”.
E logo a seguir irrompe uma
estrondosa ovação quando
Neto anuncia que “corres-
pondendo aos anseios mais
sentidos do Povo, o MPLA
declara o nosso País consti-
tuído em República Popular
de Angola”. A bandeira da
nova República foi depois
içada no mastro defronte à
tribuna pelo pioneiro Dinis
Kanhanga e pelo Comandante
do 4 de Fevereiro, Imperial
Santana e é entoado, pela pri-
meira vez em público, o “An-
gola Avante”.
Naqueles derradeiros
meses, Carlos Lamartine
andava a cantar “Dipanda
Wondó Tula Kia”- a inde-
pendência está a chegar… –
e agradecia a Agostinho Neto.
Agora, “com os olhos secos”,
Neto por certo chorava in-
teriormente de alegria por
ver realizada a sua profecia
do poema “Içar da Bandei-
ra”, que escrevera em Agosto
de 1960 na prisão do Aljube,
em Lisboa. A velha Xica, do
Waldemar Bastos, bem podia
já dizer “posso morrer, posso
morrer, já vi Angola inde-
pendente!”. E os meninos
do Huambo, do Manuel Rui,
iam “aprender como se ga-
nha uma bandeira” e “o que
custou a liberdade”.
O que se seguiu naquela
noite, não estava inicialmente
previsto: a ida ao Palácio. À
última hora, entendeu-se que
a tomada do poder implicava
também a tomada dos sím-
bolos do poder e, no caso, o
derradeiro símbolo do poder
colonial era precisamente o
Palácio do Governo, de onde
a colónia tinha sido dirigida
durante séculos.
Por isso, finda a cerimónia,
a comitiva do Presidente Neto
e uma imensa multidão diri-
giu-se para o Palácio. Aí, foi
feito um brinde de champa-
nhe, impecavelmente servido
por aqueles que antes eram
os “criados do Senhor Gover-
nador” e o Presidente Neto e
comitiva foram à varanda prin-
cipal e acenaram à multidão
que ali chegara.
Neto não falou na altura,
apenas Manuel Rui impro-
visou, na sua proverbial
verve poética, como já o
fizera antes na tomada de
posse do Governo de Tran-
sição: “Está definitivamen-
te enterrado o tempo em
que, das varandas dos pa-
lácios coloniais, erguidos
com o trabalho forçado do
nosso Povo, os sorrisos de
ouro e os gestos de abas-
tança procuravam disfarçar
a fome, a usurpação e o
genocídio. A máscara do
colonialismo acabou”.
No dia seguinte, ao meio-
dia, no salão nobre da então
Câmara Municipal de Luan-
da, hoje sede do Governo
Provincial, Lúcio Lara dava
posse formal a Agostinho
Neto, como Presidente da
República Popular de An-
gola. Assistiram ao acto
representantes de 28 Paí-
ses, 17 dos quais manifes-
taram de imediato a
disposição de reconheci-
mento do novo Estado. Ini-
ciava-se então a “batalha
do reconhecimento” in-
ternacional, crescendo, dia
a dia, os reconhecimentos
dos Estados de todo o mun-
do. A potência colonial,
que em 10 de Novembro
havia “entregue a soberania
ao Povo Angolano”, quando
finalmente reconheceu a
República Popular de An-
gola, uns meses depois, em
22 de Fevereiro de 1976, foi
o 88º Estado a fazê-lo.
Mas a página da noite co-
lonial fora definitiva e irre-
versivelmente virada.
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MÁRIO ROÇAS E CARLOS GUIMARÃES
A Independência
pelo olhar
de fotógrafos
Mario Antonio Roças e Carlos Alberto
Guimarães integraram o grupo de sete
fotógrafos, na altura pertencentes ao
Departamento de Fotografia do Ministério da
Informação, do então Governo de Transição.
São dois dos últimos três sobreviventes que
estiveram destacados na cobertura dos
acontecimentos que culminaram com o dia
da proclamação da Independência de Angola
Kindala Manuel
No dia em que Angola ficou
conhecida perante África e
o mundo como Nação livre
e independente do domínio
português, um grupo de re-
pórteres fotográficos, com-
posto por angolanos e
estrangeiros, testemunhou,
“in loco”, os momentos der-
radeiros que contribuíram
para que a paz e a tranqui-
lidade que vivemos hoje fosse
um facto.
Desde a tentativa de pe-
netração das tropas da FNLA,
a partir do Kifangongo, apoia-
da por zairenses, e do avanço
da UNITA, do Ebo, província
do Cuanza Sul, com suporte
dos sul-africanos, fotógrafos
reportaram e deram a conhe-
cer ao mundo, através das
imagens, momentos cruciais
que o pais viveu até ao dia 11
de Novembro de 1975.
Mario Antonio Roças e Car-
los Alberto Guimarães inte-
g ra ra m o g r u p o d e s e te
fotógrafos, na altura perte-
centes ao Departamento de
Fotografia do Ministério da
Informação, do então Governo
de Transição. São dois dos úl-
timos três sobreviventes que
estiveram destacados na co-
bertura dos acontecimentos
que antecederam e culmina-
ram com o dia da proclamação
da Independência de Angola.
Carlos Alberto Guimarães,
fotógrafo desde 1963, revela
que, a partir do mês de Ou-
tubro, Luanda estava cercada
a Norte, em Caxito, pela FNLA,
coligada com forças do Zaíre,
e a Sul, no Ebo, província do
Cuanza Sul, a UNITA, unida
às forças sul-africanas. Explica
que, quanto mais se aproxi-
mava o dia da Independência,
mais se ouviam as bombas
lançadas pelos inimigos, a
rebentarem junto à refinaria
e em noutros bairros perifé-
ricos de Luanda.
D e 7 2 a n o s d e i d ad e ,
Guiumarães recorda que,
na véspera da Independên-
cia, devido ao ambiente que
se vivia, vários profissionais
de imprensa abandonaram
o pais, entre os eles fotó-
grafos estrangeiros.
“Diante da situação, jun-
támos os repórteres fotográ-
ficos que tinham ficado e
criou-se o Departamento de
Fotografia do Ministério da
Informação, do então Governo
de Transição, que era com-
posto por Alfredo Saraiva,
Carlos Guimarães, Lucas de
Sousa, Augusto Bernardo,
Fernando Vieira, Mário Roças
e Veríssimo da Costa. Não ha-
via sossego, pois, trabalhá-
vamos para o Governo de
Transição e tínhamos que re-
portar os confrontos que im-
pediam a entrada do inimigo,
a partir de Kifangondo e no
Ebo. Fazíamos uma escala e
íamos às duas frentes. Tra-
balhávamos destemidos, por-
que tínhamos certeza de estar
no lado da razão”, disse.
O grupo de sete repórter
fotográficos tinha também a
missão de fornecer material
aos jornais: Província de An-
gola, Diário de Luanda, Jornal
Comércio, assim como ao Mi-
nistério das Relações Exte-
riores, que tinha que o enviar
para a Organização da União
Africana (OUA) e a outras or-
ganizações internacionais,
no sentido de dar a conhecer
o que acontecia em Angola,
com grande referencia aos
massacres de São Pedro da
Barra e em algumas zonas
rurais, protagonizados pela
FNLA e UNITA, na altura.
“O camarada Neto chega
a Luanda a 4o de Fevereiro
de 1975, num domingo. Já
nas vésperas da Indepen-
dência, no dia 3 de Novem-
bro, fomos chamados para
fazer a foto oficial do Presi-
dente Neto, pois havia in-
dícios da chegada de alguns
convidados. O Camarada
Presidente e família estavam
à nossa espera e conhecia-
nos todos pelos nomes, por-
que o acompanhamos desde
a sua chegada triunfal a Luan-
da. Fizemos a foto oficial, de-
pois com a família e, em
Os dias que se seguiram
Mario Antônio Roças, um dos
integrantes dos sete elemen-
tos, disse que, depois da pro-
clamação da Independência,
na mesma noite, o povo se-
guiu, a pé, o Presidente Neto
que ía numa viatura, ate ao
Palácio do Povo, actual Palácio
Presidencial.
Conta que, nas primeiras
horas do dia 11, no Governo
de Luanda, actual GPL, acon-
teceu a investidura oficial do
Presidente António Agostinho
Neto. Depois, foi hasteada,
no largo do Palácio do Povo,
a bandeira Nacional, ao que
seguida, dirigiu-se aos seus
aposentos. Usando uma camisa
militar, que dizia ser de sorte,
pediu-nos para fotografá-lo
mais uma vez”, conta.
Segundo o veterano fo-
tógrafo, o Presidente Neto
estava sereno e bem disposto,
porque havia informações
de que os tanques T33 e os
terríveis Mona Caxito esta-
vam a ser usados com grande
mestria pelos combatentes
angolanos, para travar o
avanço dos opositores.
Carlos Guimaraes conta
que a foto escolhida para o
quadro oficial foi entregue
no dia 8, para uma moldura
de 80 por 120 centímetros,
para ser colocada na sala pro-
tocolar do aeroporto, onde
iriam passar os convidados.
“Na época, em 1975, não
havia plotters grande e auto-
máticos. A impressão e reve-
lação era feita manualmente,
em convertes grandes, onde
a foto secava por si. Tivemos
que fazer o mais rápido pos-
sível e, mesmo assim, a foto
foi colocada ainda húmida na
sala do protocolo, duas horas
antes de começarem a chegar
os convidados”, salientou.
Carlos Guimarães disse
que as equipas que faziam
coberturas entre as frentes
de Kifangondo e Ebo tinham
à disposição um Jeeps Suzuki.
Eles trabalhavam atrás das
linhas de combate, de segunda
a sábado, e sempre que hou-
vesse matéria para publicação,
a equipa vinha à redação, a
qualquer momento.
O grupo que reportava as
imagens que perduraram na
historia de Angola foi chefiada
por Alfredo Saraiva, posicio-
nando de forma estratégica
se seguiu uma sessão foto-
gráfica entre o Presidente
Neto e os representantes dos
governos convidados.
Às 17 horas do mesmo dia,
aconteceu no Palácio do Povo
o jantar de confraternização,
oferecido pelo Presidente Neto
aos convidados. Às 10 horas
do dia 12 de Novembro, acon-
teceu a tomada de posse do
primeiro Governo da República
de Angola. Depois de 11 de
Novembro, Mario Roças passou
a fotógrafo oficial do Presidente
Agostinho Neto, sendo um dos
primeiros na função.
3
Carlos Guimarães, num pa-
lanque para fazer a panorâ-
mica e outras imagens. Lucas
de Sousa e Fernando Vieira
estavam na tribuna e Augusto
Bernardo e Mário Roças
achavam-se junto ao local
onde se iria içar a Bandeira
Nacional e “fazer” a chegada
dos horóis do 4 de Fevereiro,
que fizeram a guarda de hon-
ra à Bandeira Nacional.
Como chefe de equipa, Al-
fredo Saraiva ficou com a mis-
são de retratar os movimentos
do Presidente na direcção
frontal, enquanto Veríssimo
da Costa andava de carro pelos
bairros de Luanda e zonas de
combate, registando os con-
frontos e a vibração do povo,
expectante à chegada da li-
berdade. Entre os dias nove
e 11, conta Carlos Guimarães,
havia uma grande euforia e
receios no povo, devido aos
fortes rebentamentos que se
faziam sentir, à medida em
que o dia se aproximava.
“As pessoas estavam as-
sustadas. Se o inimigo con-
seguisse romper as barreiras
impostas a partir de Kifan-
gondo e no Ebo, Luanda es-
taria no meio de fogo e seria
um desastre. De seis a 10, dia
e noite, a cobertura era total
no Aeroporto 4 de Fevereiro,
para a chegada dos convida-
dos”, lembra.
Natural do bairro Operário,
Carlos Guimaraes recorda
que, na noite de 10 para 11,
devido o intenso trabalho e
ansiedade, não tiveram tempo
para o devido descanso.
“No momento em que o
Presidente Neto diz: ‘Proclamo
perante a África e o Mundo a
Independência da República
Popular de Angola’, a emoção
tomou conta de nós e, no mo-
mento, não sabia se fotogra-
fava, gritava ou se apenas
chorava. Foi um momento
inexplicável para nós, pois tí-
nhamos que estar concentra-
dos ao trabalho de reportar
para o mundo o momento
mais histórico do nosso pais,
com imagens que viriam eter-
nizar-se para na história de
Angola” referiu.
Carlos Guimarães acres-
centou que as fotos que do-
cumentam a proclamação da
Independência são da autoria
dos sete elementos, entre eles
quatro já falecidos, enquanto
Mario Roças e ele próprio
exercem ainda moderada-
mente a arte. Alfredo Saraiva
vive em Portugal.
4 ESPECIAL
Matadi Makola |*
Meses antes do grito de In-
dependência, nesse ano de
1975, que agora faz 45, uma
mãe grávida de sete meses
passava de cadeia em cadeia,
à procura do marido que ru-
mores davam como morto.
É um dos episódios marcan-
tes da história deste vulto
da música popular, cujo tra-
jecto sólido acabou por lhe
valer o estatuto de “Rei da
Música Angolana”. Esta mãe
era Dona Susana Cadete, a
esposa e companheira de
luta do singular Elias Dyáa-
Kimuezo, que, traduzido do
Kimbundu para o Português,
seria “Elias da Barba”.
E foi devido à barba que
este engano se consolidou.
Chegou a ser encontrado um
morto barbudo, numa das
praias, num período em que
Elias era um dos músicos na
mira da PIDE. Todos queriam
saber onde estava e o que é
aconteceu. Depois, diziam
que apareceu na Baía. Quem
estava do outro lado, em
Brazzaville, também solici-
tava informações.
Dona Suzana marcava en-
contros, sempre defronte ao
Hospital Américo Boa Vida.
Lá estava ela, em pé. Só sabia
que viria alguém, um na-
cionalista, decerto, trazendo
novas do marido, que, na
altura, estava na cadeia de
São Nicolau.
Elias estava em casa, no
Rangel, no dia 11 de Novem-
bro, quando se tinha dado o
grito da Independência. A
festa estendeu-se por todas
as ruelas, até por ruas de
bairros elegantes, por onde
um pouco antes os angolanos
passavam menosprezados.
Não saiu de casa, porque ain-
da sofria dos medos e hor-
ro re s p a s s a d o s e m S ã o
Nicolau. O sofrimento era
muito fresco. Ficou a ouvir
e a assistir em casa, inquieto
com tudo o que lhe passava
pela cabeça naquele mo-
mento, apesar do saboroso
sentimento de dever cum-
prido, de a terra estar nova-
mente nas mãos dos seus
legítimos donos e a desenhar
em sonhos o novo país.
Este relato é do próprio
músico, em entrevista ao
CULTURA, solicitada a pro-
pósito de mais um aniver-
sário da Independência
Nacional. Guiou-nos pelas
memórias marcantes que
tem guardadas, cujas pala-
vras-chave são fotografias,
sons, choros, cheiro a mar,
sangue, Luanda, pátria e sor-
risos, construídos com laivos
Foi no Sambizanga onde tra-
vou amizade com José Eduar-
do dos Santos, Mário Santiago,
Zarga, mais velho Kito e outros,
no final da década de 1950.
Elias já era músico de estima
e estas figuras marcantes da
história política angolana
viram nele uma mais-valia
para o grupo que existia, o Gi-
násio. José Eduardo dos Santos
era o viola solo, num conjunto
que contava com nomes como
Pedro de Castro Van-Dúnem
“Loy”, Faísca, Brito Sozinho,
59, Rufino, do Caminho-de-
Ferro, e Mário Santiago.
Ginásio era o ponto de en-
contro dos conhecedores da
política, que tinham a sagrada
missão de despertar os demais.
Lembra os nomes dos mais
velhos Tchivenga, Franco, Rita
Pitra. E a Independência era
estrategicamente chamada
de “camisa”. Quando cruzava
com pessoas que traziam as
novas de Brazzaville e de outros
pontos onde a intervenção da
política angolana se fazia sentir,
era imperioso perguntar: “Co-
mo é, a camisa, já coseram?”.
Diógenes Boavida, Beto
Van-Dúnem, Rui de Carvalho,
Zé Maria, do Ngola Ritmo, e
Mário Clington são alguns no-
mes que o conduziram para
uma acção mais nacionalista
e fizeram despertar no músico

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CONSOLO EM TEMPOS REVOLUCIONÁRIOS
Elias, o da barba,
cantou para
que as mães não
chorassem
Elias dya Kimuezo reafirma que a música fez
o papel de mobilizar, acautelar, encorajar e
dizer verdades de episódios tristes que os
angolanos estavam sujeitos a viver. Mas
também confortar as mães que perderam os
seus filhos a lutar pela terra e liberdade
de uma esperança sagrada, número de pessoas dispostas
antes da eclosão da Inde- a dar a vida, como é o caso
pendência, na sua gestação do nosso entrevistado, que
dolorosa e sangrenta, para soube misturar o artista e o
pôr fim a um regime escla- cidadão em prol da luta.
vagista que se arrastou por
mais de três séculos. Ida a São Nicolau
Embora não reivindicada À época morava na Floresta,
deste ponto de vista, Elias no antigo Picapau, nos ar-
enfatiza que estas, as Inde- redores de onde hoje está o
pendências, também foram Centro Cultural e Recreativo
uma das grandes contribui- Kilamba. Em 1975, quando
ções dos africanos na ela- a população se rebelou e in-
boração do novo mundo e vadiu algumas cadeias, onde
seus conceitos, que, no caso tinham familiares presos
de Angola, teve a conquista pelo regime esclavagista
derradeira a 11 de Novembro português, partindo lojas e
de 1975, à custa de um sem saqueando bens, Elias, numa
ONDE TUDO ACONTECIA
No Sambila nasceram amizades
o ideário pátrio. É assim que para as mães que a qualquer
ganha um certo desapego às altura podiam (e viam) os seus
músicas em Português, fruto filhos partirem para a luta.
dos conselhos que estes diri- Detalha que Maria Mambo
giam ao músico. O Kimbundu Café chegou também a fazer
passa a língua de eleição para parte do conjunto, um pouco
o seu canto. Beto Van Dúnem para entender o casamento
e mais alguns nacionalistas já entre a luta e a música. Mas
vinham de um desterro, tinham não foi só de histórias felizes:
os olhos bem abertos e co- “Uns chegaram e outros fi-
ragem amadurecida para a caram pelo caminho”, recorda,
luta clandestina pela inde- já com semblante de tristeza.
pendência. Foi neste Sambila E salteia para o agora: “O país
onde muitos encontros ter- já tem uma vida e é preciso
minavam em reuniões e troca encorajar as pessoas que estão
de ideias sobre a luta nacional, na condução do país; pedir
muitas vezes feitas em casa para que as pessoas que deram
do pai de Mário Santiago, lá a vida por esta terra não sejam
no lado de trás, onde havia esquecidas”, aconselha.
uma casinha de chapa, e tudo
passava despercebido. Kissanguela
Estava tudo camuflado, Antes passa pelos Ilundu, lá
n u m m i sto d e j ove n s d o para os idos anos 60, onde
desporto e da música. Lem- trava amizade com a distinta
bra ainda os nomes de Jus- dançarina Olga Baltazar. De-
tino Fernandes e Ambrósio pois funda um conjunto de
de Lemos: operários da Textang, que ti-
“A malta do Ginásio era nha a sede no Braguês, no
mais de cobertura e mensagem Sambizanga, e só assim chega
de acto político”, relembra o Kissanguela.
Elias. “Mamã Kudilé N'go”, “Sociedade dos filhos de
volta ao canto, com a sua voz Angola”, que ajudou a fundar
tocante, que era veículo de e sugeriu o nome. O grupo fez
uma preparação psicológica da música um dos grandes
conversa mantida na rua
com alguns jovens, a fim de
convence-los a não partirem
as coisas, que, posterior-
mente, viriam a ser úteis,
foi marcado pela PIDE. Os
“tugas” viram-no a orientar
os jovens sobre como pro-
ceder com a manifestação
e julgaram que o músico
fosse o líder político da re-
belião. Como morava pró-
ximo ao local onde abordou
os miúdos, não demorou
muito para que a tropa o
fosse buscar.
Ele e outros detidos ficaram
aí no espaço do Hospital Pri-
trunfos da política de mobi-
lização para a luta.
“São amizades que fica-
ram. Foram momentos de bo-
nita coragem. Já morava no
Marçal e era um bairro re-
cheado de artistas: Fontinhas,
Malé Malamba, Kim Jorge…
Kilamba, Maxinde, Ginásio,
Sunguila, Don Kixote foram
casas que devem ficar sempre
na nossa memória. Os grandes
dias no Marítimo da Ilha e Do-
na Xica. Nos sábados, está-
vamos todos virados para a
Ilha, Braguês, Maxinde. Só
havia duas grandes bailarinas:
Olga Baltazar e Alba Clington”,
refaz, em síntese, a fotografia
de um período que antecedeu
à independência.
Minha Mãe, não chore…
Deste período, o registo Mua
Lunga marca-o pela forma
como a compõe. Foi com-
posta em alto mar, quando
ia para Lisboa, em 1969. Fala
da trajectória dos 12 dias
passados em alto mar. Ficou
desesperado por estar tanto
tempo sem ver as árvores,
terra e capim, a que estava
habituado. Foi a primeira vez
que viajara ao exterior. Ia nu-
ma caravana para fazer-se
presente num festival em
Santarém (Portugal), cum-
prindo um convite formulado
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
são São Paulo e mais tarde
foram recolhidos para a sé-
tima, depois para a Marinha,
rumo a São Nicolau. Ficou
por lá cerca de seis meses.
Na cadeia, ocorreram muitas
coisas que lhe marcarão por
toda a vida, como a fama que
veio a correr de que o Rei da
Música Angolana tinha apa-
recido morto numa das praias,
arrastado pela correnteza do
mar. Foi assim, um tanto a
tentar quebrar este equívoco,
dado que Elias continuava
vivo e preso, que os tugas se
viram obrigados a libertá-lo
aos fins de-semana.
Saía de São Nicolau e ía até
ao Namibe. Regressava às se-
gundas-feiras. Essa “soltura”
resulta da acutilância que o
programa Angola Combatente
chega a dar ao caso.
Lembra os nomes de an-
golanos que o estenderam a
mão e que fazem parte desta
odisseia, como Batalha, do
Giro-Giro, que trabalhava no
Caminho-de-ferro, ou um
senhor identificado apenas
como Tio da Riquita. Outro
era o Rui Boleto, um mais ve-
lho a quem trata por Loto, e
outros que o cuidadoso exer-
cício da memória não ilumi-
nou oportunamente.
Elias dya Kimuezo con-
tinuou a relatar “epopeia”,
dizendo-nos que não ti-
nham água doce e que os
alimentos eram cozidos com
água salgada, naquela ca-
deia a beira-mar, onde o
vento causava muito frio.
Mesmo assim, a malvadez
dos “tugas” era tanta, que
obrigavam os presos a ti-
rarem a manta. Os angola-
nos detidos apelidaram o
lugar de “Tira a Manta”.
Desta memória lhe são cla-
ros os nomes Carlitos, que
era cobrador de autocarro,
e Duque, irmão de Ambró-
sio de Lemos, antigo co-
mandante geral da Polícia
Nacional de Angola.
pelo SITA, para representar
a Província de Angola. Inte-
gravam também a Rebita do
Velho Geraldo, Os Homens
do Hungo da Muxima, os
Chinguvo do Moxico e a Ma-
rimba de Malange. Muitas
músicas deixaram-no no en-
calço da PIDE. Era difícil en-
tender, mas aquela, que dizia
“minha mãe, não chore, que
eu vou ao Maquis, mas vou
voltar, mesmo que voltar cego,
só de tocar teus seios, hei-de
reconhecer que és a minha
mãe”, fez questão de repassar,
durante a entrevista.
Reafirma que a música fez
o papel de mobilizar, acautelar,
encorajar e dizer verdades de
episódios tristes que os an-
golanos estavam sujeitos a vi-
ver, mas também confortar
as mães que perderam os seus
filhos a lutar pela terra e li-
berdade. Às vezes, quem o
acompanhava era o seu amigo,
“Próprio Nini”, de seu nome
Alves Neto. Muitas notificações
eram deixadas no bar Flor da
Brigada. Aí mesmo, neste bar,
houve bons momentos de con-
versa e música com Domin-
guinhos, do Dimba Dya Ngola,
recordando o Semba ter sido
o ritmo da mensagem, mas
dividia espaço com a música
brasileira, com Roberto Carlos,
e congolesa, com Francó.
POLÍTICA
13 de Novembro de 2020
ARCEBISPO DA IGREJA CATÓLICA NO DUNDO
Prelado católico falou sobre “a dimensão ética do homem”
Paradigma de governação
satisfaz Dom Imbamba
Armando Sapalo | Dundo
O novo paradigma de gover-
nação que está a ser imple-
mentado pelo Presidente da
República, João Lourenço,
é visto como ponto de partida
para a construção de um país
novo, com paz e justiça
social, considerou, no Dundo,
o arcebispo da Igreja Católica
em Saurimo.
D. José Manuel Imbamba
prestou tais declarações quando
dissertava sobre o tema “A
dimensão ética do homem”,
numa palestra promovida
pelo governo local , no âmbito
das actividades comemora-
tivas ao 45° aniversário da
Independência Nacional.
O processo de construção
da nova Pátria , disse, deve
criar uma base ética valo-
rativa e cultural nas pessoas,
principalmente entre os ges-
tores públicos.
Para o prelado católico, os
45 anos de Independência
Nacional devem servir de
reflexão, em que angolanos e
as respectivas instituições, são
ZÂMBIA
Angolanos residente no Mongu
recebem Bilhete de Identidade
A celebração dos 45 anos de
Independência de Angola na
Zâmbia foi marcada, quarta-
feira, pela abertura da cam-
panha de atribuição do Bilhete
de Identidade à comunidade
angolana residente na loca-
lidade do Mongu, 600 quiló-
metros a Oeste de Lusaka.
O embaixador de Angola
na Zâmbia, Azevedo Fran-
cisco, prestigiou o evento,
realizado nas instalações do
Consulado Geral de Angola
no Mongu. Azevedo Francisco
afirmou, na ocasião, que,
doravante, o processo de atri-
buição do BI, Certidão de Nas-
cimento e Registo Criminal
será contínuo, uma vez que
os equipamentos tecnológicos
enviados para o efeito estarão
basificados no Mongu.
Assim - disse - os cidadãos
residentes nesta localidade
e arredores poderão norma-
lizar a sua situação documen-
tal, a todo momento.
Na região do Mongu, pro-
víncia ocidental, fronteira
com o Cuando Cubango,
vivem mais de 17 mil ango-
lanos, maior parte destes,
sem qualquer documenta-
ção, que comprove a sua
cidadania angolana.
Mateus Sunga, líder da
comunidade angolana na
Sexta-feira
DR
chamados a participarem na
promoção de uma sociedade
onde todos se "sintam neces-
sários para uma Angola inclu-
siva, equilibrada, plural e virada
para um futuro seguro".
O modelo de governação
adoptado pelo Presidente da
República , com especial aten-
ção o combate à corrupção,
impunidade e nepotismo, é
uma visão ética que garante
paz, estabilidade social, emo-
cional e cultural, considerou.
Na óptica de Dom Manuel
Imbamba, o lema "Melhorar
o que está bem e corrigir o que
está mal" não deve ser visto
apenas como um mero slogan
que o partido que governa o
país adoptou por acaso, como
pretexto para conseguir os seus
intentos políticos.
Para o arcebispo, o lema
é uma visão baseada na
necessidade da aplicação da
ética na Admini stração
Pública, com vista à reso-
lução dos problemas sociais
dos cidadãos, em função dos
erros cometidos na gover-
nação anterior.
região congratulou-se com
o facto. Lembrou que a con-
dição de indocumentados de
muitos compatriotas cons-
tituiu-se, por longos anos,
na principal razão dos cons-
trangimentos com as auto-
ridades migratórias locais,
além dos obstáculos às des-
locações para Angola.
Discursando na abertura
da campanha, assistida por
responsáveis do governo local,
o embaixador Azevedo Fran-
cisco realçou a preocupação
do Governo angolano para
com as comunidades de
angolanos na diáspora. Subli-
nhou a necessidade de criação
de brigadas móveis, cujo obje-
tivo será o de atender as
comunidades distantes.
Hoje, acto semelhante tem
lugar em Lusaka, seguindo-
se a localidade de Solwezi,
fronteiriça com a província do
Moxico, onde estão registados
perto de 10 mil angolanos.
Acto em Windhoek
Angolanos residentes na
Namíbia também vão poder
tratar os bilhete de identidade
e registo criminal, depois da
inauguração, na quarta-feira,
no Consulado de Angola em
Windhoek, do Centro de
Identificação Civil.
DECLARAÇÃO
UNITA quer
calendário
para autarquias
A UNITA reitera a necessidade
de um “calendário de con-
senso” para a implementação
das autarquias em 2021, em
todos municípios do país.
Numa declaração alusiva
ao 45º aniversário da Inde-
pendência Nacional, assina-
lado na quarta-feira, o Comité
Permanente da UNITA subli-
nha que as autarquias são a
garantia da participação dos
cidadãos na vida pública
local, visando o desenvol-
vimento harmonioso.
Segundo o órgão de cúpula
da UNITA, o partido continua
a defender para Angola, um
Estado Democrático de Direito,
no qual impere o progresso e
a justiça social.
Na declaração, o Comité
Permanente da UNITA soli-
dariza-se com os profissionais
da saúde, que estão na linha
da frente do combate à Covid-
19. Apela ao Executivo a
melhorar as condições de tra-
balho nas unidades sanitárias,
“pois, só garantindo segurança
a todos, o combate poderá
ser eficaz”.
A UNITA exorta o Execu-
tivo a tomar medidas para
que o Estado de Calamidade
não limite os direitos, liber-
dades e garantias constitu-
cionalmente consagrados.
Por isso, repudia quaisquer
actos que visem limitar ou
desencorajar os cidadãos de
exercer os seus direitos.
O Comité Permanente
saúda todos os angolanos e
reitera o compromisso de
fazer de Angola um país ver-
dadeiramente democrático,
reconciliado, digno e igual
para todos, onde reine a paz
e a concórdia.
PRS apela à reflexão
O secretario provincial do
PRS no Cuanza-Sul, César
Khaomeb, defendeu, no
Sumbe, que as actividades
alusivas às comemorações
do 45º aniversario da Inde-
pendência Nacional devem
servir de reflexão às popu-
lações porque o legado dei-
xado pelos nacionalistas não
está a ser honrado.
O político referiu que não
basta conquistar a indepen-
dência política e territorial,
quando a fome e pobreza asso-
lam o povo, há falta de hos-
pitais condignos, escolas,
estradas e pouca aposta nos
recursos humanos.
A reflexão, disse, vai per-
mitir que os angolanos façam
uma retrospectiva do passado
e avaliem ganhos, avanços
e retrocessos.
FNLA e os desafios do país
O secretariado do Bureau Polí-
tico da FNLA considera que,
passados 45 anos do alcance
da Independência Nacional,
o país tem grandes desafios,
como a erradicação da pobreza
e a promoção do desenvol-
vimento socio-económico,
fundamentados na democra-
cia e boa governação.
Numa declaração por oca-
sião do 11 de Novembro, a
FNLA apoia e encoraja o
combate à corrupção.
5
INAUGURADA PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
País ganha primeira
Academia Diplomática
A instituição dispõe de 29 salas de aula com capacidade para
albergar, anualmente, 1.800 formandos nos três períodos
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Presidente João Lourenço considera que a academia vai dotar os diplomatas de mais valências
César Esteves teve sucesso ao longo dos 45 a o l o ng o d o s a n o s , n ã o
anos de existência do país e podendo, por isso, conside-
acreditamos que, com a inau- rar-se que esteja a acontecer
O Presidente da República guração desta academia, com apenas agora. O Titular do
afirmou, em Luanda, que o certeza, o trabalho futuro Poder Executivo disse tra-
trabalho de diplomacia rea- passará a ser ainda melhor, tar-se de um processo que
lizado pelo Estado angolano uma vez que teremos qua- deve ser considerado como
vai atingir melhores níveis, dros melhor acompanha- necessidade permanente.
com a inauguração, ontem, dos”, frisou.
da primeira Academia Diplo- O Chefe de Estado consi- Diplomacia económica
mática do país. derou que a diplomacia ango- O Presidente da República
Ao falar aos jornalistas, lana, de uma maneira geral, salientou que a diplomacia
depois de inaugurar a insti- está muito bem e atribuiu nacional tem trabalhado em
tuição, que tem o nome do esse mérito a todos os cidadãos todos os domínios, mas reco-
falecido diplomata Venâncio ligados ao sector, desde diri- nheceu haver ainda muito por
de Moura, o Presidente João gentes aos quadros do Minis- se fazer no domínio económico.
Lourenço disse que a insti- tério das Relações Exteriores. “Nesta matéria, devo dizer que
tuição dispõe de valências Referiu que os Estados, temos muito que trabalhar.
que vão permitir, doravante, regra geral , dão grande Ainda temos um caminho
os quadros ligados à diplo-
macia exercerem as funções
importância à diplomacia,
por ser ela que acaba por
longo a percorrer, mas a cre-
ditamos, também, que vamos
com maior qualidade.
Apesar deste investimento,
estabelecer as boas relações
de amizade e de cooperação
ter sucessos”, admitiu.
João Lourenço disse ter
que visa dotar os diplomatas com outros povos. “É a diplo- sido por isso que vem pres-
de mais valências, para fazer macia que previne as guerras. tando, desde 2017, uma aten-
face aos desafios actuais do E, no caso das guerras, é a ção particular à diplomacia
sector, João Lourenço salien- diplomacia que acaba com económica, com o objectivo
tou que “a diplomacia ango- elas”, frisou. de lhe dar outro curso. “Como
lana vem registando sucessos A aposta neste sector e em sabem, o Chefe de Estado, no
desde 1975”. outros, prosseguiu, é um pro- fundo, acaba por ser o primeiro
“A nossa diplomacia só cesso que vem acontecendo diplomata do país”, referiu.
Matriz curricular da academia
A Academia Diplomática, localizada na Cen- de produção científica e prestação de serviço
tralidade do Kilamba, resulta da extinção do de consultoria, através do Centro de Estudos
Instituto Superior de Relações Internacionais, Internacionais e o Departamento de Estudos
surgido em 2017. Aplicados.
A instituição, que surge no âmbito da reforma Na esteira do que afirmou o Presidente da
em curso no subsistema do Ensino Superior, República, o ministro das Relações Exteriores
vai manter a mesma matriz curricular virada disse que a Academia Diplomática vai trazer
à diplomacia e às relações internacionais. qualidade na actividade diplomática. Téte
Orçada em cerca de 16 milhões de dólares, António sublinhou que “as relações interna-
a obra, executada em 19 meses, é uma doação cionais também são uma ciência”.
do Governo chinês, no âmbito dos acordos de O embaixador da China em Angola disse
cooperação existentes entre os dois países. que o seu país dispõe de uma instituição seme-
A instituição é composta por 11 edifícios lhante e, nessa perspectiva, prometeu coo-
construídos numa área de quatro hectares. peração no âmbito da docência.
Dispõe de 29 salas de aula com capacidade O embaixador reformado Brito Sozinho
para albergar, anualmente, 1.800 formandos considerou a Academia Diplomática uma mais
nos três períodos. Conta com dois laboratórios valia para o sector, na medida em que vai
de informática, com capacidade para 28 com- permitir reciclar quadros do sector. “Fez muita
putadores cada, dois de línguas para 25 estu- falta no nosso tempo”, disse.
dantes, uma sala de prática consular, outra O director da instituição, José Alves Primo,
de prática de protocolo e cerimonial, além de esclareceu que o curso de licenciatura em
uma biblioteca. Relações Internacionais vai passar para a esfera
A instituição vai rentabilizar as instalações do Ensino Superior. “Nós vamos dedicar-nos
com a realização de vários cursos de especia- à investigação científica e formação especia-
lização, nos diferentes níveis, nomeadamente lizada”, esclareceu.
6 POLÍTICA
PROPOSTA COMEÇA A SER DISCUTIDA, PELA SEMANA, NO PARLAMENTO
Comissões de especialidade aprovaram, ontem, relatórios de balanço do OGE Revisto de 2019
Executivo propõe alteração
ao actual Código Comercial
Proposta elimina a obrigatoriedade de legalização dos livros
de actas pelas conservatórias do Registo Comercial
Adelina Inácio
O Executivo propôs, à Assem-
bleia Nacional, a alteração à
Lei do Código Comercial, de
modo a simplificar procedi-
mentos para a constituição
de empresas. O objectivo é a
melhoria do ambiente de
negócios no país.
Caso a proposta seja apro-
vada pelo Parlamento, a
legalização do livro de actas
das sociedades comerciais
junto da Conservatória do
Registo Comercial vai deixar
de ser obrigatória, passando
a ser feita pelos órgãos da
própria sociedade.
Com o diploma, que vai
à discussão e votação, na
generalidade, na próxima
quinta-feira, o Executivo está
interessado em aligeirar os
procedimentos para a cons-
tituição de sociedades comer-
ciais. A medida permitirá ao
país ser melhor avaliado, no
quadro da classificação do
Índice Geral da Facilidade de
se Fazer Negócios.
Alteração da Lei de Bases
das Instituições Financeiras
Os pormenores para o início
da discussão, na generalidade,
da Proposta de Alteração à
Lei do Código Comercial
foram tratados ontem, na
Assembleia Nacional.
O mesmo aconteceu com
a Proposta de Lei de Revisão
da Lei de Bases das Institui-
ções Financeiras, que também
é discutida, na próxima
quinta-feira, na generalidade.
A proposta visa-se dotar o
sistema de regulação e super-
visão financeira dos instru-
mentos tecnicamente mais
avançados, por forma a pro-
curar assegurar a estabilidade
e robustez do sistema finan-
ceiro, no âmbito das boas
práticas internacional.
O diploma tem, também,
como objectivo ajustar as
normas actualmente em vigor
ao novo enquadramento legal
do sector financeiro.
Executivo quer
aligeirar os
procedimentos
para a constituição
de sociedades
comerciais
A proposta esclarece que
o Executivo considera que
uma política virada para o
fomento da produção nacio-
nal pressupõe a existência
de um sistema financeiro
estável e credível.
Para tal, segundo o diploma,
torna-se necessário ajustar o
quadro normativo das insti-
tuições financeiras domici-
liadas em território nacional,
para que “este constitua um
efectivo instrumento perma-
nente da política económica
do Estado”.
A ideia é aproximar a
organização e o funciona-
mento das instituições inte-
grantes do sistema financeiro
JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO
nacional ao quadro de desen-
volvimento económico actual,
reforçando a confiança eco-
nómica e financeira no país
e o consequente fomento da
produção nacional.
Com aprovação deste
diploma, os organismos de
supervisão e as instituições
que nela operem necessi-
tarão de alocar recursos
financeiros, humanos e tec-
nológicos adequados ou
ajustados ao reforço das
funções operacionais do
novo quadro legal, face aos
desafios da indústria finan-
ceira nacional.
A proposta “dá a possi-
bilidade de o Executivo criar
um Conselho de Supervi-
sores do Sistema Financeiro,
para uma maior coordenação
e articulação entre as auto-
ridades de supervisão do
sector financeiro”.
Este Conselho terá como
membros permanentes o
governador do Banco Nacional
de Angola (que o preside), os
presidentes da Agência Ango-
lana de Regulação e Supervisão
de Seguros e do Organismo
de Supervisão do Mercado de
Valores Mobiliários, bem como
os membros dos Conselhos
de Administração dos orga-
nismos de supervisão.
Ontem, os deputados
aprovaram, na especialidade,
os relatórios de balanço de
execução do segundo, ter-
ceiro e quarto trimestres do
Orçamento Geral do Estado
Revisto de 2019.
ASSEMBLEIA NACIONAL TOMA DECISÃO NO DIA 19
ERCA solicita a retirada
do mandato de Carlos Alberto
Adelina Inácio
A Entidade Reguladora da
Comunicação Social (ERCA)
remeteu, à Assembleia Nacio-
nal, um relatório parecer,
com vista à perda do mandato
do conselheiro Carlos Alberto,
que representa a UNITA
naquela instituição.
De acordo com o relatório
parecer apresentado, ontem,
aos deputados, desde a tomada
de posse, em Setembro de
2017, Carlos Alberto cometeu
21 faltas injustificadas.
Segundo o documento,
até ao momento, o conse-
lheiro Carlos Alberto não fez
a entrega dos documentos
para completar o processo
individual, de modo a provar
e certificar a formação aca-
démica, capacidade técnica
e profissional.
No relatório, aprovado por
unanimidade, a ERCA cla-
rifica que Carlos Alberto não
conseguiu apresentar provas
que justificou as ausências,
“tão pouco mostrou provas
bastantes e inequívocas que
DIRIGENTE CHINÊS
Diversificação da economia Estabelecidas
conta com o apoio da China
O director-geral da agência
relações
de promoção de intercambio
internacional “Lookwe”, Xu
diplomáticas
Yun Zu, afirmou, quarta-
com Maldivas
feira, em Beijing, que Angola
pode sempre contar com o
apoio das instituições chinesas
na busca de investidores deste
país para diversificar a sua
economia.
Xu Yun Zu que falava na
cerimónia de apresentação
formal da edição especial da
revista da agência - que este
mês apresenta o potencial
económico, turístico e cultural
de Angola -, assegurou que
a agência coloca Angola entre
os países prioritários a divulgar
junto dos potenciais inves-
tidores chineses para desen-
volver a sua economia.
Aspectos como o ambiente
de negócios e oportunidades
de investimento existentes
em vários sectores da eco-
nomia constam da referida
edição especial da revista,
que inclui, na capa, dizeres
e ilustrações sobre as come-
morações do 45º aniversário
da Independência Nacional.
“Angola é um país amigo
e bom parceiro que sempre
esteve ao lado da China nos
momentos difíceis e que pode
sempre contar com o apoio
das instituições chinesas na
divulgação do novo ambiente
de negócios e das oportuni-
dades existentes para o empre-
sariado chinês”, afirmou o
director-geral da publicação.
A e ditora - chefe da
revista, Wang Yan, apresenta
Angola como “país com
muitas potencialidades
turísticas e aberto ao inves-
timento privado”. “Este mês
celebra-se o 45º aniversário
da Independência Nacional
certificam a entrega de docu-
mentos à ERCA para preen-
cher os elementos em falta
no seu processo individual.
A ERCA justifica a posição
com o facto de Carlos Alberto
ter recusado a participar na
elaboração de uma recomen-
dação sobre as boas práticas
de jornalismo, a propósito
da divulgação de matérias
relacionadas com o novo
Coronavírus.
A ERCA queixa-se, tam-
bém, do facto de Carlos
Alberto divulgar, nas redes
sociais, informações de que
toma conhecimento por ser
membro do conselho direc-
tivo, entregando a agenda
de trabalhos a pessoas estra-
nhas àquela instituição.
“A ERCA considera atitude
leviana o facto de Carlos Alberto
ter publicado, na rede social
Facebook, no dia 11 deste mês,
um artigo, bem como a sua peça
que serviu de contestação, onde
considera o processo disciplinar
que recai contra si de ilegal”,
lê-se no relatório. Para ERCA,
esta atitude demonstra, clara-
da República de Angola, um
país que, desde 2017, entrou
numa nova era caracterizada
por mudanças e reajusta-
mento de alguns de seus ins-
trumentos jurídicos, no intuito
de melhorar o ambiente de
negócios e encorajar o inves-
timento privado”, lê-se na
nota de abertura assinada por
Wang Yan.
A p u b l i cação , q u e s e
dedica à promoção do inter-
câmbio e a cooperação entre
a China e outros países,
sobretudo nos campos da
economia, comércio, inves-
timento, cultura e turismo,
refere, também, que “Angola
deu passos significativos
em termos de construção
d e i n f ra - e s t r u t u ra s ” e
“atracção turística”.
O país, sublinha, tem reser-
vas naturais, monumentos e
locais que registam a história,
em geral, e a trajectória da
luta pela independência
nacional, em particular.
Complementariedade
Na revista, o embaixador de
Angola na China, João dos
Santos Neto, destaca o facto
de os dois países estarem
engajados na melhoria da
qualidade da cooperação bila-
teral, tendo sempre em conta
que as “potencialidades de
cada um se complementam”.
O diplomata sublinha que
Angola, que tem envidado
esforços para facilitar o inves-
timento directo, adoptou um
quadro jurídico atractivo que
assegura um ambiente propício
de negócios. Ainda no âmbito
das reformas em curso, diz,
foram introduzidas melhorias
significativas nas instituições
para serem “fortes e fiáveis”.
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
DR
Carlos Alberto quando
tomava posse no Parlamento
mente, “um profundo desres-
peito à Assembleia Nacional,
cometendo, sem sombra de
dúvidas, uma violação gri-
tante ao segredo de Justiça”.
UNITA em silêncio
Os deputados da UNITA que
participaram na reunião das
comissões especializadas
recusaram comentar a even-
tual perda de mandato do seu
representante na ERCA.
O relatório vai ser discutido
e votado na reunião plenária
da Assembleia Nacional,
agendada para o dia 19.
ASSINADO ACORDO
Angola e Maldivas estabe-
leceram, terça-feira, em
Nova Iorque, relações diplo-
máticas. O acordo foi assi-
nado pelos representantes
permanentes de Angola e
d a s Ma l d iva s j u n to d a s
Nações Unidas, embaixa-
doras Maria de Jesus Ferreira
e Thilmeeza Hussain.
Um comunicado de
imprensa da Missão Perma-
nente de Angola junto da
ONU refere que “o acordo
assinado com as Maldivas
enquadra-se na perspectiva
do Governo angolano em
alargar a cobertura geográfica
e diplomática do país”.
O acordo assinado “marca
o início de relações de amizade
e de cooperação e possibilita
a evolução para a formalização
e aprofundamento de relações
entre os dois Estados”, refere
o comunicado.
A embaixadora das Mal-
divas manifestou a disponi-
bilidade do seu país cooperar
com Angola nos sectores do
turismo, sua principal fonte
de receitas, e da joalharia.
A República das Maldivas
é um pequeno país insular
situado no Oceano Índico
ao sudoeste do Sri Lanka e
da Índia, ao sul do continente
asiático. É constituído por
1.196 ilhas, das quais 203
são habitadas.
As Maldiva e o Sri Lanka
são os dois únicos países do
sul da Ásia com um Índice
de Desenvolvimento Humano
considerado elevado.
ESPECIAL Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
Honorato Silva
Em 45 anos de existência co-
mo Estado soberano, Angola
inscreveu o nome nos anais
do futebol mundial, fruto da
presença em dois dos maiores
eventos da modalidade à es-
cala planetária. Primeiro, nos
Sub-20, em 2001, na Argen-
tina, e, depois, com os Pa-
lancas Negras, em 2006, na
Alemanha. Mas a presença
dos “Filhos da Independência”
no desporto-rei vai além des-
ses feitos históricos.
A necessidade de juntar
a Selecção Nacional no mês
passado, em Portugal, para
o aproveitamento da Data
FIFA, colocou sobre a mesa
um novo paradigma de con-
vocação de atletas, muito
por força das limitações im-
postas pela pandemia da Co-
vid-19. A discussão passou
a ser feita à volta da possi-
bilidade de um dia sermos
representados apenas, ou
em larga maioria, por fute-
bolistas chamados do es-
trangeiro, à semelhança de
vários colossos africanos,
como Argélia, Senegal, Ni-
géria, Camarões e Ghana.
Porém, a eventual com-
posição da equipa nacional
com base numa presença re-
sidual de jogadores do Gira-
bola, competição inserida no
leque das mais cotadas de
África, daí fazer parte do G12,
que junta os países habilitados
a colocar o maior número de
representantes nas provas de
clubes, dois na Liga dos Clubes
Campeões e dois na Taça da
Confederação, quando os
restantes inscrevem um em
cada torneio, é tema para fu-
turas abordagens.
O País assinala uma idade
redonda, 45 anos, quase
meio século de soberania,
e o foco é colocado nos ta-
lentos nascidos depois de
11 de Novembro de 1975, em
evidência no futebol fora das
fronteiras. São activos à dis-
posição do seleccionador na-
cional, Pedro Gonçalves, sem
perder de vista atletas já re-
formados, cujo desempenho
ajudou a projectar o nome
de Angola na modalidade.
Gelson
Formado no 1º de Agosto,
Jacinto Dala, Gelson nas lides
futebolísticas, é um dos ex-
poentes desta gesta. Quando
nasceu, em 1996, a Nação
vivia o vigor da juventude.
Para trás, tinham ficado duas
décadas desde a noite em
que ecoou o grito da liber-
dade. Lá cresceu o menino,
descoberto, como a maioria,
nos bairros. Espalhou classe
nos relvados do país, ao ponto
de ser o melhor marcador
do Campeonato Nacional,
com 23 golos, a seis do registo
histórico de Carlos Alves,
intacto há 40 anos.
Os atributos de goleador
precipitaram a partida para
o Sporting Clube de Portugal,
onde nunca teve oportuni-
dade de se afirmar. No en-
tanto, os empréstimos ao
Rio Ave, actual colocação
com carácter permanente,
permitiram ao talento an-
golano espalhar o perfume
do seu futebol, facto que
justifica o estatuto de “re-
sidente” nas convocatórias
dos Palancas Negras.
Artistas do futebol angolano
mostram talento
pelo mundo
O País assinala uma idade redonda, 45 anos, quase meio século de soberania,
e o foco é colocado nos talentos nascidos depois de 11 de Novembro de 1975,
em evidência no futebol fora das fronteiras
Kadu (Espinho/Portugal), Hu-
go Marquês (Sporting Farense),
Clinton Mata (Club Brugge/Bél-
gica), Anderson Lucoqui (Ar-
minia Bielfeld/Alemanha),
Inácio Santos (U Cluj/Romé-

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HISTÓRIAS DE SUCESSO EM CAMPO
Muitos mais jogadores
nia), Jonas Ramalho son (Marítimo/Portugal),
(Girona/Espanha), Jonathan Show (Boavista/Portugal),
Buatu (Sint-Truiden/Bélgica), Fábio Abreu (Al Batin/Arábia
Núrio Fortuna (Gent/Bélgica), Saudita), Geraldo (Al
Fredy (Antalyasport/Turquia), Ahly/Egipto) e Mário Correia
Edgar André (Sion/Suíça), Mil- “Alex” (Hrvatski Nogometni
Savez/Croácia) engrossam a
extensa lista de atletas orgu-
lhosos de representar o país,
enquanto Carlinhos é tratado
como estrela no Young Afri-
cans da Tanzânia.
7
Bastos
Nas escolas do histórico ASA,
despontou Bartolomeu Quis-
sanga “Bastos”. A ida ao gi-
gante Petro de Luanda, ainda
em idade de formação, alargou
os horizontes do defesa com-
bativo, nascido em 1991, que
muito cedo assumiu como
ambição vestir a camisola da
Selecção Nacional. Ao abrigo
da política de desenvolvimento
e protecção de atletas petro-
líferos, coordenada por Tomás
Faria, à época vice-presidente,
rumou ao Rostov da Rússia,
trampolim para a presença
marcante nos italianos da La-
zio, de onde recentemente
saiu e assinou pelo Al-Ain,
da Arábia Saudita.
Mateus Galiano
Aos 36 anos, Mateus Galiano
da Costa é um exemplo de
longevidade. Lapidado em
Portugal, num percurso árduo,
tendo várias vezes pensado
em desistir e regressar para
Angola, enverga com mérito
a braçadeira de “capitão” da
equipa nacional, estatuto
granjeado, sobretudo, por ser
único “sobrevivente” do grupo
que, em 2006, disputou o
Mundial na Alemanha. Numa
carreira recheada de golos, e
até processos administrativos
e judiciais marcados na his-
tória do futebol português, o
talento angolano defende as
cores do Penafiel, determi-
nado a correr enquanto tiver
força nas pernas.
Djalma Campos
Outro nome incontornável
é Djalma Campos, actual-
mente ao serviço do Sporting
Clube Farense. Com passagem
pelo FC Porto, o extremo de
33 anos tem a particularidade
de estar ligado ao passado de
glória do pai, Abel Campos,
avançado veloz revelado no
Independente do Rangel,
confirmado no Petro de Luan-
da e consagrado campeão no
Sport Lisboa e Benfica. Juntos
têm um registo ímpar de ter
representado os Palancas Ne-
gras na fase final da Taça de
África das Nações, à seme-
lhança de Abedi Pelé e os fi-
lhos André, Jordan e Rahim
Ayew, no Ghana.
Mantorras,
craque de uma nação
Estava projectado para ser
um craque de dimensão pla-
netária. Tinha explosão, ve-
locidade, boa impulsão e
capacidade inventiva com a
bola nos pés. Chegou a receber
a bênção de um “rei”, Eusébio.
Porém, uma arreliadora lesão
no joelho anulou-lhe o sonho.
É Pedro Mantorras, um dos
expoentes máximos dos “Fi-
lhos da Independência”.
Nascido em 1982, no po-
pular distrito do Sambizanga,
o avançado, apadrinhado no
Progresso por Joaquim Dinis
“Brinca n’Areia”, chegou a
Portugal levado pelo Alverca,
colocou em sentido os três
grandes e entrou para a his-
tória do Benfica, ao ser de-
cisivo na conquista do título
das águias, de 2004/2005,
sob a batuta do italiano Gio-
vanni Trapattoni. Foi um
verdadeiro embaixador an-
golano nos relvados, por con-
seguir fazer com que muitos
sportinguistas e portistas
festejassem os seus golos e
exibições, com a camisola
do rival.
8 Sexta-feira
13 de Novembro de 2020

(500.1435)
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020 9

(11.089a)
(500.1325)
10 DESTAQUE
COVID-19
NO CUANZA-SUL
UNITA manifesta
preocupação
com aumento de
casos da doença
A UNITA manifestou ontem,
no Sumbe, no Cuanza-Sul,
preocupação com o aumento
de casos positivos de Covid-
19 e defendeu união na busca
de ideias e soluções concretas
no sentido de salvar a província
da pandemia.
Falando em conferência
de imprensa sobre a evolu-
ção da doença no Cuanza-
Sul, o secretário provincial
da UNITA, António Kaquepa,
disse constatar, com tris-
teza, um aumento vertigi-
noso de casos positivos de
Covid-19 a nível da pro-
víncia, que já contabiliza
mais de 250 infecções.
O político afirmou que a
propagação da Covid-19 tem
tirado o sono à população do
C u a n za - S u l e a c u s o u o
Governo de estar mais inte-
ressado com o poder do que
com vida das pessoas.
“É altura de sentarmos
com todas as forças vivas
da província, buscando
ideias e soluções concretas
para extinguirmos esta pan-
demia na província. Por isso,
todo sacrifício é pouco.
Vamos nos unir neste com-
bate”, disse.
Para o secretário provincial
da UNITA no Cuanza-Sul, o
surgimento de casos no Ins-
tituto Nacional de Petróleos
é culpa de quem mandou abrir
as escolas sem antes criar
condições de biossegurança
para as instituições de ensino.
“Precisamos salvar centenas
de jovens inocentes, hoje,
infectados em isolamento no
Instituto Nacional de Petró-
leos”, disse.
ZAIRE
JMPLA sensibiliza cidadãos
sobre prevenção da Covid-19
Fernando Neto | Mbanza Kongo
O secretariado provincial da
JMPLA, no Zaire, inicia, hoje,
em Mbanza Kongo, uma cam-
panha de sensibilização sobre
o cumprimento rigoroso das
medidas de prevenção contra
a Covid-19, tendo em conta
o aumento de casos positivos
na região.
O primeiro secretário pro-
vincial da JMPLA, Agostinho
Dias Zantoto, disse que a cam-
panha realiza-se no âmbito
das comemorações da data
Três mortes e mais 104 pessoas
infectadas em 24 horas
Xavier António
O nú m e ro d e m o r te s d e
Covid-19 no país subiu ontem,
para 315, com o registo de
mais três óbitos, nas últimas
24 horas, dos quais dois
homens residentes em Luanda
e uma mulher em Benguela.
As vítimas, com idades
entre 54 e 60 anos, tinham
como comorbilidades a hiper-
tensão arterial, diabetes mel-
litus e obesidade.
Dados do último Boletim
do Ministério da Saúde indi-
cam que, depois de Luanda
com 226 mortos, segue-se
Benguela com 16.
Logo a seguir vem a Huíla
com 9 óbitos, Uíge (6), Cuanza-
Sul (3), Cuando Cubango (3),
Huambo (2), Zaire (2), Cabinda
(2), Bengo (2), Namibe (1),
Cunene, Malanje (1) e Cuanza-
Norte (1).
104 novos infectados
Ontem, mais 104 pessoas
foram infectadas, sendo 43
de Luanda, 24 da Huíla, 10
de Cabinda e igual número
em Benguela, nove do
Namibe, sete do Cuando
Cubango e um do Cunene.
Os dados foram anunciados
ontem, em Luanda, pelo secre-
tário de Estado para a Saúde
Pública, Franco Mufinda, no
habitual encontro com a
imprensa para a apresentação
da evolução epidemiológica
da pandemia no país.
Entre os novos casos posi-
tivos estão 66 homens e 38
da fundação da organização
juvenil do MPLA, a assina-
lar-se a 23 do corrente.
Agostinho Dias Zantoto
avançou que a iniciativa vai
ser extensiva às 37 comunas
que conformam a província
do Zaire, para que as pessoas
possam ganhar, cada vez
mais, consciência da gravi-
dade da doença e evitar com-
portamentos de risco.
“Para este mês, tendo em
conta o aumento do número
de casos positivos, programa-
mos esta campanha que vai
mulheres, com idades entre
um e 64 anos. O cumulativo
de infecções no país é agora
de 13.057, desde que surgi-
ram os primeiros casos em
Março último.
6.250 recuperados
Nas últimas 24 horas, mais
125 pessoas foram recupera-
das nas províncias de Luanda,
Huíla, Benguela, Zaire, Bengo,
Malanje e Uíge.
De acordo com o secretário
d e E s t a d o p a ra a S a ú d e
GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO
decorrer em todas as comunas
da região, para incentivar o
cumprimento das medidas
de biossegurança contra a
Covid-19. A doença é real,
por isso, vamos também dis-
tribuir às pessoas sabão, álcool
em gel e máscaras, para que
possam prevenir-se”, disse.
O jovem político lembrou
que a Covid-19 é uma pan-
demia com consequências
desastrosas para a vida das
pessoas, tendo, por isso,
defendido a necessidade de
adopção de novos modelos
MAIS 125 RECUPERADOS
Pública, os cidadãos recupe-
rados têm idades entre dois
e 72 anos. Com estes números,
o total de pessoas recuperadas
da Covid-19 aumentou agora
para 6.250.
Nesta altura, há 6.492 casos
activos, destes oito estão em
estado crítico, o que repre-
senta (0,1%), 14 em estado
grave (0,2%), 185 moderados
(2,8%), 437 leves (6,7%) e
5.848 assintomáticos (90,1%).
Durante a apresentação
dos dados, Franco Mufinda
d e c o mp o r ta m e nto e d e
actuação, no sentido de conter
a cadeia de contaminação no
seio das comunidades.
Entre as várias actividades
programadas, disse, consta
também uma campanha de
doação de sangue que envolve
50 jovens afectos à referida
organização partidária. O Hos-
pital Municipal do Kuimba foi
escolhido para receber a pri-
meira doação. Segundo Agos-
tinho Dias Zantoto, o propósito
é reforçar o stock de sangue
das unidades sanitárias locais,
que registam afluência de
doentes com outras patologias,
como malária, febre tifóide e
anemia aguda.
“Outras doenças também
necessitam de atenção, por
isso, vamos apoiar as unidades
sanitárias com sangue. No
município do Kuimba vamos
levar um grupo de 50 jovens.
Para garantir o cumprimento
das medidas de distancia-
mento físico, no momento
de doação, vamos repartir os
50 jovens em grupos de dez
elementos”, disse.
Em Outubro último, lem-
brou, a JMPLA no Zaire dis-
tribuiu aos habitantes da
comuna do Lufico, muni-
cípio do Nóqui, um total de
600 máscaras e 300 barras
de sabão, para a lavagem
das mãos.
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
destacou também que um
total de 644 pessoas estão
internadas nas unidades de
saúde, um aumento de 115
doentes em comparação ao
dia anterior.
Evitar o colapso
Testar, alertar e proteger são
métodos que fazem parte da
estratégia da abordagem da
pandemia, no sentido de se
evitar o colapso do Sistema
Nacional de Saúde, segundo
o secretário de Estado para
PERISCÓPIO
Cumprir sem enganar
O momento que Angola
atravessa devido ao novo
coronavírus requer, mais
do que eventuais novas
medidas para o ludibriar, o
cumprimento das já decre-
tadas, cientes todos de que
com essa postura podemos
menos dificilmente evitar
a infecção.
A observância das regras
impostas é, enquanto não
houver antídoto que o evite
ou mate, o escudo que
temos para contrariá-lo e
atrasar-lhe a caminhada
assassina. Este inimigo inco-
lor, inodoro e invisível à
vista desarmada, faz questão
de provar, ao instante, que
não escolhe as vítimas pelo
género, nacionalidade, for-
tuna ou pobreza, fama ou
anonimato. Com ele nin-
guém está a salvo.
As medidas decretadas,
entre nós, insuficientes para
combater, na plenitude, uma
doença sem cura à vista,
são as únicas que podem
diminuir-lhe a velocidade
de alastramento movida
pelo vírus que a alimenta.
O que nos falta para abran-
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
a Saúde Pública. “Quando
uma pessoa expressa sinais e
sintomas da Covid-19 ou até
identificada como contacto,
esta condição permite aos
laboratórios, através das equi-
pas de resposta rápida, se con-
centrar nela como prioridade
para a testagem", explicou
Franco Mufinda.
Se a pessoa for um caso
confirmado com a doença,
continuou, deve comunicar
às autoridades sanitárias a
sua condição e relatar os seus
contactos recentes, para faci-
litar o sistema de alerta e aju-
dar na redução da propagação
do vírus.
Ainda ontem, um total de
3.322 amostras foram pro-
cessadas por RT-PCR, sendo
104 positivas e 3.218 negativas,
com uma taxa de positividade
de 3,1%. O cumulativo de
amostras já processadas por
Biologia Molecular subiu agora
para 183.533.
Em relação à quarentena
institucional, foram dadas
18, das quais 12 em Cabinda
e seis em Malanje.
Já a Equipa de Saúde Men-
tal e Intervenção Psicossocial
assistiu dois utentes e 12 téc-
nicos de saúde. No mesmo
período, foram atendidas 248
famílias de utentes e 42 uten-
tes, através da Linha de Apoio
Psicológico.
O Centro Integrado de
Segurança Pública (CISP) rece-
beu 72 chamadas, todas foram
pedidos de informação sobre
a pandemia da Covid-19.
darmos mais a fúria do ini-
migo é cumprir e fazer cum-
prir o estipulado.
Os aproveitadores da pan-
demia, entre os quais estão
aqueles que, coberto das
mais variadas justificações,
continuam a receber o salário
- até, mordomias injustifi-
cadas, mesmo em tempo
sem pandemia -, continuam
“confinados” em férias rega-
ladas. Desavergonhada-
mente, com frequência,
vangloriam suas preguiças
nas redes sociais, em centros
comerciais, na rua.
Qualquer junta médica,
qualquer organização de
defesa dos trabalhadores,
organismo estatal, a come-
çar pelos da saúde, pode
acabar com este regabofe.
A inactividade, neste caso,
corre o risco de ser consi-
derado conluio com fraude,
vagabundagem, Como lem-
bra o adágio “ladrão tanto
é o que rouba como o que
fica à porta”.
Medidas decretadas para
ludibriar a Covide-19 exis-
tem, o que falta é cumpri-
las sem enganar.
DESTAQUE Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
“Combate à Covid-19
requer união de todos”
Falando à margem da cerimónia do acto provincial do 11 de Novembro,
Dia da Independência Nacional, o arcebispo do Lubango, D. Gabriel
Mbilingui, disse que em tempos de pandemia é necessária a união de
todos para travar o surgimento de mais casos da doença
Arão Martins | Lubango
O arcebispo do Lubango, D.
Gabriel Mbilingui, disse,
quarta-feira, na cidade do
Lubango, província da Huíla,
que o combate à Covid-19
requer a união de todos.
Falando à margem da
cerimónia do acto provincial
do 11 de Novembro, Dia da
Independência Nacional, o
prelado católico disse que
em tempos de pandemia é
necessária a união de todos
para travar o surgimento de
mais casos da doença.
“É preciso nos unirmos
para travarmos a Covid-19.
Não é momento de perder
tempo com outro tipo de
discussões. Temos um ini-
migo comum. É uma situa-
ção que assola todos e, se
não houver união, seremos
derrotados e, com isso,
AUTORIDADES ADMITEM CIRCULAÇÃO COMUNITÁRIA DO VÍRUS SARS COV-2
Cunene regista primeira vítima mortal
Adelaide Mualimusi | Ondjiva
A província do Cunene regis-
tou a primeira morte por
Covid-19, ocorrida no muni-
cípio de Namacunde, anun-
ciou ontem, em Ondjiva, o
porta-voz da Comissão Pro-
vincial Multissectorial de Pre-
venção e Combate à Covid-19,
Belarmino Satyohamba.
Nesta altura, Cunene tem
um cumulativo de 135 casos
positivos de Covid-19, dis-
D. GABRIEL MBILINGUI
D. Gabriel Mbilingui
defendeu que o
diálogo entre
governantes
e governados
deve prevalecer
para preservar
as conquistas da
Independência
Nacional e superar
as dificuldades
que surgirem
perde o país. Não queremos
isso”, apelou.
D. Gabriel Mbilingui reco-
nheceu que o surgimento
da Covid-19 agravou ainda
mais a situação económica
do país, que tem vivido, nos
últimos meses, momentos
tribuídos nos municípios de
Cuanhama (120 confirmados,
12 recuperados e 108 activos),
Ombadja (11 confirmados, 2
recuperados e 9 activos) e
Namacunde (3 confirmados,
2 activos e 1 morto).
“Com estes números, a
província tem actualmente
120 casos activos, 14 recu-
perados e um morto”, disse.
Belarmino Satyohamba,
que é igualmente chefe do
Departamento de Saúde
Arcebispo
do Lubango
de tensão provocados pelas
manifestações de jovens
que exigem melhores con-
dições de vida e uma data
indicativa para a realização
das eleições autárquicas.
“ Este é um momento
marcado por conflitos e ten-
sões. Os jovens querem ver
as suas aspirações realiza-
das, mas é preciso não des-
truir aquilo que já se
construiu ou que se conse-
guiu poupar ao longo dos
anos de guerra”, disse.
D. G a b r i e l M b i l i ng u i
defendeu que o diálogo entre
governantes e governados
deve prevalecer para pre-
servar as conquistas da Inde-
pendência Nacional e superar
as dificuldades que surgirem.
“Todos temos alguma coisa
para dar, no sentido de tornar
o nosso país mais pacificado,
unido e, sobretudo, desen-
Pública do Gabinete Provin-
cial da Saúde, frisou que a
testagem regular tem per-
mitido detectar novos casos
de Covid-19.
O porta-voz da Comissão
Provincial Multissectorial
de Prevenção e Combate à
Covid-19 admitiu que
Cunene já tem circulação
comunitária do vírus, por já
ter registado mais de 100
casos positivos da pandemia
sem vínculo epidemiológico,
ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO
BISPO DA DIOCESE DE BENGUELA
D. Jaka destaca empenho
dos profissionais de saúde
no combate à doença
Maximiano Filipe | Benguela
O bispo da Diocese de
Benguela, D. António
Jaka, destacou, terça-
feira, o empenho dos pro-
fissionais de saúde no
tratamento dos doentes
que padecem de diversas
patologias, sobretudo da
pandemia da Covid-19.
Durante a celebração
de uma missa na paró-
quia de Nossa Senhora
da Arrábida, na zona da
Restinga, no município
do Lobito, o prelado
católico reconheceu a
existência de um ele-
vado nível de atenção
ao doente, apesar de
haver maior necessi-
dade para se atingir a
excelência.
Referindo-se aos 45
anos da Independência
Nacional, o bispo da
Diocese de Benguela
disse que o país vive um
momento de paz, que
precisa ser preservado
por todos os cidadãos.
“É chegado o momento
de elevar também o nível
de consciência e respon-
sabilidade para com este
bem, que é a paz. A paz
promove o bem social e
a felicidade de todos os
cidadãos”, frisou.
volvido para o bem-estar de D. António Jaka lem-
todos”, afirmou. brou que a paz produz
O arcebispo do Lubango inúmeras oportunidades,
frisou que os governantes que nos dias de hoje se
devem passar das palavras a tornam em preocupações
acções concretas para a satis- para a sociedade. Apesar
fação dos anseios dos cidadãos. de tudo, acrescentou, os
“Quando falo de governantes,
não me refiro apenas ao
actual Governo, mas a todos
aqueles que têm responsa-
bilidade de propor projectos
de governação, tais como
JMPLA abre jornada
partidos políticos, especial-
mente aqueles com assento
comemorativa com um
parlamentar”, explicou.
Aos jornalistas, indicou,
olhar atento à pandemia
recai também responsabi- A secretária provincial da
lidade de evitar aquelas notí- JMPLA, Guilhermina de
cias que, “ao invés de nos Araújo, exortou os militan-
unirem, acabam por nos divi- tes e simpatizantes da orga-
dir ainda mais, fazendo gorar nização a promoverem
as esperanças de uma paz acções que visam incenti-
social, que é um sonho que var os cidadãos a cumpri-
aos poucos vai se tornando rem com rigor as medidas
uma realidade”. de biossegurança contra
a Covid-19.
A responsável falava
ontem, no município de Caim-
bambo, durante o acto de
abertura das festividades do
aniversário da JMPLA, a assi-
nalar-se no próximo dia 23
de Novembro, bem como em
alusão ao 11 Novembro, Dia
o que vai exigir das autori- da Independência Nacional.
dades um reforço das medidas Até ao final do ano, disse,
de prevenção e intensificação os membros da organização
dos testes para determinar o vão sensibilizar os cidadãos
número de pessoas infectadas a usarem correctamente a
pela doença. máscara, a lavarem as mãos
A província do Cunene, com água e sabão e a desin-
disse, aguarda por mais testes fectarem com álcool em gel.
rápidos serológicos para per- “Vão, de igual modo,
mitir a testagem de pessoas incentivar as pessoas a cui-
que pretendem viajar para darem do saneamento do
outros pontos do país. “Os meio, a cumprirem com o
testes serão comparticipa- distanciamento físico, a evi-
dos”, lembrou.
11
indicadores de progresso
são visíveis e devem ser
acompanhados com uma
postura de civismo e ética
por parte do cidadão.
O prelado católico
defendeu que as insti-
tuições do Estado devem
continuar a desempe-
nhar o seu papel com
amor ao próximo, zelo
e profissionalismo. O
bispo da Diocese de Ben-
guela acrescentou que
a sociedade deve con-
tribuir na preservação
do patrimônio público,
assim como colaborar e
cumprir com todas as
orientações dadas pelas
a u t o r i d a d e s , p a ra o
alcance do progresso que
se pretende.
O prelado
católico defendeu
que as
instituições do
Estado devem
continuar a
desempenhar o
seu papel com
amor ao próximo
De igual modo, exor-
tou a população no sen-
tido de promover um
ambiente de respeito,
harmonia familiar, evi-
tando o consumo exces-
sivo do álcool, bem como
pautar por uma convi-
vência fraterna.
tarem a discriminação contra
pessoas que padecem ou
foram infectadas com a
Covid-19”, disse.
Já o segundo secretário
provincial do MPLA, Antó-
nio Capewa Calianguila,
sublinhou que a JMPLA
deve desenvolver com brio
as suas responsabilidades
sociais, visando a promo-
ção do bem-estar das
populações.
O dirigente avançou que,
apesar dos constrangimen-
tos, a JMPLA tem vindo a
cumprir, verdadeiramente,
com o seu papel, quer no
domínio político, cultural e
social do país.
Fez saber que o MPLA
reconhece também o empe-
nho da juventude da JMPLA
no combate a determinadas
práticas, que nada dignificam
o espírito de cidadania,
nomeadamente, actos de
delinquência, consumo de
drogas, violência doméstica
e infantil, nepotismo, cor-
rupção, entre outros.
12 Sexta-feira
13 de Novembro de 2020

COMUNICADO
ALTERAÇÃO DA IDENTIDADE VISUAL E CORPORATIVA DA ARSEG.
A Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG) torna público que procedeu à renovação da sua identidade visual corporativa,
composta pela logomarca, cores institucionais e universo gráfico.

A alteração tem em vista a modernização da imagem de marca do referido organismo tutelado pelo Ministério das Finanças, por forma a firmar o seu
posicionamento na memória colectiva da sociedade, bem como no contexto internacional em que se insere.
A nova marca, além de dinâmica, é igualmente moderna, credível, garantindo longevidade e transparência de valores como solidez, coesão e rigor.
Neste sentido, o desenho em formato triangular irá representar o principal elemento visual da nova logomarca, composta pelas letras "A" e "S", retra-
tando, deste modo, o equilíbrio e a sustentação que a ARSEG pretende reafirmar no mercado. As cores predominantes serão a azul e a cor de laranja.
A primeira representando a força e a confiança, elementos primordiais para o desenvolvimento do papel que a ARSEG se propõe desempenhar, en-
quanto que a segunda, traz como simbolismo as outras facetas da marca, nomeadamente a sabedoria, o entusiasmo e o positivismo.
Reconhecendo que a marca ARSEG é ainda desconhecida no grande público "parece-nos evidente que estamos diante de uma oportunidade que nos
impõe uma missão clara e de grande responsabilidade. Devemos, pois, assegurar que a nova identidade visual esteja sempre associada à cultura dos
valores de integridade, transparência e independência, que sempre guiaram a nossa instituição e que muito nos orgulham”.

Para o efeito, a ARSEG reafirma o compromisso com uma actuação responsável e competente na materialização das atribuições que lhe foram con-
fiadas, abraçando, com convicção e empenho, todos os desafios que daí venham a resultar.
" ARSEG - Supervisão Credível, Protecção Garantida: Angola Segura"

AGÊNCIA ANGOLANA DE REGULAÇÃO E SUPERVISÃO DE SEGUROS, em Luanda, aos 26 de Outubro de 2020.

Contactos
Telefone: 222 760 130
Correio electrónico: geral@arseg.ao
Página web: www.arseg.ao (500.1463)

LSG Sky Chefs é o maior provedor mundial de serviços de bordo. Isso inclui catering, equipamentos de bordo e lo-
COMUNICADO gística, retail em bordo, bem como o gerenciamento de serviços aeroportuários a bordo e relacionados. LSG Sky
Chefs tem parceria com mais de 300 companhias aéreas em todo o mundo e opera cerca de 211 centros de aten-
dimento ao cliente em 52 países, produzindo cerca de 527 milhões de refeições aéreas por ano. Em 2012, as em-
Captação de Parceiros presas pertencentes ao LSG Sky Chefs Group alcançaram receitas consolidadas de € 2,5 bilhões.

Na sequência do comunicado anterior, publicado no pretérito dia 08 de Setembro
de 2020, a Sonangol Distribuidora, entidade cuja actividade principal é a Distri-
buição e Comercialização de Produtos derivados do Petróleo, reitera a todas en-
tidades interessadas em actuar em parceira no desenvolvimento do negócio do
retalho, que realizará a licitação da concessão para exploração dos seus activos-
neste segmento.
A atribuição das concessões de exploração dos activos mediante concurso,
Para a nossa unidade de catering em Luanda, Angola, estamos actualmente à procura de um:
Controlador financeiro (M/F).
Nesta função, você garante o planeamento financeiro eficiente e eficaz, controle, relatórios, contabilidade
(incl.facturamento), impostos, gestão de riscos, tesouraria e sistemas de TI.
Suas responsabilidades:
 Cumprir com os requisitos estatutários do grupo e políticas corporativas e regionais; identificar potenciais riscos
de negócios e garantir que acções correctivas sejam tomadas.
 Elaborar o plano de negócios / orçamento anual, o mapa financeiro periódico e as contas estatutárias do YE aos
accionistas de acordo com os processos definidos. Inicie acções correctivas, se necessário.

será precedida por um processo de pré-qualificação de entidades interessadas
que cumpram com os requisitos mínimos exigidos pela Sonangol Distribuidora,
constituindo estas a base para a realização do concurso para a captação de
novos parceiros, tornando as operações do retalho mais eficientes e alavancar
o negócio para patamares compatíveis com a sua estratégia definida para o
período 2020-2027.
Orientada pelo Rigor, Ética e Transparência, a Sonangol Distribuidora, convida
as entidades interessadas à participarem no processo de pré-qualificação, cujo
concurso visa seleccionar:
 Garantir que todas as actividades fiscais e aduaneiras sejam realizadas e as obrigações fiscais sejam
optimizadas.
 Gestão de caixa e tesouraria eficiente e eficaz.
 Garantir a qualidade e integridade dos dados no Sistema de Informação de Gestão / sistema de relatórios finan-
ceiros; supervisionar e liderar o estabelecimento de sistemas de TI.
 Implementar processos de controlo interno eficazes na unidade de catering; garantir o cumprimento desses pro-
cessos na área de responsabilidade.
 Elaborar e entregar estudos financeiros, projecções, análises e estudos de viabilidade para permitir à gestão, a
tomada de decisões de negócios despesas de capital.
 Auxiliar e substituir o Director Financeiro em caso de ausência.
 Planejar, implantar centro de custos e controlar o orçamento de custos da área de cada departamento, iniciar e
orientar acções correctivas em caso de desvios.

1. Parceiros de Negócio e/ou de Fornecimento de Serviços.  Iniciar e liderar projectos dentro da unidade de catering.

 Gestão da Loja de Conveniência e Gestão da Placa

 Fornecimento de Produtos para as Lojas de Conveniência
Nossas Expectativas :

 Nacional Angolano;
 Pós-graduação em contábil / financeiro / económico;
2. Parceiros de Negócio para Gestão de Activos  Técnico Oficial de Contas de Angola (TOC).
 Estação de Serviços  Mínimo de 3 anos de experiência empresarial em Finanças e Controlo, idealmente em uma empresa internacional
 Serviços de Pneus  Conhecimento de IAS e princípios e regulamentos contábeis locais

 Restaurantes  Saber fazer em controle e em sistemas de informação gerencial

 Habilidades analíticas, habilidades de apresentação e comunicação
 Fluência em Inglês
Para o efeito, queiram aceder o portal da Sonangol pelo link http://www.sonan-
Oferecemos integração a uma equipe jovem e dinâmica numa empresa sólida. Os candidatos cujo perfil corresponda
gol.co.ao/Portugu%C3%AAs/ASonangolEP/Paginas/Capta%C3%A7%C3%A à vaga descrita são convidados a enviar a sua candidatura com CV, foto, carta de motivação e indicação de expeta
3o-Parceiros.aspx salarial EM IDIOMA INGLÊS para: rh.angola@lsgskychefs.com até 4 de Dezembro 2020.
(500.1466) (500.1467)
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020 13

REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PESCAS
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DA PESCA ARTESANAL E AQUICULTURA
PROJECTO DE APOIO À PESCA CONTINENTAL E AQUICULTURA COMUNAL (AFAP)
CRÉDITO DO FIDA Nº. 2000000815-ANG
CONTRATO N.º 009/C2/C/AFAP-R/20

PEDIDO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE

Título dos Serviços: Auditor Externo

O Governo de Angola, por intermédio do Ministério da Agricultura e Pescas(MINAGRIP), beneficiou de Financia-

mento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) para a cobertura dos custos resultantes da im-
plementação do Projecto de Apoio à Pesca Continental e Aquicultura Comunal (AFAP), e pretende aplicar parte dos
fundos para o pagamento de Serviços de Consultoria para Auditoria Externa aos Relatórios Financeiros do Projecto.

A Empresa de Consultoria irá realizar as actividades conforme abaixo alistadas:

(i) Os fundos doados pelo FIDA foram fornecidos e usados de acordo com as condições do acordo de financiamento
relevantes, garantindo a atenção devida à economia e à eficiência, e apenas para os fins para os quais o financia-
mento foi fornecido;
(ii) Os fundos de contrapartida foram fornecidos e utilizados de acordo com as condições relevantes do acordo
de financiamento, garantindo a atenção devida à economia e à eficiência, e apenas para os fins para os quais
foram fornecidos;
(iii) Obra, bens e serviços foram adquiridos de acordo com as disposições relevantes constantes do acordo de fi-

(700.089)
nanciamento e em conformidade com as Directrizes do FIDA;
(iv) Todos os documentos de suporte, registos e contas de apoio necessários, referentes a todas as actividades do
Projecto, foram guardados e mantidos claramente conexos entre os livros de conta e os relatórios apresentados ao
Governo e ao Doador;
(v) Todos os documentos de suporte, registos e arquivos de Aquisições, atinentes a todas as actividades do Projecto,
foram guardados e mantidos claramente conexos entre o Manual de Aquisições e as Directrizes do FIDA;
(vi) A Conta Designada foi mantida de acordo com as disposições relevantes do Contrato de financiamento;
(vii) Os PFSs foram preparados de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade do Sector Público (sob
a Base da Contabilidade de Caixa), conforme promulgado pelo (IFAC), e dar uma visão verdadeira e justa da posição
financeira do Projecto em [Data] e de recursos e despesas para o ano encerrado naquela data.
(viii) Os activos fixos foram devidamente adquiridos e registados, fornecendo provas à revisão dos auditores sobre
o registro de activos fixos e do inventário;
(ix) As despesas inelegíveis identificadas são claramente destacadas e mencionadas no relatório de auditoria;
(x) O IVA é oportuno e devidamente registado e reivindicado pela Autoridade Reguladora Angolana.

O Relatório Financeiro do Projecto (PFS's) deve incluir:

a. Um balanço patrimonial simplificado que reflecte os activos, passivos e financiamentos do projecto com base no caixa;
b. Uma Declaração das Fontes e Usos de Fundos / Recebimentos e Pagamentos em dinheiro que reconheça todas
as receitas de caixa, pagamentos em dinheiro e saldos de caixa controlados pela entidade deste projecto e de forma
separada identifica pagamentos por terceiros em nome da entidade;
c. As Políticas de Contabilidade adoptadas e as Notas Explicativas. As notas explicativas devem ser apresentadas
de forma sistemática, com itens no Balanço Patrimonial e Demonstração dos Recibos de Caixa e Pagamentos a
(700.089)
ser referenciados a qualquer informação relativa nas notas. A Demonstração das Receitas e Pagamentos de Caixa
deve ser analisada por categoria de despesa, componente do projecto e financiador.

Exemplos desta informação incluem:

• Um resumo dos activos fixos por categoria de activos

• Um resumo de programação de levantamento da SOE, alistando os pedidos de levantamentos individuais;

d. Declaração da Gestão que os fundos do FIDA foram gastos de acordo com os fins previstos, conforme consta
das disposições relevantes do Acordo Legal do FIDA

Contas bancárias

A Unidade de Gestão financeira e de Contrato (FCMV) possui seis (6) contas bancárias, da seguinte forma:

 Conta designada em USD para receber fundos para actividades financiadas pelo FIDA no âmbito do Crédito;
 Conta do Projecto em Kwanza (AOA) em que os fundos de contrapartida (governo angolano) serão depositados;
 Conta Operacional (Sub-Designada)/Especial em USD que acomoda os fundos debitados da Conta Designada
para actividades financiadas pelo FIDA no âmbito do Crédito;
 Conta Operacional (Sub-Designada)/Especial em EURO que acomoda os fundos debitados da Conta Designada
para actividades financiadas pelo FIDA sob Crédito;
 Conta Operacional (Sub-Designada)/Especial em Kwanzas (AOA) que acomoda os fundos debitados da Conta
Designada para actividades financiadas pelo FIDA sob Crédito.
 Conta Operacional “Petty Cash”(Sub-Designada)/Especial em Kwanzas (AOA) que acomoda os fundos debitados
da Conta Designada para actividades financiadas pelo FIDA sob Crédito.

O Projecto pretende contratar os serviços de uma Empresa de Consultoria para realização da Auditoria Financeira,
referente aos exercícios fiscais 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2020; 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de
2021; e1 de Janeiro a 31 de Março de 2022.

O Ministério da Agricultura e Pescas(MINAGRIP)/Instituto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e Aquicultura

(IPA) através do Projecto de Apoio à Pesca Continental e Aquicultura Comunal (AFAP) convida, neste momento, as
Empresas Consultoras elegíveis a manifestarem o seu interesse em prestar os serviços. As Empresas Consultoras
potenciais devem apresentar as suas manifestações de interesse, indicando as suas experiências anteriores (des-
crição de tarefas semelhantes, experiência em condições semelhantes, etc.).

Os critérios de avaliação para a pré-selecção(shortlist) são: (a) ter qualificação profissional de contabilidade inter-
nacionalmente reconhecida ou seja, a pessoa indicada deve ser um contabilista público certificado, um revisor oficial
de contas ou ser utente de uma qualificação profissional em contabilidade equivalente; (b) ser membro bem posi-
cionado na Ordem dos Contabilistas filiados à Federação Internacional de Contabilistas (IFAC), e (c) ter experiência
e conhecimento dos requisitos actuais de gestão financeira do FIDA ou de outros procedimentos internacionais de
desembolso, processos de compras em bens, obras, consultoria e serviços internacionais, organizações interna-
cionais (Banco Mundial, Nações Unidas, etc.) será preferência.

A Empresa Consultora será seleccionada com base no Método “Selecção baseada na qualidade e Custo”(QCBS)
estabelecido nas Direcrizes e procedimentos do FIDA.

As manifestações de interesse deverão ser entregues por escrito, no endereço abaixo, até às 11h00 horas do dia
30 de Novembro de 2020.

Dr. Nkosi Luyeye

Director-Geral do IPA
Ministério da Agricultura e Pescas (MINAGRIP)–Instituto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e Aquicultura (IPA)
Rua do MAT, Complexo Administrativo do Clássicos de Talatona, 5.º Edifício, 1.º Andar, Bairro Talatona, em Luanda;
Telefone: +244 923 508201 / +244 929 731924; E-mail: luyeyenkosi60@hotmail.com; ipa.afap@gmail.com
(11716) (500.1465)
14
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Sexta-feira
13 de Novembro de 2020 15

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O Programa UNI.AO recruta

Um Perito em Sistema de Informação Integrado ligado ao Sector do Ensino Superior

Duração: 160 dias durante 36 meses

Somos uma empresa de direito angolano, vocacionada para o ramo da constru-
ção civil e obras públicas, exploração e venda de inertes, com vários tipos de gra-
nito nacional (100%) e outros produtos. Estamos localizados nas províncias de
Luanda (sede), Bengo, Zaire e Benguela (Lobito).
NOSSAS PEDREIRAS
1- PROVÍNCIA DO BENGO
a) Município do Dande, Comuna das Mabubas
b) Município do Dande, Comuna da Barra do Dande, Povoação do Musseque
Trindade (Km 8)
c) Município do Dande, Comuna da Barra do Dande, Povoação dos Libongos
(Km 28)
2- PROVÍNCIA DO ZAIRE
a) Município do Nzeto, Comuna da Musserra
b) Município do Tomboco, Comuna do Kinzau, Povoação do Diambo
Sector: Educação (Ensino Superior)
Prazo de resposta: 18 de Novembro de 2020, às 23h59.
Objectivo e âmbito do programa
O programa de apoio ao ensino superior UNI.AO é financiado pela União Europeia e implementado pela agência
de cooperação técnica Expertise France por 5 anos (2019-2024). O seu objectivo é apoiar o Ministério do Ensino
Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) e as Instituições de Ensino Superior (IES) na produção de co-
nhecimento e inovação e em competências de aprendizagem para incentivar o emprego.
O objectivo principal do perito a ser recrutado visa definir, conceber e assegurar a criação de um Sistema de Infor-
mação Integrado, isto é uma plataforma única de tratamento dos dados estatísticos produzidos pelas Instituições
de Ensino Superior e pelas instituições ligadas ao MESCTI (INAARES, INAGBE). Numa primeira fase, depois a
contratação do perito, tera que elaborar um diagnóstico sobre os sistemas existentes em matéria de gestão de
dados e partilha de informação, identificar os objectivos e âmbito do sistema de informação do ensino superior e
desenvolver uma proposta genérica de arquitetura do sistema de informação.
Qualificações e competências do perito
- Diploma universitário em sistemas de informação e gestão de base de dados.
- Perícia técnica para elaboração e gestão de base de dados (domínio das ferramentas de base de dados tal como
Oracle, SQL Server, Ms Access, MySQL, STATA, etc.).
- Um mínimo de 5 anos de experiência profissional no sector dos Sistemas de Informação, com uma preferência
no domínio da educação/ensino superior.
- Experiência desejada no domínio da estatística e/ou na implementação de base de dados em benefício do sector
da educação/ensino superior.
- Familiaridade com o funcionamento do sector público e das instituições de ensino superior públicas e privadas.
- Experiência desejada num projecto de cooperação internacional no domínio da educação.

Habilidades:
FÁBRICA DE ROCHAS ORNAMENTAIS - Experiência comprovada de gestão de projectos
- Capacidades para animar e coordenar a intervenção dos diferentes actores numa abordagem transversal
Na Província do Zaire, Município do Nzeto, Comuna da Musserra - Fluência em português (escrito/oral).

PRODUTOS À VENDA Podera ter todas as informações carregando os Termos de Referencias – TDR na página https://ciencia.ao/ ou no
Facebook do programa https://web.facebook.com/programauniao
1- Britas, Tout-Venant, Rachão
2- Mosaicos, Cantarias (Granito), Cubos Lancis e Lajes Informações adicionais
Lugar de trabalho: Ministério do Ensino Superior, Ciências, Tecnologia e Inovação, Talatona, Luanda. O perito po-
derá ser albergado nos gabinetes do programa UNI.AO.
ENDEREÇO DA NOSSA SEDE Data de início (previsional): Entre 1 e 15 de Dezembro de 2020.
Valor/dia: 250 Euros (impostos/taxas incluídas)
Rua Rainha Ginga, n.º 35, 3.º Andar, Luanda-Angola
Os candidatos que apresentem candidaturas devem ter feito a inscrição no registro nacional das empresas ou ter
portagem por um prestador (com capacidades de faturação).
Telefone Fixo: +244-222392601/222332612 Documentos obrigatorios a fornecer - As candidaturas devem ser enviadas por e-mail. Para mais detalhes con-
Telemóvel: +244-923 65 10 57/928 30 31 13/ 923 09 82 42 sultar os TDR.

• Curriculum vitae (em Português)

• Carta de motivação
EMAIL: geral@coreangol.co.ao / coreangol@netcabo.co.ao • 2 referências
• Uma proposta técnica que demonstra a boa percepção da prestação
SITE: www.coreangol.co.ao • Exemplos de trabalhos similares já realizados em formato eletrónico (port-folio)
OBS: Produtos de boa qualidade, durabilidade, e preços acessíveis incluindo IVA.
Os candidatos pré-seleccionados serão contactados para a realização de uma entrevista.
(10722) (500.1454)
16 Sexta-feira
13 de Novembro de 2020

(500.1457)
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020 17

(500.1437)
18 NECROLOGIA Sexta-feira
13 de Novembro de 2020

RECORDAÇÃO FELECEU AGRADECIMENTO

FRANCISCO BRAVO PAULO MARIA PEDRO RODRIGUES DE MELO

(Zito Bravo)
Treze (13) de Novembro tu nosso irmão, FRANCISCO BRAVO
PAULO, como eras carinhosamente tratado no seio familiar,
nosso compadre, completas 3 meses desde que partiste em uma
viagem sem regresso, nós tuas irmãs e irmãos Marcela Bravo
Neto, Domingas, Bernardina e Domingos Lira Bravo Paulo, con-
tinuamos com os corações dilacerados. Os dias e meses vão
passando e as saudades e lembranças aumentam cada vez mais,
pois continuarás vivo em nossos corações. Quem crê em Deus
ele cura e a nós curará. Deus sabe o que temos sofrido com a tua
ausência. Descanse em Paz. (11700)
FALECEU
DOM BENEDITO ROBERTO
Em nome dos Órgãos Sociais e de todos os associados, a Obra Social da
Maxinde manifesta pesar, consternação e solidariedade cristã ao Clero,
religiosos, seminaristas, a todos os fiéis da Arquidiocese de Malanje e
familiares, pelo falecimento de DOM BENEDITO ROBERTO, Arcebispo
de Malanje, ocorrido aos 8/11/2020, por doença. Bendigamos ao Senhor
por sua vida e que o seu legado inspire os fiéis no anúncio e vivência do
Evangelho. Para além do seu Ministério Sacerdotal, DOM BENEDITO
ROBERTO foi até então Presidente de Honra da Obra Social da Maxinde,
cargo para o qual fora indicado aquando da realização da Assembleia-
Geral da Obra Social, aos 21/3/2020, em Malanje, na sequência do processo
de revitalização desta importante Associação Filantrópica. Elevemos aos
céus as nossas orações de sufrágio em favor da sua alma. Dai-lhe Senhor
o eterno descanso. (500.1466)
JOÃO BONIFÁCIO
Ana Paula Fernandes (esposa), Paulo Jorge da
Silva, Sandra Nayole da Silva, Joel da Silva, Joema
Hanniela da Silva (filhos) Domingas Bonifácio
(mãe) Isabel da Silva, José Bento da Silva,
Domingos da Silva, António da Silva, Milton
Vela, Lizeth Bonifácio (irmãos), família, amigos,
sobrinhos, netos, vizinhos comunicam o fale-
cimento do seu irmão, esposo, tio, amigo, JOÃO
BONIFÁCIO, ocorrido em Luanda, no dia
10/11/2020. O funeral realizar-se amanhã, dia
14/11/2020 (sábado), no cemitério do Benfica,
às 10h00. (11713)
CONDOLÊNCIAS
Pedro Melo Lopes, Faustino Melo Lopes, Jacinto Afonso Lopes
da Silva, Feliciana Melo Lopes, António Melo Lopes, Anastácia
Melo Lopes, Eliseu Melo Lopes e Gervásio Melo Lopes (filhos),
vêm pela presente agradecer a todas as instituições, pessoas
colectivas e singulares que se dignaram em acompanhar e
apoiar, aquando do passamento físico da sua querida e amada
mãe MARIA PEDRO RODRIGUES DE MELO, ocorrido no
passado dia 3/11/2020 e fazem fé que a sua alma esteja ao
lado do Pai celestial. (11670)
CONDOLÊNCIAS
EUNICE DE CARVALHO
Foi com profundo pesar e consternação que o Conselho de Administração
da Sonangol E.P. tomou conhecimento do falecimento da ex-Administradora,
Dra. EUNICE DE CARVALHO, ocorrido aos de 10 de Novembro do corrente
ano, por doença, em Luanda. Com este triste acontecimento, a família
perde um ente querido e o país uma cidadã que vinha dando o seu contributo
para o desenvolvimento económico e social da Nação. Neste momento
de dor e luto, o colectivo de trabalhadores da Sonangol curva-se perante
a memória da malograda e endereça à família enlutada as suas mais
sentidas condolências. EUNICE DE CARVALHO foi membro do Conselho
de Administração da Sonangol E.P. de 2 de Junho de 2016 a 15 de Novembro
de 2017. Paz à sua alma! (500.1455)

FALECEU CONDOLÊNCIAS

JOÃO MOTA FERNANDES (Mota Show) PEDRO SIMÃO EUNICE DE CARVALHO

Alzira Fernandes, (esposa), Eunice Fernandes, Ana Maria
Fernandes, Honorato Fernandes, Pedro Fernandes, Severino Fer-
nandes, Denize Luís, Celsio Fernandes, João Fernandes, Vanusa
Cabimba, Maria Fernandes, Nalzira Fernandes (filhos), genros,
noras, netos e bisnetos, comunicam o falecimento de seu ente
querido, JOÃO MOTA FERNANDES (Mota Show), vítima de pro-
longada doença. O funeral realizar-se-á no sábado, dia 14, no
Cemitério do Benfica, às 10h, antecedido da missa de corpo
presente, às 8h, em sua residência, sita no Zango 3, rua 9. (700.099)
Foi com profunda dor e consternação que os
Magistrados, Oficiais, Sargentos, praças e traba-
lhadores civis da Procuradoria Militar da MGA
tomaram conhecimento do passamento físico
do senhor Brigadeiro PEDRO SIMÃO, Procurador
Militar do Exército, ocorrido dia 12/11/2020, por
doença. Nesta hora de luto e tristeza inclinam-
se perante a sua memória, endereçam à família
enlutada a expressão dos mais sentidos pêsames,
pelo infausto acontecimento. (11705)
Foi com imensa consternação que o Conselho de Administração
e Colaboradores da UNITEL tomaram conhecimento do passamento
físico da Dra. EUNICE DE CARVALHO, Directora Geral Adjunta
para os Assuntos Corporativos. EUNICE DE CARVALHO integrou
aos quadros da UNITEL em Março de 2018, e soube com a sua
vasta experiência transformar a Responsabilidade Corporativa
da empresa num programa com pilares altruístas e ambiciosos
nos seus objectivos, cujas iniciativas acolheram e contemplaram
milhares de angolanos nas mais diversas comunidades.
(500.1462)

FALECEU CONDOLÊNCIAS FALECEU FALECEU

EUNICE PAULA FIGUEIREDO DE CARVALHO

O Bispo Emílio de Carvalho da Igreja Metodista Unida e a sua

EUNICE PAULA DE CARVALHO
Generoso de Almeida, Teresa de Almeida,
Jorge, Telma e Loide comunicam, com
profunda tristeza, o falecimento da sua
querida EUNICE PAULA DE CARVALHO,
ocorrido no dia 10/11/2020 por doença.
O funeral terá lugar hoje, sexta-feira,
13/11/2020, às 11h00 no cemitério do Alto
das Cruzes, antecedido de culto de corpo
presente, às 9h00 na Igreja Metodista Unida
Central de Luanda. (11704)
MISSA
EUNICE PAULA DE CARVALHO
Foi com profundo pesar que as Admi-
nistrações da COMSOLUÇÕES do DEANA
DAY SPA e o colectivo de trabalhadores
tomaram conhecimento do falecimento
da Dra. EUNICE PAULA DE CARVALHO,
ocorrido dia 10/11/2020, por doença,
em Luanda. Neste momento de dor e
consternação, apresentam ao Dr. Ari
de Carvalho e à família os profundos
pêsames. (11683)
CONDOLÊNCIAS
EUNICE PAULA FIGUEIREDO
DE CARVALHO
Ari de Carvalho e família, David Mauro de
Carvalho e família comunicam com muita
tristeza a morte de sua irmã EUNICE PAULA
DE CARVALHO, ocorrido no dia 10/11/2020,
por motivos de doença. O funeral terá lugar
na sexta-feira, dia 13/11/2020, pelas 11h00,
havendo primeiro um culto de corpo presente
as 9h00 na Igreja Metodista Unida Central de
Luanda (por detrás do trópico) e dali partirá
para o cemitério do Alto das Cruzes.(11668a)
RECORDAÇÃO
esposa Marilina de Carvalho lamentam comunicar à família e
amigos, com muita tristeza, a morte de sua filha EUNICE PAULA
FIGUEIREDO DE CARVALHO, ocorrida no dia 10/11/2020, por
de doença. O funeral terá lugar na sexta-feira, dia 13/11/2020,
pelas 11h00, havendo primeiro um culto de corpo presente, às
9h00 na Igreja Metodista Unida Central de Luanda (por detrás
do trópico) e dali partirá para o cemitério do Alto das Cruzes.
(11668)
RECORDAÇÃO
MARIA DA CONCEIÇÃO DE JESUS JAIME GODINHO
(Buchinha)
12.12.2018 - 12.11.2020
Buchinha, querida!
Diz-se que os provérbios são parte da sabedoria popular que
conformam verdades insofismáveis. Mas o adágio, “Longe dos
olhos, longe do coração”, não se aplica a ti, pois, passados 2
anos desde a tua interminável viagem, as imagens dos momentos
singulares que juntos desfrutamos continuam presentes nas
nossas memórias. Eterna e sentida saudade, do filho, marido,
pais e irmãos. (11691)

RECORDAÇÃO

HENDA LUKENY ROMULO
SEBASTIÃO
RECORDAÇÃO
Amado filho! Há 1 ano que partiste para a eter-
nidade, porém, continuas presente nas nossas
recordações. Que Deus te guarde no Céu, como
nós te guardamos em nossos corações. Recor-
dam-te com imensas saudades teus pais,
irmãos, tios e demais familiares comunicam
que será rezada Missa do 1º Ano, em sua memó-
ria, hoje, sexta-feira, dia 13/11/2020, às 18h00,
na Igreja Carlos Wanga, no Nova Vida.(11662)
SERVIÇO NECROLÓGICO: DIAS ÚTEIS DAS 9H ÀS 18H, SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 8H ÀS 14H
MÁRIO DA SILVA OLIVEIRA BEATRIZ JOSÉ JACINTO CARLA FRANCISCO DA SILVA ANDRÉ
Um dia como hoje estaríamos a comemorar mais um aniversário
Foi com profunda consternação que a Trezentos e sessenta e seis (366) dias natalício mas o Senhor chamou-te para junto d’Ele. Não nos
Direcção-Geral da Caixa de Segurança passaram desde que partiste no que era esqueceremos o quanto fostes linda, amorosa e carinhosa. Paz
Social das FAA e o colectivo de traba- os seus. Mais os seus não esqueceram. e luz à sua alma. (11676)
lhadores tomaram conhecimento do Esposo e filhos desejam paz à sua Alma.
falecimento do trabalhador, MÁRIO DA (11692)
SILVA OLIV EIR A, ocorrido no dia
08/11/2020, em Lisboa-Portugal. Nesta
hora de luto, endereçamos à família
enlutada os sentimentos de pesar. Que
a sua alma descanse em paz. (11712)
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020 19
MISSA FALECEU FALECEU CONDOLÊNCIAS MISSA

FRANCISCA DA CONCEIÇÃO ARTUR ANÍBAL FERREIRA VANDA MONTEIRO DIAS JOSÉ ZEFERINO SABINO CARLOS DIOGO
PRADO PAIM DOS SANTOS MONTEIRO

As famílias: Carneiro e Paim, netos,
sobrinhos, genro e demais familiares
comunicam que será realizada Missa de
aniversário, em memória de FRANCISCA
DA CONCEIÇÃO PRADO PAIM, na igreja
da Praia do Bispo, no dia 14 de Novembro,
às 18:30. (11714)
Paula Ferreira, Fernando Jorge Ferreira, Daniel
Ferreira, Sílvio Ferreira, Artur Hélio Ferreira,
Telma Ferreira, Carla Ferreira, Olívia Ferreira
e Ana Sofia (filhos), irmãos, netos, bisnetos,
sobrinhos, noras, genros e demais familiares
comunicam o falecimento do seu ente querido
ARTUR ANÍBAL FERREIRA, ocorrido dia
11/11/2020, em Portugal. O funeral realizar-
se-á em data a anunciar oportunamente.
(11701)
Bernardino Simões Dias dos Santos
(esposo), Nara Dias dos Santos, Fábio
Dias dos Santos, Yolanda Dias dos Santos,
Huguete Dias dos Santos, Márcia Monteiro,
Vera Teixeira (filhos), irmãos, primos e
demais familiares comunicam o faleci-
mento de sua querida VANDA MONTEIRO
DIAS DOS SANTOS, ocorrido no dia
11/11/2020. O funeral realizar-se-á em
data a anunciar oportunamente. (11657)
Foi com grande consternação que a Banca
do Despachante Eurico A. C. Pires e
colectivo de trabalhadores tomaram
conhecimento do passamento físico do
seu colega e amigo, o Despachante Sr.
JOSÉ ZEFERINO SABINO MONTEIRO,
e apresentam à família enlutada os seus
mais profundos sentimentos de pesar.
Paz à sua alma. (11627)
Maria Luísa (esposa), Carla, Juja, Maninho,
Lulu, Rosita, Zeca, Lito, Xando, Ana
(filhos) e a família Alexandre Diogo
comunicam que será rezada Missa do
30º Dia, em memória de seu ente querido
C AR LO S DIO G O , n o sá b a d o , d i a
14/11/2020, às 18h30, na Igreja Nossa
Senhora dos Remédios. (11690)

FALECEU RECORDAÇÃO FALECEU

FERNANDO MANUEL FURTADO D'ANTAS DE ALMEIDA FRANCISCA DA CONCEIÇÃO FERNANDO MANUEL FURTADO D'ANTAS DE ALMEIDA
PRADO PAIM
A Família Furtado D'Antas cumpre o doloroso dever de participar o falecimento do Mãe, aonde foste buscar essa magia de Álvaro Vasco Cândido Furtado D'Antas (Lindo) e sua família, Gabriela, Sónia e Cláudio
seu ente querido FRENANDO MANUEL FURTADO D'ANTAS DE ALMEIDA ocorrido a curar a dor só com sua lembrança, sua cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido, FERNANDO
12 de Novembro em Lisboa por doença e que seu funeral se realiza também em Lisboa luz que nunca cessará em nós. Os filhos MANUEL FURTADO D`ANTAS DE ALMEIDA, ocorrido a 12 de Novembro por motivo
em data a anunciar. Bem haja a sua alma e que a gloria da sua memória permaneça Keila Cadete e Anércio Cadete.(11714a) de doença em Lisboa e que as exéquias realizam-se em Lisboa . Que a sua alma descanse
viva em nossos corações. (700.100) em paz. (700.100a)

Recrutamento Recrutamento
A empresa Logipharma, Lda, NIF 5417090808,
com sede na Av. Lenine 7/9, Luanda, pretende A SFT Angola, S.A. é uma empresa de direito angolano cuja principal ac-
A SFT Angola, S.A. é uma empresa de direito angolano cuja principal tividade é a pesca nacional, importação de pescado e exportação, pre-
actividade é a pesca nacional, importação de pescado e exportação, pre- preencher a vaga para a função de: tende recrutar candidato para área de:
tende recrutar candidato para área de: Técnico de Frio Sénior
Técnico de Frio Formação: Ensino Superior, em Gestão Industrial Técnica.
Técnica de Anatomia Patológica, Citológica e Especialidade: Electrotecnia e Mecânica de Materiais Isotérmicos e
Formação: Ensino Superior completo em Gestão de máquinas.
Especialidade: Engenheiro Mecânico Tanalógica Equipamentos de Refrigeração
- Experiência de trabalho em Engenharia mecânica - Conhecimento das Línguas Russa e Inglesa
- Conhecimento das línguas Russa e Inglesa - Experiência mínima de 5 anos
Os interessados devem remeter o seu CV, para o correio electrónico; Os interessados deverão enviar as suas propostas Os interessados devem remeter o seu CV, para o correio electrónico; of-
officeangola@sft.lt. até ao dia 13 de Novembro de 2020. ficeangola@sft.lt. até ao dia 13 de Novembro de 2020.
para o e-mail: info@logipharma-angola.com
Luanda, aos 26 de Outubro de 2020.- Luanda, aos 26 de Outubro de 2020.
Director Geral
Telf.: 926856226
(11.108a) (11621) DIRECTOR GERAL (11.108)

REPÚBLICA DE ANGOLA REPÚBLICA DE ANGOLA

TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA
SALA DE FAMÍLIA – 1.ª SECÇÃO
ANÚNCIO
PROCESSO N.º 1149/A-2016
1.ª Publicação
FAZ SABER QUE, por este Tribunal Provincial de Luanda, 1.ª Secção da
Sala de Família, correm éditos de trinta dias, citando o Réu herdeiros de
Manuel dos Santos Felício, residentes algures, para querendo contestar,
no prazo de trinta dias, findo o de dilação de igual duração, a Acção de
Reconhecimento de União de Facto por Morte, que a autora Isabel
Benita Canjangue, move contra si na qual em resumo, pretende que seja
decretada o reconhecimento da união de facto conforme consta da Petição
Inicial, cujo duplicado se acha patente no Cartório do Tribunal de Luanda,
1.ª Secção da Sala de Família, sito no Distrito Urbano da Maianga, Rua
Ngola Mbandi, vulgo Rua dos Quartéis, junto do INAC, em Luanda.
Para constar, passou-se o presente edital e mais dois de igual teor que vão
ser afixados nos lugares determinados por lei.
Luanda, 03 de Agosto de 2020.
A JUÍZA DE DIREITO
ANABELA RIBEIRO
O AJ. ESCRIVÃO DE DIREITO
XAVIER CALETE
(11648)
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DOS DIREITOS HUMANOS
TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA – 1.ª SECÇÃO
ANÚNCIO
1.ª Publicação
PROCESSO N.º 1791/C-2016
FAZ-SE SABER QUE, por este Tribunal Provincial de Luanda, 1.ª
Secção da Sala de Família, correm éditos de trinta dias, citando
herdeiros de Lucas José da Costa Júnior, residentes em parte
incerta, para, querendo, constestar, no prazo de trinta dias, findo
o de dilação de igual duração, a Acção de Reconhecimento da
União de Facto por Morte, em que é Autora Ana Maria António,
na qual em resumo, pretende que seja reconhecida a referida
União de Facto, confirme consta da petição inicial, cujo duplicado
se acha patente no Cartório do Tribunal Provincial de Luanda, 1.ª
Secção da Sala de Família, sita na Rua Amílcar Cabral, n.º 27, 7.º
Andar, em Lunda.
Luanda, aos 4 de Novembro de 2020.
O JUIZ DE DIREITO
Dr. GERSON DAMIÃO
O ESCRIVÃO DE DIREITO
DOMINGOS CÉSAR
(11610)
RECRUTAMENTO
Estaleiro Naval, de direito angolano, sediado em Porto Amboim
pretende recrutar para o seu activo:
DIRECTOR DE OPERAÇÕES
Requisitos:
a. Formação Superior em Engenharia ou Equivalente;
b. Deve ter quinze (15) anos de experiência e cinco (5) anos em
liderança;
c. Experiência em Gestão de Produção e Fabricação;
d. Experiência em Gestão de Projectos;
e. Domínio de métodos analíticos MFA e PFA;
f. Forte capacidade de trabalhar sob pressão;
g. Deve ter iniciativa e flexibilidade;
h. Fluente em língua Portuguesa e Inglesa;
i. Deve compreender as exigências no estaleiro no que concerne
a segurança, gestão da qualidade, efectividade e EPIs;
Os CVs (em Português e inglês) e toda a documentação de su-
porte (BI, Diplomas, etc.) deverão ser enviados para a Caixa Pos-
tal Nr. 256 – Porto Amboim ou para endereço de email:
recruitment@paenal.com, mencionando a vaga a que se can-
didata.
(11637)
20 Sexta-feira
13 de Novembro de 2020

A Eni é uma companhia integrada de energia, comprometida no desenvolvimento das actividades de pesquisa, produção, transporte,
transformação e comercialização de petróleo e gás. Possui operações globais activas, aproximadamente em 80 países. A Eni está
presente em Angola a cerca de 30 anos, e recentemente sendo operadora, encontra-se em fase de grande expansão e investimento,
vem, por este meio, anunciar a todos os candidatos com qualificações, experiência e prática, e interessados em juntarem-se a ela, a
apresentarem as suas candidaturas para as vagas descritas abaixo.

Conselheiro de Engenharia Naval

Principais Responsabilidades

• Prestar assessoria na tomada de decisões quanto às operações de transporte marítimo de substâncias químicas ou similares, reunindo dados que demonstrem
e verifiquem a sua eficiência técnica e conformidade com as normas de segurança naval e regulamentações governamentais;
• Estudar e aconselhar sobre Políticas, procedimentos e normas relativas à aquisição, operação, uso e manutenção naval, a fim de serem incluídas nos contratos
e analisa o desempenho das empresas de transporte marítimo contratadas;
• Analisar o desempenho e manutenção dos barcos de transporte de mercadorias para o FPSO, verificando a sua conformidade com o planeado, orçamento dis-
ponível e contratos em vigor;
• Assegura a segurança e prevenção de acidentes em observância com os regulamentos de Engenharia Naval;

Requisitos Profissionais

• Conhecimentos dos procedimentos e regras náuticas da base, nomeadamente de segurança;

• Conhecimentos de Desempenho e Manutenção das embarcações;
• Conhecimentos de Segurança Naval e prevenção de acidentes;
• Conhecimentos dos Regulamentos Navais Nacionais e Internacionais;
• Conhecimentos de Gestão de Operações;
• Conhecimentos de Elaboração de orçamentos e gestão de contratos;
• Domínio da Língua Inglesa.

Qualificações e Experiência

• Licenciatura ou superior em Engenharia Naval / Arquitectura Naval/ Academia Naval, ou formação profissional complementada aos anos de experiência;
• Experiência mínima de 7 anos na indústria petrolífera.

Oferece-se: Integração numa empresa dinâmica, com desafios e oportunidades de carreira, remuneração
compatível com o perfil e experiência demonstrada.

Se tem o perfil mencionado e os requisitos exigidos, deverá enviar a sua candidatura via email para a HRD -
recrutamento@hrdangola.com – com carta de candidatura.
(11678)

KCA Deutag. - SUCURSAL DE ANGOLA Coordenador de Formação

A KCA Deutag – Sucursal de Angola, empresa vocacionada à prestação de serviços de perfuração
petrolífera (offshore), tem as seguintes vagas disponíveis para preenchimento imediato por candidatos
de nacionalidade Angolana, que possuam bom conhecimento da Língua Inglesa (falado e escrito) e
documentos que comprovem a sua formação académica ou técnica. Os interessados deverão enviar
os documentos, mencionados acima, para: recruitment.angola@kcadeutag.com, e indicar a vaga
em que se pretende candidatar, o mais tardar até ao dia 18 de Novembro do corrente ano.
Director de Operações
Assegura a realização de todo o trabalho de acordo com os Procedimentos dos Sistemas de Gestão
da Empresa. Adopta todas as acções necessárias para o sucesso da execução do contrato. Garante
a boa comunicação com todas as partes involvidas na operação e no cumprimento das obrigações
contratuais. Representa a empresa junto dos Clientes, da IADC (Associação das Prestadoras de Ser-
viço de Perfuração Petrolífera), dos órgãos governamentais e da indústria petrolífera do país.
Anos de Experiência: 20 anos
Director Adjunto de Plataforma (Sonda)
• Mínimo de 5 anos de experiência na indústria petrolífera
• Formação superior em perfuração petrolífera
• Curso de controlo de poço nível supervisor
O Coordenador de Formação supervisiona/ coordena a formação e as exigências de competência
para todo o pessoal da KCAD tanto onshore como offshore. O Coordenador de Formação mantém
registos de formação e competência em linha com a Política e os Procedimentos da Empresa.
Principais Responsabilidades
• Supervisionar e gerir todas as exigências de Formação e Competência do pessoal da KCAD no país.
• Garantir que todos os trabalhadores da KCA Deutag Drilling Angola concluam formação & compe-
tência requeridas, de acordo com a Matrix de Formação / Roadmap
• Ter conhecimento e compreensão da indústria sobre Garantia de Competência.
Qualificação & Experiência
• Experiência em trabalhar num ambiente de trabalho rápido.
• Auto-motivado
• Licenciatura em Recursos Humanos, ou em área relacionada.
• Conhecimentoo dos requisitos Regulamentares de Formação dentro da indústria petrolífera.
• Boa capacidade de comunicação em Inglês – oral e escrito.
• Proficiência no uso do Microsoft Excel e Word
Anos de Experiência: 1 ano de experiência em uma posição similar no mínimo

Coordenador de Materiais Sénior Director de Administração e Finanças

• Experiência mínima de 4 anos em offshore. Para fazer parte da Equipa de Gestão Sénior. Tem a responsabilidade geral pela administração do
• Conhecimento de informática com experiência na utilização de base de dados no SAP Departamento de Finanças e pela supervisão de todos os processos e sistemas financeiros que são
• Deve possuir certificado válido de transporte de materiais periogosos pelo Ar e Mar. vitais para a administração da empresa. Garantir o registo exacto de dados e reportes financeiros,
• Experiência de Gestão de materiais e na elaboração e recebimentos de manifestos assim como satisfazer os requisitos de reporte locais.
• Formação superior em Exportação e Logística
Qualificação & Experiência
Supervisor de Manutenção
• Licenciatura em Finanças ou área equivalente.
• Experiência mínima de 4 anos em offshore. • Ser inscrito na Ordem dos Contabilistas de Angola e estar registado no Ministério das Finanças.
Formação técnica em: • Experiência comprovada na posição de Director de Finanças numa Operadora ou Prestadora de
• Ar-condicionamento e refrigeração Serviço de Perfuração petrolífera.
• Flange makeup • Compreensão do mercado do sector petrolífero, das forças de mercado.
• Hose Assembly • Boa capacidade de comunicação – oral e escrita.
• Hidráulica de Manutenção
• NOV BOP Stack maintenenace. Anos de Experiência: No mínimo, 3 anos de experiência numa posição similar.
(500.1461)
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020 21

TERCEIRA REGIÃO TRIBUTÁRIA

(Lunda e Bengo)

AVISO DE APREENSÃO N.º 46

A Terceira Região Tributária avisa, aos importadores abaixo indicados, que nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 509.º conjugado com os artigos 481.º e 512.º
todos do Código Aduaneiro, procedeu à apreensão das mercadorias demoradas abaixo indicadas:

TERMINAL: UNICARGAS
N.º CONTENTOR TIPO DESIGNAÇÃO IMPORTADOR BL DATA PROVENIÊNCIA DU CANAL
DA MERCADORIA DE CHEGADA NAVIO DE SELECTIVIDADE

1 NAIU5381978 40 VOLS MATERIAL CONSTRUÇÃO, PA- MOTA ENGIL ANGOLA LEILAD201290 07/09/2020 PORTUGAL NÃO TEM DU Aguarda liquidação
VIMENTO, MATERIAL ELÉCTRICO,
FERRAMENTAS

2 HJMU1579590 40 MATERIAIS DIVERSOS PINTO BASTO ANGOLA LEILAD201398 04/10/2020 PORTUGAL 50512 Liberado canal azul
P/ CONSTRUÇÃO

3 NAIU1414646 20 10 VL. C/ PRODUTOS QUÍMICOS ENKROTT ÁFRICA GESTÃO E LISLAD200578 04/10/2020 PORTUGAL 49495 Liberado canal verde
E OUTROS TRATAMENTO DE ÁGUA, LDA.

4 NAIU2066592 20 PARAFINA LÍQUIDA SIVOL - SOC.DE INVESTIMEN- LISLAD200585 04/10/2020 PORTUGAL 49096 Liberado canal azul
TOS HOTELEIROS, LIMITADA

5 NAIU2103401 20 ARAME AÇO PRÉ ESFORÇO 4MM, 10 MOTA ENGIL ANGOLA LEILAD201419 04/10/2020 PORTUGAL 50644 Liberado canal azul
UN OF 400 ML EACH AEROSOLS

6 NAIU2141401 20 MATERIAL DE PINTURA TINTAS CIN DE ANGOLA, S.A. LEILAD201340 04/10/2020 PORTUGAL 49953 Liberado canal verde

7 NAIU3051010 20 MATERIAIS DE PINTURA TINTAS CIN DE ANGOLA, S.A. LEILAD201337 04/10/2020 PORTUGAL 50028 Liberado canal verde

8 NAIU3270595 20 19 VOL. C/ PRODUTOS QUÍMICOS ENKROTT ÁFRICA GESTÃO E LISLAD200576 04/10/2020 PORTUGAL 49464 Liberado canal verde
TRATAMENTO DE ÁGUA, LDA.

9 NAIU3276607 20 CARBONATO CÁLCIO, SOLVENTES TINTAS CIN DE ANGOLA, S.A. LEILAD201329 04/10/2020 PORTUGAL 49996 Liberado canal verde

CLÍNICA SAGRADA
10 NAIU3757367 20 VOLS MATERIAL HOSPITALAR, VOLS ESPERANÇA, LISLAD200617 04/10/2020 PORTUGAL NÃO TEM DU Aguarda liquidação
MATERIAL HOSPITALAR LIMITADA

11 NAIU400017 20 CARBONATO CÁLCIO, SOLVENTES TINTAS CIN DE ANGOLA, S.A. LEILAD201329 04/10/2020 PORTUGAL 49996 Liberado canal verde
RUA PEDRO

12 NAIU4002827 20 12 VL. C/ PRODUTOS QUÍMICOS ENKROTT AFRICA GESTÃO E LISLAD200579 04/10/2020 PORTUGAL 49539 Liberado canal verde
E OUTRO TRATAMENTO DE ÁGUA, LDA.

13 NAIU4604249 20 MATERIAIS ELÉCTRICOS E SEUS MICROSEGUR SISTEMAS LISLAD200588 04/10/2020 PORTUGAL 50838 Aguarda liquidação
ACESSÓRIOS DE SEGURANÇA

14 NAIU5901196 40 CALÇA REFLECTORA, CONTRAP. MOTA ENGIL ANGOLA LEILAD201421 04/10/2020 PORTUGAL NÃO TEM DU Aguarda liquidação
MARÍTIMO, FERRAMENTAS, APARE-
LHO E MATERIAL

15 NAIU8191415 20 19 VL. C/ PRODUTOS QUÍMICOS ENKROTT AFRICA GESTÃO E LISLAD200621 04/10/2020 PORTUGAL 49523 Liberado canal verde
E OUTROS TRATAMENTO DE ÁGUA, LDA.

O prazo para a interposição do recurso hierárquico com fundamento na não susceptibilidade do confisco das mercadorias apreendidas é de dez(10) dias úteis,
contados da data da publicação do presente aviso, conforme preceitua o artigo 514.º do Código Aduaneiro.

As mercadorias apreendidas estão sujeitas ao confisco, no caso de não ser interposto, no prazo fixado, o recurso a que se refere o parágrafo anterior.

Terceira Região Tributária, aos 03 de Novembro de 2020

A DIRECTORA REGIONAL

Nara Djamila Bernardo Júnior

(500.1452)
22 OPINIÃO Sexta-feira
13 de Novembro de 2020

EDITORIAL IMAGEM DO DIA

A vacina contra a Covid-19 A imagem espelha bem o lado empreendedor dos nossos compatriotas, reforçando a ideia de
que há sempre alguma coisa legal e honesta a fazer para assegurar o “ganha-pão”
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Depois de sucessivas iniciativas para a busca de uma vacina curativa, o mundo

parece hoje, cada vez mais, próximo de um antídoto contra o vírus que causa
a Covid-19.
Vários países e instituições de investigação científica, isolados ou em parceria,
lançaram-se à corrida para a descoberta de uma vacina, uma realidade que
chegou a ser, lamentavelmente, encarada como uma espécie de “arma política”.
Mais do que olhar para a necessidade de uma resposta global contra um mal que
não cessa de ceifar vidas humanas, algumas entidades “apressaram-se” em fazer
avançar a agenda política, com a eventual criação da vacina, descurando inclusive
as fases e protocolos estipulados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Como todos sabemos, a Covid-19 é uma doença infecciosa causada pelo
novo coronavírus, descoberto recentemente, que leva a maioria das pessoas a
contraírem sintomas ligeiros a moderados e, nalguns casos, a recuperar sem
necessidade de tratamento médico especial. Mas era expectável que os esforços
para a busca da vacina reflectissem a realidade e preocupação face aos grandes
desafios enfrentados por toda a humanidade, tal como sucedeu nos momentos
em que a segurança e sobrevivência colectiva estiveram em jogo.
Em todo o caso, vale a pena congratularmo-nos todos pela perspectiva de
uma vacina contra a pandemia, particularmente a produzida pela farmacêutica
americana Pfizer e pela alemã BioNTech, cuja eficácia está estimada em 90
por cento, de que Angola poderá beneficiar, de acordo com a ministra da Saúde,
Sílvia Lutukuta.
Tal como defendeu a governante, referindo-se ainda à perspectiva do
anunciado remédio, independentemente desta possibilidade, cada vez mais
próxima, em Angola não podemos baixar a guarda relativamente às medidas
a adoptar contra a Covid-19.
A número um do sector da Saúde, Sílvia Lutucuta, encoraja a prosseguirmos
com as medidas que temos vindo a observar, apesar de informações sobre
vacina, de que podemos beneficiar. “Os angolanos vão continuar a lutar
contra a Covid-19, mas nessa luta a responsabilidade é individual e colectiva.
Não devemos deixar de usar as máscaras, usá-las correctamente em locais
públicos e evitar ajuntamentos”, disse a ministra à Televisão Pública de
Angola (TPA).
A perspectiva de uma vacina, obviamente, não nos pode levar a reduzir os
procedimentos que ajudam a evitar a Covid-19 na medida em que, como
também explicou a ministra, prevalece ainda como possibilidade, atendendo
as fases em que se encontra. O mais importante é que os protocolos e procedi-
mentos estipulados pela OMS, nomeadamente a garantia de eficácia da vacina,
a redução a zero dos efeitos colaterais, entre outros, permitam o recurso a ela
completamente em segurança.
Esperemos que as iniciativas em todo o mundo, para a busca da vacina, se
efectivem com o sucesso esperado para que a humanidade “respire de alívio”
e regresse à normalidade. O mundo anseia, naturalmente, pelo regresso, ainda
que gradual, ao estado de coisas anterior à Covid-19, em que a economia
mundial dava já amostras de uma recuperação que, felizmente, se renova com
a esperança de uma vacina.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PROPRIEDADE

Víctor Silva (presidente) Edições Novembro, E.P.
ADMINISTRADORES EXECUTIVOS
Caetano Pedro da Conceição Júnior
José Alberto Domingos SEDE:
Rua Rainha Ginga, 12-26
CARTAS DOS LEITORES
Rui André Marques Upalavela
Luena Kassonde Ross Guinapo Caixa Postal 1312 - Luanda
Redacção: 222 020 174
ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS Telefone geral (PBX): 222 333 344
Filomeno Jorge Manaças Fax: 222 336 073
Asfaltagem das ruas No Bairro Popular, boa parte das apenas para nunca mais verem
Mateus Francisco João dos Santos Júnior Telegramas: Proangola
Vivo no Bairro Popular há algum suas ruas estão completamente o sabor do asfalto. Para terminar,
tempo e escrevo hoje para o Jornal à mercê das águas das chuvas, gostaria de lançar aqui o meu de-
de Angola para falar sobre o estado transformando-as em verdadeiros safio às autoridades no sentido de
de numerosas ruas, ruelas e tra- lamaçais e fontes de mosquitos, medidas e decisões mais consen-
DIRECTOR: Edna Cauxeiro (subeditora), vessas daquele bairro nobre de entre outras consequências ne- tâneas com as necessidade de ga-
Víctor Silva Ferraz Neto (subeditor) e Pereira Dinis
Luanda. Atendendo ao facto de fastas.Era bom que quem de direito rantir alguma qualidade de vida
DIRECTOR-ADJUNTO:
Caetano Júnior
EDIÇÕES ESPECIAIS:
termos, no país, empresas que pro- ganhasse consciência sobre o im- às famílias. Penso que não se trata
DIRECTOR EXECUTIVO:
Guilhermino Alberto
Adalberto Ceita, André dos Anjos, Domingos dos Santos,
Leonel Kassana e Yara Simão
duzem material betumenoso, o pacto negativo na qualidade de de pedir demais, sobretudo quando
chamado “alcatrão”, fico sem sa- vida das pessoas que vivem em temos todas as condições de ma-
EDITOR EXECUTIVO: FOTOGRAFIA:
Diogo Paixão Kindala Manuel (editor-chefe), ber como é que algumas das nossas zonas que se degradaram mais terializar com os recursos de que
José Cola (editor),
SUB-EDITOR EXECUTIVO:
Cândido Bessa Dombele Bernardo, Domingos Cadência, Eduardo Pedro, João Gomes, ruas deixaram de ter asfalto e con- ainda em virtude da falta de con- dispõe o país.
Maria Augusta, Miqueias Machangongo, Mota Ambrósio, Paulo Mulaza, Kindala
Manuel, Santos Pedro, Agostinho Narciso, Vigas da Purificação, Contreira Pipas tinuam como se não merecessem dições mínimas. Parece mentira, MACIEL LAURENTINO
GRANDE REPÓRTER: voltar a ser asfaltadas. Falo do mas o asfalto faz toda a diferença Bairro Popular
Luísa Rogério CORRESPONDENTES PROVINCIAIS:
Adão Diogo (Lunda-Sul), meu bairro, mas podia citar exem- mesmo ali onde não existam con-
Bernardo Capita (Cabinda),
EDITORIAS:
POLÍTICA: João Mavinga (Zaire), plos de todos os outros bairros de dições arquitectónicas. Há ruas
Bernardino Manje (editor-chefe), Vladimir Prata (Namibe),
Isidoro Natalício (Cuanza-Norte),
Luanda, com uma estrutura ar- dentro da comuna do Rangel que Disciplina e patriotismo
Fonseca Bengui (subeditor) e Santos Vilola (subeditor)
Adelina Inácio, João Dias, Edna Dala,
Garrido Fragoso
Luís Pedro (Cuanza-Sul),
Pedro Bica (Bengo),
quitectónica que chamaríamos têm marcas de restos de asfalto, O país atravessa um dos seus
Francisco Curinhingana (Malanje)
Miguel Ângelo (Huambo),
aqui de cariz de construção defi- que provavelmente datam desde piores desafios em matérias
OPINIÃO:
Ambrósio Clemente (editor-chefe), Faustino Henrique (subeditor)
João Constantino (Bié),
José Chaves (Andulo),
nitiva, razão pela qual nada jus- a era colonial, muito provavelmente políticas públicas para amor-
SOCIEDADE: Jaime Azulay (Benguela),
Jesus Silva (Lobito),
tifica que as mesmas estejam es- numa altura em que nem por isso tecer os efeitos da Covid-19
Nhuca Júnior (editor),
Alberto Pegado (editor), Estanislau Costa (Huíla),
Joaquim Aguiar (Lunda-Norte),
buracadas e sem asfalto. Não con- a estrutura das residências era in- nas empresas e famílias. É
José Meireles (editor),
Rodrigues Cambala, André da Costa, Kilssia Ferreira, Manuela Gomes, Silvino Paulo (Uíge),
Lourenço Manuel (Cuando Cubango),
sigo entender, por exemplo, como digna de receberem asfalto. preciso que as pessoas, de to-
Augusto Cuteta, Alexa Sonhi, César André, César Esteves, Edivaldo Cristóvão,
Carla Bumba e Mazarino da Cunha Quinito Kanhamei (Cunene),
Samuel António (Moxico),
é que o Bairro Operário, que já so- Urge corrigir, hoje, casos de zonas das as esferas, se mobilizem
REGIÕES:
Sérgio Chivaca (editor-chefe),
freu intervenções que muitos en- em que as intervenções feitas no para que não nos desviemos
PAGINAÇÃO E ARTE:
Béu Pombal (subeditor),
Filipe Eduardo Salvador Escórcio (Editor), Soares Neto, Eugénia Victor, Augusta Lucéu, Tomás Cruz,
caravam como parte do processo âmbito do processo de requalifi- do foco. O principal foco ago-
ECONOMIA: Noé Pungue, Evaristo Sacupalica, João Augusto, Josefa Abreu, Maria Messele,
Alberto Bumba, Inês Quingando, Margarida Zilungo, Maria da Silva, António Saldanha,
de requalificação geral da cir- cação acabaram por ficar pior do ra consiste na tomada das
Cristóvão Neto (editor-chefe),
Armando Estrela (subeditor), Henrique Faztudo, António Quipuna, Raúl Geremias, Ana Paula Dias, Isabel Fragão, cunscrição, acabou no estado em que estavam antes. Deixaram de medidas que as autoridades,
Ana Paulo, Kátia Ramos, Madalena José, Natacha Roberto e Victorino Joaquim Manuel Cassinda, Francisco da Silva, Rui Jacinto, Bruno Bernardo, Luquemba Pedro
MUNDO:
que se encontra. As ruas que de- ter asfalto propositadamente para permanentemente, determi-
CARTOON E ILUSTRAÇÃO:
Bernardino Fançony (editor-chefe), António Canepa Armando Pululo e Casemiro Pedro viam merecer já um trabalho apro- dar lugar a uma nova estrutura, nam, obviamente, para o bem
DESPORTO:
Amândio Clemente (editor-chefe),
fundado de colocação de manilhas de todos nós. A disciplina e o
COPY DESK:
Anaximandro Magalhães (subeditor), António Cristóvão, Rui Ramos e Arlindo Soares para a passagem das águas resi- ESCREVA-NOS patriotismo são duas variá-
Armindo Pereira, Teresa Luís, Vivaldo Eduardo,
O Jornal de Angola Cartas recebidas na
António de Brito, Honorato Silva, Job Franco
utiliza os serviços da ANGOP, AFP, Reuters, EFE e Prensa Latina duais, sistemas de esgotos e por veis que, nesta fase difícil,
CULTURA: Rua Rainha Ginga, 12-26
António Bequengue (editor-chefe), Adriano Melo (subeditor), cima um asfalto definitivo, conti- Caixa Postal 1312 - Luanda precisamos de cultivar para
Francisco Pedro (subeditor), Amilda dos Santos, Manuel Albano, PUBLICIDADE:
Mário Cohen e Roque Silva (+244) 937 550 262 nuam como vias de terra batida, ou por e-mail: bem de todos nós.
GENTE E FIM-DE-SEMANA:
António Cruz (editor-chefe),
(+244) 949 770 006 e-mail: publicidade@jornaldeangola.com exactamente como centenas de ANTÓNIO LIBERAL
escreva.connosco@gmail.com Nguanhã
Isaquiel Cori (editor) quilómetros de Luanda.
OPINIÃO Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
EPÍSTOLAS DO OCIDENTE
As mentiras de Trump
Há cerca de cinco anos, ainda nos Estados Unidos,
o meu filho, na altura com seis anos, veio e gritou
“pai, espero que vieste para os Estados Unidos
com um passaporte, se não vão te deportar e
nunca mais vamos te ver”. A retórica do então
candidato Donald Trump contra os imigrantes
tinha, infelizmente, chegado
no parque infantil.
Parte da carreira política
de Donald Trump foi baseada
numa grande mentira, no di-
to “birthism” ou na noção
de que o antigo Barrack Oba-
ma não tinha nascido nos Es-
tados Unidos. Segundo esta
tese, Obama era um quenia-
no que inventou uma narra-
tiva que legitimou a sua can-
didatura à Presidência dos
Estados Unidos. Existe, até,
uma pequena cidade nos Es-
tados Unidos dedicada a teo-
rias de que Obama era, es-
sencialmente, um grande im-
postor! A um certo momento,
Donald Trump foi insistindo
também que as qualificações
académicas de Obama eram
falsas. Muitos acreditaram
em Trump.
Foi naquela época que
acompanhei uma entrevista,
na National Public Radio, que
mexeu comigo profundamen-
te. Um defensor da suprema-
cia da raça branca disse que
estava mais do que óbvio
que um norueguês tinha
mais valor como ser humano
do que um pigmeu vindo das
florestas do Congo. Figuras
como estas, na altura, apoia-
vam o candidato Trump com
uma ferocidade alarmante.
De repente, em Jacksonville
Flórida, cidade em que vivo
com a minha família, passa-
mos a ver viaturas com ban-
deiras dos Estados Confede-
rados, que queriam desfa-
zer-se dos Estados Unidos
porque aprovavam a escra-
vidão. O surgimento de Do-
nald Trump legitimou certos preconceitos que
muitos pensavam ser do passado.
Uma vez no poder, o Presidente Trump descre-
veu certos países africanos como sendo “de merda”
e interrogou-se porque razão os Estados Unidos
não admitiam mais imigrantes de “países valiosos”,
em vez de gente das Caraíbas ou da África Ocidental.
Por duas vezes, durante o reinado do Presidente
Sousa Jamba
Trump, vi jornalistas a lagrimar. Uma foi quando
ele descreveu uma área do estado de Baltimore
como sendo tão deplorável que era impossível
imaginar seres humanos normais a viverem na-
quela miséria. O jornalista negro da CNN chorou
enquanto tentava explicar que a área onde cresceu
Várias pessoas, incluindo
o seu próprio biógrafo,
foram insistindo que
Trump não tinha a
postura para ser
Presidente dos Estados
Unidos da América.
Estávamos errados,
pois havia, nos Estados
Unidos, milhares e
milhares de brancos
para quem o Trump era
o Messias dos nossos
dias. Havia, também,
a estação de televisão
Fox News, que promovia
um universo paralelo,
que tinha pouco a ver
com a realidade. Neste
mundo, por exemplo,
o coronavírus era
uma invenção chinesa,
que pretendia diminuir
as possibilidades
do Presidente Trump
de ser reeleito
o Presidente Donald Trump lançava boatos através
do seu twitt e os seus apoiantes propagavam os
mesmos. Havia vezes em que os canais televisivos
na América tinham que interromper as transmissões
para evitar propagar as inverdades do Presidente.
Felizmente, com a ascensão do Biden, está a surgir
um novo espírito. De repente, a verdade passou a
ser importante…
não era assim tão péssima.
A segunda vez foi quando as
eleições foram declaradas a
favor de Joe Biden, o comen-
tarista negro da CNN chorou
insistindo que agora muita
gente que fora ultrajada pelo
Presidente Trump e os seus
próximos iriam erguer as suas
cabeças e não terem vergo-
nha da sua herança.
Foi assim que votei pela,
primeira vez na minha vida,
a favor da Hillary Clinton. A
derrota da senhora Clinton
foi tão inesperada que ainda
não recuperei psicologica-
mente. Era difícil imaginar co-
mo é que um Donald Trump,
uma personalidade da televi-
são e concursos de beleza,
poderia ser a figura mais forte
cá na terra. Várias pessoas,
incluindo o seu próprio bió-
grafo, foram insistindo que
Trump não tinha a postura
para ser Presidente dos Esta-
dos Unidos da América. Está-
vamos errados, pois havia,
nos Estados Unidos, milhares
e milhares de brancos para
quem o Trump era o Messias
dos nossos dias. Havia, tam-
bém, a estação de televisão
Fox News, que promovia um
universo paralelo, que tinha
pouco a ver com a realidade.
Neste mundo, por exemplo,
o coronavírus era uma inven-
ção chinesa, que pretendia
diminuir as possibilidades
do Presidente Trump de ser
reeleito. Este era o universo
de teorias de conspiração on-
de não se dava tanta impor-
tância à verdade.
Durante o seu consulado,
DR
23
FACTOS & ILAÇÕES
CITAÇÕES Filomeno Manaças
“Os angolanos
vão continuar
a lutar contra
a Covid-19, mas
nessa luta a
Trump e os maus exemplos
responsabilidade A América que votou em Joe Biden, nas eleições presidenciais
de 3 de Novembro, festejou a vitória do seu candidato de forma
é individual tão efusiva como se estivesse a celebrar a queda de um facínora,
e colectiva. à semelhança do que vimos acontecer em épocas passadas em
Não devemos países do Terceiro Mundo.
Dos vários depoimentos de apoiantes da candidatura demo-
deixar de usar crata, passados pelos diferentes canais de televisão, a nota do-
as máscaras, minante foi a necessidade de se pôr um ponto final, a necessidade
usá-las de se operar uma viragem na narrativa política imposta pela ad-
ministração Trump e que estava a levar, perigosamente, os
correctamente
em locais
Estados Unidos para uma profunda divisão social, marcada so-
bretudo pelo recrudescimento de manifestações racistas.
públicos e evitar Negros, brancos, asiáticos, latinos, uma diversidade imensa
ajuntamentos” de 74 milhões de eleitores escolheu Joe Biden e Kamala Harris
para dirigirem, nos próximos tempos, os destinos dos Estados
Sílvia Lutukuta
Ministra da Saúde
Unidos, contra outros tantos 70 milhões que votaram em Donald
Trump, dando uma amostra de que há realmente uma profunda
divisão ideológica na América. Entre os que querem uma nação
“Contra todas unida, que respeita os valores fundantes da democracia, sem
discriminação de raça, social, de sexo ou religiosa, princípios
as expectativas, que Biden e Kamala Harris sempre defenderam na sua campanha
consegui eleitoral e reafirmaram depois de conhecerem os resultados
eleitorais que os consagram como vencedores, e os que, alinhados
finalmente
engravidar.
a Donald Trump, pugnaram pelo nacionalismo branco e espa-
Os hospitais
lharam a intolerância, despoletando em várias cidades uma
onda de protestos contra os casos de assassinato de cidadãos
públicos negros às mãos de policiais de raça branca.
Ao nível da política doméstica, além dessas ocorrências, a
também operam imagem da administração Trump acabou por ficar também
milagres
e prova disso
manchada pela política de imigração adoptada e pela forma
como conduziu a gestão do combate à Covid-19, frequentes
é o que vezes ignorando o apelo dos cientistas, outras tantas vezes ac-
esta unidade
tuando e fazendo declarações em sentido contrário aos conselhos
dados por aqueles. Foi assim em relação à recomendação para
sanitária fez o uso da máscara facial, tal como quando fez publicidade da hi-
droxocloroquina como a solução para eliminar a doença, ou
comigo e com
ainda quando sugeriu a possibilidade do uso de uma injecção
outras mulheres.
E foi tudo
à base de um desinfectante para tratar a Covid-19.
Não tendo tudo sido apenas coisas negativas, havendo a sa-
gratuito” lientar os resultados em matéria de criação de empregos, as si-
Sara Doroteia
tuações atrás descritas foram sem dúvida determinantes para
a derrota de Donald Trump, que, no plano externo, coleccionou
Beneficiária de auxílio
médico, no Hospital
Materno-Infantil da Lunda-
entretanto outros anti-corpos, particularmente junto dos parceiros
europeus da aliança atlântica, que não viram com bons olhos
Norte
os Estados Unidos abandonarem a política do multilateralismo
“É um desafio
na tomada de decisões sobre assuntos capitais.
Tirando um ou outro caso, a maior parte dos países europeus
que o CPA ainda membros da OTAN, e sobretudo os de maior peso, como a Ale-
terá de alcançar.
manha e a França, terão recebido com particular interesse a
vitória dos democratas nas eleições americanas, pela perspectiva
Não podemos de de voltar a assentar em bases estáveis e mais consensuais a
maneira cooperação político-diplomática e militar. Embora mantenha
excelentes relações com Donald Trump, o Primeiro Ministro bri-
nenhuma tânico Boris Johnson, abordado pela imprensa sobre o resultado
aparecer só com das eleições nos Estados Unidos, realçou esse detalhe do seu
o atletismo nos relacionamento com o Presidente cessante, mas também tratou
de sublinhar que teve uma conversa “empolgante” com Joe
campeonatos Biden sobre os planos da nova administração, em particular
paralímpicos” sobre a questão climática.
Leonel da Rocha Ou seja, Boris Johnson deixou claramente entender que há
Pinto boas perspectivas para a cooperação bilateral, do mesmo jeito
Presidente do Comité que os restantes parceiros estão ansiosos em ver a nova adminis-
Paralímpico Angolano (CPA)
tração tomar posse e pôr em prática o seu programa de Governo.
Surpreendentemente, quem não parece estar a colaborar é
“Estamos Donald Trump, por estes dias acusado pela mídia de dificultar uma
a trabalhar transição pacífica na Casa Branca. As declarações feitas segunda-
duramente para feira pelo secretário de Estado Mike Pompeo, segundo as quais se
estava a trabalhar para um segundo mandato de Trump na Casa
chegar a Branca e que, a partir do meio dia de 20 de Janeiro, o mesmo vai
um acordo. tomar posse e começar a trabalhar como Presidente reeleito, vieram
As conversações adensar o clima de tensão e suscitar críticas internas. O ex-conselheiro
de Segurança Nacional John Bolton afirmou que Pompeo, ao
prosseguem-se rejeitar a derrota de Trump, está “delirante”.
em Londres Para quem é referenciado como tendo, no início do seu man-
durante o fim dato, tratado os Estados africanos como “países de m…”, des-
de semana tratado os seus líderes e tendo-lhes colado outros tantos epítetos,
é com estupefacção que vemos Donald Trump rejeitar os resul-
e terão lugar tados eleitorais, recorrer aos tribunais para os contestar e recu-
em Bruxelas sar-se a felicitar o adversário pela vitória, como mandam as
na próxima boas regras da democracia e tem sido tradição nos Estados
Unidos, onde o exemplo de Fair Play suscita admiração e reco-
semana” nhecimento pelo mundo fora.
Daniel Ferrie Não se esperava que Trump, mesmo perdendo por números
Porta-voz do executivo
comunitário para o ‘Brexit’,
claros, viesse a ter a mesma atitude de líderes africanos
sem precisar o dia apegados ao poder…
24 MUNDO
PRESIDENCIAIS NA RCA
Faustin Touadéra é o favorito à vitória em face de uma oposição dividida, segundo analistas
Aprovadas 22 candidaturas
para as eleições de Dezembro
Encerrou, quarta-feira, o prazo para entrega de candidaturas
para as eleições presidenciais de Dezembro, na República
Centro-Africana, nas quais o Chefe de Estado, Faustin
Touadéra, busca um segundo mandato
Vinte e dois candidatos às
eleições presidenciais pre-
vistas para Dezembro na
República Centro-Africana
(RCA) apresentaram as can-
didaturas, anunciou, quarta-
feira, a Agência Nacional de
Eleições (ANE), que encerrou
o período de apresentação de
candidaturas, noticiou a AFP.
As eleições, previstas para
27 de Dezembro, terão lugar
num país devastado pela
guerra civil desde que uma
coligação de rebeldes domi-
nada pelos muçulmanos,
Seleka, derrubou o Governo
de François Bozizé, em 2013,
e em que dois terços do ter-
ESTADOS UNIDOS
Governo de Trump bloqueia
mensagens para Presidente eleito
A Administração Trump é
acusada de bloquear as men-
sagens que os líderes mun-
d i a i s e s t ã o a e nv i a r a o
Presidente eleito dos Estados
Unidos, Joe Biden.
A cadeia de televisão CNN
informou, quarta-feira, que
o Departamento de Estado
recusa-se a entregar dezenas
de mensagens de líderes
estrangeiros dirigidas a Biden
e à sua equipa de transição.
Trump continua a não
reconhecer a derrota eleitoral
e está a tentar na Justiça norte-
americana reverter os resul-
tados das presidenciais,
ritório está ocupado por gru-
pos armados. Desde então,
o país vive em estado cons-
tante de violência inter-
comunitária, entre as forças
da Seleka e as milícias anti-
Balaka, a maioria cristãs e
animistas, que obrigaram
quase um quarto dos 4,7
milhões de habitantes da
RCA a abandonarem as casas.
Entre os candidatos ins-
critos constam o actual Chefe
de Estado, Faustin Archange
Touadéra, eleito em 2016 e
em busca de um segundo
mandato, e o seu principal
adversário, François Bozizé,
que regressou à República
realizadas no dia 3. Funcio-
nários do Departamento de
Estado disseram à CNN que
as mensagens para Biden
começaram a chegar no
último fim-de-semana, após
a confirmação da vitória.
O Departamento de Estado
normalmente organiza comu-
nicações com Presidentes
eleitos, mas a Administração
Trump negou à sua equipa
de transição o acesso às infor-
mações e contactos neces-
sários para iniciar essa tarefa.
Biden, no entanto, manteve
conversas com líderes mun-
diais, como a chanceler alemã,
DR
Centro-Africana, em
Dezembro de 2019, após sete
anos no exílio. O antigo Chefe
de Estado continua sob san-
ções aplicadas pela ONU
devido ao papel no conflito,
incluindo pelo apoio às milí-
cias cristãs anti-Balaka.
Outras figuras importantes
da vida política do país, como
Anicet-Georges Dologuélé
e Martin Ziguélé, ambos anti-
gos Primeiro-Ministros e
pesos pesados da política
centro-africana, Karim Mec-
kassoua, Nicolas Tiangaye,
e Catherine Samba Panza,
Presidente da RCA durante
o período de transição, entre
Angela Merkel, o Presidente
francês, Emmanuel Macron,
o Primeiro-Ministro britânico,
Boris Johnson, ou o homólogo
irlandês, Micheál Martin.
O primeiro líder estran-
geiro que falou com Biden
para lhe dar os parabéns pela
vitória, na segunda-feira,
foi o Primeiro-Ministro cana-
diano, Justin Trudeau. Na
quarta-feira, falou com os
Primeiros-Ministros do
Japão, Yoshihide Suga, da
Austrália, Scott Morrison, e
com o Pre sidente sul -
coreano, Moon Jae-in.
O número de países que
2014 e 2016, também apre-
sentaram as candidaturas.
Os 22 candidatos incluem,
ainda, herdeiros de antigos
Chefes de Estado, nomea-
damente Jean-Serge Bokassa,
filho do ditador Jean-Bedel
Bokassa (que governou o
país entre 1966 e 1979), Désiré
Kolingba, filho do ex-Pre-
sidente André Kolingba, e
Sylvain Patassé, filho do
sucessor deste último, Ange-
Félix Patassé.
Independentemente do
resultado, as eleições de
Dezembro não oferecem uma
grande renovação da classe
política. Todos os principais
candidatos assumiram res-
ponsabilidades importantes
em vários Governos que se
sucederam num país minado
pela corrupção e nepotismo
até à guerra civil de 2013.
Touadéra é o favorito à
vitória, em face de uma opo-
sição dividida.
Um país muito dividido
O Governo centro-africano
controla um quinto do terri-
tório, sendo o resto dividido
por mais de 15 milícias que
procuram obter dinheiro atra-
vés de raptos, extorsão, blo-
queio de vias de comunicação,
recursos minerais (diamantes
e ouro, entre outros), roubo
de gado e abate de elefantes
para venda de marfim.
Um acordo de paz foi assi-
nado em Cartum, capital do
Sudão, em Fevereiro de 2019
pelo Governo e por 14 grupos
armados, e um mês mais
tarde as partes entenderam-
se sobre a formação de um
Governo inclusivo, no âmbito
do processo de paz.
Na terça-feira, represen-
tantes de grupos armados e
comunidades do Nordeste
do país - uma região negli-
genciada pelo Governo cen-
tral, que foi o foco da rebelião
das Seleka e onde ocorreram
violentos confrontos entre
milícias rivais em Agosto de
2019 e Fevereiro de 2020 -
a ss i n a ra m u m pac to d e
reconciliação sob a égide do
Governo da RCA e do Pre-
sidente da República. Os
grupos armados representam
uma ameaça à segurança dos
eleitores e dos candidatos,
apesar da presença de 12 mil
elementos das forças de
manutenção da paz da ONU
no país desde 2014.
ainda não reconheceram
Biden vem diminuindo, mas
inclui as duas principais
potências da América Latina
- México e Brasil -, além da
Rússia e China.
Biden fez todas essas liga-
ções sem a ajuda do Depar-
tamento de Estado, como é
comum em outras transi-
ções para o Governo dos
Estados Unidos
O secretário de Estado,
Mike Pompeo, lembrou, na
terça-feira, que “os votos
ainda estão a ser contados”.
A c a m p a n h a d e Tr u m p
intentou processos em vários
E stad o s , a l ega n d o u m a
fraude eleitoral generalizada,
sem provas que substanciem
a acusação. Os últimos dados
apontam que Biden tem 290
delegados no colégio eleitoral,
acima dos 270 que garantem
a vitória, enquanto Trump
tem 217, faltando apurar 42.
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
LUTO NO GHANA
DR
Antigo Presidente dirigiu o Ghana entre 1981 e 2001
Jerry Rawlings morre
em Accra por doença
O antigo Presidente do Ghana, Estado, Fred Akuffo, tendo
Jerry Rawlings, morreu, depois cedido o poder às forças
ontem, no Hospital Univer- civis, com Hilla Limann a ocu-
sitário Korle-Bu, em Accra, par a Presidência do país.
aos 73 anos, noticiou a AFP, Em Dezembro de 1981,
citando fontes médicas. finalmente, Rawlings voltou
Jerry Rawlings, antigo ofi- a pegar em armas e destituiu
cial da Força Aérea do Ghana, Limann, acusando-o de cor-
dirigiu os destinos do país rupção. Em 1992, depois de
entre 1981 e 2001. passar à reserva militar,
Em 1979 foi detido por ter fundou o Congresso Nacio-
liderado uma falhada ten- nal Democrático, conse-
tativa de golpe de Estado, guindo nesse mesmo ano
mas viria a ser libertado pou- vencer as eleições e assim
cas semanas depois. Ainda legitimar-se, democrati-
naquele ano, teve êxito
quando conseguiu liderar
um outro grupo de militares
que depôs o então Chefe de
camente, no poder, tendo
sido reeleito quatro anos
mais tarde, para um segundo
e último mandato.
Combate ao terrorismo
ZIMBABWE OFERECE AJUDA A MOÇAMBIQUE
O Presidente do Zimbabwe disse, ontem, que o país está pronto
para ajudar Moçambique a combater os ataques armados no
Norte do Estado vizinho, defendendo que a segurança deve ser
prioritária para a região. “O Zimbabwe está pronto para ajudar
de qualquer maneira que consigamos a segurança da nossa
região. Essa é a prioridade na protecção do nosso povo”.
EGIPTO acidente. O Exército
QUEDA DE HELICÓPTERO israelita ofereceu ajuda
CAUSA SETE MORTOS com uma unidade de elite
NA REGIÃO DO SINAI para resgatar os “feridos”
Sete membros da Força no local, disse à AFP o
Multinacional e porta-voz, Jonathan
Observadores no Sinai Conricus, sem fornecer
egípcio morreram, ontem, mais detalhes.
na queda de um
helicóptero, sendo cinco
norte-americanos, um TANZÂNIA
francês e um checo, TUNDU LISU VIAJA
declarou uma fonte PARA A BÉLGICA DEPOIS
israelita à agência de DE PERDER AS ELEIÇÕES
notícias AFP. O politico tanzaniano,
Tundu Lisu, adversário do
Presidente John Magufuli,
viajou, quarta-feira, para a
Bélgica, por um tempo
indeterminado, depois de
ter perdido as eleições
presidenciais, que
considerou fraudulentas.
Segundo a AFP, pelo menos
150 membros da oposição
foram presos, por terem
denunciado fraudes
massivas, nas eleições
gerais ganhas pelo partido
Chama Cha Mapinduzi
Todos são integrantes de (CCM). A Alta Comissária da
uma força multinacional ONU para os Direitos
responsável pela Humanos, Michelle
monitorização da paz entre Bachelet, apelou à
Israel e o Egipto, disse a libertação de 18 políticos
fonte, sendo Israel um dos que continuam detidos, e
países fundadores desta exortou as autoridades
missão independente que tanzanianas a fazerem com
não está ligada às Nações que as forças da ordem
Unidas. ajam respeitando o Estado
A fonte israelita não de Direito, e os direitos
especificou as causas do humanos.
SOCIEDADE
ANO AGRÍCOLA 2020/2021 EM BENGUELA
Benguela privilegia apoio às famílias nas zonas rurais no sentido de inseri-las na dinâmica do desenvolvimento do país
Camponeses filiados em cooperativas
apoiados com instrumentos agrícolas
Executivo vai continuar a promover as mulheres rurais que vivem e trabalham
num contexto de desigualdades estruturais, de desafios sociais e económicos
Adão Faustino|Benguela
Pelos menos 18.018 cam-
poneses, sendo 10.407
homens e 7.611 mulheres
da província de Benguela,
filiados em 186 cooperativas
e associações, vão ser apoia-
dos com instrumentos agrí-
colas, sementes de feijão e
milho para o ano agrícola
2020/2021.
A ajuda resulta de uma
parceria entre o Gabinete da
Acção Social, Família e Igual-
dade de Género (GASFIG),
Instituto de Desenvolvimento
Agrário e a União Nacional
dos Camponeses Angolanos
(UNACA)
A chefe de departamento
do GASFIG, Cidalina Octávio,
que prestou a informação ao
Jornal de Angola, disse que
o sector da Acção Social,
Fa m í l i a e Ig u a l d a d e d e
Género em Benguela privi-
legia apoio às famílias nas
zonas rurais como parte dos
esforços do Executivo para
a sua inclusão na dinâmica
INOCÊNCIO MATOS ERA ESTUDANTE DE CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO
Médicos confirmam morto em manifestação
Miguel Gomes
O corpo clínico do Hospital
Américo Boavida confirmou
ontem, em declarações à TPA,
em Luanda, a morte de um
participante na manifestação
de quarta-feira, 11.
Trata-se do cidadão Ino-
cêncio de Matos, 27 anos,
que estava entre as várias
centenas de jovens que pro-
testavam contra o aumento
do desemprego, o alto custo
de vida e a indefinição
sobre a realização das elei-
ções autárquicas.
O chefe de turno daquela
unidade hospitalar, Augusto
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
do desenvolvimento econó-
mico e social.
“As mulheres têm parti-
c i p a d o a c t iva m e n t e e
empreendido para a sua
auto-afirmação na socie-
dade. Por exemplo, cinco
das 186 cooperativas e asso-
ciações são lideradas por
senhoras”, declarou.
De acordo com a respon-
sável, o Gabinete da Acção
Social, Família e Igualdade
de Género em Benguela tra-
balha para a inserção de
mulheres em duas “Escolas
de Campo”, implementadas
na localidade de Cangoia,
que conta com 47 famílias,
e na Chitata com dez.
As “Escolas de Campo”
enquadram-se numa meto-
dologia de formação no ter-
reno que incorpora novas
técnicas de cultivo, adequa-
das à realidade do campo,
que permitem às famílias
camp one sa s re duzir a
pobreza e contribuir para
elevar o nível cultural nas
áreas em que vivem. Cidalina
Manuel, explicou à TPA que
a morte se deveu a uma “para-
gem respiratória irreversível
resultante de um traumatismo
craniano encefálico”.
De acordo com o médico
de serviço, Inocêncio de
Matos deu entrada no hospital
na quarta-feira à tarde. Foi
prontamente assistido, mas
acabou por morrer na madru-
gada de ontem, quinta-feira,
quatro horas depois da inter-
venção cirúrgica.
Conforme explicou
Augusto Manuel, o cidadão
apresentava uma “fractura
exposta com afundamento
dos ossos do crânio, apa-
Octávio considera ser uma
experência desenvolvida no
país desde 2006, com apoio
institucional da FAO e do
IDA, através do Programa
Especial de Segurança Ali-
mentar (PESA).
Para a chefe de departa-
mento, a nível global, a meto-
dologia das “Escolas de
Campo” é uma prática de
cultivo e de resolução de
problemas económicos e
sociais nas comunidades
rurais que surgiu na Indo-
nésia em 1989. Lembrou que
hoje tal metodologia é imple-
mentada com sucesso em
outros países africanos como
os Camarões, Libéria, Côte
d´Ivoire, Uganda, Quénia e
Moçambique.
Outros projectos em acção
Das acções do Gabinete da
Acção Social, Família e Igual-
dade de Género constam,
para este ano, o registo de
outro grupo de 644 mulheres
inserido no processo de for-
mação para o fabrico de sabão
rentemente causada por um
pau ou ferro”.
O primeiro alerta para a
fatalidade surgiu nas redes
sociais, poucos minutos após
o sucedido, com a publicação
de um vídeo feito durante a
manifestação.
A gravação mostrava os
cidadãos a serem interpelados
por agentes da Polícia na Ave-
nida Hoji ya Henda, junto aos
prédios da Cidadela Desportiva,
quando de repente começam
a ouvir-se gritos de socorro e
acusações dirigidas às auto-
ridades. As imagens apresen-
taram depois uma pessoa ferida
e inanimada no chão.
DR
caseiro, corte e costura, pas-
telaria, culinária e proces-
samento de doces.
Também fazem parte
decoração e confecção de
sopas, iniciativas que visam
reconhecer a liderança, as
capacidades e as necessida-
des das mulheres rurais da
província de Benguela.
A chefe de departamento
do GASFIG, Cidalina Octá-
vio, disse que o objectivo é
continuar a promover as
mulheres rurais que vivem
e trabalham num contexto
de desigualdades estruturais,
de desafios sociais e eco-
nómicos, agravado pelo
impacto da pandemia da
Covid-19.
“Pretendemos inseri-las
na senda do desenvolvi-
mento sustentável, através
de programas de combate à
pobreza, projecto Kwenda,
programa de valorização,
competências familiares e
programa de empodera-
mento da mulher, entre
outros”, precisou.
DOMINGO
Diocese de Caxito
ordena novos padres
Cinco novos padres e um diá-
cono vão ser ordenados, no
domingo, pela Diocese de
Caxito, na província do Bengo,
com vista a expandir o evan-
gelho de Cristo, anunciou,
ontem, naquela cidade, o
porta-voz do clero. Ao intervir
na conferência de imprensa,
o padre Cristóvão Salazar disse
que a ordenação será realizada
na Santa Sé Catedral de Caxito,
onde se aguarda pela presença
de 300 participantes, entre
sacerdotes, membros do
governo provincial, autori-
dades tradicionais e fiéis.
Alfredo Ferreira / Caxito
SANATÓRIO E GERAL DE LUANDA
Hospitais registam sete
casos de pneumonia/dia
Alexa Sonhi
Seis a sete casos de pneu-
monia comunitária e intra-
hospitalar são registados
diariamente no Hospital
Geral de Luanda, informou,
ontem, a directora clínica
da referida unidade sanitária.
Eunice Nascimento, que
falava ao Jornal de Angola, a
propósito do Dia Mundial da
Pneumonia, assinalado ontem,
disse que devido à pandemia
da Covid-19, os pacientes com
esta patologia devem ser sub-
metidos ao teste do novo coro-
navírus, para se apurar as reais
causas da doença.
Actualmente, encontram-
se internados no Hospital
Geral de Luanda nove pacien-
tes com pneumonia, sendo
seis na pediatria e quatro na
ala dos adultos que apresen-
tam, até ao momento, um
quadro clínico estável.
A directora clínica infor-
mou que no hospital morrem,
semanalmente, duas pessoas
por pneumonia. Sublinhou
que quando assim acontece,
as certidões de óbitos e os
corpos são entregues aos
familiares tão logo que se
confirme que o paciente tes-
tou negativo à Covid-19.
Ao contrário do Hospital
Geral de Luanda, o Sana-
tório atende, em média, três
a quatro pacientes com
pneumonia que são sub-
metidos a testes de Covid-
19, para se despistar da
doença que também pode
causar uma deficiência res-
piratória grave.
O director clínico do Hospital
Sanatório de Luanda, Damião
Victorino, disse que desde o
D. BENEDITO ROBERTO
Restos mortais repousam
no Cemitério de Cazela
Venâncio Victor | Malanje
Os restos mortais do arce-
bispo de Malanje, D. Benedito
Roberto, repousam, desde
ontem, no futuro Cemitério
Municipal, na localidade de
Cazela, sector Quissole, arre-
dores da cidade de Malanje.
O prelado morreu domingo,
no Banco de Urgência do Hos-
pital Regional de Malanje. O
presidente da Conferência
Episcopal de Angola e São
Tomé (CEAST), D. Filomeno
Vieira Dias, proferiu a homilia
de corpo presente na Igreja
da Sé Catedral de Malanje.
O presidente da CEAST
qualificou D. Benedito Roberto
como “um homem de paz,
integro, pacífico e ecumé-
nico”, que sempre esteve pró-
ximo e atento a todos.
D. Benedito Roberto nasceu
a 5 de Novembro de 1946, na
aldeia de Santa Ana de Cahuije,
no município de Mussende,
no Cuanza-Sul. Deu início à
sua carreira sacerdotal no ano
de 1965, como seminarista.
Em 1974, fez os votos per-
pétuos e formação para o
sacerdócio. Em 1981, foi orde-
25
início da pandemia a unidade
sanitária registou três casos de
pneumonia causada pela
Covid-19, mas lembrou que
os pacientes foram devida-
mente medicados e já se encon-
tram no seio familiar.
Damião Victorino frisou
que, apesar de o hospital ser
referência no tratamento de
doenças respiratórias, ainda
assim, muitos casos de pneu-
monia não chegam à unidade
sanitária, porque são adqui-
ridas na comunidade.
“Os pacientes com pneu-
monia considerados graves
sãos aqueles com doenças
crónicas, como hipertensão,
diabetes, insuficiência renal
ou HIV/Sida e, por isso, aca-
bam por ser transferidos no
Hospital Sanatório” disse.
Para se evitar um mau
diagnóstico da doença, o res-
ponsável aconselhou os pro-
fissionais de saúde a fazerem
um bom rastreio, acompa-
nhado por um Raio X, para
se confirmar a presença da
pneumonia.
Por exemplo, explicou
que um paciente pode ter
tosse, falta de ar e febres
altas, mas não ter pneumo-
nia, mas sim asma, bronquite
ou outra doença respiratória.
Logo se o diagnóstico for mal
feito, a medicação também
será errada.
O Dia Mundial da Pneu-
monia foi proposto pela Orga-
nização Mundial de Saúde
(OMS) em 2.009, com o objec-
tivo de sensibilizar as pessoas
sobre a importância da pre-
venção da doença, que con-
tinua a ser a principal causa
de morte de crianças com até
5 anos de idade.
nado sacerdote na Igreja da
Sé Catedral de Malanje.
O Bureau Político do MPLA
manifestou, em comunicado,
“profunda consternação”
pelo passamento físico de D.
Benedito Roberto, endere-
çando à CEAST, à Arquidio-
cese de Malanje, bem como
aos familiares do malogrado,
profundos sentimentos de
pesar. “Conhecido pela sua
empenhada dedicação à
causa do evangelho e pelo
amor abnegado ao seu reba-
nho, D. Benedito Roberto
notabilizou-se como incan-
sável pastor da comunidade,
que serviu com espírito de
missão e de entrega”, lê-se
no comunicado.
O MPLA considera que a
morte de D. Benedito Roberto
constitui um rude golpe à dinâ-
mica da evangelização e admi-
nistração da Igreja Católica em
Malanje, ao mesmo tempo que
Angola perde um bom pastor,
promotor do amor ao próximo
e dedicado às comunidades.
“Pelo infausto acontecimento,
o Bureau Político do MPLA
curva-se perante a memória
do malogrado”, concluiu.
26 ECONOMIA
CAMIÕES RETIDOS NA FRONTEIRA DA SANTA CLARA
“Lobby controla
importação
ilegal do sal”
Apreendidas mil e duzentas toneladas em Santa Clara
Jaime Azulay | Benguela
Por violarem a interdição
imposta pelas autoridades
angolanas, 40 camiões car-
regados com cerca de mil
e duzentas toneladas de sal
industrial encontram-se
retidos na fronteira de Santa
Clara, na sequência daquilo
que seria mais uma intro-
dução ilegal do produto em
território angolano a partir
da Namíbia. Por lei, apenas
podem entrar no país sal
refinado de mesa em emba-
lagens de 250 gramas.
No caso concreto, pelas
características e circuns-
tâncias da apreensão, tudo
indica que se tratava de
mais uma operação de con-
trabando que tem flores-
cido ao longo do último ano
e por consequência tem
causado sérios prejuízos ao
programa do Executivo que
está em curso visando recu-
perar o sector salineiro e
assim garantir a auto-sufi-
ciência do pais neste tipo
de produto.
Uma pergunta se impõe:
a quem pertence o sal
apreendido no Cunene?
Te n ta m o s sa b e r , m a s a
nossa reportagem confron-
tou - s e com um emara-
nhado de repostas díspares
que nos levam a concluir
que de facto existe uma
organização que a partir
das sombras está a dirigir
o negócio ilegal e lesivo ao
interesse nacional.
S egu n d o ap u rá m o s ,
existe uma comunicação
que damos à estampa,
enviada pelo Ministério da
Agricultura, enderecada à
Autoridade Geral Tributaria
na qual são elencadas as
empresas autorizadas a
importar sal industrial, ao
arrepio de orientações do
Executivo que vetavam tais
operações.
A recente apreensão no
Cunene demonstra que o t a m e n t e p o r e m p re s a s
negócio continua a flores- angolanas, o sal seguiria
cer. O “modus operandis” depois para os principais
utilizado pelos contraban- mercados do país e para a
distas para a aquisição do fronteira do Luvo a fim de
produto no país vizinho e ser reexportado para a Repú-
a sua transladação para o blica Democrática do Congo.
interior de Angola, onde O negócio ilegal aparenta
seria transbordado para ir de vento em popa e ser
camiões com matrícula bastante lucrativo e os indí-
nacional e documentos cios apontam que existe
comerciais emitidos supos- mesmo um lobby muito forte
Qualidade excelente
O sal produzido em Angola é ao que a maioria das pessoas
considerado de excelente qua- pode pensar, nem sempre o
lidade, necessitando-se apenas chamado “sal branco”é o de
de agregar-lhe as quantidades melhor qualidade. Segundo
adequadas de iodo, para que recomendações de organismos
seja consumido por humanos das Nações Unidas ligados à
de maneira saudável. Trata- Agricultura, Saúde e Infância,
se de sal marinho, extraído nomeadamente a FAO, OMS
da agua do mar, que é o que e UNICEF, o sal marinho, com
mais sais minerais agrega na as mesmas características do
sua composição. que é produzido em Angola,
Quanto à qualidade deste considera-se o mais adequado
produto, o pormenor interes- para os humanos. Neste capí-
sante é que contrariamente tulo, Angola obtém vantagens
a operar no negócio do sal
importado, contando com
uma suposta cumplicidade
de funcionários angolanos,
pois sem o seu apoio não
seria possível movimentar
quantidades tão elevadas
do produto. Quem são essas
pessoas? Perguntámos ao
empresário Adérito Areias,
proprietário da maior sali-
neira do pais, a “Calombolo”
comparativas face a alguns
centros produtores da região.
De acordo com Adérito
Areias, desde sempre, os planos
para o sector salineiro tinham
como meta a cobertura das
necessidades de consumo do
país, que são da ordem das
250 mil toneladas anuais,
segundo dados oficiais do
ministério de tutela.
O empresário garante que o
défice de cerca de 30 por cento
que existia e obrigava a impor-
DR
localizada no município da
Baía Farta, na província de
Benguela, onde a produção
anual está acima das 110
mil toneladas.
As “Salinas Calombolo”
ocupam uma área de dois
mil hectares dos quais cerca
de duzentos hectares estão
em produção e o restante se
destina à expansão de novas
salinas e assim produzir cifras
A principal matéria
prima para produzir
sal é a água do mar,
mas existem
produtos subsidiários
que não existem no
mercado nacional e
que têm de ser
importados, como é
o caso da sacaria
para embalagem e
acessórios de
reposição para os
motores e moto-
bombas, que são
afectados pelo alto
índice de corrosão da
água salgada
tação já foi suprido. “Neste
momento produzimos sal sufi-
ciente para as nossas necessi-
dades de consumo e não vemos
razão para as importações con-
tinuarem”, referiu.
“Temos todas as condições
objectivas para atingir uma
produção muito superior a
essa cifra e até nos tornarmos
um país exportador para os
mercados dos países vizinhos”,
concluiu o empresário.
Em finais de Dezembro de
2019, os produtores de sal recla-
maram um plafond em divisas
de seis milhões e meio de dólares,
pedido que a ser satisfeito pelas
autoridades do país permitiria
triplicar as cifras de produção
que na altura rondavam as 130
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
O negócio ilegal
aparenta ir de vento
em popa e ser
bastante lucrativo e
os indícios apontam
que existe mesmo
um lobby muito
forte a operar no
negócio do sal
importado,
contando com uma
suposta
cumplicidade
de funcionários
angolanos
na ordem de 150 mil tone-
ladas, o que já se verifica.
O empresário contactado
pelo Jornal de Angola reco-
nheceu que apesar da inter-
dição imposta em 2019 pelo
Ministério da Indústria e
Comércio ao negócio da
importação de sal, o certo é
que o produto continua a
entrar no país, num esquema
que, à vista desarmada, se
va i s o fi s t i c a n d o c o m o
decurso do tempo, segundo
os últimos indicadores regis-
tados no posto fronteiriço
do Cunene.
A nossa reportagem apu-
rou a existência de uma lista
de importadores enviada
pelo Ministério da Agricultura
à Administração Geral Tri-
butaria, onde constam os
nomes de importadores que
estão licenciados a importar
sal nas condições impostas
por lei. Ou seja apenas pode-
riam importar sal refinado
em embalagens de 250 gra-
mas. No entanto, o sal
apreendido no Cunene é o
chamado sal industrial que
estava vetado de entrar
em território nacional por
via de importações.
mil toneladas anuais. Seriam
beneficiados 13 produtores de
sal, cabendo a cada um o crédito
de 500 mil dólares americanos.
A principal matéria-prima
para produzir sal é a água do
mar, mas existem produtos
subsidiários que não existem
no mercado nacional e que
têm de ser importados, como
é o caso da sacaria para emba-
lagem e acessórios de repo-
s i ç ã o p a ra o s m ot o r e s e
moto-bombas, que são afec-
tados pelo alto índice de cor-
rosão da água salgada.
Um ano depois, o que se
passou? As respostas são as
habituais evasivas, mas o Jornal
de Angola apurou que houve
uma garantia do Ministério das
Pescas tornada pública em
finais do ano de 2019, estavam
em curso investimentos que
permitiriam num curto espaço
de tempo atingir cifras superiores
a 250 mil toneladas por ano.
No sector salineiro o habi-
tual é que os investimentos
para o aumento da produção
são feitos com recurso a par-
cos capitais próprios . “Nao
precisamos de grandes inves-
timentos, mas se o nosso
Governo capitalizar as uni-
dades produtivas que estão
em funcionamento será pos-
sível falar-se do triplo da pro-
dução actual”, disse uma
fonte da Associação dos Pro-
dutores e Transformadores
de Sal, APROSAL.
Jaime Azulay
ECONOMIA Sexta-feira
13 de Novembro de 2020 27
FRANCISCO CURIHINGANA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Mateus Cavumbo

O orçamento para as pro-

víncias sofreu um incre-
mento de mais 320,32 mil
milhões de kwanzas, uma
subida de 16,4 por cento, em
comparação com o de 2020
Revisto. Na proposta do OGE
para 2021, cujas receitas e
despesas estão avaliadas em
cerca de 14,785 biliões de
kwanzas, reflectindo um
aumento de 9,9 por cento
em relação ao OGE 2020
Revisto (13, 455 biliões), as
dezoito províncias têm 2,451
biliões de kwanzas contra
os 2,130 biliões de kwanzas
do OGE passado.
Sobre a distribuição ter-
ritorial da despesa por pro-
víncia, a mesma representa
cerca de 16,6 por cento do
OGE.
A distribuição territorial
exclui as despesas com a
estrutura central (cerca de
4,552 biliões, ou seja, 30,8
por cento do OGE), operações DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL
de dívida pública (cerca de
7,756 biliões, 52,5 por cento
do OGE) e despesa com o
exterior para atendimento
às missões diplomáticas
(cerca de 25,13 mil milhões,
0,2 por cento do OGE).
OGE para 2021 atribui mais 320,32 mil
No tocante à alocação da
despesa por cada província,
25,1 por cento do total da
despesa territorial deverá
milhões de kwanzas às províncias
ser alocada para a província
de Luanda, seguindo-se Ben- Na proposta preliminar do orçamento, o Programa de Investimentos Públicos (PIP)
guela, Malange, Bié, Huíla e prevê consumir uma verba de 178, 6 mil milhões de kwanzas
Huambo com 8,4, 7,5, 7,3,
6,1 e 5,4 por cento da despesa
territorial, respectivamente. de três quilómetros das arté- de kwanzas, tendo Chi-
Dentre os factores que rias, rede de esgotos e vias comba mais verbas em rela-
concorrem para a distribui- d e d re n age m n o Lu cala O maior bolo do OGE 2021, enquadrado ção aos demais municípios
ção da despesa por província, (Cuanza-Norte) com uma no âmbito do PIP, será canalizado para a com 584,7 milhões de kwan-
destacam-se a concentração verba de 677.208.299 kwanzas construção e apetrechamento da Casa da zas e sendo a prioridade a
populacional e o volume da e depois a reabilitação e ape- Juventude na cidade de Malanje, com uma construção das vias do
actividade económica. trechamento de uma escola verba proposta de 1,281 mil milhões de município com 462,160
A distribuição territorial do Cassongue (Cuanza-Sul). kwanzas, contra os 1,216 mil milhões de milhões de kwanzas. 25,1 por cento do
da despesa pelas províncias O quarto maior finan- kwanzas do orçamento passado As províncias de Ben- total da despesa
do OGE 2020 representou ciamento do OGE para o guela e Cuanza-Sul são territorial deverão
cerca de 15,8 por cento e próximo ano vai para a rea- regiões que na proposta ser alocados para a
houve um aumento de 1,6 bilitação do edifício do Hos- na proposta orçamental para como prioridade a constru- aparecem com 10.9 e 10.6 província de
por cento. pital Provincial Materno 2021, a província do Uíge ção e apetrechamento de mil milhões de kwanzas e Luanda, seguindo-
O grosso da despesa ter- Infantil do Bié, cuja verba tem mais dinheiro inscrito uma escola de sete salas de o Cassongue (Cuanza-Sul) se Benguela,
ritorial centrou-se na pro- é de 478,6 milhões de kwan- no Programa de Investimen- aula na comuna do B éu com maior dotação de 1,046 Malanje, Bié, Huíla
víncia de Luanda (23,1 por zas, e a construção das vias tos Públicos (PIP) em relação (Maquela do Zombo). mil milhões, e Ganda com e Huambo, com
cento da despesa territo- no município de Chicomba às demais, com 15,2 mil A seguir vem a província 1,259 mil milhões. 8,4, 7,5, 7,3, 6,1e
rial), seguindo-se Bié (14,5 (Huíla) com 462,1 milhões milhõ e s de kwanza s . O de Malanje com 13,5 mil Nas duas províncias, a 5,4 por cento da
por cento), Cuanza-Norte de kwanzas. município do Maquela do milhões de kwanzas, tendo prioridade recai para a reabi- despesa territorial,
(9,1 por cento), Malanje Zombo lidera em termos de como foco a construção e litação e apetrechamento da respectivamente
(6,5 por cento), Cabinda Regiões com mais verbas percentagem de dotação apetrechamento da Casa da escola do Cassongue e a rea-
(6,0 por cento) e Benguela Em termos de distribuição orçamental com 1,4 mil Juventude, e a terceira é a bilitação da escola de sete salas
(5,9 por cento). dos projectos por regiões, milhões de kwanzas, tendo Huíla com 11,195 mil milhões no bairro Mustive (Benguela).
Em contrapartida, com a
revisão do OGE 2020, a pro-
víncia de Cunene foi a que
menor dotação orçamental
O Centro Hospital do Belo
Monte, no município de
Hospital do Belo Monte leva NÚMEROS
apresentou para o exercício
económico de 2020 (1,7 por
Cacuaco, está a levar mais de
um ano para a sua construção
o orçamento de Luanda
cento), seguida pela Lunda- e apetrechamento. Para 2021, milhões de kwanzas e Cazenga programas, com destaque
Sul (1,8 por cento) e Cuando tem um valor orçamental de com 2,746 mil milhões de kwan- para a construção e reabili-
Cubango (1,9 por cento). 836,7 milhões de kwanzas,
muito mais abaixo de 1,732
zas, respectivamente.
O município de Viana tem ins-
tação de infra-estruturas (8,8
mil milhões), melhoria da
836,7 milhões de kwanzas
É o valor para a construção e apetrechamento do Centro Hospital do Belo
Programa de Investimentos mil milhões de kwanzas de critonaproposta2,488milmilhões. assistência médica e medi- Monte, no município de Cacuaco, inferior de 1,732 mil milhões de kwanzas de
2020 Revisto
Públicos 2020 Revisto. Em 2020, o município teve um c a m e n t o s a co m 3 , 6 m i l
O Programa de Investimen- Em Viana está a constru- orçamento de 6,060 milhões de milhões e melhoria da qua-
tos Públicos (PIP) geral vai ção da antiga Estrada Nacio- kwanzas, enquanto Cazenga com lidade e desenvolvimento
consumir 178, 6 mil milhões
de kwanzas. Só Luanda, a
nal com um orçamento de
593,6 milhões de kwanzas e
3,404 mil milhões e Cacuaco teve
3,129 mil milhões de kwanzas.
do ensino primário (7,277
mil milhões) e a melhoria do 24,3 mil milhões de kwanzas
Constitui a verba do Programa de Investimentos Públicos (PIP) para Luanda
capital, vai gastar 24,3 mil Icolo e Bengo a construção saneamento básico com uma
milhões de kwanzas. de um Centro de Saúde de Em execução verba de 9,525 mil milhões
O maior bolo do OGE 2021, referência em Cabiri (Banza Luanda tem ainda outros de kwanzas.
enquadrado no âmbito do Quitel)com 440,7 milhões
PIP, será canalizado para a
construção e apetrechamento
de kwanzas.
A nível de maior dotação
15,2 mil milhões de kwanzas
É o montante mais alto a ser atribuído para obras na cidade do Uíge
da Casa da Juventude na orçamental, o município de
cidade de Malanje, com uma Luanda continua a ter mais ver-
verba proposta de 1,281 mil bas, com 7,352 mil milhões de
milhões de kwanzas, contra kwanzas, tendo como foco a
os 1,216 mil milhões de kwan-
zas do orçamento passado.
aquisição de equipamentos
pesados para a limpeza urbana
11,195 mil milhões de kwanzas
É o orçamento para a Huíla, o terceiro maior do PIP, tendo o município de
A seguir a esta obra de do município , secundado pelo Chicomba mais verbas em relação aos demais municípios com 584,7 milhões
engenharia de Malanje está Kilamba Kiaxi com 2,837 mil de kwanzas
a reabilitação e construção
28 ECONOMIA
Hélder Jeremias
O processo de recolha, tra-
tamento e validação sobre a
execução das actividades e
projectos que visam a mate-
rialização dos 70 programas
do Plano de Desenvolvimento
Nacional (PDN 2018-2022),
no período compreendido
entre Janeiro a Setembro de
2020, está concluído, asse-
gurou ontem, em Luanda, o
secretário de Estado para o
Planeamento, Milton Reis.
Falando no habitual brie-
fing bissemanal, em que
apresentou uma resenha das
principais actividades levadas
a cabo pelo Ministério de
tutela durante o período de
5 a 12 do presente mês, o
governante disse que nessa
altura já arrancaram os tra-
balhos de estudos de viabi-
lidade dos quatro projectos
anunciados na semana tran-
sacta na modalidade de par-
cerias público-privadas, cuja
duração prevista é de 16
semanas. Os trabalhos estão
a ser efectuados em colabo-
ração com os Gabinetes de
Estudo, Planeamento e Esta-
tística (GEPE) sectoriais, pro-
vinciais e municipais.
No seu balanço, a predo-
minância recaiu para o rela-
tório do balanço de execução
do terceiro trimestre de 2020
referente ao PDN 2018-2022,
projectos a serem implan-
tados via Parceria Púbico-
Privadas (PPP), apresentação
do relatório sobre a conjun-
tura macroeconómica e o
Sistema de Informação da
Administração local.
Anunciou que o Ministério
da Economia e Planeamento
XBENGO
Pescadores do Ambriz
querem aumentar a captura
Alfredo Ferreira| Ambriz
Os pescadores filiados à
c o o p e ra t iva d e p e s c a
“ Kamu ssumb e 1 1 de
Novembro”, no município
do Ambriz, província do
Bengo, necessitam de dez
novas embarcações de pesca
a motor para aumentar a
captura de pescado.
Em entrevista ao Jornal de
Angola, o presidente da agre-
miação, Gika Samuel, disse
que pretendem aumentar a
cifra de 1.200 quilogramas
para cerca de duas toneladas
EM NOVE MESES
Setenta programas
ligados ao PDN
concluídos
(MEP) levará para o público
informação sobre a con-
juntura macroeconómica
do país, com vista a abordar
a síntese da evolução do
contexto nacional e inter-
naciona l, em função do
desempenho de determina-
das variáveis macroeconó-
EDMUNDO EUCÍLIO| EDIÇÕES NOVEMBRO
de pescado diverso por mês.
Para tal, é necessário obter
embarcações a motor, na
medida em que os dez barcos
artesanais que possuem
actualmente sem motores
e n c o nt ra m - s e e m m au
estado, o que dificulta o
exercício da pesca.
O responsável afirmou
ainda que com uma captura
semanal entre 200 a 300
quilogramas de peixe, a coo-
perativa enfrenta ainda a
f a l t a d e re d e s , a n z ó i s ,
chumbo, bóias, botas de
lona, coletes salva vidas, e
micas, de modo a antecipar
desvios e propostas de medi-
das de gestão que resultem
no alcance das metas pro-
postas pelo Executivo no
Plano de Desenvolvimento
Nacional 2018-2022.
De acordo com Milton
Reis, o MEP está a trabalhar
cabos, conforme o presidente
da agremiação, Gika Samuel.
O responsável explicou
que este problema só será
ultrapassado caso o BDA
disponibilize o crédito soli-
citado no valor de 70 milhões
de kwanzas.
Fez saber que o montante
será empregue também na
aquisição de um espaço para
construção das instalações
da cooperativa.
Variedades de pescado
A lagosta, linguado, corvina,
pungo, garoupa e pargo são
as espécies mais capturadas
e comercializadas aos clien-
tes locais e de Luanda a preço
de três a quatro mil kwanzas,
enquanto a gamba cinco a
seis mil kwanzas.
A garoupa custa 2.500
kwanzas cada, enquanto o
monte de 10 ou 15 sardinhas
está no valor de 500 kwanzas,
dependendo da captura.
Gika Samuel apelou ao
Governo para a construção
de uma câmara frigorífica
para o fabrico de gelo e
conservação do pescado,
bem como a instalação de
posto de combustível na
sede do município.
O único posto de com-
bustível que existe dista a
22 quilómetros da sede
municipal do Ambriz. Criada
a 15 de Julho de 2018, a coo-
perativa gerou emprego há
mais de 30 jovens.
O município do Ambriz
controla seis cooperativas
pesqueiras e 150 embar-
cações artesanais, todas
em funcionamento.
O MEP anuncia o
arranque dos trabalhos de
estudos de viabilidade
dos quatro projectos
divulgados na semana
transacta na modalidade
de parcerias público-
privadas, que terá a
duração de 16 semanas
em parceria com o Ministério
da Administração do Terri-
tório (MAT) e o Instituto
Nacional de Estatística (INE)
para capacitar os técnicos
da administração local no
processo de recolha de infor-
mação, a fim da criação de
uma base de dados que ser-
CÂMBIO
Bancos venderam
divisas a taxas
competitivas
O Banco de Investimento
Rural (BIR) vendeu o dólar
e o euro a taxas de câmbio
mais baixas do sistema ban-
cário, ontem, a 661,000 e a
770,649 kwanzas, respecti-
vamente, de acordo com a
lista das operações do mer-
cado publicada pelo BNA.
Os números dessa lista
indicam que outros dois ban-
cos regionais, o Banco de
Crédito do Sul (BCS ) e o
Banco Comercial do Huambo
(BCH) secundaram o BIR na
negociação com taxas com-
petitivas, oferecendo o dólar
a 667,677 e o euro a 771,491
kwanzas, respectivamente.
O Banco Millennium
Atlântico (ATL) operou com
a terceira taxa de câmbio
mais baixa, a 667,827 kwan-
zas, a mesma posição que o
Yetu ocupou na negociação
do euro, vendido neste último
banco a 781,437 kwanzas.
Apesar da trégua na taxa
de câmbio adoptada para a
venda do euro, o BCH nego-
ciou o dólar ao câmbio mais
alto do mercado bancário no
dia de ontem, a 698,740
kwanzas, 2,85 por cento
acima da média dos bancos
e 5,11 por cento mais que a
taxa mais baixa, operada
pelo BIR. Seguiram -se o
Banco Valor (BVB) e o BAI
Microfinanças (BMF).
virá para a elaboração de rela-
tórios trimestrais dos órgãos
da administração local, no
âmbito do Decreto Presiden-
cial 228/18 de 27 de Setembro
que estabelece os procedi-
mentos sobre a elaboração
de relatórios e aprovação dos
respectivos modelos.
MAIS QUALIDADE
Indústria e Comércio defende
melhoria contínua na produção
António Eugénio
O secretário de Estado da
Indústria e Comércio, Ivan
Prado, defendeu ontem, em
Luanda, o melhoramento con-
tínuo da qualidade dos pro-
dutos de origem nacional,
visando a substituição pau-
latina das importações e a
entrada efectiva de Angola
em mercados comuns em
situações competitivas e
fomento das exportações.
O dirigente, que falava num
workshop sobre o tema “Mais
qualidade, mais valor entre
vendedor e clientes, em alusão
ao Dia Mundial da Qualidade”,
disse que são factores essen-
ciais para mitigar riscos, a
competitividade, a protecção
à saúde, promoção do desen-
volvimento sustentável e a
inovação tecnológica.
Ivan Prado adiantou que
a qualidade constitui um activo
que se conquista e joga a todos
os níveis um papel fundamen-
tal na produção de bens e ser-
viços, na competitividade das
organizações e dos mercados,
assim como na conquista dos
clientes e mercados, na defesa
do consumidor, saúde pública
e na segurança das pessoas
e do meio ambiente.
De igual modo estabelece
a confiança de todas as partes
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
O objectivo é fazer
um caminho
conjunto com as
instituições para
que a informação
recolhida a nível
local (província,
município, comuna
e distrito) esteja de
acordo com a
metodologia
definida pelo
Sistema Estatístico
Nacional (SEN)
“O objectivo é fazer um
caminho conjunto com as
instituições para que a infor-
mação recolhida a nível local
( p rov í n c i a , m u n i c í p i o ,
comuna e distrito) esteja de
acordo com a metodologia
definida pelo Sistema Esta-
tístico Nacional (SEN)", frisou
o secretário de Estado.
Os quatro projectos, cujos
estudos de viabilidade foram
adjudicados ao Consórcio de
Consultores Externos for-
m a d o s p e l a s e m p re s a s
Ernest&Young, COBA e RRP
Advogados, são da respon-
sabilidade do Ministério da
Indústria e Comércio (Pólo
de Desenvolvimento Indus-
tria e Fútila, em Cabinda),
do Ministério da Agricultura
e Pescas (Perímetro Irrigado
do Mucuso, no Cuanza -
Norte), do Ministério da
Energia e Águas (Aprovei-
tamento Hidroeléctrico Chi-
capa II, na Lunda-Norte) e
o Ministério dos Transportes
(Rede Nacional de Cabota-
gem Luanda-Soyo-Cabinda
e vice-versa).
interessadas, nomeadamente,
clientes, fornecedores, fun-
cionários, reguladores, accio-
nistas e sociedade em geral.
Segundo o governante, a
competência e a integridade
organizacionais são importan-
tes por serem condicionantes
para o sucesso empresarial
sustentável e defesa de pro-
fissionais que planificam,
implementam, monitorizam,
revisam e melhoram a quali-
dade do que se produz.
O secretário de Estado
avançou que o Ministério do
Comércio vai continuar a tute-
lar as matérias inerentes à
qualidade através dos res-
pectivos institutos que buscam
apoios para a materialização
e expansão dessas matérias
a nível nacional, visando miti-
gar a ainda fraca cultura, prá-
ticas e conhecimentos
técnicos para a qualidade de
muitos produtores e presta-
dores de serviços.
Segundo Ivan Prado, o
objectivo é estabelecer no
país um melhor ambiente de
negócio, quer a nível comercial,
quer industrial.
O e v e n to, p ro m o v i d o
pelo Instituto Angolano de
Certificação (IAAC), decorreu
na Escola Nacional de Admi-
nistração e Políticas Públi-
cas (ENAPP).
ECONOMIA Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
Um gigante que se
esfumou no tempo
Com o despoletar da guerra pós-eleitoral, a região planáltica acabou por ser das
mais afectadas, ao ponto de ver sacrificado o seu “grande tesouro”
Fernando Cunha
Vivia-se o ano de 1962 do
século passado e os pólos
industriais dos bairros do
São Pedro, São João e Chiva
dinamizavam a economia
da província do Huambo.
Com mais de sessenta
indústrias activas subdividas
entre fábricas têxteis, con-
fecções, couro e calçados,
alimentar, bebidas e tabaco,
m a d e i ra e m o b i l i á r i o e
materiais de construção, o
Planalto Central não impor-
tava quase nada, eviden-
ciando, claramente, a sua
robustez no sector.
Até 1992, a cidade do
Fernando Cunha
Os irmãos Tatulava Hossi
são oriundos de uma família
extremamente pobre da
região da Ngadavila, comuna
da Calima, no município do
Huambo, que muito cedo
compreenderam que a vida
se ganha trabalhando com
abnegação, sem queimas e,
principalmente não enga-
nando o próximo. Princípios
estes que “beberam” do
patriarca da família, o ancião
Crispino Tatulava Hossi.
Perante a realidade objec-
tiva do mundo do trabalho
e a pobreza extrema que se
abatia sobre si e a sua família,
o patriarca decide, em 1992,
“emigrar” - dentro da sua
própria terra -, em direcção
à cidade do Huambo, insta-
lando arraiais no bairro da
Munda Paiva, nas proximi-
dades da região do forte da
Kissala, localidade onde está
situada a Ombala Wambo,
residência oficial da entidade
máxima tradicional.
O começo na Munda
Paiva, recorda Augusto Tatu-
lava Hossi, o primogénito de
12 filhos do velho Crispino,
e hoje com 35 anos, foi “de
cortar à faca”.
“Quando em 1992 o pai
chegou ao bairro da Munda
Paiva ainda não existia o
PARQUE INDUSTRIAL DO HUAMBO
Hu a mb o c h ego u a te r o
segundo maior parque indus-
trial de Angola, empregando
directamente mais de três
mil pessoas e criando, com
o seu funcionamento, o dobro
de empregos indirectos em
toda a região.
C o m o d e s p o l e ta r d a
guerra pós-eleitoral deste
ano por todo o país, a região
planáltica acabou por ser
das mais afectadas, ao ponto
de as indústrias símbolos da
cidade, como a York Social
Confecções, a Coalfa (ao
tempo, a maior fábrica de
bebidas etílicas do centro
sul), a Pequilene Plásticos,
a Ulísses, montadora das
IRMÃOS TATULAVA HOSSI SÃO EXEMPLO DE PERSISTÊNCIA E SUPERAÇÃO
Os donos do pequeno império de fuba
preferem milho ao dinheiro
aglomerado populacional de
hoje. Passámos fome. Mas o
pai teve a sapiência em ocu-
par uma boa parcela de terra
e com a experiência de cul-
tivar a terra, que já trazia da
Ngadavila, começou a cul-
tivar milho, que servia para
a nossa alimentação e para
algumas trocas”, afirmou.
célebres motorizadas
Yamaha, a Sodet ou a Massa
Duquesa terem os seus espó-
lios patrimoniais comple-
tamente destruídos.
“Vendo tudo isso con-
forme está, dá vontade de
c h o r a r . Vi v e m o s a q u i
m o m e n to s f e l i ze s . Nã o
importávamos quase nada.
Era tudo produzido local-
mente. Hoje por hoje, vê-se
claramente que o gigante
industrial se esfumou no
tempo”, afirma nostálgico
Marcolino Arão.
À época com 17 anos, che-
gou à Coalfa do São Pedro
em 1967 e lá trabalhou até
ao reacender do conflito
Os anos passavam, a vida,
como afirma, continuava
dura e a família aumentava.
Os Tatulava Hossi viravam-
se, a exemplo da maioria,
como podiam. Até que, em
2002, o pai Crispino conse-
guiu, após muita engenharia,
a “sua primeira máquina de
triturar grãos”, que veio a
armado. Já João Armando,
seu contemporâneo, viveu
momentos felizes na fábrica
de massa alimentar Duquesa,
bem ao lado.
Ambos representavam,
na altura, uma geração de
jovens que acreditava pia-
mente nas potencialidades
agro-industriais da terra
que os viu nascer, mas que,
entretanto, viram os sonhos
esfumar-se com o tempo,
restando-lhes apenas ver,
todos os dias, os escombros
de um património que che-
gou a colocar a província
do Huambo no segundo
lugar do top três da indús-
tria angolana.
colocar numa estrutura
móvel que possuía no bairro
da Calomenha, próximo da
Munda. Era o começo de uma
nova etapa de vida.
Uma etapa de vida que
veio a revelar-se fundamen-
tal, pois, sem perceber a
sucessão de factos no tempo,
em 2009, Crispino Tatulava
Revitalização
exige programas
bem estruturados
Uma das tarefas funda-
mentais constitucional-
mente exigidas ao Estado
é a promoção do desen-
volvimento harmonioso e
sustentado em todo o ter-
ritório nacional e que visa
a melhoria dos índices de
desenvolvimento humano
e promova a erradicação
da pobreza.
Nesta perspectiva, em
2013, produziram-se leis
que visavam à revitalização
do sector na província,
criando o Pólo Industrial
da Caála.
Tendo em atenção a
vocação industrial da pro-
víncia, as suas potencia-
lidades agrícolas, a
qualidade de trabalho do
seu povo, a robustez finan-
ceira que o Estado apre-
sentava na altura, aliada
à extensa rede de trans-
portes que vai do Caminho
de Ferro de Benguela –
atravessa toda a província
-, às suas várias redes rodo-
viárias, colocam o Huambo
num dos eixos estratégi-
cos mais importantes
para a diversificação que
se quer da economia, o
projecto tinha “pernas
para avançar”.
A iniciativa privada foi
apontada como sendo
preponderante, na meta
do Executivo, para o for-
talecimento da economia
nacional por via das acti-
vidades que pudessem
levar ao desenvolvimento
do sector industrial.
Na altura, o então
Hossi, já era dono de três
moageiras instaladas entre
os bairros da Munda Paiva e
do Calomenha. Em 2011, o
patriarca da família foi para
junto do Senhor e hoje quem
d á va z ã o a o n e g ó c i o é
Augusto, o primogénito.
Em 2014, o Inefop iniciou
um processo de revitalização
económica no seio da juven-
tude e os irmãos Tatulava
Hossi, nesta época já liderados
por Augusto, aproveitaram
e bem os contornos do pro-
grama. O mesmo passava,
entre várias exigências, pela
criação de uma cooperativa
com cinco integrantes e,
mediante o cumprimento de
todos os requisitos, podiam
os concorrentes ter acesso
até a um milhão de kwanzas
em empréstimos bancários.
Dinheiro que se revelou
crucial para a edificação de
um pequeno “império” de
transformação de milho em
fuba e farelo. Com o valor
em referência, a família cons-
truiu mais duas moageiras
no bairro do Ngulonda, a
oeste da cidade, e hoje, já
com seis pequenas indústrias
trituradora s de milho e
bombo, facturam em torno
de 130 mil kwanzas por dia,
valores que, multiplicados
pelos 26 dias de lubata,
podem chegar a render-lhes,
29
director do Gabinete de
Estudos e Planeamento
do Ministério da Indústria,
Ivan Prado, apontava que
a infra-estruturação do
Pólo Industrial da Caála
variava entre os 70 a 75
milhões de dólares norte-
americanos, já que con-
templava a construção e
i n sta l a çã o d e v i a s d e
comunicação, energia
eléctrica, água potável e
demais projectos que
iriam facilitar a instalação
das unidades industriais.
Destes projectos de
infra-estruturação, apenas
chegou ao pólo a energia
eléctrica, cujo processo
já estava em implemen-
tação por via do sistema
de electrificação de Laúca,
que fornece energia eléc-
trica às províncias do
Huambo e Bié. O restante
processo continua estag-
nado por falta de inves-
timentos, quer público,
quer privado.
Em 2016, foram for-
malizados 142 pedidos
ao regulador para aqui-
sição de títulos provi-
sórios, mas, neste
m o m e n to, n a re s e r va
fundiária atribuída pelo
Estado para a edificação
do Pólo da Caála funcio-
nam activamente oito
micro-empresas, que se
dedicam à fabricação de
carteiras escolares, camas
hospitalares, armários,
mesas, tanques de plástico
e colchões.
Fernando Cunha
de lucros, cerca de três
milhões de kwanzas por mês.
Sendo um negócio de
família, raramente eles
empregam gente de fora,
optando, segundo explica
Augusto, pela regra da con-
centração que torna a família
mais confiante e segura.
“Apesar da crise que se
vive por aí, conseguimos
pagar as dívidas bancárias
que criamos ao assumir o
crédito no passado. Após uma
observação exaustiva, pen-
samos, em 2021, investir nas
nossas origens, a Ngadavila.
Sendo uma povoação propícia
para a agricultura, a família
pensa seriamente em dar
utilidade produtiva às terras
deixadas pelo nosso patriarca,
plantando alguns hectares
de milho, feijão e mandioca”,
afirma confiante Augusto.
A edificação, na região,
de uma pequena moageira,
com duas máquinas tri-
turadoras de grão, escla-
re c e , n ã o e s tá f o ra d o s
interesses familiares.
“Vai nos permitir arreca-
dar mais milho junto daque-
las famílias que não têm como
moer a produção que reali-
zam durante a época agrícola.
Porque, por cada cinco quilos
transformados em fuba ou
farelo, o dono da moagem
ganha um quilo…”
30 CULTURA
PAULO MALUNGO E PEDRO KILAI
Estudantes universitários
vencem concurso da Ufolo
Vencedores Paulo Malungo (à esquerda) do ensaio literário e Pedro Kilai do audivisual
O ensaio literário de Paulo
Malungo da Silva Júnior, de
19 anos, estudante do 1º ano
do curso de Direito na Uni-
versidade Católica de Angola
(UCAN), e o vídeo de Pedro
Felismino Kilai, de 23 anos,
estudante do 3º ano do curso
de Cinema e Televisão no
Instituto Superior Politéc-
nico de Angola (IMETRO),
venceram o concurso “O
que é ser angolano”.
Depois de analisados os
82 ensaios literários e os
sete vídeos concorrentes,
o júri destacou, nas obras
vencedoras do concurso, a
expressão do sentimento
de pertença à pátria, evi-
denciando as formas de ser,
de estar e de pensar dos
angolanos. Nelas, revela-
se uma maturidade poética
e criativa dentro do rigor
linguístico exigido, bem
DOMINGO NA TV ZIMBO
Edmázia Mayembe actua
no “Conversas Acústicas”
A cantoraEdmázia Mayembe
sobe, no domingo, a partir
das 19h00, ao palco do
Espaço Luanda, no quadro
do projecto “Conversas Acús-
ticas”, um evento que con-
siste em noites multiculturais
de sons, sabores e histórias,
contadas, cantadas, sabo-
readas e apreciadas num
ambiente intimista.
A artista vai partilhar a
história da sua trajectória
através das músicas que
mais a marcaram, enquanto
como a obediência ao regu-
lamento do prémio. No tra-
balho audiovisual, o júri levou
em consideração a montagem
cinética da mensagem, com
uma abordagem criativa de
contraste a preto-e-branco
e uma coreografia individual
que retrata a angústia e a
esperança do homem ango-
lano contemporâneo.
O concurso de Ensaio e
de Audiovisual “O que é ser
angolano”, lançado em
Julho, pelo Centro de Estudos
Ufolo para a Boa Governa-
ção, visa reforçar os vínculos
de pertença à identidade e
cultura angolanas, em diá-
logo intercultural com o
mundo, bem como estimu-
lar a criatividade intelectual
e artística dos angolanos.
O júri do concurso res-
peitou na avaliação dos
trabalhos critérios como a
o "chef" Bruno Neves apre-
senta um menu de degus-
tação especialmente criado
para a ocasião.
O artista plástico Mukoko
Fredy completará o elenco
das artes, com uma mini-
exposição e a criação de
uma obra ao vivo sob o olhar
atento do público durante
a tarde, que pode ser depois
adquirida no local.
O projecto é uma série
de 12 “experiências únicas
e inéditas em Angola, que
DR
contribuição para a criação
de uma identidade que pro-
mova a diversidade cultural,
a harmonia e a auto-inclu-
são nacionais; inovação e
criatividade e qualidade
literária e audiovisual.
No dia 22 de Outubro, o
júri, composto por Domin-
gas Henriques Monteiro
(presidente) e os vogais
Manuel Muanza, José Luís
Mendonça e Paulo Faria,
reuniu-se, no escritório do
Centro de Estudos Ufolo
para a Boa Governação.
O vencedor do Prémio
Ufolo de Ensaio, patrocinado
pela Fundação Uanhenga
Xitu, recebeu 1.500.000,00
kwanzas, enquanto o ven-
cedor do Prémio Ufolo de
Audiovisual recebeu
1.250.000,00 kwanzas. Os
prémios foram entregues,
na terça-feira.
semanalmente, aos domin-
gos, vão juntar a música, a
gastronomia e as artes plás-
ticas, em tardes interactivas
destinadas a despertar os
cinco sentidos”.
O conceito é unir a música,
o jantar fino e a pintura, mos-
trando o que de melhor a
cultura e o turismo de Angola
têm a oferecer.
Por este palco já passaram
Yola Semedo, Kyaku Kya-
daff, Ary, Puto Português
e Ana Joyce.
DOMINGO NA TV ZIMBO
Banda Movimento da RNA
anima o live “Bar Luandina”
Analtino Santos
No próximo domingo, a par-
tir das 17h00, com trans-
misão em directo na TV
Zimbo, o “Bar Luandina”
volta a ter sonoridade ango-
lana, com a presença da
Banda Movimento, nesta
edição do projecto dedicada
a grupos musicais.
Na última edição, o bra-
sileiro Fabinho e a banda Sen-
sação apresentaram samba
e pagode, enquanto a Banda
D Cubason levou ao palco
rumba, merengue e salsa.
A Banda Movimento vai
viajar pelos temas dos seus
dois álbuns no mercado
“Espontaniedade” e “Kufi-
kissa”, nos quais se destaca
“Ngulungo”, “Ta stalar”,
“Pelenguenha” e “Josefa”,
que conquistaram os aman-
tes da música angolana.
A incursão por sucessos
da música nacional é outra
das marcas da Banda Movi-
mento, reconhecida como
uma formação de referêencia
no acompanhamento de
artistas de várias gerações.
No domingo, Mister Kim
( vocalista), Massoxi (dikanza
e voz), Kintino (ritmo), Teddy
“A VILA ASSOMBRADA PELOS MAKIXI”
Livro de contos destaca
valores culturais do Norte
Manuel Albano
O escritor Lucas Cassule des-
tacou, ontem, em Luanda, a
importância de uma maior
valorização da matriz cultural
angolana, como forma de
transmitir um legado positivo
às gerações vindouras, no sen-
tido de ajudá-las a compreen-
der melhor o passado e o
presente da história no país.
Em declarações, ao Jornal
de Angola, o autor do livro
“A Vila Assombrada pelos
Makixi”, apresentado numa
sessão pública, na Mediateca
de Luanda, realçou que nesta
reedição, o livro explora a
riqueza da tradição dos povos
do Norte do país, cujos ensi-
namentos devem servir de
legado educacional das
comunidades.
Preocupado com a perda
dos valores cada vez mais
acentuada, fundamental-
mente na juventude, chama
a atenção de todos, no intuito
de um maior engajamento
daqueles que têm a capa-
cidade de influenciar
mudanças comportamen-
tais, na construção de socie-
dades mais harmoniosas,
educadas e respeitadoras
das suas culturas.
O livro, explicou, é baseado
numa aventura vivida no
interior do país, descrevendo
a cultura, danças, caça, len-
das e mitologias. “A minha
mãe é a maior contadora de
histórias que conheço, con-
Nsingui (solo), Romão Tei-
xeira (bateria), Miguel Correia
(tambores), Mias Galheta
(baixo), Nininho e Chico
Madne (teclados) e as coristas
Beth e Gigi prometem não
defraudar as expectativas dos
telespectadores da TV Zimbo.
A banda surgiu no pano-
rama musical nacional a 2
de Março de 1999, com Kin-
t i n o , Ro m ã o Te i xe i ra e
Canhoto, na altura saído dos
Jovens do Prenda, Teddy
Nsingui, Santos Fortuna,
Massoxi, Augusto Mateus e
Neto. Nesta fase teve o apoio
do Movimento Espontâneo
Integrantes da banda prometem não defraudar as expectativas
tava-nos várias, cheias de
lições de vida. Os contos
que ela descrevia inspira-
ram-me a escrever o livro.
Foram as histórias contadas
por ela e pelo meu pai,
caçador”.
O livro foi apresentado
pelo escritor Mateus Esteita,
e teve momentos de decla-
mação de poesia, nas vozes
de Sandra Bande e Luzineide
Tomás. O conto é protago-
nizado pela personagem
Canana, um adolescente
com muita coragem e bra-
vura, que se viu desafiado
a enfrentar um dos monstros
mais temidos daquela região.
“O livro é repleto de fascínios,
mistérios, emoção, suspense
e de um terror típico dos
contos angolanos”, referiu.
Pa ra o p róx i m o a n o ,
Lucas Cassule prevê o lan-
çamento da segunda parte
de “A Vila Assombrada pelos
Makixi”, por sinal, já con-
cluída, cujo título é “A Vila
Assombrada-Mwana Wa
Sukina”. “Os leitores vão
recordar histórias ouvidas
e contadas à volta das
fogueiras nos saraus típicos
das aldeias e povoações,
longe das cidades ”.
O escritor é autor do livro
“Afroerotismo em Contos”,
apresentado a 4 de Julho
deste ano, no qual faz uma
espécie de retrato da vivên-
c i a c o n j uga l a ng o l a n a ,
repleta de drama, aventura
e muita paixão.
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
e em 2002 integra a Rádio
Nacional de Angola.
O “Bar Luandina” é um
projecto da Sodiba que tem
levado aos telespectadores
e internautas um programa
musical na qual o ambiente
de bar é o condimento prin-
c i p a l . C o o rd e n a d o p o r
Roxanne Fernandes, pro-
dutor musical, e Eufrânio
para este mês de Novembro
dedicado as bandas, inicia-
ram recordando Wanna
Groove. O agrupamento
musical Os Kiezos têm tam-
bém presença garantida no
programa para este mês.
DR
CABO VERDE
Cremilda Medina
assinala com tema
Dia da Cultura
A cantora cabo-verdiana
Cremilda Medina deixou uma
mensagem para assinalar o
Dia Nacional da Cultura e
das Comunidades de Cabo
Verde, interpretando o tema
“Tributo Final”, de Manuel
das Novas, acompanhada na
guitarra por Palinh Vieira.
“…Ca bocês dtchá morrê
Folclore di nôs terra…” (vocês
não deixem morrer o Folclore
da nossa terra…) é a principal
mensagem deixada, em
crioulo, pela cantora .
Em comunicado onde
refere que “com a cultura
quase parada na totalidade já
há alguns meses”, Cremilda
Medina deixa uma mensagem
de coragem e esperança:
“Companhêrs di nha vida …
um abraço pá bsôt tudo, co
carinho di um amigo…” (com-
panheiros da minha vida …
um abraço para vocês todos
com o carinho de um amigo)
- a todos os companheiros
de cultura que têm atravessado
uma fase muito complicada
por todo o país e na diáspora”.
“A situação está muito
complicada para muitas famí-
lias, não só em Cabo Verde
mas um pouco por todo o
mundo, esta pandemia veio
criar dificuldades acrescidas
a muita gente…” diz Cremilda,
“… mas acredito que com
muita força e esperança as
coisas possam vir a melhorar
gradualmente, se cada um
fizer a sua parte as coisas
terão a tendência natural a
melhorar …”, acrescenta.
DESPORTO
CORRIDA AO CAN’2022
Equipa de Honras têm amanhã tarefa complicada na visita ao Congo Democrático
Selecção viaja para RDC
desfalcada de quatro titulares
Palancas Negras estão a caminho de Kinshasa, onde no período da noite
realizam o tradicional reconhecimento ao relvado do Estádio dos Mártires
Paulo Caculo
Bastos Quissanga, Lucoqui,
Jonas Ramalho e Núrio For-
tuna são as quatro baixas na
Selecção Nacional de futebol
de Honras, para o jogo de
amanha, às 20h00, em Kins-
hasa, frente à República
D e m o c rá t i c a d o C o n g o
(RDC), referente à terceira
jornada do grupo D de apu-
ramento para a Taça de África
das Nações (CAN) de 2022,
nos Camarões.
Quatro jogadores, fun-
damentais na manobra ofen-
siva e defensiva dos Palancas
Negras, nao viajam com o
grupo para o palco do desafio
por razões distintas: Bastos
e R a m a l h o c o n t ra í ra m
lesões, enquanto Lucoqui e
Fortuna viram-se privados
de sair dos países em que
jogam, em virtude de obser-
var cerca sanitária.
Durante a conferência
de imprensa de antevisão
ao jogo, realizada ontem
de manhã, Pedro Gonçalves
não escondeu o desalento
por não contar com os qua-
tro jogadores, três dos quais
(Bastos, Fortuna e Rama-
lho) titulares no último
Pedro Gonçalves lamenta contrariedades
O Seleccionador Nacional,
Pedro Gonçalves, lamentou
ontem as inúmeras contrarie-
dades enfrentadas na prepa-
ração do jogo com a RDC. O
técnico português ao serviço
dos Palancas Negras anteviu
o desafio de sábado, centrando
a análise em dois aspectos que
julga serem fundamentais.
“O primeiro tem a ver com
o facto de, logo após a convo-
catória, acabámos por ter con-
trariedades administrativas com
alguns jogadores, que já tínha-
mos a ideia de que poderíamos
contar para essa operação da
RDC. Também as condicionantes
clínicas, que ainda nos afecta,
do ponto de vista que alguns
por lesão e outros afectados
pela pandemia”, adiantou-se a
enumerar o seleccionador, para
Sexta-feira
13 de Novembro de 2020
desafio de Angola diante
de Moçambique, disputado
em Portugal.
“As ausências não favo-
recem em termos despor-
t ivo s . Ne n hu m d e ste s
jogadores vai estar presentes
nos trabalhos e, na verdade,
por diferentes motivos: uns
por razões administrativos
e outros por questões clíni-
cas. Sei da vontade dos joga-
dores em estarem presentes
e da grande vontade de
representar a selecção”,
lamentou o ‘timoneiro’ dos
Palancas Negras.
À disposição do selec-
cionador nacional estão 13
dos 16 atletas convocados
que evoluem no exterior.
Trata-se de Hugo Marques
e Kadu (guarda-redes),
Show, Milson, Fábio Abreu,
Gelson Dala, Buatu, Geraldo,
Mateus Galiano, Vá, Estrela,
Edgar André e Ary Papel,
que chegou ontem à tarde.
Ao grosso de ‘estrangeiros'
juntam-se os girabolistas
Dominique (guarda-redes),
Herenilson, Paizo, Wilson,
Matuwila, Kialunda Gaspar,
Lara, Diógenes e Zine Sal-
vador, perfazendo um total
de 22 jogadores.
em seguida acrescentar: “A outra
contrariedade tem a ver com a
logística. Há jogadores que não
puderam estar presentes, por
estarem em zonas sob cerca
sanitária e, portanto, não podem
sair dos países onde jogam.
Sem esquecer a questão logística
das viagens, sobretudo de avião,
pois está substancialmente
reduzido o número de passagens
e isso condiciona a facilidade
de transporte”, deplorou.
Pedro Gonçalves sublinhou,
ainda, haver a condicionante
organizativa estrutural, que
tem a ver com o facto de Angola
internamente não estar a rea-
lizar competições e boa parte
dos clubes e equipas não esta-
rem sequer em preparação.
Apesar das contrariedades,
o técnico dos Palancas mantém
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
Treino derradeiro
U m a s e s s ã o d e t re i n o s
intensa e assente na cons-
trução do bloco ofensivo e
defensivo marcou, ontem,
a derradeira preparação da
Selecção Nacional, antes da
viagem para RDC marcada
para hoje, às 7H30.
O apronto técnico e tác-
tico pode ter servido em
absoluto para Pedro Gon-
çalves e adjuntos delinea-
rem as estratégias de jogo,
bem como definir o “onze”
ideal para o confronto com
os Leopardos.
Se, por um lado, a che-
gada (ainda que tardia) do
capitão Mateus Galiano e do
central Buatu ajuda a devol-
ver algumas opções, caso o
seleccionador pretenda ree-
ditar os titulares do único
jogo amistoso frente aos
M a m b a s , p o r o u t ro , a s
ausências de Bastos, Núrio
Fortuna e Jonas Ramalho
deixa brechas no “onze”,
que têm de ser colmatadas.
Ainda hoje, às 20h00,
hora agendada para o jogo,
a Selecção Nacional faz o
treino de adaptação ao rel-
vado do Estádio dos Mártires,
em Kinshasa.
a fé e a determinação na vitória,
mas deposita total confiança
nos jogadores disponíveis, de
quem espera força colectiva e
solidez competitiva para der-
rubar a selecção da RDC.
“Sabemos como nos encon-
trámos do ponto de vista com-
p e t i t i v o . Va l o r i zá m o s o s
trabalhos feitos no campo e
com grande entrega, deter-
minação e excelente ambiente.
É importante que os jogadores
estejam mais cientes das
características do opositor
que vamos defrontar. Acredito
que vamos ser briosos e apre-
sentar uma equipa com muita
garra e determinação, para
termos um bom desempenho
desportivo e mantermos a luz
verde para a qualificação”,
perspectivou.
GINÁSTICA
Elsa Pitra
eleita nova
presidente
Rosa Napoleão
Elsa Marina Francisco Pitra
é a nova presidente da Fede-
ração Angolana de Ginástica.
A líder da lista A foi ven-
cedora das eleições gerais
para o quadriénio 2020/24,
re a l i z a d a s , o n t e m , e m
Luanda, superando Jesus
Porfírio da lista B, com sete
votos a favor e dois contra.
A adjunta de Auxílio Jacob
mereceu os votos das asso-
ciações de Benguela,
Cuanza- Norte, Cunene,
Namibe, Cabinda, Cuanza-
Sul e Huambo. A lista B de
Jesus Porfírio contou apenas
com os votos da Huíla e
Lunda-Sul. O pleito registou
um voto nulo e nenhuma
abstenção. As associações
do Bié, Luanda, Malanje e
Uíge ficaram excluídas da
população votante, por não
terem realizado a renovação
de mandatos.
Em declarações ao Jornal
de Angola, Elsa Pitra mos-
trou-se satisfeita com o des-
fecho do acto. "Estamos todos
de parabéns, conseguimos
alcançar os objectivos que
traçamos. Resta-nos agora
arregaçar as mangas para
fazer cumprir todo o plano
de acção. Apesar de sermos
um elenco de continuidade,
temos também em mente
que devemos fazer muitas
mudanças. Trabalhar com
rigor e responsabilidade é a
pretensão", prometeu.
No plano de acção do
novo elenco destacam-se a
construção de pavilhões que
obedeçam os padrões inter-
nacionais para a prática de
ginástica, criar mecanismos
para convencer os órgão de
direito a prestarem maior
apoio à Federação. O cres-
cimento dos atletas, treina-
dores, participações positivas
em competições internacio-
nais, reabertura dos centros
da Huíla, Huambo, Benguela
e Malanje, assim como a cre-
dibilidade junto das insti-
tuiçõ e s internacionai s ,
completam o programa.
Elsa Pitra vai contar com
Auxílio Jacob e Henrique
Faustino na presidência da
Mesa da Assembleia-geral
e Rafaela João como secre-
tária-geral.
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Líder da lista A superou
na corrida Jesus Porfírio
TAÇA COSAFA
Sousa Garcia considera
positiva a participação
António Cristóvão
O técnico da Selecção Nacio-
nal de Honras de futebol
feminino, Sousa Garcia, mos-
trou-se satisfeito, ontem,
com a postura e a represen-
tação das atletas na primeira
fa s e do torneio da Taça
Cosafa, cuja final disputa-
se amanhã à tarde no Estádio
Isaac Wolfson, arredores da
Baía de Nelson Mandela,
África do Sul.
“Foi uma participação
positiva, porque cumprimos
com dois dos três objectivos
previamente definidos pelo
Gabinete Técnico das Selec-
ções Nacionais. O primeiro
era criar uma identidade da
equipa, depois relançar o
futebol feminino e a terceira
passar para a segunda fase”,
conta o treinador.
“Infelizmente não passa-
mos para a outra fase por
capricho da organização da
COSAFA, mas vamos con-
tinuar a trabalhar. As jogadoras
ficaram bastante tristes”,
lamenta Sousa Garcia.
Para se achar o segundo
melhor classificado da prova,
foram retirados os pontos da
África do Sul e de Angola
nos jogos contra as Comores,
de acordo com a organização.
Com esta decisão, a África
do Sul ficou no primeiro
lugar, com seis pontos,
Angola no segundo lugar,
com três, e e-Swatini (3º/00)
e Comores (4º/00).
N a p r i m e i ra f a s e , a s
Wewitschias Mirabilis estrea-
ram-se com derrota, no dia
3 deste mês, contra a África
CASO NORBERTO DE CASTRO
MINJUD promete
tomar posição hoje
António de Brito
Com o sufrágio marcado
para amanhã, na Federação
Angolana de Futebol (FAF),
o Ministério da Juventude e
Desportos (MINJUD) pode
fazer pronunciamento hoje
sobre o assunto, depois de
a Comissão Eleitoral Nacional
(CEN) ter “chumbado” a
orientação sobre a reinte-
gração do candidato Norberto
de Castro no processo de
renovação de mandatos.
A fonte do Ministério da
Juventude e Desportos (MIN-
JUD), que não quis ser iden-
tificada, informou que “o
MINJUD não reagiu antes,
porque estava a analisar ao
pormenor a documentação
com oito páginas que a CEN
endereçou", garantiu, acres-
centando que ela “não tem
competência de rejeitar o
parecer de um órgão com
poderes decisórios no des-
porto angolano”, disse ao
Jornal de Angola.
Dia de reflexão
Os candidatos à presidência
do órgão reitor do futebol
31
do Sul, por 0-2, no Estádio
Isaac Wolfson, depois no
mesmo recinto empatou a
uma bola frente às Ilhas
Comores. Na terça-feira pas-
sada, a Selecção Nacional
venceu e-Swatini, por 4-3,
no Estádio Gelvalande.
Na edição passada, as
Welwitschias ficaram no ter-
ceiro lugar, com três pontos,
depois do triunfo sobre
Moçambique, por 3-1, no
Estádio Wolfson, tendo ocu-
pado o terceiro lugar no
Grupo C, com três pontos.
Desde a aparição no tor-
neio, Angola teve a melhor
prestação na Taça Cosafa,
em 2008, na cidade de
Malanje, onde perdeu na
final diante da África do Sul,
por 1-3, no Estádio 1º de Maio.
A Selecção Nacional regressa
a Luanda na segunda-feira,
proveniente de Joanesburgo,
onde pernoita no domingo
depois de sair da Baía de Nel-
son Mandela.
DR
Combinado nacional falhou
qualificação para meias-finais
aproveitam o dia de hoje para
fazer uma reflexão, visando
o processo de votação que
acontece nos círculos pro-
vinciais, após a apresentação
dos programas de acção aos
clubes e as associações
durante a campanha eleitoral,
que teve início a 10 de Outubro
e terminou a 10 do corrente.
Antevê-se um acto elei-
toral bastante concorrido e
de resultado imprevisível.
Qualquer dos candidatos
pode perfeitamente ascender
à presidência da FAF. Pela
primeira vez no país, recla-
mações chegaram ao conhe-
cimento do Comité de Ética
da FIFA, entidade que rege
o futebol mundial.
O candidato " chum-
bado", Norberto de Castro,
apresentou queixa à FIFA
alegando irregularidades no
processo, tal como António
Gomes que escreveu igual-
mente a entidade mundial
acusando o concorrente e
e presidente cessante, Artur
Almeida e Silva, de utilizar
durante a campanha eleitoral
o nome da instituição,
Gianni Infantino.

SEX13NOV
ALTO
E-Bumba
Conectar profissionais
Uma boa notícia: já há um apli-
cativo para facilitar a contrata-
ção de profissionais no domínio
das artes e ofícios para presta-
ção de serviços. O E-Bumba,
uma plataforma tecnológica de
intermediação dos prestadores
de serviço, já funciona. Pensado
para conectar os formandos do
sistema nacional de formação
profissional dos demais orga-
nismos públicos e privados e o
mercado de trabalho, o aplica-
tivo dispõe de serviços que as
sociedades pretendem consu-
mir. Pode aceder-se ao E-Bumba
a partir de telefones de sistema
android, através da Play Store.
Até Dezembro, estará disponí-
vel em Iphones. Um projecto
que vai, certamente, ter im-
pacto positivo na juventude,
na medida que permite a troca
de serviços e o fomento de au-
to-emprego. São iniciativas co-
mo esta que valem a pena des-
tacar e aplaudir.
BAIXO
Transportes públicos
Enchentes
Mais uma vez, vale a pena cha-
mar a atenção, aqui neste espaço,
para a forma como as operadoras
de transportes públicos conti-
nuam a tratar as pessoas. O ce-
nário dado a ver ontem, em vá-
rias rotas de Luanda, nestes tem-
pos de pandemia, é de bradar
aos Céus. Gente apinhada nos
autocarros e nas paragens, sem
qualquer distanciamento, con-
trariando todas as recomenda-
ções das autoridades, que não
se cansam de apelar a que se
evitem aglomerações. O pior é
que a situação não é de hoje, pe-
lo menos na capital, e os alertas
repetem-se. Não será hora de
começar a responsabilizar estas
operadoras que, insistentemente,
ignoram as orientações, pondo
em risco a vida das pessoas? O
avanço da pandemia mostra que
são atitudes irresponsáveis como
estas que fizeram dispararam as
infecções em outras paragens.
ANÚNCIO DO PRESIDENTE RAMAPHOSA
África do Sul retoma voos para todos os países
O Presidente sul-africano
anunciou, ontem, a retoma
dos voos internacionais
para todos os países, de
forma a ajudar a economia
em recessão a enfrentar
uma possível segunda vaga
do novo coronavírus, que
CHEFE DA MISSÃO PARA ANGOLA
Diversificar a economia é a saída para o país deixar de depender dos recursos do petróleo
FMI destaca empenho na
diversificação da economia
O Governo continua empe-
nhado em diversificar a eco-
nomia e as fontes de receita
pública para diminuir a
dependência de Angola das
exportações de petróleo bruto
ao longo do tempo. Esta é a
posição do Fundo Monetário
Mundial (FMI), manifestada
pelo chefe da Missão para
Angola e pelo representante
residente no país.
Num artigo conjunto,
Mario de Zamaróczy e Marcos
Souto revelam que a diver-
sificação da economia “é uma
necessidade absoluta, porque
as reservas de petróleo são
limitadas e as perspectivas
de longo prazo para a procura
internacional de petróleo
desfavoráveis devido à via-
bilidade das fontes renováveis
de energia. Não há solução
mágica aqui”.
“O sector produtivo de
Angola precisa de mais estra-
das e melhores ligações de
transporte, mais electrici-
dade e água em todos os
lugares, para que a economia
possa recuperar e crescer
de forma sustentável e inclu-
siva, trazendo oportunidades
e melhores condições de
vida a todos os angolanos.
Isso levará algum tempo”,
referem, sublinhando que
“ainda há muito trabalho a
ser feito”.
Ao mesmo tempo em que
sublinha que a pandemia da
Covid-19, que assola o mundo
causou mais de 20 mil mor-
tos no país.
“Todos os voos interna-
cionais serão agora permi-
tidos de acordo com os
protocolos de contenção da
pandemia e da apresentação
de um certificado negativo
ainda não foi controlada, o
FMI garante que vai continuar
a apoiar e trabalhar com o
Governo, para que a crise seja
superada da forma menos
dolorosa possível e para que
o programa de reformas em
curso continue. “Nesta difícil
conjuntura, a comunidade
internacional, os amigos de
Angola na região e além, assim
como o FMI, continuam a
estar firmemente ao lado do
povo angolano”, indica.
Em 16 de Setembro, o Con-
selho Executivo do FMI apro-
vou a Terceira Revisão do
programa de Angola, no
âmbito da linha de financia-
mento alargado, mecanismo
que apoia a estabilização eco-
nómica em economias emer-
gentes, o que permitiu o
desembolso imediato de mil
milhões de dólares a Angola.
Cerca de 2,5 mil milhões de
dólares já foram desembol-
sados desde o início do pro-
grama em 2018 e a previsão
é de que, quando o programa
for concluído no final de 2021,
sejam disponibilizados mais
dois mil milhões.
O desembolso recente foi
aumentado em comparação
com os planos iniciais, para
ajudar as autoridades a con-
trolarem a propagação da
Covid-19 e aliviarem os
impactos. “O apoio finan-
ceiro do FMI tem condições
financeiras “brandas”, com
quatro anos de carência para
da Covid-19”, disse Cyril
Ramaphosa, numa declaração
à nação pela televisão sobre os
esforços do Governo sul-afri-
cano no combate à pandemia.
“Ao usarmos testes rápidos
e estritas medidas de obser-
vação, visamos limitar a pro-
PUBLICIDADE
PROJECÇÃO DE AGÊNCIA BRITÂNICA
DR
Angola sobe 37 posições
em índice de reputação
A transição política e uma sobressaem outros motivos
nova projecção mundial aju-
daram Angola a subir 37 posi-
de interesse, como a cultura
e beleza natural, mas tam-
ções no índice de países da bém potencial económico
agência de comunicação bri- e valores sociais e políticos.
tânica FutureBrand para 32º “O desafio agora é manter
lugar, de acordo com o estudo e garantir que se mantenha
anual publicado ontem. esta percepção: manter a esta-
No ano passado, Angola bilidade, demonstrar a novi-
estava em 69º lugar, abaixo dade, apoiar a tolerância, ser
de países como o Sudão, visto como um bom local
Myanmar ou Casaquistão, para fazer negócios, para viver
mas este ano ultrapassou ou estudar e passar tempo”,
Argentina, Brasil, Grécia e
China. “Angola teve uma
mudança radical no último
vincou Tipple, durante um
evento organizado pela Asso-
ciação de Imprensa Estran-
ano. Há muitos mais aspec-
tos positivos a virem à
superfície, como a cultura
e arte tradicionais. O que
geira no Reino Unido.
O índice da FutureBrand
baseia-se numa lista dos paí-
ses que representam os 75
o principal e taxas de juros Angola beneficia agora é de líderes em termos de Produto
abaixo do mercado. uma positividade em geral”, Interno Bruto (PIB), segundo
explicou o director de Estra- os critérios do Banco Mundial,
Início difícil tégia Global, Jon Tipple, à e ordena-os de acordo com
O FMI refere-se ainda ao ponto agência Lusa. a imagem e reputação que
de partida e indica que era O “factor novidade” têm internacionalmente.
caracterizado por grandes dese- beneficia, frequentemente, A classificação foi feita
quilíbrios estruturais e macroe- países antes afectados por a partir de um questionário
conómicos, acumulados em guerra civis e instabilidade a 2.500 profissionais qua-
anos anteriores. “O Governo, política, mas, após estes lificados que viajam fre-
desde então, empreendeu problemas serem resolvidos, quentemente.
uma profunda transformação
institucional, alterando o qua-
dro legal e regulamentar de PUBLICIDADE
forma abrangente, num
esforço para implementar
boas práticas de governação”.
Sublinha também a pre-
paração de leis novas ou revis-
tas que irão regular as finanças
públicas, instituições finan-
ceiras, empresas estatais,
Banco Nacional de Angola
(BNA), o investimento e o
quadro jurídico na luta contra
Taxas de Câmbio dos Bancos Comerciais
o financiamento ao terrorismo ^ĞdžƚĂͲ&ĞŝƌĂ͕ϭϯĚĞEŽǀĞŵďƌŽĚĞϮϬϮϬ
e o branqueamento de capitais.
TTaxa
axa de Câmbio Actual
“Medidas importantes foram
Compra Venda
implementadas para avaliar
e melhorar ainda mais a solidez BANCOS COMERCIAIS USD/KZ EUR/KZ USD/KZ EUR/KZ
do sector bancário em Angola Banco Comercial do Huambo - (BCH) 681,814 779,048 698,774 813,931
e as suas práticas de gestão Banco Valor - (BVB) 667,120 787,906 691,804 817,059
de risco”, referem, subli- ĂŶĐŽ/DŝĐƌŽĮŶĂŶĕĂƐͲ;D&Ϳ 666,407 785,019 688,119 810,596
nhando que o BNA fortaleceu Banco Keve - (BKEVE) 648,168 769,765 687,852 816,893
a regulação e supervisão dos Banco da China Limitada - (BOCLB) 649,990 761,910 687,010 809,038
bancos e implementou impor- Banco BIC - (BIC) 656,436 773,413 684,545 812,375
tantes reformas para promover ĂŶĐŽŶŐŽůĂŶŽĚĞ/ŶǀĞƐƟŵĞŶƚŽƐͲ;/Ϳ 661,396 779,257 684,545 806,531
uma maior flexibilização da
VTB África - (VTB) 654,782 771,464 684,545 812,765
taxa de câmbio, em linha com
ĂŶĐŽWƌĞƐơŐŝŽͲ;W'Ϳ 655,000 775,750 684,000 810,427
as forças do mercado, a fim
ĂŶĐŽĚĞ&ŽŵĞŶƚŽŶŐŽůĂͲ;&Ϳ 661,396 779,257 681,238 814,324
de estimular uma alocação
mais eficiente dos recursos ĂŶĐŽĚĞEĞŐſĐŝŽƐ/ŶƚĞƌŶĂĐŝŽŶĂůͲ;E/Ϳ 648,168 763,672 681,238 802,635
em moeda estrangeira. ĂŶĐŽĂŝdžĂŶŐŽůĂͲ;'Ϳ 674,293 800,791 681,033 808,795
ĂŶĐŽŽŵĠƌĐŝŽĞ/ŶĚƷƐƚƌŝĂͲ;/Ϳ 649,168 766,862 678,922 802,011
Standard Chartered Bank Angola - (SCBA) 660,000 762,067 678,150 809,195
Banco Económico - (BE)
661,396 785,474 677,931 805,111
Banco Sol - (BSOL) 654,782 771,464 677,931 806,531
ĂŶĐŽĚĞWŽƵƉĂŶĕĂĞƌĠĚŝƚŽͲ;WͿ
Banco Comercial Angolano - (BCA)
643,000
660,000
763,672
782,026
676,000
675,000
802,635
813,465
Banco Yetu - (Yetu) 661,396 785,474 671,133 797,256
pagação da infecção através
&ŝŶŝďĂŶĐŽŶŐŽůĂͲ;&EͿ 661,000 763,672 671,000 802,635
da sua importação”, afirmou
Standard Bank Angola - (SBA) 661,545 771,454 668,161 798,455
o Presidente da República.
ĂŶĐŽDŝůůĞŶŝƵŵƚůąŶƟĐŽͲ;d>Ϳ 664,505 775,361 667,827 802,635
O Chefe de Estado adiantou
que a decisão visa “assistir Banco de Crédito do Sul - (BCS) 661,396 785,474 667,677 792,936
as empresas sul-africanas, ĂŶĐŽĚĞ/ŶǀĞƐƟŵĞŶƚŽZƵƌĂůͲ;/ZͿ 648,000 769,765 661,000 785,474
tal como o sector da Hotelaria
e Turismo”.
&ŽŶƚĞ͗E